CLARA BRUNIALTI GODARD
CASA DE SAÚDE MENTAL SANTA CASA
ARQUITETURA E URBANISMO 1
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IMAGEM 01: Vista do terreno na área hospitalar de BH Fonte: Google Earth
CLARA BRUNIALTI GODARD
CASA DE SAÚDE MENTAL SANTA CASA Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Campus Praça da Liberdade Arquitetura e Urbanismo Estudos Preparatórios do Trabalho de Curso Orientador Dr. Prof. Diogo Carvalho
Belo Horizonte, 2021/2 3
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Unidade Praça da Liberdade em Belo Horizonte. Orientador de Pesquisa: Prof. Dr. Diogo Carvalho Orientador de Projeto: agurdando Dezembro, 2021.
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AGRADECIMENTOS
Ao meus pais, por terem me dado todas as oportunidades que conquistei. Elas são por causa de vocês para sempre. Obrigada. Aos meus amigos, grata por todos os momentos de descontração. Aos meu professores, que tive por toda a minha vida, obrigada por todos os ensinamentos. Aos meus chefes e colegas de estágio, levarei as experiências em todos os meus trabalhos futuros. Ao Grupo Santa Casa BH, aos meus queridos chefes e colegas de trabalho, obrigada por terem me dado a oportunidade de fazer parte dessa história. O meu carinho por vocês é eterno. A universidade, a conquista de cada um de nós, alunos, está nas mãos de seus ensinamentos. 5
FIGURAS Página 2 Página 11 Página 12 Página 14 Página 15 Página 15 Página 16 Página 16 Página 17 Páginas 18 e 19 Páginas 20 e 21 Página 22 Página 23 Página 23 Página 24 Página 24 Página 25 Página 26 Página 23 Página 26 Página 27 Página 27 Página 28 Página 29 Página 29 Página 29 Página 30 Página 30 Página 31 Página 32 Página 32 Página 33 Página 34 Página 34 Página 34 Página 35 Página 36 Página 37 Página 37 Página 37 Página 37 6
IMAGEM 01: Vista do terreno na área hospitalar de BH IMAGEM 02: Vista de Belo Horizonte IMAGEM 03: Pintura “Noite estrelada”, Van Gogh IMAGEM 04: Pátio manicômio Barbacena IMAGEM 05: Quarto manicômio Barbacena IMAGEM 06: Exterior manicômio Barbacena IMAGEM 07: Manifestação da luta antimanicomial IMAGEM 08: Protesto da luta antimanicomial IMAGEM 09: Manifestação da luta antimanicomial IMAGEM 10: Manifestação da luta antimanicomial IMAGEM 11: O leito no manicômio abandonado IMAGEM 12: O leito de hospital na natureza IMAGEM 13: Humanos na natureza IMAGEM 14: Biophilia, por Edward O. Wilson IMAGEM 15: Comunicação IMAGEM 16: O mundo com COVID-19 IMAGEM 17: Bosco Verticale Boeri Studio IMAGEM 18: Córrego Cheonggyecheon IMAGEM 19: Córrego Cheonggyecheon IMAGEM 20: Córrego Cheonggyecheon IMAGEM 21: Vista Avenida Afonso Pena BH IMAGEM 22: Gráfico crescimento demográfico BH IMAGEM 23: Sede da Amazon IMAGEM 24: Workspace Google IMAGEM 25: Workspace Google IMAGEM 26: Workspace Google IMAGEM 27: Garden & House, Japan IMAGEM 28: STUDIO SOL, Belo Horizonte IMAGEM 29: As pandemias através do tempo IMAGEM 30: Experiência de Roger Ulrich IMAGEM 31: Saúde mental IMAGEM 32: Hospital Sarah Kubitschek Salvador IMAGEM 33: Ambiente biofílico IMAGEM 34: Ambiente biofílico IMAGEM 35: Ambiente biofílico IMAGEM 36: Esquema ambiente terapêutico IMAGEM 37: Mapa do projeto de Belo Horizonte IMAGEM 38: Praça Floriano Peixoto IMAGEM 39: Hospital Santa Casa de Misericórdia IMAGEM 40: Shopping Boulervard IMAGEM 41: Escola Estadual Pedro II
Página 37 Página 39 Página 39 Página 39 Página 41 Página 41 Página 43 Página 43 Página 43 Página 48 Página 51 Página 51 Página 51 Página 52 Página 52 Página 52 Página 52 Página 53 Página 53 Página 53 Página 53 Página 55 Página 55 Página 57 Página 57 Página 58 Página 58 Página 58 Páginas 56 e 57 Página 60 Página 60 Página 60 Página 61 Página 61 Página 61 Página 61 Página 62 Página 62 Página 62 Página 63 Página 63 Página 63 Página 63
IMAGEM 42: Praça Floriano Peixoto IMAGEM 43: Avenida Francisco Sales IMAGEM 44: Rua dos Otoni IMAGEM 45: Avenida Professor Alfredo Balena IMAGEM 46: Parque Municipal de Belo Horizonte IMAGEM 47: Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem IMAGEM 48: MOVI como meio de transporte nessa região IMAGEM 49: Metrô como meio de transporte nessa região IMAGEM 50: Feira Hippie IMAGEM 51: Vista Prédio 1 IMAGEM 52: Vista Prédio 2 IMAGEM 53: Vista Prédio 1 e 3 IMAGEM 54: Vista Prédio 3 IMAGEM 55: Vista do pátio IMAGEM 56: Vista do pátio IMAGEM 57: Vista do pátio IMAGEM 58: Vista do pátio IMAGEM 59: Vista interna ambiente IMAGEM 60: Vista interna circulação IMAGEM 61: Vista interna ambiente IMAGEM 62: Vista interna ambiente IMAGEM 63: Vista Prédio 1 IMAGEM 64: Vista Prédio 3 IMAGEM 65: Casa Verde IMAGEM 66: Centro Maggie de Leeds IMAGEM 67: Yuanmen IMAGEM 68: Diagrama Casa Verde IMAGEM 69: Casa Verde IMAGEM 70: Fachadas Casa Verde IMAGEM 71: Vista interna Centro Maggie IMAGEM 72: Vista externa Centro Maggie IMAGEM 73: Vista interna Centro Maggie IMAGEM 74: Planta Centro Maggie IMAGEM 75: Corte Centro Maggie IMAGEM 76: Vista interna Centro Maggie IMAGEM 77: Vista interna Centro Maggie IMAGEM 78: Vista externa Yuanmen IMAGEM 79: Vista externa Yuanmen IMAGEM 80: Vista interna Yuanmen IMAGEM 81: Planta de situação Yuanmen IMAGEM 82: Planta Yuanmen IMAGEM 83: Planta Yuanmen IMAGEM 84: Diagrama Yuanmen 7
SUMÁRIO
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APRESENTAÇÃO
A QUESTÃO DA SAÚDE MENTAL
ARQUITETURA HOSPITALAR BIOFÍLICA [23] BIOFILIA [26] BIOLIFIA E ARQUITETURA [31] BIOLIFIA E ARQUITETURA E SAÚDE
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SUMÁRIO
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O TERRENO [37] UM POUCO DO ENTORNO [49] UM POUCO DO TERRENO
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ESTUDOS DE CASO
[58] CASA VERDE [60] CENTRO MAGGIE DE LEEDS [62] YUANMEN
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DETALHAMENTO DA PROPOSTA
[72] BIBLIOGRAFIA 9
APRESENTAÇÃO O Grupo Santa Casa de BH integra organizações, como o Hospital Santa Casa da Misericórdia e o Hospital São Lucas, que prestam serviços ao público com o objetivo de melhorar a saúde e qualidade de vida da população. Como estagiária de arquitetura hospitalar dentro do Grupo Santa Casa BH tive a oportunidade de conhecer e trabalhar com todos as áreas que envolvem o Grupo, onde as arquitetas e envolvidos aspiram em sempre procurar as melhores soluções para os funcionários e pacientes. Uma dessas oportunidades foi conhecer a antiga Fundação Navantino Alves, que pertence ao Grupo desde 2013, funcionando atualmente como o Hospital de Olhos da Santa Casa, que foi transferido apenas como uma medida provisória, visto que dos três imóveis no local, um está parcialmente abandonado e o outro completamente abandonado. O presente trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo tem o objetivo de restaurar os edifícios que estão em uma área privilegiada da região hospitalar de Belo Horizonte, com a realização de um projeto de implantação de um Centro de Saúde Mental, que seria a medida de uso oficial dos imóveis. A restauração não seria apenas no terreno e em seus prédios, mas também no sistema dos estabelecimentos de saúde. Estudos têm mostrado que a natureza, quando está presente tanto interna quanto externamente nos ambientes, pode trazer benefícios ao bem-estar das pessoas, além de aprimorar o tempo de recuperação de pacientes. Contudo, os hospitais e centros de saúde atualmente não valorizam esse tipo de espaço, assim ainda são lembrados pela população, 10
apresentação
como frios e assustadores. A Biofilia foi introduzida como a resposta para a motivação do ser humano de se conectar com a natureza, quer dizer, quando saímos de férias para descansar, escolhemos um sítio no meio da floresta ou para uma casa do lado de um lago, pois os nosso genes recuperam os instintos de uma época em todos os humanos moravam na natureza. No entanto, o meio ambiente foi destruído exponencialmente, de janeiro a outubro de 2021, uma área equivalente a 6 vezes a cidade de São Paulo foi desmatada na Amazônia. Nas principais capitais do Brasil, pessoas foram entrevistavas e 63% dessas alertam que possuem distúrbios mentais. A falta de convivência com a natureza nas metrópoles afeta ainda mais os problemas relacionados a saúde mental, como estresse, desanimo, ansiedade etc. Então, um espaço conectado com o meio ambiente e com elementos que lembrem, mas que ainda seja na cidade estimula a procura por ajuda dos pacientes e das famílias, que podem ficar próximas. Além disso, o uso da natureza em um estabelecimento da saúde do Grupo Santa Casa BH pode estimular a transformação do sistema como um todo, com a implantação de projeto similares nos hospitais e nas outras instituições, como o IGAP, que é o Instituto Geriátrico Afonso Pena. Com mudanças assim, toda a região hospitalar pode ser influenciada, junto com a própria cidade, tornando-se, aos poucos, uma cidade biofílica.
