Trabalho - Estudos de Caso Baker e Unwin (PARA REVISÃO)

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sumário

1. INTRODUÇÃO 2. METODO DE BAKER: 2.1. Les Halles de Paris 2.2. Projeto Dupla 01 2.3. Projeto Dupla 02 2.4. Projeto Dupla 03


|Este produto é referente ao trabalho para a disciplina de Teoria e Metodologia do Projeto em Arquitetura do Programa de Pós-graduação em Arquitetura, Projeto e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Trata-se de um exercício para aplicação de dois métodos de análise de projetos de arquitetura: Método de Unwin e Método de Baker. O trabalho tem por objetivo introduzir os dois métodos de análise para que posteriormente possam vir a ser utilizados no trabalho de conclusão para a obtenção do título de mestre em arquitetura e urbanismo. Nesse sentido após busca preliminar (exigencia do exercício) foram escolhidos dois projetos distintos para análise, um para aplicação do primeiro método e outro para a plicação do segundo método. Os projetos escolhidos foram pensados de modo a melhor se aplicar a finalidade de familiarização

com o tema do projeto final (no caso deste trabalho um projeto de cunho comercial). A pesquisa será feita através de sites e revistas especializadas de arquitetura, buscando-se sempre o afastamento tecnico necessário para a análise mais imparcial possível. Pretende-se ao final deste trabalho possuir um produto que possa ser avaliado pelo docente da disciplina, além disso elaborar dois estudos de caso que possam ser utilizados na integra para o produto escrito que servirá de avaliação final do programa de pós graduação.|

introdução


BAKER


GENIUS LOCI Para compreender as forças na arquitetura, Baker se apropria dos conceitos acerca da arquitetura como a utilização do lugar. Esse aspecto implica que características topográficas e paisagísticas atribuem caráter singular aos lugares. A arquitetura pode reagir a essas características incorporando suas qualidades. Logo, deve se observar na análise em que lugar o projeto foi inserido, características físicas do sítio e sua relação com o entorno. ICONOLOGIA A arte como a criação de formas que simbolizam o sentimento do homem. Acerca das formas, o que interessa é o seu significado, que é o que as fazem logicamente expressivas e significantes. Trata-se de símbolos que articulam o sentimento, que transmitem um modelo

familiar de consciência . Conclui-se que, do ponto de vista da imagem é possível identificar as referências utilizadas e qual o significado de sua aparência. IDENTIDADE A cultura integra o indivíduo em um mundo ordenado, fundado em interações significativas, que remetem a contextos históricos e culturais daquele lugar. Logo, o objeto arquitetônico se relaciona com o momento e tempo histórico-cultural em que a obra surgiu, de forma a incorporar referências passíveis de identificação. SIGNIFICADO DO USO A arquitetura nasce da confluência de forças internas e externas de uso e espaço. Para análise de uma edificação necessita-se: identificar o programa de necessidade e suas respectivas áreas construídas;

distinguir os zoneamento de cada setor segundo sua função; bem como, os tipos de fluxos e acessos entre os ambientes. PLÁSTICA E GEOMETRIA Explica a configuração formal e geométrica do artefato arquitetônico. Remete a elementos formais, como as linhas, superfícies, volumes, cores e técnicas (cheios e vazios, luz e sombra); assim como, elementos geométricos e de configuração espacial. ESTRUTURA Reporta aos significados que expressam as maneiras de imprimir dinamismo e estatismo ao edifício. Remete aos aspectos construtivos - estrutura e técnicas - e aos materiais presentes empregados na obra arquitetônica.


