Anápolis, Quarta-feira 13 de maio de 2015
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1 Caderno 8 paginas
Edição extra proibida a venda
Com Barcelona na final, Neymar vai à Seleção apenas no dia 7 ou 8 de junho.
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Dívida da Petrobras quase dobrou em 2 anos e foi a R$ 332 bilhões
CAPA
ESPORTE
A crise financeira da Petrobras, que a obriga agora a vender ativos, se agravou nos últimos dois anos.De 2012 ao final de 2014, as dívidas da estatal passaram de R$ 181 bilhões para R$ 332 bilhões. pag. 2 e 3
Barça leva susto, perde para Bayern, mas vai à final com dois de Neymar. Atuação destacada do trio MSN no primeiro tempo é fundamental para catalães se garantirem em Berlim no dia 6 de junho. Suárez sai poupado, e alemães viram jogo pag. 4 e 5
MUNDO Governadores do Texas e Arkansas declaram desastre após tornados Homem e a esposa foram mortos perto de um estacionamento em Van.Em Nashville um bebê foi tirado dos destroços de uma casa; pais morreram. pag. 6 e 7
TEMPO
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Materia de capa Dívida da Petrobras triplicou em 2 anos e foi a R$ 332 bilhões
A crise financeira da Petrobras, que a obriga agora a vender ativos, se agravou nos últimos dois anos. De 2012 ao final de 2014, as dívidas da estatal passaram de R$ 181 bilhões para R$ 332 bilhões. A relação entre a dívida e o patrimônio da companhia subiu de 31% em 2013 para 43% no fim do terceiro trimestre de 2014. Ao mesmo tempo, a geração de caixa foi prejudicada pela defasagem do preço dos combustíveis (a empresa importa por preço maior que o de venda no Brasil) e investimentos em atividades pouco rentáveis, como novas refinarias no Nordeste. A estatal ampliou ao máximo o uso de refinarias, mas as perdas com a política de preços da gasolina está longe de ser zerado. No terceiro trimestre de 2014, a empresa importava 222 mil barris/dia de petróleo e derivados –quase 10% de sua produção. Nesse período de dois anos, a dívida, que já era quase o triplo da capacidade de gerar fundos, subiu para quase o quíntuplo. Medida pela alavancagem (que relaciona dívida e geração de caixa), passou de 2,77 para 4,63. ****EFEITO LAVA JATO A situação piorou com as investigações da operação Lava Jato, que provocou um impasse na publicação do balanço: a auditoria PwC recusouse a assinar o documento. Para atender às exigências da auditoria, a Petrobras montou uma forçatarefa para calcular as perdas com propinas e os valores reais de seus ativos. Se não publicar o balanço até o final de maio, pode ser obrigada a antecipar o pagamento de US$ 110 bilhões, ou um terço de tudo o que deve na praça. O alto endividamento e as dúvidas sobre a capacidade de pagamento fizeram a agência de risco Moodys rebaixar a nota da estatal, que perdeu assim o grau de investimento. Na prática, significa que eventuais financiadores cobrarão juros mais altos para fazer empréstimos à estatal, piorando a situação da dívida
Os novos lemas da Petrobras: cortar investimentos e reduzir dívidas Endividada e abatida pela Lava Jato, estatal pisa no freio para recuperar a confiança dos investidores A divulgação do balanço da Petrobras também foi uma oportunidade para a diretoria martelar seus novos lemas: cortar investimentos e reduzir dívidas. Esses objetivos foram repetidos à exaustão, tanto no encontro com jornalistas, na noite de quarta-feira 23, quanto na teleconferência com analistas, na manhã desta quinta-feira 24. Por trás do financês e do tecnicês dos diretores, está um raciocínio simples: a Petrobras ainda está com a corda no pescoço, administrando o caixa na ponta dos dedos para não parar. O verdadeiro combustível de qualquer empresa é o dinheiro que possui no caixa. É com ele que são pagos os fornecedores, funcionários, bancos e acionistas. E, nesse ponto, a Petrobras está rodando apenas com parte do tanque cheio. A petroleira entrou em 2015 com US$ 26 bilhões. Não é uma fábula de dinheiro, quando se considera que precisará pagar US$ 18 bilhões em juros e amortizações, além de cumprir um plano de investimentos
de US$ 29 bilhões. Somente esses compromissos somam US$ 47 bilhões, quase o dobro do que havia na conta corrente da estatal, no início de janeiro. Em 2016, a vida da Petrobras também não será fácil. A empresa
