Caderno de Viagem - Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

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2015

Caderno de Viagem

Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Caderno de Viagem

Cláudia Porto


Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Lei 8.313/91 (Lei Rouanet) Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) Edital Conexão Cultura Brasil Intercâmbios nº 1/2014

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Caderno de Viagem

Este caderno é uma coletânea dos registros feitos durante a viagem de duas semanas que realizei em março de 2015 com o apoio da Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura, por meio do EDITAL CONEXÃO CULTURA BRASIL INTERCÂMBIOS Nº 1/2014. Aproveito este momento para agradecer esse apoio. A viagem teve dois objetivos: compartilhar informações sobre o cenário museal brasileiro numa conferência internacional sobre Turismo & Museus, e trazer para o Brasil informações sobre museus britânicos, colhidas numa série de visitas, entrevistas e reuniões com museus na Inglaterra e na Escócia. Neste caderno, dedico-me a fazer a narrativa das visitas: o que vi e ouvi, fotografei e estudei em uma série de museus que, propositalmente, não estão entre as maiores instituições britânicas. Com exceção de dois ou três, os demais são de médio ou pequeno porte, alguns totalmente desconhecidos do público brasileiro. Selecionei os mais interessantes. Dividi este Caderno de Viagens em duas partes: • •

Os Museus: principais instituições visitadas e as observações registradas em cada uma; As Imagens: registro fotográfico de museus e exposições.

Ao final do caderno, relaciono alguns pontos significativos sobre o funcionamento dos museus britânicos visitados, como um todo. Trouxe comigo vários relatórios, catálogos, apresentações e material educativo. Ao longo deste ano, o estudo desse conteúdo será convertido em novos itens, como apostilas, mini-cursos ou e-books. Há bastante tempo noto um interesse real de museus brasileiros e estrangeiros em desenvolver trabalhos colaborativos entre si: de projetos entre universidades a intercâmbios de especialistas, de exposiçõe, projetos participativos digitais e muitos outros. Espero que o conteúdo apresentado - aqui e no decorrer de 2015 - contribua um pouco mais para a crescente aproximação entre os países.


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Agenda de viagem

9 mar

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Saída do Rio de Janeiro com destino a Londres.

10 mar

Chegada em Londres.

11 mar

Viagem para Birmingham, para o encontro "Tourism & Museums".

12 mar

Participação no encontro (manhã e tarde), ocorrido no Birmingham Museum and Art Gallery (BM&AG).

13 mar

Pela manhã, visita às exposições do BM&AG; à tarde, viagem para uma vila próxima a Oxford.

14 mar

Visita aos museus The Ashmolean Museum, Oxford University Museum of Natural History e Natural History Museum de Tring.

15 mar

Retorno a Londres.

16 mar

Reunião com a diretora de Estratégia e Planejamento do Science Museum of London e visita ao museu. Visita à exposição "Alexander McQueen: Savage Beauty", no Victoria & Albert Museum, produção em parceria com Swarovski, e que apresenta o trabalho visionário do designer de moda inglês, de 1992 até sua coleção (inacabada) de 2010.

17 mar

Reuniões (manhã e tarde) no Horniman Museums & Gardens.

18 mar

Reunião com a diretora e membros da equipe do Freud Museum (manhã); Reuniões no Horniman Museums & Gardens (tarde).

19 mar

Viagem a Edinburgo, Escócia (visita a projeto do Art Link Scotland e à Collective Gallery).

20 mar

Reuniões (manhã e tarde) no Horniman Museums & Gardens.

21 mar

Visita à Wellcome Collection; retorno ao Brasil.


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Os Museus Instituições visitadas: Ashmolean Museum ∙ Birmingham Museum & Art Gallery ∙ Collective ∙ Freud Museum, London ∙ Horniman Museum & Gardens ∙ Natural History Museum at Tring ∙ Oxford University Museum of Natural History ∙ Science Museum ∙ Victoria & Albert ∙ Wellcome Collection Com exceção do pequeno museu em Tring e do V&A (onde fui especialmente para a exposição “Alexander McQueen - Savage Beauty”), realizei nos demais longas visitas, muitas vezes acompanhadas de reuniões com a direção e os curadores, ou de conversas com técnicos e voluntários. Principais pontos de interesse: • Sustentabilidade financeira • Desenvolvimento de público • Gestão de projetos • Comunicação digital • Programação & serviços • Produtos à venda e suas relações com o acervo • Interesse em desenvolver projetos com o Brasil

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1. Birmingham Museum & Art Gallery Aberto em 1885, o Birmingham Museum & Art Gallery ocupa um bem tombado no centro da cidade. Possui mais de 40 galerias de arte, artes aplicadas, história social, arqueologia e etnografia. • •

