POWERFUL FEV/2017
CHIMAMANDA NGOZI ATIVISTA & ESCRITORA EM PROL DA IGUALDADE
EMPODERAMENTO FEMININO
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelo: Bruna Ventura
FEVEREIRO 2017
– Fronteiras Urbanas Explicação da Macro tendência e ponto forte da revista.
– Woman’s Power O que é empoderamento feminino?
– Entrevistas Entrevista com a cantora, a atriz e a ativista, falando sobre empoderamento feminino.
• Empoderamento Vivo Assuntos que envolvem feminismo, empoderamento, respeito , liberdade e direitos.
• Um lugar a mesa Assuntos que envolvem racismo e atitude.
–Produtos Ideias sobre produtos usados dentro da tendência
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NOTA DO EDITOR Esta edição traz a macrotendência “Fronteiras Urbanas” que relata o territorialismo na moda, a mensagem que pode ser passada através dos looks, a defesa de uma ideia e a união das diferentes classes. O Empoderamento Vivo: A mensagem passada através do protesto, o caos que beira na cidade e rodeia a sociedade, o empoderamento feminino refletido nas vozes persuasivas e brilhantes das ruas. Um lugar a mesa é seu lugar na sociedade, no ambiente, no mundo. Sua voz foi descansar, o seu visual impera sobre todos, sua mensagem foi passada, a calmaria estabelecida. O empoderamento feminino é uma ação que engloba todas as mulheres para os seus direitos civis. Da lama ao caos: Tudo o que você precisa entender sobre como o seu corpo é visto, visando seus direitos e deveres. Chimamanda Ngozi Adichie: Ativista, escritora e portadora de uma voz poderosa. Seu discurso “We Should All Be Feminists” ficou conhecido quando em 2013 teve uma parceria com a cantora Beyoncé na música “***Flawless”. Tássia Reis, 26 anos e nascida em São Paulo, a cantora aborda temas como racismo, além do empoderamento feminino em suas canções. Cantora e atriz, Nathy Veras veio para empoderar! A jovem carioca de 16 anos, teve seu pontapé inicial quando vivenciou o machismo ainda bem jovem, ela conta tudo em sua recente entrevista.
Fronteiras Urbanas A Macrotendência ‘Fronteiras’ visa passar informação através da moda expressiva. Unir, englobar, abraçar uma causa ou dividir?
Este tema têm a necessidade de expressar algo, como por exemplo, roupas com mensagens, frases de efeito, territorialismo ou defender uma boa ideia.
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Woman’s O que é empoderamento feminino? O caminho do empoderamento feminino começa em 1911, com a criação do Dia Internacional da Mulher, em decorrência de um incêndio que matou mais de 100 mulheres em Nova York. Em 1932, as mulheres conquistaram direito de voto opcional no Brasil e, em 1946, ele se tornou obrigatório. Desde então, elas enfrentaram um caminho árduo, que culminou com a publicação dos princípios de empoderamento das mulheres, pela ONU, em 2010. Diferente do que muitos pensam, não é uma causa de uma pessoa ou organização.
Empoderar uma mulher engloba tudo o que qualquer pessoa pode fazer para fortalecer as mulheres e desenvolver a igualdade de gênero nos âmbitos onde as mulheres são a minoria. Não só empoderar, e sim, ouvir as experiências de vida de mulheres cujo empoderamento já está sendo praticado.
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Tássia REIS A rapper paulista de 27 anos lança álbum de hip hop sobre o empoderamento feminino. “Retrato coisas que vejo, vivo e sinto. Mulher negra, já vivenciei boa parte do que transmito em minhas músicas. O racismo não me deixou ter um estágio na época da faculdade, por exemplo. Quando me dei conta de que estava à margem da sociedade, agarrei a oportunidade com unhas e dentes. Parei de ser enganada. Não estava tudo bem. E, desde então, me vi capaz de fazer alguma coisa para mudar. Posso falar de amor, mas sei que o amor para uma jovem negra tem outra conotação. Existe o machismo e o racismo. Os recortes estão ali o tempo inteiro e mudam o enredo da história”, diz ela. O principal tema das canções de Tássia é o empoderamento feminino. As letras falam abertamente sobre o controle do corpo da mulher negra e do machismo enfrentado por elas diariamente.