esperar iniciar o ano que vem com US$ 20 bilhões em caixa – sim, menos “combustível” do que tinha em janeiro. As informações já divulgadas para 2016 mostram que a Petrobras planeja investir US$ 25 bilhões. Logo de saída, já é mais do que terá no cofre. Além disso, os pagamentos de juros e dívidas previstos para o mesmo ano são de R$ 49,1 bilhões. Como a empresa trabalha com um câmbio médio de R$ 3,30 por dólar, para 2016, a quantia corresponde a quase US$ 15 bilhões. Assim, somente com investimentos e dívidas, a Petrobras já tem compromissos de cerca de US$ 40 bilhões para o ano que vem. Na reserva Os números, até aqui, mostram que apenas a contenção de despesas e investimentos, neste e no
próximo ano, não serão suficientes para equilibrar as contas. Por isso, a Petrobras vai fazer o mesmo que muitas pessoas, quando estouram o orçamento familiar: vender bens, renegociar dívidas e pedir dinheiro
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emprestado. No jargão corporativo, o desinvestimento, isto é, a venda de ativos ou o cancelamento de projetos em andamento, acrescentará US$ 3 bilhões ao caixa da companhia neste ano, seja porque a venda renderá dinheiro vivo, seja porque a suspensão de projetos reduzirá a necessidade de desembolsos. Para o próximo ano, a meta de desinvestimento é ainda maior: US$ 10 bilhões. Ainda não se sabe, ao certo, que ativos serão postos à venda. A única certeza de Aldemir Bendine, presidente da companhia, é que ativos já em operação no pré-sal não serão vendidos. Se projetos em instalação nessas bacias poderão passar para outros donos ou, pelo menos, conseguir sócios para dividir investimentos, é outra coisa. A renegociação de dívidas é outra estratégia da Petrobras. Somente neste ano, US$ 1 bilhão serão repactuados com os credores. Mas o principal alívio virá da captação de novos recursos. Para 2015, a empresa afirma ter levantado US$ 13 bilhões. Para 2016, ainda não se sabe. “Este ano está totalmente resolvido; agora, temos de olhar para 2016”, afirmou Ivan Monteiro, diretor de finanças e relações com investidores. Uma alternativa é a emissão de debêntures ou algum outro papel de renda fixa. O que a diretoria não quer, antes de tudo, é alimentar especu-
lações de que um novo aumento de capital, por meio da emissão de ações, será feito. “Não há nenhuma discussão sobre isso”, disse Monteiro a analistas, nesta quinta-feira 23. Fiado não O maior dilema de uma nova emissão de ações seria a diluição dos atuais acionistas, o que poderia desvalorizar os papeis e afugentar inves-
tidores, em um momento em que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e as ingerências políticas já corroeram metade do valor de mercado da companhia. O problema é que ninguém empresta dinheiro para quem já está muito endividado. Se isso é verdade para pessoas comuns, é ainda mais considerado, no caso de empresas. Para manter as
operações e investimentos, a Petrobras faz cada vez mais dívidas. A dívida total da companhia subiu de R$ 267,8 bilhões para R$ 351 bilhões entre 2013 e 2014. Já a dívida líquida (que desconta o que há em caixa) subiu de R$ 94,6 bilhões para R$ 106,2 bilhões. Em dezembro, a empresa levaria quase cinco anos para quitar todos seus compromissos, consumindo toda sua geração de caixa. Um ano antes, gastaria 3,5 anos. Na média, as maiores petroleiras do mundo estão se preservando, com relações de dívida líquida sobre ebitda de 0,4 a 1 vez. A preocupação dos investidores é justamente essa: dar dinheiro à Petrobras pode ser jogar mais gasolina no incêndio. Sem um plano forte de contenção de gastos, a alavancagem da companhia – o jargão corporativo para o nível de suas dívidas – tende a aumentar. “O que aconteceu é passado; o novo plano de negócios focará na desalavancagem da empresa”, afirmou Monteiro aos analistas, referindo-se ao documento que deve ser divulgado dentro de um mês, com as ações para os próximos anos. O plano de negócios também mostrará se a Petrobras finalmente aprendeu com seus erros – e se não os cometerá novamente
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Esporte
Com Barcelona na final, Neymar vai à Seleção apenas no dia 7 ou 8 de junho Atacante só se juntará aos companheiros uma semana após o início da preparação para a Copa América, no dia 1º de junho. Jogador pode ficar fora dos dois amistoso