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Horários: de 2ª. a domingo, em geral das 10 às 17h. Fecha apenas nos dias 24, 25 e 26 de dezembro. Abre inclusive no dia de Ano Novo (11 às 16h). Sustentabilidade: o museu recebe recursos do Birmingham City Council, do Arts Council England, do Heritage Lottery Fund e do Millennium Point Trust, mas depende de doações para a realização de ações e atividades anualmente. Tem Associação de Amigos, programa de doadores, patronos, incentiva a doação em testamento ("Leave a Legacy"). Investe em parcerias e captação de recursos para projetos específicos. A entrada é gratuita, mas paga nas exposições temporárias. Tem um café/restaurante de grandes dimensões no térreo e uma loja com uma ampla variedade de produtos, desde livros e cadernos a miniaturas de objetos do Staffordshire Hoard (vide abaixo). Exposições: As galerias de arte são famosas pelas pinturas Pré-Rafaelitas. Uma ala recentemente aberta mostra a história do Staffordshire Hoard, o maior tesouro de artefatos de ouro e prata anglo-saxão descoberto até hoje. Foram mais de 3.500 itens descobertos em 2009 num campo próximo à vila de Hammerwich. A coleção histórica retrata a cidade e seu povo, desde as primeiras ocupações, período medieval, passando pela II Guerra Mundial e chegando aos dias atuais. O museu expõe também suas coleções gregas, romanas e da Antiguidade Egípcia. Além das exposições permanentes, o museu tem uma agenda importante de mostras temporárias: pude ver uma parte da montagem da exposição "Love is Enough: William Morris and Andy Warhol". Programas Educativos: "trilhas" para famílias explorarem as galerias: Animais na Arte, Vagões de Trem Escondidos e outros; mochilas para exploração do Staffordshire Hoard, com livro de história, quebra-cabeças e outras atividades interativas. Para escolas há seções para estudantes e professores, "Museum in a Box" (programa extra-muros, 200 caixas com objetos do acervo para serem usados em sala de aula), visitas guiadas sobre temas previamente selecionados. Organiza visitas à Reserva Técnica. Programação cultural: De visitas e palestras a concertos e encontro com conservadores das coleções. Digital: Site bastante informativo que fala sobre história, coleções, agenda, serviços e programas, e fornece informações sobre empréstimos, conservação, voluntariado etc. Dá também acesso ao BMAGiC, base de dados para acesso às coleções.O museu tem um blog e página no Facebook. Voluntariado: O museu tem um programa de voluntariado em diversas áreas, corporativas e de atendimento a público.


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2. Collective Collective é uma instituição dedicada às artes visuais contemporâneas que está desenvolvendo um grande projeto de exposições, apoio a artistas e projetos culturais em Edinburgo, na Escócia. A iniciativa, apoiada pelo City of Edinburgh Council, foi criada em 1984 para ajudar artistas novos e emergentes a exporem seus trabalhos na cidade. É hoje uma das peça-chave na vida cultural de Edinburgo. Atualmente, a Collective comissiona trabalhos de artistas cujas carreiras estão em um ponto decisivo de desenvolvimento. A galeria está localizada no antigo Observatório da Cidade e Domo (City Observatory and City Dome), numa das principais elevações de Edinburgo, Calton Hill, que formam um sítio declarado Patrimônio Mundial pela Unesco. O parque é bastante visitado e permite visão panorâmica da cidade. Collective está trabalhando em conjunto com o Conselho da Cidade em um plano para o novo City Observatory. A ideia é devolver, até 2016, todos os espaços do parque ao público, com salas para eventos, trabalhos comissionados com artistas, projetos participativos e extra-muros. Estes últimos incluem o Programa Satellites, o Observers' Walks, o All Sided Games e outros. Uma reforma no City Dome já permitiu a criação do maior espaço expositivo da galeria disponível no momento, que é voltado para exposições temporárias de arte contemporânea. Um café ao ar livre funciona no parque. • •

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Horários: praticamente todos os dias do ano de 3ª. a domingo, das 10 às 16h. Público: formado por jovens estudantes de arte, especialistas e professores, turistas e público visitante do parque. São realizadas pesquisas periódicas de visitação. Em 2013, tiveram 85% que visitavam a galeria pela primeira vez, provenientes de visita ao parque. 69% dos visitantes entre 2013-14 vieram de fora de Edinburgo e 29% desse grupo veio do exterior. O acesso é gratuito. Sustentabilidade: o projeto é apoiado pelo Conselho da Cidade e depende de captação de parceiros para a viabilização do plano para 2016. Equipe: 8 pessoas (Direção, Programa, Coordenador de Projetos e Fundraiser, Comunicação, Produção, voluntários) Voluntários: a galeria recruta dois assistentes de projeto voluntários a cada seis meses, para trabalho 3 dias por semana. Há também possibilidade de envolvimento ad hoc , ajudando a montagem de eventos, instalações e outros projetos.

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3. Freud Museum O Freud Museum, London é um museu casa, que mantém os ambientes de quando foi residência de psicanalista Sigmund Freud (incluindo o consultório com o famoso divã) e, depois do falecimento deste, de sua filha, Anna Freud. Foi por iniciativa de Ana que se criou o museu. A casa foi residência da família de Freud quando fugiram da Áustria, após a tomada nazista em 1938. Mantêve-se como residência da família até a morte de Anna Freud, filha mais nova, em 1982. O acervo inclui o mobiliário original (trazido da Áustria) e a coleção pessoal de Freud, de cerca de 2 mil antiguidades egípcias, romanas, gregas e orientais. Inclui também coleção de mobiliário austríaco dos séculos XVIII e XIX e a biblioteca pessoal de Freud e de Anna. Atualmente, o museu trabalha vinculando ativamente o legado de Sigmund e de Anna a ideias contemporâneas em arte e cultura, cuidando, simultaneamente, da preservação do acervo. Mantém documentação sobre a vida e o trabalho de Freud e da história da psicanálise, uma biblioteca especializada na história, teoria e cultura da psicanálise, e uma fototeca. • • • •