IMAGEM 02: Vista de Belo Horizonte Fonte: https://ufmg.br/a-universidade/apresentacao/ufmg-e-a-cidade/belo-horizonte
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A QUESTÃO DA SAÚDE MENTAL
De acordo com a Organização Mundial a Saúde (OMS), não existe uma definição oficial para o conceito de saúde mental.
IMAGEM 03: Pintura “Noite estrelada”, Van Gogh
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O tema da Saúde Mental no Sistema Único de Saúde (SUS) é extremamente recente, visto que os tratamentos de distúrbios mentais eram apenas tratados em clínicas de consultórios, mas não como reabilitações. Em 1994, o Ministério da Saúde formulou o Programa de Saúde da Família (PSF)¹, que foi implantado em Belo Horizonte em 2002 como o BH – Vida para que fosse complementado com o projeto de Saúde Mental na assistência básica, formulado em 2003 pela Secretaria Municipal da Saúde. As medidas desse projeto englobam o tratamento, desde atendimentos em consultórios e clínicas até a reabilitação com possibilidade de retorno no meio de trabalho. Além disso, os dois programas possuem duas Equipes Médicas que atuariam de forma distinta, sendo que a Equipe Médica de Saúde Mental estaria mais próxima dos pacientes com complicações mentais graves e a Equipe de Saúde da Família acompanharia as assistências em clínicas. O objetivo é que mais médicos possam se especializar nessa área, para que os distúrbios sejam tratados de acordo com suas especificidades e que tanto o usuário, quanto os familiares participem das tomadas de decisões quanto a receita terapêutica que será necessária. A participação é o grande diferencial dos projetos, já que na Portaria 154, aprovada pelo Ministério da Saúde em 2008, os atendimentos de casos de saúde mental devem priorizar a abordagem coletiva. A coletividade não pode deixar de existir na intervenção dos sujeitos, porque viver com depressão ou ansiedade ou bipolaridade ou esquizofrenia, já implica que a convivência com outros é limitada. Isso e a falta de conhecimento nesse assunto dificulta que a população, que carrega
dessas doenças, procure ajuda ou, até mesmo, entenda quando a ajuda deve ser indispensável. Desse modo, nos últimos anos, a disseminação de informações sobre a Saúde Mental tem aumentado, por exemplo, com publicações de artigos científicos, professores que colocam o assunto em pauta nas aulas, eventos como setembro Amarelo² etc. Contudo, de acordo com a pesquisa que a empresa farmacêutica Pfizer publicou, em 1° de setembro de 2021, com 2 mil pessoas de capitais brasileiras, 63% delas sabem que possuem sintomas de transtornos mentais, mas não procuraram cuidados médicos. Além disso, Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer, afirma que alguns entrevistados tiveram os sintomas, mas alegaram que estavam bem. ¹É um movimento de reorientação do modelo assistencial, operacionalizado mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde, tendo vínculo formal com uma parcela da população adscrita. ²Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo®. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece duran todo o ano.
“A falta de diagnósticos é o que mais preocupa os profissionais de saúde. Entre as 2 mil pessoas ouvidas, somente 21% procuraram ajuda a partir dos sintomas, e apenas 11% disseram estar em tratamento. 15% não procuraram, mas acreditam que precisam de ajuda; e 63% não procuraram cuidados médicos.” (R7, 2021)
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No século XIX, os tratamentos para aqueles que sofriam com transtornos mentais foram generalizados para qualquer tipo de doença e eram radicais, assim deixaram uma marca na sociedade. Por isso, ainda existem estigmas sociais em cima desse tema, principalmente, por causa dos locais em que os sujeitos eram internados. Os conhecidos manicômios e hospícios são lembrados como espaços de permanência de pessoas “malucas”, que passavam por intervenções agressivas por parte dos profissionais, depois de serem internados pelos próprios familiares, que não tinham conhecimento sobre o estava se passando.
“Escolheram chamá-lo de Museu da Loucura para despertar o interesse do público e por não se referir apenas a uma história local, mas por ser uma referência para analisar o passado, preservá-lo e não repeti-lo”, explica a diretora do museu, Lucimar Pereira. (EL PAÍS, 2021)
Os preconceitos que assombram o tema da Saúde Mental dificultam o interesse do indivíduo de procurar ajuda, principalmente, em Minas Gerias, onde até 1991 existiam 36 hospitais psiquiatras. Intitulado como “Holocausto Brasileiro”, o livro da jornalista Daniela Arbex, lançado em 2013, relata os maus-tratos que os pacientes do Hospital de Colônia de Barbacena sofreram. Durante 90 anos o manicômio de Barbacena cometeu atrocidades nas pessoas que eram internadas, sendo que de acordo com as pesquisas
IMAGEM 04: Pátio manicômio Barbacena Fonte:https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2021/06/25/interna_cultura,1280276/serie-colonia-aborda-o-holocausto-dos-indesejados-em-barbacena.shtml
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recentes sobre o local, essas nem tinham doenças relacionadas a saúde mental. Quer dizer, ficavam nesse hospital aqueles que eram jogados para fora de casa pela própria família que, de acordo com uma matéria do El País, de setembro de 2021, eram eles, alcoolistas, sifilíticos, prostitutas, homossexuais, epiléticos, mães solteiras, esposas substituídas por uma amante, inconformistas, pessoas sem documento, negros, pobres e assim a lista continua.
IMAGEM 05: Quarto manicômio Barbacena Fonte:https://correiodeminas.com.br/2016/11/17/filme-retrata-o-holocausto-brasileiro-que-matou-mais-de-60-mil-pessoas-no-manicomio-de-barbacena/
O hospital fechou as portas nos anos 90 e um, dos 16 pavilhões, foi transformado no Museu dos Loucos, que conta as histórias do hospício, além de incentivar a população nesse assunto que marcou a cidade. O museu exemplifica os erros que foram cometidos em relação aos pacientes, que eram privados das próprias escolhas porque os médicos os declarava incapacitados, além de que o Hospital não procurava a cura para os chamados doentes, visto que junto a propriedade existia um cemitério. Estima-se que 60 mil vidas foram perdidas. Os horrores desse e de outros milhares de hospitais psiquiátricos aconteciam dentro de ambientes que eram frios e sujos. Em Barbacena, o hospital que tinha capacitação para 200 pessoas acabou comportando 5 mil indivíduos, que tinham que dormir em camas feitas de capim.
IMAGEM 06: Exterior manicômio Barbacena Fonte:https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/114002-hospital-colonia-de-barbacena-o-holocausto-brasileiro.htm
“Com a reabilitação, foram recuperando capacidades humanas como escolher”, palavras de Vidal que viveu no manicômio de Barbacena. (EL PAÍS, 2021) a questão da saúde mental
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O escritor e psicólogo Isaias Pessotti descreve, em seu livro “O século dos manicômios”, como eram as condições nos locais, onde os cômodos de convivência eram fechados, com janelas sempre altas e pequenas, além de serem envoltas por arames de proteção. Os quartos... “[...] eram estreitos, sem ar e sem luz, com pavimentos úmidos e sujos, uma pedra pesada costumava fazer parte
A forte crítica aos manicômios passa a ser elaborada para poder ser combatida e revisada. Assim, em 18 de maio de 1987, acontece o II Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental, em que se estabelece o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, por isso até hoje esse dia é celebrado como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
do mobiliário e nela, muitas vezes, era fixada a corrente que devia contê-los; o leito era o próprio pavimento ou um tablado preso a parede [...].” (PESSOTTI, 1996, p.158)
As descrições acima são apenas exemplos de dois manicômios que deixaram a sociedade do século XXI traumatizada em relação aos cuidados com doentes mentais. Com esse tipo de modelo na imaginação fica compreensível entender por que poucas pessoas procuram ajuda médica, por medo de realmente serem tratadas iguais as outras foram 20 anos atrás. Entre o começo do século XVIII e XIX, quando a quantidade de hospitais psiquiátricos estava crescendo, pouco se sabia sobre os cuidados e sobre os próprios distúrbios, que atualmente se sabe, por exemplo, que uma doença possui variedades. Além de que, mesmo não existindo cura para todas elas, é possível viver normalmente. Então, no final da década de 70, teve início o Movimento da Reforma Psiquiátrica, que é um processo político e social complexo, derivado da Reforma Sanitária que começou no Brasil com os profissionais da saúde, que queriam melhorias nas condições de vida da população, por meio do setor público de saúde. A primeira etapa da Reforma Psiquiátrica começa onde tudo se passava.
