Xadrez da Teoria à Prática

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"A criatividade, a imaginação e a intuição, nas quais baseio meu jogo, são indispensáveis, assim como o caráter firme; o triunfo vem somente na luta." Gary Kasparov

Clauber Figueiredo Martins Belém – PA – 2006 www.lpx-pa.com.br


APRESENTAÇÃO “Os hindus explicam pelas casas do tabuleiro a passagem do tempo e das idades, as grandes influências que regem o mundo e os vínculos que unem o xadrez com as almas humanas.” Al Masudi, historiador árabe, no ano de 947. Há aproximadamente dois mil anos, em algum país do oriente surgia o chaturanga, que se transformou no atual jogo de xadrez. Através de inúmeras guerras e novas rotas comerciais, o xadrez foi introduzido em muitos países do ocidente, passando por novas metamorfoses. A característica principal do xadrez praticado nessa época era a profunda elitização que sofria sendo chamado “jogo dos reis e rei dos jogos”. Uma mudança importante se dá quando no século XV Gutemberg cria o tipo móvel, possibilitando a impressão de livros de xadrez ainda no século XV, como é o caso do Arte breve y introduccion muy necessaria para saber jugar el Ajedrez do espanhol Lucena, publicado em 1497.A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro possui um dos poucos exemplares deste livro existentes no mundo. Com a proliferação dos livros de xadrez ocorre a primeira democratização significativa do jogo. A segunda democratização do jogo de xadrez ocorrerá na Europa do leste, já no início deste século. A URSS investe massivamente no jogo de xadrez e resolve adotá-lo como um complemento à educação, experiência esta que foi utilizada com sucesso em muitos países, sendo algumas aqui relatadas. Partindo da premissa de que o desenvolvimento do raciocínio é elemento fundamental para o engajamento sócio-político de cada cidadão, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná oferece mais este projeto de cunho inovador, que visa ensinar o jogo de xadrez nas escolas como complemento geral à educação. Através dessa atividade o aluno terá não apenas mais uma opção de lazer, mas a possibilidade de valorizar o seu raciocínio através de uma atividade lúdica. A escola terá mais uma ferramenta pedagógica para atingir os seguintes objetivos: desenvolver o raciocínio lógico; desenvolver habilidades de observação, reflexão, análise e síntese; desenvolver habilidades e hábitos necessários à tomada de decisões; compreender e solucionar problemas pela análise do contexto geral em que estão inseridos; ampliar os interesses pelas atividades individuais; melhorar o desempenho escolar em todas as áreas de estudo e, em particular, em matemática. Deve-se ter em mente que o xadrez reproduz uma situação de guerra, mas num contexto lúdico. Cada jogador funciona como um general na condução de um exército. Suas decisões são fundamentais para ganhar ou perder uma partida, reproduzindo em escala diminuta o que poderia acontecer em uma batalha. É sob esse prisma que a SEED oferece às suas escolas o projeto O Ensino do Jogo de Xadrez nas Escolas, para que possa auxiliar no desenvolvimento das habilidades cognitivas citadas, bem como democratizar este jogo-arte-ciência, cuja origem e história perdem-se no tempo.

“A impossibilidade de conhecer o melhor lance em uma partida de xadrez é que eleva o xadrez de um jogo científico para uma forma de arte, um meio de expressão individual.” John R. Bowman (físico)






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