Com a classificação do Barcelona para a final da Liga dos Campeões, no dia 6 de junho, em Berlim, na Alemanha, a seleção brasileira ganhou um problema. O atacante Neymar só se apresentará ao técnico Dunga no dia 7 ou 8 de junho
para iniciar a preparação para a Copa América - uma semana após o restante do grupo, que vai treinar a partir do dia 1º de junho, na Granja Comary, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro. A apresentação de Neymar à
Seleção vai depender do resultado do Barcelona na decisão (contra Juventus ou Real Madrid, que decidem uma vaga nesta quarta-feira, na partida de volta, no Santiago Bernabéu). Caso o time catalão fique com o caneco, a tendência é que Dunga libere o jogador para festejar durante o dia 7 com o restante dos companheiros. É bem possível que aconteça uma festa na Catalunha. Por outro lado, se o Barcelona perder o título, a CBF vai tentar agilizar a apresentação do jogador para o fim da tarde do dia 7. O médico Rodrigo Lasmar explicou ao GloboEsporte.com que Neymar precisará fazer um trabalho individualizado ao se apresentar à equipe nacional. Nós vamos precisar fazer uma individualização de trabalho Rodrigo Lasmar, médico da Seleção - Vamos ter que lidar com essa situação. Caso tenhamos jogadores que não se apresentem no primeiro dia, nós vamos precisar fazer uma individualização de trabalho, uma compensação de carga de treinos. Esse trabalho, na verdade, sempre é feito na Seleção – explicou o médico da seleção brasileira. Certo mesmo é que Neymar não participará do primeiro amistoso de preparação da Seleção, no dia 7 de junho, na Arena do Palmeiras, em São Paulo, contra o México. Dependendo de como o jogador se apresentar, a comissão técnica poderá até mesmo optar por deixar o atleta fora do segundo compromisso, diante de Honduras, no Beira -Rio, em Porto Alegre, no dia 10. - Vamos avaliar. Ainda é cedo para falar de qual conduta será tomada. Vamos definir isso no momento
em que soubermos se não teremos um jogador na apresentação. Mas temos um planejamento, plano A e B. Quem também corre o risco de não se apresentar no dia 1º é o lateral-esquerdo Marcelo. Caso o Real Madrid avance à final da Liga dos Campeões, o jogador viverá o mesmo dilema de Neymar: iniciar os treinos para a Copa América uma semana após os companheiros. Confira abaixo a lista de 23 convocados por Dunga: Goleiros: Jefferson (Botafogo) Diego Alves (Valencia) Marcelo Grohe (Grêmio) Zagueiros David Luiz (Paris Saint-Germain) Marquinhos (Paris Saint-Germain) Thiago Silva (Paris Saint-Germain) Miranda (Atlético de Madrid) Laterais Marcelo (Real Madrid) Filipe Luís (Chelsea) Danilo (Porto) Fabinho (Monaco) Volantes Luiz Gustavo (Wolfsburg) Fernandinho (Manchester City) Elias (Corinthians) Casemiro (Porto) Meias: Everton Ribeiro (Al Ahli-EMI) Douglas Costa (Shakhtar Donetsk) Willian (Chelsea) Philippe Coutinho (Liverpool) Atacantes: Neymar (Barcelona) Diego Tardelli (Shandong LunengCHI) Robinho (Santos) Roberto Firmino (Hoffenheim)
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Barça leva susto, perde para Bayern, mas vai à final com dois de Neymar
Atuação destacada do trio MSN no primeiro tempo é fundamental para catalães se garantirem em Berlim no dia 6 de junho. Suárez sai poupado, e alemães viram jogo
O Barcelona vai em busca de seu quinto título - até agora, conquistou quatro em sete finais. Especialmente na última década, transformou-se num time cascudo, acostumado a decisões, sejam continentais, nacionais ou mundiais. O dia 6 de junho, inclusive, pode determinar a repetição da Tríplice Coroa da temporada 2008/09, já que o Barça tem pela frente a finalíssima da Copa do Rei, contra o Athletic Bilbao, no dia 30, e a reta final do Espanhol - precisa de uma vitória contra Atlético de Madrid ou Deportivo La Coruña para se sagrar campeão. Ao Bayern, sobra o gosto - agora amargo - do Campeonato Alemão. O time de Pep Guardiola termina a temporada apenas com um título (algo raros em tempos de domínio absoluto em seu país). Jogará mais duas vezes pela Bundesliga, contra Freiburg e Mainz, e sairá de férias pensando em renovar parte de seu elenco. Robben e Ribéry, desfalques por lesão nas duas semifinais, já passaram da casa dos 30, assim como outros nomes do elenco: Lahm, Schweinsteiger, Pizarro, Dante e Xabi Alonso.
