Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População **Estudo: Impactos na Saúde e no Sistema Único de Saúde Decorrentes de Agravos Relacionados ao Esgotamento Sanitário Inadequado dos 100 Maiores Municípios no Período 2008-2011
A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento básico precário como uma grave ameaça à saúde humana. Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico ainda é muito associada à pobreza afetando principalmente a população de baixa renda; mais vulnerável devido à subnutrição e muitas vezes pela higiene inadequada. Doenças relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e as deficiências com a higiene causam a morte de milhões de pessoas todos os anos, com prevalência nos países de baixa renda (PIB per capita inferior a US$825,00). 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. Destas mortes, aproximadamente 84% são de crianças (Organização Mundial da Saúde, 2009), sendo, segundo a Unicef (2009), a segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Estima-se que 1,5 milhões de crianças nesta idade morram a cada ano vítimas de doenças diarreicas, sobretudo em países em desenvolvimento. Nos países de clima quente as diarreias ocorrem mais durante a estação chuvosa, e tanto as inundações quanto as secas aumentam o risco de ocorrência dessas doenças, tais como a cólera, giardíase, infecção por shiguella, febre tifóide, infecção por E. coli, entre outras. No Brasil, as doenças de transmissão feco-oral, especialmente as diarreias, representam em média mais de 80% das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (IBGE, 2012). Ter ou não acesso a uma água de qualidade e um bom sistema de coleta e tratamento de esgotos faz toda a diferença para afastar estas doenças que sobrecarregam o sistema de saúde, ocupam milhares de leitos hospitalares, afetam as crianças e as cidades como um todo. Objetivo do estudo Este novo estudo do Instituto Trata Brasil, feito pela pesquisadora Dra. Denise Kronemberger, tem como objetivo fazer uma relação entre o saneamento básico inadequado e as doenças, sobretudo as diarreias. Visa também medir os impactos no Sistema Único de Saúde, resultantes do esgotamento sanitário inadequado nos 100 maiores municípios brasileiros em população. Metodologia do estudo O estudo contemplou os 100 maiores municípios brasileiros em população no período de 2008 a 2011. A pesquisa refere-se a dois aspectos importantes do impacto dos agravos relacionados ao esgotamento sanitário inadequado: perfil de morbi-mortalidade por diarreias e quadro de gastos hospitalares com internações por diarreias. As doenças diarreicas consideradas no estudo foram: ‘cólera’, ‘shiguelose’, ‘amebíase’, ‘infecções por salmonella’,
‘infecções intestinais bacterianas’, ‘doenças intestinais por protozoários’, ‘infecções intestinais virais’, ‘diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível’. A definição dos indicadores está no Anexo 1, ao final deste texto. Já a tabela com a população dos 100 municípios analisados estão no Anexo 2. Resultados: Internação hospitalar* por diarreia nos 100 maiores municípios brasileiros em população Tabela Taxa Internação 2008-2011 (por ordem crescente em 2011) Municípios Taubaté Praia Grande São Bernardo do Campo Suzano Rio de Janeiro Bauru Caxias do Sul Campinas Montes Claros Betim Franca Jundiaí Guarujá Pelotas Petrópolis Santos Florianópolis Volta Redonda Itaquaquecetuba Mauá Niterói Contagem Guarulhos Osasco Joinville Salvador Ribeirão Preto Natal Sorocaba Ribeirão das Neves São Vicente Serra São José dos Campos Juiz de Fora Vila Velha Aracaju Duque de Caxias Paulista Mossoró Foz do Iguaçu Campo Grande Santo André Canoas Uberaba Feira de Santana Vitória
2008 2,2 4,1 11,5 7,9 16,6 16,9 22,4 11,5 17,3 18,4 20,8 17,0 29,2 53,3 51,7 13,9 34,8 41,2 16,8 21,6 30,1 29,3 20,8 21,7 30,1 21,7 28,8 64,8 38,0 37,3 28,6 88,4 27,6 42,6 21,1 86,3 103,1 43,6 139,5 58,3 49,3 38,6 61,5 70,8 64,8 96,6
2009 4,8 3,2 4,3 9,5 16,8 13,6 11,7 9,8 16,0 19,0 18,4 8,9 19,2 27,2 31,7 13,2 24,5 28,3 23,7 13,9 33,8 27,3 25,4 18,2 46,4 26,6 30,5 43,5 34,2 28,3 21,2 82,5 19,0 26,2 35,3 45,2 61,0 27,6 63,0 32,0 33,0 27,2 43,7 38,1 65,7 90,9
2010 2,5 5,3 5,5 5,7 15,2 19,8 17,4 16,3 23,8 27,0 16,6 22,4 20,3 37,8 44,3 11,9 21,8 20,6 25,8 27,1 27,3 29,2 28,1 27,1 37,1 34,1 38,2 42,3 37,8 38,8 32,5 26,6 28,3 39,9 26,5 55,5 41,4 28,6 47,7 47,2 38,1 31,2 39,5 47,3 56,4 35,4
2011
