FARRAZINE #21

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Como estamos, senhores? “Para o alto e avante”? Ou “tá na hora do pau”?

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Por Rafael Camargo de Oliveira

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Gorillaz foi criado em 1998 pelo líder da antiga banda Blur, Damon Albarn, junto com o desenhista Jamie Hewlett, criador do personagem de quadrinhos TANK GIRL. Na realidade, Hewlett foi o que teve a ideia inicial depois de perceber que não havia nada divertido vendo a MTV inglesa. Daí ele pensou: “O que poderia ser mais divertido que uma banda de "rock" de desenhos animados?” Sendo amigo de Damon, em uma noite regada a álcool e outras substâncias alucinógenas, o projeto de Jamie vem à tona e os dois se põem a criar a estrutura que teria a banda. A coisa prometia mesmo ser revolucionária... Uma banda virtual criada por um ex-rockeiro e um desenhista de HQ com uma carreira estável. O projeto tinha tudo para ser uma reviravolta que balançaria os alicerces dos mercados musicais, virtuais, comiqueiros, da TV, dos games e de um largo etc. De fato, o primeiro álbum do grupo vendeu mais de 7 milhões de cópias (Ele também está no Guinness como o álbum mais vendido de um grupo virtual, como se eles tivessem competência, não é?). Seguindo com essa incomum ideia, em uma ocasião, Damon e Jamie disseram que a intenção principal ao criar o grupo era sacanear todo o lixo que se podia ver na MTV. Por isso também, eles (Leáse Damon Albarn) dizem que gostam tanto de misturar e experimentar estilos diferentes nas músicas. A intenção era não ficar estereotipado como a maioria das coisas que existem no mercado fonográfico. Com relação a canções o grupo teve um relativo êxito com singles como “Clint Eastwood”, “Tomorrow Comes Today”, “19-2000”, “Feel Good Inc.” entre outros...

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Mas, com relação a mitologia da banda, os dois escorregaram feio e bateram (E ainda batem!) com a nuca no chão. Absurdos como tentativas de roubar órgãos, infidelidade, abusos a menores, mortes e ressurreições, amnésias e outras tantas bizarrices são comuns na biografia virtual da banda. Realmente a junção música-história é tão mal aproveitada pelos criadores que chega a se cansativo ler sobre o que acontece, ou aconteceu com o grupo. Algo raro de se ver no mundo da música... Geralmente o que os fãs mais curtem, depois das músicas, é a questão de saber detalhes de como foram criadas certas canções, como eles se conheceram e o cotidiano da banda... Nesse quesito, que poderia ser uma mina de ouro no caso de Gorillaz (no sentido financeiro e de entretenimento), a dupla acusa falta de criatividade e ambição. Parece que o grupo é simplesmente um capricho para expor seus delírios mais insanos... Que não são poucos. O último disco da banda, “The Fall”, foi feito todinho no Ipad demonstrando a diversificada habilidade de Albarn em fazer experiências. Também inovaram na maneira de fazer o lançamento porque ele foi disponibilizado para download gratuito para alguns fãs e é possível ouvi-lo on-line mesmo no link http://thefall.gorillaz.com/. Gorillaz é uma ideia bem bacana que dá margem a muita coisa legal dentro da cultura pop, seja como quadrinhos, música, vídeos, filmes e/ou qualquer outra coisa... Infelizmente, esse potencial não é tão bem aproveitado pela dupla criadora... Reconheço que não curto a banda, mas acho que o projeto em si tem muita coisa divertida a oferecer aos fãs, mesmo com todos os disparates e exageros da equipe criativa. Ou, talvez, eles estejam na medida certa do que todo mundo quer ver e ouvir nessa nova juventude... A Geração Y, não é?

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A Filosofia das Adaptações de Quadrinhos

http:/ www.nerdssomosnozes.com/

Por FiliPêra, do Nerds Somos Nozes

Hollywood, lá por meados da década de 2000, abraçou desesperadamente os quadrinhos como um último refúgio de algum tipo de criatividade. Mas não é uma via de mão única, logicamente, vivemos em um mundo mercadológico onde uma série de regras malucas aponta na única direção de proteger e aumentar os lucros. O Cinema Americano precisa de boas histórias com ganchos para encher os bolsos, e o mercado de quadrinhos - em crise financeira aguda depois de uma fase negra com especulações milionárias e edições com vendagens infladas precisa de dinheiro e de público renovado. Os dois se abraçaram, e se abraçaram de verdade, oficialmente. Tanto que a DC Comics é parte integrante da Warner e a Marvel foi comprada pela Casa do Mickey, e todos sorriram, porque roteiros minimamente originais valem ouro na Hollywood dos dias de hoje. Que o digam os remakes de filmes que saíram há pouco mais de dois anos (Deixa Ela Entrar, O Homem que Não Amava as Mulheres) os escritores de HQs que foram contratados por Hollywood (Brian Vaughan, Joss Whedon) e um certo Frank Miller que no primeiro vôo solo dirigindo um filme queimou as asas e agora tá sem rumo, no meio dos dois mundos.

Não podemos dizer que essa relação foi sempre íntegra, boa para os dois lados. Batman nos cinemas começou bem até que virou motivo de piada (pela segunda vez, depois de uma série de TV absolutamente cômica por causa do clima de insanidade do Macartismo. Ao menos ele foi reabilitado na TV com a perfeita Batman-Animated Series), e fãs choravam de raiva, como bem lembro de amigos meus de colégio jogando revistas do personagem fora... aos prantos. Superman se saiu bem até que Richard Pryor entrou no terceiro filme e transformou tudo numa grande festa circense. A Marvel ficou no canto dela e viu a DC fazer dinheiro com Hollywood e merchandising até que o homem de negócios Avi Arad mudou para sempre os termos dessa união quadrinhos-celulóide. Com esquemas no melhor estilo Irmãos Weinstein (também judeus, o que significa que são negociadores implacáveis), ele negociou diversas franquias milionárias da Casa das Idéias, que foram transformadas em sucessos de público incontestáveis - e, algumas vezes, em sucesso de crítica também (tipo Homem-Aranha 2). Mais uma vez, um ciclo se fecharia, quando a Marvel capitulou, com os péssimos terceiros capítulos de suas maiores franquias: Homem-Aranha 3 e X-Men 3, duas bombas que mostraram o quão desgastados estavam os filmes adaptados de gibis.