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Localização: fora do Centro e do circuito dos grandes museus de Londres, cerca de 20 min. de metrô a partir do Centro. Horário: 4ª. a domingo, das 12h00 às 17h00. Público: o museu recebe 45.000 visitantes por ano, dos quais 44% são brasileiros. Equipe: O Freud Museum tem uma equipe pequena e, curiosamente, formada por pessoas de várias nacionalidades (por exemplo, Áustria, Portugal, Romênia e Brasil). Compõe-se da diretora, da vice-diretora (também coordenadora do Educativo), de um coordenador do Programa de Captação, Coordenador de Eventos e Comunicação, Curador, Administrador (Finance Officer), chefe da loja, dois assistentes part-time (atendimento a escolas) e dois funcionários de serviços gerais (limpeza, segurança e recepção). Programas: O museu realiza oficinas, conferências e eventos ao longo do ano, ligados aos seus temas de interesse. Trabalha em estreita colaboração com instituições de psicoanálise e ao Anna Freud Centre. Exposições: Realizam exposições temporárias comissionando artistas contemporâneos para criar novas obras em diálogo com a casa e o acervo. Entre os artistas convidados estão: Sophie Calle, Mat Collishaw e Louise Bourgeois. Um grupo de trabalho se reúne ao final do ano para discutir o Programa Expositivo, incluindo propostas recebidas via web. O planejamento é geralmente bienal. Setor Educativo - trabalha diretamente com escolas e universidades, bem como grupos adultos. Têm programas com professores de primeiro, segundo e terceiro graus. O site disponibiliza bibliografia, atividades


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online como quiz sobre Freud e outras, sempre baseadas no acervo e sua relação com o visitante e o quotidiano. É possível realizar a visita individualmente, com um audio-guia, ou com a intermediação de um voluntário treinado. Voluntários: aceitam voluntários (em geral estudantes ou aposentados da vizinhança) para o trabalho dos programas educativo e de eventos. Sustentabilidade: O museu é uma charity particular, não recebe financiamento público anual. Todos os recursos necessários são levantados pelo museu e seu Conselho. Isso inclui algumas doações regulares - a lista de doadores está publicada no site. Tem um programa de Membership e aceita doações particulares. Seu programa de doações enfatiza a possibilidade de dedução de impostos, bem como direcionar o montante doado para campanhas específicas (como para a conservação do acervo de Freud e Anna). A entrada é paga. O museu aluga espaços para reuniões, eventos privados e filmagens. Tem loja própria (vide abaixo). Digital: O museu tem um site bastante completo, com história, catálogo do acervo digitalizado para consulta, exposição virtual e conteúdo sobre diferentes temáticas ligadas a Freud e à psicanálise. A relação de documentos de Freud está disponibilizada, bem como a coleção de fotografias. Loja: O novo projeto da loja, que conseguiu aumentar o volume de vendas e que inclui a produção de produtos especiais, diretamente ligados a Freud e ao acervo do museu, é coordenado por uma brasileira. O site do museu permite a venda de produtos via web. Vende livros sobre a vida e o trabalho de Sigmund Freud e sobre psicoanálise contemporânea. Oferece uma vasta gama de produtos inesperados e imaginativos, como pantufas e patos de borracha baseados em Freud, cartas "para seu Eu futuro - escreva agora, leia depois", cartões, cadernos, gravuras e vários outros objetos.

4. Horniman Museums & Gardens O Horniman Museum & Gardens é um museu situado num bairro de Londres, afastado do Centro e do circuito dos grandes museus. Foi aberto 1901 por Frederick John Horniman, que herdou a companhia de chá de seu pai, que em 1891 era o maior comerciante de chá do mundo. Horniman dedicou parte de sua vida colecionando objetos, espécimes e artefatos, em suas viagens e em antiquários, reunindo cerca de 30 mil itens. Vinculado ao Department for Culture, Media and Sport, o Horniman Museum & Gardens é uma instituição independente e registrada como independent charity. O Horniman se especializou em Antropologia, História Natural, Etnografia e Instrumentos Musicais. Hoje, seu acervo reúne 350.000 objetos, sendo 1.100 instrumentos. 9


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Além dos prédios para administração e exposição, o Horniman inclui: • 65.000m2 de jardins • Aquário (novo aquário foi inaugurado em 2006) • "Animal Walk", área cercada para pequenos animais • Gazebo • Jardim ornamental • Plantas medicinais e jardim têxtil • Jardim de inverno (Conservatory) • Trilha natural • Jardim sonoro (com instrumentos) • O Pavilhão (The Pavilion), para atividades educativas • CUE (Centro para Compreensão do Ambiente) - aberto em 1996 O museu possui biblioteca, cafeteria ao ar livre, restaurante e loja. Um totem de 6.1 m de altura, instalado à entrada do jardim, foi entalhado em 1985 como parte do Festival de Artes Americanas por Nathan Jackson, um nativo do povo Tlingit (noroeste da América do Norte). O acesso é gratuito ao museu e ao parque, com entrada paga para algumas exposições temporárias, para o Aquário e eventos. O Horniman é bastante frequentado por pessoas menos favorecidas e é reconhecido por seu trabalho com as comunidades carentes do entorno. É também nacionalmente reconhecido por seu trabalho de pesquisa sobre as coleções e pelo Hands On, um programa educativo que utiliza peças da coleção (cópias e originais) para realizar mais de 30 ações diferentes com escolas, professores e grupos. A agenda do Hands On pode incluir até 6 sessões por dia. O programa ocupa uma sala de grandes dimensões no edifício principal do museu e tem um pequeno palco multiuso. O Hands On recebe anualmente 30 mil crianças vindas diretamente pelas escolas, num total geral de 42.000 crianças. • •