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Chimamanda NGOZI Chimamanda Ngozi Adichie, nascida na Nigéria, tem 39 anos e é escritora. Ela conta que foi definida como “feminista” pela primeira vez em uma discussão com um amigo. Não foi um elogio. Durante sua vida, ainda ouviria que feministas são infelizes, anti-africanas, anti-homens, antimaquiagem. Ela não se identificava com esses rótulos, mas se identificava com a ideia contida no feminismo; passou a se definir como “uma feminista feliz e africana que não odeia homens e usa batom para si mesma, não para os homens”. Em 2013, a cantora Beyoncé lançou um álbum-visual que contém a parceria com Chimamanda na música “ ***Flawless “. A música além de enfatizar o empoderamento feminino, traz uma visão de aceitação da mulher através dos seus altos e baixos. Chimamanda têm um trecho de seu discurso “ Sejamos Todos Feministas “ incluso no meio da música, dando mais ênfase ao conceito. “Feminista: uma pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica entre os sexos.” Diz Chimamanda Ngozi Adichie também em seu livro “We Should All Be Feminists”.
Nathy VERAS
Nascida e criada na Cidade de Deus – Rio de Janeiro, a talentosa Nathy Veras começou a cantar com 9 anos de idade. “Eu comecei a me descobrir nos Arteiros (Grupo de Teatro da Cidade de Deus) tanto no teatro, tanto na música e foi uma conexão que eu pensei – ‘caraca não quero largar mais, quero continuar, ainda mais com a música que desde nova eu sempre gostei de cantar’ e foi no teatro que eu descobri que poderia levar isso pra frente fazendo o que eu gosto e é importante você ter noção disso.” – diz Nathy. A jovem cantora que já participou do ‘The Voice Kids’ lançou sua primeira música “Não é Não” em 2016. - “Não foi uma coisa que eu estava planejando, foi algo que surgiu do nada. Eu e as meninas dos Arteiros sempre discutimos sobre feminismo e teve um dia que nós nos reunimos na casa do Fernando (Produtor) e eu levei meu violão, e nesse mesmo dia dois meninos me encurralaram e tentaram me agarrar, saí correndo e cheguei nervosa, contei o ocorrido e a gente entrou no assunto sobre machismo. Foi muito espontâneo, eu peguei meu violão e fiz dois acordes e uma das meninas disse – ”Cara, quando eu digo não é não!” e eu falei ‘é isso!’ pegamos um papel e uma caneta e cada uma começou a falar algumas situações que realmente os homens falam pra gente.”
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Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelo: Julie Stephanie
De
corpo & alma Da lama ao caos, da força ao poder. Empoderamento não se trata apenas de causar choque na sociedade, de “marginalizar” os “riquinhos” ou incomodar a sociedade, trata-se de algo muito valioso, conhecido como “direitos”. A expressão “meu corpo minhas regras” têm se tornado um ícone cada vez maior para os protestos sobre os direitos femininos, portanto o número de mulheres adeptas a tal expressão nas ruas tem crescido gradativamente. Falar sobre o corpo nos dias atuais, requer autoconhecimento da real mensagem que será transmitida, respeitando seus próprios limites e entrando em consenso com o seu interior. Seu corpo é sua liberdade, seu direito, seu templo. Você faz dele o que bem entender, isto é fato, porém precisamos entender que também temos deveres além de direitos. É seu corpo, mas decidir o que fazer, se dará legalidade para terceiros ou não, é um dever a cumprir. Seu corpo pode ser livre: quer usar shortinho? Use! Quer tatuá-lo por inteiro? Então faça tatuagens! Quer furá-lo? Fure, metralhe! E não deixe que te proíbam de algo. As mulheres principalmente se encontram numa curva estreita: quando podem amamentar, “têm que ser em local discreto”, se estão usando decote são “mulheres vulgares”, se decidem usar biquíni cavado “não tem respeito”, e não é bem assim. Se elas devem respeito à sociedade pela forma que usam seu corpo, o contrário também deve ser aplicado, e mais rigorosamente. Respeito não é bom, é ótimo, é maravilhoso, é uma questão de honra e dignidade! Então empodere-se! Faça sua mensagem ser transmitida de forma positiva, de forma com que as pessoas pensem sobre o assunto, pois empoderar uma mulher é muito mais que usar calça, é muito mais que uma causa singular, é um meio de englobar todas as mulheres para o conhecimento de seus direitos civis.