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Começamos por 2006, com a seguinte manchete: “Banda Grossa: quadrinhos sob ameaça de censura em Joinville” (matéria por Marcelo Naranjo, publicada em www.universohq.com). Após receber apoio cultural do governo, a revista de humor Banda Grossa acabou sendo barrada na Câmara dos Vereadores com a desculpa de que não havia sido mencionado nenhum conteúdo relacionado a sexo e uso de drogas na revista. Avançando um pouco no tempo, temos a HQ “Dez na área, um na banheira e ninguém no Gol” comprada pelo governo para ser distribuído nas bibliotecas escolares do país. Ao saber do conteúdo adulto (palavrões de cunho sexual) e até mesmo uma referência ao PCC (pelo jeito o governo não conhece figuras de linguagem...), a HQ foi recolhida e classificada por José Serra como de “muito mau gosto”. Em 2009, ainda tivemos casos parecidos como o citado acima, desta vez, com as HQ's do mestre Will Eisner (Um Contrato com Deus, O Jogador e O Nome do Jogo). Esses são só alguns dos diversos casos que temos por aí, muitos deles nem tão divulgados assim. Só em nível de comparação: no Japão são permitidos os mangás tidos como “pedófilos” por aqui, pois de acordo com os japoneses isso é na verdade uma crítica a esta prática e não uma apologia. Pobre do autor que fizer isso por aqui, vai ser preso, apedrejado, e... bom, fico só nesses dois exemplos mesmo. A última das polêmicas foi o caso “petralha”, uma palavra que causou tanto alvoroço e olha que ela nem tinha nenhum cunho sexual (nem foi criada pelo Marquês de Sade...). Petralha foi um termo criado como forma de acusação aos petistas, uma mistura de petista com os Irmãos Metralha da Disney. Porém, com o passar do tempo, o termo ganhou uma nova conotação. Só o termo, porque as pessoas... Aliás, os petistas com dor de cotovelo resolveram agir e acusaram o favorecimento de uma posição política por parte da editora Panini. Casos e mais casos, quando tudo mudará de vez? Se depender da cabeça de um povo preso a uma moral Kantiana completamente irracional (segundo Nietzsche), com certeza, nunca! Primeiramente, os quadrinhos devem ser não somente titulados como arte, mas serem tratados como tal. Em segundo lugar, tal como existem livros adultos, existem quadrinhos... A mentalidade de uma concepção infantilizada dos quadrinhos tem que ser extinta. Enquanto isso, as HQ's são tratadas como papel higiênico. Ao mais otimista, sobra o pessimismo e ao mais pessimista, o pessimismo, é claro. Vivam os sádicos (ou seriam masoquistas?) quadrinhos brasileiros!

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nha personalidade nele. Considero que há personagens mais “vendáveis” que outros, e o Roko com certeza é muito vendável!

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Agencia Nacional de Cinema, pra defender e incentivar o cinema brasileiro, deveria haver um órgão governamental similar para o Quadrinho brasileiro. Sem uma legislação dessa o Quadrinho Nacional jamais irá pra frente. Eu divulgo meu trabalho e mantenho o site Bigorna (www.bigorna.net) para divulgar o trabalho de todos os artistas nacionais, justamente porque a categoria não tem nenhuma ajuda governamental. Se nós tivéssemos uma política cultural voltada para o desenvolvimento do nosso Quadrinho, não precisaríamos nos matar tanto pra fazer o serviço de empresário e assessor de imprensa de nosso próprio trabalho. Simplesmente produziríamos e venderíamos Quadrinhos e deixaríamos essa outras funções para outros profissionais. Mas como , infelizmente, isso não existe no Brasil, somos obrigados a ser, cada um de nós, um “Exército de um homem só”!

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FZ - Como surgiu a idéia de desenvolver um game? Não é um produto que se veja com muita frequência sendo desenvolvido “na raça”. Como foi chegar ao disco de platina tripla (400 mil cópias) com ele? MB - De fato, infelizmente o Brasil ainda não tem tradição de produzir games e esse foi realmente um produto pioneiro dentro do ainda virgem mercado brasileiro. Foi feito em apenas três pessoas, eu, o Sidney Guerra, designer, e o Richard Aguiar, programador de computadores, além da banda Exxótica, que fez a trilha sonora. O game deu uma repercussão danada, saímos em muitos jornais, revistas e programas de TV. Aproveitamos a boa repercussão e encartamos o game em dezenas de revistas especializadas em games, que somadas, venderam mais de 500 mil cópias. Depois, ainda aproveitamos e criamos uma versão remix, com mais fases e um documentário com o making-of do game, e lançamos tudo num DVD. Ou seja, o game gerou vários subprodutos e se multiplicou muito, alcançando muita gente. Até hoje a molecada pede pelo game ou pra fazer um novo. Eu tenho vontade de fazer mas ando super ocupado com meus livros e os 500 empregos que eu preciso ter para sobreviver (risos)! Mas, se Deus quiser, ainda faremos mais games, tanto do Roko como de outros personagens meus. FZ – Em um determinado momento, você estava publicando em 11 revistas de rock ao mesmo tempo, e publica o Roko-Loko desde sua criação na Rock Brigade. Isso quer dizer que fidelidade sim, mas sem exclusividade?