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Visitação: o museu abre todos os dias, menos de 24 a 26 de dezembro, das 10h30 às 17h30 Sustentabilidade: o Horniman é uma instituição independente e precisa captar recursos para manter-se, embora receba uma parte do Department for Culture, Media & Sport (DCMS). Tem um Conselho Administrativo (Board of Trustees) que determina suas linhas de ação. Depende de recursos captados junto ao Arts Council England e a doadores (inclusive via web) e tem programa de Membership, de doação para a conservação do Parque, e de herança ("Remember us in your will" - Lembre-se de nós em seu testamento). Realiza campanhas para projetos específicos (estava em curso durante a visita uma campanha para levantar ₤ 9.500 para uma exposição de Mark Fairnington, por meio do Art Fund, uma plataforma de crowdfunding. O projeto previa uma contrapartida ao doador de uma bolsa, gravura emoldurada ou echarpe de seda, dependendo do valor doado (consulta ao site em maio de 2015 comprovou que o museu ultrapassou a meta, levantando ₤ 9.713 junto a 177 doadores). O Horniman


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aluga espaços para exposições temporárias e eventos no museu e nos jardins. Tem loja com produtos ligados à coleção, sobretudo infantis (inclusive bonecos de pelúcia da famosa morsa), um café e um restaurante. Gestão de projetos: utilizam a metodologia de gestão de projetos Prince2, muito empregada na Europa, que pode adequar-se a projetos de grande, médio e pequeno porte. Público: dados gerais 2013/14: 861.261 visitas/ano ao museu e jardins, sendo 698.051 especificamente ao museu. 72% dos visitantes são público em geral, 5% vêm das escolas/educação formal, 12% vêm para eventos e atividades da comunidade. Perfil do público visitante: 60% famílias, 31% grupos adultos, 9% individuais. Um terço de todos os visitantes tem menos de 16 anos, sendo a maioria com menos de 5 anos. 15% vêm de minorias étnicas, 15% vêm de grupos sócio-econômicos mais baixos; 63% são mulheres e 37% são homens. 80% vivem em Londres. Retorno de público: 68% dos visitantes são repetidos (já vieram mais de uma vez) Satisfação na visita: 98% Recomendação: 98% dos visitantes recomendariam a visita ao museu Planejamento de exposições: Têm reuniões quadrimestrais sobre exposições, com o envolvimento de todos os principais departamentos. No momento, o processo está sendo revisto para permitir uma ligação ainda mais estreita com o planejamento de longo prazo relativo ao desenvolvimento de coleções e visão curatorial. Curadoria e exposições: o museu está revendo suas exposições visando uso mais abrangente de suas coleções e a interrelação entre elas. Isso inclui as "coleções vivas". As exposições estão montadas de forma tradicional (a "African World", por exemplo, tem expografia da década de 90) e praticamente não utilizam tecnologia digital. Dividem-se em "Antropologia", "História Natural", "Aquário", "Instrumentos Musicais". O museu realiza frequentemente exposições sobre a cultura de outros países, como China e Romênia, com apoio de instituições internacionais, embaixadas e afins. Programação: Realiza programas específicos ao longo do ano para público adulto, escolas, crianças e famílias; cria ações no parque como feiras de produtos orgânicos e observação de pássaros (com atividades de música e arte relacionadas). A programação é intensa e sempre ligada ao acervo: concertos com instrumentos musicais do acervo, exposições temporárias de arte contemporânea dialogando com os itens ou os temas do acervo etc.. O museu participa de festivais nacionais e promove festivais dedicados a outros países. Temática de exposições e atividades: procuram um diálogo permanente com o contemporâneo e temas instigantes, questionando dogmas e estéticas, aproximando com a experiência de vida do visitante. Instalações de arte contemporânea - por exemplo, sobre taxidermia -, mostras sobre a vida de imigrantes romenos em Londres etc. O museu tem uma sala de exposição interativa exclusiva para crianças. 11


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Equipe: 120 pessoas e um grupo de colaboradores temporários para eventos e atividades especiais. Toda a equipe é pós-graduada e, em geral, tem uma segunda graduação em "Museum Studies", Educação ou na área de pesquisa relacionada ao seu trabalho no museu. Todos são encorajados a continuar seu desenvolvimento profissional, muitos são membros de organismos profissionais. Todos os curadores se envolvem ativamente em networks em suas áreas de especialização, em geral liderando esses grupos. Voluntários: 300 voluntários, incluindo um grupo de 30 jovens que desenvolvem programas para jovens de 14 a 25 anos. A área da RT também utiliza voluntários para a documentação e preservação dos objetos e espécimes. Reserva Técnica e conservação preventiva: a RT do Horniman está localizada em outro prédio, distante cerca de 15 min. (de carro) do museu. O prédio é inteiramente utilizado para a RT e salas de apoio: pesquisa, administração, quarentena (com câmara frigorífica para congelamento a 20 graus C), catalogação etc. Um Programa de Controle de Pestes realiza treinamento periódico com toda a equipe do museu (desde a Direção até os funcionários da limpeza). Utilizam o sistema Mimsy XG para a documentação do acervo. Um projeto de fotografia digital do acervo está atualmente em curso. Digital: Utilizam largamente a internet e as redes sociais, presentes no Tumblr, Twitter, Facebook, Instagram, Pinterest, YouTube e Flick. A equipe de comunicação digital é pequena. Segue uma estratégia específica para cada mídia e cria campanhas e pequenos projetos especiais. Realizam experiências inovadoras, como a campanha premiada com o Marketing Campaign Award 2014, que acompanhou, via Twitter, a itinerância da morsa-símbolo do museu (um animal taxidermizado do acervo) pelo sul da Inglaterra, ou a série que colocou um curador do museu realizando atividades em extremos - como fazer Yoga a 40 graus Centígrados. Os curadores (inclusive os que trabalham na RT) também são estimulados a criar blogs onde postam sobre objetos curiosos ou informações sobre seus trabalhos. O site do Horniman está disponibilizando gradativamente o acervo online (a meta é atingir 33.000 objetos). Um dos highlights de participação no Twitter (além da campanha com a morsa) foi a campanha que postava peças do acervo, perguntando o que as pessoas sabiam - ou imaginavam - sobre elas. O Horniman investe também na criação de campanhas interculturais (cross culture).