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IMAGEM 07: Manifestação da luta antimanicomial Fonte:https://sul21.com.br/noticias/2021/05/excluir-nao-e-cuidar-conselho-regional-de-psicologia-prepara-acoes-para-dia-da-luta-antimanicomial/
IMAGEM 08: Protesto da luta antimanicomial Fonte: https://crppr.org.br/evento/campos-gerais-acordaamor-o-manicomio-quer-voltar/
CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), NAPS (Núcleo de Acompanhamento Psicossocial) e os Hospitais-dia são as primeiras experiências de atendimento público aos pacientes que sofrem de transtornos mentais. Assim, na década de 1990, foi assinado a Declaração de Carracas, após a II Conferência Nacional de Saúde Mental, em que normas federais passaram a valer, para regulamentar os novos serviços. Outrossim, os esforços para melhorar a área da Saúde Mental não estagnaram apenas nas atividades que podem melhorar o atendimento, visto que o deputado Paulo Delgado (PT/ MG), em 1989, entrou com um Projeto de Lei no Congresso Nacional que assegura “[...] a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país.”. Então, os movimentos que englobam a saúde mental foram, e ainda são voltados para o entendimento de que essas pessoas devem ter um poder de escolha como qualquer outro. Prender não é cura. A noção de liberdade para os indivíduos com problemas mentais é bastante afetada já antes do diagnóstico, visto que alguns, dos vários, sintomas de depressão³, por exemplo, são ansiedade, desânimo, falta de vontade, insegurança etc., ou seja, a própria doença é capaz de prender.
Então, o tratamento deve ajudar na liberdade de poder fazer escolhas que não afetem a vida social, profissional e pessoal, por exemplo. O hospital de retaguarda projetado no presente Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo trabalha com o atendimento pós-hospitalar, por escolha do paciente e da família, já que não necessita da infraestrutura de um hospital geral. Além disso, a recuperação dos pacientes será realizada em conjunto com outros e junto a natureza. Nas últimas décadas, pesquisas têm mostrado que o contato com a natureza pode acelerar o processo de cura de uma pessoa em recuperação e melhorar a qualidade de vida da população em geral. Os benefícios englobam não apenas as pessoas, mas os empreendimentos também, visto que se o paciente fica menos tempo em um hospital, então os gastos diminuem. O próximo tópico discute o papel da natureza em todas as partes e como os arquitetos tem um papel fundamental em projetar os espaços que vão melhorar a vida das pessoas. ³Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/depressao-4/. Acesso em: 12 de outubro de 2021.
IMAGEM 09: Manifestação da luta antimanicomial Fonte: https://www.justificando.com/2020/12/14/em-defesa-do-cuidado-em-liberdade-a-luta-antimanicomial/
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IMAGEM 10: Manifestação da luta antimanicomial Fonte: https://changebrasil.org/2020/12/21/em-defesa-da-luta-antimanicomial/
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IMAGEM 11: O leito no manicômio abandonado Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867728/essas-imagens-de-manicomios-abandonados-mostram-arquiteturas-que-foram-projetadas-para-curar
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ARQUITETURA HOSPITALAR BIOFÍLICA
IMAGEM 12: O leito de hospital na natureza Fonte: Montagem Acervo próprio
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Biofilia Quando uma viagem de férias é planejada com o objetivo de descansar depois de meses de trabalho, o destino da maior parte das pessoas é um lugar tranquilo, perto ou no meio da natureza, pois, na visão delas, esse é o meio em que podem realmente sossegar para recarregar as energias. A rotina de trabalho dentro de casa foi fortalecida com a pandemia da COVID-19, assim o ambiente externo de boa qualidade começou a ser mais valorizado, além dos ambientes internos bem planejados. O estresse que ambientes fechados têm proporcionado na população tem sido a causa da maior procura por espaços que apreciam o ar livre e as formas naturais. A necessidade do humano em estar conectado com a natureza ou com locais que remetem a ela está ligada ao passado, em que os indivíduos que habitavam a Terra viviam mais perto ou até dentro de florestas, ou seja, era preciso aprender a conviver com o entorno e usá-lo para a sobrevivência. Edward O. Wilson introduziu o conceito de Biofilia, em seu livro “Biofilia”, em 1984, como sendo uma experiência que está enraizada nos genes dos seres humanos. As práticas e habilidades que os ancestrais desenvolveram quando tinham que viver na natureza foram passadas para as gerações futuras, contudo foram enfraquecidas com a evolução da construção humana, quer dizer, as cidades evoluem com a destruição do meio ambiente, pois o instinto de sobrevivência foi modificado.
IMAGEM 13: Humanos na natureza Fonte: https://ugreen.io/biophilic-design-webinar-2/
IMAGEM 14: Biophilia, por Edward O. Wilson
biofilia
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A preocupação não é mais de se proteger de predadores ou o que caçar para comer, visto que a evolução das ferramentas tornou tais afazeres obsoletos. Nos séculos XIX e XX, a construção civil progrediu, com isso residências e comércios passaram a ser empilhados nas cidades, para que mais pessoas pudessem morar e trabalhar, assim os bens naturais ficavam cada vez mais afastados. As novas tecnologias abriram caminhos para que a população de todos os lugares pudesse comunicar uns com os outros, atualmente, nada parece estar muito distante, além de ser fácil saber de acontecimentos em todas as partes. O vírus da COVID-19 conseguiu se propagar rápido igual as notícias sobre ele, assim que começou vieram os confinamentos, que obrigou a população a ter um novo estilo de vida, que foi tanto positivo quanto negativo.
IMAGEM 15: Comunicação Fonte: https://mobile.twitter.com/hashtag/nationaldigitalcommunicationpolicy
Trabalhar de casa proporcionou que algumas famílias ficassem mais próximas e outras mais afastadas, mas outras pessoas se isolaram completamente. No entanto, o que se tornou mais comum foi a demanda de se estar em um ambiente externo e, mais precisamente que esteja ao ar livre, dessa forma de uma maneira instintiva as soluções estavam voltadas para atividades na natureza ou próximas a ela.
IMAGEM 16: O mundo com COVID-19 Fonte: https://medium.com/behavioral-signals-ai/coronavirus-impact-on-how-we-use-technology-3d6dd2f48852
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biofilia
O conceito de Biofilia de Edward Wilson nunca esteve mais em pauta, pois a sociedade está procurando mais e mais pelo meio ambiente, ou seja, mesmo destruindo e colocando em risco de extinção vários seres vivos ao longo de séculos, a ligação inata faz com que os humanos desejem a relação com a natureza de volta. Por isso, já existem grandes esforços para que os crimes humanos contra a natureza sejam eliminados, além de atividades que são estabelecidas para a recuperação dessa. O confinamento da pandemia do Corornavírus não é a única razão para a vontade de se conectar com a natureza. Centenas de estudos, desde a década de 80, têm sido publicados demonstrando como essa conexão pode afetar a qua lidade de vida, não se resume apenas em tirar férias e descansar nesse espaço, porque as consequências vão além. Problemas como estresse e ansiedade têm abalado a população enormemente nos últimos anos, como vimos no tópico “A questão da Saúde Mental”, contudo esses podem ser amenizados quando se tem contato com a natureza.
isso, os moradores das cidades que são selvas de concreto têm que achar outros meios para se aproximar da ligação inata. A ligação emocional inata é o termo usado por Wilson que talvez seja a esperança para a humanidade não extinguir todas as espécies de seres vivos que não seja ela mesmo. Os famosos condomínios Alphaville com casas grandes com um vasto terreno para planejar um paisagismo e ficam longe dos centros das cidades, esse é um exemplo das soluções da população para ficarem mais próximos do ar livre. Atualmente, a Biofilia chegou na arquitetura como uma alternativa de design, então os arquitetos optam por formas mais orgânicas e naturais, junto com materiais e cores, que resultam em um projeto biofílico que não necessariamente tem grandes áreas de natureza, mas evocam ela.
