Claudio Moreira
GUIA PRÁTICO DE
ESCRITA ACADÊMICA O passo a passo para você escrever Papers, Artigos Científicos e Monografias/TCCs
Guia Prático de Escrita Acadêmica
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Claudio Moreira Copyright © 2020 by Claudio Moreira/Claudio Academy Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, sem a autorização expressa da autora ou seus representantes legais (Lei no 9.160/1998). Produção Editorial TotalTexto Comunicação Edição e Revisão de Texto Claudio Moreira Projeto Gráfico e Capa Claudio Moreira Revisão Final Claudio Moreira Editoração Eletrônica TotalTexto Comunicação Claudio Academy Rua Alzira Alves de Carvalho, 140 Casa 1 — Jd. Casa Grande CEP 18.211-010 Itapetininga, SP Fone: +55 15 9 9861 6571 e-Mail: contato@claudioacademy.com.br Site: www.claudioacademy.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) M838g Moreira, Claudio. Guia prático de escrita acadêmica: o passo a passo para você escreverpapers artigos científicos e monografias/TCCs / Claudio Moreira. – 1. ed. – São Paulo: Claudio Academy, 2020. 111 p. - (Guias Acadêmicos; v.1) Inclui bibliografia
ISBN 978-65-86721-36-2
1. Redação acadêmica. 2. Redação técnica. I. Título. II. Série. CDU-001.8 CDD-808.06
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Claudio Moreira
Sobre o autor Claudio Moreira é jornalista, escritor e coach de escrita acadêmica. Atua também como editor freelance. É autor de Construção da Política de Segurança Alimentar e Nutricional de São Luís (Prefeitura Muncipal de São Luís/SEMSA, 2008). Editou, pela OmniBooks, Quando Fala o Coração (2010). Por dois anos, foi redator do portal Cosmo Online e repórter do Correio Popular, ambos pertencentes à Rede Anhanguera de Comunicação (Campinas, SP). É fundador da Claudio Academy (claudioacademy.com.br), site especializado em treinamento em escrita acadêmica. Contribui com artigos para revistas e jornais.
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Sumário
Agradecimentos.....................................................................................................................................14 Apresentação.........................................................................................................................................16
Parte 1 — Fundamentos e Técnicas de Estudo.......................................................................................18 1. O Que é Ciência ...................................................................................................................................... 18
1.1. Mito e Religião.................................................................................................................................19
1.2 Filosofia e Ciência............................................................................................................................19
1.3 Classificação das Ciências...............................................................................................................20
1.4 Teorias Científicas do Mundo...........................................................................................................21
2. Conhecimento, indução e dedução ......................................................................................................... 24 2.1. Fontes do Conhecimento ................................................................................................................ 24 2.2. Indução e dedução..........................................................................................................................26
3. Método Científico: Conceitos Básicos ..................................................................................................... 28 3.1 Método Científico ............................................................................................................................. 28 3.2. Questão .......................................................................................................................................... 29
3.3. Hipótese..........................................................................................................................................29
3.4. Experimento....................................................................................................................................29 3.5. Avaliação ........................................................................................................................................ 30
3.6 Conclusão........................................................................................................................................30
4. O Texto Científico....................................................................................................................................32
4.1 Definição de texto científico..............................................................................................................32 4.2 A linguagem ..................................................................................................................................... 32 4.3 O formato ......................................................................................................................................... 33
4.4 A publicação.....................................................................................................................................33
5. Tipos de Trabalho Acadêmico.................................................................................................................34 5.1 Fichamento......................................................................................................................................34 5.2. Resumo...........................................................................................................................................35
5.3. Resenha..........................................................................................................................................36 5.4. Ensaio.............................................................................................................................................37 5.5. Paper .............................................................................................................................................. 37
5.6. Artigo de Conferência......................................................................................................................38 5.7. Artigo Científico...............................................................................................................................39 5.8. Monografia......................................................................................................................................39
5.9. Dissertação e Tese..........................................................................................................................40
6. Como Estudar e Fazer Anotações...........................................................................................................42 6.1. Tipos de estudo...............................................................................................................................42
6.2. Como ler um texto ........................................................................................................................... 44
6.1. Como fazer o fichamento de um texto ............................................................................................. 44 6.2. Como fazer o resumo de um livro .................................................................................................... 45 6.3. Como tomar notas durante a leitura.................................................................................................46
7. Onde Encontrar Fontes .......................................................................................................................... 48
7.1 Tipos de fontes e onde encontrar ..................................................................................................... 48
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Guia Prático de Escrita Acadêmica 7.2 Como compilar a bibliografia básica.................................................................................................49 7.3 Pesquisa online................................................................................................................................50
Parte 2 — O Processo de Escrita..............................................................................................................54 8. Paper: o passo a passo ........................................................................................................................... 54 8.1. O que é um paper............................................................................................................................54 8.2. A estrutura.......................................................................................................................................54
8.3 O passo a passo...............................................................................................................................55
9. Artigo Científico: o passo a passo............................................................................................................62 9.1 O que é um artigo científico ............................................................................................................. 62 9.2 Estrutura do Artigo Científico............................................................................................................62 9.3 Como escolher o tema .....................................................................................................................63 9.4 Pergunta de pesquisa ...................................................................................................................... 64
9.5 Como reunir fontes bibliográficas.....................................................................................................65
9.6 Como fazer a revisão de literatura....................................................................................................66 9.7 O processo de redação .................................................................................................................... 67 9.8 Escrevendo as seções ..................................................................................................................... 68
10. Monografia: o passo a passo.................................................................................................................80 10.1 Ciclo da pesquisa...........................................................................................................................80
10.2 Observação de fenônemos e escolha do tema...............................................................................81 10.3 A estrutura de uma Monografia ...................................................................................................... 83 10.4 O Título .......................................................................................................................................... 83
10.5 O Resumo e o Abstract...................................................................................................................84
10.6 As Palvras-chave e as Keywords ................................................................................................... 85
10.7 Escrevendo os capítulos da Monografia.........................................................................................85
Parte 3 — Questões de Estilo e Apresentação............................................................................................96
11. As 5 características da boa escrita acadêmica.................................................................................96 11.1 A boa escrita acadêmica................................................................................................................96 11.2 As características ..........................................................................................................................97
12. Como apresentar seu trabalho ............................................................................................................ 100 12.1 As normas ABNT..........................................................................................................................100
12.2 O Manual de Estilo da Faculdade.................................................................................................101 12.3 Fontes e Plágio ............................................................................................................................ 101
13. Indicação de leitura ............................................................................................................................. 104
13.1 Livros de Metodologia Científica...................................................................................................104
13.2 Livros de Normalização Textual ................................................................................................... 105
13.3 Livros de Técnicas de Redação....................................................................................................105
Referências...............................................................................................................................................106 Modelos .................................................................................................................................................... 108
A. Paper...............................................................................................................................................108
B. Artigo Científico...............................................................................................................................109 C. Monografia ...................................................................................................................................... 110
Glossário de Termos Científicos ...............................................................................................................111
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Claudio Moreira "O primeiro passo é sempre o mais difícil." Autor desconhecido "Um bom estilo deve primeiro ser claro." Aristóteles "Não preciso saber tudo, só preciso saber onde encontrar." Atribuído a Albert Einstein
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In memoriam Joselina Moreira JoĂŁo Sousa, meus pais
Para Mauro Sousa Marcos "Bob" Benassi Rosemary Neves
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Agradecimentos Várias pessoas contribuíram para que este livro fosse escrito e merecem ser lembradas aqui. A limitação de espaço não permite, porém, que eu mencione o nome de todas elas. Queria, no entanto, agradecer em especial: Rodrigo Seno, que apoiou minhas ideias desde o começo até que elas tomassem a forma de livro. Seus conselhos e comentários foram muito úteis ao longo do processo. Rosana Cyrineu, que criou as condições ideiais para que eu pudesse escrever. Lauro Martins, que esteve ao meu lado em momentos difíceis e soube, com inesgotável paciência, me ajudar a reencontrar o caminho da tranquilidade. Janete Cattan Sayeg e José Vicente Contatore, que investiram em meu futuro quando eu mesmo já havia desistido. Guilherme Sztrajtman, que acreditou que eu poderia me reinventar profissionalmente. Jesus Aldama, que mais de uma vez me lembrou o ditado de São Gregório Magno que diz: “Não é aos saltos que se sobe uma montanha, mas a passos lentos”. Yuri Regis, que contribui com insights, comentários e sugestões. Bob Almeida, que ofertou tempo e recursos para que meu trabalho não parasse. Rogenir Costa, que interrompeu seus afazeres mais de uma vez para me ajudar a lidar com minhas dúvidas. Um último reconhecimento é devido à AVÁ Editora Artesanal, que prestou valiosos serviços editoriais. Muito obrigado a todos.
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Apresentação Escrever bem é uma habilidade valorizada em todas as áreas da vida, mas em algumas ela é essencial. É o caso da escrita acadêmica, que precisa seguir um conjunto de normas para ser aceita por professores, bancas examinadores e jornais e revistas de divulgação científica. A escrita acadêmica está presente na vida de alunos, professores e pequisadores de universidades e centros de pesquisa e toma diferentes formas (ou gêneros). A monografia (ou TCC) é exigida ao final dos cursos de graduação. O artigo científico faz parte da rotina de estudantes de pós-graduação e cientistas que desenvolvem pesquisas e publicam os resultados em períódicos especializados. O paper, por sua vez, se tornou uma ferramenta de avaliação em cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EAD. Além desses, existem gêneros menores como o fichamento, o resumo, a resenha e o ensaio. Todos exigem o domínio de técnicas de redação científica e o respeito a normas de organização e apresentação, para serem aceitos pela comunidade acadêmica. O Guia Prático de Escrita Acadêmica vai ensinar você a redigir trabalhos que atendam a esses requisitos. Seus 13 capítulos cobrem tudo que você precisa saber para produzir textos com segurança e, assim, garantir sua aceitação por professores, bancas examinadoras e, quando esse for o caso, revistas e jornais científicos.
Como usar o Guia O Guia Prático de Escrita Acadêmica tem três finalidades: 1. Ser um manual de redação acadêmica para estudantes de graduação e pós-graduação; 2. Ser um manual passo a passo de técnicas para a elaboração de textos científicos; 3. Ser um manual de referência com receitas e exemplos. O Guia foi pensado para ser usado pelo estudante sem a necessidade da orientação de um instrutor. Você pode usá-lo para tirar dúvidas sobre um tópico específico ou como um livro de receitas para ter à mão, sempre que precisar. Os capítulos são independentes e podem ser lidos separadamente e em qualquer ordem.
O Guia não inclui exercícios. A parte prática (capítulos 8, 9 e 10) funciona com uma “receita de bolo”, com as etapas do processo descritas na forma de passos. Essas instruções são ilustradas com exemplos, sempre que isso se faz necessário.
O que este guia é O Guia Prático de Escrita Acadêmica é um manual para a produção de trabalhos acadêmicos. Ele se destina a estudantes de graduação e pós-graduação e se concentra em três gêneros: o paper, o artigo científico e a monografia (ou TCC). A linguagem que usamos na exposição do conteúdo é direta e objetiva. Evitamos digressões e discussões abstratas e privilegiamos definições simples. Conceitos e ideias são apresentados por meio de parágrafos curtos. Os procedimentos para executar uma tarefa são descritos na forma de passos. A ênfase é, portanto, no "como fazer" (o how-to), na aquisição de habilidades para o domínio da escrita acadêmica.
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Guia Prático de Escrita Acadêmica Ao longo do Guia, alguns conceitos e ideias serão repetidos, aparecendo em mais de um capítulo. A intenção é dupla: a) enfatizar um ou mais aspectos do conceito, para ajudar você a fixar melhor o que aprendeu; b) aprofundar uma ideia, para que você expanda sua compreensão sobre aquela ideia especificamente. São uados exemplos para ilustrar ideias, conceitos ou procedimentos e, assim, ajudar você a compreendêlos melhor; não aparecem, contudo, em todas as seções (ou capítulos) do Guia.
O que este guia não é Não espere econtrar neste Guia um manual de normalização (formatação) textual. O objetivo não é ensinar como formatar um trabalho acadêmico de acordo com as normas NBR da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Existem excelentes manuais para comprar ou apenas consultar gratuitamente na internet. Não busque também aqui informações sobre metodologia científica. O Guia até traz alguns conceitos sobre pesquisa científica, mas não explora em profundidade nenhum deles. Por fim, este Guia não ensina regras de gramática e ortografia nem supre possíveis deficiências do leitor em áreas como coesão e coerência textual.
Plano da obra O Guia está dividido em três partes: A Parte I (Fundamentos e Técnicas de Estudo) apresenta conceitos básicos de ciência, método científico e texto acadêmico. Ensina também técnicas de como estudar e fazer anotações. Termina com orientações para pesquisar fontes bibliográficas. A Pare 2 (O Processo de Escrita: Paper, Artigo e Monografia (TCC) ensina o “passo a passo” para redigir os três principais trabalhos acadêmicos que um estudante de graduação vai encontrar na faculdade. A Parte 3 (Questões de Estilo e Apresentação) orienta sobre a qualidade do texto científico, apresenta as normas da ABNT para trabalhos acadêmicos e discute plágio e citação de fontes. Conclui com um guia de livros e manuais sobre metodologia científica, normalização textual e técnicas de redação. Uma seção final traz modelos de paper, artigo científico e monografia. O Guia termina com um pequeno glossário de termos científicos.
Itapetininga, 2020 Claudio Moreira
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Parte 1 — Fundamentos e Técnicas de Estudo
1. O Que é Ciência Introdução Para escrever como um cientista você precisa pensar como um. Fazer Ciência é uma atividade que exige múltiplos conhecimentos e um cientista, não importa seu campo de estudo, precisa dominar conceitos e técnicas de investigação considerados básicos ou fundamentais. Este capítulo apresenta conceitos e classificações que são necessários para entender a ciência como atividade. Outro objetivo é introduzir parte da terminologia usada na comunicação científica.
Por que isso é importante? Estar familiarizado com o modo de fazer ciência é condição necesária para quem vai escrever uma monografia ou um artigo científico. Esses trabalhos acadêmicos são o produto de uma pesquisa científica; ou seja, antes de escrever, é esperado que o aluno tenha feito algum tipo de investigação ou estudo, mesmo que apenas na forma de revisão bibliográfica. Além disso, a lógica da atividade científica (isto é, os métodos de investigação e produção de conhecimento) é a mesma da redação acadêmica: observar um fenômeno, identificar suas causas, descrever sua relação com outros fenômenos (os efeitos) e criar um modelo que explique e preveja o fenômeno no futuro. Em outras palavras, você precisa pensar como um cientista para poder escrever como um cientista.
Visões de mundo e sistemas de crenças Antes de definir o que é ciência, você precisa compreender como nossa mente cria explicações para a realidade que nos circunda. Essas explicações são chamadas de visões de mundo. Mito, Religião, Filosofia e Ciência são visões de mundo que a humanidade criou ao longo da história. Uma maneira de definir essas visões de mundo é entendê-las como sistemas de crenças. Agora, o que é um sistema de crenças? · · ·
Qual a origem de tudo? Quem somos? De onde viemos?
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Por que estamos aqui?
Diferentes civilizações ao longo da história humana tentaram responder a essas e outras perguntas semelhantes. O resultado foi o que chamamos de sistemas de crenças. O Mito, a Religião e a Filosofia são os mais antigos sistemas de crenças de que se tem conhecimento. Desde o Renascimento (início do século 13 e meados do 17) e o Iluminismo (século 18), outros sistemas de crenças surgiram: as ciências. Nos séculos 20 e 21, o conhecimento científico e seus produtos (as tecnologias na forma de máquinas, meios de transporte, remédios, armas e dispositivos de comunicação e entretenimento etc) tornaram-se a forma dominante de entender, controlar e modificar a realidade. Embora muitas pessoas considerem a Ciência superior à Filosofia, à Religião e ao Mito, todas as quatro visões de mundo (ou sistemas de crenças) têm um valor prático independente que depende das circunstâncias e necessidades das pessoas ou do grupo social ao qual elas pertençam.
1.1. Mito e Religião Mito Essa palavra vem do grego mythós e significa estória ou conto. Nos tempos primordiais, os mitos foram criados para explicar a origem do universo (também chamada de cosmogonia) e o funcionamento dele (também chamada de cosmologia). A mitologia de um povo é um sitema de representação simbólica da realidade e seu funcionamento. O pensamento mitológico é uma maneira de organizar a vida e orientar as escolhas das pessoas e se baseia em crenças expressas na forma histórias transmitidas oralmente de geração em geração. Um mito é, portanto, um sistema de crenças. Estas, por sua vez, pordem estar relacionadas a rituais, valores e sistemas de organização social, política e econômica. Os mitos estão presentes ainda hoje na vida de povos indígenas nas américas, em tribos africanas e asiáticas e mesmo em países como a Índia e a China.
Religião É um conjunto de crenças e rituais, se apoia numa ideia de divindade e orienta valores, escolhas e práticas de um grupo de pessoas ou de uma sociedade inteira.
As religiões possuem em geral narrativas na forma de um texto sagrado (exemplos: a Torá, o Corão, o Bhagavad Gita, a Bíblia). Essas escrituras têm, muitas vezes, sua origem em uma revelação direta a um profeta feita pela divindade. Elas servem como guia para explicar a vida, orientar os fiéis sobre como se relacionar com a divindade (exemplos: Javé, Krishna, Jesus ou Alá) e organizar as formas de culto e expressões de espiritualidade da comunidade, congregação ou igreja.
As religiões são fonte de crenças sobre o cosmos e a natureza humana e influenciam como as pessoas definem moral, fé, amor, sentido da vida, significado da morte, lei, amor, sexo etc. Existem atualmente cerca de 4.200 religiões no mundo.
1.2 Filosofia e Ciência Filosofia Em grego, esta palavra é resultado da junção de philo (amor ou devoção) e sophia (sabedoria). Existem três significados que podemos atribuir à palavra filosofia:
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Filosofia como visão de mundo: nesta acepção, filosofia significa o conjunto de valores, ideias e sentimentos que uma pessoa adota para se orientar na vida. Assim, é comum ouvirmos alguém dizer que fulano tem tal “filosofia de vida” etc. Filosofia como sistema de pensamento: filosofia aqui é o mesmo que doutrina ou ideias; aplicase a um filósofo (“a filosofia de Platão”, “as ideias de Kant”, “o sistema de Hegel) ou a uma escola de pensamento (“Estoicismo”, “Marxismo”, “Existencialismo”). Filosofia como disciplina acadêmica: é o estudo sistemático de questões fundamentais como “verdade”, “valor”, “conhecimento”, “razão”, “ser”, “existência”, “Deus”, “destino”, “sentido”, “moral” etc. Esta forma de filosofia é estudada em subdisciplinas, entre elas: Epistemologia, Metafísica, Lógica, Ética e Estética.
A ferramenta básica do filósofo é a reflexão, isto é, o uso da razão para inquirir sobre a natureza da realidade, sua estrutura e seu sentido último.
Ciência Simplificadamente, ciência é o estudo sistemático de fenômenos (naturais, sociais, psicológicos, culturais, históricos, econômicos etc) com o objetivo de descrevê-los, explicá-los e prevê-los.
Existem basicamente duas maneiras de fazer isso: a observação e a experimentação. O objetivo desse empreendimento intelectual é produzir um corpo de conhecimentos na forma de teorias.
1.3 Classificação das Ciências Desde a Antiguidade, a humanidade criou maneiras de organizar o conhecimento por meio de classificações na forma de disciplinas. Na Grécia Antiga, por exemplo, as disciplinas estudadas incluíam Geometria, Astronomia, Lógica, Metafísica e Retórica. Ao longo da história, outras áreas de estudo foram surgindo e novas classificações foram propostas. Grosso modo, as ciências atualmente se dividem em: · · ·
Ciências formais: utilizam métodos a priori (aquilo que é afirmado ou estabelecido sem verificação, idependente da experiência), em oposição aos empíricos; entre elas, a Lógica, a Matemática e a Estatística. Ciências naturais: estudam os fenômenos naturais e subdividem-se em: o Ciências físicas: por exemplo, a Física, a Química, a Astronomia e a Geologia; o Ciências da vida: por exemplo, a Biologia, a Botânica, a Neurociência e a Ecologia; Ciências sociais: dedicam-se ao estudo do comportamento humano e da sociedade; são exemplos: Sociologia, Antropologia, Psicologia e Economia.
Outra maneira de classificar as ciências é quanto à finalidade: ·
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Ciências Puras: são conhecidas como ciências fundamentais e não têm preocupação com a aplicação prática do conhecimento. Servem para criar teorias gerais que descrevem, explicam e prevêem fenômenos da natureza. São exemplos: Química, Biologia e Física. São desenvolvidas em laboratórios e centros de pesquisa. Ciências Aplicadas: são assim chamadas porque estão voltadas para a solução de problemas práticos por meio da aplicação dos conhecimentos gerados pelas ciências puras. Em geral, tomam a forma de engenharias (de Produção, Civil, Mecânica, de Alimentos) e produzem tecnologias que usamos no cotidano como celulares, computadores, carros, microondas etc.
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1.4 Teorias Científicas do Mundo Definição de teoria científica É um conjunto de hipóteses que descrevem e explicam a realidade de forma provisória. As teorias podem ser comprovadas, revistas, substituídas ou negadas. O objetivo de toda teoria científica é oferecer um retrato da realidade o mais fiel possível.
Fatos, método e teorias As teorias científicas começam com a observação de fenômenos e o registro de fatos (a coleta sistemática de dados) associados a eles. Ao observar, medir, registrar e intepretar os fatos, o cientista busca construir uma teoria que leve a uma maior compreensão do funcionamento do mundo. Esse processo, conhecido como método científico e que será estudado no capítulo 3 deste Guia, levou séculos para ser criado e passa por constantes revisões e aperfeiçoamentos.
Por que precisamos de teorias científicias? As teorias científicas são úteis porque ajudam a entender e a controlar a realidade — física e social. Quanto maior nosso conhecimento da natureza, maior será nossa capacidade de explorar seus recursos em nosso benefício. É assim, por exemplo, com o estudo de novas drogas e substâncias que viram medicamentos e combatem doenças como câncer e Aids. O mesmo vale para o estudo do homem e das sociedades. Por exemplo: quanto mais sabemos sobre o funcionamento do corpo humano, maiores serão as chances de curar doenças e aumentar a expectativa de vida das pessoas. Se aplicarmos esse raciocínio às formas básicas de organização social (família, escola, igreja e estado), chegamos à mesma conclusão: mais conhecimento leva a maiores previsão e controle. Outra exemplo da importância das teorias é a Estatística: a coleta sistemática de informações pelos metereologistas resultam na previsão do tempo para uma região, o que por sua vez ajuda fazendeiros e agricultores a planejar o plantio ou a colheita de grãos, estocar sementes e água, iniciar o preparo da terra etc.