5. Science Museum Foi fundado em 1857. É parte do Science Museum Group, que inclui: 1. Science Museum 2. Museum of Science and Industry 3. National Railway Museum (York) 4. National Media Museum and National Railway Museum (Shildon) 12


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O museu fundiu-se com o Museum of Science and Industry de Manchester em 2012. Hoje, suas coleções dividem-se em história da ciência, tecnologia e medicina. Atualmente, o Science Museum dedica-se à criação de um novo "Masterplan", que permitirá o desenvolvimento de novas galerias ("dramáticas"), espaços educativos, áreas e novos serviços para o público, procurando basear-se "no melhor design, tecnologia e acessibilidade". • •

Horário: 10h às 18h todos os dias com exceção de 24 a 26 dez. Entrada gratuita. Fecham uma hora mais tarde nos feriados escolares. Sustentabilidade: Conduz um intenso programa de doações e "Membership" para poder sustentar suas ações de âmbito mundial. Exposições itinerantes garantem parte da receita, além da bilheteria (eventos, atrações especiais e exposições temporárias), cafeterias/restaurantes e loja. Disponibilizam um banco de imagens de 10 million de itens (licença paga), vende publicações e licencia sua marca sob consulta. Aluga espaços para eventos corporativos e privados. Tem Associação de Amigos. Uma urna incentivando doações está localizada à entrada do museu. Doações online são possíveis. Público: Foram 3.3 milhões de visitantes no Science Museum e 5,7 milhões no grupo todo em 2014. Desses mais de 3 milhões de visitantes, 1,5 milhão é representado por famílias. O museu atrai também 100.000 jovens cientistas por ano, por meio de seus programas educativos no Reino Unido. A equipe de Pesquisa de Público existe há 20 anos e reúne profissionais altamente capacitados em nível mundial. É um dos maiores e mais antigos departamentos do gênero no Reino Unido. O trabalho do departamento permite que toda a programaçao, exposições e recursos online estejam realmente dialogando com o público que visita o museu. Está envolvido em todas as fases dos projetos do museu, antes, durante e depois de seu encerramento. Seus estudos permitiram a criação de uma biblioteca especializada. Acervos: Possui mais de 300.000 objetos museológicos, sobretudo nas áreas de história ocidental da ciência, tecnologia e medicina. O Science Museum tem uma das maiores bibliotecas do mundo na área da história da ciência e tecnologia. Temporariamente fechada, reabrirá em 2015 com um novo Centro de Pesquisas. Educativo: recebe cerca de 450.000 crianças e jovens por ano, com um programa de atividades que inclui cursos para professores, visitas escolares, recursos para sala de aula (o museu também vai à escola sob demanda) e um site completo de conteúdo online educativo e interativo. Reserva técnica: Cerca de 12.000 objetos estão em exposição no Science Museum. Os demais 218.000 estão divididos em duas RTs, uma para objetos de grande porte (em Wroughton, no antigo campo de pouso da II Guerra Mundial) e outra para pequeno porte (no Oeste de Londres).

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Programação: Intensa programação de exposições, atividades educativas e atrações, que incluem o IMAX Theatre, um simulador de voo e um salão interativo para crianças que inclui dezenas de atividades. Equipe: O museu conta com uma equipe grande, sendo um grupo de 20 pessoas na curadoria, mais 20 na área de comunicação e marketing. Comunicação: O Science Museum realiza um impressionante trabalho de comunicação, não apenas em peças gráficas e material de divulgação de suas exposições, mas num trabalho de palestras, mostras itinerantes e parcerias que - de acordo com seu Relatório Anual (2012-13), marcou presença em mais de 20 eventos internacionais ao redor do planeta. Pesquisas: O museu tem um departamento de Pesquisa e História Pública, incentivando parcerias com instituições acadêmicas e também com outros profissionais de museus. Realiza pesquisas colaborativas em parcerias de doutorado; publica o Science Museum Group Journal, com discussões sobre ciências, sua história, comunicação e apresentação em museus - o jornal é veículo para as pesquisas realizadas pelo próprio museu. Produção de conhecimento: Além das pesquisas realizadas pelo departamento, o museu disponibiliza gratuitamente estudos e artigos sobre as experiências e projetos que desenvolve, assim compartilhando conhecimento adquirido no trabalho museal com a comunidade mundial. Esses documentos estão disponíveis para download em http://www.sciencemuseum.org.uk/about_us/sharing_expertise.aspx Trabalho com outros museus: Realiza empréstimos; disponibiliza Learning Resources online (http://www.sciencemuseum.org.uk/about_us/sharing_expertise/~/link.as px?_id=0B4358CD4BB542BFB0BA1ADBD0D8F8A4&_z=z); Consultoria Curatorial; Consultoria em Conservação; e projetos colaborativos. Seu programa "Exhibition Partnershi - First Time Out", que exibe pela 1a. vez tesouros escondidos de cinco museus de Londres. Cada objeto fica em exibição em uma instituição por seis semanas, onde é reinterpretado por uma perspectiva diferente. Digital: O site é bastante informativo (12 milhões de visitas/ano), mas a presença digital está sendo reavaliada e um novo projeto deverá ser lançado. Presença social no Facebook, Twitter, YouTube, Flickr, Pinterest e Google Plus, cada uma com uma estratégia específica de atuação. Serviço de newsletter online. Loja virtual para compra online de uma variada gama de itens, inclusive relacionados às exposições temporárias. Tem um site especial com conteúdo educativo para estudantes e professores, com material interativo (jogos, textos e atividades) e para download.