No meio ambiente, as crianças podem correr e gastar energia ao mesmo tempo que estão desenvolvendo habilidades motoras, enquanto isso os mais velhos descansam e deixam as preocupações, que causam estresse e ansiedade, de lado. A longo prazo, esses benefícios afetam a saúde positivamente, porque o sistema imunológico fica mais vulnerável quando exposto a problemas como ansiedade. Porém, a Biofilia não diz respeito apenas ao contato direto com o meio ambiente, mas com todas as formas que podem remeter a esse, visto que a destruição e extinção de espécies naturais levou a quase inexistência dessas na cidade. Por
IMAGEM 17: Bosco Verticale Boeri Studio Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/778367/edificio-bosco-verticale-boeri-studio
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Biofilia e arquitetura
IMAGEM 18: Córrego Cheonggyecheon Fonte:https://projetobatente.com.br/projeto-de-restauracao-do-cheonggyecheon/
As cidades são criações humanas que geram problemas no próprio criador, mesmo com todas as infraestruturas necessárias: moradias, empregos, hospitais, supermercados, shoppings, comércio etc. Contudo, não é preciso sair delas e destruir mais para construir mansões que apenas aparentam estar no meio ambiente, pois reformular o que já existe para se encaixar nas necessidades da população atual é possível. Os arquitetos são formados para planejar um novo espaço e replanejar em cima do que já existe, seja no interior dos prédios ou nos espaços públicos, como é o caso da revitalização do córrego Cheonggyecheon, em Seul, capital da Coréia do Sul. O córrego foi fechado na década de 60 para ser uma rodovia movimentada de veículos que circulavam diariamente, então, em 2003, inicia-se o projeto de reabertura do córrego, para poder recuperá-lo e transformar as atividades culturais daquele espaço. As metrópoles dos países do Primeiro Mundo, como Paris, Londres, Seul, Nova Iorque etc., já estão consolidadas, ou seja, o potencial de crescimento da população está estagnado. Essas cidades não estão crescendo mais, então a população delas também não, mas ainda é preciso deixar a economia ativa, por isso começaram a focar nos projetos urbanos que valorizam as pessoas e não os automóveis particulares. IMAGEM 20: Córrego Cheonggyecheon Fonte:https://www.mdpi.com/2071-1050/9/8/1368/htm
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biofilia e arquitetura
IMAGEM 19: Córrego Cheonggyecheon Fonte:https://projetobatente.com.br/projeto-de-restauracao-do-cheonggyecheon/
IMAGEM 21: Vista Avenida Afonso Pena BH Fonte: https://www.infoescola.com/geografia/belo-horizonte/
Belo Horizonte está chegando na marca de estagnação também, visto que de acordo com a reportagem do Estado de Minas em 27 de agosto de 2021, o crescimento demográfico da população da cidade foi de 0,36%, que é uma marca menor que a última contagem. Dessa forma, pode-se concluir que é necessário voltar a atenção para projetos que incentivem os moradores a utilizar os recursos que o município tem a oferecer.
IMAGEM 22: Gráfico crescimento demográfico BH Fonte:Estimativas de população para o Brasil: total do país, unidades federativas e municípios, 2010-2030, CEDEPLAR (2014)
biofilia e arquitetura
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IMAGEM 23: Sede da Amazon Fonte: https://www.ien.com/home/news/21259769/headquarters-helix-amazon-reveals-eyecatching-office-tower
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O design biofílico tem sido usado por séculos por arquitetos, engenheiros, artistas etc., com trabalhos nas cidades que lembram da natureza, com isso os habitantes se sentem mais próximos de onde vivem e aproveitam mais cada espaço. Apesar do avanço tecnológico ter abafado as relações que o humano tem com o meio ambiente, esse também tem proporcionado o desenvolvimento de materiais mais ligados a formas naturais e, consequentemente, projetos que possuem formas orgânicas, que sem as inovações seriam impossíveis.
quiteto consegue ter uma visão inteligente dos espaços.
O casamento da ciência tecnológica e da arquitetura acelerou a elaboração de grandes trabalhos de revitalização. Em Belo Horizonte, durante a pandemia, os escritórios de arquitetura de interiores sofreram um crescimento exponencial, pois os moradores começaram a desejar ambientes bem planejados quando, trancados em casas, perceberam que essas não eram eficientes. Interiores sejam eles de 50m² ou 300m² podem ser eficazes para se viver quando o ar-
O local de trabalho tem que incentivar a criatividade dos funcionários enquanto proporciona uma área de lazer para recarregar as energias, já que o corpo não consegue ficar em uma rotina de 8 horas, para mais, com o mesmo desempenho de quando se iniciou. Alguns minutos de descanso em uma área reservada e tranquila já é suficiente para acabar o resto do dia com mais qualidade.
biofilia e arquitetura
O design biofílico é a solução para que o espaço seja um refúgio para quem o usa, mesmo estando localizado em uma metrópole, com isso não é preciso estar de férias ou viajar para longe para sentir que está perto da natureza. Com essas reformas uma residência ou um ambiente de trabalho são locais de bem-estar tanto a curto prazo quanto a longo prazo, principalmente, para a saúde do corpo humano.
Empresas que possuem um fluxo de funcionários grande têm mais necessidades de espaços de lazer, mas são as que menos apresentam esse tipo de benefício. Os escritórios da empresa Google são exemplos de um local de trabalho descontraído, que incentiva as pessoas a trabalhar, com áreas para descansar, jogar videogame, restaurantes diversos, conversar, até mesmo conseguir atendimento com um psicólogo etc. Está comprovado que esse tipo de ambiente funciona, uma vez que a Google foi considerada a melhor empresa para se trabalhar no mundo.
IMAGEM 24: Workspace Google Fonte: https://archello.com/pt/project/google-budapest-spa-office
IMAGEM 25: Workspace Google Fonte:https://www.archdaily.com/501352/google-space
IMAGEM 26: Workspace Google Fonte: https://www.viajonarios.com.br/visitando-a-sede-do-google-no-vale-do-silicio/
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Além disso, existem as empresas que nunca param de funcionar, como os hospitais, onde os plantões de médicos e enfermeiros têm que ser de dia e de noite, pois os pacientes nunca acabam, quer dizer, as doenças e acidentes não deixam de acontecer porque o horário comercial de trabalhar acabou. Os funcionários da saúde têm um espaço reservado para intervalo com algumas camas que normalmente ficam em um ambiente pequeno. Os pacientes também não têm nenhum local para recuperar além do próprio quarto e os corredores do hospital, mesmo que as pesquisas recentes comprovem que um ambiente biofílico pode acelerar no processo de cura. No mundo, aos poucos projetos biofílicos estão sendo implantados e mostrado resultados positivos não apenas para seus pacientes e funcionários, mas também para os custos, que diminuem em todos os campos. Quanto menos tempo o indivíduo fica internado, mais barato fica para o hospital.
IMAGEM 27: Garden & House, Japan Fonte: https://arquitecturaviva.com/works/jardin-y-casa-10
IMAGEM 28: STUDIO SOL, Belo Horizonte Fonte: https://www.archdaily.com/962650/neurodiversity-and-biophilia-the-future-of-the-workspace-in-the-post-pandemiceraspace-in-the-post-pandemic-era
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biofilia e arquitetura
Biofilia e arquitetura e saúde A epidemia de tuberculose no mundo alertou a população sobre como hospitais bem planejados podem diminuir o tempo de internação dos pacientes, uma vez que as causas da proliferação da doença eram falta de ventilação, confinamento, falta de higiene e falta de luz natural. No início do século XX, hospitais eram lugares que aspiravam as mesmas características que causam a tuberculose, quer dizer, era um espaço que prezava pela recuperação dos indivíduos, mas que não levava em conta o quanto que a ambiência pode afetar negativamente ou positivamente esse processo. Além disso, no decorrer do século XX, os avanços na tecnologia também resultaram na evolução das técnicas da medicina, assim foram
criados aparelhos, ferramentas e remédios para combater doenças que, antigamente, eram fatais para as vítimas. A ideia de que o espaço pode afetar a saúde foi ainda mais deixada de lado nessa época, pois tudo era resolvido com todas as novidades, contudo essa conseguiu ficar ainda mais distante quando, por volta de 1970, o ar-condicionado e a iluminação artificial se desenvolveram para substituir quase por completo a ventilação natural e a luz do sol. Alguns hospitais não tinham janela, com isso eram frios e assustadores, o que faz lembrar dos manicômios, discutidos anteriormente, e que estavam no auge justamente nessa época. Os manicômios têm uma imagem de casa de terror até os dias atuais, assim como os hospitais.
IMAGEM 29: As pandemias através do tempo Fonte:https://twitter.com/esperf20/status/1352798333677539328?lang=eu
biofilia e arquitetura e saúde
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Em 5 dias de internação, o paciente com vista das árvores já precisava de menos da metade da dose de analgésico que o paciente com vista para um muro. Os resultados parecem sutis, todavia a longo prazo o paciente e o próprio hospital se beneficiam dessa característica simples, que pode facilmente ser implementada como uma forma de design, ou seja, do design biofílico.