FZ – O Roko-Loko completou 15 anos de publicações, ultrapassou os limites dos quadrinhos e virou boneco e o primeiro game 100% nacional para adolescentes, com temática Rock 'n Roll. Pode-se dizer que é seu personagem predileto? Ou então, o mais rentável? MB - Eu não uso essa expressão “predileto”, porque depois de tanto tempo desenhando eu já enxergo meus personagens como meus filhos, então sempre vou gostar de todos igualmente. Cada personagem tem uma personalidade e um discurso próprios, geralmente cada um é voltado para um público mais ou menos específico, então todos são importantes para mim e cada um me representa um canal de comunicação com o mundo. O Roko-Loko é um personagem muito importante pra mim porque foi o que estourou mais rápido e me trouxe (e traz) bastante “O Roko-Loko é um personagem muito importante pra mim público, além do que, porque foi o que estourou mais rápido com o tempo, eu descoe me trouxe (e traz) bastante público...” bri que há muito da mi-



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do tivermos uma educação e uma pelo contrário, sou bem consciente e mídia melhores e mais comprometipé no chão. Sou um cara que enfrendas com a paz mundial. tou mil adversidades, jamais desistiu Com relação às novidades, este ano de seus sonhos, sempre trabalhou vou lançar o livro do Rap Dez, meu duro, criou um trabalho alegre, intelipersonagem rapper que é publicado gente e extremamente pessoal, corhá 8 anos na revista Viração, uma reu atrás de clientes e de público, revista politizadíssima para adolesaprendeu a administrar sua carreira e centes. Dá uma olhada aqui: a empreender, e que além de tudo, Baraldão com Maurício de Sousa no HQMix de 2009 www.viracao.org/artigo.php?id=2178 ainda arrumou tempo pra ser solidário É o primeiro personagem rapper dos quadrinhos e suas históricom os colegas. Cá entre nós, caras como eu estão em extinas são hiper politizadas e toda em versos rimados, cada históção(risos)! Toda noite quando eu boto a cabeça no travesseiro ria aborda assuntos como aborto, drogas, ECA (Estatuto da eu só peço três coisas a Deus: Saúde, Trabalho e Bom-Senso. Criança e Adolescente), racismo, política, educação, sexualiO resto deixa que eu conquisto! dade, lazer, etc. É outro livro bem legal e positivista que vai agradar gente de todas as idades. Sai no segundo semestre e FZ – Com livros prefaciados pelo Ziraldo e pelo Lula, com depodeve ter prefácio do rapper Rappin Hood. imentos gravados por músicos do Sepultura, Angra, Korzus e Exxótica, além da amizade com grandes quadrinistas como o Marcatti, quem falta abrir as portas para o Baraldão? FZ – Você corre atrás de trabalho como poucos que conheci. É MB - A Mega Sena (risos)!!! Adoraria que me dessem alguns essa a principal dica pra quem quer viver de quadrinhos? O que você recomenda pra quem está começando? milhões (risos)! Brincadeiras a parte, eu estou realizado: tenho uma carreira muito honesta e bonita, tenho fãs e amigos por MB - Recomendo que tenha certeza se é isso o que quer da toda parte, conquistei tudo que uma pessoa normal precisa ter. vida mesmo. Que estude sem parar e entre no mercado o mais E, sobretudo, construí tudo sem precisar abrir mão de minhas cedo possível, comece de baixo, na humildade, e vá crescencrenças, sonhos e ideologia. Sem precisar deixar de ser eu do. Crie seus personagens, suas tiras e HQS e faça ao menos mesmo! um blog para apresentar seu trabalho ao público. Faça amizade com os colegas de profissão e tenha autocrítica, melhore seu trabalho e a si mesmo sempre. FZ - As mensagens que você busca passar com seus personagens, além de belíssimas, mostram uma constante preocupação com o bem-estar geral. Os Prêmios Jornalísticos Vladimir FZ – Ganhar o prêmio Ângelo Agostini é o objetivo de todo Herzog de Anistia e Direitos Humanos (ganhos em 2002 e quadrinista ou cartunista que busque reconhecimento nacio2004) coroaram essa busca? nal. Você ganhou onze vezes! Consecutivas! Como fica sua MB - Com certeza! Isso é um reconhecimento a esses anos cabeça com esse carinho por parte dos fãs? todos fazendo um trabalho voltado pra democracia e pra evoluMB - Veja só que curioso. Alguns “críticos” por aí ,que não vão ção do Ser Humano. Esse é um prêmio importantíssimo pra muito com a minha cara, me acusavam de fazer campanha imprensa brasileira, um prêmio que não é meramente estético junto ao público para ganhar o Prêmio. Mas ano passado eu fiz e sim político! Um prêmio dado a quem luta por Justiça social! campanha publicamente para NÂO VOTAREM em mim e Então é um prêmio que muito me honra e foi um prazer subir ganhei assim mesmo!!! Isso prova que o público realmente duas vezes no palco do Memorial da América Latina para recegosta de mim, do meu trabalho e da minha autenticidade. Isso bê-lo. E o fiz nas duas ocasiões com camiseta do PT, o que vale ouro num mercadinho dominado pela falsidade, inveja e gerou protestos dos conservadores, mas também centenas de hipocrisia como o dos Quadrinhos! E serviu pra calar a boca aplausos esfuziantes para mim. suja desses mal-amados também. Eu ganhei esses prêmios todos porque, modéstia a parte, os mereço, assim como muiFZ - Você trata de espiritualidade, ecologia e questões sociais, tos outros mais. Eu não fico deslumbrado com os prêmios,

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Eu gosto de revistas eletrônicas e pra mim está claro que este será o futuro para todos. [...] Pra mim vocês estão no caminho certo, sintonizados na época atual.

não é minha praia. Não quero ser prisioneiro do “politicamente correto” mas sim, parceiro do bomsenso.

