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Ananda Holanda ➢ Ananda Holanda Silva

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Editorial

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Ananda Holanda

Nome: Ananda Holanda Silva Curso: Construção Civil - Edifícios, na Fatec-SP

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E-mail: studioanandah@gmail.com

Nasci em São Paulo, capital, em 16 de dezembro de 2001. Sou filha de nordestinos, minha mãe, Engracia, bióloga, e meu pai, Egimar, percussionista, compositor e dançarino. Sem mesmo saber soletrar o meu nome, já tinha como princípios a importância da arte e do meio ambiente.

Desde que meus pais migraram para SP e me tiveram, morei no centro de São Paulo. Nascer no centro é estar ligada a todos e fazer parte de tudo. Minha primeira casa foi em um bairro chamado Baixada do Glicério, é uma região que abriga uma população, em sua maioria, de baixa renda. Possui edifícios residenciais antigos, muitos abrigando cortiços, além de pequenas indústrias e comércio local. O Glicério é palco de todas as raças, de todos os imigrantes do mundo, cultura nacional e internacional, tudo isso misturado em um

bairro escondido no centro de São Paulo. Crescer brincando nesse bairro me tornou o que sou hoje, ia na padaria pegar chiclete e sempre encontrava o Caio, meu amigo do Chile, depois ia na locadora e encontrava a filha do dono, Maria, brasileira. Essa vivência me trouxe um olhar diferente para o mundo, e foi aí que comecei a criar arte sem mesmo saber o que era arte. Foi por meio do desenho e da pintura, que relatei minhas vivências enquanto criança, desenhei sobre meu bairro, meus amigos de outros países, os passeios nos parques onde minha mãe me ensinava os nomes das árvores, desenhei os instrumentos que meu pai tinha em casa, e assim foi aflorado a artista que sou hoje. Me formei em Design de Interiores pela Etec Carlos de Campos, em 2019, e em agosto de 2022 concluí o curso, pela SP Escola de Teatro, de programação cultural, curadoria e programação. Atualmente, trabalho com produção e criação artística. Sou fundadora da Anandah Studio, um espaço para projetos de todas as áreas das artes visuais. Recentemente produzi com outros artistas uma feira de brechó e produtos customizados, na Galeria Plexi, localizada na Vila Madalena, com o propósito de promover a sustentabilidade e consumismo consciente.

Em nossos pensamentos está fixado a ideia que a vida é uma linha linear, com começo, meio e fim, onde a cultura de mídia (cultura de massa) ensina que na vida andamos só para frente e para trás. Entretanto, a vida humana acontece em espiral. Não andamos só para frente ou para trás, mas subimos, descemos, paramos, caímos e nos levantamos. E nessa linha curva surgem outros corpos que nos atravessam, nos ajudam, nos despertam, nos empurram.

Linha da Vida

Acrílica sobre tela 30 x 24 cm 2022

“Você não pode nos ver, mas nós florescemos ao seu redor, por todo lugar, em tudo, até mesmo dentro de você.”

Essas teias subterrâneas representadas no quadro, são chamadas de micélio, elas estão conectadas a quase tudo na vida e servem até de comunicação entre árvores (e troca de nutrientes). Um micélio tem mais redes do que nosso cérebro, tem vias neurais e funciona de forma parecida, com pulsos elétricos; e estão por toda parte.

“Acredito que os cogumelos nos ensinam os princípios de uma boa sociedade”

Eu vim da terra

Acrílica, TGA sobre tela 57 x 39 cm 2022

Meu jardim em São Paulo

Fotografia 6,84 x 27,32 cm 2022

Meu jardim é uma representação de como a natureza traz vida independente do local onde ela está situada. Nos lixões nascem lindas flores, no concreto rachado a raiz de uma árvore aparece e através das fissuras dos edifícios e ruínas de SP surge uma vida, um broto.

Como o canudo em forma de R na fotografia central, a natureza também utiliza a regra dos três R, reduzir, reciclar e reutilizar.

No pós pandemia começamos a olhar nossas reais necessidades como seres humanos, como dar valor a sustentabilidade e uma vida mais saudável. A máscara tampando os olhos representa essa visão interior das nossas necessidades. O broto dentro da cabeça representa nossas necessidades primitivas, como a conexão com a mãe terra, algo que esquecemos, mas não vivemos sem. Esse broto é a esperança, já o celular, representa a nossa nova necessidade, de estar conectados 24h por dia, e a agenda, a cultura de produtividade excessiva.

Plante em minha mente

Arte Digital 14,78 x 11,96 cm 2022

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