IMAGEM 30: Experiência de Roger Ulrich Fonte: View through a Window May Influence Recovery from Surgery
Os estabelecimentos da saúde de maneira geral passam uma sensação ruim, muitas pessoas adquirem fobias desses lugares e sentem ansiedade quando necessitam de ir neles. A culpa desse sentimento está no passado, quando não se tinha preocupação com a forma em que os espaços eram concebidos, além de que, quanto mais a destruição da natureza avançava mais os ambientes internos eram valorizados e vice-versa. Alguns anos se passaram dessa maneira, fria e assustadora, até que surgissem as primeiras pesquisas de como o “lado de fora” pode ajudar na melhoria do bem-estar da população. Em 1984, no mesmo ano do lançamento do livro “Biofilia’, de Edward Wilson, o arquiteto Dr. Roger S. Ulrich publica um artigo contanto a experiência de como uma janela com vista da natureza, em um quarto de hospital, pode ‘acelerar a recuperação de pacientes. No caso estudo por Ulrich, a experiência baseou-se em observar 23 pacientes depois de uma cirurgia na vesícula biliar, sendo que metade tinha a vista de um pátio com árvores e a outra uma vista de um muro de tijolos. 32
biofilia e arquitetura e saúde
Os trabalhos de Ulrich são focados em como problemas de saúde podem ser resolvidos com o “uso” da natureza. Em 1991, um artigo de Ulrich foi publicado em uma revista nos Estados Unidos, junto a três professores de psicologia, com outra experiência, dessa vez uma situação de estresse foi colocada para os participantes e para a recuperação colocaram duas situações distintas para a recuperação, a imagem da natureza e da cidade. O conceito de biofilia é amplamente discutido no texto como sendo a razão para o alívio do estresse, visto que os sentimentos positivos voltados para a natureza têm uma base evolucionária.
IMAGEM 31: Saúde mental Fonte: https://cio.com.br/gestao/fadiga-mental-excesso-de-videoconferencias-na-pandemia-sobrecarrega-o-cerebro-diz-estudo/
Outrossim, a fatiga mental é alcançada pelo esforço excessivo da mente, por exemplo, em um ambiente de trabalho que requer o exercício mental diariamente. A conexão com o meio ambiente alivia quase que instantaneamente esse cansaço, por isso espaços de lazer para um intervalo durante o expediente já é capaz de recuperar as habilidades que uma mente cansada não tem mais.
lado sair de casa, ir ao supermercado, no banco ou em um restaurante já é exaustivo para a mente, por outro lado, ficar o dia fora em contato com as montanhas ou com a água ou com as árvores renova as energias. Então, como o paciente com distúrbios mentais tem que aprender a conviver com sintomas que abalam o corpo e a vida, tomar remédios e continuar com a rotina normal na cidade não é sempre eficiente.
A fatiga também pode ser relacionada com o paciente que tem que usar todas as energias para conseguir melhorar. Estresse, desanimo e pensamentos negativos desaceleram o processo de cura, coincidentemente, ou não, esses são alguns dos sintomas da depressão, que já foram comentados nesse trabalho.
Todos os espaços da cidade têm potencial de serem refúgios para pessoas que sofrem com doenças mentais e para aquelas que não sofrem, quer dizer, acaba se tornando um espaço em que não é necessário fugir dele para se sentir bem. Dessa forma, hospitais são os principais empreendimentos das metrópoles que devem sofrer uma remodelação, pois quando alguém está se sentindo mal, esse é o primeiro lugar que ela pensa que pode ajudar, mas na verdade algumas vezes a situação pode até piorar.
Além disso, a própria cidade pode causar esses efeitos nas pessoas, uma vez que se tornou um espaço fechado, barulhento e agitado. De um
IMAGEM 32: Hospital Sarah Kubitschek Salvador Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele
biofilia e arquitetura e saúde
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“Healing Environment”, traduzido como ambiente terapêutico, é a concepção do resultado entre design biofílico e estabelecimentos de saúde, quer dizer, projetos que focam os benefícios físicos para os pacientes e os funcionários, mas que não está relacionado apenas ao edifício, como também ao sistema organizacional que é estabelecido para que todas as funções funcionem de maneira coordenada. Com o desenvolvimento das pesquisas nesse campo, já é evidente quais são os pontos importantes que devem existir para que os usuários do espaço não se sintam mais doentes do que quando entraram.
IMAGEM 33: Ambiente biofílico Fonte: https://ugreen.io/biophilic-design-webinar-2/
Os fatores como entrada de luz e ventilação natural, ambientes mais calmos com menos barulho, sinalizações claras ao longo de todo o hospital, envolvimento constante da família do paciente etc. Todos esses comunicam entre si e fazem do hospital um lugar que não representa o estresse, o barulho e o confinamento, que são sentimentos que a cidade é capaz de passar. Assim sendo, percebe-se quais são as experiências negativas, que foram criadas pela humanidade e, consequentemente, quais as positivas que foram derivadas dos malefícios. A saúde mental é uma doença do mundo humano, que é poderosa o suficiente para não existir cura, apenas é possível de ser controlada com os aspectos discutidos acima, além de abrir a mente daqueles que consideram que seja um problema de “pessoas loucas” Um espaço que seja voltado para esses indivíduos ensina como voltar a ter o controle da própria mente, com envolvimento de psicólogos, da família e da natureza. Porém, ainda está inserido na cidade, então não fica longe para quando conseguir voltar não seja assustador como era antes.
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biofilia e arquitetura e saúde
IMAGEM 34: Ambiente biofílico Fonte: https://ugreen.io/biophilic-design-webinar-2/
IMAGEM 35: Ambiente biofílico Fonte: https://ugreen.io/biophilic-design-webinar-2/
IMAGEM 36: Esquema ambiente terapêutico Fonte: Montagem própria
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O TERRENO UM POUCO DO ENTORNO
IMAGEM 37: Mapa do projeto de Belo Horizonte Fonte: História dos Bairros Belo Horizonte
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um pouco do entorno
A Regional Leste, onde se encontra do bairro do terreno estudado, é composto por paisagens boêmias, com bares e restaurantes históricos para toda a cidade, além de possuírem infraestruturas de uma cidade inteira, com escolas, hospitais, comércios, serviços e moradias de todos os padrões. O Bairro desse terreno é o Santa Efigênia, outros que estão na região são Santa Tereza, Floresta, Sagrada Família, Horto etc. O 1º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais surgiu no Bairro Santa Efigênia, que é o nome da padroeira do militares. O prédio que sediou o batalhão foi construído em 1887 e está localizado na atual Praça Floriano Peixoto, mas mesmo abrigando uma quantidade maior de militares, outros passaram a procurar esse bairro para morar, como trabalhadores responsáveis pela construção de Belo Horizonte, profissionais da saúde, professores, funcionários públicos etc. Mais de 134 anos depois, o bairro atualmente reúne uma região residencial que atrai muitos moradores, além de estar com uma infraestrutura completa, hospitais, clínicas, consultórios médicos, o Shopping Boulevard e atividades culturais como o Teatro Marília e o Centro Cultural SESIMINAS etc. É uma região de descontração muito bem arborizada, já que da Alameda Ezequiel Dias é possível ter uma grande vista do Parque Municipal de Belo Horizonte e todas as grandes ruas possuem árvores altas e com copas grandes.
IMAGEM 38: Praça Floriano Peixoto Fonte: https://vejadecima.com/2016/12/18/praca-floriano-peixoto-belo-horizonte-mg/
IMAGEM 39: Hospital Santa Casa de Misericórdia Fonte: https://www.opopularns.com.br/ocupacao-de-leitos-de-cti-da-santacasa-de-bh-com-coronavirus-atinge-100/
IMAGEM 40: Shopping Boulervard Fonte: https://revistaexclusive.com.br/noticias/em-outubro-boulevard-shopping-completa-9-anos-com-chegada-de-grandes-marcas/
IMAGEM 41: Escola Estadual Pedro II http://www.iepha.mg.gov.br/index.php/programas-e-acoes/patrimonio-cultural-protegido/bens-tombados/details/1/118/bens-tombados-edif%C3%ADcio-da-escola-estadual-pedro-ii
IMAGEM 42: Praça Floriano Peixoto Fonte:http://iepha.mg.gov.br/index.php/programas-e-acoes/ patrimonio-cultural-protegido/bens-tombados
um pouco do entorno
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MAPA CHEIOS E VAZIOS Belo Horizonte, MG
LEGENDA TERRENO DE ESTUDO
CHEIOS
PRÉDIOS DE ESTUDO
VAZIOS
ÁRVORES EXISTENTES
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um pouco do entorno
CHEIOS E VAZIOS Com o mapa de cheios e vazios é possível notar que a região de estudo já está consolidada, sendo que não existem mais lotes vazios. As novas construções começam a partir de reformas do que já existe ou demolindo para construir de novo. A massa de vazio grande que está na parte esquerda superior do mapa é o Parque Municipal e os outros vazios que se encontram dentro de quadras da região, são estacionamentos.
IMAGEM 43: Avenida Francisco Sales Fonte: Google Earth
Com os vazios das ruas e avenidas percebe-se que são largas, visto que por ser a região central da cidade, o fluxo de veículos é grande a maior parte do dia. O fluxo de pedestre também é constantemente alto, contudo, algumas calçadas não são favoráveis para comportar essa quantidade. Ainda que tenham muitos terrenos usados como estacionamento, as ruas ainda dão lugar a vagas de estacionamento gratuitas, o que diminui ainda mais as larguras das calçadas e incentiva mais o uso de veículos individuais.