Tipos de teorias científica Existem várias teorias científicas que buscam explicar a realidade e seu funcionamento. A maioria se vale do método científico usado pelas ciências naturais e é expressa em linguagem matemática, muitas vezes de difícil compreensão. Exemplos são: · · · · ·
Lei da Gravitação Universal (de Newton); Teoria Geral da Relatividade (de Einstein) Teoria das Cordas (de Kaluza) Teoria da Evolução (de Darwin) Teoria do Caos (de Lorenz)
Outras teorias usam métodos comuns às ciencias sociais. Exemplos: · · ·
Materialismo Histórico (de Marx) Positivismo (de Comte) Utilitarismo (de Mill)
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Individualismo Liberal (de Weber) Psicanálise (de Freud)
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2. Conhecimento, indução e dedução Introdução Este capítulo apresenta os conceitos de conhecimento, indução e dedução. O objetivo é descrever os processos por meio dos quais obtemos informações sobre a realidade usando a intuição, a autoridade (a tradição), a razão e a experiência. A produção de conhecimento científico começa com a compreensão dos mecanismos que a mente humana usa para apreender, armanezar e processar informações recebidas pelos sentidos — a experiência sensorial. A experiência, porém, não é o único meio aceitável de adquirir conhecimento. A intuição, a autoridade e a razão são também fontes legítimas de aquisição de conhecimento. Primeiro, veremos quais são as fontes do conhecimento, para depois estudar os dois métodos básicos de investigação científica: indução e dedução.
2.1. Fontes do Conhecimento Existem basicamente quatro fontes onde nosso conhecimento da realidade se origina: intuição, autoridade, razão e experiência.
Intuição É o processo para se chegar ao conhecimento sem o emprego do raciocínio lógico. O conhecimento intuitivo baseia-se em uma certeza que vem da convicção pessoal. A pessoa diz: “Eu acredito que isso seja assim, mas não sei exatamente por quê”. Embora seja imprecisa, a intuição muitas vezes é importante para a formulação de hipóteses. Um pesquisador pode, por exemplo, se basear em infromações de estudos anteriores e arriscar um palpite (hipótese). Esse processo, mesmo que seja falho, pode ser produtivo e algumas descobertas importantes da ciência começaram com um palpite. A partir da observação dos movimentos de um lustre da Catedral de Pisa, Galileu desenvolveu uma teoria sobre as oscilações que resultou depois na criação de instrumentos para a medição do pulso de pacientes.
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Autoridade Implica na aceitação como verdadeiras de informações recebidas de outra pessoa com base na posição social, cargo, título ou expertise. Assim como a intuição, o conhecimento baseado na autoridade é impreciso. É comum, porém, um investigador apoiar-se nas ideias de um especialista de renome, principalmente nos estágios iniciais da pesquisa. Todos os campos de estudo têm suas “autoridades” reconhecidas e é aceitável que um cientista em começo de carreira aceite como válidas informações que venham delas. Às vezes, depois de coletar seus dados, um pesquisador pode sentir a necessidade de ouvir a opinião de um especialista naquela área de estudo para decidir sobre a melhor maneira de interpretar os dados. Por outro lado, a ciência progride por meio da revisão constante do conhecimento. Por essa razão, uma autoridade está sujeita a erros e sua opinião deve ser recebida com cautela. Até o século 15, a teoria Geocêntrica era tida como verdadeira e ninguém ousava desafiar a autoridade do seu autor, Ptolomeu. Então, Copérnico veio e apresentou o Heliocentrismo. Este é um exemplo de que, por maior que seja sua fama, a autoridade não é uma fonte de conhecimento à prova de erros.
Razão O racionalismo defende que um conhecimento é verdadeiro se for adquirido por meio da razão. Essa maneira de pensar surgiu no século 16 e seu principal defefensor foi o filósofo francês René Descartes, que resumiu suas ideias na frase famosa: "Eu penso, logo existo". O uso da razão é fundamental no processo científico, principalmente na formulação de hipóteses. O raciocínio lógico é também importante na análise dos resultados de uma pesquisa, uma vez que é necessário identificar padrões e derivar argumentos que serão usados para provar a hipótese da pesquisa. Um exemplo é o uso da Estatística no tratamento de dados. A base da análise estatística é a Matemática e, por ser uma ciência pura, ela faz uso da razão em todas as etapas de resolução de um problema e na formulação de teoremas (um tipo de proposição que usa o raciocínio lógico para demonstrar uma verdade). A Física Teórica é outro exemplo da importância da razão na produção de conhecimento. Einstein chegou à Teoria Geral da Relatividade por meio de raciocínios e ideias gerados apenas em sua mente. Ou seja, é possível produzir conhecimento sem a necessidade de experimentos ou da obersevação direta de um fenômeno.
Experiência O empirismo afirma que um conhecimento é válido e verdadeiro se for obtido por meio da experiência, isto é, por meio dos sentidos. O empirismo está na base do metodo cientifico (que você verá em detalhes no capítulo 3 deste Guia). Os principais defensores do empirismo são os filósofos ingleses John Locke e David Hume. Eles argumentaram que todo conhecimento verdadeiro é baseado apenas na experiência. Locke foi a pessoa que afirmou que nascemos como uma tabula rasa, uma mente sem dados. A experiência escreveria nas folhas em branco da mente humana as informações que chamamos de conhecimemnto.
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Claudio Moreira Para o empirista, são nossos sentidos (visão, audição, toque, olfato e paladar) a origem de todo conhecimento. Tudo começa com nossos sentidos imprimindo idéias em nossos cérebros. Em seguida, essas ideias são processadas, combinadas e relacionadas por meio de processos cognitivos. O empirismo é, portanto, a abordagem preferida para a produção de conhecimento científico, uma vez que a ciência é baseada no estudo de fenômenos percebidos pelos sentidos. Um exemplo famoso é a descoberta do DNA. A Teoria da Dupla Hélice de Watson e Crick foi o resultado da realização de uma longa série de estudos (experimentos e observações) combinada com o desenvolvimento de modelos (processo cognitivo).
2.2. Indução e dedução A ciência deve seguir certas regras para produzir conhecimento válido e confiável. A maneira de garantir isso é empregar métodos de raciocínio lógico conhecidos como indução e dedução. Antes de apresentar os métodos indutivo e dedutivo, é importante que você entenda a relação que existe entre razão, lógica e racionalidade.
Razão, lógica e racionalidade Razão é uma faculdade baseada em processos cognitivos compartilhada por todos os seres humanos. A base da razão é a capacidade humana de fazer raciocínios lógicos partindo de premissas, que são afirmações a partir da quais construimos um argumento. Ser lógica é, portanto, uma característica da razão. Racionalidade, por sua vez, pode ser definida como um conjunto específico de princípios que determinam a forma de produzir, organizar e expressar um pensamento ou ideia. Outra maneira de entender a racionalidade é vê-la como um método para alcançar determinados objetivos. Dizemos aque uma pessoal é racional quando ela pensa e age de acordo com a razão. A coerência entre pensamento e ação é, portanto, uma característica da racionalidade. Aplicada à ciência, a racionalidade significa respeitar formas válidas e lógicas de raciocínio para chegar ao conhecimento. O método científico é racional porque segue essas regras, que são princípios que orientam a razão em busca da verdade.
O método hipotético-dedutivo em ciência A ciência tem como objetivo descrever, explicar e prever fenômenos que ocorrem na natureza. Para que esse objetivo seja alcançado, o cientista segue um método conhecido como hipotético-dedutivo. Ele recebe esse nome porque o cientista começa com uma pergunta e formula uma possível resposta, a hipótese. O passo seguinte é testar a hipótese para ver se ela se mostra verdadeira ou falsa. Ou seja, o investigador formula uma hipótese para explicar algum fenômeno e, em seguida, compara a hipótese com os fatos obervados. Nesse proceso, a ciência se vale da indução e da dedução.
O método indutivo Indução é um processo de raciocínio que parte do específico para chegar ao geral. A indução faz observações sobre um dado fenômeno e, em seguida, propõe generalizações sobre a natureza e o
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Guia Prático de Escrita Acadêmica comportamento desse fenômeno. Na indução, se as premissas são verdadeiras, a conclusão provavelmente será verdadeira. O método indutivo é mais geral e qualitativo. No método indutivo, o raciocínio segue a seguinte sequência: · · · ·
Observação de um conjunto de fenômenos; Busca por um padrão no comportamento dos fenômenos; Formulação de hipóteses par explicar esse compotamento; Elaboração de um teoria que explique os fenômenos oberservados e outros semelhantes.
O método dedutivo A dedução é um processo de raciocínio que parte do geral para o específico. A dedução está preocupada em construir teorias que prevejam um resultado. Essas teorias se baseiam em hipóteses, que posteriormente serão testadas por experimentos ou obervações. Na dedução, se as premissas são verdadeiras, a conclusão definitivamente será verdadeira. O método dedutivo é mais preciso e quantitativo. No método dedutivo , o raciocínio segue a seguinte sequência: · · · ·
Teoria geral sobre o comportamento de um conjunto de fenômenos; Formulação de hipóteses para explicar um ou mais aspectos do comportamento dos fenômenos; Observação ou experimentação a fim de coletar dados e testar as hipóteses; Confirmação ou negação das hipóteses e consequente revisão da teoria.
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3. Método Científico: Conceitos Básicos Introdução Este capítulo apresenta conceitos básicos sobre método científico. Começaremos com uma definição geral, para depois discutirmos oito aspectos que fazem parte de uma investigação científica. São eles: fato, questão, hipótese, experimento, avaliação, modelo, teoria e paradigma. Esses termos são parte do vocabulário da ciência e todos descrevem conceitos que envolvem as atividades do pesquisador, deste a concepção de um estudo (o design de pesquisa) até a criação de um modelo ou teoria.
3.1 Método Científico Definição de método científico Consiste em uma série de procedimentos ou etapas para a investigação de um fenômeno. Embora existam diferentes campos de estudo, toda pesquisa segue um método padrão que levou séculos para ser desenvolvido, testado e refinado, até chegar ao que hoje é aceito pela comunidade científica. As etapas do método científico incluem: questão, hipótese, experimento, avaliação (a análise dos resultado do experimento) e conclusão (que pode ser um modelo, uma teoria ou um paradigma). Esse processo em etapas nem sempre é linear; ou seja, às vezes o pesquisador pode antecipar ou refazer uma etapa, a fim de ajustar seu trabalho aos objetivos da pesquisa, modificar a hipótese, lidar com uma dificuldade ou simplesmente decidir por uma metodologia diferente.
Fato e observação Tudo começa com a observação de um fenômeno. Um fenômeno é um conjunto de fatos que têm entre si uma relação de causa e feito. O que é, porém, fato? Do ponto de vista da ciência, um fato é aquilo que pode ser obervado, medido, quantificado e comparado. Existem dois tipos de fato:
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Guia Prático de Escrita Acadêmica · ·
Fatos empíricos: são aqueles que resultam de observações diretas (Exemplo: a temperatura do ambiente); Fatos conceituais: são aqueles que resultam da afirmação de um ponto de vista filosófico; baseado no tipo de descrição ou modelo que temos do mundo em que vivemos (Exemplo: o homem é um ser racional).
3.2. Questão Ao obervar um fenômeno e os fatos associados a ele, um cientista busca entender as causas do fenômeno e se existe alguma regularidade que explique sua ocorrência em certas condições mas não em outras. Essa primeira etapa do metódo científco é chamada de questão, que consiste na formulação de perguntas do tipo: Por que isso ocorre? Quais fatores estão envolvidos na sua ocorrência? Existe uma ou mais causas que expliquem esse fenômeno? O cientista se pergunta também se esse mesmo fenômeno já foi estudado por outros pesquisadores e se as explicações que deram são adequadas e completas ou se ainda existem aspectos que não foram entendidos e precisam ser investigados. O importante nesta fase é tentar observar o fenômeno sob diferentes ângulos e formular o maior número possível de perguntas.
3.3. Hipótese Uma hipótese nada mas é do que uma suposição ou “palpite” que o cientista faz para explicar os fenômenos que ele observou. Uma hipótese responde provisoriamente à questão ou questões sugidas na etapa anterior. Existem dois tipos de hipóteses: · ·
Específicas: quando se aplicam a um único aspecto ou fato; Gerais: quando se aplicam ao fenômeno como um todo.
Se suas hipóteses serão específicas ou gerais, isso vai depender da questão ou pergunta que você tiver feito. Uma regra para a formulação de hipóteses é que elas devem ser testáveis. Ou seja, todas as hipóteses devem ser testadas (em experimentos) a partir da coleta de evidências que possam ser medidas e quantificadas. Portanto, uma hipótese só é válida se for testável; caso contrário, será impossível prová-la por meio de evidências coletadas em uma experimento.
3.4. Experimento Definição e variáveis Experimento é o meio que o cientista tem para testar sua hipótese. Para ser válido, um experimento deve ter pelo menos duas variáveis:
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Variável independente: aquela que é controlada pelo pesquisador; Variável dependente: aquela que o experimento irá medir.
Existe uma relação direta entre as variáveis independente e dependente, de tal modo que a manipulação de uma afeta o comportamento da outra. Em um experimento existem outras variáveis (constantes), que devem, contudo, ser controladas para que os resultados não sejam distorcidos.
Coleta de dados A razão de ser de um experimento é produzir dados. O que é um dado? É o valor ou valores medidos pelo pesquisador durante a realização do experimento. Esses dados podem ser de dois tipos: · ·
Dados quantitativos: são expresos em números (Exemplos: 50 graus centígrados; 20 milisegundos; 200 unidades por mililitro); Dados qualitativos: são descritos por meio de expressões (Exemplo: sim/não; frequentemente/muito pouco/nunca).
3.5. Avaliação A avaliação é a etapa na qual você analisa os dados que coletou. Dependendo do tipo de pesquisa e da quantidade de dados, você talvez precise de um programa para fazer a análise estatística. Outras vezes, seu trabalho será encontrar um padrão nas respostas por meio de uma análise do significado das repostas, usando uma teoria. Exemplo disso são os estudos etnográficos.
3.6 Conclusão Na última etapa do método científico, você vai propor uma explicação para o fenômeno que você observou. São os dados que dirão se sua hipótese está correta ou não. Se eles confirmarem sua hipótese, então sua explicação para o fenômeno estará correta; caso contrário, você terá que modificar sua hipótese e refazer a pesquisa. Uma hipótese só será confirmada (isto é, válida) depois que os resultados puderem ser replicados mais de uma vez, de preferência por outros pesquisadores. Uma maneira de garantir que seus dados estejam certos é ter um número grande deles (quanto maior o tamanho da amaostragem, maiores as chances de que os dados não sofram distorções). Depois de confirmada por vários estudos, uma hipótese pode gerar três tipos diferentes de explicação: modelo, teoria e paradigma.
Modelo É a representação de um estrutura ou processo que permite que um pesquisador formule um teoria provisória. Um exemplo é a teoria das partículas da matéria. Os modelos podem ser de três tipos: · Uma descrição verbal; · Uma formulação matemática; · Uma representação visual;
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Guia Prático de Escrita Acadêmica Com base em modelos, você pode fazer e testar inferências e teorias Os modelos ajudam o pesquisador a criar cenários possíveis para testar suas ideias, antes de avançar em direção à criação de uma teoria mais elaborada. Climatologistas usam, por exemplo, modelos para estudar as mudanças climáticas, rodando sofisticados programas de computador que simulam diferentes condições atmosféricas.
Teoria Um teoria é uma explicação (hipótese) para um fenômeno sustentada por evidências coletadas em experimentos consistentes e repetidos e aceita pela comunidade científica como válida. Para ser aceita como verdadeira e tornar-se teoria, uma hipótese precisa passar por vários e repetidos testes. As evidências devem ser em grande quantidade, sem deixar margens para dúvidas sobre sua validade. Um exemplo bastante conhecido é a Teoria da Evolução, que desde Darwin já foi comprovada por inúmeros estudos e hoje é aceita com a mais completa e confiável explicação para a complexidade e variedade de espécies em nosso planeta.
Paradigma Um paradigma científico é um conjunto de práticas e convenções na forma de uma estrutura de pensamento e que define e orienta uma pesquisa em um determinado campo de estudo. Um paradigma indica quais são as ideias, métodos e direção que um pesquisador deve seguir para realizar seu trabalho em conformidade com as expectativas deste ou daqule campo de estudo. Os paradigmas incluem modelos, teorias e métodos já estabelecidos. Os paradigmas podem, portanto, ser chamados de supermodelos ou superteorias, porque funcionam como o alicerce sobre o qual os cientistas realizam suas pesquisas. Um exemplo são as três leis de Newton, que formam os fundamentos da Mecânica Clássica: Lei da Inércia, Princípio Fundamental da Dinâmica e Lei da Ação e Reação.
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4. O Texto Científico
Introdução A escrita acadêmica é parte do sistema de comunicação da ciência, que por sua vez inclui a pesquisa, seu registro na forma de artigos científicos, dissertações e teses e sua divulgação em periódicos. Este capítulo apresenta a definição de texto científico e suas características. Serão estudados ainda a finalidade, a linguagem, o formato e a publicação de textos acadêmicos.
4.1 Definição de texto científico O texto científico é um tipo de texto que observa regras de redação determinadas pela comunidade científica, entre elas se incluem a objetividade e o emprego de uma lógica linear, ou seja, A implica B, que implica C etc. O texto científico é usado, por exemplo, na redação de monografias, dissertações e teses. Livros de divulgação científica também fazem a comunicação de pesquisas, mas usam uma liguagem geralmente livre do jargão técnico e com o leitor não especializado em mente.
4.2 A linguagem A linguagem do texto científico possui algumas características que a diferenciam: · · · ·
Estruturada e lógica: as idéias são expressas seguindo uma ordem lógica, respeitando modelos reconhecidos e aprovados pela comunidade acadêmica; Clara e precisa: evita ambiguidades e detalhes desnecessários; emprega termos técnicos com precisão; Simples e direta: é livre de expressões vagas ou frases de sentido impreciso; relata os fatos com objetividade; Imparcial e objetiva: não faz suposições nem declarações que não possam ser comprovadas; isto é, expressa apenas aquilo que as evidências dos fatos sustentam.
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4.3 O formato Cada tipo de texto acadêmico possui uma estrutura com uma ordem de exposição determinada pela comunidade acadêmica. De um modo geral, essa estutura é dividida em três partes: · · ·
Elementos pré-textuais: incluem, por exemplo, título e subtítulo do trabalho, autor ou autores e o nome da instituição. Elementos textuais: é o texto propriamente dito, com capítulos (no caso de monografias, dissertações e teses) ou seções (no caso de artigos); Elementos pós-textuais: incluem, por exemplo, as referências, anexos e apêndices.
4.4 A publicação O texto científico — na forma de artigos, monografias, dissertações e teses — tem como objetivo registrar, disseminar e preservar o conhecimento. Desse modo, é possível saber o que outros pesquisadores já escreveram sobre um determinado tópico. As contribuições dos pesquisadores dos diversos campos de estudo são em geral publicados em revistas (como Nature, Science, Psicologia Escolar e Educacional, Revista Brasileira de Ciências Sociais e Educação em Revista) e jornais (como Journal of Molecular Biology, British Medical Journal e Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery) especializados. Algumas dessas publicações só existem em formato digital (como a Revista Científica On-line - Tecnologia, Gestão e Humanismo e Revista Acadêmica Online).
Processo autor-revisão por pares A seleção de trabalhos científicos antes da sua publicação por uma revista ou jornal segue um processo rigoroso e chama-se revisão por pares ou revisão paritária. Funciona assim: primeiro, o autor submete seu trabalho ao escrutínio de um ou mais especialistas do seu campo de estudos. Essa leitura prévia é em geral anônima. Os leitores anônimos, por sua vez, fazem comentários e/ou sugestões para revisões, sempre com o objetivo de contribuir para melhoria do trabalho. No final, um conselho editorial ou editores externos decidem, com base nos pareceres dos especialistas, se publicam ou não o trabalho. O mais comum é o autor fazer os ajustes sugeridos e o texto é, então, publicado. O trabalho também pode ser reprovado para publicação e isso acontece quando existem inconsistências significativas ou o trabalho não atendeu às exigências mínimas que se espera de uma pesquisa científica.
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5. Tipos de Trabalho Acadêmico
Introdução Este capítulo apresenta os 9 (nove) tipos de trabalho acadêmico. Eles incluem gêneros curtos (fichamento, resumo e resenha), gêneros médios (ensaio, paper e artigo científico) e gêneros longos (monografia, dissertação e tese). Cada gênero será definido e explicado nas seções seguintes, mas sem aprofundamento. O objetivo é apenas identificar as características gerais de cada tipo de trabalho e dar orientação sobre o processo de produção desses documentos. Fichamento, resumo, resenha e ensaio receberão mais atenção; paper, artigo científico e monografia apenas serão definidos, uma vez que você terá oportunidade de estudá-los em detalhes em três capítulos (8, 9 e 10) dedicados exclusivamente a eles. Dissertação e tese, por se tratarem de trabalhos mais complexos, não serão discutidos longamente aqui.
5.1 Fichamento Definição Como o próprio nome indica, fichamento é um registro feito em fichas. Embora seja tradicional o uso de fichas em papel, atualmente é possível usar recursos como o Evernote, um programa com versões web, desktop e app para smartphones. É gratuito e possui vários recursos como criação de pastas e entradas e compartilhamento. Acesse https://evernote.com/ para saber mais. O fichamento serve basicamente para registrar informações sobre suas fontes e anotações feitas durante a leitura. É imprescindível na elaboração de trabalhos acadêmicos. Sem os fichamentos, você terá muita dificuldade para encontrar a citação certa quando estiver escrevendo seu artigo, monografia ou TCC.
Tipos de fichamento Existem dois tipo fichamento:
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Fichamento de citação: nesse tipo de fichamento, você registra citações que você usará no seu trabalho; Fichamento bibliográfico: neste tipo de fichamento, você registra a fonte (um artigo, livro ou capítulo de um livro) e um comentário pessoal sobre o texto.
Estrutura Os fichamentos têm a seguinte estutura: · · ·
Cabeçalho: informa o tipo de fichamento (de citação ou bibliográfico); Referência bibliográfica: informa os dados das fontes como autor, título da obra e dados da publicação (data, local e editor); Texto: no fichamento de citação, reproduz o conteúdo; no fichamento bibliográfico, apresenta o comentário sobre a fonte.
Como fazer o fichamento bibliográfico Para fazer o fichamento bibliográfico de um artigo, livro ou capítulo de um livro, você deve: 1. 2. 3. 4.
