desenho multiplicado
desenho multiplicado
APRESENTAÇÃO
Desenho Condensado Quando Aglaíze Damasceno, Clara Sampaio, Rita Gaspar Vieira, Marcelo Forte e Vanda Madureira apresentam este projecto aqui como “Desenho Multiplicado” fazem-no como os artistas fazem. Dizem uma coisa sabendo que, ao fazê-lo, também dizem o seu avesso, o avesso do seu avesso e assim sucessivamente e em vários sentidos... Coisas que implicam outras sem nunca voltar ao mesmo lugar. Mesmo que aqui procurem a possibilidade de o lugar do desenho ser uma coisa física. Um lugar, mesmo. E o “mesmo” dá-lo-ia a fábrica, uma fábrica onde se faz a materialidade de que os desenhos se fazem, haja suporte sobre o qual os fazer. Porque esta fábrica faz lápis sem papel. Lápis assim suspensos nesta condição. Lápis voadores, não fossem no processo de fabricação aqueles objectos que se põem nas caixas e que, não propriamente por sortilégio poético, na repetição dos gestos, se tornam invisíveis. Mas nunca invisíveis as pessoas que os fazem. Mesmo que o fossem para si, não são invisíveis entre si, nas relações humanas que as levam dali para outros lugares. Cinco artistas num mesmo lugar, mesmo que não simultaneamente, mas cinco. Como os dedos de uma mão, por acaso certamente e facto nada relevante, não fosse em arte tudo parecer ser relevante, ou ser igual tanto na relevância quanto na ausência dela. Tudo aqui é singular, só uma coisa é excepção, porque tudo o que existe é excepção e simultaneamente uniforme, num todo indivisível e infinitamente fragmentado. Plural de lápis é lápis. E é assim que este desenho aqui certamente se multiplicará. Multiplica-se para ficar em si mesmo. Estes cinco artistas encontram-se, vão para uma fábrica como quem vai para a origem das coisas. Ao querer aproximar-se tanto do desenho, como se quisessem fazer crer que seria a sua origem que procuram, mais dele se afastam. Provavelmente é mesmo isso que querem, adivinhando o que nós queremos. Porque ao desenho não se chega porque é sua natureza ser ponto de partida. Mas ponto de partida num processo que podemos inverter, nem que seja para que tudo isto caiba nesta fábrica. António Olaio Colégio das Artes da Universidade de Coimbra
DESENHO MULTIPLICADO A palavra grega “skhedios” designa algo rápido, esquemático, intenso e compressivo. Enquanto categoria do desenho (de representação, de mediação e posse do observado) “skhedios” é a projeção, num curto espaço de tempo, de informação visual complexa. O “skhedios”, para nós esquisso, é generativo, encarnando no mínimo de oferta visual o máximo de interpretação como se tratasse de uma interjeição gráfica. Num grito, num grafo, acumulam-se mil anos de gritos, de grafos, pré-verbais, verbais, que ninguém (ou)viu, que todos (ou)viram, que ninguém compreendeu, que todos compreenderam. Este texto tentará ser um “skhedios”. Avancemos então, tornemo-lo na profundidade espacial de uma experiência vivida e sentida por outros, na possibilidade do verossímil guardar não só evidências mas também hesitações, não só clareza mas também um otimismo crepuscular. Primeiro uma nota autobiográfica sobre um lápis: quando era miúdo, roedor inquieto de lápis e canetas, a Viarco era o lápis no2 com que, para mim, o problema de aritmética se transformava num trabalho de dentição. Agora adulto, mas ainda roedor, o nome Viarco manteve o seu caráter metonímico. Nesse lápis nostálgico (refratário dos meus sonhos de grandeza: queria desenhar como Hergé, como Charles Barks, queria que fosse real o curto-circuito entre o que navegava inteiro e decisivo na minha cabeça e a folha de papel, esse reino dormente, praia de muitas marés), nesse lápis roído, cabe afinal uma fábrica de lápis. É impossível imaginar a abundância de madeira, grafite, pigmentos que foram necessários para fazer-nos chegar aqui, a mim, que escrevo estas linhas, através de uma combinação de digitação e impulsos eletromagnéticos, e a esse lápis onde cabem milhões