IMAGEM 44: Rua dos Otoni Fonte: Google Earth
IMAGEM 45: Avenida Professor Alfredo Balena Fonte: Google Earth
um pouco do entorno
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MAPA DOS BAIRROS Belo Horizonte, MG
LEGENDA TERRENO DE ESTUDO
BAIRRO SANTA EFIGÊNIA
PRÉDIOS DE ESTUDO
BAIRRO CENTRO
ÁRVORES EXISTENTES
BAIRRO FUNCIONÁRIOS BAIRRO BOA VIAGEM BAIRRO FLORESTA
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um pouco do entorno
BAIRROS O centro de Belo Horizonte é uma mistura de vários bairros, cada um com uma característica mais marcante, mas todos funcionando de maneira harmônica. O terreno estudado está na divisa do bairro Santa Efigênia, sendo que os bairros ao lado são o Centro, o Funcionários, o Floresta e o Boa Viagem. Esse último é um bairro mais recente, visto que fazia parte do bairro Funcionários e foi separada, por possuir algumas característica que mereciam ser diferenciadas, como a Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, que é tombada pelo IEPHA. De acordo com o Censo do IBGE de 2010, o bairro Santa Efigênia é o mais populoso dos 5 bairros analisados, sendo que os números são quase similares ao do Centro. O menos populoso é o Boa Viagem, que é entendível pela extensão da área que é bem menor. Em todos os bairros a quantidade de mulheres é maior que a de homens e a faixa etária também é bem parecida, entre 15 e 64 anos está na média de 73% entre os cinco bairros. Mesmo sendo um intervalo grande, percebe-se que é uma população predominantemente jovem, já que essa região, como analisado no mapa de cheios e vazios, está consolidada, ou seja, possui muitos serviços, comércios, preços acessíveis de moradia, além de mais oportunidades de emprego em diversos setores.
Bairros
População
Santa Efigênia
17.653 habitantes
Centro
16.245 habitantes
Floresta
11.841 habitantes
Funcionários
8.838 habitantes
Boa Viagem
4.564 habitantes
IMAGEM 47: Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem Fonte:http://www.iepha.mg.gov.br/index.php/programas-e-acoes/patrimonio-cultural-protegido/bens-tombados/details/1/64/bens-tombadoscatedral-de-nossa-senhora-da-boa-viagem
um pouco do entorno
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MAPA USO E OCUPAÇÃO Belo Horizonte, MG
LEGENDA TERRENO DE ESTUDO
EDUCAÇÃO
PRÉDIOS PÚBLICOS
PRÉDIOS DE ESTUDO
COMERCIAL
SUPERMERCADO
ÁRVORES EXISTENTES
SEVIÇOS
IGREJA
RESIDENCIAL
PRÉDIO CULTURAIS
SAÚDE E EDUCAÇÃO
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um pouco do entorno
USO E OCUPAÇÃO Os edifícios de infraestrutura da saúde são o grande destaque dos usos, uma vez que ocupam uma porção grande da região e são edifícios de tamanhos maiores, mas que não são altos, outrossim os vários prédios comerciais também abrigam consultórios e laboratórios diversos. Todos os edifícios residenciais ou comerciais possuem fachada ativa no nível da rua, as lojas que acompanham as ruas são lojas de roupas, de ferramentas diversas, restaurantes de todos os tipos, utensílios de saúde etc. Em Belo Horizonte, qualquer atividade que uma pessoa queira realizar pode ser alcançada no centro, não tem nada que não
IMAGEM 48: MOVI como meio de transporte nessa região Fonte: Google Earth
consiga ser comprado. O outro ponto importante de ser analisado são os prédios históricos que se encontram nessa região, que são normalmente ocupados por órgãos públicos, como cartório e escolas públicas. Em relação a educação é possível observar diversas unidades, desde ensino básico até o superior, com maioria desse último sendo faculdades relacionadas a saúde. Como é uma área central, chegam ônibus de todos os pontos da cidade e das cidades da Região Metropolitana de BH, por isso é mais acessível para as escolas e faculdades. IMAGEM 49: Metrô como meio de transporte nessa região Fonte: Google Earth
IMAGEM 50: Feira Hippie Fonte:https://bhaz.com.br/noticias/bh/feira-hippie-podera-voltar-funcionar-bh-27-setembro/#grefviagem
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ESTUDO DA VOLUMETRIA DO ENTORNO O estudo de volumetria do entorno do terreno abrange as principais avenidas da região, onde tem-se a maior concentração de ônibus da cidade inteira, principalmente, na frente do terreno do projeto, em que são quatro pontos de ônibus. Além disso, em ambos os lados a vista já é favorável, pois a vista para a Alameda Ezequiel Dias é do Parque Municipal e a da Av. Professor Alfredo Balena é da Paróquia Sagrado Coração de Jesus junto com um corredor de árvores, já que a avenida é muito arborizada. 44
um pouco do entorno
Outrossim, as diferenças de altimetria são percebidas quando um lado da Av. Afonso Pensa é comparado com o outro. Para o lado do bairro Santa Efigênia, a altimetria fica baixa em um média de 6 pavimentos, principalmente, porque os hospitais são caracterizados nessa altura.
LEGENDA PONTOS DE ÔNIBUS DIREÇÃO E FLUXO DA RUA ÁRVORE
um pouco do entorno
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Não tem um lado do terreno que não tenha vista da Parque ou das árvores da avenida, além de conseguir ter uma vista do lado urbano do centro, com os prédios mais altos, mas que formam uma paisagem agradável no meio das árvores do parque, pois não obstruem o caminho da visão, já que estão do outro lado da Av. Afonso Pena. Os passeios entre o parque e a Alameda Ezequiel Dias são largos em relação ao resto da região, também porque não possuem árvores plantas nesse trecho. O edifício foco deste trabalho é o único abandonado atualmente nessa área analisada, além de não 46
um pouco do entorno
existir mais terrenos vazios para conseguir ocupar, para isso é LEGENDA necessário destruir para construir de novo. O que vem aconPONTOS DE ÔNIBUS tecendo muito, posto que o que existia sempre dá lugar a um edifício mais alto e comercial, pois não pode haver prédios DIREÇÃO E FLUXO DA RUA residenciais nessa área do bairro Santa Efigênia. ÁRVORE
um pouco do entorno
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O TERRENO UM POUCO DO TERRENO
IMAGEM 51: Vista Prédio 1 Fonte: Acervo próprio, 02/2021
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O terreno, em que será realizado o presente projeto de um Centro de Saúde Mental, foi pelos primeiros anos da sua história, a Fundação Navantino Alves, onde ficava um Banco de Leite Humano. Doutor Navantino Alves é considerado o primeiro pediatra de Belo Horizonte, que veio para a cidade trabalhando no Hospital Santa Casa de Misericórdia, para depois fundar o primeiro hospital pediátrico de Minas Gerais, o Hospital de Criança Elvira Gomes Nogueira, que funciona onde o Navantino trabalhava. A Fundação Navantino Alves foi extinguida nos anos 90, por causa da situação caótica que se acumulava, em dívidas trabalhistas e com a Caixa Econômica Federal, no valor de 5 milhões de reais. Logo após a extinção das atividades, o local foi invadido por famílias e vendedores ambulantes, que chegaram a pedir pela ocupação legal, mas que foi recusada por se tratar de um imóvel comercial, sem condições de atender como moradia.
MAPA DE SITUAÇÃO
SEM ESCALA um pouco do terreno
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PRÉDIO 3 HOSPITAL DE OLHOS
PRÉDIO 1 ABANDONADO
PRÉDIO 2 COLÍRIO
PARQUE MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
Assim, em 2013, um acordo foi firmado com a Justiça Federal e o Ministério Público Federal, para então o Grupo Santa BH tivesse posse do imóvel. Todas as dívidas foram pagas e as 31 famílias e os 15 vendedores ambulantes foram indenizados e saíram pacificamente. Atualmente, o Hospital de Olhos da Santa Casa funciona em 2, dos 3 edifícios existentes no terreno. O prédio que é acessado pela Alameda Ezequiel Dias é onde funciona o colírio do Hospital de Olhos, posto que possui um pavimento e é o menor dos três com 110m². O prédio principal onde funciona o Hospital é acessado pela Avenida Professor Alfredo Balena e está parcialmente ocupado, dos cinco pavimentos, apenas dois funcionam. O primeiro pavimento está no nível da alameda e o segundo está no nível da avenida. Todos os prédios estão nivelados com a Alameda Ezequiel, que possui um desnível de mais de 3 metros em relação a Avenida Professor Alfredo Balena. O terceiro, e maior edifício, está completamente abandonado, contudo sofreu uma leve reforma em 2016 quando as obras pela Santa Casa começaram. 50
um pouco do terreno
O Grupo Santa Casa BH é composto por 6 instituições, uma delas é o Hospital Santa Casa Misericórdia de Belo Horizonte, o prédio principal era onde funcionava o Hospital de Olhos, até que foi transferido para o terreno Navantino como solução provisória, enquanto ocorriam outras reformas no hospital principal. As reformas do imóveis existentes no terreno foram significantes apenas nas fachadas e nos interiores dos pavimentos que são usados atualmente. O interior do prédio que está abandonado por completo não foi reformado. As portas foram retiradas, os pisos estão desgastados e danificados, muitas paredes estão esburacadas e a sinais de infiltrações, junto com instalações que estão instaladas incorretamente. Outrossim, o espaço desse imóvel não foi bem aproveitado, os cômodos são pequenos, assim como as circulações, que são estreitas e escuras.