Resumir as ideias principais do texto em um parágrafo ou dois; ou Listar as ideias e adicionar breves notas ao lado de cada uma delas; ou Combinar lista com parágrafos curtos para expressar sua opinião; por fim Ordenar os fichamentos alfabeticamente pelo sobrenome do autor, título da obra ou ainda optar por uma ordenação por temas (Exemplo: fichamentos sobre metodologia; fichamentos sobre referencial teórico; fichamentos sobre resultados etc).
Paráfrase Às vezes, pode ser útil e prático fazer a paráfrase de uma ideia que na fonte está expresa de maneira complexa demais. Neste caso, você cita o texto original e o reescreve com suas próprias palavras (paráfrase). No momento de escrever seu trabalho, você faz a citação da fonte e resume a ideia do autor com a paráfrase. Lembre-se: ao fazer uma paráfrase, indique a fonte original da ideia que você está expressando, para evitar a acusão de plágio.
5.2. Resumo Definição Um resumo consiste em listar as ideias de um texto — que pode ser um artigo, o capítulo de um livro etc. Ao resumir, você se concentra nos argumentos mais importantes do autor. Portanto, um resumo é uma síntese do texto que você leu. De um modo geral, um bom resumo reduz um texto a pouco mais de 20 por cento do seu tamanho original. Essa regra, contudo, não é rígida e é possivel fazer resumos mais longos (30% do contéudo orginal) ou mais curtos (entre 15 e 20% do conteúdo original). Tudo vai depender do tamanho e assunto do texto e da complexidade da exposição original. O importante é que o resumo contenha as ideias mais relevantes, expresas de forma simplificada, sem deixar de fora algo essencial.
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Tipos de resumo Existem três tipos de resumo: · · ·
Resumo Indicativo: apenas lista as principais ideias do autor; não inclui citações ou paráfrases do texto original; Resumo Informativo: apresenta partes do texto original; inclui paráfrases; Resumo Crítico: combina as informações do resumo informativo com opiniões e comentários pessoais de quem escreve o resumo.
Como fazer um resumo Para resumir um texto, siga as seguintes orientações: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Faça a leitura atenta do texto original; Oriente-se pela divisão do texto (títulos de seções e subseções); Destaque as palavras-chave (termos técnicos ou conceitos que o autor emprega com frequência); Sintetize em forma de lista as ideias principais; Escreva o resumo a partir das suas anotações, sem acrescentar novas ideias; Identifique a fonte, seguindo a norma NBR de citações.
5.3. Resenha Definição A resenha é a descrição de um texto acompanhada de uma avaliação das ideias do autor. O objetivo da resenha é descrever, criticar e oferecer uma apreciação do texto.
Tipos de resenha Existem dois tipos de resenha: · ·
Resenha descritiva: descreve e sintetiza as ideias mais importantes do texto, mas evita fazer um julgamento sobre a qualidade do trabalho; Resenha crítica: descreve e sintetiza as ideias principais do texto e inclui uma apreciação do trabalho.
Como fazer uma resenha Para fazer uma resenha, siga os seguintes passos: 1. Comece identificando o texto: título e autor, data de publicação e circunstâncias históricas ou intelectuais nas quais o texto originalmente apareceu; 2. Faça uma descrição da estrutura do texto: a organização geral do conteúdo, sua divisão em partes ou capítulos e características como exercícios ou a presença de material visual como gráficos, tabelas, figuras, fotos etc; 3. Comente sobre os pontos mais relevantes do ponto de vista do leitor: quais ideias ou argumentos são originais ou controversas, quais questionamentos o autor faz do trabalhos de outros estudiosos; 4. Realce pontos positivos e negativos do texto; 5. Ofereça uma opinião pessoal sobre o valor do trabalho.
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5.4. Ensaio Definição Um ensaio é a dicussão de um tema por meio da exposição de ideias próprias. No ensaio, você expressa seu ponto de vista sobre um tópico, comentando, analisando ou criticando as ideias e pontos de vista de outras pessoas. O objetivo do ensaio é propor uma tese ou opinião orginal sobre um assunto.
Estrutura A estrutura de um ensaio é composta de quatro partes principais: introdução, análise, argumentação e conclusão. É possivel reduzir essa estrutura a três elementos, fundindo análise e argumentação em uma única seção, que recebe o nome de fundamentação. · · ·
Introdução: apresenta o tema do ensaio; Fundamentação: discute o tema sob pontos de vista opostos (argumentos a favor e contra); Conclusão: retoma a tese principal (a idea ou argumento que você defende) e apresenta uma opinião com base nela.
Como escrever um ensaio Para escrever um ensaio, siga as seguintes orientações: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
Comece com a apresentação do tema; Ofereça um contexto (histórico, biográfico, acadêmico); Cite logo no início sob que ângulo você irá abordar o tema; Afirme sua tese (o argumento que você vai defender); Defina termos-chave já na introdução; Apresente os argumentos que sustentam sua tese; Apresente os contra-argumentos; Resuma a discussão; Reafirme sua tese; Conclua com sua opinião.
IMPORTANTE: se você fez citações, informe as fontes bibliográficas logo abaixo do último parágrafo. Consulte a norma NBR para saber como fazer as referências bibliográficas.
5.5. Paper Esta seção não discute em detalhes este gênero acadêmico. O paper será estudado no capitulo 8 deste Guia. Aqui será oferecida apenas uma visão geral dele.
Definição O paper é um gênero acadêmico ainda não reconhecido pela ABNT. Isto é, não existe uma norma NBR que estipule como ele deve ser feito e apresentado. No entanto, esse tipo de trabalho tem sido usado como ferramenta de avaliação em cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EAD.
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Estrutura O paper tem uma estrutura simples: introdução, desenvolvimento e conclusão. Como todo texto acadêmico, ele inclui elementos pré e pós-textuais.
Como escrever um paper Leia o capítulo 8 deste Guia para saber como escrever um paper.
5.6. Artigo de Conferência Existem vários tipos de eventos organizados para fins de divulgação científica. Os principais são: seminários, congressos, conferências e simpósios. É comum que a comunicação nesses eventos seja feia com um tipo de artigo chamado de artigo de conferência, que é apresentado tanto por escrito quanto oralmente.
Definição Um artigo de conferência é um gênero acadêmico usado para comunicar, de forma sintética, uma pesquisa ou parte de uma pesquisa. Em geral, os artigos de conferência são solicitados aos autores pelos organizadores do evento com meses de antecedência e passam por uma valiação antes de serem aceitos. O artigo de conferência é apresentado na forma de texto e também como apresentação oral durante o evento. É possível usar, na apresentação oral, recursos como slides do tipo PowerPoint.
Estrutura de um artigo de conferência A estrutura de um artigo de conferência é muito parecida à de um paper: · · · · · ·
Resumo: segue o padrão do paper; Introdução: segue o padrão do paper; Contexto teórico: apresenta informações sobre o contexto da pesquisa e referências a outros trabalhos sobre o mesmo tema; Dados do estudo: apresenta os resultados da pesquisa (experimento, observações ou revisão), sem interpretações; Conclusão: segue o padrão do paper; Referências: segue o padrão do paper.
Como escrever um artigo de conferência A estutura e o processo de produção de um artigo de conferência são semelhantes aos de um paper e você pode seguir as orientações dadas no capítulo 8 deste Guia. No entanto, um artigo de conferência deve se basear em uma pesquisa original, como acontece com um artigo científico, tema do capítulo 9 deste Guia. Para escrever um artigo de conferência, portanto, você deve usar parte das técnicas de redação para escrever um paper e parte das técnicas de redação para escrever uma artigo científico.
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5.7. Artigo Científico Esta seção não discute em detalhes este gênero acadêmico. O artigo científico será estudado no capitulo 9 deste Guia. Aqui será oferecida apenas uma visão geral dele.
Definição O artigo científico é um gênero acadêmico que apresenta uma pesquisa sobre um tema específico. O artigo pode ser um estudo original ou se basear na revisão de outros trabalhos sobre o mesmo tema. Em razão do seu formato e escopo, o artigo científico é o o tipo de trabalho acadêmico mais usado na divulgação de pesquisas. A maioria dos periódicos científicos (jornais e revistas acadêmicos) publica apenas artigos científicos.
Estrutura Um artigo científico padrão é dividido em três partes principais: A) título (subtítulo), resumo (abstract) e palavras-chave (keywords), B) corpo e C) referências e anexos e apêndices (quando houver). Dependendo da disciplina ou área de estudo, essa estrutura pode variar com o acréscimo de sub-seções.
Como escrever um artigo científico Leia o capítulo 9 deste Guia para saber como escrever um artigo científico.
5.8. Monografia Esta seção não discute em detalhes este gênero acadêmico. A monografia será estudado no capitulo 10 deste Guia. Aqui será oferecida apenas uma visão geral dela.
Definição O monografia é um gênero acadêmico que trata de um assunto específico, sem contudo aprofundá-lo ou acrescentar algo ao que já se sabe. Nunca ou quase nunca uma monografia se baseia em trabalho original. O mais comum é ela se basear em uma revisão da literatura (pesquisas originais feitas por outras pessoas). A monografia é usada como trabalho de conclusão em cursos de graduação.
Estrutura A monografia costuma ser dividida em três partes principais: Introdução, Corpo e Conclusão. Essa divisão básica se refere apenas ao conteúdo da pesquisa propriamente dita. Quanto à formatação do documento, a ABNT divide a monografia em: Elementos Pré-textuais, Elementos Textuais e Elementos Pós-textuais. Para mais detalhes sobre estrutura de uma monografia, consulte a norma NBR 6023 da ABNT.
Como escrever uma monografia Leia o capítulo 10 deste Guia para saber como escrever uma monografia.
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5.9. Dissertação e Tese Este Guia não trata desses dois gêneros de trabalho acadêmico. São textos complexos e produzidos a partir de pesquisas que costumam se estender por mais de um ano (no caso de uma dissertação) e três anos (no caso da tese). Dissertação e tese são trabalhos de conclusão de cursos de pós-graduação: a dissertação é apresentada ao final do mestrado; a tese é apresentada ao final do doutorado. Tanto a dissertação quanto a tese são trabalhos que devem ser defendidos diante de uma banca ou comissão examinadora, formada por professores da instituição do aluno ou convidados de outras instituições.
Dissertação A dissertação segue o mesmo padrão de uma monografia, mas é resultado de uma pesquisa mais abrangente e detalhada. Pode se apoiar em dados novos (pesquisa original) ou em uma revisão de trabalhos de outros pesquisadores (revisão, discussão e interpretação de pesquisas originais). A dissertação é mais complexa que uma monografia e, em geral, exige do aluno maior capacidade de análise e sistematização. Para mais detalhes sobre a estrutura e o conteúdo de uma dissertação, consulte a norma NBR 14724 da ABNT.
Tese A tese é o mais complexo e completo de todos os trabalhos acadêmcos. Ela é exigida para a obtenção do título de doutor (PhD). A tese se baseia obrigatoriamente em pesquisa original. Pode ter caráter teórico, experimental, histórico ou filosófico. Uma tese deve se concentrar em um tema bem específico, uma vez que a contribuição do autor para o seu campo de estudo precisa ser original, isto é, acrescentar algo de novo ao que já se sabe sobre o tema estudado. Para mais detalhes sobre a estrutura e o conteúdo de uma dissertação, consulte a norma NBR 14724 da ABNT.
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6. Como Estudar e Fazer Anotações Introdução Este capítulo apresenta técnicas básicas de leitura e estudo. A leitura de textos combinada com anotações antecede a produção de trabalhos acadêmicos. Saber como ler um texto e extrair dele as ideias principais, contudo, é uma habilidade que exige técnica, disciplina e prática. Juntamente com os capítulos 7, 8, 9 e 10, esta parte do Guia forma os fundamentos para dominar a escrita acadêmica. É possível dizer que 80% do que você precisa saber para escrever com segurança depende de você aprender os conteúdos desses capítulos. As técnicas discutidas aqui usam como referência a rotina cotidiana de estudo de um aluno de graduação. As definições e orientações dadas se referem, portanto, a situações de aprendizagem típicas de cursos regulares de graduação.
6.1. Tipos de estudo Existem duas razões principais para estudar: adquirir novas informações e ser avaliado.
Estudar para adquirir novas informações O principal objetivo ao ler um novo texto é adquirir novas informações. Esse objetivo esta vinculado à necessidade de aprender sobre um assunto como parte de uma disciplina específica ou de uma tarefa (por exemplo, escrever um resumo). O objetivo está, portanto , em compreender conceitos e ideias e relacionar essas informações ao contexto mais geral da disciplina ou tarefa. Supondo que a disciplina seja “metodologia do trabalho científico” e o texto a ser lido trata de “métodos de pesquisa”, você deve ter em mente que esse conteúdo se relaciona à produção de conhecimento científico, que é a razão de ser da atividade de pesquisa. Ou seja, as novas informações (métodos de pesquisa) devem ser vistas em seu contexto mais geral (atividade de pesquisa), que por sua vez está igualmente vinculado à produção de ciência (conhecimento científico).
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Guia Prático de Escrita Acadêmica Neste tipo de estudo, você procura: · · · ·
Identificar e comprender novas informações (conceitos, ideias, terminologia, teorias etc); Organizar e sintetizar essas informações na forma de notas; Criar um sistema de registro para consulta posterior; Adquirir um repertório de palavras e conceitos que permitam aprofundar o que foi estudado, lendo outros textos.
Estudar para ser avaliado O objetivo agora é recordar e fixar informações já recebidas. Os conteúdos vistos serão revisitados por meio de uma leitura seletiva e atenta. A perspectiva de ter diante si uma avaliação exige que você se concentre apenas nas informações mais relevantes. Prova escrita, apresentação oral e trabalhos acadêmicos como ensaio e artigo científico são usados pelos professores para avaliar o conhecimento do aluno. Essas modalidades de avaliação requerem formas diferentes de recapitular e fixar informações. Em comum elas têm, contudo, o fato de exigirem de você concentração, organização e capacidade de relacionar os conteúdos entre si. Decorar não é uma método eficaz de estudo e o estresse emocional tão comum no dia da avaliação pode dificultar a recordação do que foi estudado. Neste tipo de estudo, você busca: · · · · · ·
Recordar e fixar informações essenciais como conceitos e teorias; Recapitular as ideias centrais de uma teoria ou autor; Certificar-se de que entendeu corretamente uma ideia ou argumento defendido por um autor; Usar seu sistema de registro para localizar informações específicas; Escrever resumos dos conteúdos; Relacionar os conteúdos a objetivos instrucionais (por exemplo, dominar uma técnica ou compreender um conceito ou teoria).
Memória, estudo e compreensão Não existem fórmulas infalíveis para reter informações. Algumas técnicas de memorização podem ajudar, mas não são garantia contra o esquecimento nem corrigem uma compreensão errada do conteúdo. Usar mapas para representar graficamente um conceito, processo, teoria e até uma obra inteira ajuda a fixar informações. É um método simples e pode ser usado para sintetizar conteúdos muito complexos ou extensos. A única maneira de estar bem preparado para uma avaliação, porém, é certificar-se de que entendeu o conteúdo corretamente. Apenas ler e fazer anotações não garantem que você adquiriu um novo conhecimento.
Reforços e realidade Para reforçar a prendizagem, leia outros materiais além dos exigidos pela disciplina e que estejam relacionados ao conteúdo exposto pelo professor. Crie também o hábito de tentar relacionar os conteúdos estudados à realidade do seu cotidiano, buscando semelhanças entre o que você lê e o que você observa ao seu redor.
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Claudio Moreira A mente aprende mais e melhor se o conteúdo que está sendo estudado tem relação com uma necessidade prática ou com algo que possua valor afetivo ou intelectual para a pessoa. Busque ativamente criar esses vículos.
6.2. Como ler um texto Ler é a principal atividade de um aluno de graduação. O grosso dos textos lidos em uma disciplina é de livros (ou capítulos deles) e artigos indicados pelo professor. No início das aulas, o aluno geralmente recebe uma ementa da matéria, que nada mais é do que uma sinopse ou síntese do que será estudado ao longo de um semestre (em cursos presenciais) ou de um mês (em cursos na modalidade EAD). Nesse documento, são também indicadas as leituras a serem feitas, divididas em leituras requeridas (obrigatórias) e leituras recomendadas (opcionais).
Tipos de leitura Existem basicamente quatro tipos de leitura: ·
· · ·
Scanning: é um tipo de leitura que busca informações específicas, usando recursos do próprio texto como sumário, índices, resumos de capítulo etc. Também pode ser usada como uma técnica para “sentir” o texto, identificando padrões como divisão de capítulos e seções, tamanho dos parágrafos, uso de recursos visuais como gráficos e tabelas etc. Skimming: é a leitura do texto por inteiro e busca uma compreensão do conteúdo sem, contudo, se demorar em muitos pontos; não faz interpretações do que lê e também não é acompanhada de anotações; De estudo: é a leitura feita com o objetivo de compreender as ideias do autor em um nível mais profundo. Exige atenção maior e a meta é obter uma visão de conjunto da obra; é acompanhada de notações. É essencial para escrever trabalhos acadêmicos. Crítica: é o tipo mais profundo e demorado de leitura, porque o leitor se engaja em um diálogo com o autor, faz comparações do que encontra no texto com seu próprio repertório de ideias e se posiciona em relação ao conteúdo como um todo.
6.1. Como fazer o fichamento de um texto Tipos e estrutura Existem dois tipo fichamento, de citação e bibliográfico, que foram discutidos no capítulo 5 deste Guia. Nesta seção, vamos acrescentar algumas informações sobre a técnica de fichamento. Ambos os tipos de fichamentos têm a mesma estrutura: · · ·
Cabeçalho: informa o tipo de fichamento (de citação ou bibliográfico) Referência bibliográfica: informa os dados das fontes como autor, título da obra e dados da publicação (data, local e editor); Texto: no fichamento de citação, reproduz o conteúdo; no fichamento bibliográfico, apresenta um comentário sobre a fonte.
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Por que fazer fichamento? O fichamento é o mais útil (e imprescindível) dos recursos de que dispõe um pesquisador. Sem as anotações dos fichamentos, é impossível escrever um trabalho acadêmico de qualidade. Outra razão para fazer os fichamentos é a praticidade: é mais fácil encontrar uma citação ou referência em uma ficha do que procurar essa informação nas fontes originais (os textos onde se encontram).
Fazendo o fichamento Além do que já foi dito no capítulo 5 sobre como fazer um fichamento, aqui vão orientações adicionais sobre fichamento bibliográfico: 1. Identifique o campo de estudo do texto (Exemplos: “História Contemporânea”, “Estudos de Gênero”, “Políticas Públicas para Terceira Idade” etc); 2. Liste quais os principais pontos ou problemas discutidos (Exemplos: “a) apresenta a escola dos Annales e faz uma crítica do modelo positivista”; b) discute as ideias de Bloch, Fevbre e Braudel” etc); 3. Aponte as principais conclusões do autor (Exemplo: “O autor conclusivamente afirma que a Escola dos Annales criou um nova abordagem que valoriza fontes da história ignoradas pelos hostoriadores positivistas como vestuário, tipos de moradia...” etc); 4. Indetifique a metodologia e as principais fontes bibliográficas nas quais o autor se apoia; 5. Aponte, se existir, a principal contribuição do trabalho para o campo de estudo; 6. Expresse sua avaliação sobre o trabalho (Exemplo: “O autor faz um balanço equilibrado das contribuições da Escola dos Annales para a historiografia contemporânea, com especial destaque para as novas técnicas introduzidas pelas figuras principais do movimento”). Quanto ao fichamento de citação, ele dependerá do tipo de trabalho que você irá escrever. Como orientação geral, selecione textos que: 1. Façam referência à principal tese do autor (Exemplo: “Nossa hipótese é a de que existe uma relação entre os fatores A e B que explicaria o fenômeno C...”); 2. Indiquem o tipo de metodologia usada pelo autor em sua investigação (Exemplo: “O estudo realizou a coleta de dados por meio de entrevistas e aplicação de questionários em um grupo de 200 voluntários selecionados entre a população de estudantes da universidade...”); 3. Expressem ideias da linha central de argumentação do autor (Exemplo: “Estamos convencidos de que os dados coletados mostram que a coocorrência de A e B sempre resulta no fenômeno C, quando obervadas as seguintes condições...”. 4. Citam ideias de outros pesquisadores que sejam contrárias à tese do autor (Exemplo: “O trabalho de Fulano chegou a resultados que diferem dos encontrados por este autor, argumentando com base nesses dados que a explicação mais aceitável seria...”).
6.2. Como fazer o resumo de um livro Esta seção amplia o que foi apresentado sobre resumo no capítulo 5 deste Guia. A razão para fazer o resumo de um livro pode ser a necessidade de obter uma maior compreensão de um assunto específico (teoria, métodos de pesquisa, história de uma discplina etc) ou das ideias de um autor (Freud, Marx, Machado de Assis, Piaget etc), para depois escrever uma seção do seu artigo, um capítulo da sua monografia ou mesmo uma resenha crítica.
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Claudio Moreira Existem outras circunstâncias nas quais você também tenha a necessidade de fazer o resumo de um livro, mas esta seção não irá discuti-las. O objetivo é oferecer orientações gerais que se aplicam aos dois casos citados: compreender um tema ou as ideias de um autor.
Situação 1: compreender um tema · · · · · · · · · ·
Leia o texto em busca de uma compreensão geral do conteúdo; Concentre-se nos argumentos principais, nas evidências que os sustentam e na forma (estrutura) como o autor os apresenta; Antes de inciar a leitura, decida quanto tempo você vai dedicar por dia a essa atividade; Inicie e termine cada capítulo em uma só leitura, evitando parar no meio para retormar depois; Faça a leitura sempre no mesmo horário e local, criando a sensação de continuidade; Faça anotações e, se o livro pertencer a você, sublinhe passagens que julgar importantes e escreva breves notas nas margens das páginas; Foque nas partes que interessam ao seu trabalho, ou seja, os capítulos que tenham relação com o que você fará depois com as informações; Crie listas de pontos importantes que devem ser lembrados; Anote, ao lado de cada item dessa lista, a página ou páginas onde você encontrou a informação; Ao final da leitura de cada capítulo, escreva um breve texto resumindo sua impressão.
Situação 2: compreender um autor · · · · · · · · · ·
Antes de iniciar a leitura, pequise sobre a vida do autor e seu contexto histórico e intelectual; Selecione obras de diferentes períodos da carreira do autor ou sua obra principal; Identifique os principais temas dos quais o autor se ocupa; Procure por uma linha de progressão na evolução de pensamento do autor; Identifique as principais influências do autor (outros autores ou obras que influenciaram o trabalho dele); Crie mapas para representar graficamente o conteúdo da obra; Inicie e termine cada capítulo em uma só leitura, evitando parar no meio para retormar depois; Faça a leitura sempre no mesmo horário e local, criando a sensação de continuidade; Faça anotações e, se o livro pertencer a você, sublinhe passagens que julgar importantes e escreva breves notas nas margens das páginas; As final da leitura de cada capítulo, escreva um breve texto resumindo sua impressão.