de lápis, milhões de horas de trabalho, e cabem também cinco artistas: Aglaíze Damasceno, Clara Sampaio, Rita Gaspar Vieira, Marcelo Forte e Vanda Madureira. O processo de serialização da diferença qualitativa é um triunfo recente da revolução industrial. A primeira etapa deste processo, que é a do aborrecimento incessante, autista, foi a produção de coisas idênticas, com vestígios insignificantes de que não eram a mesma coisa, vestígios de separações ínfimas. O trabalho humano, o valor biográfico desse tempo gasto, perde a sua presença nos objetos produzidos. A industrialização tornou-os anónimos, em aparições inumanas que o capitalismo irá fetichizar, sensualizar. A fase inicial é, portanto, a das duplicações sem original, multiplicações bulímicas: muito da mesma coisa, quantidades imensas da mesma coisa. A etapa seguinte, a superação da homogeneização através da repetição, significou a produção em série de elementos comuns que se diferenciavam de outros elementos comuns, igualmente produzidos em série, e tangencialmente próximos dos primeiros (com a mesma função, com o mesmo valor, com o mesmo significado) mas infinitamente afastados: nasce então uma estética dos conjuntos, das tipologias, da variedade, da diversidade, da heterogeneidade. E aperfeiçoa-se também a fetichização da mercadoria.
Comecei com estas duas categorias: uniformização serializada e “diferença na repetição” porque há, como já vimos uma fábrica, a Viarco, o seu contexto e circunstâncias específicas, a agenciar este texto sobre a residência artística de um grupo heteróclito de artistas. A operação do trabalho, ou dito de outro modo “(...) a causa motriz que choca com resistências, que atua sobre o exterior, e que se consome e gasta no seu efeito”, está em convívio com a práxis artística, operação de ruptura, operação que se prolonga para além do seu efeito. A fábrica de lápis, regulamentada para fazer coisas, para fabricar grandes quantidades de lápis e afins, é, agora, também um laboratório da tentativa e erro do desenhar. E não é despiciendo pensar-se que nesse laboratório a tentativa se concentra também na poética do erro, no direito a fracassar, na produção do inútil. Há uma certa ironia aqui, no facto do anarco-primitivismo (quase no limiar do ludismo, dos destruidores de máquinas), condição própria de muitos modos do fazer artístico, ingressar no espaço do “homo faber”, no espaço e quotidiano dos e das proletas (múltiplos géneros incorporam-se aqui), de pessoas (todas, algumas, poucas, muitas) que sonham, lutam, negociam pelas oito horas de trabalho, pelas oito horas para descansar e pelas oito horas para viver: até aqui, na Viarco, acentuada talvez pelas contradições e empatias desta residência artística, se pressente a luta milenar entre o “trabalhar para existir” e o “existir para trabalhar”. Nas suas contradições sociológicas, contemporâneas, o campo de ação da arte ainda é, ou continua a tentar ser, a emancipação e superação de Sísifo; a humanidade vencendo a irracionalidade não-criativa do trabalho; o desenlace teleológico desse triunfo estava para os positivistas associado ao trabalho (encarnação, para eles, da ideologia do progresso) mas para os marxistas, como Paul Lafargue, Georg Lukács por exemplo, associava-se à recusa de um destino unidimensional: a vitória de Sísifo não se bastaria na conclusão irreversível da sua tarefa-castigo mas em ganhar o direito ao ócio, poder parar, distanciar-se da reificação, recuperar a visão do todo, entender os sistemas abstratos que o contém e o definem. Nesta experiência mistura precária de observador participante e de conservação em ato do mito da autonomia artística, cinco artistas convergem, de forma intermitente, intrusiva, curiosa, num espaço de maquinização dos quatro elementos aristotélicos: a terra (os minérios), o ar (os gases), o fogo (a energia) e a água (a vida orgânica, os corpos trabalhadores). O “homo ludens” infiltrou-se, portanto, de forma consentida note-se, num ambiente de automatização da cultura material. Aglaíze, Clara, Rita, Marcelo e Vanda são artistas com experiências e biografias disjuntivas, desconexas, talvez seja mesmo a primeira vez que estão reunidos no mesmo espaço (os quatro primeiros elementos pelo menos, já que a residência de Vanda se fez noutro período). E a partir desse “espaço praticado”, das suas rotinas (das bancadas, da luz solar que repousa no