IMAGEM 54: Vista Prédio 2 Fonte: Acervo Público, 2/2021
IMAGEM 53: Vista Prédio 1 e 3 Fonte: Acervo Público, 2/2021
IMAGEM 54: Vista Prédio 3 Fonte: Acervo Público, 2/2021
um pouco do terreno
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IMAGEM 55: Vista do pátio Fonte: Acervo Público, 2/2021
IMAGEM 56: Vista do pátio Fonte: Acervo Público, 2/2021
Os diferentes tons de azul simbolizam as cores do Grupo Santa Casa BH, mas nas partes abandonadas, rebocar e pintar foram as únicas reformas realizadas. Quando melhor analisado é possível enxergar fissuras, leves sinais de infiltrações, as janelas não estão mais em um estado próprio para uso, já que as esquadrias estão tortas, amassadas e enferrujadas, no lado externo outro ponto crítico é a acessibilidade, ao circular pelo pátio descoberto, degraus e rampas mal planejadas são deparadas e o piso é totalmente concretado com rachaduras.
IMAGEM 57: Vista do pátio Fonte: Acervo Público, 2/2021
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um pouco do terreno
IMAGEM 58: Vista do pátio Fonte: Acervo Público, 2/2021
Ao entrar no prédio, tem-se uma sensação estranha do lugar que foi completamente deixado de lado, mas que tem potencial para ser uma edificação simples com um sistema de organização das atividades funcional. A área externa tem o mesmo conceito, as reformas foram feitas de qualquer maneira, apenas para reparar o que estava pior, o que não significa que fizeram melhorias.
IMAGEM 59: Vista interna ambiente Fonte: Acervo Público, 2/2021
IMAGEM 60: Vista interna circulação Fonte: Acervo Público, 2/2021
IMAGEM 61: Vista interna ambiente Fonte: Acervo Público, 2/2021
IMAGEM 62: Vista interna ambiente Fonte: Acervo Público, 2/2021
um pouco do terreno
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Nas fachadas dos prédios tem-se tratamentos diferentes. O prédio 1 foi construído pensado na direção do sol, já que as janelas que estão voltadas para o Oeste são mais altas e menores daquelas que estão voltadas para o lado Sul, onde se tem menos insolação. Apesar disso, o sombreamento das árvores tanto da rua quanto do Parque Municipal favorecem a fachada que não fica exposta totalmente ao sol de Oeste. O prédio 3 está em volta de vários elementos que favorecem o sombreamento. As fachadas Leste e 54
um pouco do terreno
IMAGEM 63: Vista Prédio 1 Fonte: Acervo Público, 2/2021
IMAGEM 64: Vista Prédio 3 Fonte: Acervo Público, 2/2021
Oeste, que são as que recebem mais luminosidade do sol, es- LEGENDA PONTOS DE ÔNIBUS tão de frente com dois outros edifícios, o Teatro Marília e o prédio 1, respectivamente. No entanto, elas são as maiores faDIREÇÃO E FLUXO DA RUA chadas, com as maiores aberturas, então a insolação continua ÁRVORE sendo uma desvantagem para esse imóvel. SOL Assim, esses foram os principais características desse terreno.
DIREÇÃO um pouco do terreno
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ESTUDOS DE CASO TRÊS PROJETOS
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estudos de caso
CASA VERDE LDA.iMdA architetti associati
IMAGEM 65: Casa Verde Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/889126/centro-de-tratamento-para-saude-mental-de-jovens-mulheres-casa-verde-ldmda-architetti-associati?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
CENTRO MAGGIE DE LEEDS Heatherwick Studio IMAGEM 66: Centro Maggie de Leeds Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
YUANMEN JiuQiHuaXia Atelier KAI, SILOxDESIGN
IMAGEM 67: Yuanmen Fonte:https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_ta
estudos de caso
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CASA VERDE LDA.iMdA architetti associati
FICHA TÉCNICA Arquitetos: LDA.iMdA architetti associat Área: 1060 m² Ano: 2016 Cliente: IRCCS Stella Maris Foundation Cidade: San Miniato País: Itália
IMAGEM 70: Fachadas Casa Verde Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/889126/centro-de-tratamento-para-saude-mental-de-jovens-mulheres-cas’a-verde-ldmda-architetti-associati?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
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estudos de caso
IMAGEM 68: Diagrama Casa Verde Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/889126/centro-de-tratamento-para-saude-mental-de-jovens-mulheres-casa-verde-ldmda-architetti-associati?ad_source=search&ad_medi-
IMAGEM 69: Casa Verde Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/889126/centro-de-tratamento-para-saude-mental-de-jovens-mulheres-casa-verde-ldmda-architetti-associati?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 71: Planta interna Centro Maggie Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/889126/centro-de-tratamento-para-saude-mental-de-jovens-mulheres-casa-verde-ldmda-architetti-associati?ad_ source=search&ad_medium=projects_tab
Casa Verde é o Centro de Tratamento para Saúde Mental de Jovens Mulheres na qual o projeto teve três focos principais: 1. Preservar o prédio que já existia no local. 2. Conectar o interior com o exterior, que conta com árvores ciprestes centenárias. 3. Construir um espaço que acolhesse as jovens mulheres de maneira aconchegante. Todos os três pontos foram compridos perfeitamente. A parte nova do edifício foi “enrolada” ao redor do antigo, sendo que é possível enxergar o que é o novo e o que é o antigo, além de ter agregado a área necessária para equilibrar todos os ambientes da Casa. Os quartos estão no segundo pavimento, mas tanto no primeiro quanto no segundo foram criados espaços de encontros e sessões de terapia, visto que conversar pode ser um tranquilizador para o paciente com distúrbios mentais. Além disso, a ambiência do interior com o exterior também auxilia as pacientes, as cores e a iluminação interna por causa dos painéis metálicos perfurados são simples, mas se misturam com o exterior se destaca ainda mais, pois já é calmante naturalmente.
estudos de caso
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CENTRO MAGGIE DE LEEDS Heatherwick Studio
FICHA TÉCNICA Arquitetos: Heatherwick Studio Área: 462 m² Ano: 2020 Fabricantes: Blumer Lehmann Cidade: Harehills País: Reino Unido IMAGEM 71: Vista interna Centro Maggie Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 72: Vista externa Centro Maggie Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 73: Vista interna Centro Maggie Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
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estudos de caso
Existem 30 Centros Maggie pelo mundo, que é um projeto filantrópico que cria espaços reconfortantes para pacientes que lutam contra o câncer. Tudo começou com uma mulher, Margaret Keswick Jencks, que levou a sério o conceito de que um espaço bem planejado pode ajudar na melhoria da saúde. O Centro em HareHills, no Reino Unido, é a 26° unidade e é o complemento do Hospital Universitário St. James, ou seja, um estabelecimento de saúde ganhou vida com um projeto que pensa, acima de tudo, em como acolher os pacientes através da arquitetura biofílica. Cada detalhe foi pensando com o objetivo de deixar todos os cantos harmônicos entre si, a iluminação natural é suavizada pelo pé-direito alto em todos os andares e pelo sistema inteiramente pré-fabricado de madeira. É uma estrutura que desenha as formas orgânicas da natureza, além de terem sido usados materiais porosos, que deixam o espaço naturalmente ventilado. Na cobertura, qualquer um pode tomar conta do jardim com 17 mil plantas. A interação com o meio ambiente percorre pelo interior e pelo exterior da edificação.
IMAGEM 74: Planta Centro Maggie Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 75: Corte Centro Maggie Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 76: Vista interna Centro Maggie Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 77: Vista interna Centro Maggie Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/941721/ centro-maggie-de-leeds-heatherwick-studio?ad_ source=search&ad_medium=projects_tab
estudos de caso
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YUANMEN JiuQiHuaXia Atelier KAI, SILOxDESIGN A reforma do que antes era uma Escola Primária e se tornou um hotel foi concebida em várias etapas, seguindo primeiramente pela reconfiguração da circulação, uma vez que existem dois edifícios que estão em níveis diferentes, então as passagens foram modificadas e os caminhos foram levados para um pátio central que leva ao segundo prédio e as novas varandas, com aberturas para uma paisagem totalmente natural. O objetivo é conectar o corpo com os objetos, fazendo com que cada curva seja um movimento diferente e com uma vista nova em todos os lados. O que o prédio mais tinha de valor eram seus elementos naturais, assim todos eles foram preservados, visto que o prédio foi construído em cima de uma rocha e as árvores fazem parte da forma do edifício. O novo hotel continuou com a utilização de materiais naturais, principalmente, nos quartos, onde foi usado madeira no chão, nas paredes e no teto, mas as cores são brancas. Com as janelas grandes é possível ter uma visão clara das milhares de cores que a natureza carrega, que complementam as cores neutras do projeto. As partes novas da estrutura levaram em consideração um sistema sustentável, com captação de água e ventilação natural, que condizem com a dinâmica natural do projeto tanto como era antes como o que foi reformado. Todas as áreas do hotel são privilegiadas com ferramentas sustentáveis e vistas de tirar o fôlego.