6. Oxford University Museum of Natural History Foi inaugurado em 1860 e expõe o acervo de história natural da Universidade de Oxford, a mais antiga do Reino Unido, formada 36 faculdades fundadas entre os 14


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séculos XIII e XVI. Ocupa um grande prédio neogótico no centro da cidade de Oxford, próximo de Londres. É um museu com expografia bastante tradicional, com uma quantidade surpreendentemente grande de objetos expostos. Utiliza poucos recursos interativos e nenhum recurso tecnológico. Realiza exposições temporárias. • •

Horários: 10h às 17h, todos os dias. Sustentabilidade: entrada gratuita. O museu pertence à Universidade. Seu trabalho curatorial e programas são apoiados pelo Arts Council England e pelo Higher Education Funding Council for England. Incentiva doações (dedução de impostos), mas a comunicação do programa é discreta no website. Tem um café e uma pequena loja de produtos relacionados ao acervo. Acervo: Coleções de zoologia, entomologia, geologia, paleontologia e mineralogia. As Coleções da Terra incluem larga cerca de 375.000 espécimes fósseis e as zoológicas, cerca de 250.000 espécimes. A Biblioteca tem mais de 19.000 volumes, incluindo livros raros. A coleção de offprints contém mais de 80.000 itens catalogados. O Arquivo guarda uma variedade de artigos, fotografias e mapas ligados aos espécimes coletados e vários fundos de naturalistas britânicos de relêvo. Pesquisa: Como parte da Universidade, o museu tem sido um dos líderes mundiais na pesquisa e no debate científico desde sua abertura. Realiza pesquisas em geologia, paleobiologia, zoologia e arqueologia, e possui laboratórios de imagem paleontológica e zoológica, de micropaleontologia e arqueologia ambiental. Programação e Educativo: A programação de eventos especiais inclui programas para adultos, consertos, palestras, oficinas e lançamentos de livros. Eventos regulares incluem "Spotlight specimens" (tipo mostre-econte), "Café Scientifique" (conversa com cientistas com uma taça de vinho) e "Science Saturdays" (cientistas da universidade e público investigam juntos espécimes da coleção). O Educativo concentra-se em escolas e universidades, com sessões hands-on, oficinas e "dias de estudo". Há uma intensa programação para adultos, crianças, jovens, famílias e professores. Voluntários: São recebidos para uma variedade de trabalhos sobretudo com o público e produção de eventos, mas um pequeno grupo trabalha com as coleções, em curadoria, educação ou na parte administrativa. Muitos voluntários vêm das faculdades. Digital: Website com tour virtual, informações sobre atividades, coleções e serviços. Disponibiliza coleções online (área atualmente sendo reorganizada). Não está nas redes sociais, mas divulga o aplicativo "Explore Oxford Universidy Museums", que lista objetos das coleções dos museus da Universidade, a agenda de exposições e eventos e dá informações para a realização de visitas. O site incentiva o público a levar rochas e outros itens para serem examinados pelos especialistas do museu.

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As Imagens Entrada do Birmingham Museum & Art Gallery

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Mochilas para atividades com famílias, Birmingham Museum & Art Galler.

Brinquedo criado com blocos de madeira e papel. A partir do modelo à esquerda, o visitante deve procurar os blocos com os elementos arquitetônicos corretos para montar, no espaço vazio mais ao fundo, um edifício medieval. Birmingham Museum & Art Gallery

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Loja do Birmingham Museum & Art Gallery

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Sala de exposição do Birmingham Museum & Art Gallery

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Atividade educativa: quebra-cabeças em madeira a partir de obra de arte. Birmingham Museum & Art Gallery

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Alguns museus destacam, nas exposições, o trabalho realizado pela equipe de conservação e restauração. Esta vitrine mostra objetos utilizados no trabalho de conservação preventiva. Birmingham Museum & Art Gallery

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Mesa interativa digital. Birmingham Museum & Art Gallery

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Área usada pelos grupos escolares na exposição do Staffordshire Hoard. A mesa serve de apoio às atividades educativas e tem jogos entalhados no tampo de madeira. Birmingham Museum & Art Gallery

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Detalhe da exposição "Staffordshire Hoard", Birmingham Museum & Art Gallery

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Material educativo do Birmingham Museum & Art Gallery

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Uma das salas da exposição sobre a história da cidade, Birmingham Museum & Art Gallery

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A exposição sobre a história da cidade chega ao momento atual. Birmingham Museum & Art Gallery

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Os moradores da cidade espelhados na exposição: o Professor Black faz fantasias para o Carnaval de Birmingham desde 1984.