FZ – A fronteira do nosso país não te segurou, não é? Quais os outros países que estão publicando seus personagens? MB - Já publiquei em revistas de Portugal e do Equador. Eu só não vazei pra outros países ainda porque não criei vergonha na cara pra estudar inglês decentemente até hoje. Na verdade não tive tempo pra isso, pois sempre trabalhei muito e me concentrei no mercado brasileiro, que é a minha prioridade mesmo. Publicar em outro país pra mim é apenas “um bônus”. Minha carreira sempre foi voltada pro povo brasileiro mesmo. Mas eu ainda sou novo, tenho muito chão pela frente e com certeza terei tempo para analisar essa questão com calma.

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FZ – Voltando as suas origens, por conta de uma juventude um tanto atribulada, você procurou sua independência o quanto antes, prometendo não constituir outra família. Essa promessa ainda está em pé? MB - Você tá bem informado, heim (risos)?!? Eu já constituí minha família faz tempo: são meus amigos, amigas e meus personagens. Casar, ter filhos, bater cartão, ter sócios e funcionários é algo que está totalmente fora de cogitação pra mim. Essas coisas todas são complicadas demais para mim. Definitivamente eu não tenho vocação para elas! Eu nunca me encaixei tão bem no Sistema assim. Como diriam os Ramones: “It´s not my place in the 9 to 5 world!”. FZ – A Turma dos Químicos está sendo publicada desde o final dos anos 80, passando por revistas, jornais, cartazes, adesivos, gibis, camisetas e outros tantos materiais de divulgação. Eles têm um significado especial pra você, por representarem o começo da sua carreira? MB - Sim, com certeza! Eu os criei quando era adolescente, para o Sindicato dos Químicos do ABC paulista, foi meu primeiro emprego no ramo e foi meu ponto de partida na carreira e na vida, por assim dizer. Quando eu era adolescente passei mais tempo dentro do Sindicato que em qualquer outro lugar. Minha vida era lá, eu vivi aquilo intensamente. Então sempre vou ter um carinho por aqueles personagens e por aquele local. Minhas raízes são do ABC paulista, isso sempre me marcará! FZ – Claro que o Rock 'n Roll não ficou só no papel, afinal você já tocou em banda. Como foi a experiência? MB - Foi legal, mas foi coisa que fiz quando ainda era garotão mesmo, pois não ganhei grana com isso. Foi só uma forma divertida de passar a adolescência. Toquei em banda punk,

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pós-punk e de blues. Depois, entrei na faculdade de Artes Plásticas e larguei tudo, passei a me dedicar 100% ao trabalho de cartunista, pois já estava na idade de ganhar grana e pensar no futuro. Mas meu baixo, guitarra e tecladinho ainda estão lá em casa, empoeirados. Estão me esperando (risos). Quem sabe algum dia eu volte pra eles.

FZ - O que está rolando agora no player para responder minhas perguntas? MB - Estou com uma pilha de Cds aqui do lado: Queen, Chameleons, Icicle Works, Chron Gen, Stone Roses, Morrissey, Engenheiros do Hawai, Exxótica e Spider Murphy Gang. Foi o que eu ouvi enquanto respondia a entrevista. São Cds mesmo, não é MP3. Acho que eu sou o único cara que ainda compra Cds (risos)!... FZ – Puxando um pouco a brasa pra nossa sardinha, como foi que você nos conheceu e o que acha do formato que adotamos, de revista eletrônica? E, te explorando mais um pouco, que conselho nos daria? MB - Conheci na Internet, que é a coisa mais sensacional que inventaram nos últimos anos. Uma ferramenta espetacular pra conhecer coisas e pessoas! Eu gosto de revistas eletrônicas e pra mim está claro que este será o futuro para todos. Lentamente o papel está sendo substituído pelos arquivos digitais. É mais barato, não envelhece, não rasga, não ocupa espaço e é ecologicamente mais saudável, pois não precisa derrubar árvores e depredar o planeta. Pra mim vocês estão no caminho certo, sintonizados na época atual . A revista está muito bonita e foi um prazer participar dela. Podem contar comigo sempre, tanto como leitor como colaborador. FZ – Baraldão, espaço aberto pra você, meu chapa. Diga o que faltou ser dito, deixe um alô para os seus fãs e como encontrá-lo na web. MB - Muito obrigado pelo espaço e consideração. Sucesso e saúde a todos! Pela democracia no mundo todo! Abaixo o Gaddafi e todo e qualquer ditador deste planeta. Por democracia e desenvolvimento em todos os países da África ,Ásia e do Oriente Médio. A América Latina já passou por essas ditaduras escrotas e sabemos muito bem a desgraça que isso é para as nações! Solidariedade a todos esses povos. Vamos todos lutar por um mundo livre, sem guerras, ditadores ou imperialistas escrotos! Está mais do que na hora da Humanidade aprender a ser feliz! Visitem meu site e me achem lá: www.marciobaraldi.com.br



Os leitores do jornal esportivo Lance! conhecem bem o traço elegante e preciso de Gustavo Duarte em suas charges e caricaturas. Mas, depois de CÓ! (ganhador de dois prêmios no HQMix do ano passado) e de TAXI, ficou evidente seu talento para criar histórias em quadrinhos. Por telefone, Gustavo revelou um pouco mais dessas produções independentes, sua trajetória, seu trabalho e como chegou até aqui.