1,4 6,4 7,5 7,9 11,5 11,8 12,2 12,6 12,8 14,1 15,0 15,5 18,1 18,2 20,2 20,5 21,1 21,2 21,8 21,8 21,8 22,2 23,2 23,7 24,0 24,1 24,3 24,7 24,8 25,0 26,3 27,2 27,5 28,0 28,6 28,8 28,9 29,0 29,2 29,7 29,9 29,9 30,8 31,1 31,3 32,1
média 2,7 4,8 7,2 7,8 15,0 15,5 16,0 12,5 17,5 19,6 17,7 15,9 21,7 34,1 37,0 14,9 25,5 27,8 22,0 21,1 28,3 27,0 24,4 22,7 34,4 26,6 30,5 43,8 33,7 32,4 27,1 56,2 25,6 34,2 27,9 53,9 58,6 32,2 69,9 41,8 37,6 31,7 43,9 46,8 54,6 63,7
Municípios Londrina Piracicaba São Paulo Gravataí Santa Maria Cariacica Olinda Belo Horizonte Cascavel Curitiba Uberlândia Limeira Caruaru São José do Rio Preto Recife Mogi das Cruzes Rio Branco Diadema Maringá Cuiabá Governador Valadares Brasília Petrolina Carapicuíba São José dos Pinhais Blumenau Porto Alegre São João de Meriti Ponta Grossa Campos dos Goytacazes São Gonçalo Macapá Porto Velho Jaboatão dos Guararapes Aparecida de Goiânia Goiânia São Luís Nova Iguaçu Manaus Juazeiro do Norte Caucaia Boa Vista Fortaleza Teresina Maceió João Pessoa Santarém Campina Grande Vitória da Conquista Várzea Grande Belém Anápolis Belford Roxo Ananindeua
2008 43,2 158,1 33,2 31,2 34,1 85,0 56,5 50,3 29,8 53,8 67,8 47,7 111,7 51,4 70,3 56,3 111,5 43,9 57,6 60,9 135,5 112,2 37,4 39,4 58 61,5 86,0 227,8 82,4 131,5 143,7 126,5 70,3 219,7 157,2 205,8 144,0 186,2 123,1 426,7 179,6 164,0 195,1 346,4 249,7 316,8 361,4 341,9 392,8 169,4 499,3 325,7 345,6 992,2
2009 34,5 58,3 32,8 27,5 23,1 88,8 57,1 38,5 21,6 46,6 52,5 40,1 89,4 31,5 76,3 52,2 145,4 63,6 56,6 75,6 63,8 63,3 73,4 51,9 36,2 63,5 84,6 124,9 107,4 127,0 102,5 91,1 128,5 174,5 111,2 135,3 109,3 189,1 106,9 329,8 151,0 243,9 168,9 307,4 207,0 292,4 267,5 315,3 376,0 323,3 488,4 312,8 363,5 1144,6
Fonte: elaborado com base nos dados do Ministério da saúde, DATASUS. Nota: * número de internações por diarreia/100.000 habitantes
2010 37,7 58,7 39,1 37,2 42,5 40,7 38,9 44,1 40,9 46,9 67,4 51,8 70,2 40,2 69,3 62,9 55,9 77,7 64,1 89,6 59,5 78,2 75,2 68,5 99,5 89,0 91,0 116,2 172,3 110,8 118,0 88,4 113,9 162,0 161,7 206,5 137,2 170,8 108,3 242,9 165,9 150,9 186,1 293,2 230,5 246,4 265,8 341,1 386,2 439,0 505,4 520,3 359,9 1802,8
2011 32,1 32,1 32,1 33,4 34,7 35,7 36,7 37,2 37,3 38,8 40,0 42,4 42,6 43,2 44,9 45,9 46,7 49,7 49,7 54,5 55,1 60,8 61,1 61,6 70,7 74,5 80,0 84,5 87,4 91,6 93,7 95,3 98,2 98,5 101,3 103,3 103,5 114,6 128,9 131,3 143,6 151,3 166,4 180,6 211,1 213,1 241,4 263,9 312,1 354,7 354,8 373,1 399,4 904,0
média 36,8 76,8 34,3 32,3 33,6 62,6 47,3 42,5 32,4 46,5 56,9 45,5 78,5 41,6 65,2 54,3 89,9 58,7 57,0 70,2 78,5 78,6 61,8 55,4 66,1 72,1 85,4 138,4 112,4 115,2 114,5 100,3 102,7 163,6 132,9 162,7 123,5 165,2 116,8 282,7 160,0 177,5 179,1 281,9 224,6 267,2 284,0 315,5 366,8 321,6 462,0 383,0 367,1 1210,9
Destaques: - Quase a metade dos municípios analisados (49%) apresenta um padrão oscilante na série histórica da taxa de internação por diarreias, ou seja, sem um padrão claro de melhora constante ou de piora constante. Isto talvez possa ser explicado pelo fato da série histórica ter apenas quatro anos de informações, não sendo possível definir este padrão mais claro. - Em 2011, 396.048 pessoas foram internadas por diarreia no Brasil. Cerca de 14% destas internações, mais especificamente 54.339 pessoas, ocorreram nas 100 maiores cidades. - Aproximadamente 20 mil internações – 35% do número nas 100 cidades e 5% das internações por diarreia do país - ocorreram nos 10 municípios que em 2011 apresentaram as piores taxas de internação por diarreia. Foram eles: Ananindeua, Belford Roxo, Anápolis, Belém, Várzea Grande, Vitória da Conquista, Campina Grande, Santarém, João Pessoa e Maceió. - Desses, Ananindeua, Anápolis, Belém, Belford Roxo, Campina Grande, João Pessoa e Vitória da Conquista se encontram entre os 10 piores no ranking em todos os anos do período analisado. Ananindeua, por exemplo, está em primeiro lugar em todos os anos, com valores acima de 900 internações por diarreias por 100 mil habitantes. 18% das cidades analisadas exibem queda nas taxas, mas entre as piores cidades apenas João Pessoa e Santarém têm conseguido reduzir suas taxas. - Já nas 10 melhores cidades em 2011 foram internadas 1.100 pessoas (2% das 100 cidades e 0,27% no país). Os melhores foram Taubaté, Praia Grande, São Bernardo do Campo, Suzano, Rio de Janeiro, Bauru, Caxias do Sul, Campinas, Montes Claros e Betim, sendo que Caxias do Sul, Rio de Janeiro, Jundiaí e Santos também têm aparecido constantemente entre os melhores no país. Ranking da taxa de internação hospitalar por diarreia (20 melhores e 10 piores cidades 2008-2011) Municípios Taubaté Praia Grande São Bernardo do Campo Suzano Rio de Janeiro Bauru Caxias do Sul Campinas Montes Claros Betim Franca Jundiaí Guarujá Pelotas Petrópolis Santos Florianópolis Volta Redonda Itaquaquecetuba Mauá