vazio das salas, do trabalho disciplinado, normativo das operárias, das caixas embaladas) problematizam a fisiologia do ato criativo: a perturbação e “provocação dos materiais”, o processo e os seus efeitos, são já a génese do “algo mais” dos objetos, do “algo mais” que ultrapassa a utilidade (e necessidade comercial, neste caso) da grafite, das massas de cores que conformam a produção da fábrica? Ou são mediadores, intermediários de algo que já existe, sem ser imagem, sem possuir um contentor definido; algo que existe, prevalece, ocupa, é beligerante, na cabeça do e das artistas? O desenho é, aqui, experimentação; é, em simultâneo, conservação de energia e desgaste. Definem-se muitas formas de agir sobre estes materiais, de os usar, de os incorporar nas meta-imagens em que cada um destes autores agenciam aquilo que são, que tentam ser na “diferença do presente”: como extensão e acontecimento do corpo, da superfície como corpo (como sudário, como penetrável), do gesto como superfície, do gesto como imanência, da escrita como forma gráfica, da sutura como errância gráfica. Apreende-se um espaço onde o desenho se examina, “se intersecta a si próprio”. Em que o desenho já não é apenas um exercício de redução da distância entre a condição pretérita das coisas e a sua permanência límbica (o desenho como “crítica” da duração, daquilo que cessou); um desenho da mobilidade, da improvisação. Superação do drama antigo entre imagem e corpo. Agora mutuamente inclusivos e exclusivos, o corpo faz a imagem e é feito por ela numa permanente repercussão. Pedro Pousada outubro de 2018
RESIDÊNCIA
aglaĂze damasceno
>> DesenhoSonora Série Linha, 2018. Captação sonora digital (85’), linha de produção Viarco Portugal, entre os dias 10 a 15 de setembro de 2018).
<< DesenhoSonora Série Ponto, 2018. Desenho sobre papel, a partir de movimento diversos de 30 lápis de cor.
>> DesenhoSonora Série Plano, 2018. Intervenção urbana. Lápis vermelho (30 un.) afixados com plástico adesivo verde, com a frase “Desenha-me o som”. Acção realizada nos dias 13 e 14 de setembro/2018, em locais diversos, desenhando um plano aleatório da cidade de São João da Madeira.
CLARA SAMPAIO
>> Série ouro sobre azul, 2018 grafite, pigmento dourado e lápis azul sobre papel 59.4 x 42 cm
<< Série ouro sobre azul, 2018 técnica mista (livro de artista costurado à mão, produzido com papéis e revistas de medicina de 1970 encontradas no ateliê da Viarco) 21 x 14.8 cm (aprox.)
>> Sem título, 2018 fotografia digital
“Era uma mosca azul, asas de ouro e granada, Filha da China ou do Industão, Que entre as folhas brotou de uma rosa encarnada, Em certa noite de verão. E zumbia, e voava, e voava, e zumbia, Refulgindo ao clarão do sol E da lua, - melhor do que refulgiria Um brilhante do Grão-Mogol. Um poleá que a viu, espantado e tristonho, Um poleá lhe perguntou: “Mosca, esse refulgir, que mais parece um sonho, Dize, quem foi que to ensinou?” Então ela, voando, e revoando, disse: - “Eu sou a vida, eu sou a flor Das graças, o padrão da eterna meninice, E mais a glória, e mais o amor.” E ele deixou-se estar a contemplá-la, mudo, E tranquilo, como um faquir, Como alguém que ficou deslembrado de tudo, Sem comparar, nem refletir. Entre as asas do inseto, a voltear no espaço, Uma cousa lhe pareceu Que surdia, com todo o resplendor de um paço E viu um rosto, que era o seu. Era ele, era um Que tinha sobre Um imenso colar Tirada ao corpo
rei, o rei de Cachemira, o colo nu, de opala, e uma safira de Vichnu.