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Bate-bola com Gustavo Duarte •por brontops baruq

DESENHO ANIMADO Os quadrinhos de Gustavo Duarte me remetem (e bastante) a desenhos animados, como as histórias clássicas da Pantera Cor-de-Rosa. Ele não negou a influência, e explicou que o tema dos episódios eram improvisados de acordo com o andamento da história. CÓ! é sobre uma estranha experiência ufológica vivida por um fazendeiro isolado, cujo pior resultado não é ser transformado em um porco, mas sim uma infestação incontrolável de galinhas. TAXI também segue uma linha delirante, mas parte de uma situação – aparentemente - mais banal. Um músico prestes a se apresentar com sua banda esquece de algo essencial para sua apresentação. A presença de figuras famosas do jazz circulando em ambientes “domésticos” chama a atenção para o talento de caricaturista de Gustavo. Ambas as histórias são “mudas”, quadrinhos sem balões ou diálogos entre os personagens. A leitura em silêncio produz um “som”, uma "música" à história e libera o cérebro do leitor de decifrar onomatopeias. A melodia não é inspirada apenas pelo formato de EP da revista. O tema, os personagens, os diferentes ambientes e os rumos inesperados da história sugerem a improvisação e a liberdade do jazz com direito às presenças de Dr. Lonnie Smith, Ron Carter, Wynton Marsalis e Harry Connick Jr. Destes, talvez os dois últimos sejam mais facilmente identificáveis para quem não é conhecedor. Alguns anos atrás, a TV Cultura transmitiu uma série em episódios voltados para o público juvenil, nos quais Marsalis apresentava a história do jazz e a estrutura básica de uma orquestra. Harry Connick Jr também é ator e já atuou em vários filmes, como por exemplo, Independence Day, Menphis Belle, e até na animação The Iron Giant. Dr. Lonnie Smith é um organista com mais de cinquenta anos de carreira (http://www.drlonniesmith.com/) e Ron Carter, um contrabaixista aclamado, que já tocou com grandes feras, como o famoso Miles Davis.

INFLUÊNCIAS A música foi uma influência óbvia em TAXI. Gustavo já esteve em shows dos artistas representados em sua história e, inclusive, chegou a conversar com Dr. Lonnie Smith. O jazz e a narrativa sem diálogos me remeteram ao desenho animado da Pantera Cor-de-Rosa. Gustavo reconheceu a influência, revelando como eram improvisadas as trilhas, a partir do tema da Pantera de Henry Mancini e da exibição do episódio diante dos músicos. Os traços longos e ondulados das caricaturas de Gustavo me fizeram lembrar o grande Loredano (http://veja.abril.com.br/161002/p_138.html ou melhor ainda http://issuu.com/cmvfx/docs/catalogo_loredano_2010_nnn). Mas além de


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Loredano, Gustavo também admira e admite a influência do norte-americano Al Hirschfeld (1903-2003 http://www.alhirschfeld.com/index2.html), ilustrador e caricaturista da New York Times. Nos quadrinhos, ainda há Bill Watterson (Calvin) e do principal responsável pela escolha da carreira: Charles Schulz. Gustavo sempre ficou impressionado como estes autores conseguem dar vida aos personagens. Ele se lembra de, aos seis anos de idade, ter assistido a um documentário na TV Manchete sobre o criador de Charlie Brown, Snoopy e cia. Ao final do programa, disse “Taí, eu quero fazer isto quando crescer.” Ziraldo e Laerte foram mencionados entre os artistas nacionais, Goscinny e Quino, de fora dos EUA.

FUTEBOL Ao se visitar seu blog (http://mangabastudios.blog.uol.com.br/) fica evidente um apuro visual em design gráfico, principalmente ao se observar seus flyers, convites, posteres de shows e outros lançamentos. Tudo muito limpo, claro, despoluído, combinações incomuns de cores. Gustavo estudou design gráfico na Unesp em Bauru e começou muito bem, sendo um dos selecionados do disputado Curso Abril (http://cursoabril.abril.com.br/oqueecurso/oquecurso.shtml). O Curso abriu muitas portas neste sentido e ajudou a criar uma rede de contatos que o auxiliou nos primeiros anos, mas que também o levou a algumas arapucas. Ele foi empregado em um dos primeiros sites gratuitos do Brasil (“Foi e continua sendo meu melhor salário”, lembra-se.) mas que faliu e, com isso, lá se foi o sonho de iates, mulheres, mansões, mulheres, carros... Felizmente, Gustavo conseguiu se recolocar. Sem dúvida, o fato de gostar de futebol ajuda bastante no trabalho do Lance! “Penso que a maioria dos cartunistas não gosta de futebol. Além de mim mesmo, conheço o Baptistão (http://baptistao.zip.net/), o Mario Alberto (http://marioalbertoblog.blogspot.com/), o Loredano, o Junião (http://www.juniao.com.br/weblog/), o Orlando (http://www.fotolog.com.br/orlandopedroso)... ”. Entretanto, apesar da paixão pelo bom futebol, Gustavo gosta cada vez menos dos caminhos para os quais o esporte anda sendo conduzido. “O futebol é a coisa mais importante, dentre as menos importantes. O futebol tem que se levar menos a sério, ele anda muito chato... patético...”, afirma. “O campeonato brasileiro de 2010 foi decepcionante. Apesar de eu ser são-paulino, preferia assistir aos jogos do Santos”, afirma, e vai além: " O estrelismo, as somas absurdas envolvidas, a falta de raça e vontade dos jogadores, as pressões da mídia e patrocinadores, tudo parece contribuir para um desencanto com o esporte. ", desabafa.

• um site com a qualidade do grupo mangabastudios •

http://mangabastudios.blog.uol.com.br

Charge da final da Taça Guanabara, publicada no jornal Lance! em 1º/03/11

Agradeço a Laura Fuentes, do Instintos da Pele (http://instintosdapele.blogspot.com/), que me ajudou e me incentivou a escrever esta pequena “reportagem”.