Melhores 2008 2009 1 3 2 1 5 2 3 5 7 12 9 9 19 7 4 6 11 11 12 16 13 14 10 4 23 17 47 27 46 35 6 8 31 22 37 31 8 21 16 10
2010 1 2 3 4 6 10 9 7 15 19 8 14 11 34 50 5 13 12 16 20
2011 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Municípios Maceió João Pessoa Santarém Campina Grande Vitória da Conquista Várzea Grande Belém Anápolis Belford Roxo Ananindeua
Piores 2008 90 91 96 93 97 83 99 92 94 100
2009 88 91 90 94 98 95 99 93 97 100
2010 89 91 92 94 96 97 98 99 95 100
2011 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
Internação hospitalar por doenças diarreicas em crianças
O indicador expressa a proporção das internações por diarreias em crianças menores de 5 anos em relação ao número total de internações por diarreia. Tabela: % internações de crianças menores 5 anos / Total internações por diarreia Municípios Jundiaí Mossoró Blumenau Várzea Grande Caxias do Sul São Bernardo do Campo Florianópolis Campina Grande Taubaté Volta Redonda Porto Alegre Londrina Franca Cuiabá Campinas Ribeirão Preto Ananindeua Curitiba Joinville Santo André Santarém Bauru Rio Branco Maringá Teresina Jaboatão dos Guararapes Paulista São José do Rio Preto Limeira São José dos Campos Gravataí Foz do Iguaçu Sorocaba Suzano Canoas Cascavel
2008 10,2 16,0 26,4 36,2 51,6 31,5 42,9 40,6 16,7 30,8 32,1 48,6 52,9 49,1 26,4 61,5 50,4 40,3 36,5 50,6 53,3 41,7 52,1 40,8 44,5 32,4 40,1 43,7 60,9 62,5 59,0 66,1 55,7 27,3 65,5 32,2
2009 6,5 33,8 22,6 28,5 41,7 40,0 24,0 46,4 23,1 16,2 30,8 31,3 55,7 37,7 28,8 43,0 43,6 30,0 25,1 48,6 46,1 46,9 53,3 23,2 40,4 29,7 55,7 51,5 57,5 30,8 56,8 60,6 41,0 40,7 57,2 34,4
2010 19,3 39,5 25,8 28,6 32,9 40,5 46,7 40,8 14,3 34,0 37,3 31,4 43,4 39,9 36,9 44,6 37,8 34,8 36,6 39,8 48,0 41,2 53,7 39,3 43,5 38,2 34,9 44,5 58,7 43,8 53,7 68,6 49,5 60,0 43,0 25,6
2011 15,5 15,6 17,6 17,7 18,5 24,1 24,4 24,7 25,0 25,5 27,6 29,3 31,3 31,4 32,1 32,9 33,0 33,5 33,6 34,5 36,3 36,6 36,9 37,2 38,0 38,9 40,9 41,0 41,5 41,7 41,9 42,1 42,9 42,9 43,0 43,5
Municípios Ponta Grossa Caucaia Serra Santos Osasco São José dos Pinhais São Vicente Belo Horizonte Vila Velha Cariacica Betim Salvador Olinda Caruaru Uberlândia Diadema Recife Guarulhos Petrópolis Brasília Niterói Pelotas São Paulo Piracicaba Montes Claros Carapicuíba Mogi das Cruzes São Luís Itaquaquecetuba Fortaleza Anápolis Mauá São Gonçalo Governador Valadares Aracaju Juiz de Fora Vitória Rio de Janeiro Ribeirão das Neves Contagem Natal Campos dos Goytacazes Guarujá Goiânia Aparecida de Goiânia Campo Grande Maceió Petrolina Vitória da Conquista Santa Maria João Pessoa Praia Grande Boa Vista Belford Roxo Uberaba São João de Meriti Nova Iguaçu Manaus
2008 56,1 55,7 77,2 46,6 64,5 34,2 33,0 60,1 72,1 77,3 57,0 60,8 49,3 62,0 64,0 59,5 49,8 54,9 63,2 62,7 58,3 56,8 58,6 36,5 48,4 62,7 62,7 74,6 59,3 55,0 61,0 50,6 57,9 72,7 71,3 63,1 82,4 65,1 67,7 73,5 61,5 57,9 71,9 66,7 66,2 73,6 71,8 79,2 67,7 65,9 67,4 80,0 66,8 70,8 67,6 68,3 68,6 74,8
2009 52,4 46,9 75,4 32,7 43,5 36,6 41,4 54,7 63,0 71,4 63,1 49,4 51,1 67,0 66,4 59,3 56,8 64,8 48,0 52,5 57,4 50,0 56,0 54,4 36,2 49,0 55,1 67,6 58,8 54,3 49,5 44,8 48,6 68,5 57,7 49,3 80,1 64,8 50,5 66,7 54,4 66,6 76,3 61,8 54,0 66,7 71,8 67,1 69,5 51,6 64,5 50,0 77,1 69,8 65,5 74,4 69,4 75,6
2010 55,1 50,2 77,1 34,0 41,4 60,5 43,5 55,7 52,7 54,9 54,9 57,5 42,2 67,4 63,4 60,3 51,1 53,6 48,9 56,8 56,4 60,5 54,1 63,1 44,2 50,6 58,2 65,1 55,4 57,5 50,7 58,4 55,3 72,6 73,5 60,2 59,5 61,3 55,7 63,6 61,8 58,2 66,1 65,5 61,6 65,3 68,7 63,8 69,0 64,9 65,0 35,7 73,2 66,2 72,1 68,1 67,8 75,0
2011 44,4 44,6 45,1 45,3 45,6 45,8 46,6 46,6 46,7 48,0 48,1 48,1 48,2 48,5 49,0 49,2 49,3 50,0 50,0 50,5 51,4 51,7 52,0 52,5 53,2 53,3 53,3 53,3 53,5 53,7 54,0 54,3 56,1 57,5 58,1 58,2 58,5 58,6 58,7 59,3 60,0 60,1 60,4 60,4 60,9 62,2 62,4 62,8 62,9 63,7 64,5 64,7 64,8 66,6 66,7 66,8 68,1 71,1
Municípios Porto Velho Belém Feira de Santana Macapá Juazeiro do Norte Duque de Caxias
2008 78,8 76,5 65,4 80,6 62,4 74,6
2009 75,6 74,3 72,8 80,2 65,7 71,1
2010 77,9 76,0 72,0 77,8 73,5 69,8
2011 72,4 72,7 73,3 73,5 74,1 77,1
Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados do Ministério da Saúde, DATASUS. Nota: * (n.º de internações por doenças diarreicas em crianças menores de 5 anos/n.º total de internações por diarreia] * 100)
Destaques: - Em 2011, em 45% dos municípios analisados mais da metade das internações foi representada por crianças. As 10 cidades com maiores taxas foram Duque de Caxias (77,1%), Juazeiro do Norte (74,1%), Macapá (73,5%), Feira de Santana (73,3%), Belém (72,7%), Porto Velho (72,4%), Manaus (71,1%), Nova Iguaçu (68,1%), São João de Meriti (66,8%) e Uberaba (66,7%). - Em 2011, 138.447 crianças menores de 5 anos foram internadas por diarreia; 28.594 delas nas 100 cidades analisadas, ou seja, 20,7% do total no Brasil. Em 2010 foram 40.439 e em 2009, 37.485 crianças. - Analisando os números vemos que, nas 100 cidades, o número de crianças internadas por diarreia (28.594) representou 53% do total destas internações no Brasil (54.339). - Estes resultados reforçam que as crianças são a parcela da população mais vulnerável ao saneamento básico inadequado e às diarreias. Significa que as carências de saneamento atingem não somente a população atual, mas deixam sequelas para o futuro. Gastos do SUS com internações por diarreias Custo total* das internações hospitalares por diarreia (em Reais) por 100 000 habitantes / municípios brasileiros mais populosos, 2008-2011 Municípios Taubaté Praia Grande São Bernardo do Campo Rio de Janeiro Suzano Caxias do Sul Bauru Jundiaí Campinas Petrópolis Mauá Franca Santos Guarujá Niterói Montes Claros Pelotas Volta Redonda Itaquaquecetuba Sorocaba
2008 908 26.446 4.507 6.099 3.569 7.029 6.594 6.025 7.423 13.037 8.495 10.593 4.470 11.422 10.756 8.477 22.015 13.188 6.141 11.797
2009 1.898 1.517 1.540 7.025 3.617 4.793 5.700 3.670 6.384 15.305 5.168 11.095 6.459 7.141 13.043 7.986 12.941 11.215 7.855 11.083
2010 1.346 2.802 3.205 6.477 6.147 7.280 9.978 8.576 8.096 19.769 9.022 10.135 6.751 7.573 10.357 21.808 17.349 6.782 11.496 12.549
2011 721 3.009 3.566 4.944 5.062 5.218 6.268 7.037 7.139 7.430 7.976 8.058 8.175 8.238 8.295 8.385 8.451 8.465 8.843 9.342
Municípios Duque de Caxias Foz do Iguaçu São Vicente Betim Uberaba Feira de Santana Londrina Natal Osasco Santo André Guarulhos Contagem Ribeirão das Neves Santa Maria Gravataí Ribeirão Preto Canoas Maringá Salvador Cascavel São Paulo Paulista Juiz de Fora Mossoró Uberlândia Diadema Serra Aracaju Rio Branco Curitiba Campo Grande Olinda São José do Rio Preto Limeira Joinville Vila Velha Mogi das Cruzes Piracicaba Recife São José dos Campos Caruaru Vitória Petrolina Brasília Cuiabá Belo Horizonte Cariacica São João de Meriti Florianópolis Porto Alegre Blumenau São Gonçalo São José dos Pinhais Carapicuíba Ponta Grossa Porto Velho Governador Valadares Macapá
2008 34.526 19.091 9.540 8.856 23.368 24.882 15.044 23.670 6.455 12.356 8.375 11.683 13.517 11.471 13.326 11.336 29.215 19.629 9.295 10.727 12.091 21.846 21.402 43.032 25.640 12.999 29.999 27.408 39.663 21.998 31.513 27.624 23.164 22.760 12.772 7.138 19.180 23.026 26.446 10.242 39.509 32.213 88.712 38.031 28.923 23.740 28.991 73.390 16.861 28.006 21.301 45.139 22.389 12.864 54.913 26.444 64.521 40.360
2009 20.823 10.844 7.254 14.560 17.654 29.600 12.907 16.946 6.320 12.064 10.619 12.177 17.344 8.546 9.921 13.596 19.599 19.690 14.490 9.043 13.754 10.940 14.118 22.282 23.043 23.944 32.420 17.756 57.950 20.483 26.003 25.971 13.307 20.520 37.129 15.027 19.736 24.502 32.594 6.186 37.046 41.766 30.559 24.005 31.147 20.555 31.633 43.225 13.487 33.979 26.151 35.012 15.884 16.018 40.570 44.381 31.775 34.643
2010 14.083 13.333 12.165 21.614 20.118 21.796 13.721 17.145 14.058 12.350 11.852 14.617 24.596 15.286 12.639 19.892 17.521 19.799 15.259 16.442 16.961 14.320 23.950 18.232 28.402 24.615 12.300 19.568 20.964 19.664 20.925 23.807 18.848 24.555 23.848 14.006 26.212 28.914 33.155 14.784 29.998 24.072 29.251 29.648 34.277 28.114 25.904 40.153 13.601 36.008 40.606 40.408 50.026 22.427 60.588 39.882 38.877 32.229
2011 9.807 9.964 10.413 10.463 11.055 12.062 12.147 12.283 12.805 13.088 13.321 13.360 13.613 13.808 14.368 14.501 14.536 14.597 14.618 15.384 15.853 16.242 16.319 16.374 16.419 16.606 16.978 18.044 18.073 18.335 18.666 18.691 18.859 19.605 19.789 20.449 21.046 21.161 21.437 21.818 21.878 23.167 24.417 24.785 25.155 27.848 28.215 28.287 31.338 31.854 31.969 32.221 32.263 32.526 33.331 33.821 33.908 34.455