[...] Então ele, estendendo a mão calosa e tosca, Afeita a só carpintejar, Como um gesto pegou na fulgurante mosca, Curioso de a examinar. Quis vê-la, quis saber a causa do mistério. E, fechando-a na mão, sorriu De contente, ao pensar que ali tinha um império, E para casa se partiu. Alvoroçado chega, examina, e parece Que se houve nessa ocupação Miudamente, como um homem que quisesse Dissecar a sua ilusão. Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela, Rota, baça, nojenta, vil, Sucumbiu; e com isto esvaiu-se-lhe aquela Visão fantástica e sutil. [...]”.
A mosca azul, Machado de Assis In: Poesias Completas, 1901.
MARCELO FORTE
>> Abraço é ouro – Série Abraço, 2018 (em processo) Mancha e desenho sobre papel (pigmento dourado, caneta, papel) 100x70 cm
<< Entardecer, 2018 tĂŠcnica mista (papel, madeira, carimbo)
>> As semanas, 2018 bordado e colagem sobre papel
O tempo formula a memória em camadas de onde busco os elementos. O chão povoado de pó e histórias marca o papel. A agulha fura as recordações que inventei. A criança caminha nas camadas do tempo como quem brinca de ser adulto. E um abraço acontece. O abraço é o ouro da solidão de quem sente saudade.
RITA GASPAR VIEIRA
>> Com a mão cheia de pó (apoio), 2018 Papel de algodão manufaturado sobre uma mesa/apoio de trabalho da Fábrica Viarco, madeira de pinho e filtro de grafite, ambos encontrados na fábrica, (work-in-progress); Desenhos 101 x 65 cm e Mesa VIARCO - 68 x 104 x 69 cm
<< Imagem 1 Com a mão cheia de pó (mesa), 2018 Algodão diluído com água derramado s/mesa de trabalho da Fábrica de Lápis Viarco, (work in progress), 260 x 102 cm Imagem 2 Com a mão cheia de pó (mesa), 2018 Papel de algodão manufaturado s/ uma mesa de trabalho da Fábrica de Lápis Viarco, 260 x 102 cm
>> Com a mão cheia de pó (apoio), 2018 Papel de algodão manufaturado sobre uma mesa/apoio de trabalho da Fábrica Viarco, madeira de pinho e filtro de grafite, ambos encontrados na fábrica, (work-in-progress); Desenhos 101 x 65 cm e Mesa VIARCO - 68 x 104 x 69 cm
Com a mão cheia de pó é o título do projeto que iniciei durante a minha residência artística na VIARCO. Durante uma semana nesta fábrica, pude experienciar o lugar, viver nele, usar espaços e materiais ali produzidos, sentir cheiros, ouvir sons e tocar superfícies. O meu olhar direcionou-se para o ‘fazer’ em série. A ideia de máquina de desenho foi surgindo como estrutura do meu pensamento criativo e das experimentações realizadas. Centrei-me na produção da Viarco como um percurso entre o branco da argila, a mistura com água, e o negro espesso da grafite. Desenvolvi três séries de obras: Com a mão cheia de pó (mesa), Com a mão cheia de pó (apoio) e Com a mão cheia de pó (mina), que se efetivam como memórias daquele lugar. A primeira série, que será concluída no meu ateliê para se relacionar com ele, iniciouse com um desenho, de grande formato, realizado sobre uma das mesas de trabalho da fábrica, associando a memória do labor fabril à dos meus gestos. Como marca de água que afere a minha presença no lugar da VIARCO, este desenho é constituído por linhas, sulcos, texturas, transparências e cambiantes de cor, da mesa e da sua história de uso. A segunda série