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Mary Jane Watson criança, na tirinha do Puny Parker? LC - Não. Eu adoraria dizer que sim, mas não é verdade. A gente brinca com isso porque, no ano passado, pintei meu cabelo de vermelho por uns tempos. Isso aconteceu bem na época que teve o FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), aqui em BH. Nesse FIQ, conhecemos o Gustavo Duarte (somos fãs dele!) e o Gustavo é que brincou, dizendo que eu era a Pequena MJ, porque tinha o cabelo vermelho e sou bem baixinha e tudo o mais. Depois disso, eu até comecei a reparar melhor que a Pequena MJ e eu temos muitas características em comum. Mas meu cabelo já nem está vermelho mais. Ele se inspirou foi na própria Mary Jane mesmo. FC - Sua tirinha (http://lospantozelos.blogspot.com/) Los Pantozelos é apaixonante e a personagem principal é superquerida. Todo esse sentimento faz a gente pensar que a protagonista é alguém que conhecemos pessoalmente (no meu caso, como exceção, quando olho para ela sempre lembro da Francine, de Strangers in Paradise, não sei por quê... E eu adoro a Francine!). Como foi a ideia de criar as tirinhas? É certo que o nome Los Pantozelos veio do fato de uma de suas professoras ter as pernas tão rechonchudas, que não era fácil saber onde terminava a panturrilha e começava o tornozelo, e daí veio o apelido de pantozelo? A sua professora conhece essa história? (risos) LC - Puxa, maior honra do universo! Eu sou maluca por Estranhos no Paraíso! Adoro a Francine! Nunca tinha pensado nas minhas tiras dessa forma.

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A história da professora de pernas rechonchudas é verdadeira, sim, (risos). Nunca mais encontrei essa professora para contar isso a ela. Na verdade, quando comecei a criar os personagens para a tira, nem me lembrava mais de ter inventado a palavra "pantozelos", não me lembrava das pernas dela, nem nada. Foi tudo coincidência: no dia em que comecei a esboçar a primeira tira, eu estava remexendo nuns cadernos de escola e encontrei, no meio desses rabiscos de última página, um rabisco de um par de pantozelos. Ao lado do rabisco estava escrito "são pantozelos ou tornurrilhas?", que seriam as duas formas de misturar tornozelos com panturrilhas, né? Foi aí que me voltou tudo à cabeça e decidi chamar a tira de "Los Pantozelos", porque já tinha definido que queria a personagem principal com pernas gordinhas. Uma coisa engraçada é que não consigo me lembrar de onde vieram os dois personagens: a Cá e o Maricas. Guardo os primeiros rascunhos dos dois e tudo, mas não sei de onde a minha cabeça tirou esses dois. Não sei de onde me veio o nome “Maricas”, por exemplo. Eu sei que o nome da Cá, que nunca disse qual é nas tiras, mas é Carisma, veio porque é um anagrama com Maricas. Mas isso nunca foi uma coisa que parei para pensar e para embaralhar as letras do nome. Veio tudo do nada. E não lembro como foi que inventei a cara dos dois. Eles simplesmente apareceram no papel. Eu preciso inventar uma história melhor para quando me perguntarem como foi que criei a tira, porque essa história verdadeira é muito louca e até


me assusta um pouco. FC - Existe algum projeto para que a tirinha saia impressa em jornal ou livro? Você pode comentar algum projeto futuro pra gente? Alguma coisa em conjunto com seu irmão está prevista? LC - Nunca pensei em publicar Pantozelos em meio impresso. Mas, quem sabe? Eu criei a tira apenas com a intenção de publicá-la no blog, semanalmente, para me "condicionar a desenhar sempre", como meu irmão diz. Mas ainda sou muito indisciplinada e não foi bem assim que tudo funcionou. Meu projeto futuro chama-se "An Olive Song". É uma história (mais ou menos longa) que mostra uma jovem professora de piano revirando suas lembranças mais antigas, para recuperar a força que precisa para se reencontrar e seguir com a vida e com seus projetos. É uma história sobre criações artísticas e sobre o que chamo de "fantasmas da solidão". Tenho uma outra ideia também no papel, mas essa eu não contei nem para o meu irmão ainda, é a coisa mais secreta do mundo. FC - Quais são seus autores prediletos hoje? E o que você anda lendo ultimamente? LC - Acho que os meus preferidos são os mesmos preferidos de todo mundo. Charles Schulz, Bill Watterson, Jeff Smith, Terry Moore, Daniel Clowes e Vitor Cafaggi (risos). Eu acabei de encomendar "Koko, Be Goog", da Jen Wang, e estou ansiosa para ler. Não dá para citar a Jen como minha autora de quadrinhos preferida ainda, porque ainda não li a história, mas ela é uma das minhas desenhistas preferidas. Tem uma gibiteca superlegal aqui em Belo Hori-

zonte. Pouca gente conhece, pouquíssima gente frequenta, o que é uma pena. Chama-se Gibiteca Gobbo. Eu mesma fiquei conhecendo o lugar só há uns poucos meses e ela já existe há dezoito anos! O que tenho lido, recentemente, é o que encontro por lá. Eles têm uma bela coleção de quadrinhos franceses, uns álbuns com artes tão lindas que dá vontade de comer! Da última vez que fui lá, li "La Fille Du Professeur", de Joann Sfar e Emmanuel Guibert. FC - Você é uma das fundadoras do blog Lady's Comics (http://ladyscomics.com/), um projeto bacana mostrando o lado feminino da Banda Desenhada... Já rolou briga com algum namorado para você ler o gibi dele? (risos) Brincadeira, mas realmente a presença feminina nos quadrinhos sempre foi menor e isso vem mudando bastante (Ainda bem!)... A que você atribui essa mudança? Eu acho que o sonho de todo nerd é poder discutir com a namorada o psicodelismo da Saga dos Metabarões de Jodorowsky-Gimenez ou na dúvida de quem merece vencer o embate entre Light Yagami ou "L" Lawliet em Death Note (risos). LC - Nunca namorei um cara que fosse realmente fã de quadrinhos. Eu é que emprestava meus quadrinhos (e os quadrinhos do meu irmão) para eles. Lembro de ter emprestado Bone para um deles e ele gostou bastante. Meus presentes de aniversário de namoro eram todos quadrinhos. Uma vez, dei Spider-Man Blue completa, outra vez, eu mesma fiz uma história em quadrinhos para dar de presente. Até que eu não era uma namorada ruim, (risos). Gosto de ver que alguns dos meus ex-namorados, mesmo nunca tendo sido fãs de