RUMO AO PENTA?
que o trio MSN prometeu cumpriu. O Barcelona não se abalou com o gol sofrido aos sete minutos de jogo e foi para o intervalo com a classificação praticamente definida graças ao futebol daquele que é apontado por muitos o melhor do mundo. Neymar marcou duas vezes em assistências de Suárez - após precisos passes de Messi. Mas o uruguaio precisou sair no intervalo, poupado com dores musculares. E o Bayern cresceu, virou, venceu por 3 a 2 e se despediu dignamente da Liga dos Campeões numa terça-feira em que a bola foi muito bem tratada em Munique (veja os melhores momentos acima). É o Barça quem vai à final do próximo dia 6 de junho, em Berlim. A expectativa, ao menos dos fãs de futebol, é pelo maior superclássico da história, mas o Barcelona poderá enfrentar o Juventus em Berlim. O adversário será conhecido nesta quarta-feira, após o duelo derradeiro no Santiago Bernabéu. Na ida, há uma semana, os italianos venceram por 2 a 1. Fica difícil discordar dos números. Quando estão inspirados, Messi, Suárez e Neymar formam o ataque mais letal do planeta. Eles já marcaram 114 gols na temporada (30 do argentino, 23 do brasileiro e 21 do uruguaio). Na Champions, são 25 dos 28 gols do Barcelona marcados pelo trio MSN: dez de Messi, nove de Neymar e seis de Suárez. O camisa 10 é o artilheiro do torneio.
O Barcelona vai em busca de seu quinto título - até agora, conquistou quatro em sete finais. Especialmente na última década, transformou-se num time cascudo, acostumado a decisões, sejam continentais, nacionais ou mundiais. O dia 6 de junho, inclusive, pode determinar a repetição da Tríplice Coroa da temporada 2008/09, já que o Barça tem pela frente a finalíssima da Copa do Rei, contra o Athletic Bilbao, no dia 30, e a reta final do Espanhol - precisa de uma vitória contra Atlético de Madrid ou Deportivo La Coruña para se sagrar campeão
Neymar, aliás, vive grande forma. São sete jogos seguidos balançando as redes, um recorde em sua breve carreira. Além disso, tornou-se o primeiro jogador da história do Barcelona a marcar nas duas semifinais (ele encerrou os 3 a 0 no Camp Nou). Na temporada, soma 37 gols em 47 jogos, mais do que Samuel Eto’o e Rivaldo (36 cada) em seus melhores anos vestindo a camisa azul-grená.
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Mundo Governadores do Texas e Arkansas declaram desastre após tornados Homem e a esposa foram mortos perto de um estacionamento em Van. Em Nashville um bebê foi tirado dos destroços de uma casa; pais morreram.
Trem com 243 a bordo descarrila, mata 5 e fere mais de 50 nos EUA Composição cumpria a rota entre Washington e Nova York. A circulação de trens entre as duas cidades foi interrompida. norte da Filadélfia. Entre os passageiros estava o excongressista Patrick Murray, que informou pelo Twitter que não se feriu, mas que havia visto feridos nos vagões tombados. Alguns passageiros deixaram a composição tombada por conta própria, enquanto bombeiros socorriam outras pessoass. Os feridos, dos quais seis em estado grave, foram levados para o Hospital Aria Health Frankford. Relatos no Twitter informavam que havia fumaça em pelo menos feito da Filadélfia, Michael Nutter. uma das composições tomabadas. Cento e vinte bombeiros e 200 A composição cumpria rota entre Washington e Nova York. A circulação de trens entre as duas cidades foi interrompida. O trem é um Amtrak. Imagens das redes de TV nos EUA mostram vagões tombados e o trabalho das equipes de resgate. O acidente aconteceu por volta de 21h20 (local). policiais estão no local do descarO descarrilamento de entre oito rilamento. e dez vagões ocorreu quando o Não há ainda informações sobre trem atravessava um trecho em curva no bairro de Frankford, no as causas do descarrilamento, que será investigada pela Junta Nacional de Segurança do Transporte (NTSB) e a Administração Federal de Ferrovias. O FBI mantém uma equipe no local, embora as autoridades disseram que não há indícios, por enquanto, que indiquem que o acidente tenha sido um ato terrorista. O descarrilamento de um trem com 243 - 238 passageiros e 5 tripulantes - a bordo na Filadélfia, nos Estados Unidos, deixou 5 mortos e 59 feridos na noite desta terça-feira (12), informou o pre-
Os governadores do Texas e do Arkansas declararam situação de desastre na segunda-feira (11) em partes dos Estados atingidos por tornados e enchentes, em uma série de tempestades que deixou pelo menos cinco mortos e mais de 50 feridos e destruiu edificações. Um homem e sua esposa foram mortos perto de um estacionamento em Van, no Texas, cidade com cerca de 2.500 pessoas, onde casas foram destruídas. O Serviço Meteorológico Nacional disse que um tornado da categoria EF3, com ventos em torno de 225 km/h, atingiu a cidade. Perto da cidade de Nashville, em Arkan-
sas, um bebê foi tirado dos destroços de uma casa móvel, onde seus pais morreram no tornado. Cerca de 10 pessoas ficaram feridas no estado. "Ela quase não tinha ferimentos. Foi um milagre", disse John Gray, médico do condado de Howard. O governador do Texas, Greg Abbot, declarou estado de desastre em Van Zandt e seis outros condados. O governador do Arkansas, Asa Hutchinson, declarou área de desastre em 10 condados.