6.3. Como tomar notas durante a leitura Fazer anotações durante a leitura é parte essencial na produção de um trabalho acadêmico e uma das técnicas de estudo mais difíceis de dominar. Nesta seção, serão propostas diferentes maneiras de tomar notas. Uma observação: as orientações que seguem se baseiam na experiência pessoal do autor deste Guia e em técnicas de estudos propostas por psicólogos, pedagogos e especialistas em design thinking. Embora existam teorias que explicam como as pessoas aprendem, cada um de nós desenvolve seu próprio estilo de estudo baseado em aptidões inatas, hábitos mentais, rotinas, experiências passadas e imitação. Nada aqui é, portanto, madatório.
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Mapas São representações gráficas do conteúdo. Os mapas exibem a relação entre tópicos, associando certas palavras a um conceito, ideia, teoria etc. No mapa, o contéudo é visualizado com a juda de um estrutura. Por exemplo, um grande círculo central de onde partem linhas que se ligam a outros cículos menores; no primeiro, está um conceito ou tema; nos demais, palavras ou frases que exploram aspectos do conceito ou tema. Você pode usar mapas para representar o conteúdo de um artigo, livro ou uma teoria.
Lista de Tópicos Esta técnica é a mais simples de todas e consite em criar uma lista com um tema principal e entradas (os itens da lista) que se associam ao tema. Por exemplo, você escolhe um capítulo do livro ou uma seção do artigo que estiver lendo como tema. Em seguida, lista as principais ideias ou ou conceitos discutidos no capítulo ou seção. Faça listas com poucas entradas, porque não é produtivo uma lista com mais de 10 itens. Uma boa lista terá entre 5 e 10 entradas. Organize as listas por ordem alfabética dos temas (quando esriver lendo vários textos) ou por capítulos (quando estiver lendo um livro)
Lista de Palavras É uma variação da Lista de Tópicos. A diferença é que não existe um tema expecífico para organizar a lista. Funciona apenas quando o texto é curto e o assunto do qual ele trata é muito específico.
Colunas Você cria uma tabela com duas colunas. Na coluna da direita, você escreve o tópico ou conceito; na coluna da esquerda, você escreve palavras que exploram os aspectos do tópico ou conceito. Esta técnica funciona bem com livros com muitos capítulos ou um artigo especialmente complexo. Crie tabelas separadas para cada capítulo individualmente. Se for um artigo, crie tabelas separadas para cada seção individualmente.
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7. Onde Encontrar Fontes Introdução Todo trabalho acadêmico depende de fontes bibliográficas. Pesquisar, selecionar e compilar esse tipo de informação é parte essencial da atividade de pesquisa. Este capítulo apresenta tipos de fontes bibliográficas, onde encontrá-las e quais as técnicas para compilar a bibliografia básica da sua pesquisa. Você aprenderá também como usar recursos online para fazer pesquisas em bases de dados (indexadores) e em sites como Wikepédia e o Google. Este é o último capítulo da parte I (Fundamentos e Técnicas de Estudo) deste Guia. Ele completa o conjunto de informações necessárias para você entender os fundamentos da escrita acadêmica e dominar as técnicas básicas de leitura e estudo.
7.1 Tipos de fontes e onde encontrar Uma vez decidido qual o tema da sua pesquisa, o passo seguinte é encontrar as fontes bibliográficas que servirão de referência a todo o trabalho.
Tipos de fontes As fontes bibliográficas são divididas em: · · ·
Primárias: são informações originais publicadas por um autor ou autores e que não receberam qualquer tipo de interpretação ou comentário. Exemplo: o livro Formação econômica do Brasil, do conomista Celso Furtado. Secundárias: são informações primárias organizadas, sintetizadas e interpretadas ou comentadas por outra pessoa. Exemplo: o artigo “O pensamento de Celso Furtado: crenças e desilusões”, de Alcides Goularti Filho. Terciárias: são um tipo de catálogo com uma seleção ou compilação de fontes primárias e secundárias. Exemplo: Anuário de Publicações, da FGV Direito Rio.
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Onde encontrar as fontes Como estudante de graduação, você ainda não é um especialista em pesquisa científica. É portanto, provável e esperado que você procure pessoas mais experientes em busca de orientação para encontrar fontes bibliográficas para escrever seu trabalho. Duas dessas pessoas são o bibliotecário e o professor. ·
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Bibliotecário: é a pessoa que você deve procurar para descobrir se a biblioteca da sua faculdade possui livros, periódicos e bancos de dados para serem consultados. Embora seja o professor o responsável por indicar quais obras e autores você deve estudar, o bibliotécario pode ajudar você a localizar a literatura que você procura, orientar sobre como organizar uma bibliografia de acordo com as normas da ABNT e dar dicas sobre leitura e fichamento. Apenas por essas razões, já vale o trabalho de procurá-lo. Professor: seu professor (isto é, da disciplina à qual o trabalho a ser escrito se relaciona) ou orientador (no caso de uma monografia ou TCC) é a pessoa a quem cabe a responsabilidade principal de orientar vc em sua pesquisa. Procure manter uma relação de cordialidade e confiança com ele. Em geral, o professor/orientador irá acompanhar você ao longo de todo o processo de elaboração do seu trabalho, da escolha do tema à redação e normalização do texto. Por isso, você deve consultá-lo para saber onde encontrar a fontes mais recomendadas para sua pesquisa.
Outras fontes de pesquisa É possível que seu professor e o bibliotecário não disponham de muito tempo e você precise fazer parte da sua pesquisa de fontes sozinho. É aqui que entram as revistas científicas, os livros e a internet. ·
· ·
Revistas acadêmicas: consulte na biblioteca da sua faculdade periódicos científicos em busca de referências para sua pesquisa. Todos os trabalhos publicados em revistas acadêmicas tem uma seção chamada Referências bibliográficas (ou apenas Referências). Nela você encontra quais textos (outros trabalhos) o autor consultou ou citou. Anote as referências que possam ser úteis. Lembre-se, porém, de que essa é uma pesquisa preliminar e que nem todos os títulos estarão na lista final que você vai criar com as obras que irá ler para escrever seu artigo ou monografia. Livros: os livros costumam ter no final do texto um seção chamada Bibliografia (às vezes, o autor pode tambem listar obras ao final de cada capítulo). É la que você vai achar referências para seu trabalho. Mais uma vez cabe a ressalva de que esse é uma etapa preliminar, antes da lista final. Internet: a internet se tornou o local preferido dos estudantes para pesquisar fontes. Existem milhares de sites que publicam trabalhos acadêmicos, que podem ser lidos online ou baixados parar serem lidos no computador ou no celular ou impressos. Muitos sites (bases de dados como SciELO, ERIC e CiteSeerX) permitem isso, enquanto outros (como Reserch Gate e Social Science Research Network) apenas informam títulos publicados em determinada área, sem acesso ao texto da publicação. Na seção 7.4 deste capítulo, você verá em detalhes técnicas de pesquisa online.
7.2 Como compilar a bibliografia básica Nesta seção, você vai aprender como compilar uma bibliografia básica a partir de quatro variáveis: tema, pergunta de pesquisa, autor e método de pesquisa.
A partir do tema Esta é a maneira mais comum de procurar por fontes: você simplesmente busca por livros, artigos, dissertações e teses que tratam do mesmo tema da sua pesquisa.
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Claudio Moreira A limitação deste método está no fato de o tema da pesquisa ser um critério genérico demais para uma busca em uma base dados. Supondo que seu tema seja “EAD e alfabetização de adultos”, qualquer pesquisa no sistema retornaria um número muito grande de hits (títulos), dificultando a seleção.
A partir da pergunta de pesquisa Esta deve ser sua opção, se você já tiver formulado uma pergunta de pesquisa (mesmo que seja uma pergunta provisória, que depois será refinada). A vantagem deste método está no fato de permitir uma busca por trabalhos que tenham estudado um tema semelhante ao seu e sob o “mesmo aspecto”. Supondo que sua pergunta de pesquisa seja “Como a EAD pode ampliar o acesso a cursos de alfabetização de adultos?”, o sistema retornaria títulos que tratam do mesmo tema (EAD e alfabetização de adultos), mas com foco em “acesso”.
A partir de um autor Este método é simples: você informa o nome do autor ou autores e o sistema retorna as publicações (livros, artigos, dissertações e teses) corres-pondentes. Funciona quando você sabe quais autores são considerados os mais importantes no campo de estudo no qual você vai realizar sua pesquisa ou quando o tema da sua pesquisa é um pensador (exemplo: Nietzsche), escritor (Machado de Assis) ou pesonalidade (Juscelino Kubitschek). É possível descobrir quais textos são obrigatórios para se estudar um autor simplesmente perguntando ao seu professor/orientador.
A partir do método de pesquisa O método de pesquisa pode servir como critério para a busca de fontes em uma base de dados. Supondo que você decidiu pesquisar seu tema usando o estudo de caso como metodologia, você informaria as variáveis “ead + alfabetização de adultos + estudo de caso” e o sistema retornaria os títulos correspondentes.
7.3 Pesquisa online Nesta seção, você vai apreneder sobre mecanismos de pesquisa online como Wipédia e Google e indexadores (bases de dados) como SciELO, ERIC, Google Acadêmico e o Portal da CAPES. Este Guia não é uma manual de metodologia científica e as informações apresentadas nesta seção oferecem apenas uma visão geral desses mecanismos. O número de sites, portais, base de dados e bibliotecas online é grande, tanto em português quanto em outros idiomas. No final desta seção, você encontra uma lista de sites que recomendamos como confiáveis.
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Internet · ·
Wikipédia: muito consultada por estudantes de todos os níveis de ensino, a famosa enciclopédia online deve ser um recurso usado para obter nomes de autores e títulos de obras. Como fonte de informação, no entanto, ela não é 100% confiável. Use com cautela. Google: embora seja a opção mais óbvia para pesquisar fontes, você precisa saber como informar o site sobre o que exatamente está procurando. Se você digitar termos muito vagos ou ambíguos, o algorítmo de busca do Google não terá critérios específicos para filtrar a busca e retornará hits em excesso. Faça sua busca usando o operador matemático mais (+) ou aspas (“ ”). Você pode configurar suas opções de busca nas opções Configurações e Feramentas do Google e assim reduzir a abrangência da pesquisa.
Indexadores Indexadores são bases de dados que reúnem informações sobre artigos originais publicados em diferentes periódicos científicos. Alguns incluem ainda monografias, dissertações e teses. Os indexadores facilitam a localização de artigos científicos em revistas e jornais acadêmicos em diversas áreas do conhecimento você deve usálos como a principal ferramente de pesquisa de fontes. As informações em geral incluem: · · · · ·
autor título do artigo título do periódico ano, volume e/ou número do fascículo número de páginas
São essas informações que bibliotecários, pesquisadores e estudantes usam para saber quais trabalhos já foram publicados sobre um determinado assunto. Aqui serão mencionados apenas quatro indexadores, entre os milhares de sites, portais, bibliotecas digitais e repositórios de arquivos existentes hoje na internet: ·
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· ·
SciELO (Scientific Electronic Library Online): é uma biblioteca eletrônica que seleciona e armazena periódicos científicos brasileiros. Surgiu a apartir de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Segundo o site oficial da SciELO, “o Projeto tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico”. (https://scielo.org/pt/) ERIC (Educational Resources Information Centre): foi desenvolvido pelo departamento de Educação dos Estados Unidos. Seu acervo é muito confiável e reúne dados sobre artigos, anais de congresso, conferência, documentos governamentais, teses, dissertações, relatórios, bibliografias, livros e monografias. (https://eric.ed.gov/) Google Acadêmico: é um sistema criado e mantido pelo Google. Permite pesquisar literatura acadêmica em vários idiomas. Inclui artigos científicos, teses de mestrado ou doutorado, livros e resumos. (https://scholar.google.com.br/?hl=pt) Portal de Peródicos da CAPES: é uma base de dados mantida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Ciência e Tecnologia. O site dá acesso a conteúdos em mais de 45 mil publicações periódicas, nacionais e internacionais. Inclui teses e dissertações e cobre todas as áreas do conhecimento. Fonte altamente confiável. (https://www.periodicos.capes.gov.br/)
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Outros sites Nota: os sites não estão em ordem alfabética. ·
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Uberlândia https://www.bibliotecas.ufu.br/ Reúne informações sobre sites, portais, bases de dados e bibliotecas digitais. Um dos mais completos.
·
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações http://bdtd.ibict.br/vufind/ É parte de uma rede que faz a divulgação de informação sobre teses e dissertações de diferentes instituições de ensino e pesquisa do Brasil.
·
Redalyc https://www.redalyc.org/home Reúne pesquisas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal. O site está em espanhol. Biblioteca de Ciências Sociais e Humanidades da UFRGS https://www.ufrgs.br/bibcsh/ É parte do Sistema de Bibliotecas da UFRGS. Especializada em publicações na área das Ciências Humanas e Sociais.
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·
·
Biblioteca Digital Jurídica (BDJUR) https://bdjur.stj.jus.br/jspui/ Repositório de documentos jurídicos. Inclui capítulos de livros e periódicos, teses,dissertações, decisões jurisprudenciais, palestras e discursos. Pantheon Repositório Institucional da UFRJ https://pantheon.ufrj.br/ Reúne produção acadêmica em várias áreas do conhecimento. Inclui teses e dissertações da UFRJ, artigos científicos, livros eletrônicos, capítulos de livros e trabalhos apresentados em eventos por professores, pesquisadores, funcionários administrativos e alunos de mestrado e doutorado.
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Parte 2 — O Processo de Escrita
8. Paper: o passo a passo 8.1. O que é um paper Definição O paper ou short paper é um gênero acadêmico recente e ainda não reconhecido pela ABNT. Segundo Denise Pires Fincato, professora de Metodologia da Pesquisa Jurídica (IDC), um paper seria: · · ·
invenção do meio acadêmico, ainda não regulado pela ABNT; meio caminho entre artigo científico e monografia; utilizado como instrumento de avaliação em disciplinas e/ou módulos de cursos de pós-graduação estrito ou lato senso.
Limites O paper não faz uma contribuição ao conhecimento que já se tem sobre um determinado assunto; ele apenas comenta aquilo que já foi dito. Essa é a principal diferença entre o paper e o artigo científico.
8.2. A estrutura Divisões A estrutura do paper assemelha-se à do artigo científico, mas seu conteúdo é menos extenso e sua redação segue um processo ligeiramente diferente. O paper não tem as mesmas subdivisões de um artigo científico.
Extensão e organização De maneira geral, o tamanho do paper irá depender da complexidade e extensão da pesquisa em si. Normalmente são aceitos papers de 6 a 12 páginas. Um paper padrão é organizado assim:
·
Cabeçalho com o nome da universidade e o curso/disciplina;
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· · · · · ·
Título e subtítulo (quando for o caso); Autor(es) e suas credenciais; Resumo e palavras-chave; Corpo (sem as subdivisões obrigatórias um desenvolvimento e uma conclusão); Referências bibliográficas; Abstract e keywords.
do
artigo
científico;
inclui
uma introdução,
8.3 O passo a passo Introdução Como dito anteriormente, o paper não se baseia em uma pesquisa original. Seu conteúdo resulta da revisão de literatura; ou seja, o autor comenta criticamente trabalhos já publicados por outros pesquisadores sobre o tema escolhido.
Passo 1: Escolhendo o tema O que é tema? Tema é o assunto ou tópico sobre o qual o paper vai falar. Não pode ser amplo nem específico demais. Quem escolhe o tema do paper? Existem duas possibilidades: o professor (ou tutor) ou o próprio aluno (ou o grupo, quando se tratar de um trabalho em equipe). Professor (ou tutor): em geral, o tema do paper é indicado pelo professor (ou tutor) da disciplina. Portanto, você terá que escolher um tema em uma lista de três ou mais tópicos sugeridos. Aluno (ou grupo): em outras ocasiões, é possível que a escolha do tema seja feita pelo aluno ou pelo grupo de estudo (três ou mais pessoas). Nesse caso, você ou seu grupo devem seguir os seguintes critérios: · · · · ·
O tema deve ser obrigatoriamente pertinente à disciplina; O tema deve refletir aspectos contemporâneos da área de estudo; O tema deve ser relevante para a fixação do conteúdo da disciplina já estudado por você: na modalidade EAD, um mês ou 45 dias; em cursos semestrais, 4 meses; O tema deve ter literatura (fontes bibliogáficas) fácil de ser encontrada e consultada; O tema deve despertar interesse intelectual ou prático em você.
Passo 2: Delimitando o tema O que é delimitação do tema? Delimitar um tema significa escolher um aspecto do tema que será explorado. Você faz um recorte, estabelecendo os limites da sua pesquisa. Na delimitação do tema, o importante é decidir o que vai ser enfatizado. Exemplo 1 Supondo que seu tema seja “a inclusão digital de deficientes auditivos”, você pode delimitar seu estudo à investigação das ações em escolas públicas da sua cidade voltadas para a inclusão digital de alunos
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Claudio Moreira surdos. Indo mais longe, você pode decidir estudar apenas um grupo de alunos, fazendo uma seleção por sexo, idade ou série (ano) escolar. Exemplo 2 Supondo que seu tema seja “o processo de alfabetização”, você pode delimitar seu estudo à investigação dos tipos de método (soletração, fônico, silábico, palavração, global etc). Indo mais longe, você pode decidir estudar apenas alunos de curos EJA e, dentro desse grupo, só mães solteiras entre 20 e 30 anos.
Passo 3: Problematizando o tema — a pergunta de pesquisa O que é a pergunta de pesquisa? A pergunta de pesquisa é o tema transformado em problema em um cenário específico. É também chamado de processo de problematização do tema. Exemplo 1 Supondo que seu tema seja “a inclusão digital de alunos surdos em escolas de ensino fundamental”, sua pergunta de pesquisa poderia ser a seguinte: “Como ações de inclusão digital de alunos surdos do ensino fundamental diminui a evasão escolar?” Exemplo 2 Supondo que seu tema seja “metodos de alfabetização em cursos EJA”, sua pergunta de pesquisa poderia ser a seguinte: “Por que o método construtivista de alfabetização é o preferido em cursos EJA na rede pública?”
Passo 4: Formulando a hipótese O que é hipótese? Hipótese é uma arfirmação na forma de uma sentença que responde à pergunta de pesquisa. Exemplo 1 Supondo que sua pergunta seja “Por que o método construtivista de alfabetização é o preferido em cursos EJA da rede pública?”, sua hipótese poder ser formulada da seguinte maneira: “O método construtivista de alfabatização tem maiores chances de sucesso porque é resultado da construção do conhecimento pelo próprio indivíduo a partir de experiências de vida que ele traz para a sala de aula”. Exemplo 2 Supondo que sua pergunta de pesquisa seja “Como a escola reproduz os valores da sociedade na qual está inserida?”, sua hipótese poderia ser formulada da seguinte maneira : “O sistema educacional reproduz e reforça os valores da sociedade por meio dos conteúdos ensinados às crianças e pela identificação desses conteúdos com o ideal de cidadão defendido por essa sociedade”.
Passo 5: Selecionando as fontes bibliográficas O que é uma fonte bibliográfica? Fonte bibliográfica é um termo que inclui: · ·
Artigos publicados em periódicos (jornais e revistas) científicos; Livros ou capítulos de livros;
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Teses e dissertações; Relatórios ou resumos apresentados em congressos; Artigos publicados em jornais de circulação diária.
Tipos de fonte As fontes bibliográficas são divididas em três tipos: · · ·
Primárias: são informações originais publicadas por um autor ou autores e que não receberam qualquer tipo de interpretação ou comentário. Exemplo: o livro Formação econômica do Brasil, do conomista Celso Furtado. Secundárias: são informações primárias organizadas, sintetizadas e interpretadas ou comentadas por outra pessoa. Exemplo: o artigo “O pensamento de Celso Furtado: crenças e desilusões”, de Alcides Goularti Filho. Terciárias: são um tipo de catálogo com uma seleção ou compilação de fontes primárias e secundárias. Exemplo: Anuário de Publicações, da FGV Direito Rio.
Onde encontrar fontes bibliográficas Existem três locais onde você pode encontrar fontes bibliográficas: 1. Biblioteca da faculdade: primeiro lugar para você pesquisar por fontes para seu trabalho; algumas instituições disponibilizam textos (livros, artigos, dicionários etc) digitalizados em bibliotecas virtuais; 2. Biblioteca pública da cidade: é uma opção, caso você seja usuário com direito a empréstimo; 3. Internet: existem bases de dados (os indexadores) que reúnem artigos já publicados, sendo os mais conhecidos SciELO, ERIC, Google Acadêmico e o Portal da CAPES. Algumas áreas de pesquisa têm seus proprios indexadores. Também é possível pesquisar, ler ou baixar livros em bibliotecas virtuais como a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, o site Domínio Público, a Biblioteca Mundial Digital e a Biblioteca Digital da Unicamp. Os endereços desses sites na internet podem ser facilmente pesquisados no Google.
Passo 6: Fazendo a leitura e a tomada de notas Avaliação das fontes A primeira coisa a fazer é avaliar as fontes selecionadas. Esta etapa é feita já no momento da seleção (passo 5): à medida que vai encontrando as fontes, você decide quais são relevantes e contribuem para a fundamentação teórica da pesquisa. Check-list para escolher as publicações adequadas Para saber quais textos servem para sua pesquisa, use estas perguntas como guia: · · · · ·
A pergunta ou problema que o autor está abordando tem relação com a minha pesquisa? Quais conceitos e ideias o autor discute e têm afinidade com meu tema? Quais teorias e métodos são discutidos pelo autor e são relevantes para meu estudo ? Os resultados e conclusões do estudo confirmam ou negam minha hipótese? Quais são os pontos fortes e fracos dos argumentos apresentados pelo autor?
Como ler um texto A leitura de um artigo ou de um livro pode ser feita em três etapas:
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Claudio Moreira Etapa 1 — Pré-leitura: nesta atapa, você busca ter uma ideia da organização do texto, atentando para número de páginas, divisão em seções e subseções, resumos e exemplos etc. Ao fazer isso, você cria um mapa mental do texto; ajuda se você desenhar em uma folha uma imagem representando essa estrutura. Etapa 2 — Leitura ativa: nesta etapa, você lê e faz anotações diretamente no texto (se for uma cópia), como sublinhar um trecho ou fazer breves comentários nas margens. Etapa 3 — Fichamento: nesta estapa, você faz o fichamento bibliográfico do texto. Para saber como fazer um fichamento, consulte o capítulo 6 (Como Estudar e Fazer Anotações) deste Guia. O que anotar ao ler um texto Ao ler um texto, concentre-se nos seguintes itens: · · · · ·
Identifique a pincipal ideia do autor (em geral, é a formulação de uma tese, que ele reitera repetidamente); Identifique os principais argumentos do autor (em geral, são ideias próprias ou de terceiros que o autor usa para sustentar sua tese principal); Identifique os principais autores e teorias nos quais o autor se apoia para argumentar; Identifique trechos nos quais o autor refuta autores e teorias concorrentes; Identifique termos e conceitos usados com frequência pelo autor.