la canopĂŠe


genius loci Les Halles de Paris, foi a unificação do comercio de rua parisiense no Século XII, das feiras de rua, na idade média. Desde então nunca perdeu sua aptidão comercial, durante a idade média, creceu e ocupou trechos residenciais, a feira de Halles cresceu, para poder acompanhar o crescimento da cidade que ainda não era luz. Na idade moderna se modernizou pela industria, havia aço, vidro e novos metodos construtivos, todos utilizados para viabilizar sua inserção no mundo

moderno. ja existiam veiculos, a velocidade comercial exigia mais, o crescimento populacional exigia mais. Passou a possuir 10 pavilhões modernos, cobertos e preparados para o futuro. Não fosse a evolução do mundo e a mudança do modo de fazer comercio que não comportava mais no centro da cidade uma feira. Se fez necessário torná-la Shopping. Isso se deu em 1971, com a criação do Forum des Halles, sua comunicação com o metrô, e o alcance

ampliado para toda a Paris novamente. O mesmo Forum des Halles que em francês a remplacé a antiga feira coberta, não sobrevivou a mudança do milênio, foi ultrapassado pelo presente, um mercado de consumo baseado no que se vivência, e não no produto vendido. A unica coisa que não muda é que no Les Halles sempre vai ser lugar de compra e venda independende da revolução que aconteça.


iconologia


A nível de iconologia, sobretudo por sua plasticidade, espera-se que La Canopée possua profunda relação com referências da natureza. E ao mesmo tempo, levando-se em consideração a fluidez da sua relação lugar x uso, associada à sua historicidade, só reforçam a questão de sua imagem representar algum elemento da natureza fluido. Nesse sentido entende-se simbolicamente sua aparência faz referência um animal aquático, que flutua pelo tempo fluido como a água, imersa em seu meio: a Raia. A nível formal traçando um paralelo a anatomia das raias, o prédio visto do alto simula uma raia que nada no meio de Paris, fluindo na corrente das novidades. Contrapondo a análise deste trabalho ao descrito pelos autores do projeto, nota-se uma clara incompatibilidade, para os projetistas, a iconologia da edificação está relacionada a uma

folha trazida pelo vento de todos os cantos de Paris. Formando a copa de uma árvore (tradução de canopée em português). Reafirma-se a ideia de plasticidade e função associadas a um elemento natural, nesse caso a copa das arvores de um bosque. Que se ergue no coração da primeira Paris. Trazidas pelos novos ventos da mudança, pelos novos modelos de consumo.


identidade


Na París da idade, no século XII, existiam dois grandes centros de comercio (feiras): Marché Palu da Île de la Cité e o mercado central da Place de Grève, que supriam a cidade de mantimentos. Com o crescimento de París, mostrou-se necessária a reorganização das feiras para melhor atender as demandas da cidade como também para que pudesse oferecer melhor ordenamento. Nesse momento o rei Louis VI ordena a relocação desses endereços comerciais para o centro de París para um lugar chamado Les Champeaux (Em tradução livre: Os Campinhos). Esta intervenção contou com uma edificação, tratava-se de uma sala que podia ser acessada pelas três principais vias da cidade (na época): rue Saint-Denis, a rue Montmartre e a rue Saint-Honoré. Esse foi o início do Quartier des Halles. En 1137 Louis VI décide de créer un marché en rempla-

cement du marché Palu dans l’île de la Cité et de celui de la place de Grève. Le choix des Champeaux (« Petits Champs »), aux portes de la ville et au croisement de trois voies importantes, la rue Saint-Denis, la rue Montmartre et la rue Saint-Honoré paraît logique et le marché d’abord en plein air, va se développer rapidement. (HUARD, 2017)

Como uma grande feira medieval, barracas, circulação de pessoas, animais, produtos perecíveis, Les Halles fora composta majoritariamente por comércios de rua, embora as intervenções para criação de novas edificações tenham se acentuado durante todo século XIII, pois sua localização central, viabilizou o crescimento da cidade e por sua vez aumento de demanda. Neste período as lojas fechavam a noite. Tout au long du XIIIe s., des bâtiments spécialisés sont construits : halle aux cor-

royeurs, aux merciers, deux halles pour le poisson frais ou salé…. Pour assurer la conservation et la sécurité des marchandises, l’ensemble du périmètre est entouré d’une enceinte dont les portes sont fermées la nuit. Les activités commerciales et artisanales envahissent l’ensemble des voies avoisinantes comme en témoigne les noms des rues (rues de la Lingerie, de la Tonnellerie, de la Ferronnerie, de la Poterie, de la Fromagerie…). (HUARD, 2017)