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FZ - Sabemos que publicações dependem de acordo entre editoras. Porém, há perspectiva de publicações em que você trabalhou chegarem às bancas, livrarias e lojas brasileiras? Até hoje eu espero por Red Sonja e Battlestar Galactica! JH - Por enquanto, o único material que produzi, pude comprar numa banca daqui e ler foi o Avengers Invaders. Infelizmente, outras publicações minhas como Red Sonja e Queen Sonja, acho difícil ver por aqui, até porque as vendagens de uma minissérie da Sonja que veio ao Brasil há pouco tempo não foram muito boas. Mas estou bastante esperançoso que o trabalho que estou fazendo atualmente (o Kirby: Genesis) venha a ser publicado aqui no Brasil! Mas por enquanto, não há nada certo ainda, só esperança (risos).

êxito profissional? JH - Bom, creio que vou fugir um pouco do: “desenhar, desenhar e desenhar” que todo mundo fala. Para se ter êxito e ser um profissional de “responsa”, você tem que estudar bastante! Desde linguagem corporal, cânones, desenvolvimento de personagens, anatomia (isso é uma parada que poucos dos profissionais realmente manjam), perspectiva, narrativa, desenvolver um bom estilo... Mesmo assim, mesmo estudando muito, isso corresponde apenas a 30%, os outros 70% é trabalho duro! Nesse ramo não adianta apenas o conhecimento teórico, é preciso que o artista saiba aplicar isso na prática.

ENTREVISTA

você ou as contas pra pagar não te deixam ter crises de criatividade? JH - Eu creio que já deve ter acontecido sim, principalmente quando se faz capas de revistas (risos). Mas tive que fazer assim mesmo (risos). Com os quadrinhos pode até afetar um pouco, mas nem tanto, já que fazemos os layouts com antecedência, e já nos layouts encontramos a energia da história completa! Você só tem que passar a limpo (geralmente 1 página a cada dia), a maior parte do que deveria ser criado, já está ali. Então você desenha normalmente, o que difere apenas, é que um dia se está mais inspirado que outros. Nesses dias você se supera, mas nos outros, você se mantém. Mas nada que prejudique o resultado final da revista.

FZ - Quando você puder, faça uma visita no Studio Made in PB! Estamos aprimorando a estrutura e acredito que você vai gostar das novidades! JH - Claro, farei uma visita assim que possível! Obrigado.

FZ - Quais os quadrinhos que você está lendo ultimamente? JH - Confesso que atualmente não estou lendo nada de quadrinhos, infelizmente. O último material que eu li foi o "Bando de Dois" do Danilo Beyruth. FZ - Diga para os nossos leitores, futuros desenhistas, o que é necessário para ser um bom desenhista e ter

Art&Comics International http://twitter.com/j4ckherbert (twitter) http://jacksonherbert.deviantart.com (portfolio virtual) http://jackh3rb3rt.blogspot.com (blog)

Fontes de Pesquisa: http://jackh3rb3rt.blogspot.com/ - blog do Zan com trechos dos textos de Sidney Gusman e Marcos Ramone. Imagens: Orkut e Facebook do entrevistado.

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FARRAZINE - Vimos que grande parte de sua base como desenhista veio do tempo em que desenhava fanzines, de onde é que surgiu o amor por esse tipo de trabalho? Geraldo Borges - Fanzines apareceram pra mim como uma válvula de escape para criar minhas próprias histórias. FZ - Você ainda acompanha fanzines? GB - Confesso que muito pouco por falta de tempo, mas vejo pelo menos as notícias dos zines e revistas independentes que estão saindo Brasil afora. FZ - De que forma você acha que a Internet pode contribuir para os fanzines? GB - A internet veio pra ajudar no grande problema do fanzine que é a distribuição; fazer a HQ chegar à mão do leitor e mais, aumentar o raio de alcance... o que no formato impresso limitava-se a no máximo 500 pessoas, na rede não existe limite. FZ - Em uma outra entrevista, você foi perguntado sobre a sua participação no quadro de profissionais que criou o CURSO PRÁTICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS ONLINE DA UNIFOR, sobre os resultados esperados do projeto. Na ocasião, você comentou que, em breve, sairia uma coletânea das HQS produzi-

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das no curso. Como anda o projeto? As HQ's já foram publicadas? Há intenção de continuar a fazê-las com os alunos? GB - Ainda não foi publicada porque preciso me organizar melhor para fazê-lo; mas pretendo não só publicar as HQ's da primeira turma, como também da segunda turma que está rolando agora. FZ - Seu histórico como professor de desenho é lindo e é impossível não observar como você ama essa atividade. Sendo assim, seguindo ainda a mesma linha de perguntas com relação ao trabalho autoral e ensino, você acha que sua ida para a DC ajudou a potencializar e chamar atenção para projetos como o da UNIFOR e outros? Há outros projetos parecidos em andamento? GB - Sim, o fato de trabalhar com a DC sem dúvida ajudou a chamar a atenção para este curso de quadrinhos, fora o fato de o curso ser totalmente à distância, o que estendeu o raio para qualquer aluno de qualquer parte do planeta que entenda o idioma português (risos). O outro projeto similar da Unifor será o Curso de Mangá, criado pelo grande J. J. Marreiro (MSP+50) e vai arrebentar com as estruturas, pois está muito bem produzido; a previsão é que comece no meio do ano de 2011. FZ - Você teve, alguma vez, problemas de aceitação das editoras por não "americanizar" seu nome? GB - Nunca tive problemas com isso, particularmente.