IMPORTANTE: faça quantas anotações você achar necesário; você vai precisar das anotações para fazer citações, quando estiver escrevendo o paper. LEMBRE-SE: anotar e fichar são a garantia de que você não vai perder tempo relendo os textos!
Passo 7: Criando o roteiro de redação O corpo de um paper (isto é, sua parte central) tem uma estrutura dividida em três partes principais: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Para tornar a redação do seu paper mais prática e organizada, crie um esqueleto (roteiro) detalhado com um número estimado de parágrafos por item. Assim: 1. Introdução · Tema, Problema de pesquisa e hipótese (objetivo): três parágrafos; · Metodologia: dois parágrafos; · Resumo do conteúdo: dois parágrafos; 2. Desenvolvimento · Contexto: três parágrafos; · Subseção A: três parágrafos; · Subseção B: três parágrafos; · Subseção C: três parágrafos; 3. Conclusão · Resumo do tema, problema e hipótese: um parágrafo; · Resumo dos pontos princicais: dois parágrafo; · Síntese das dicussões: uma parágrafo.
Passo 8: Escrevendo o paper Para redigir o texto do corpo do paper, siga estas orientações:
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· ·
Introdução: comece esta seção do paper com a descrição do tema do trabalho, do problema de pesquisa e da hipótese (na forma do objetivo). Em seguida, você deve apresentar a metodologia do estudo; neste caso, a revisão de literatura. Por fim, liste os pontos principais que serão tratados na próxima seção (os itens da seção desenvolvimento); Desenvolvimento: comece esta seção do paper com a descrição do contexto (o estado atual do campo de pesquisa) do estudo. Em seguida, faça a discussão de cada um dos pontos principais do paper, citando e comentando os textos que você leu; Conclusão: comece esta seção do paper com um resumo do tema, do problema e a hipótese. Em seguida, faça uma lista das principais ideias discutidas na seção desenvolvimento. Por fim, ofereça uma síntese das discussões.
IMPORTANTE: um paper não é um trabalho orginal; ao escrever um paper, você deve se concentrar na exposição crítica de um tópico, com base na leitura de trabalhos já publicados. LEMBRE-SE: o objetivo é demonstrar seu domínio do assunto e sua capacidade de pensar criticamente apartir das ideias de outras pessoas!
Passo 9: Listando as referências bibliográficas Nesta etapa, você cria a lista de referências bibliográficas. Você deve incluir todos os documentos consultados e citados no paper. Você deve incluir: · · · · · · ·
Artigos científicos; Livros ou capítulos de livros; Monorafias, dissertações e teses; Artigos jornalísticos (entrevistas, reportagens e artigos de opinião); Dicionários e enciclopédias; Site, blogs e páginas de redes sociais; Outros conteúdos online.
A forma de organizar e apresentar as referências bibliográficas do seu paper deve seguir a norma NBR 6023 da ABNT. Para saber como fazer isso, visite o site Normas para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos, mantido pela ESPM e diponível em: <https://normasabnt.espm.br/index.php?title=Normas_para_Apresenta%C3%A7%C3%A3o_de_Trabalhos_Acad%C3%A Amicos>.
Passo 10: Revisando o paper Por que revisar A revisão do texto do seu paper tem como objetivo identificar erros de digitação e de gramática, falhas no modelo de citação de fontes, contradições na argumentação, falta de uma dado importante e até falhas na estrutura do paper. Você também deve revisar seu trabalho pelos seguintes motivos: 1. Encontrar e acrescentar novas informações; 2. Deletar dados ou trechos redundantes; 3. Melhorar o fluxo, o desenvolvimento e o foco do texto . Como revisar
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Claudio Moreira IMPORTANTE: entre a redação e a revisão, é aconselhável que você faça um intervalo de um ou dois dias. Essa estratégia vai ajudar você a olhar o texto com uma mente descansada e a identificar mais facilmente os pontos que exigem ajustes. Revise o texto, seguindo os seguintes passos: 1. Imprima o paper; 2. Leia o texto com uma caneta ou lápis na mão; 3. Na primeira passada, busque por informações incompletas ou erradas e erros de digitação e de gramática; 4. Abra o arquivo e faça as correções; 5. Dê uma pausa de uma ou duas horas; 6. Faça uma segunda leitura, mas agora procure por erros de estilo (Ex.: uma citação fora do padrão que você está seguindo ou o tempo verbal incorreto); 7. Abra novamente o arquivo e faça as correções; 8. Dê uma pausa de uma ou duas horas; 9. Por fim, na terceira leitura, examine o texto para identificar lacunas no seu raciocínio ou pontos que você considera fracos; busque também por quebras no fluxo do texto ou trechos redundantes; 10. Abra o arquivo e faça as alterações; 11. Espere até o dia seguinte; 12. Imprima novamente o arquivo; 13. Releia o texto do começo ao fim e tente responder à seguinte pergunta: “Se eu fosse um professor, que nota daria para este trabalho?” 14. A resposta dirá o que você deve fazer em seguida: entregar o texto ou revisá-lo mais uma vez; 15. Faça uma cópia extra no Google Drive ou em um pendrive.
Passo 11: Formatando o paper Consulte os capítulos 12 (Como Apresentar Seu Trabalho) e 13 (Guia de Leitura). Lá você encontra orientações gerais sobre a presentação gráfica do paper e recomendação de sites, manuais e livros sobre normalização textual.
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9. Artigo Científico: o passo a passo 9.1 O que é um artigo científico Definição O artigo científico é o registro detalhado de um exerimento ou uma observação cinentíficos. O artigo cinetífico tem um formato padronizado, que inclui as receitas ou procedimentos que o investigador seguiu para fazer o experimento ou observação. É o meio mais comum de divulgação do conhecimento científico.
Tipos Existem basicamente dois tipos de artigo científico: o original e o de revisão. Como o próprio nome indica, o artigo original apresenta descobertas novas e originais. Seus dados são produzidos a partir de estudos, observações ou experimentos que usam uma metodologia já conhecida ou um método novo de investigação para gerar novas informações e aumentar o conhecimento que temos sobre um determinado assunto. Os artigos originais servem como fontes primárias de informação. Já o artigo de revisão é assim chamado porque fornece uma visão geral de um tema ou campo de pesquisa com base em estudos já realizados. Seu objetivo é sintetizar pesquisas anteriores e servir
como referência ou ponto de partida para novos trabalhos. Os artigos de revisão servem também como fontes secundárias de informação.
9.2 Estrutura do Artigo Científico O artigo científico possui uma estrutura de organização que deve ser seguida por todo investigador. Um artigo científico padrão é dividido em três partes principais: A) título (subtítulo), resumo (abstract) e palavras-chave (keywords), B) corpo e C) referências e anexos e apêndices (quando houver). Observação: dependendo da disciplina ou tema, essa estrutura pode variar com o acréscimo de sub-seções. O esqueleto de um artigo científico padrão apresenta-se assim:
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Título (sub-título) Resumo (Abstract) Palavras-chave (Keywords) Introdução Materiais e Método Resultados Discussão Conclusão Referências Apêndices Anexos
Essa ordem de apresentação é, como dito acima, obrigatória; porém, como você verá na seção 9.7 deste capítulo, a sequência de redação é diferente, seguindo outra lógica.
9.3 Como escolher o tema Definição de tema O tema é o assunto que você vai explorar na pesquisa. Um artigo científico deve fornecer informações novas sobre um tema específico. A pergunta a ser feita, então, é: “Como escolho um tema?”
Alguns critérios para escolher um tema Ao escolher o tema da sua pesquisa, leve em conta os seguintes critérios: · · · ·
Afinidade com as suas inclinações e habilidades pessoais: por exemplo, você pode gostar de números e já possuir um certo domínio de estatística, o que ajuda em pesquisas do tipo quantitativas; Compatibilidade das suas qualificações com o assunto que você escolhe: por exemplo, não estude um assunto que exigirá de você aprender uma técnica ou novos conhecimentos fora daquilo que você estudou na faculdade; Relevância do estudo para um grupo de pessoas ou para a sociedade como um todo: por exemplo, escolha um assunto que solucione um problema real; Disponiblidade de tempo e recursos técnológicos (Ex.: computador), financeiros (Ex.: para pagar despesas com transporte) e humanos (Ex.: um auxiliar para coletar dados em campo).
Passos para escolher um tema 1. Decida primeiro que áreas de estudo o interessam. Considere, por exemplo, escolher um tópico que abranja assuntos que você domina mais ou que tenha relação com algo que você pretende fazer profissionalmente no futuro; 2. Em seguida, faça uma lista daquilo que, no tópico que você escolheu, pode ser estudado com os recursos que você dispõe na universidade onde você estuda. Por exemplo, acesso a acomputadores, equipamentos, laboratórios e biblotecas;
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Claudio Moreira 3. Outro cenário: se sua pesquisa envolve, digamos, trabalho de campo, certifique-se de que você terá tempo para fazer entrevistas ou aplicar questionários, além de dinheiro para bancar despesas básicas como transporte e impressões; 4. Revise sua lista de temas que podem ser estudados e elimine aqueles que exigem mais tempo e recursos; 5. Por fim, escolha o tema que melhor atenda as exigências de interesse pessoal, relevância social e disponiblidade de tempo e recursos.
Lembre-se: O que evitar na escolha de um tema: · ·
· · ·
Pesquisar algo que exija viagens a outras cidades ou acesso a equipamentos e instalações que não perteçam a sua universidade; Temas muito abrangentes (Ex.: “A luta sindical no Brasil”) ou muito restritos (Ex.: “A papel das professoras na luta dos trabalhadores durante as greves no ABC em 1978-1980”); Temas que despertem o interesse apenas em um grupo seleto de pessoas; Pesquisar algo muito distante do seu contexto social imediato; Temas que não tenham importância para você como pessoa e para seu futuro profissional.
9.4 Pergunta de pesquisa Chama-se por esse nome a pergunta que seu artigo pretende responder e que é a razão do seu esforço de investigação. A pergunta de pesquisa parte sempre do tema. Exemplo: supondo que sua pesquisa é sobre sindicalismo e direitos trabalhistas, sua pergunta poderia ser “Qual a contribuição dos sindicatos na conquista de direitos sociais pelos trabalhadores?” A pergunta de pesquisa, contudo, não surge do nada, não é uma criação da sua imaginação. Para formulála, você deve partir de um exame da literatura que aborda o mesmo tema que você escolheu. Como você faz isso?
Passos para formular a pergunta de pesquisa 1. Faça uma lista de livros e artigos que estudaram temas semelhantes àquele que você escolheu para pesquisar; 2. Descubra como os autores desses trabalhos formularam suas perguntas; 3. Liste as hipóteses que eles propuseram; 4. Enumere as respostas que deram e os métodos que empregaram: por exemplo, se fizeram experimentos ou apenas observações; 5. Escreva um resumo do que você aprendeu nesses textos; 6. Por fim, formule sua pergunta de pesquisa.
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Lembre-se: · ·
·
A pergunta de pesquisa funciona como um guia e um farol: ela ajuda você a concentrar seus esforços e sua atenção naquilo que é essencial; A pergunta de pesquisa vai também orientar todas as suas escolhas seguintes: da literatura que você vai usar como referência ao método de pesquisa; da coleta de dados à interpretação deles; A essência de toda pesquisa é a busca de respostas. E a pergunta de pesquisa orienta essa busca.
9.5 Como reunir fontes bibliográficas Você vai precisar ler livros (ou capítulos deles), artigos e periódicos especializados que abordam o tema que você vai pesquisar, para se familiarizar com a terminologia, os autores, experimentos e teorias do campo de estudo relacionado à sua pesquisa.
Passos para reunir fontes bibliográfica 1. Comece com a lista de livros e artigos recomendados pelo seu professor ou tutor; 2. Vá à biblioteca e descubra quais textos da sua lista estãos no acervo para consulta ou empréstimo; 3. Leia dois ou três textos e anote: a) os principais conceitos discutidos; b) palavras associadas a esses conceitos; c) autores, livros e artigos relevantes citados no corpo do texto ou nas seções Referências (artigos) ou Bibliografia (livros); 4. Use suas anotações para criar um lista provisória dos livros e artigos que você pretende ler para fundamentar sua pesquisa; 5. Continue sua pesquisa em sites de indexadores como Scielo, ERIC e Google Scholar, em busca de mais fontes; 6. Crie uma lista final de todas as fontes que você descobriu, seguindo os seguintes critérios: a) relevância do texto para o estudo do seu tema; b) disponibilidade do material (na biblioteca ou online); reconhecimento do autor ou autores como autoridades no assunto; e d) grau de complexidade do texto (Ex.: se o artigo faz muito uso de estatística, você possui o conhecimento necessário para acompanhar a exposição?); 7. Organize essas informações, usando o formato de citação de fontes;
Algumas coisas para ter em mente ao pesquisar fontes: · · · ·
Use fontes variadas: livros, periódicos, entrevistas, matérias de jornal etc; Dedique pelo menos duas horas por sessão de pesquisa; Faça registros e cópias de todas as informações que você obtiver; Crie registros detalhados de todo material bibliográfico que você encontrou. Essas informações devem incluir: Título do artigo ou livro (com subtítulos, quando houver) Data de publicação Autor (es) e editora Local onde a fonte se encontra: na biblioteca ou online? Tipo de fonte: primária, secundária ou terciária?
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9.6 Como fazer a revisão de literatura Definição Revisão de literatura é a discussão ou comentário de fontes acadêmicas sobre um tópico específico. Essas fontes podem incluir livros (ou capítulos), artigos e anais de congressos. Dependendo do tema, do método de pesquisa e do campo de estudo, pode ser também necesssário pesquisar em diários, cartas e jornais de época. A revisão de literatura em geral toma a forma de um resumo do conteúdo de um artigo, acompanhado de comentários pessoais. O objetivo é produzir uma síntese das ideias centrais do texto que você está revisando. IMPORTANTE : ao escrever a revisão de literatura, você não deve produzir novas interpretações dos dados ou descobertas dos trabalhos que você está revisando.
Por que fazer uma revisão de literatura? Um trabalho de pesquisa visa a contribuir com novos conhecimentos. Porém, todo trabalho acadêmico parte de dados já produzidos por outros pesquisadores. Portanto, a revisão de literatura é uma maneira de você se familiarizar com as ideias, argumentos e metodologias de autores que escreveram sobre o assunto que você vai pesquisar.
Passos para fazer a revisão de literatura 1. Selecione a bibliografia de acordo com o tema que você escolheu para pesquisar; 2. Leia cada texto selecionado e faça anotações detalhadas; 3. Redija, para cada texto, um resumo, acompanhado de um comentário pessoal na forma de uma avaliação (Ex.: “O autor não discute adequadamente a questão x” ou “O autor não apresenta evidências sólidas para sustentar o argumento central do artigo”); 4. Escreva uma síntese geral das ideias do texto na forma de tópicos (Ex.: “Ideia 1: O texto discute o desenvolvimento motor da criança a partir do modelo de estágios de Jean Piaget.”; Ideia 2: “O autor afirma que Piaget postula que a criança herda uma série de estruturas biológicas que permanecem constantes ao longo da sua vida.”); 5. Escreva o texto final, usando parágrafos curtos para cada ideia, texto ou autor que você discute em sua revisão de literatura.
Lembre-se: · · · ·
Limite o número de textos que você irá revisar de acordo com o tempo que você dispõe; Não inclua textos publicados em períodos muito difrentes ou que usam metodologias distintas daquela que você vai empregar na sua pesquisa; Inclua tanto os autores que apoiam sua visão quanto aqueles que pensam de forma contrária; Organize os textos selecionados seguindo o seguinte critério: a) teses comuns; b) teses contrárias; c) autores, escolas e estudos mais importantes na área; e c) teorias mais influentes.
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9.7 O processo de redação Resultados e “receitas” Um artigo científico deve reunir os resultados do trabalho de pesquisa e as “receitas” (a descrição detalhada dos passos de um experimento ou uma observação) que o pesquisador usou para produzir esses resultados. O produto final de um processo de pesquisa é o texto que você escreve, que deve seguir a lógica de toda investigação científica: você faz perguntas, coleta evidências e elabora respostas.
Estrutura de um artigo científico padrão O artigo científico tem um formato padrão. Cada informação é apresentada em uma sequência idêntica em todos os artigos científicos e essa ordem ajuda o leitor a navegar pelas seções do artigo com mais facilidade: · · · · · · · · · ·
Título e subtítulo (quando houver): sintetizam as ideias do artigo; Resumo e palavras-chave: apresentam o conteúdo do artigo de forma simplificada; Introdução: descreve a pergunta de pesquisa do artigo, a hipótese e o contexto atual das pesquisas sobre o tema (em geral, inclui a citação de autores e teorias); Materiais e métodos: detalha todos os passos para a produção de dados; Resultados: apresenta os dados coletados; Discussão: discute os resultados e os compara com o trabalho de outros pesquisadores; Conclusão: resume os dados ou ideias relevantes produzidos pela pesquisa; Referências: relaciona as fontes bibliográficas que o autor usou para embasar seu estudo; Apêndices (quando houver): textos, roteiros de entrevistas, cópias de questionários etc elaborados pelo autor; Anexos (quando houver): documentos não elaborados pelo autor, mas que servem de fundamentação, comprovação ou ilustração (Ex.: leis, estatutos, declarações etc).
Resumo dos passos As etapas para escrever um artigo científico podem ser resumidas da seguinte maneira: · · · · · · · · · · ·
Prepare tabelas, figuras, quadros e gráficos que você irá usar; Descreva os materias e métodos empregados na pesquisa; Apresente os resultados dos seus experimentos ou observações; Faça a discussão dos resultados; Escreva a conclusão; Escreva a introdução. Escreva o resumo e selecione as palavras-chave; Redija o título e subtítulo (este, se necessário). Liste as referências. Revise o texto; Formate o artigo.
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A ordem de redação das seções Para escrever seu artigo, você deve seguir uma ordem diferente da apresentação das seções. Isso significa que você não começa com a escolha de um título, escreve o resumo e redige a introdução e demais seções na sequência em que elas aparecerão no texto final. A ordem que você vai seguir é a seguinte: Materiais e Métodos (que você usou para gerar dados) devem vir antes dos Resultados (os dados gerados); em seguida, você faz a Discussão dos dados coletados e, com base nisso, escreve a Conclusão; depois vem a Introdução, o Título (subtítulo), as Palavras-chave e as Referências. Essa sequência faz mais sentido, porque respeita a ordem lógica da produção dos contéudos. Por exemplo, não faz sentido começar escrevendo uma introdução sem antes ter dados para presentar e discutir. E fica também mais fácil escolher um título apropriado depois de saber quais foram as conclusões do seu trabalho.
9.8 Escrevendo as seções Escrevendo a seção Materiais e Métodos O que é a seção Materiais Métodos A seção Materiais e Métodos de um artigo científico é onde se econtram as informações sobre procedimentos, métodos, técnicas e ferramentas que você usou para produzir seus dados. Essa é a seção que outros pesquisadores, em geral, usam para julgar a qualidade da uma pesquisa e a validade de um estudo. O que deve conter a seção Materais e Métodos A seção Materiais e Métodos existe para responder essencialmente as seguintes questões: · · ·
Como os dados foram coletados ou gerados? Como esses dados foram analisados? Quais referências em termos de metodologia a pesquisa usou?
Para escrever a seção Materiais e Métodos, siga os seguintes passos: Passo 1: Crie um esqueleto da seção: dependendo do tipo de pesquisa (experimental, observacional, documental, etnográfica etc), esse esqueleto pode variar. De modo geral, deve incluir: 1. Literatura: quais autores ou trabalhos determinaram a escolha dos métodos; 2. Participantes do estudo: qual o tamanho da amostragem e características dos indivíduos, como região geográfica de origem, faixa-etária, sexo, condições socioeconômicas etc; 3. Características do grupo: classificação e descrição dos subgrupos e suas características; por exemplo, grupo-teste e grupo-controle; 4. Procedimentos: como o estudo foi desenhado, quais preparativos foram feitos e que instrumentos ou ferramentas foram usados; deve incluir ainda uma descrição de como os indivíduos foram “manipulados”, ou seja, como foram abordados; 5. Análises estatísticas: dependendo do tipo de dados, como foram medidos, quais testes estatísticos foram empregados e se um programa específico foi usado para processar os dados. Passo 2: Descreva de forma detalhada cada item do esqueleto. Por exemplo, se você estiver fazendo um estudo de caso, seu esqueleto vai incluir:
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Guia Prático de Escrita Acadêmica 1. Critérios para a seleção dos participantes a serem estudados: devem incluir tanto os critérios de inclusão quanto os de exclusão; ou seja, você deve infromar como chegou à sua amostragem; 2. Métodos (ou técnicas) para a coleta de dados: devem levar em conta se serão dados quantitativos ou qualitativos; por exemplo, você pode ter decido usar questionários e entrevistas ou apenas uma dessas ferramentas; 3. Procedimentos para tratamento dos dados: devem descrever como os dados foram reunidos e processados; por exemplo, se você usou uma planilha eletrônica ou um programa de processamento de dados específico; Passo 3: Escreva o texto na forma de uma narrativa, usando parágrafos individuais para descrever cada item do seu esqueleto. Exemplo: “Para atingir os objetivos propostos e testar as hipóteses experimentais formuladas, realizou-se um estudo em duas fases distintas... A primeira fase consistiu na seleção de 100 indivíduos, divididos em dois grupos: A e B... Na segunda fase, procedeu-se ao estudo do comportamento do grupo A, aplicando-se um questionário...”
Lembre-se: ·
· ·
Você deve redigir esta seção no pretérito, usar parágrafos curtos e ser direto. Exemplo: “O questionário foi aplicado aos indivíduos do grupo A em duas seções de 15 minutos cada. As respostas foram tabuladas usando uma planilha. Os dados não receberam tratamento estatístico”; Não inclua gráficos, tabelas ou figuras nesta seção. Esse tipo de informação deve aparecer apenas na seção Resultados. Informe qualquer limitação da metodologia, como problemas ao coletar ou gerar os dados ou dificuldades na seleção da amostragem. Isso é sinal de honestidade intelectual e valorizado por outros pesquisadores.