Municípios Jaboatão dos Guararapes Aparecida de Goiânia Campos dos Goytacazes Nova Iguaçu São Luís Goiânia Caucaia Manaus Juazeiro do Norte Fortaleza Teresina Boa Vista João Pessoa Maceió Santarém Campina Grande Vitória da Conquista Várzea Grande Belém Anápolis Belford Roxo Ananindeua
2008 72.444 50.036 47.386 60.488 52.117 64.751 55.915 42.518 141.424 65.851 109.715 56.702 106.305 76.383 116.184 121.167 125.726 70.234 167.735 104.143 111.001 315.868
2009 61.717 39.922 49.024 65.047 41.999 53.239 53.371 45.614 118.355 60.573 109.673 102.052 109.654 71.885 96.612 118.349 130.086 119.822 182.145 121.849 127.257 388.762
2010 60.252 64.076 42.078 59.467 51.269 74.812 56.812 43.364 87.697 66.022 100.745 67.479 88.508 85.899 91.676 121.708 133.248 155.873 185.796 193.702 124.676 612.532
2011 36.618 36.732 38.330 40.438 42.574 42.736 50.163 51.651 53.159 62.861 64.314 65.849 79.105 80.001 82.397 95.668 106.414 123.960 131.089 135.477 138.375 314.459
Nota: * custo total = [valor total das internações hospitalares por diarreias/população total]*100.000
Destaques: - Em 2011, no Brasil, os gastos do SUS com internações por diarreia foi de R$ 140 milhões. Nas 100 maiores cidades este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja, 16,4% do total. - Os municípios que mais gastaram com doenças diarreicas foram, Ananindeua, Belford Roxo, Anápolis, Belém, Várzea Grande, Vitória da Conquista, Campina Grande, Santarém, Maceió e João Pessoa. Além destes, Santarém, Teresina e Várzea Grande aparecem em três dos quatro anos analisados. - Os melhores municípios, com os menores gastos, foram Taubaté, Praia Grande, São Bernardo, do Campo, Rio de Janeiro, Suzano, Caxias do Sul, Bauru, Jundiaí, Campinas e Petrópolis. - Enquanto em Ananindeua o gasto total foi de R$ 314.459,00 por 100 mil habitantes, em Taubaté foi de R$ 721,00. Relação entre Índices de Esgotamento Sanitário e Taxas de Internação por Diarreias Em relação aos índices de população com coleta de esgotos e a proporção de esgotos tratados utilizados neste estudo, consideraram-se os números do SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – ano de 2010.
Índice de Coleta de esgoto, Tratamento (esgoto tratado por água consumida) e taxa de internação por diarreia nos municípios mais populosos, 2010
Município Taubaté Praia Grande São Bernardo do Campo Suzano Santos Rio de Janeiro Campinas Franca Caxias do Sul Bauru Guarujá Volta Redonda Florianópolis Jundiaí Montes Claros Itaquaquecetuba Vila Velha Serra Betim Mauá Osasco Niterói Guarulhos São José dos Campos Paulista Contagem Santo André São Vicente Salvador Vitória Joinville Gravataí Londrina Pelotas Sorocaba Campo Grande Ribeirão Preto Ribeirão das Neves Olinda São Paulo Canoas Juiz de Fora São José do Rio Preto Cariacica Cascavel Duque de Caxias Natal Santa Maria Belo Horizonte
Índice de população com coleta de esgoto (%)
Proporção de esgoto tratado por água consumida (%)
Taxa Internação por diarreia / 100 mil hab.
94,8 58,4 88,0 81,4 100,0 70,1 83,0 100,0 77,8 97,0 63,7 94,8 53,9 100,0 95,2 63,4 20,6 46,3 86,9 86,8 74,6 92,7 79,0 93,9 35,3 95,4 96,0 71,6 76,0 60,4 16,5 20,9 83,8 55,6 97,5 60,3 97,8 73,6 32,3 96,1 17,2 97,0 89,2 20,2 56,1 41,6 32,8 45,6 100,0
57,65 42,11 16,97 51,14 76,76 53,23 47,37 76,3 10,11 0 52,5 22,22 40,33 88,94 78,07 3,58 20,64 19,68 17,03 4,98 16,64 92,65 3,04 44,82 35,31 51,35 33,98 57,31 76,01 40,76 15,96 20,92 79,93 18,24 93,6 54,15 80,11 4,82 32,34 54,16 13,3 7,49 89,23 14,79 56,11 4,36 16,92 45,64 55,07
2,5 5,3 5,5 5,7 11,9 15,2 16,3 16,6 17,4 19,8 20,3 20,6 21,8 22,4 23,8 25,8 26,5 26,6 27,0 27,1 27,1 27,3 28,1 28,3 28,6 29,2 31,2 32,5 34,1 35,4 37,1 37,2 37,7 37,8 37,8 38,1 38,2 38,8 38,9 39,1 39,5 39,9 40,2 40,7 40,9 41,4 42,3 42,5 44,1
Município Petrópolis Curitiba Foz do Iguaçu Uberaba Mossoró Limeira Aracaju Rio Branco Feira de Santana Piracicaba Governador Valadares Mogi das Cruzes Maringá Uberlândia Carapicuíba Recife Caruaru Petrolina Diadema Brasília Macapá Blumenau Cuiabá Porto Alegre São José dos Pinhais Manaus Campos dos Goytacazes Porto Velho São João de Meriti São Gonçalo São Luís Boa Vista Aparecida de Goiânia Jaboatão dos Guararapes Caucaia Nova Iguaçu Ponta Grossa Fortaleza Goiânia Maceió Juazeiro do Norte João Pessoa Santarém Teresina Campina Grande Belford Roxo Vitória da Conquista Várzea Grande Belém Anápolis Ananindeua
Índice de população com coleta de esgoto (%)
Proporção de esgoto tratado por água consumida (%)
Taxa Internação por diarreia / 100 mil hab.