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Participação do público: "Em todo o mundo, pessoas ainda são escravizadas. O que você acha que podemos fazer para isso?"

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Botão da coleção à esquerda é apresentado à direita em réplica aumentada, permitindo que se vejam os detalhes. Birmingham Museum & Art Gallery

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Brinquedo criado com blocos de madeira e papel. A partir do modelo à esquerda, o visitante deve procurar os blocos com os elementos arquitetônicos corretos para montar, no espaço vazio mais ao fundo, um edifício medieval. Birmingham Museum & Art Gallery

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Entrada do Freud Museum.

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Um dos ambientes do Freud Museum.

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Objetos criativos e às vezes até irreverentes (veja as pantufas de Freud à direita, embaixo) da loja do Freud Museum.

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Horniman Museum and Gardens: detalhes dos edifĂ­cios e jardins.

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Interpretação da paisagem. Horniman Museum and Gardens

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Cuidado em informar sobre o que está acontecendo no parque. Aqui, o trabalho de preparação da terra. Horniman Museum and Gardens

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Vista e detalhe do Jardim Musical, Horniman Museum and Gardens

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Atividades educativas, Horniman Museum and Gardens

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Carrinhos de bebês à entrada de uma exposição do Horniman.

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Aquรกrio do Horniman Museum and Gardens.

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

No Horniman, a exposição de história natural com a famosa morsa ao centro, em seu "iceberg".

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Salão da coleção "Hands On", um dos carros-chefe do Educativo do Horniman Museum and Gardens

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Outra vista da coleção "Hands On", Horniman Museum and Gardens

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Moedas com detalhes evidenciados nas ilustrações. Mais abaixo, voluntário dando informações sobre itens do acervo: no caso, uma moeda da época de Carlos Magno. Ashmolean Museum.

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Vista de uma das exposições do Ashmolean Museum.

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Entrada do Oxford University Museum of Natural History

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Vista geral de uma das exposições do Oxford University Museum of Natural History

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Detalhe de exposição do Oxford University Museum of Natural History

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Diálogo com a preservação ambiental no mundo contemporâneo: um dos espécimes do acervo, reintroduzido em seu habitat natural. Oxford University Museum of Natural History

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Vitrine no Oxford University Museum of Natural History

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Formas de despertar o interesse do público. Oxford University Museum of Natural History

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VisĂŁo geral de galerias do Science Museum

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Exposição temporária no Science Museum

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Os videos com especialistas aparecem após o visitante participar de uma rápida pesquisa na superfície touchscreen. A pesquisa gerava dados para uma pesquisa científica real, que estava sendo realizada pela universidade parceira. Science Museum

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Sala de atividades interativas, Science Museum

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Vista de uma das exposições do Science Museum

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Painel traz parte da programação do Science Museum

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Galerias do Natural History Museum, Tring

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Abaixo, visão de uma das galerias. Na foto menor, atividade para crianças. Natural History Museum, Tring

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Entrada da Wellcome Collection

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Detalhe de uma exposição da Wellcome Collection. Diálogo com a arte contemporânea na mostra sobre saúde e obesidade.

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Outra área da Wellcome Collection. As estruturas vermelhas são cabines de vídeo.

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Sala sobre o corpo humano, Wellcome Collection, e vitrine na exposição sobre Sexologia.

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Pontos a Destacar Sustentabilidade financeira - Todos os museus, mesmo os que são financiados pelo governo, consideram a captação de recursos parte fundamental de seu planejamento. Isso se traduz, em parte, na contratação de pessoal dedicado ao assunto (nem que seja apenas uma pessoa), na existência de um conselho com função de captação e aprovação de contas, na contratação de diretores e administradores capacitados e motivados, na realização de um cuidadoso planejamento de longo, médio e curto prazo e no investimento em parcerias. Fechando as contas - Nenhum museu britânico pode sustentar seus programas com as verbas recebidas pelo governo (ou universidade a que está ligado). Por isso, investem em programas de membership, de doações, apresentam projetos em "editais" e se dedicam a criar uma rede de relacionamento forte, que seja capaz de alavancar recursos financeiros e materiais. Agenda cultural - Para fechar as contas é preciso atrair público. Assim, os museus britânicos investem numa agenda intensa de programas culturais (alguns, como o Horniman, têm mais de 30 eventos diferentes por semestre). Por padrão, as exposições permanentes são gratuitas e as temporárias são pagas. Atividades como concertos, cursos, piqueniques, palestras, filmes e festivais costumam ser pagos. O planejamento - e o sucesso - dessas atividades passa por conhecer o público alvo (pesquisas de público) e pela capacidade das equipes de criarem uma agenda coerente com o museu, sua missão, objetivos e acervo. O museu está aberto - Estar aberto a maior quantidade possível de dias por ano é considerado parte do compromisso com o visitante e o turista. Nenhum museu fecha nos feriados (exceto no Natal). Mesmo que nem todos possam ainda ficar um dia na semana abertos até mais tarde, essa questão está na pauta dos museus como um todo e é uma meta que se deseja alcançar. Programa para a noite - Eventos como o Museums at Night (coordenado pela Culture24), em que os museus oferecem uma programação intensa (paga) até tarde da noite, durante alguns dias, são um importante gerador de público. Em 2014, esse evento gerou 180.000 visitas a 700 eventos em 500 museus britânicos, levando 33.000 pessoas a visitar um museu ou galeria pela primeira vez. Serviços de alta qualidade - Os museus têm pelo menos um café, ou um restaurante, e uma loja com produtos de qualidade, bom design e relacionados às coleções permanentes e temporárias. Muitos investem em material criativo e surpreendente. Além de serem uma importante fonte de renda para o museu, são considerados parte de se oferecer ao visitante uma experiência agradável e completa. Todas as instalações sanitárias que visitei estavam impecavelmente limpas, eram novas ou reformadas; algumas tinham instalações para crianças, baixas e coloridas.