de obras é relativa à própria repetição e ideia de sequência, partindo de uma pequena mesa de apoio ao trabalho, que assume o negro da grafite como o padrão dos gestos sobre ela empreendidos. Estes desenhos constituem parte de uma instalação que dialoga com o seu lugar de origem, relacionando o número e a ideia de série, com a fisicalidade do dispositivo/máquina que o produz. Com a mão cheia de pó (mina) resulta também de uma ideia de produção mecanizada e em série, fazendo o desenho ancorar na impressão direta da matéria prima que constitui os lápis, sobre folhas de papel cavalinho, que inscrevem uma história própria de duração no tempo. >> Com a mão cheia de pó (mina), 2018 Grafite sobre papel, vista da mesa de trabalho na Fábrica VIARCO, work-in-progress, (30) 30 x 21,5 cm
VANDA MADUREIRA
>> Operação pré desenho de acção, Viarco, 2018
<< Objectos para acção Operários ao Desenho Viarco, 2018
>> Pré-acção Homo-retrato Viarco, 2018
Operários ao desenho! Uma voz interior gritava: -Operários ao desenho! Operários ao desenho! Operários ao desenho! Eram muitos, eram muitas, desde 1907 A secção de arredondagem, Passando pelo escritório até ao acabamento O laboratório, atelier, experimento O verniz a grafite o pigmento Vesti o fato, levei o nariz Sujei as mãos, sujei os pés E o papel continuava em branco -Operários ao desenho! Gritou outra voz E da boca soltou um lápis -Operários ao desenho! E das mãos brotaram dez, dúzias de lápis Todos afiados, todos afilados Pelas mesmas mãos Quisera ser lápis Quisera ser folha Quisera ser operário o desenho Desenha o lápis, desenha a folha, E o desenho, desenha? << Pré-acção Operários ao Desenho Viarco, 2018 Fotografias: Daniela Ferreira e Patrício Macedo
Operário desenhista Operário de desenho Desenho operário Desenho industrial Desenho mecânico Lápis manual Desenho solta a vida Vida solta operário Desenha o desenho do lápis da folha que fez o operário Desenho ao operário! Desenho à vida Dez vida opera Desenhar seria os pés da vida Desenho desvio Desenho desvario Desenho vadio Desonho.
EXPOSIÇÃO
CLARA SAMPAIO Colarinho, 2019, grafite sobre papel químico azul, 21 x 15 cm. Mosca, 2019, grafite sobre papel químico azul, 21 x 15 cm.
Vista da sala
à esq. Mina (Rita Gaspar Vieira) e ao fundo Série Azul (Clara Sampaio)
CLARA SAMPAIO Lápis, 2019, grafite sobre papel químico azul, 21 x 15 cm. Lápis, 2019, cópia em papel de desenho sobre matriz em papel químico, 21 x 15 cm.
RITA GASPAR VIEIRA Mina, 2019, papel de algodรฃo manufaturado e lรกpis de grafite, 50 x 29 x 5 cm
Com a mão cheia de pó (apoio), 2018, papel de algodão manufaturado s/ uma mesa de apoio de trabalho da Fábrica de Lápis Viarco, madeira de pinho e filtro de grafite (7), 101 x 65 cm (papéis), 68 x 104 x 69 cm (mesa)
Vista da sala
MARCELO FORTE Mina, 2019, papel de algodรฃo manufaturado e lรกpis de grafite, 50 x 29 x 5 cm
AGLAÍZE DAMASCENO O lugar dos dias, 2019. Peça sonora, 5’’(música); Acrílico, grafite sobre papel, fotografia, impressão gráfica sobre papel, dimensões variáveis. Abraço é ouro, 2019. Instalação/ acção, carimbo sobre madeira, dimensões variáveis
AGLAÍZE DAMASCENO Lápis mão, 2019. Políptico (12). Grafite sobre papel, 21 X 15 cm (cada um).