IMAGEM 78: Vista externa Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 79: Vista externa Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 80: Vista interna Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 81: Vista interna Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
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estudos de caso
FICHA TÉCNICA Arquitetos: JiuQiHuaXia Atelier KAI, SILOxDESIGN Área: 1300 m² Ano: 2021 Cliente: Nine Colour Deer (Chongqing) Agricultural Development Limited Cidade: Chongqing País: China IMAGEM 82: Planta situação Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 84: Planta Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 84: Planta Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
IMAGEM 85: Diagrama Yuanmen Fonte: https://www.archdaily.com/963361/yuanmen-primary-school-renovation-jiuqihuaxia-atelier-kai-plus-siloxdesign?ad_source=search&ad_medium=projects_tab
estudos de caso
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DETALHAMENTO DA PROPOSTA
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Um projeto em que os pacientes possam desacelerar da rotina que apenas agrava os problemas que sentem, podendo levar a consequências irreversíveis. Além disso, podem entender melhorar quais são os sintomas para conseguir achar a solução ideal para combater. Os familiares podem fazer parte do tempo de reabilitação, assim como são incentivados a participar das decisões que podem vir a ser necessárias. A internação é avaliada pelo médico, que acompanha até que seja determinado o tempo de saída, sendo que durante a estadia na Casa as escolhas dos remédios se dão de acordo com a reação do paciente.
Também conhecido como Hospital de Transição, o Hospital de Retaguarda, é uma opção de atendimento pós-hospitalar. É um espaço preparado para atender o que os pacientes precisam com observação 24 horas, mas não necessitam da infraestrutura de um hospital geral. Muitas famílias não possuem estrutura física ou emocional para atender o que seria um home care, por isso o Hospital de Retaguarda dá essa opção, mas sem que os familiares precisem ter condições dentro de suas casas. Colocar os cuidados de um parente nas mãos de profissionais experientes e em lugar que traga conforto, é uma maneira de incentivar os membros da família a fazerem parte do processo de recuperação.
O design biofílico é o principal fator para juntar todos os conceitos já discutidos, pois o terreno e os imóveis nele terão uma configuração de espaços melhor, mais organizada com a demanda que um Hospital de Retaguarda deve ter, e a composição será voltada para soluções que remetem a natureza. Como também serão incorporados jardins e plantas pelo local, já que atualmente não existe um resquício de natureza.
detalhamento da proposta
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PROGRAMA PARA OS PRÉDIOS 2 E 3 LEGENDA Terraço coletivo Quartos, banheiros, posto de serviços e enfermagem Recepção, espaço de convivência, sala de descanso Espaço de consultório e salas de terapia, acesso para o pátio Criação de elevador
Demolição Acesso para ambulâncias, carga , descarga e resíduos
A área total desse prédio é de 1538m², que é maior que o outro, mas tem mais pavimentos e menores, então esse será dedicado a mais quartos e espaços e acesso para os ambientes de utilização dos pacientes, além das partes médicas que se relacionam com eles, como consultórios e salas de terapia. 66
detalhamento da proposta
PROGRAMA PARA OS PRÉDIOS 1 E 2 LEGENDA Quartos, banheiros, posto de serviços e enfermagem Criação de elevador
Recepção, espaço de convivência, sala de descanso Espaço de consultório e salas de terapia, acesso para o pátio
Demolição
Entrada de pedestres
Esse prédio possui um total de 1035m², nele vão estar os elementos técnicos como cozinha, refeitório, abrigo de resíduo, área de limpeza de materiais, vestiários de funcionários e áreas de administração. Então, esses espaços serão bem divididos em relação as áreas de lazer dos pacientes.
detalhamento da proposta
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LEGENDA DEMOLIÇÃO PRÉDIO 2
PÁTIO DE CONCRETO
ÁREA COM NOVO PROJETO
PONTO DE ÔNIBUS
PRÉDIOS 1 E 3
ÁRVORES EXISTENTES
O mapa de detalhamento exemplifica o que restará no terreno com a demolição do prédio 2, que é o colírio, onde poderá ser criado um acesso pela Alameda Ezequiel Dias exclusivo para veículos relacionados para o estabelecimento de saúde, como ambulâncias, carga e descarga, entrada e saída de funcionários e saída de resíduos. A entrada pela Avenida Professor Alfredo Balena, no prédio 3, do Hospital de Olhos, é reservada para pedestres que são pacientes ou familiares visitando. 68
detalhamento da proposta
PROGRAMA PARA O TERRENO E O PRÉDIO 3
Reforço das estruturas Mudança de portas e janelas Mudança da estética das fachadas
Transformar a identidade visual dos prédios para ficarem mais parecidos
Reforço das estruturas Mudança de portas e janelas Mudança da estética das fachadas Criar uso em cima do terraço do primeiro pavimento
O edifício menor é demolido porque não tem e não está em um espaço eficiente, então ganha-se uma área grande do terreno que está quase que completamente ocupado, para um novo espaço que privilegiaria a natureza, visto que não existe uma planta viva no local. O que será um novo refúgio poderá dar aos pacientes uma forma de “sair da cidade” e conseguir conectar-se com o meio ambiente, em um espaço mais funcional do que se encontra no momento. Além disso, nada do que é o pátio está sendo usado de maneira que os usuários possam aproveitar, por causa do tipo de piso que foi usado e dos vários níveis construídos, que foram consertados com escadas e rampas. Demolindo o prédio menor, que está em um nível diferente dos outros dois, será possível nivelar todo o terreno.
detalhamento da proposta
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Para elaboração desse projeto, que é um estabelecimento da saúde, tem-se a norma RDC-50, de 2002, que é dividida em unidades da saúde e seus apoios, que são as áreas técnicas necessárias em cada unidade utilizada. Todas essas partes devem estar dentro das dimensões mínimas e com as instalações necessárias para que o estabelecimento de saúde seja aprovado para uso. Nesse projeto esses são as unidades e as atividades necessárias para que a Casa funcione: UNIDADES
ATIVIDADES
Atendimento Ambulatorial
Consultório indiferenciado (área mínima 12m²) Posto de enfermagem e serviços (6m² - 1 a cada 12 leitos existentes) Área de prescrição médica (2m²) Quarto de curta duração (área mínima depende do número de leitos - o máximo de leitos por quarto são 6) Cozinha (copa, refeitório, despensa, área para guarda-utensílios, área de preparo de alimentos, área de cocção, área de porcionamento, refeitórios para todos os envolvidos no estabelecimento de saúde, área de lavagem e copa) Farmácia (área para armazenagem e controle, área de distribuição, farmácia satélite) Sala de direção, sala de reuniões, área de controle de funcionários, área para registro de pacientes/marcação
Apoio Técnico
Apoio Administrativo
Apoio Logístico
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detalhamento da proposta
Central de Administração de Materiais e Equipamentos (depósito de equipamentos/materiais, área de distribuição) Conforto e Higiene (recepção, sanitários, banheiros, vestiários, área de guarda pertences, quarto de plantão dos funcionários) Limpeza e Zeladoria (DML, sala de utilidades, abrigo de resíduos, abrigo de resíduos temporário)
CONCLUSÃO
A antiga Fundação Navantino Alves do Grupo Santa Casa BH será reformada para receber a Casa de Saúde Mental Santa Casa com o sistema voltado para o design biofílico. A organização e funcionalidade será diferente dos estabelecimentos da saúde que já funcionam na região hospitalar de Belo Horizonte, além da forma que a recuperação dos pacientes será alcançada. As instituições do Grupo Santa Casa BH são referências na cidade e no Brasil, sendo que todas seguem um padrão definido, mas ele pode ser modificado quando apresentado a um projeto que melhore ainda mais os seus centros de saúde. A repercussão de um trabalho diferente e que funciona com características melhores para os funcionários e pacientes incentiva o design biofílico por toda parte. As mudanças principais são na visão dos cidadãos em relação aos hospitais e centros voltados para pessoas com doenças mentais. Além de influenciar as pessoas com problemas a procurarem ajuda, sem medo de estigmas, porque o lugar será de liberdade de escolha em relação aos tratamentos que o paciente pode receber, além de estar em contato com pessoas que passam por situações similares. A natureza se conecta com as pessoas e faz com que as pessoas se conectem entre si. Assim, é possível entender a necessidade de todos e buscar as mais diversas opções de recuperação e de como continuar a rotina fora do estabelecimento de saúde, mesmo que a cidade não consiga acompanhar com ambientes mais relacionados a natureza. A saúde mental é um tópico amplamente discutido, mas que não possui mais um lugar específico para tratar daqueles que sofrem com problemas, pois a cidade se tornou o maior causador deles. Todavia, a arquitetura hospitalar pode criar espaços ou reformular o que já existem, mesmo com as normas e regras, as opções ainda se acumulam para escolher o que for melhor para quem vai utilizar de um espaço que fica em uso todas as horas de todos os dias.
detalhamento da proposta
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bibliografia
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casa de saúde mental santa casa