http://geraldopenciller.blogspot.com/



FARRAZINE - Como você descobriu o talento para desenhar? Alberto Montt - Eu não descobri, porque eu desenho desde que tenho lembranças. Entretanto, não acho que seja um talento, pelo menos, não um talento único. Acho que se todo mundo continuasse desenhando desde o momento que começa, ou seja, aos 3 ou 4 anos de idade, a maioria desenharia muito melhor que eu. É só prática e gosto. FZ - Quais ilustradores e desenhistas você admira? AM - A lista é enorme e se divide entre os que eu admiro por conceito e por estética, mas assim rapidinho eu posso dizer, Quino, Larson, Fontanarrosa, Liniers, Isol, Fanelli, Cantone... Ufff, milhões! FZ - E os seus personagens favoritos? AM - Mafalda e toda sua trupe, Ren & Stimpy, Peanuts, Olafo... Outra lista enorme. FZ - Suas tirinhas têm um humor fora do comum. Como você procura inspiração para desenvolvê-las? AM - Eu, igual a todo mundo, tenho estados de ânimos. Às vezes, sou sarcástico e escuro, outras alivio um pouco, sou alegre ou absurdo. O que eu faço é passar as ideias que vem no papel e pronto! É um exercício que, provavelmente, qualquer pessoa poderia fazer, mas não se dá ao trabalho de fazê-lo. Trato, isso sim, de manter a cabeça muito aberta para que nada fuja. Isso acabou me tornando muito mais observador e crítico do que eu costumava ser.

FZ - Há um monte de artistas que encontram dificuldades para poder se realizar profissionalmente. Nesse caso, que conselho você daria para aqueles que pretendem iniciar a carreira como ilustrador? AM - É uma carreira difícil (como todas), mas há 3 pontos que são primordiais: 1. Amar o que você faz com toda sua alma. 2. Ter tolerância com a frustação. E faz muita falta! 3. Ser suficientemente autocrítico para saber reconhecer se existe algo mais que só vontade sobre o assunto. FZ - Como membro fundador de SIETERAYAS COLETIVAS, o que você pode contar pra gente sobre isso? AM - Quando eu comecei a ilustrar profissionalmente, conheci um grupo de pessoas que estava no mesmo caminho e estado profissional, nós fizemos amizade e decidimos unir forças para conseguir abrir campo aos ilustradores. Organizamos-nos como coletivo e organizamos também “oficinas”, exposições e projetos. Serviu muito para aparecer e assim, gerar um nome como coletivo e como indivíduos. O coletivo é uma grande ferramenta para começar.

FZ - Seu estilo é bastante diferencial. O traço, o trabalho com as texturas... Como chegou nessa identidade visual? AM - Muita gente me perguntou como se consegue um estilo pessoal. Na verdade, acho que o estilo não seja algo que se busque. Pelo contrário, sinto que o artista tem muitas deficiências no momento de FZ - Sempre trabalhou com desenho? trabalhar, problemas com perspectiva, com o deseAM - Sim, sempre. nho e as cores, sei lá, mil coisas! O negócio é encontrar a maneira de tirar proveFZ - E se tivesse que escolher outro profissão, ito desses erros e converter isso em marca qual seria? pessoal. Por exemplo, eu mesmo, tinha muitos AM - Eu sempre gostei de arquitetura e de problemas em desenhar maxilares e ombros, leis. Creio que eu poderia ter sido um exce- por isso meus desenhos quase não tem essas lente advogado... Eu acho isso, pelo menos. coisas. Entendeu?

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Foi uma das minhas poucas experiências no Skype... Reconheço que sou “analfanético" com algumas tecnologias da internet. Principalmente com relação a chat ou conversas em tempo real. Eu não sabia manejar muito bem o programa (eu sei, nem é tão complicado assim, enfim...) mas o pessoal do Arg!Cast foi bacana e paciente. Abaixo um bate-papo cheio de descontração e risadas com o Matheus Shortfall e o Hilliam. Por Rdelton

Hilliam http://twitter.com/Hilliam_ARG

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www.argcast.com.br

Matheus Shortfall http://twitter.com/matheusoj

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O melhor do Quadrinho

Independente. Tudo num s贸 lugar!

/ m o c . o le o d a g e d http://www.bo




ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O 5º CONCURSO CULTURAL DA TURMA DO GABI – DESENHO Já estão abertas as inscrições para o “5º Concurso Cultural da Turma do Gabi – Desenho” e vão até o dia 30 de Junho. Este ano, “Bichos” foi o tema escolhido para a elaboração dos desenhos. Podem participar crianças e jovens de todo o país com idade de 9 a 14 anos. Os desenhos devem ser feitos em papel ofício e enviados para o Casarão Cultural Pau Preto: Rua Pedro Gonçalves, 477, Jardim Pau Preto, CEP: 13.330-210, Indaiatuba, SP. A premiação para os três melhores trabalhos será um MP3 e um kit de revistas da Turma do Gabi (Ed. Júpiter II / Emt). A exposição com os trabalhos selecionados acontecerá de 04 a 31 de Julho no Casarão Cultural. A realização é do EMT – Estúdio Moacir Torres, com o Apoio da Fundação Pró-Memória e Prefeitura Municipal de Indaiatuba. Veja o regulamento no site: www.turmadogabi.blogspot.com. Maiores informações: (19) 3875-8383 – 3834-6319. Participe!




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