Escrevendo a seção Resultados O que é a seção Resultados A seção Resultados de um artigo científico é a razão de ser de todo o trabalho. É onde você apresenta os dados que sua pesquisa coletou ou gerou. Em um artigo científico original, esta seção será a mais valorizada, porque traz novas informações e contribui para expandir o conhecimento do tema que você estudou. Para escrever a seção Resultados, siga os seguintes passos: Passo 1: Crie um esqueleto da seção, seguindo uma sequência ordenada. Guie-se pela seção Materiais e Métodos: para cada resultado deve haver um item ou procedimento correspondendte na seção anterior. Exemplo: se você aplicou um questionário como passo na seção Materiais e Métodos, então um item da seção Resultados será a apresentação dos dados coletados com esse questionário. Passo 2: Apresente os dados respeitando os seguintes critérios:
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Claudio Moreira 1. Selecione quais resultados serão apresentados; inclua na seleção tanto os dados que sustentam sua hipótese quanto aqueles que a enfraquecem ou negam; 2. Organize os dados em ordem cronológica; ou seja, de acordo com a sequência em que foram produzidos; 3. Decida quais dados serão apresentados na forma de tabela, gráfico ou figura; alguns dados são melhor compreendidos quando apresentados em um gráfico do tipo barras, enquanto outros ficam melhor em uma tabela; 4. Crie legendas explicativas para cada tabela, gráfico, figura ou foto que você usar; 5. Numere tabelas, gráficos e figuras consecutivamente, seguindo a mesma sequência em que eles aparecem no texto; 6. Use numerações distintas para cada tipo de imagem. Exemplo: Figura 1; Tabela 1, Gráfico 1 etc. 7. Escreva um cabeçalho para cada tabela, gráfico ou figura; 8. Depois de cada conjunto de dados apresentado, escreva um parágrafo resumindo as informações. Exemplo: se você mostrou uma tabela com as respostas dos respondentes ao seu questionário, escreva uma breve descrição que realce um padrão ou a importância de um dado específico (uma variável); 9. Se você empregou uma ferramenta de análise estatística, explique como os dados foram tratados e qual variável em especial você focou. Passo 3: Escreva o texto na forma de uma narrativa, usando parágrafos individuais para descrever cada item do seu esqueleto. Exemplo (fictício): “A produção de nutrientes pela planta em seus estágios inciais foi observada em dois grupos de indivíduos (1 e 2), usando medições diárias em intervalos de 8 horas durante 7 dias consecutivos. O grupo 1 foi exposto a 4 horas extras de sol por dia e recebeu 50% mais fertilizantes do que o grupo 2. O dados não apresentaram diferenças significativas entre as espécies observadas (Tabela 1), como incialmente havia sido indicado pelos trabalhos de JOHANSSON (1997:26) e QUEVEDO (2000:45). O valores médios de nutrientes na parte aérea dos indivíduos do grupo 2 (Tabela 2) ficaram dentro dos valores encontrados no grupo 1, o que pode ser melhor visto na distribuição dos índices ao longo da amostra (Gráfico 1). Esses dados são consistentes com os observados por FINNERA e BARROS (2001:32), que fizeram experimentos usando a técnica de...”
Lembre-se: · · ·
·
Esta seção não é o lugar para você interpretar os dados que sua pesquisa produziu, o que você fará na seção Discussão do artigo; Planeje e crie antecipadamente tabelas, figuras e gráficos antes de inciar a redação da seção; Você não precisa incluir todos os resultados que sua pesquisa produziu; apenas os mais relevantes e que estejam relacionados com as variáveis que você estudou; Certifique-se de que os dados são precisos e consistentes ao longo de todo a seção, evitando
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informações contraditórias; Esta seção também é escrita no pretérito. Ao redigir, seja preciso, breve e claro; use sempre parágrafos curtos.
Escrevendo a seção Discussão O que é a seção Dicussão Esta seção do artigo serve para você discustir e interpretar o significado dos dados que sua pesquisa produziu. É aqui que você busca explicar como os dados que você coletou ou gerou respondem à pergunta que você formulou no início da pesquisa; ou seja, agora você vai ligar três pontos: a hipótese, a literatura que você revisou para embasar seu trabalho e os resultados que você tem em mãos. Para escrever a seção Discussão, siga os seguintes passos: Passo 1: Crie um esqueleto da seção, dividinado-a em quatro partes: 1. 2. 3. 4.
Explicação; Pesquisas anteriores; Recomendação; Hipótese (generalização, teoria ou modelo)
Passo 2: Discuta seus resultados nesta sequência: 1. Explicação dos resultados: comece explicando se seus resultados correspondem ao esperado ou se eles se distanciam do que você havia previsto com sua hipótese principal; em especial, mencione se algum dado inesperado surgiu e apresente uma explicação; se você notou padrões ou tendências marcantes nos dados, aponte isso e ofereça uma interpretação; 2. Referências a pesquisas anteriores: você deve comparar seus resultados com os resultados de outros trabalhos, sejam aqueles que sustentam sua hipótese, sejam aqueles que divirjam dela; ou seja, ofereça um contexto no qual sua pesquisa e seu dados possam ser comparados e avaliados; 3. Recomendação: proponha uma maneira como seus resultados podem ser aplicados para resolver um problema ou explicar um fenônemo; ou seja, aponte como sua pesquisa pode ser relevante para uma determinada área da vida das pessoas em geral ou mesmo da ciência; 4. Hipótese: faça uma afirmação que decorra da sua interpretação dos resultados, seja uma generalização, uma teoria ou um modelo. Passo 3: Escreva o texto na forma de uma narrativa, usando parágrafos individuais para descrever cada item do seu esqueleto. Exemplo (fictício): “Este estudo descobriu que os professores indígenas empregam a cultura local para explicar o significado de vários componentes da língua portuguesa durante o desenvolvimento da alfabetização. Nossos dados demonstram que os professores amostrados fazem amplo uso de objetos como utensílios domésticos e peças ornamentais, além de animais, frutas e plantas. Nossas observações apontaram também para o uso de recursos lúdicos como jogos e canções que fazem parte do repertório de brincadeiras das crianças indígenas para ensinar palavras como “grande” e “pequeno”, “quente” e “frio”, “alto’ e “baixo”. Certamente pesquisas adicionais devem ser conduzidas para determinar até que ponto as estratégias instrucionais que os professores indígenas usam na alfabetização das crinaças da aldeia...”
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Lembre-se: · · · · ·
A discussão deve sempre partir do geral para o específico; Ressalte qualquer dado inesperado; Evite repetições e detalhes que não adicionam nenhuma informação relevante; Seja conciso na sua exposição e evite usar jargões ou termos que não foram anteriormente explicados; Argumente com clareza e siga um fluxo lógico de pensamento, evitando colocar mais de uma ideia em uma mesma frase.
Escrevendo a seção Conclusão O que é a seção Conclusão A seção Conclusão do seu artigo é uma síntese dos pontos-chave da sua pesquisa. É uma reafirmação do que você considera importante, isto é, o argumento principal do trabalho; na Conclusão, você deve dar uma razão para os leitores lembrarem do seu artigo. Para escrever a seção Conclusão, siga os seguintes passos: Passo 1: Crie um esqueleto da seção, dividinado-a em quatro partes: 1. 2. 3. 4.
Pontos-chave; Implicações; Significado; Futuro.
Passo 2: Escreva sua Conclusão nesta sequência: 1. Destaque de forma suscinta os pontos-chave do seu trabalho; reafirme as ideias e conceitos que fazem parte do argumento central do artigo; 2. Aponte quais são as possíveis implicações da sua pesquisa para o tema ou campo de estudo no qual ela se insere, relacionando-as ao contexto de outras pesquisas; 3. Ressalte a importância das suas contribuições, destacando o significado das suas descobertas (Ex.: um novo dado ou uma nova técnica); 4. Indique de que maneira suas ideias podem promover o avanço das pesquisas no futuro, apontando para possíveis novas abordagens decorrentes das suas descobertas. Passo 3: Escreva o texto na forma de uma narrativa, usando parágrafos individuais para descrever cada item do seu esqueleto. Exemplo (fictício): “Neste trabalho buscamos demonstrar como a obra de Alphonse Mucha, um expoente do movimento Art Nouveau, teve significativa influência na arte da sua época e, de modo mais geral, na cultura do mundo contemporâneo. Nosso estudo também mostrou a importância da colaboração entre Mucha e Sarah Bernhardt, o que levou os dois artistas a desenvolverem carreiras de muito sucesso...
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Guia Prático de Escrita Acadêmica A análise crítica das obras de Alphonse Mucha, que incluem cartazes, desenhos, pinturas, gravuras, objetos, livros e fotografias, nos permitiu chegar à conclusão de que o “estilo Mucha” pode ser visto como um legado, presente em posters psicodélicos dos anos 1970 e nas ilustrações de mangá e histórias em quadrinhos.”
Lembre-se: · · · · ·
A Conclusão não é a repetição dos resultados da sua pesquisa; Evite repetir o que você afirmou na seção Discussão; A Conclusão não deve ser longa; três parágrafos são suficientes; Enfatize de que maneira suas descobertas podem contribuir para pesquisas futuras; Seja claro e sintetize suas ideias em uma linguagem simples e objetiva.
Escrevendo a seção Introdução O que é a seção Introdução A seção Introdução do seu artigo apresenta o contexto da pesquisa. Em termos gerais, a Introdução deve dizer por que você escolheu o tema, qual a importância de se estudá-lo e quais os métodos selecionados para isso. Você também deve fornecer informações sobre a compreensão atual do tema (o que outros pesquisadores já descobriram), o objetivo do trabalho na forma de uma hipótese e a pergunta ou problema de pesquisa. Você também pode pensar na Introdução como a seção que aponta a lacuna no conhecimento que o restante do artigo preencherá, ou a seção na qual você define e reivindica seu território dentro da ampla área de pesquisa. Para escrever a Introdução, siga os seguintes passos: Passo 1: Crie um esqueleto da seção na forma de seis perguntas : 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Qual o objeto da pesquisa (tema)? Por que esse tema é importante como objeto de pesquisa? Quais estudos já foram feitos e quais as principais conclusões? Quais abordagem irá orientar a pesquisa? Qual problema específico a pesquisa pretende solucionar (a pegunta de pesquisa)? O que a pesquisa pretende domonstrar (a hipótese)?
Passo 2: Escreva sua Conclusão nesta sequência: 1. Comece com uma descrição geral do tema e sua importância como objeto de estudo; 2. Descreva sucintamente quais estudos ou autores já trataram do mesmo tema e quais foram as principais conclusões a que chegaram; 3. Descreva os métodos que você empregou para estudar o tema; 4. Descreva qual o problema ou pergunta de pesquisa você investigou; 5. Apresente a hipótese do estudo; 6. Por fim, ressalte um ou dois pontos-chave do trabalho (Ex.: “Nossa principal conclusão foi...”).
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Claudio Moreira Passo 3: Escreva o texto na forma de uma narrativa, usando parágrafos individuais para descrever cada item do seu esqueleto. Exemplo (retirado de um estudo em Neurociência): “A coloração com prata dos neurônios começou no século 19, quando Camillo Golgi descobriu que as células nervosas têm uma forte afinidade pelos sais de prata [...] A mancha de prata de Golgi destacou claramente a arborização tridimensional completa do axônio e os dendritos de neurônios individuais [...] Seus estudos abrangentes sobre manchas de prata continuam sendo a base da neuroanatomia (Santini, 1975; Parent, 1996). [...] Nenhuma das técnicas de coloração de Bodian escurece pequenos feixes de neurofilamentos o suficiente para serem resolvidos de maneira limpa com microscopia de luz. Por esse motivo, as manchas de prata de Bodian não foram úteis para estudos dos estágios iniciais do desenvolvimento do sistema nervoso ou dos detalhes finos dos axônios que crescem na cultura de tecidos. Aqui, relatamos a capacidade de um intensificador pós-coloração para melhorar a coloração Bodian de axônios e axônios jovens na cultura de tecidos.” (Texto traduzido e adaptado de Katz, Michael J. From Research to Manuscript: A Guide to Scientific Writing. 2009. Cleveland: Springer Science).
Lembre-se: · · · ·
A Introdução deve ser objetiva e curta; informe apenas o essencial, sem entrar em detalhes; Concentre-se na definição do tema e em sua importância; Convença o leitor da necessidade da sua pesquisa e como ela contruirá para o estudo do tema; Deixe claro qual a hipótese (a resposta à pergunta de pesquisa) e como você pretende demonstrá-la (quais dados foram produzidos pela pesquisa que siustentam sua hipótese).
Escolhendo o Título (subtítulo) Qual a função do Título O Título de um artigo científico é usado, junto com o Resumo, como entradas em bases de dados (indexadores) de artigos. O Título deve informar os leitores sobre o conteúdo do artigo e ao mesmo tempo se destacar de trabalhos similares. Para escolher e redigir o Título, siga os seguintes passos: Passo 1: Faça uma lista de palavras-chave: 1. 2. 3. 4.
Palavras relacionadas ao tema; Palavras relacionadas à metodologia usada na pesquisa; Palavras relacionadas às técnicas de coleta e análise dos dados; Palavras relacionadas às teorias ou referências teóricas que orientaram sua pesquisa;
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Guia Prático de Escrita Acadêmica Passo 2: Escreva o Título do seu artigo, levando em conta os seguintes critérios: 1. 2. 3. 4.
Deve incluir o assunto e o escopo do estudo; Se possível, deve mencionar o método usado; As palavras devem ser do campo de pesquisa investigado; Opte por uma frase direta; se achar apropriado, escreva um subtítulo na forma de pergunta (Exemplo: “A importância da Internet na Alfabetização: como a inclusão digital pode contribuir para reduzir o analfabestismo entre jovens e adultos da periferia da cidade São Paulo?”);
Passo 3: Escreva um sibtítulo explicativo, se achar necessário.
Lembre-se: · · · · · ·
Não use abreviações no título; Tente despertar o interesse do leitor; Busque dar uma ideia da organização do artigo; Um bom título tem entre 10 e 15 palavras; Não use expressões como estudo de, análise de, investigação de etc; Seja preciso e evite ambiguidade.
Escrevendo o Resumo (Abstract) Qual a função do Resumo O Resumo tem o papel de condensar o conteúdo do artigo. Ele sintetiza as informações centrais da pesquisa: o contexto, os métodos utilizados, os principais resultados e a conclusão. Para escrever o Resumo, siga os seguintes passos: Passo 1: Crie um esquelo do Resumo com os seguintes termos: · · · · ·
O contexto da pesquisa; Os objetivos da pesquisa; A metodologia da pesquisa; Os resultados da pesquisa; As conclusão da pesquisa.
Passo 2: Escreva o Resumo da seguinte maneira: 1. 2. 3. 4. 5.
Descreva o contexto da pesquisa em três frases; Resuma os objetivos da pesquisa em duas frases; Resuma a metodologia em três frases; Apresente os resuldados em duas frases; Sintetize a conclusão do trabalho em uma frase.
Lembre-se: ·
O resumo deve ser escrito como um parágrafo único;
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Ele deve ter entre 150 e 200 palavras; Não se estenda em referências à literatura que você consultou; Não use abreviações; Não use nem faça referências a tabelas, gráficos ou ilustrações; Use a mesma terminologia que irá aparecer no resto do trabalho.
Escolhendo as Palavras-chave (Keywords) Para que servem as Palavras-chave As Palavras-chave cumprem várias funções: 1. Permitem ao leitor avaliar o conteúdo do artigo; 2. São usadas para pesquisar e localizar artigos sobre temas ou tópicos semelhantes em bases de dados (indexadores); 3. Ajuda bibliotecários e editores classificar o artigo; 4. São usadas para documentar mudanças em um campo de estudos; 5. Orientam na seleção de bibliografia para a realização de outras pesquisas. Para selecionar as Palavras-chave, siga os seguintes passos: Passo 1: Selecione as palavras-chave, seguindo os critérios gerais: 1. 2. 3. 4. 5.
Limite o número de palavras-chave de 3 a 10; Se achar apropriado, use frases curtas; Escolha palavras que sejam específicas e que reflitam os conceitos ou ideias principais do artigo; Inclua um ou dois termos de significado mais generalizado; Liste suas palavras-chave em ordem alfabética.
Passo 2: Escreva as palavras-chave respeitando os seguintes critérios específicos: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Evite termos muito comuns ou de sentido ambíguo; Não use as mesmas palavras que aparecem no título; Não use um acrônimo como plavra-chave; Inclua palavras que se refiram a uma metodologia ou técnica que você usou; Use palavras que reflitam o tópico principal da sua pesquisa; Teste em uma pesquisa no Google Acadêmico ou em outro indexador as palavras-chaves que você escolheu.
Lembre-se: · · ·
As palavras-chave funcionam como um código e servem de porta de entrada para seu trabalho; As palavras-chave são a primeira opção do leitor ao pesquisar trabalhos semelhantes; As palavras-chave são outra maneira de sintetizar o conteúdo do artigo e por isso deve refletir o tema do trabalho.
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Fazendo Citações O que é uma citação É uma referência formal a qualquer fonte que você consultou. Pode ser um artigo, um livro ou capitulo dele, um vídeo, uma revista, entrevistas, jornais diários, uma página Web. Existem vários tipos de citação e cada uma tem um padrão estabelecido por uma norma NBR da ABNT. Por que citar Você deve citar suas fontes para: · · · · ·
Permitir ao leitor verificar fatos, ideias e conceitos que você usou no seu trabalho; Garantir que você não plagiou conteúdos de outros trabalhos; Mostrar seu domínio do assunto; Tornar você um pesquisador melhor e um escritor também melhor; Aumentar sua credibilidade como pesquisador.
Lembre-se: · · ·
Todo trabalho acadêmico original é protegido por leis de propriedade intelectual; Reproduzir trechos de ourtos trabalhos e não dar o crédito é consderado plágio; A prática do plágio descredita você e seu trabalho e pode resultar em punições pela instituições onde você estuda, além de processos na justiça, movidos pelos autor original do trabalho plagiado.
Fazendo as Referências O que são Referências Referências bibliográficas (ou simplesmente Referências) são todos os documentos (livros, artigos, capítulos de livros, resenhas, entrevistas, dicionários, anuários, vídeos, gravuras, mapas e textos eletrônicos) que você consultou.
Como são feitas as Referências As Referências aparecem no final do artigo, logo após a Conclusão. Existem normas NBR da ABNT que estabelecem como as referências bibliográficas devem ser apresentadas.
Fazendo a revisão A revisão do artigo é a última etapa antes de formatá-lo.
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Claudio Moreira Passos para fazer a revisão do texto do artigo Revise o texto, seguindo os seguintes passos: 1. Imprima o artigo; 2. Leia cada seção do artigo com uma caneta ou lápis na mão; 3. Na primeira passada, busque por informações incompletas ou erradas e erros de digitação e de gramática; 4. Abra o arquivo e faça as correções; 5. Dê uma pausa de uma ou duas horas; 6. Faça uma segunda leitura, mas agora procure por erros de estilo (Exemplo: uma citação fora do padrão que você está seguindo ou o tempo verbal incorreto); 7. Abra novamente o arquivo e faça as correções; 8. Dê uma pausa de uma ou duas horas; 9. Por fim, na terceira leitura, examine o texto para identificar lacunas no seu raciocínio ou pontos que você considera fracos; 10. Abra o arquivo e faça as alterações; 11. Espere até o dia seguinte; 12. Imprima novamente o arquivo; 13. Releia o texto do começo ao fim e tente responder à seguinte pergunta: “Se eu fosse um professor, que nota daria para este trabalho?” 14. A resposta dirá o que você deve fazer em seguida: entregar o texto ou revisá-lo mais uma vez; 15. Faça uma cópia extra no Google Drive ou em um pendrive.
Formatando o artigo Consulte os capítulos 12 (Como Apresentar Seu Trabalho) e 13 (Guia de Leitura). Lá você encontra orientações gerais sobre a presentação gráfica do artigo e recomendação de sites, manuais e livros sobre normalização textual.
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10. Monografia: o passo a passo O que é Monografia O termo monografia (do grego monos + graphein) significa escrever sobre um só tema. A monografia é um trabalho de conclusão de curso. Ela trata de um assunto específico, sem contudo aprofundar ou acrescentar o que já se sabe. Na monografia, você usa um modelo teórico já existente e aplica-o a um fenômeno – o objeto de estudo ou tema da monografia. Para conhecer esse modelo teórico, você deve ler o que outros autores escreveram sobre o mesmo tema – a revisão de literatura.
10.1 Ciclo da pesquisa Como é feita a pesquisa para uma Monografia Para escrever uma monografia, você deve seguir um processo conhecido como ciclo de pesquisa. Ele é composto de 8 etapas: · · · · · · · ·
Observação do fenômeno Escolha do tema Formulação do problema e da hipótese Escolha do referencial teórico Escolha da metodologia Coleta de dados Análise dos dados Apresentação das conclusões
As etapas 1 e 2 serão discutidas no item 10.2 (A Observação do Fenômeno e a Escolha do Tema). As etapas 3 a 8 serão apresentadas de forma detalhada no item 10.7 (Escrevendo as Seções).
Diferença entre Projeto de Pesquisa e Monografia Uma monografia começa com um projeto de pesquisa. Essa é a etapa do planejamento da monografia. Neste Guia, não é discutida a elaboração de projetos de pesquisas. Porém, veja quais são as partes principais de um projeto de pesquisa: 1. Introdução · · · · · ·
Tema e contextualização; Problema da pesquisa; Hipótese (ou hipóteses); Objetivo geral; Objetivos específicos; Justificativa (relevância do estudo);.
2. Referencial teórico
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Guia Prático de Escrita Acadêmica 3. Metodologia 4. Cronograma 5. Orçamento 6. Referências 7. Apêndices 8. Anexos
Lembre-se: · · · · · · · ·
Todo projeto de pesquisa parte de um problema; Na introdução, são descritos tema, hipóteses, objetivos e justificativa; O referencial teórico é necessário para situar a pesquisa em relação a estudos já realizados; A escolha da metodologia vai dizer como o problema será resolvido; O cronograma estabelece etapas e prazos para a realização da pesquisa; O orçamento diz como a pesquisa será financiada; As referências são necessárias para embasar suas ecolhas de referencial teórico e metodologia; Nos apêndices e anexos, você inclui materiais como, roteiros de entrevistas, modelos de questionário, leis e estatutos, entre outros itens que serão usados na pesquisa.
