O homo sapiens na terra brasilis

O homo sapiens na terra brasilis Claudio Henrique de Castro Na política, há a criação dos factoides, isto é, fatos sem importância, que a classe política coloca nas notícias para distrair as atenções da sociedade.

Passamos os limites dos factoides e entramos na disputa entre a ciência e a fábula.

Todo dia temos fábulas, plantadas pelos discursos políticos, das mais variadas contradições.

As mais famosas são as de Esopo, escravo grego que viveu no século VI a.C. As fábulas encerram uma lição de moral, de justiça de inteligência.

Os discursos tornam-se fábulas, entretanto, sem qualquer lição para apreendermos. São o avesso da sabedoria, são a ignorância, em estado bruto.

E a ciência?

Numa realidade totalmente encoberta pelos mitos, pelas fábulas e pelas irrealidades não há lugar para a ciência, não há lugar para a lógica, para a história, para fatos reais, tudo se sustenta por discursos desconexos, contraditórios e cínicos.

Perde-se o senso da realidade. É justamente neste quadrante que entramos no Brasil.

A ciência e a realidade são constantemente negadas.

A negação é feita por pessoas que se fazem personagens da Disney, de desenhos animados, de Harry Potter cuja autoridade é a do Estado.

Surgem centenas de cretinos fundamentais tresloucados, que arrastam multidões ignaras e falam coisas completamente sem sentido.

A prova disto tudo: os índices da educação no Brasil caíram vertiginosamente.

Multiplicam-se as agremiações religiosas fanáticas que, cada vez mais, se assenhoram do poder político junto, é claro, com as milícias.

Os bancos dominam completamente a economia rentista e a insipiente indústria nacional soçobra, junto com a economia. Privatiza-se o ar que se respira, tudo é negociável, inclusive a soberania nacional que nem existe mais. Uma colônia não possui elites, mas apenas comerciantes e banqueiros.

A terra voltou a ser plana e afinal, a criação se deu por Adão e Eva, pois Charles Darwin estava errado, nunca existiu o homo sapiens na terra brasilis.