74,3 93,0 64,6 98,1 32,4 97,0 33,6 20,2 37,4 100,0 97,3 81,1 85,3 97,3 68,5 35,2 38,2 49,7 96,2 93,7 5,6 3,3 39,9 87,7 50,0 21,3 41,1 1,5 48,7 36,8 45,7 18,7 19,5 6,8 29,7 42,0 79,0 48,3 76,6 34,4 22,5 45,1
74,34 86,27 64,59 53,91 32,42 69,44 33,61 20,23 37,38 33,46 0 21,15 85,31 78,51 20,71 35,15 38,16 49,73 12,29 64,36
15,2 69,1 39,3 52,1 13,1 7,7 47,0
13,86 69,10 2,21 52,12 13,14 1,83 46,95
44,3 46,9 47,2 47,3 47,7 51,8 55,5 55,9 56,4 58,7 59,5 62,9 64,1 67,4 68,5 69,3 70,2 75,2 77,7 78,2 88,4 89,0 89,6 91,0 99,5 108,3 110,8 113,9 116,2 118,0 137,2 150,9 161,7 162,0 165,9 170,8 172,3 186,1 206,5 230,5 242,9 246,4 265,8 293,2 341,1 359,9 386,2 439,0 505,4 520,3 1802,8
3,28 21,9 16,36 49,97 21,28 34,24 0 0 8,51 11,34 18,69 19,5 6,83 29,65 0,46 72,15 48,3 64,32 34,37 22,47 45,05
Fonte: elaborado com base nos dados do SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, Ministério das Cidades Nota: células em branco = sem informação.
Destaques: - Em 2010, em 60 das 100 cidades analisadas os baixos índices de população com coleta de esgoto foram acompanhados por altas taxas de internação por diarreias. - Os 10 municípios com melhores índices de população com coleta de esgoto em 2010 foram Santos, Piracicaba, Jundiaí, Franca, Belo Horizonte (100% para estes cinco primeiros), Uberaba (98,1), Ribeirão Preto (97,8%), Sorocaba (97,5%), Uberlândia (97,3%) e Governador Valadares (97,1%). Já os 10 municípios com as piores índices de população com coleta de esgoto em 2010 foram Ananindeua e Santarém (sem números declarados), Porto Velho (1,5%), Blumenau (3,3), Macapá (5,6%), Jaboatão dos Guararapes (6,8%), Belém (7,7%), Várzea Grande (13,1%), Teresina (15,2%) e Joinville (16,5%). - Analisando, então, as 20 melhores cidades em termos de Taxa de Internação por Diarreias vemos que, em média, 78% de população é atendida por Coleta de Esgotos. Já a Taxa média de Internação nas 20 melhores cidades foi de 17,9 casos / 100 mil habitantes. - Em contrapartida, analisando nas 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarreia, temos, em média, 29% de população atendida por coleta de esgotos. Já a taxa de internação média nestas cidades foi de 516 casos. - Ou seja, em 2010 nas 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarreia temos 2,7 vezes menos pessoas atendidas com coleta de esgotos e 29 vezes mais casos de internação do que nas 10 melhores cidades. - Já em 2011, se pegarmos os dados de Taxa de Internação por Diarreias nas 100 maiores cidades, temos que a média nas 20 melhores cidades foi de 14,6 casos contra 363 casos nas 10 piores cidades. Significa que a média de internações nas piores cidades foi 25 vezes maior. Considerações Finais e conclusões: - Em 2011, no Brasil, 396.048 pessoas foram internadas por diarreia; destas, 138.447 foram crianças menores de 5 anos (35% do total). Já nas 100 maiores cidades, 54.339 pessoas foram internadas (14% do total) e 28.594 delas foram crianças entre 0 e 5 anos de idade. Significa que as crianças menores de 5 anos representaram 53% das internações por diarreia nas maiores cidades e 21% destas internações no Brasil. - Das 54.339 pessoas internadas por diarreia nas 100 cidades em 2011, cerca de 20 mil (37%) ocorreram nos 10 municípios com as piores taxas de internação por diarreia (Ananindeua, Belford Roxo, Anápolis, Belém, Várzea Grande, Vitória da Conquista, Campina Grande, Santarém, João Pessoa e Maceió). Significa também que 5% das internações do país se concentraram em apenas 10 cidades. - Já nas 10 melhores cidades em 2011 foram internadas 1.100 pessoas (2% das 100 cidades e 0,27% no país). Os melhores foram Taubaté, Praia Grande, São Bernardo do Campo, Suzano, Rio de Janeiro, Bauru, Caxias do Sul, Campinas, Montes Claros e Betim, sendo
que Caxias do Sul, Rio de Janeiro, Jundiaí e Santos também têm aparecido constantemente entre os melhores no país. - Em 45% dos 100 municípios analisados mais de 50% das internações foi de crianças de 0 a 5 anos. As 10 cidades com maiores taxas (internação de crianças X número de internações por diarreia) foram Duque de Caxias (77,1%), Juazeiro do Norte (74,1%), Macapá (73,5%), Feira de Santana (73,3%), Belém (72,7%), Porto Velho (72,4%), Manaus (71,1%), Nova Iguaçu (68,1%), São João de Meriti (66,8%) e Uberaba (66,7%). Édison Carlos, presidente executivo do Trata Brasil, comenta: “Os resultados reforçam que as crianças são mesmo a parcela mais vulnerável quando a cidade não avança em saneamento básico, principalmente sofrendo com as diarreias. As carências em água potável e esgotos prejudicam o país agora e deixam sequelas para o futuro.” - Em 2011, os gastos do SUS com internações por diarreia no país foi de R$ 140 milhões. Nas 100 maiores cidades este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja, 16,4% do total. Enquanto em Ananindeua o gasto total foi de R$ 314.459,00 por 100 mil habitantes, em Taubaté foi de R$ 721,00. - Os municípios que mais gastaram com doenças diarreicas foram Ananindeua, Belford Roxo, Anápolis, Belém, Várzea Grande, Vitória da Conquista, Campina Grande, Santarém, Maceió e João Pessoa. Além destes, Santarém, Teresina e Várzea Grande aparecem em três dos quatro anos analisados. Os melhores municípios, com os menores gastos, foram Taubaté, Praia Grande, São Bernardo, do Campo, Rio de Janeiro, Suzano, Caxias do Sul, Bauru, Jundiaí, Campinas e Petrópolis. - Os 10 municípios com as melhores índices de população com coleta de esgoto em 2010 (dado mais recente do SNIS), foram Santos, Piracicaba, Jundiaí, Franca, Belo Horizonte, Uberaba, Ribeirão Preto, Sorocaba, Uberlândia e Governador Valadares. Já os 10 municípios com as piores índices de população com coleta de esgoto em 2010 foram Ananindeua e Santarém (sem números declarados), Porto Velho, Blumenau, Macapá, Jaboatão dos Guararapes, Belém, Várzea Grande, Teresina e Joinville. - Analisando os índices de população com coleta de esgoto em 2010 (dado mais recente do SNIS), o estudo apontou que em 60 das 100 cidades os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas de internação por diarreias. Comprovando esta tese, vemos que nas 20 melhores cidades em Taxa de Internação (média de 17,9 casos / 100 mil habitantes) tivemos uma média de 78% de população atendida por Coleta de Esgotos. Em contrapartida, nas 10 piores cidades em Internações por Diarreia (média de 516 casos / 100 mil hab.), tivemos, em média, somente 29% de população atendida por coleta de esgotos. Significa que nas 10 cidades piores havia 2,7 vezes menos pessoas atendidas com coleta de esgotos e 29 vezes mais casos de internação do que nas 10 melhores cidades.