10.2 Observação de fenônemos e escolha do tema Observação do fenômeno Você pode ser atraído para o estudo de um fenômeno direta ou indiretamente. No primeiro caso, existe o envolvimento direto com o fenômeno. Exemplo: você trabalha em uma empresa que vende um produto X. As vendas estão baixas e a concorrência aumentou. Sua empresa então decide mudar esse cenário e descobre que sua força de vendas está desmotivada. Você sugere ao seu superior estudar os fatores que afetam o nivel de motivação dos vendedores. No segundo caso, ocorre o envolvimento indireto. Exemplo: você é assinante de um periódico da sua área; digamos, sistemas de gestão de equipes de venda. Ao ler um artigo sobre motivação no periódico, você decide estudar os fatores que influenciam o grau de envolvimento dos vendedores com as metas da empresa onde você trabalha. É partir dessas experiências e outras semelhantes que o tema da sua monografia pode surgir.
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Escolha do tema Tema é o assunto que você vai investigar. Ao escolher um tema, você deve considerar suas aptidões e interesses. Além disso, existem dois critérios que sua escolha deve levar em conta: importância e viabilidade. Importância. É o mesmo que relevância e depende de fatores como abrangência do tema, a finalidade da pesquisa (o probelma que pretende resolver) e as implicações que os resultados da pesquisa podem gerar. Exemplo: “O uso de aplicativos na alfabetização de deficientes auditivos”. Um tema como esse pode ter um impacto direto na vida das pessoas surdas. Viabilidade. Está ligada ao preparo acadêmico do pesquisador (seu domínio da teoria e de técnicas de pesquisa como aplicação de questionários e o uso de métodos estatísticos) e à disponibilidade dos recursos (tecnológicos, financeiros e humanos) para realizar o estudo. Tempo é também outro fator a ser considerado. Exemplo: uma monografia, em geral, leva de três a no máximo seis meses para ser feita. Passos para escolher o tema: 1. 2. 3. 4. 5.
Faça uma sessão de brainstorming; Crie uma lista com as ideias mais promissoras; Ordene a lista de acordo com os critérios de importância e viabilidade (veja discussão anterior); Reduza sua lista a três ou quatro temas potenciais; Faça uma pesquisa preliminar na internet para ter um ideia do que já foi publicado sobre esses temas; 6. Reduza novamente a lista a um tópico; 7. Defina seu tema na forma de uma pergunta: Exemplo: “Como os aplicativos de celular podem ajudar na alfabetização de deficientes auditivos?”
Lembre-se: · · · · ·
Seja flexível: deixe sempre aberta a possibilidade de ajustar seu tema à medida que suas ideias ou seus dados mudem; Escolha um tema que permita você ler e entender com segurança a literatura sobre o campo de estudo no qual sua pesquisa se insere; Seu tema deve estar dentro dos limites de tempo e recursos disponíveis; Evite assuntos que exijam conhecimentos ou habilidades que você precisaria adquirir; Certifique-se de que seu orientador ou tutor está de acordo com a sua escolha.
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10.3 A estrutura de uma Monografia Estrutura padrão Uma monografia costuma ser dividida em três partes principais: Introdução, Corpo e Conclusão. Essa divisão básica se refere apenas ao conteúdo da pesquisa propriamente dita. Quanto à formatação do documento, a norma NBR 14724 da ABNT divide a monografia em: Elementos Pré-textuais, Elementos Textuais e Elementos Pós-textuais. Neste Guia, vamos seguir a seguinte sequência: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Introdução Referencial Téorico (Revisão de Literatura) Metodologia Resultados e Discussão Considerações Finais Referências Apêndices e Anexos
Lembre-se: · · ·
· ·
Ao escrever uma monografia, você deve ter em mente que ela é o produto final de um processo; Esse processo começa com o o planejamento (projeto de pesquisa); Em seguida, você realiza a coleta de dados (se for uma monografia do tipo pesquisa de campo) ou faz a análise de outros trabalhos (se você optou pela monografia do tipo compilação); Na etapa principal, você escreve o texto das partes principais (Introdução, Corpo e Conclusões) da monografia; Por fim, você faz a normalização textual do trabalho, seguindo as regras da ABNT ou o manual de estilo da sua faculdade.
10.4 O Título O planejamento de uma monografia começa pela escolha do título. Um bom título (e um subtítulo) é uma boa maneira de especificar e delimitar o foco ou objetivo do trabalho. O título é também a referência principal ao trabalho. É a chave pela qual o trabalho será referenciado, deve refletir seu conteúdo, bem como ser claro, curto e gramaticalmente correto. Deve ser original. IMPORTANTE: apesar de estarmos inciando com ele, o título não necessariamente é a primeira coisa a se escrever no trabalho.
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10.5 O Resumo e o Abstract Para que serve o Resumo O Resumo de uma monografia deve dar uma visão geral do trabalho. É uma espécie de retrato 3x4 da monografia e serve para despertar o interesse no leitor. Ao ler o resumo, o leitor pode decidir quais capítulos da monografia lhe interessam.
Abstract O abstract é o mesmo texto do resumo, só que escrito em outra língua. Em geral, a tradução é para o Inglês, mas pode ser feito em Espanhol ou Francês.
O que deve conter o Resumo Um resumo padrão consiste em cinco partes: contexto, objetivo, metodologia, resultados e conclusões. O resumo de uma monografia deve conter entre 150 e 500 palavras. Contexto: apresente o problema e o contexto do trabalho. Lcalize o tema no tempo e no espaço, como
ele foi tratado por outros pesquisadores e quais aspectos você irá desenvilver em seu trabalho.
Objetivos: descreva o que você pretende descobrir; ou seja, qual a solução para o problema formulado. É
importante indicar a hipótese que você formulou; ou seja, como você pretende resolver o problema.
Metodologia: indique qual metodologia que você empregou na pesquisa. Por exemplo: estudo de caso, experimento, observação, revisão de literatura, etc. Quando seu trabalho tiver usado uma técnica de amostragem, é importante descrever em detalhes o número de participantes e os critérios (de inclusão e exclusão) de seleção desses participantes. Resultados: apresente sucintamente os principais achados da sua pesquisa. Dê preferência às decobertas mais relevantes. Não inclua sua opinião ou interpretação. Conclusões: discuta as implicações do seu estudo. Faça uma interpretação dos seus resultados e relacione-os ao que já se sabe. Indique possíveis limitações das suas descobertas e indique a necessidade de futuras investigações para esclarecer pontos que sua pesquisa não resolveu.
Lembre-se: · · · · ·
A monografia começa com o resumo; O resumo serve como uma “porta de entrada” para a monografia; O resumo deve funcionar como uma mapa para a exploração da monografia; Um bom resumo é claro, objetivo e conciso; O resumo não é a repetição da introdução.
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10.6 As Palvras-chave e as Keywords A palavras-chave vem logo a baixo do resumo. São obrigatórias e servem como descritores (termos padronizados que especialistas usam para indexar e recuperar informações). Ao escolher as palavraschave, siga os seguintes critérios: · · ·
Escolha palavras que descrevam exatamente os assuntos abordados no trabalho; Escolha termos de uso da comunidade científica da área de pesquisa da sua monografia; Siga a norma NBR 6028 da ABNT.
Keywords nada mais é do qua tradução literal das palavras-chave. Elas vêm logo abaixo do abstract e são escritas no mesmo idioma dele. Lembre-se: · · · · ·
As palavras-chave devem representar o conteúdo da sua monografia; Devem ser específicas do campo de pesquisa que você estudou; Não devem repetir as palavras usadas no título; Mínimo de palavras: 3; Máximo de palavras: 6.
10.7 Escrevendo os capítulos da Monografia Escrevendo o capítulo Introdução Para escrever a Introdução, siga os seguintes passos: Passo 1: crie um esqueleto do capítulo Introdução com as seguintes seções: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Formulação do problema Justificativa Objetivo geral Objetivos específicos Hipótese e relevância do trabalho Limitações da pesquisa Resumo do trabalho
Passo 2: escreva cada uma das seções, seguindo as orientações dadas a seguir: Formulação do Problema Em termos práticos, a formulação do problema é a tradução do tema em uma dificuldade que o pesquisa pretende resolver e toma a forma de uma pergunta: ·
Defina qual necessidade teórica ou prática o tema envolve;
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Formule isso como uma pergunta: Exemplo: se seu tema é o uso de aplicativos na alfabetização de surdos, o problema pode ser formulado assim: “Como aplicativos para alfabetização de deficientes auditivos pode aumentar a inclusão digital?” Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores formularam o problema.
Justificativa A justificativa apresenta as razões pelas quais a pesquisa deve ser feita. Para escrever a justificativa, responda às seguintes perguntas e depois faça uma pesquisa na internet: · · · · · ·
O que motivou sua pesquisa? Qual problema prático e teórico será resolvido? Quais novas ideias ou novos dados sua pesquisa produzirá? Como a academia e a sociedade vão se beneficiar do conhecimento gerado pela pesquisa? Qual fundamentação teórica justifica sua abordagem do tema? Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores justificaram seu trabalho.
Objetivo Geral O objetivo geral aponta para a finalidade do trabalho. Ou seja, aonde você pretende chegar com seu estudo. Para escrever o objetivo geral, siga estas orientações: · · · ·
Resuma a ideia (tema) central do trabalho; Traduza essa ideia na forma de resultados; Limite o escopo desses resultados. Exemplo: “Este trabalho busca estudar a importância dos aplicativos na alfabetização de deficientes auditivos e como isso pode aumentar a inclusão digital dos alunos surdos das escolas municipais da cidade de São Paulo”. Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores definiram o obejtivo geral.
Objetivos Específicos Os objetivos específicos aprofundam o objetivo geral, traduzindo-o em metas. Essas metas devem ser definidas como as etapas necessárias para que o objetivo geral seja alcançado. Para escrever os objetivos específicos, siga estas orientações: ·
·
Transforme o objetivo geral em metas menores: Exemplo: se seu objetivo é estudar a importância dos aplicativos na alfabetização de deficientes auditivos e sua inclusão digital, seus objetivos específicos poderiam ser: 1) “Identificar a população de alunos nas escolas públicas municipais da cidade de São Paulo; 2) Identificar como esses alunos usam os aplicativos para se comunicar com seus colegas surdos; 3) Idetificar como professores usam esses aplicativos na alfabetização de alunos surdos; 4) Identificar qual impacto o uso desses aplicativos e a alfabetização tem na inclusão digital de alunos surdos”; Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores definiram seus obejtivos específicos.
Hipótese e Relevância do Trabalho Hipótese é uma resposta em potencial à pergunta de pesquisa. Em termos práticos, a hipótese nada mais é do que uma tentativa de solução para um problema. Para formular sua hipótese, siga estas orientações:
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Guia Prático de Escrita Acadêmica · · · · ·
Faça uma afirmação direta e objetiva de como sua pesquisa resolve o probelma; Escreva essa afirmação com palavras simples; Use uma frase não muito longa; Deixe aberta a possibilidade de negação (uma hipótese é uma afirmação que pode ser desafiada; ou seja, pode ser negada); Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores formularam a hipótese da pesquisa.
Para apontar a relevância do trabalho, siga estas orientações: · · · ·
Indique como sua pesquisa se destaca no contexto das investigações de outros autores e no debate atual do tema que você escolheu; Mostre que você está ciente do lugar que você ocupa no conjunto das vozes (outros pesquisadores) que participam do debate; Destaque especificamente a contribuição que sua pesquisa pode representar para o avanço dos estudos sobre o tema que você escolheu; Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores defenderam a relevância das suas pesquisas.
Limitações da pesquisa O objetivo desta seção da Introdução é apontar o que seu trabalho deixou de fora; ou seja, quais questões ou pontos do tema não foram abordados. As razões para as limitações de uma pesquisa podem ser: · · · ·
Limitações relativas à metodologia. Exemplo: nos estudos de caso, não é possível fazer generalizações ou criar modelos; Limitações relativas ao universo da amostragem. Exemplo: quantidade de indivíduos entrevistados em uma pesquisa de campo estar resumida ao universo investigado; Limitações relativas ao tratamento e análise dos dados coletados ou gerados. Exemplo: você pode dizer que não usou uma ferramenta estatística para tratar os dados brutos, mas apenas fez a tabulação deles em uma planilha eletrônica; Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores indicaram as limitações das suas pesquisas.
Resumo do Conteúdo do Trabalho Esta seção descreve como a monografia está organizada, indicando os capítulos e o que o leitor deve encontrar. IMPORTANTE: esta seção não é igual ao Resumo (Abstract) que vem logo depois do Título da monografia. Siga estas orientações para apresentar o resumo do conteúdo da monografia: · · · ·
Descreva como o conteúdo da monografia está dividido; Ofereça uma breve descrição de cada divisão; Informe ao leitor qualquer peculiaridade do trabalho, como o uso de uma técnica nova ou de um modelo teórico novo; Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você escolheu e anote como os autores apresentaram um resumo do conteúdo do trabalho.
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Escrevendo o capítulo Fundamentação Teórica O que é Fundamentação Teórica Fundamentação Téorica é o conjunto de ideias, conceitos, modelos e teorias que você usa para
fundamentar sua pesquisa. Ela se baseia na leitura crítica e comentada de trabalhos já existentes sobre o tema que você escolheu.
Também chamada de Referencial Teórico e Revisão de Literatura, a Fundamentação Teórica envolve a seleção, leitura e estudo de diferentes fontes bibliográficas como artigos, livros ou capítulos de livros, monografias, teses, documentários e filmes (se, por exemplo, você optou por uma pesquisa etnográfica ou um estudo sobre um personagens históricos como Picasso, Beethoven ou Getúlio Vargas). Para que serve a Fundamentação Teórica
A Fundamentação Teórica serve para dar embasamento teórico aos trabalhos científicos, desde o projeto de pesquisa até a redação final da sua monografia. A Fundamentação Teórica é um passo essencial para você realizar sua pesquisa porque permite conhecer o estado atual do estudo do tema que você escolheu pesquisar. Ao estudar a literatura que trata sobre o seu tema, você toma conhecimento sobre autores, métodos e técnicas, resultados já conhecidos e possíveis dificuldades que um pesquisador pode encontrar ao investigar aquele tema específico. Como fazer a Fundamentação Teórica Para escrever a Fundamentação Teórica da sua monografia, siga os seguintes passos: Passo 1: Selecione as fontes, pesquisando em base de dados (indexadores) como Google Acadêmico e SciELO Passo 2: Classifique as fontes em primárias e secundárias; Passo 3: Leia e faça o fichamento dos textos; Passo 4: Escreva o texto da sua Fundamentação Teórica, seguindo estas orientações: · · · ·
Comece com as fontes primárias, apresentando como os autores abordaram o tema; Em seguida, descreva quais métodos e técnicas foram usados e por quê; Depois, discuta os principais achados apresentados pelos autores que você selecionou; Por fim, apresente um breve resumo das ideias e conceitos dos autores.
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Guia Prático de Escrita Acadêmica Lembre-se: · · · · ·
Ao apresentar as ideias de um autor, faça uma avaliação, apontando prós e contras; Faça citações pequenas, evitanndo copiar longos trechos dos trabalhos; Faça a referência, seguindo a norma NBR 10520 da ABNT ou o manual de estilo da sua faculdade; Use paráfrases, mas cite o nome do autor e da obra; Tenha cuidado para não plagiar o trabalho de outra pessoa.
Escrevendo o capítulo Metodologia O que é Metodologia A Metodologia inclui materais, métodos e técnicas que você usou na pesquisa. A Metodologia responde essencialmente a cinco perguntas: 1. 2. 3. 4. 5.
O quê foi pesquisado? Com o que foi pesquisado? Onde foi pesquisado? Quando foi pesquisado? Como o que foi descoberto (os dados) foi analisado?
O que deve conter a Metodologia Independente da abordagem escolhida, você deve informar: · · · · · ·
Tipo de pesquisa: qualitativa/quantiva; Técnicas usadas: análise documental, estudo de caso, experimento em laboratório, grupos focais etc; Dados a serem obtidos: comportamentais, econômicos, demograficos, clínicos, etnográficos etc; Forma de obtenção dos dados: entrevistas, questionários, obervação etc; População/amostragem: grupos de indivíduos, como estão classificados e qual processo foi usado para selecioná-los (critérios de inclusão/exclusão); Tratamento e análise dos dados: como os dados foram compilados e tratados; ou seja, como as informações foram armazenadas e organizadas para serem discutidas.
Como descrever a Metodologia Para descrever a Metodologia usada na sua monografia, siga os seguintes passos: Passo 1: Informe o tipo de abordagem: pesquisa qualitativa ou quantitativa; Passo 2: Descreva a técnica escolhida para o estudo; Passo 3: Indentifique os tipos de dados coletados ou gerados; Passo 4: Em estudos por amostragem, informe os grupos estudados, número de indivíduos de cada gurpo e sistema de seleção e classificação desses idivíduos; em pesquisas documentais, informe os critérios de
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Claudio Moreira seleção dos documentos, tipos de documento, sistema classificação dos documentos e tipo de análise feita neles; Passo 5: Indique como os dados foram armazenados e analisados; por exemplo, se foi feita uma análise estatística, histórica, interpretativa, descritiva etc.
Lembre-se: · · ·
A Metodologia é importante para que outros pesquisadores possam saber como você coletou ou gerou os dados da sua pesquisa; A Metologia permite que seus resultados possam ser reproduzidos, seguindo os mesmo passos que você segiu ao realizar seus experimentos ou observações; A Metodologia é uma garantia de que seu trabalho foi feito de acordo com a regras da pesquisa acadêmica.
Escrevendo o capítulo Resultados e Discussão O que incluir no capítulo Resultados e Discussão Este capítulo da sua monografia deve incluir os resultados do estudo e fazer uma discussão deles. É importante tanto os resultados em si quanto a forma de apresentá-los. Por exemplo, você deve situar suas descobertas em um contexto teórico que permita ao leitor avaliar sua importância para o campo de estudo da sua pesquisa. Como apresentar os Resultados Em forma de gráficos, tabelas, figuras ou qualquer tipo de representação pictórica como desenhos ou fotos. Uma descrição em parágrafos curtos deve acompanhar cada um desses itens, além de terem título (na parte superior) e legendas (na parte inferior). O tipo de dado vai determinar o tipo de apresentação. certos dados ficam melhor em tabelas; outros, em gráficos etc. Como discutir os Resultados Você deve destacar suas descobertas principais e apontar como elas sustentam a sua hipótese. Apresente outros estudos para fins de comparação. Forneça o contexto teórico que ajude a entender a importância dos seus resultados para o estudo do tema. Como escrever o capítulo Resultados e Discussão Para escrever o capítulo Resultados e Discussão, siga os seguintes passos: Passo 1: Prepare com antecedência gráficos, tabelas e figuras que serão usados;
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Guia Prático de Escrita Acadêmica Passo 2: Escreva títulos e legendas para cada um desses itens; Passo 3: Apresente seus dados na ordem de importância para a sustentação da sua hipótese; Passo 4: Escreva um parágrafo descritivo e outro parágrafo interpretativo para cada grupo de dados apresentado; Passo 5: Por fim, faça um resumo dos seus resultados e os situe em um contexto teórico.
Lembre-se: · · · · ·
Primeiro apresente os resultados e só depois faça a discussão; Seja objetivo e evite escrever demais; deixe os dados falarem por si mesmos; Você não precisa comparar seus resultados com todos os estudos do seu referencial teórico, mas apenas com aqueles que podem enriquecer a discussão; Não interprete demais os resultados e deixe que o leitor chegue a suas prórias conclusões; Não exagere a importância das suas descobertas.
Escrevendo o capítulo Considerações Finais O que colocar no capítulo Considerações Finais Considerações Finais ou Conclusão é o último capítulo da sua monografia e deve reafirmar o problema e a hipótese, resumir os principais pontos do trabalho e fazer uma ou mais recomendações sobre a necessidade de pesquisas futuras. Você deve também incluir uma proposta ou recomendação para a aplicação do seu estudo, se esse for o caso. É importante ainda informar ao leitor sobre as limitações dos seus dados ou descobertas para o campo de estudo da sua pesquisa. Como escrever o capítulo Considerações Finais Para escrever o capítulo Considerações Finais, siga os seguintes passos: Passo 1: Comece reafirmando o problema, o contexto (como o tema e a problematização do tema surgiram) e a hipótese; Passo 2: Descreva resumidamente como sua pesquisa foi conduzida, sem dar detalhes dos métodos e técnicas que você usou; Passo 3: Enumere os descobertas principais, em ordem de importância; não repita literalmente o que foi dito no capítulo Resultados e Discussão;
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Claudio Moreira Passo 4: Aponte possíveis aplicações dos resutados do seu estudo e indique quais linhas pesquisas futuras deverão seguir para aprofundar o que você descobriu; Passo 5: Por fim, esclareça quais as limitações dos dados produzidos pela sua pesquisa.
Lembre-se: · · · · ·
Seja direto e simples; Não enfatize demais suas descobertas; Escreva entre 5 a 8 parágrafos curtos; Reconheça as limitações do estudo; Deixe aberta a possibilidade de que seus dados podem sofrer revisões futuras.
Fazendo as Referências O que são as Referências Referências são todas as fontes: documentos, vídeos, mapas, fotos, arquivos de áudio, conteúdos online etc. Esse conjunto deve ser identificado e apresentado seguindo a norma NBR 6023 da ABNT. As Referências são uma elemento obrigatório. Neste Guia, não damos orientações práticas de como fazer a apresentação das Referências da sua monografia. Consulte o capítulo 13 (Guia de Leitura) para uma lista de manuais de normalização textual recomendados. Na Internet é possível consultar ou baixar manuais com as normas de citação de fontes e apresentação de referências em trabalhos acadêmicos. Em especial, consulte o site: Normas para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos, mantido pela ESPM e diponível em: <https://normasabnt.espm.br/index.php?title=Normas_para_Apresenta%C3%A7%C3%A3o_de_Trabalhos_Acad% C3%AAmicos>.