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Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Pessoal altamente qualificado - Investir na qualidade do pessoal é premissa básica. Há elevados critérios para contratação (pós-graduação e até mais de uma graduação, resultados alcançados em empregos anteriores, atuação em networking etc.) e incentivo do crescimento profissional das equipes. Os museus maiores costumam implementar programas de avaliação de desempenho. Voluntariado - Os programas de voluntariado são parte importante do funcionamento dos museus. Dependendo da instituição, podem voltar-se mais para estudantes de graduação e pós-graduação, aposentados e mesmo moradores da vizinhança. O voluntariado é considerado uma atividade importante na capacitação acadêmica e os programas são desenhados para que ambas as partes museu e voluntário - sejam beneficiados. Pesquisa de público - A maior parte dos museus realiza periodicamente, há vários anos, pesquisas de público quantitativas e qualitativas, incluindo pesquisa de satisfação. A análise dos resultados é considerada peça-chave para o planejamento do museu no longo prazo e para a realização de programas e atividades. Comunicação - Uma das áreas em que é mais evidente o investimento dos museus, pelo menos os de grande e médio porte, é a da Comunicação, tanto no que se refere à comunicação visual (expografia, sinalização interna e externa, folheteria etc.) quanto no empenho em criar um Programa de Comunicação competente e dinâmico, que inclua diferentes mídias, plataformas e ações. Para isso, as equipes de Comunicação trabalham em estreita colaboração com os demais departamentos do museu. Digital - Todos os museus estão na internet, alguns em várias plataformas. Os sites são informativos e abrangentes, construídos de forma competente, dotados de bom design, boa navegabilidade e conteúdo textual adequado. A maioria dos museus tem - ou está trabalhando para ter - seu acervo online. Mas nem todos exploram outras possibilidades digitais, como as mídias sociais, os aplicativos, os QR Codes, os i-beacons ou as ferramentas interativas. A presença digital nas exposições é tímida - quando existe - e os projetos digitais participativos e colaborativos ainda estão sendo discutidos e experimentados. Bases de dados complexas (como as que se vê em museus americanos, por exemplo, em que a visita de cada individuo é registrada, criando para ele um "museu virtual" e gerando para o museu dados de visitação obra a obra) não foram observadas. Interesse no Brasil - Vários museus se disseram interessados em conversar com instituições brasileiras para realizarem (a) visitas de estudo e intercâmbio profissional, (b) itinerância de exposições, (c) projetos de residência artística, (d) projetos de pesquisa com interesses comuns, (e) fóruns e palestras. A barreira da língua é uma constante, porém, inclusive na identificação de potenciais parceiros, já que a maioria dos museus brasileiros não têm informação em inglês e já que a maioria dos britânicos não fala português. No entanto, o interesse existe, e o diálogo pode ser facilitado por instituições como o British Council e por consultores brasileiros com essa linha de atuação, como é o meu caso. 66


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Relação de museus visitados The Ashmolean Museum www.ashmolean.org/ Beaumont Street, Oxford OX1 2PH, United Kingdom tel: +44 1865 278000 Birmingham Museum & Art Gallery http://www.birminghammuseums.org.uk/bmag Chamberlain Square, Birmingham B3 3DH tel: +44 0121 348 8000 Collective http://www.collectivegallery.net/ City Observatory & City Dome, 38, Edinburgh, Midlothian EH7 5AA tel: +44 131 556 1264 Freud Museum, London http://www.freud.org.uk/ 20 Maresfield Gardens, London NW3 5SX tel: +44 (0)20 7435 2002 fax: +44 (0)20 7431 5452 Horniman Museum & Gardens http://www.horniman.ac.uk/ 100 London Road, Forest Hill, London SE23 3PQ tel: +44 020 8699 1872 Oxford University Museum of Natural History http://www.oum.ox.ac.uk/ Parks Road, Oxford OX1 3PW +44 1865 272950 Natural History Museum at Tring www.nhm.ac.uk/tring Natural History Museum The Walter Rothschild Building, Akeman Street, Tring, Hertfordshire HP23 6AP Tel: +44 20 7942 6171 Science Museum, London www.sciencemuseum.org.uk/ Exhibition Road, London SW7 2DD Tel: +44 870 870 4868 67


Anotações de uma museóloga brasileira sobre museus britânicos

Victoria & Albert Museum (V&A) http://www.vam.ac.uk/ Cromwell Road, London SW7 2RL tel: +44 (0)20 7942 2000 Wellcome Collection http://wellcomecollection.org/forensics 183 Euston Road, London NW1 2BE tel: +44 (0)20 7611 2222

Contatos Cláudia Porto Consultora de museologia (museus digitais, interpretação de coleções e parcerias internacionais) www.claudiaporto.com @claudiaporto

Licença de Uso Atribuição-SemDerivações-SemDerivados CC BY-NC-ND Esta licença permite o download e o compartilhamento deste Caderno desde que atribuídos os devidos créditos. Não permite qualquer forma de alteração do original nem sua utilização para fins comerciais.

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