MARCELO FORTE Abraço é ouro, 2019. Instalação/acção, carimbo sobre madeira, dimensões variáveis. Os dias, 2018. Colagem e bordado em sobreposições de papéis, 32,5 x 23 cm. As semanas, 2018. Colagem e bordado em sobreposições de papéis, 32,5 x 23 cm. Os meses, 2018. Colagem e bordado em sobreposições de papéis, 32,5 x 23 cm. Os anos, 2018. Colagem e bordado em sobreposições de papéis, 32,5 x 23 cm.
MARCELO FORTE Abraço é ouro, 2019. Instalação/acção, carimbo sobre madeira, dimensões variáveis.
VANDA MADUREIRA Operários ao Desenho, 2018 /2019. Registo do movimento da fábrica nas secções internas sobre papel (mina), 100 x 70 cm.
Registo do movimento da fábrica nas secções internas sobre papel (sala de acabamento), 100 x 70 cm.
VANDA MADUREIRA Homo-retrato, 2018 /2019. Fato de papel e mãos-lápis, resultado de acção perfórmática realizada no dia 22/03/2019 na Biblioteca de S. João da Madeira, dimensões variáveis.
VANDA MADUREIRA Acção performática, vassou-lápis e esfrego-linha sobre papel, dimensões variáveis.
notas curriculares
Aglaíze Damasceno
Clara Sampaio
Artista plástica, pesquisadora e curadora independente. É Doutoranda em Arte Contemporânea (Universidade de Coimbra). Mestra em Artes Visuais, Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). Tem Licenciatura em Educação Artística pelo Centro Universitário Bennet-Rio (2004), Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Acre (1996). Como artista, pesquisa, desenvolve e realiza projetos relacionados ao desenho e investigações sonoras. É idealizadora e coordenadora do grupo de pesquisa NAVE UFCA: Núcleo de Artes Visuais Experimental, na Universidade Federal do Cariri. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Visuais, atuando nos seguintes temas: arte contemporânea, desenho, arte sonora, curadoria, arte-joalheria, cultura e design.
Artista visual, curadora e arquiteta, Doutoranda em Arte Contemporânea pela Universidade de Coimbra (2017-), Mestra em Artes (2016) com pesquisa sobre os deslocamentos entre curadoria e prática artística, e Bacharel em Arquitetura pela mesma Universidade (UFES, Brasil, 2011). Foi curadora do projeto Cá Entre Nós 2018, em parceria com OÁ Galeria - arte contemporânea; do CÁPSULA - curso extensivo em arte contemporânea, com o curador Gabriel Menotti, em 2017; das exposições Táticas de Graffiti e Não Graffiti de Renato Ren e O véu do Real da artista Re Henri (2017), Liames de Kyria Oliveira e Cristhina Bastos, (Casarão, Viana, 2016 e MARCO - Mato Grosso do Sul, 2017), Estudos de Recepção – arte contemporânea em espaços domésticos (2015, também com Gabriel Menotti), entre outras. Atua desenvolvendo projetos curatoriais e arquitetônicos voltados para exposições de arte.
aglaizedamasceno.bandcamp.com instagram.com/desenhosonora https://br.pinterest.com/AglaizeNuvem/ my-visual-art/
www.cargocollective.com/clrsampaio www.clrsampaio.com
Marcelo Forte
Rita Gaspar Vieira
Vanda Madudeira
Artista visual brasileiro, é investigador de Doutoramento em Estudos Contemporâneos pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra. Mestre em Arte e Cultura Visual pelo Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual da Universidade Federal de Goiás. Possui licenciatura plena no curso de Artes Visuais - Desenho e Plástica pela Universidade Federal de Santa Maria. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte, Educação e Cultura (GEPAEC) da UFSM e da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual (APECV). Trabalha a partir de diferentes meios e materialidades, como o desenho, a colagem, o objeto e o bordado. Tem participado de exposições individuais e coletivas, além de intervenções em espaços urbanos no Brasil, Portugal, Espanha e Alemanha.
