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O Brasil e seus 10 melhores discos O Brasil também tem suas bandas e por que não selecionar pelo menos 10 discos? É muito difícil também, pois fica de fora gente como Raul Seixas, Peso, Som Nosso de Cada Dia, Mutantes, Secos e Molhados, O Terço, a grande Patrulha do Espaço, Golpe de Estado, Barão Vermelho, entre grandes outras bandas e grandes discos, mas os “meus” preferidos são 10, que considero os mais importantes. Fica bem claro que são discos que, pra mim, influenciaram minha vida roqueira; pode não ter representação para muitas pessoas, mas de alguma forma são importantes no panorama nacional. Made in Brazil, do Made in Brazil. Como o Made in Brazil já é uma lenda dentro do rock nacional, este primeiro disco se torna indispensável aos amantes do rock dos anos 70, muitos riffs e um grande vocalista: Cornélius. Alguns dos grandes sucessos do Made se encontram aqui: Anjo da Guarda, Doce, Menina Pare de Gritar, A Mina; entre outras está Aquarela do Brasil, de Ary Barroso. O disco é muito pesado, apesar de ser simples, mas agitado e distorcido. A capa é bonita e dupla, com uma foto da banda tocando com suas plumas e paetês, apesar do Made não fazer parte da safra Glitter, mas é da mesma época. Grito Suburbano, das bandas Olho Seco, Inocentes e Cólera. Uma obra do punk rock nacional. Este primeiro disco marcou nossa geração, vale como um grande registro, da mesma forma que o 1º festival punk foi importante. Grito Suburbano foi o primeiro, apesar dos problemas e da falta de técnica das bandas. Já se via uma pequena categoria no Cólera, um dos grandes nomes fora dos país; o Olho Seco também, mas o Inocentes foi o punk dos punks, com sua letras bem elaboradas, como Pânico em SP e Garotos do Subúrbio, um dos maiores hinos que o punk rock já escutou. Beijo Fatal, do Salário Mínimo. Depois de quase 30 anos, este disco se mantém atual e um dos mais queridos pelo público fiel em seus shows, não é à toa, Dama da Noite e Beijo Fatal abrem este disco e segue o peso com Jogos de Guerra entre outras como a bela balada Sob o Signo de Vênus. Na versão original, em formato LP a banda gravou a música Rosa de Hiroxima de Vinicius de Morais, eternizada na voz de Ney Matogrosso. Esse disco também fez com que a banda desse um UP e se mostrasse mais claro ao mercado fonográfico. Voltado mais para um som “americano” a banda abusou um pouco das cores das roupas, mas isso não impede este de ser um dos melhores discos de rock brasileiro. Casa de Rock, do Casa das Máquinas. O Casa das Máquinas afundou no próprio destino, deixou três discos e muita confusão pós-fim da banda. Casa de Rock é um disco pesado, bem trabalhado e com letras simples, que a moçada da época queria escutar. Casa de Rock tem um riff forte, Sonho de um Vagabundo, uma baladinha com uma letra bonita. Jogue Tudo Para a Cabeça, Londres e Dr. Medo são pesadas. Eu Queria Seré mais americanizado, com muito ua-ua, gaita e guitarra slide; outra obra.


Antes do Fim, do Dorsal Atlântica. O Dorsal é a melhor banda nacional. Antes do Fim é o melhor disco nacional, apesar da qualidade (!?) da gravação. Muitas pessoas não gostam desse disco, mas o Dorsal é pioneiro no estilo e Antes do Fim tem letras politizadas e inteligentes; vide Joseph Mengele, Vorkuta, Caçador da Noite, prá não citar todo o disco. A capa foi trocada, houve um problema com a original, mas o importante é o conteúdo e esse ninguém pode censurar. SP Metal Vol. 1, das bandas Avenger, Centúrias, Vírus e Salário Mínimo. Um dos pioneiros do metal nacional, o Luiz Carlos Calanca da Baratos e Afins apostou forte na música de São Paulo e foi tão bem aceito que lançou o segundo volume, e mais uma infinidade de discos que marcaram a década de 80. Cada banda tem uma peculiaridade, destaque para o Centúrias que é preciso no som pesado. O Salário Mínimo também seguiu a frente com outro disco. O Vírus era mais heavy metal, com dois guitarristas duelando e um visual de couro. Portas Negrasé pesada, Cidadão do Mundo tem um ótimo trabalho de guitarras, Cabeça Metal e Batalha no Setor Antares são heavy de primeira. Beneath the Remains, do Sepultura. O primeiro grande disco do Sepultura abriu espaço no mundo e o fez uma das melhores bandas do mundo. Inner Self, Sarcastic Existence e Beneath the Remains são a cara da banda: porrada e peso do começo ao fim. O Brasil ficou mais heavy metal depois deste disco. Hoje, além do Pelé, todos conhecem o Sepultura. Stress, do Stress. Aqui o Heavy Metal se tornou presente no Brasil. Esta frase diz tudo, Vindos do Belém do Pará, a banda desembarcou com a cara e a coragem no Rio de Janeiro, gravou e voltou para sua cidade natal com o disco debaixo do braço. O primeiro disco da banda Stress foi o primeiro disco de heavy metal autêntico, com riffs e letras gravados no Brasil e o melhor, no bom português, músicas como Sodoma e Gomorra e Mate o Réu mostram peso e qualidade, mais tarde a banda se radicou no Rio e por lá fez diversos shows em templos como Circo Voador e Caverna II, logo em seguida, foi lançado o disco Flor Atômica, pela Polygram, uma multinacional, mostrando a competência da banda. Mas esta já é uma outra história. Inox, do Inox. O maior pecado foi este disco ter sido prensado com um pequeno problema técnico, a melhor música do disco: Ranger pula em determinados pontos. Fricção é bem tocada e agrada. Até a cover de Nuclear Attack de Gary Moore é ótima. O ponto forte deste disco é a produção, também a capa é de ótimo gosto, os músicos são ótimos, claro que o Júnior está na batera. As letras são bem encaixadas num instrumental de primeira qualidade. Uma pena que a gravadora não os deixou fazer mais do que fizeram.

A Ferro e Fogo, do Harppia. A Baratos e Afins fez outra preciosidade. Quem sabe um dos eleitos de todos os roqueiros nacionais, o Harppia foi o xodó do heavy metal nacional na segunda metade dos anos 80. Salém, a Cidade das Bruxas é um marco, um hino! Asas cortadas, A Ferro e Fogo... Todo o disco marcou, porque é bom e, coisa boa, a gente nunca esquece.


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