- Se pegarmos os dados de 2011, a Taxa média de Internação por Diarreias nas 20 melhores cidades foi de 14,6 casos contra 363 casos nas 10 piores cidades. Significa que a média de internações nas piores cidades foi 25 vezes maior. - Já se tomarmos o número médio das internações no período 2008-2011 dos municípios com maior abrangência de coleta de esgoto (39,1 internações/100.000 habitantes) e a expandirmos para o conjunto dos 100 municípios analisados teríamos, para o ano 2011, um total de 30.403 internações. Como para este ano o total observado foi de 54.339, haveria uma redução de aproximadamente metade das internações (23.936). - Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, comenta: “Embora seja certo que há vários fatores que influenciam na ocorrência das diarreias, tais como a disponibilidade de água potável, intoxicação alimentar, higiene inadequada, limpeza das caixas d´água, etc., os resultados do estudo mostram que há uma forte relação entre a abrangência do serviço de esgotamento sanitário e o número de internações por diarreia.” E complementa: “Infelizmente, o atendimento em saneamento básico ainda divide o Brasil. Cidades bem atendidas em água e esgotos economizam recursos com saúde e seus cidadãos são mais saudáveis, sobretudo as crianças. Enquanto isso, outras cidades gastam muito em internações e condenam seus cidadãos a conviver com mais doenças da água poluída. É uma irresponsabilidade as autoridades, sobretudo os prefeitos, assistirem a isso passivamente, uma vez que são eleitos para levar qualidade de vida às pessoas.”
ANEXO 1:
1. Caracterização do Perfil de Morbi-Mortalidade: levantamento de dados, construção e análise dos seguintes indicadores •
‘Taxa de internação hospitalar por doenças diarreicas’ (nº. de internações por diarreia/população total*100.000) (nº/100 mil habitantes)
•
‘Internação por doenças diarreicas em crianças (menores de 5 anos de idade)’ ([nº de internações por doenças diarreicas em crianças menores de 5 anos/nº total de internações por diarreia] * 100) (%).
•
‘Internação por doenças diarreicas em idosos (maiores de 60 anos de idade)’ ([nº de internações por doenças diarreicas em idosos/nº total de internações por diarreia] * 100) (%) (este indicador foi construído somente para o ano de 2011)
•
‘Taxa de mortalidade por doenças diarreicas’ (nº. de óbitos por diarreia/população total*100.000) (nº/100 mil habitantes)’.
2. Caracterização do Quadro de Gastos do SUS: levantamento de dados, construção e análise do indicador ‘gastos com internação por diarreia’ (total de gastos com internação/população total*100.000) (R$/100 mil habitantes).
3. Caracterização do Esgotamento Sanitário: levantamento de dados e construção dos seguintes indicadores • ‘Índice de atendimento total de esgoto’ (população atendida com esgotamento sanitário/população total*100) (%). • ‘Índice de coleta de esgoto’ (volume de esgoto coletado/volume de água consumido – volume de água tratado exportado) (%) • ‘Índice de tratamento de esgoto’ (volume de esgoto tratado/volume de esgoto coletado + volume de esgoto importado) (%) • ‘Proporção de Domicílios com Esgotamento Sanitário Inadequado’ ([n.º de domicílios com saneamento inadequado/total de domicílios particulares permanentes] *100) (%) (somente para o ano de 2010). Considerou-se como esgotamento inadequado os domicílios com fossa rudimentar e com destino do esgoto para vala, rio, lago e mar. • ‘Proporção de domicílios sem banheiro’ ([n.º de domicílios sem banheiro/total de domicílios particulares permanentes] *100) (%) (somente para o ano de 2010). Os dados para a construção dos indicadores de saúde foram obtidos no Sistema de Informações em Saúde, do Ministério da Saúde (Datasus). Os dados de população, usados na construção das taxas e para a seleção dos maiores municípios a serem estudados, correspondem as estimativas de população em 1º de Julho de cada ano, feitas pelo IBGE, com exceção de 2010, cujos dados são oriundos do censo Demográfico. Os números de domicílios com saneamento inadequado também são oriundos do IBGE, Censo Demográfico 2010. As informações sobre população atendida com esgotamento sanitário, coleta e tratamento do esgoto foram obtidas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades. ANEXO 2: Quadro 1 – População total estimada nos 100 maiores municípios brasileiros em população de 2011 - 2008-2011 UF PA GO GO SE SP PA RJ MG SC RR MG DF PB SP
Município Ananindeua Anápolis Aparecida de Goiânia Aracaju Bauru Belém Belford Roxo Belo Horizonte Blumenau Boa Vista Betim Brasília Campina Grande Campinas
2008
2009
2010
2011
495.480 331.329 494.919 536.785 355.675 1.424.124 495.694 2.434.642 296.151 260.930 429.507 2.557.158 381.422 1.056.644