Incluindo Apêndices e Anexos Apêndices e Anexos não fazem parte do conteúdo propriamente dito da monografia e, portanto, são opcionais. Dependendo do tipo de pesquisa que você realizou, no entanto, pode ser necessário acrescentar essas informações. Para fins didáticos, reproduzimos de forma expandida as definições da ABNT para esses itens: Apêndices
São quaisquer textos, documentos, fotos ou arquivos de áudio ou vídeo que você elaborou, com o objetivo de complementar sua argumentação. Ao identificar os apêndices, você deve usar letras maiúsculas ordenadas alfabeticamente, travessão e o respectivo título. Exemplo: “APÊNDICE A — ROTEIRO DE ENTREVISTA”. Anexos
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Guia Prático de Escrita Acadêmica São quaisquer textos, documentos, fotos ou arquivos de áudio ou vídeo que não foram elaborados por você, mas que você usou na fundamentação, comprovação e ilustração do seu trabalho. Ao identificar os anexos, você deve usar letras maiúsculas ordenadas alfabeticamente, travessões e os respectivos títulos. Exemplo: “ANEXO A — NORMAS PARA CONDUÇÃO DE ENTREVISTAS DA ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA”
Revisando a monografia Por que revisar A revisão do texto da monografia é a última etapa antes da formatação do trabalho. É nesse momomento que você vai identificar erros de digitação e de gramática, falhas no modelo de citação de fontes, contradições na argumentação, falta de uma dado importante e até inconsistências na estrutura da monografia como um todo. Por todos esses motivos,a revisão é uma etapa necessária e imprescindível para garantir a qualidade do seu texto. Além disso, a revisão pode ser necessária por três motivos: 1. Encontrar e acrescentar novas informações; 2. Deletar dados ou trechos redundantes; 3. Melhorar o fluxo, o desenvolvimento e o foco da narrativa (uma monografia conta uma história: a história da sua pesquisa). Como revisar A revisão deve ser feita em passos ou “passadas” (seguidas leituras). IMPORTANTE: entre a redação e a revisão, é aconselhável que você faça um intervalo de uma semana. Essa estratégia vai ajudar você a olhar o texto com uma mente descansada e a identificar mais facilmente os pontos que requerem ajustes. Revise o texto, seguindo os seguintes passos: 1. Imprima a monografia; 2. Leia cada capítulo com uma caneta ou lápis na mão; 3. Na primeira passada, busque por informações incompletas ou incorretas e erros de digitação e de gramática; 4. Abra o arquivo e faça as correções; 5. Dê uma pausa de um ou dois dias; 6. Faça uma segunda leitura, mas agora procure por erros de estilo (Exemplo: uma citação fora do padrão que você está seguindo ou o tempo verbal incorreto); 7. Abra novamente o arquivo e faça as correções; 8. Dê uma nova pausa de um ou dois dias; 9. Por fim, na terceira leitura, examine o texto para identificar lacunas no seu raciocício ou pontos que você considera fracos; também busque por quebras no fluxo do texto ou trechos redundantes; 10. Abra o arquivo e faça as alterações; 11. Espere até o dia seguinte; 12. Imprima novamente o arquivo; 13. Releia o texto do começo ao fim e tente responder à seguinte pergunta: “Se eu fosse um professor, que nota daria para este trabalho?” 14. A resposta dirá o que você deve fazer em seguida: entregar o texto ou revisá-lo mais uma vez; 15. Faça uma cópia extra no Google Drive ou em um pendrive.
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Fromatando a monografia Consulte os capítulos 12 (Como Apresentar Seu Trabalho) e 13 (Guia de Leitura). Lá você encontra orientações gerais sobre a presentação gráfica da monografia e recomendação de sites, manuais e livros sobre normalização textual.
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Parte 3 — Questões de Estilo e Apresentação
11. As 5 características da boa escrita acadêmica
Este capítulo apresenta as cinco características da boa escrita acadêmica. O que é dito aqui não esgota o assunto, porque a escrita acadêmica é como um grande rio que recebe a contribuição de rios tributários, e vai avolumando-se à media que segue seu curso. Neste Guia, vários aspectos da escrita acadêmica foram apresentados e discutidos, mas deixamos de fora questões referentes à qualidade do texto em si. As descrições que seguem são baseadas no bom senso e devem ser tomadas apenas como referência; não são regras a serem seguidas a ferro e fogo, mas apenas um direcionamento.
11.1 A boa escrita acadêmica A boa escrita acadêmica exige atenção aos detalhes. E não apenas detalhes formais; é preciso ter em mente também que, além do conteúdo e das normas de apresentação, a qualidade do texto do seu trabalho conta muito para o leitor. Assim, você deve conhecer os elementos estruturais básicos de um trabalho científico — seja uma monografia, seja um artigo —, dominar as principais técnicas da redação científica e transmitir suas ideias da forma mais clara, objetiva e direta possível. Cada tipo de trabalho acadêmico tem suas próprias regras e formatos, mas existem algumas exigências que se aplicam a todos. São elas: · · · · ·
Fazer uso de raciocínio lógico e linear; Empregar o pensamento crítico; Seguir uma estrutura lógica; Argumentar com base em evidências; Empregar linguagem formal e objetiva.
É a partir dessas exigências que as cinco características da boa escrita acadêmica foram pensadas. Cada uma incorpora esses aspectos em diferentes graus e com diferentes objetivos.
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11.2 As características Característica 1: Regularidade Siga uma fórmula padrão, repeitando a estrutura específica de cada tipo de trabalho. Observe as regras de formatação. Por exemplo, existem regras para fazer citações e informar a respectiva referência. A apresentação de dados estatísticos, tabelas, figuras, gráficos etc segue, em geral, normas especificadas pelo manual de estilo da universidade onde você estuda, as quais por sua vez se baseiam em padronizações aceitas pela comunidade acadêmica. Na dúvida, consulte a norma NBR 6023 da ABNT. Essa norma dispõe sobre a normalização de trabalhos científicos.
Característica 1: Objetividade Seja objetivo ao apresentar suas ideias. Evite digressões e tangenciamentos; concentre-se apenas nas questões importantes para o tema estudado. Seja conciso: mm cada parágrafo, comunique uma ideia e apenas uma por vez. Evite confundir o leitor com frases muito longas. Seja específico: evite termos de significado vago ou abstrato demais. Seja direto: não use frases ou palavras que deem margem a ambiguidades. Seja econômico: não caia na tentação de explicar tudo. Lembre-se: use frases curtas e na forma ativa, nunca passiva.
Característica 1: Clareza Use expressões livres de sutilezas e ambiguidades. Evite usar símiles e metáforas; empregue palavras cujo significado seja claro, concreto. A escrita acadêmica não usa recursos da prosa literária, cujo objetivo é evocar emoções. Termos ou conceitos novos devem ser explicados, quando usados pela primeira vez; se necessário, use exemplos para tornar sua compreensão mais fácil. Lembre-se: ser “profundo” não é uma qualidade apreciada na escrita acadêmica; comunique suas ideias numa linguagem inteligível.
Característica 1: Precisão Use palavras precisas, específicas, que descrevam as coisas como elas são objetivamente. Empregue termos que são do conhecimento dos leitores aos quais seu trabalho se dirige. Não existe espaço para adornamentos ou formulações estilísticas rebuscadas, que podem gerar confusão nos leitores. Lembre-se: seu objetivo é persuadir seus leitores com argumentos que sustentem suas ideias, não impressioná-los com sua escrita.
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Característica 1: Foco Concentre-se no tema, reiterando as questões que pretende responder e os dados que embasam a resposta ou respostas encontradas. Evite apresentar novos problemas ou ideias que não façam parte do assunto principal em discussão. Lembre-se: seu trabalho deve agregar novo conhecimento de forma incremental sobre um tópico específico; você não está escrevendo um tratado.
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12. Como apresentar seu trabalho
Este capítulo apresenta orientações gerais sobre normalização textual. São descritas as nomas da Associação Brasileira da Normas Técnicas (ABNT) que definem como um trabalho acadêmico deve ser estruturalmente organizado e graficamente apresentado. Uma seção especial trata de citação de fontes e plágio, assunto que se tornou um problema depois das tecnologias digitais — atualmente é muito fácil fazer a cópia de um conteúdo e usá-lo sem a devida citação.
12.1 As normas ABNT O que são e para que servem as normas As normas da ABNT são um conjunto de regras que definem como trabalhos acadêmicos (artigos, monografias, dissertações e teses) devem ser organizados e apresentados. Essas normas são importantes para criar um padrão uniforme de apresentação da informação científica. Normalizar (formatar) um texto seguindo as normas da ABNT garante que seu trabalho será aceito pela comunidade acadêmica e, mais importante, pela instituição de ensino onde você estuda.
Principais Normas Existem diferentes normas (as NBRs) e cada uma se aplica a uma parte ou aspecto diferente do trabalho acadêmico. ·
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NBR 14724 – Trabalho Acadêmico: estabelece os princípios gerais de normalização textual para teses, dissertações, TCCs, monografias e artigos científicos). Essas diretrizes são aquelas exigidas, por exemplo, pelas instituições de ensino no momento de apresentar o trabalho a bancas examinadoras; NBR 10520 – Citações: trata sobre citação de fontes; NBR 6022 – Artigos Científicos Impressos: normatiza a apresentação de artigos científicos em periódicos;
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NBR 6023 – Referências: descreve as regras para a presentação de referência bibliográfica. É uma das mais extensas das NBRs e com certeza a mais complexa e difícil de dominar. Ela define como cada tipo de documento (livros, revistas, artigo, jornal, site, página de rede social etc) deve ser referenciado; NBR 6027 – Sumário: orienta como criar um sumário, independente do tipo de documento; NBR 6028 – Resumo e Abstract: trata da elaboração do resumo (abstract) de monografias, TCCs e artigos científicos. É uma das regras mais frequentemente usadas por estudantes de graduação; NBR 6024 – Numeração Progressiva das Seções: define um sistema de numeração progressiva das seções de um trabalho científico; NBR 6034 – Índice: define regras para a criação de índices (de nomes, de termos etc). NBR 15287 – Projeto de Pesquisa: orienta sobre a elaboraçao e apresentação de projetos de pesquisas.
Repetindo: seguir as normas da ABNT é opcional, mas não segui-las pode resultar na reprovação do seu trabalho. A alternativa é seguir o manual de estilo da sua instituição, que por sua vez segue as normas da ABNT.
12.2 O Manual de Estilo da Faculdade Um manual de estilo é um um conjunto regras e definições sobre como normalizar (formatar) trabalhos acadêmicos. Toda instituição de ensino superior tem um manual de estilo que segue, com pequenas adaptações, as nomas da ABNT. As faculdades em geral exigem que artigos, monografias, TCCs, dissertações e teses sejam formatados seguindo as orientações desses manuais. Na dúvida, fale com a coordenação pedagógica da sua faculdade ou com a bibliotecária. Ou consulte os recursos online no site da instituição, caso ela tenha um.
12.3 Fontes e Plágio Fontes bibliográficas e citações foram discutidas em várias partes deste guia — em especial, no capítulo 7. Esta seção discute brevemente o plágio, um assunto sensível e muito importante. O plágio acadêmico é grave e pode custar caro para quem o pratica. Além de ser punido se descoberto, o plagiador ficará para sempre com sua imagem manchada por ter sido desonesto, o que pode comprometer seu futuro profissional.
Definição de plágio Plagiar é reproduzir um conteúdo em seu trabalho sem dar os créditos ao autor original. As tecnologias digitais (internet e a telefonia móvel) tornaram possíves o intercâmbio rápido de ideias e uma maior disseminação de informações entre pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral. Por outro lado, essa facilidade criou um problema ao permitir que qualquer pessoa possa acessar um conteúdo, manipulá-lo (o famoso “copia e cola”) e usá-lo sem se preocupar em indicar a fonte original.
Porque fazer a citação Em primeiro lugar, fazer as citações é uma garantia de que você não cometeu plágio.
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13. Indicação de leitura
Introdução Este capítulo traz indicações de livros que abordam assuntos que se relacionam com as técnicas de escrita acadêmica descritas neste Guia e que o autor julga serem úteis para quem deseja aprofundar tópicos que aqui foram apenas mencionados de passagem. As indicações se baseiam em dois critérios: abrangêngia da exposição e qualidade do conteúdo.
13.1 Livros de Metodologia Científica Existe no mercado um grande número de livros sobre metodologia científica. É possivel também encontrar manuais online e sites com informações básicas sobre o assunto. É recomendável, porém, que você leia um texto já consagrado e de uso corrente nas universidades brasileiras. Entre eles, estão (os títulos não estão em ordem alfabética): ·
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Fundamentos de Metodologia Científica (2017) Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos Um clássico. É abrangente e didático, embora a linguagem às vezes pareça um pouco distante no tempo. Metodologia do Trabalho Científico (2018) Antônio Joaquim Severino Obra abrangente. Aborda temas que vão além da metodologia científica, incluindo capítulos sobre a rotina de um estudante universitário e o cenário do ensino superior. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (2019) Antonio Carlos Gil Voltado para as Ciências Sociais. É abrangente e fornce um intinerário para escrever trabalhos monográficos, discutindo todas as etapas — da formulação do problema à redação do relatório final. A Arte da Pesquisa (2019) Wayne C. Booth, Gregory G. Colomb e Joseph M. Williams Serve como manual para pesquisadores iniciantes e também para quem já possui alguma experiência. Bem didático e cobre todas as fases de uma pesquisa.
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13.2 Livros de Normalização Textual Normalização textual é uma área complexa e cheia de detalhes. O ideal é você ter sempre à mão um bom manual. A maioria das universidades e faculdades, órgãos da administração pública e o Congresso Nacional produzem seus próprios manuais de normalização de trabalhos acadêmicos e documentos oficiais. Existem versões desse material na internet que podem ser consultadas gratuitamente online ou baixadas para seu computador. Das obras disponíveis no mercado, as mais recomendadas são (os títulos não estão em ordem alfabética): ·
Manual Para Normalização de Publicações Técnico-científicas (2013) Júnia Lessa França, Ana Cristina de Vasconcellos e Maria Helena de A. Magalhães O mais completo manual de normalização textual do mercado. Abrangente e atualizado. Indispensável.
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Manual de Redação e Normalização Textual (2002) João Bosco Medeiros É uma obra que pode ser usada com proveito por estudantes, jornalistas e revisores de texto. Está fora de catálogo, mas pode ser encontrado em sebos virtuais. Vale o investimento.
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Guia do Trabalho Científico: da Redação ao Projeto Final (2011) Celso Ferrarezi Júnior Excelente para consulta. Cobre todas as normas NBRs que se aplicam aos trabalhos acadêmicos.
13.3 Livros de Técnicas de Redação Escrever bem é uma habilidade essencial a estudantes, professores e pesquisadores. O domínio das técnicas básicas de redação é parte do “arsenal” para ter sucesso na vida universitária. É quase impossível escolher entre os vários títulos sobre redação disponíveis no mercado. Recomendamos (os títulos não estão em ordem alfabética): ·
Curso de Redação (2004) Antônio Suarez Abreu Um pequeno manual com exemplos e exercícios. Muito prático e compacto. Altamente recomendado para estudantes de nível médio e para quem acaba de entrar na faculdade.
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Em Busca da Prosa Perdida (2013) Antonio Fernando Borges Conciso e didático. Explora os fundamentos da escrita. Inclui exercícios.
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A Arte de Escrever em 20 Lições (2015) Antoine Albalat Expõe o processo da composição em detalhes, com ênfase em questões de estilo. Extremamente versátil.
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Referências Bell, Judith. (2005). Doing Your Research Project: A Guide for First-time Researchers in Education, Health and Social Science. 4th Edition. Berkshire: Open University Press
Berry, Ralph. (2004). The Research Project: How to Write It. 5th Edition. London: Routledge Day, Robert A. (1998). How to Write and Publish a Scientific Paper. 5th Edition. Phoenix, Arizona: Oryx Press
Eco, Umberto. (2015). How to Write a Thesis. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press Gil, Antonio C. (2010). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas
Glymour, Clark. (2015). Thinking Things Through: An Introduction to Philosophical Issues and Achievements. 2nd Edition. Cambridge, Massachusetts: A Bradford Book/The MIT Press
Hartley, James. (2008). Academic Writing and Publishing: A Practical Handbook. Londres: Routledge.
Kane, Thomas S. (1988). The New Oxford Guide to Writing. New York: Oxford University Press
Katz, Michael J. (2009). From Research to Manuscript: A Guide to Scientific Writing. Cleveland: Springer Science Kirk, Robert. (1999). Relativism and Reality: A Contemporary Introduction. London: Routledge Lindsay, David. (2011). Scientific Writing = Thinking in Words. Collingwood, Australia: CSIRO Publishing Michaliszyn, Mario S. e Tomasini, Ricardo. (2005) . Pesquisa: Orientações e Normas Para Elaboração de Projetos, Monografias e Artigos Científicos. 6a. Edição. Petópolis: Vozes
Santos, P., Kienen, N. e Castiñeira, M. (2015). Metodologia da pesquisa social: Da proposição de um problema à redação e apresentação do relatório. São Paulo: Atlas Zemach, Dorothy E. e Rumisek, Lisa. (2005) Academic Writing: From Paragraph to Essay. Londress: Macmillan Education.
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Modelos A. Paper Cabeçalho: nome da universidade e o curso/disciplina Título (e subtítulo) Autor(es) (e suas credenciais) Resumo e palavras-chave 1. Introdução Subseção 1: Tema Subseção 2: Problema de pesquisa Subseção 3: Hipótese Subseção 4: Metodologia Subseção 5: Resumo do conteúdo 2. Desenvolvimento Subseção 1: Descrição do contexto/estado atual da pesquisa do tema Subseção 2: Apresentação geral dos pontos-chave do trabalho Subseção 3: Apresentação do ponto-chave A Subseção 4: Apresentação do ponto-chave B Subseção 5: Apresentação do ponto-chave C 3. Conclusão Subseção 1: Resumo do tema, problema e hipótese Subseção 2: Resumo dos pontos princicais Subseção 3: Síntese das dicussões Referências Abstract and Keywords
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B. Artigo Científico O modelo apresenta apenas os elementos textuais e pós-textuais. Os elementos pré-textuais são padronizados e você deve seguir as orientações do manual de estilo da sua faculdade ou as normas da ABNT para artigos científicos. 1. Introdução 1.1. Subseção 1: Apresentação do tema e sua importância 1.2. Subseção 2: Como o tema já foi tratado por outros autores 1.3. Subseção 3: Como o tema será estudado no presente trabalho 1.3. Subseção 4: Apresentação do problema e da hipótese 1.4. Subseção 5: Como o texto está organizado 2. Revisão da literatura 2.1. Subseção 1: Como o tema foi estudado antes e quais as principais conclusões 2.2. Subseção 2: Crítica das posições atuais sobre o tema 2.3. Subseção 3: Apresentação da sua perspectiva (o ângulo ou posição teórica que você adotará no trabalho) 3. Metodologia 3.1. Subseção 1: Descrição do método e das ferramentas de coleta de dados 3.2. Subseção 2: Descrição da amostragem e dos critérios de seleção 3.3. Subseção 3: Descrição das técnicas de tratamento dos dados 4. Resultados 4.1. Subseção 1: Apresentação geral dos dados coletados 4.2. Subseção 2: Principais achados 4.3. Subseção 3: Apresentação visual dos principais achados (quando aplicável) 4.4. Subseção 4: Apresentação sistemática dos principais achados na forma de texto 4.5. Subseção 5: Descrição de ferramentas de tratamento estatístico usadas na análise dos dados (quando aplicável) 5. Discussão 5.1. Subseção 1: Explicação sobre o significado dos dados 5.2. Subseção 2: Como os dados encontrados se relacionam com as pesquisas anteriores 5.3. Subseção 3: Indicação de possíveis aplicações da pesquisa 5.4. Subseção 4: Formulação de um hipótese 6. Conclusão 6.1. Subseção 1: Descrição dos pontos-chave do trabalho 6.2. Subseção 2: Indicação das implicações do trabalho 6.3. Subseção 3: Descrição do significado do trabalho 6.4. Subseção 4: Indicação da necessidade pesquisas futuras Referências Apêndices (quando aplicável) Anexos (quando aplicável)
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C. Monografia O modelo apresenta apenas os elementos textuais e pós-textuais. Os elementos pré-textuais são padronizados e você deve seguir as orientações do manual de estilo da sua faculdade ou as normas da ABNT para monografias. 1. Introdução 1.1. Objetivo da pesquisa e sua relevância 1.2. Descrição do estudo 1.3. Organização do manuscrito 2. Revisão bibliográfica 2.1. Seção 1: Estado atual dos estudos (trabalhos recentes) 2.2. Seção 2: Histórico dos estudos (trabalhos passados) 2.3. Seção 3: Avaliação das fontes (atuais e passadas) 2.4. seção 4: Critérios de seleção das fontes e como serão usadas 3. Metodologia da pesquisa 3.1. Seção 1: Apresentação da pergunta de pesquisa 3.2. Seção 2: Tipo de pesquisa usado 3.3. Seção 3: Amostragem 3.4. Seção 4: Ferramentas de coleta de dados (Exemplo: entrevista) 3.5. Seção 5: Exemplo ou modelo das ferramentas de coleta de dados (Exemplo: roteiro de entrevista) 4. Análise dos resultados 4.1. Seção 1: Descrição geral dos dados coletados (o que exatamente foi coletado) 4.2. Seção 2: Principiais achados (dados mais relevantes) 4.3. Seção 3: Apresentação visual dos principais achados na forma de gráficos, tabelas e figuras (quando aplicável) 4.4. Seção 4: Descrição sistemática dos princpais achados na forma de texto 5. Conclusão 5.1. Seção 1: Síntese do tema, do problema e da hipótese 5.2. Seção 2: Síntese dos principais achados 5.3. Seção 3: Sugestões para pesquisas futuras Referências bibliográficas Apêndices (quando aplicável) Anexos (quando aplicável)
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Glossário de Termos Científicos
Conclusão. Solução ou resposta para um problema. A conclusão é o que o cientista aprendeu sobre o problema através da experimentação. Dados. Informações que um cientista coletará e analisará. Os dados consistem em informações coletadas por meio de experimentos ou observações. Experiência (experimento): Teste ou tentativa usada para obter conhecimento ou testar uma teoria. Gráfico. Um diagrama que consiste em linhas, barras ou círculos para representar informações. Dados qualitativos. Informações sensoriais (visão, toque, olfato, audição, paladar) usadas para tirar conclusões. Dados quantitativos. Informações numéricas (número, cifra) usadas para tirar conclusões. Dados brutos. Informações quantitativas iniciais que um cientista obtém ao conduzir um experimento. Hipótese: Palpite razoável. É o que um cientista acha que acontecerá em um experimento. Inferência. Palpite fundamentado sobre uma situação, com base em suas observações. Método Científico: Maneira lógica de resolver problemas. Os cientistas usam esse método para coletar e testar informações. Observação. Processo de aquisição direta de informações de uma fonte primária. Pode também significar os dados coletados nesse processo. Previsão. Palpite sobre um evento futuro. As previsões são baseadas em observações, pesquisas e no que já se sabe sobre o assunto. Problema: Algo que precisa ser resolvido. Os problemas geralmente são perguntas que os cientistas fazem sobre tópicos científicos. Procedimentos. Maneira metódica e lógica de fazer alguma coisa. Em pesquisa, os procedimentos incluem instruções ou planos, listados passo a passo. Teoria Científica: Conceito científico bem testado. Uma teoria científica é o resultado de uma longa série de estudos com resultados que comprovam uma ou várias hipóteses. Variável: Algo que pode mudar ou "variar" em uma situação. Variável dependente. Parte de um experimento que fornece o resultado da variável manipulada. Variáveis ou constantes controladas: Partes do experimento que permanecem as mesmas o tempo todo. Variável manipulada: Variável que é deliberada ou intencionalmente alterada pelo cientista em um experimento.
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