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178 mil alunos tentaram contrato do Fies, mas não conseguiram, diz MEC Reabertura do Fies a novos contratos custaria R$ 1,8 bilhão em 2015. TRF decidiu suspendeu limitar que obrigava o governo a reabrir o sistema. O Ministério da Educação afirmou à Justiça, para justificar a não reabertura do sistema do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que 178 mil estudantes iniciaram o cadastro de financiamento no sistema no primeiro semestre, mas não concluíram a inscrição até o prazo, e que, para atender a todos esses estudantes, teria que gastar R$ 1,8 bilhão só no ano letivo de 2015. No total, esses novos contratos custariam R$ 7,2 bilhões ao governo federal, segundo nota enviada à Justiça, e divulgada junto da decisão judicial favorável ao MEC. O orçamento do Fies para novos contratos durante todo o ano de 2015 era de
R$ 2,5 bilhões e, segundo o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, essa verba foi gasta inteiramente para atender aos 252.442 novos contratos fechados até o dia 30. Por isso, uma nova edição do Fies no segundo semestre deste ano ainda não está garantida. Justiça derrubou liminar O desembargador Cândido Ribeiro, presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), decidiu nesta terça-feira (12) derrubar decisão liminar (provisória) da Justiça Federal do Mato Grosso que obrigava o Ministério da Educação (MEC) a prorrogar, por tempo indeterminado, as inscrições para novos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A ação judicial que exigia a reabertura do prazo de inscrições havia sido apre-
sentada pela Defensoria Pública da União em Mato Grosso. O órgão alegou que os estudantes tiveram os direitos violados, já que não conseguiam ingressar no programa devido a problemas na ferramenta de inscrições. Embora houvesse uma decisão judicial determinando a reabertura do prazo, o governo federal não estava cumprindo a liminar, à espera do resultado do recurso protocolado pela Advocacia-Geral da União. O MEC argumentou à Justiça que, em razão de já ter sido atingida a meta estipulada de 250 mil novos contratos financiados, não tinha condições de aceitar todos os pedidos de financiamento. Desde 30 de abril, data em que se encerrou o prazo para novos alunos se habilitarem ao programa, os estudantes que acessavam o
site do MEC se deparavam com a mensagem "o prazo para inscrição no Fies encerrou dia 30.4.2015." Na análise do recurso, o desembargador do TRF-1 avaliou que, como não há dinheiro disponível no Orçamento de 2015 para bancar mais contratos do Fies, manter a liminar poderia ferir a "ordem pública". "Na hipótese, a meu ver, estão presentes os pressupostos para o deferimento da medida ora pleiteada, especialmente quanto à lesão grave à ordem pública, consubstanciada na situação e no estado de legalidade normal, em que as autoridades exercem suas precípuas atribuições e os cidadãos as respeitam e acatam, sem constrangimento ou protesto, bem como quanto à economia pública, pelo montante financeiro necessário para atender a demanda por
financiamento estudantil, sem previsão orçamentária", escreveu Cândido Ribeiro. O presidente do TRF-1 destacou ainda em seu despacho que a decisão da Justiça Federal do Mato Grosso "invadiu" competência do Executivo federal, que é quem tem o poder de decidir sobre o destino de verbas públicas. "Na hipótese, as decisões impugnadas, proferidas após exame superficial da questão, invadem a esfera de competência da Administração Pública, em seu juízo discricionário de conveniência e oportunidade, de gerir as verbas destinas no orçamento público, interferindo nas políticas voltadas, na espécie, ao financiamento estudantil, de modo a acarretar grave lesão à ordem e à economia pública", destacou o magistrado.
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