505.512 335.960 510.770 544.039 359.429 1.437.600 501.544 2.452.617 299.416 266.901 441.748 2.606.885 383.764 1.064.669
471.980 334.613 455.657 571.149 343.937 1.393.399 469.332 2.375.151 309.011 284.313 378.089 2.570.160 385.213 1.080.113
477.999 338.545 465.093 579.563 346.077 1.402.056 472.008 2.385.640 312.635 290.741 383.571 2.609.998 387.644 1.090.386
UF MS RJ RS SP ES PE PR CE RS MG MT PR SP RJ BA SC CE PR SP GO MG RS SP SP SP PE PB SC CE MG SP SP PR AM AL AM PR SP SP MG RN RN RJ RJ PE SP PE RS PE RJ SP PR RS RO SP
Município Campo Grande Campos dos Goytacazes Canoas Carapicuíba Cariacica Caruaru Cascavel Caucaia Caxias do Sul Contagem Cuiabá Curitiba Diadema Duque de Caxias Feira de Santana Florianópolis Fortaleza Foz do Iguaçu Franca Goiânia Governador Valadares Gravataí Guarujá Guarulhos Itaquaquecetuba Jaboatão dos Guararapes João Pessoa Joinville Juazeiro do Norte Juiz de Fora Jundiaí Limeira Londrina Macapá Maceió Manaus Maringá Mauá Mogi das Cruzes Montes Claros Mossoró Natal Niterói Nova Iguaçu Olinda Osasco Paulista Pelotas Petrolina Petrópolis Piracicaba Ponta Grossa Porto Alegre Porto Velho Praia Grande
2008
2009
2010
2011
747.189 431.839 329.903 388.532 362.277 294.558 291.747 326.811 405.858 617.749 544.737 1.828.092 394.266 864.392 584.497 402.346 2.473.614 319.189 327.176 1.265.394 261.981 266.230 304.274 1.279.202 351.493 678.346 693.082 492.101 246.515 520.612 347.738 278.776 505.184 359.020 924.143 1.709.010 331.412 412.753 371.372 358.271 241.645 798.065 477.912 855.500 394.850 713.066 314.302 343.167 276.174 312.766 365.440 311.106 1.430.220 379.186 244.533
755.107 434.008 332.056 392.701 365.859 298.501 296.254 334.364 410.166 625.393 550.562 1.851.215 397.738 872.762 591.707 408.161 2.505.552 325.137 330.938 1.281.975 263.274 269.446 308.058 1.299.283 359.253 687.688 702.235 497.331 249.829 526.706 349.929 281.583 510.707 366.484 936.314 1.738.641 335.511 417.458 375.268 363.227 244.287 806.203 479.384 865.089 397.268 718.646 319.373 345.181 281.851 315.119 368.843 314.681 1.436.123 382.829 249.551
786.797 463.731 323.827 369.584 348.738 314.912 286.205 325.441 435.564 603.442 551.098 1.751.907 386.089 855.048 556.642 421.240 2.452.185 256.088 318.640 1.302.001 263.689 255.660 290.752 1.221.979 321.770 644.620 723.515 515.288 249.939 516.247 370.126 276.022 506.701 398.204 932.748 1.802.014 357.077 417.064 387.779 361.915 259.815 803.739 487.562 796.257 377.779 666.740 300.466 328.275 293.962 295.917 364.571 311.611 1.409.351 428.527 262.051
796.252 468.087 325.189 371.502 350.615 319.580 289.340 330.855 441.332 608.715 556.299 1.764.541 388.576 861.158 562.466 427.298 2.476.589 255.900 321.012 1.318.149 264.960 257.428 292.744 1.233.436 325.518 649.788 733.155 520.905 252.841 520.811 373.713 278.093 511.279 407.023 943.110 1.832.424 362.329 421.184 392.196 366.135 263.344 810.780 489.720 799.047 378.538 667.826 303.401 328.865 299.752 296.565 367.290 314.518 1.413.094 435.732 267.307
UF PE MG SP AC RJ BA RS PA SP SP SP RJ RJ SP SP PR MA SP SP ES SP SP SP PI MG MG MT ES ES BA RJ
Município Recife Ribeirão das Neves Ribeirão Preto Rio Branco Rio de Janeiro Salvador Santa Maria Santarém Santo André Santos São Bernardo do Campo São Gonçalo São João de Meriti São José do Rio Preto São José dos Campos São José dos Pinhais São Luís São Paulo São Vicente Serra Sorocaba Suzano Taubaté Teresina Uberaba Uberlândia Várzea Grande Vila Velha Vitória Vitória da Conquista Volta Redonda
2008
2009
2010
2011
1.549.980 340.033 558.136 301.398 6.161.047 2.948.733 266.822 275.571 671.696 417.518 801.580 982.832 468.309 414.272 609.229 272.530 986.826 10.990.249 328.522 397.226 576.312 279.394 270.918 793.915 292.377 622.441 237.925 407.579 317.817 313.898 259.811
1.561.659 349.307 563.107 305.954 6.186.710 2.998.056 268.969 276.665 673.396 417.098 810.979 991.382 469.827 419.632 615.871 279.297 997.098 11.037.593 330.795 404.688 584.313 284.356 273.426 802.537 296.261 634.345 240.038 413.548 320.156 318.901 261.403
1.537.704 296.317 604.682 336.038 6.320.446 2.675.656 261.031 294.580 676.407 419.400 765.463 999.728 458.673 408.258 629.921 264.210 1.014.837 11.253.503 332.445 409.267 586.625 262.480 278.686 814.230 295.988 604.013 252.596 414.586 327.801 306.866 257.803
1.546.516 299.729 612.340 342.299 6.355.949 2.693.606 262.369 297.040 678.486 419.509 770.253 1.008.065 459.379 412.076 636.876 268.808 1.027.430 11.316.119 334.663 416.029 593.776 265.074 281.336 822.364 299.361 611.904 255.449 419.854 330.526 310.129 259.012
Fonte: IBGE, estimativas de população em 1º de julho de cada ano; IBGE, Censo Demográfico 2010..
Mais informações: Comunicação – Instituto Trata Brasil Milena Serro – milena.serro@tratabrasil.org.br – (11) 3021-3143 Renata Silva – renata.silva@trabarasil.org.br – (11) 3021-3143