Fotógrafo: Celso Nunes Beleza: Juliana Almeida Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelo: Jéssica Calixto
Foto: Celso Nunes Beleza: Juliana Almeida Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes
Foto: Celso Nunes Beleza: Jéssica Calixto Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelo: Sandy Assunção
Foto: Celso Nunes Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelo: Bruna Ventura
Foto: Celso Nunes Beleza: Juliana Menezes Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes
Foto: Celso Nunes Beleza: Juliana Menezes Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes
Foto: Celso Nunes Beleza: Juliana Menezes Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes Juliana Almeida
Foto: Celso Nunes Beleza: Juliana Menezes Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes
Foto: Celso Nunes Beleza: Juliana Menezes Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelos: Jéssica Calixto Juliana Menezes
Foto: Celso Nunes Beleza: Juliana Menezes Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno Modelos: Bruna Ventura Sandy Assunção
Um look criativo e bem produtivo pode fazer mágica... Pense leve, seja inteligente e sofisticada. Esse tema também é sobre empoderamento feminino, mas de uma forma mais sutil, visando passar a mensagem militante através apenas do seu look, seu cabelo, seu momento no mundo, aceitei ou não. Body’s, topcropped, T-shirts, saia plissada, sapatos de salto médio e cardigans de cor nude ou tons pastéis são uma maneira de te fazer pensar sobre passar a sua mensagem de acordo com esses looks minimalistas. O objetivo é “não causar” e sim, ser quem você é sem gritar, protestar ou impor qualquer coisa. Você pode encontrar tudo em lojas e shoppings comerciais, lojas online, além de brechós, bazar, eventos e feiras de moda/arte que estão ganhando cada vez mais visibilidade por todo o lugar.
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Não é de hoje que as mulheres tem buscado seu lugar no mundo. Peças com frases, transparências e estampas surgem em formas de protestos.
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M LUGAR
a MESA
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Juliana Menezes Julie Stephanie
Inspirado na arte do último álbum da Solange Knowles, calmaria, aceitação, negação ao “não” e empoderamento na veia de como a mulher escolhe seu cabelo, indumentária independente da moda.
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelos: Jéssica Calixto Juliana Menezes
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelo: Bruna Ventura
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes Julie Stephanie
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelo: Juliana Menezes
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelo: Sandy Assunção
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes Julie Stephanie
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelos: Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelos: Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes
Foto: Clara Pomoceno Produção: Yuri Kannã / Clara Pomoceno / Ana Beatriz Modelos: Jéssica Calixto Sandy Assunção Bruna Ventura Juliana Menezes Julie Stephanie Yuri Kannã
Powerful FICHA TÉCNICA Direção: Ana Beatriz Severo, Clara Pomoceno, Victor Rocha e Yuri Kannã. Publicidade e Marketing: Ana Beatriz Severo e Clara Pomoceno. Design Gráfico: Clara Pomoceno / Ana Beatriz. Redação: Yuri Kannã. Reportagens: Chimamanda Ngozi Adichie, Nathy Veras e Tássia Reis. Editorial 1: Empoderamento Vivo. Produção: Clara Pomoceno. Styling: Clara Pomoceno e Yuri Kannã. Local: Cidade de Deus, RJ. Fotografia: Celso Nunes. Edição e Tratamento: Celso Nunes, Clara Pomoceno e Victor Rocha. Editorial 2: Um Lugar a Mesa. Produção: Ana Beatriz Severo, Clara Pomoceno e Yuri Kannã. Styling: Clara Pomoceno,Yuri Kannã Ana Severo Local: Cidade das Artes, RJ. Fotografia: Clara Pomoceno Edição e Tratamento: Clara Pomoceno, André Sampaio e Yuri Kannã