Nasceu em Leiria em 1976, onde vive e trabalha. Estudou Artes Visuais na F.B.A.U.L., onde fez a Licenciatura em Artes Plásticas – Pintura; o Mestrado em Teorias da Arte e o Doutoramento em Belas Artes – na especialidade de Desenho. Expõe regularmente desde 2012, destacando-se: intervenção em esp. Públicos, em 2004, SPM (parceria N.S.V.), Leiria; projetos editoriais - Feed and Feedback – C. Room (Proj. Biblioteca do Amor, des. por Sandra Cinto) – C. Art Center Cincinnati, U.S.A. e Indifferent Forms - Replika Publishing, Berlim; exp. individuais em 2018: Colorido Pelo Sol, Museu Soares dos Reis e Quase Galeria (c. Fátima Lambert), Porto; Voo Raso – Res. Artística Paulo Reis, no At. Fidalga, São Paulo (c. Lola Fabres); O Caminho das Formigas – Galeria Andrea Rehder, São Paulo; Avessa – Galeria Belo Galsterer, Lisboa e Simpósio – Appleton Square, Lisboa, (c. Sérgio Fazenda Rodrigues); em 2016, entre outras. O seu trabalho está representado em várias coleções privadas e institucionais como a PLMJ. Pertence ao Centro de Investigação Techn&Art, Instituto Politécnico de Tomar, Campus de Tomar, Portugal.
Artista plástica, vive e trabalha em Coimbra. Licenciada pela ESAD-CR (Escola Superior de Arte e Design) das Caldas da Rainha em 2002. Frequentou o Mestrado de Arte Contemporânea da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto entre 2007 e 2009. Encontra-se a frequentar o Doutoramento em Arte Contemporânea do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra desde 2012. É membro activo de vários colectivos artísticos dos quais destaca Pizz Buin. Desde 2005 que se encontra a desenvolver o projecto intitulado Desenho de Depois do Buraco, onde desenvolve o lado mais relacional do desenho. O desenho é o in-put para outros médias, acções e colaborações artísticas. Fez algumas incursões na música com os colectivos Cospe na Cobra e Motor ou como Pombinha em Tony Chaleira. Participa em diversas exposições, entre outras salienta: Tractus Adumbratio, Exposição 289, projecto de Pedro Cabrita Reis, (Faro – 2018); Variações Várias, Salão Brazil (Coimbra - 2018); Adumbratio Ceramicus Actio #1, Noites de Lua Azul (Caldas da Rainha - 2017); Vulvocalamus Bambusoides, Jardim Atlântico, Colégio das Artes (Coimbra - 2017); entre outras.
www.flickr.com/photos/marceloforte/albums
www.instagram.com/ritagasparvieira/
wwww.pizzbuin.com
Artistas participantes
Agradecimentos
Aglaíze Damasceno Clara Sampaio Marcelo Forte Rita Gaspar Vieira Vanda Madureira
Ana Costa e José Vieira Viarco Portugal Antônio Coimbra Daniela Ferreira Patrício Macedo Oliva Creative Factory Efrain Almeida Daniel Ramos Pires Instituto Politécnico de Tomar Universidade de Coimbra Colégio das Artes Pedro Pousada António Olaio
Design gráfico Clara Sampaio
CRÉDITOS
Textos iniciais António Olaio Pedro Pousada Textos e imagens Cada seção possui textos e imagens produzidos pelos respectivos artistas
Publicação concebida a partir de projeto de residência artística coletiva, proposto por Aglaíze Damasceno, realizado na Viarco, Fábrica Portuguesa de Lápis, em parceria com a Oliva Creative Factory, em São João da Madeira. A residência ocorreu em dois turnos, entre os dias 10 e 14 de setembro de 2018, e 05 e 08 de outubro de 2018. A impressão foi realizada em parceria com o Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Essa versão digital contem registros da exposição realizada na própria fábrica entre os dias de 23 de março a 26 de abril de 2019. ISBN: 978-989-54332-5-4 Depósito legal: 453430/19