Levando-se em consideração o lugar, nota-se que com o passar do tempo a aptidão deste espaço para receber a feira, que só cresceu. Durante todo o período moderno foi se espalhando pelo bairro, tomando parte das edificações ao Sul e a Oeste tornando-o ainda mais comercial embora por efeito do estabelecimento do rei em Paris e a nomeação da cidade como capital da França tenham trazido benefícios como: renovação e requa-


século XII

lificação do bairro incluindo a residência oficial do rei Le Louvre, além da implantação de uma igreja (Saint-Eustache). [...] renouveau dans l’aménagement du quartier. De 1527 à 1536 les quais sont aménagés et pavés, en 1532 la construction de Saint-Eustache, la plus vaste église de Paris après Notre-Dame (HUARD, 2017) Napoleão III, decidiu reconstruir Paris, e um dos seus pontos

de intervenção tratava-se da criação ou requalificação das feras, criando novos mercados cobertos. Foi quando Les Halles passou a ter o formato urbano que hoje possui, composto por uma praça, uma edificação (La chambre de commerce et d’industrie) e pavilhões comerciais.

século XIII

A relação com o espirito comercial do lugar foi novamente

comercial no lugar: O Shopping (Forum des Halles), dessa vez conectado não apenas pelas principais vias da cidade, mas também pelo metrô. O Forum des Halles permaneceu intocado até 2011, quando mais uma vez o modelo de consumo foi renovado, e com ele um novo modelo de comercio estava em voga, exigindo novas estratégias, para tal produziu-se um novo projeto de intervenção

ratificada na intervenção feita em 1971, quando a estrutura criada por Napoleão III foi demolida e foi implantado um novo modelo

intitulado La Canopée, por Patrick Berger e Jacques Anziutti. Les Halles de Paris, passou a figurar como um centro comer-

cial, no primeiro bairro da cidade, uma referência em comercio desde a idade média. Sempre acompanhando a evolução do modelo de consumo e se adaptando as mudanças que acompanham a evolução humana e que apesar das intervenções históricas para requalificação do espaço nunca se identificou a perda da sua relação com a atividade comercial no centro de Paris.


século XIX (1852)

século XX (1971) século XXI (2018)


significado do uso

Como explicito nos itens anteriores, este sítio possui profunda ligação com a atividade comercial e sempre foi remodelado evoluindo seguindo os novos modelos de consumo. Neste trabalho abordou-se a sua evolução histórica de modo a reforçar a pré-existência da cultura comercial ao lugar, mas a análise do significado do uso se deterá a edificação existente. La Canopée, possui 14 500 m² de área construída, projetada por Patrick Berger e Jacques Anziutti, trata-se do segundo maior centro comercial da França em área e o terceiro em número de visitantes segundo o jornal Le

Figaro. Ainda está localizado no 1re Arrondissement de Paris. Onde a cidade começou, a partir de onde se desenvolveu, possuindo conexões com toda a cidade e zonas metropolitanas. Seu programa de necessidades está distribuído parte de maneira radial, parte em malha regular e parte orgânica, embora perceba-se que em sua totalidade está dividida em duas partes simétricas, na vista de topo da edificação percebe-se com mais clareza a simetria da edificação, que se manifesta em sua planta, embora haja múltiplas configurações em seus quatro níveis de subsolo.


ACESSOS E FLUXOS Os acessos principais se dão pelo térreo ou pelo estação de metrô no subsolo, caso o usuário trate-se de um pedestre. Em caso de usuário com automóvel, o acesso se dá por duas vias que adentram ao subsolo e dão acesso ao estacionamento. No processo de intervenção para o novo Forum des Halles foram suprimidas circulações para veículos priorizando-se acesso para pedestres.

tecede a descida para o metrô. Todos foram pensados para garantir unidade e identificação em todos os níveis da edificação.

Internamente o acesso principal aos múltiplos níveis da edificação se dá majoritariamente pela escada rolante no eixo da edificação, embora haja também elevadores e escadas tradicionais, os ambientes se conectam por meio de grandes corredores, em uma formação tradicional de condicionamento em shoppings. Não há diferenciação estética entre os ambientes em todos os níveis, até a galeria que an-

Circulação de veículos nos arredores do Forum Les Halles foi reestruturada, ganhando um acesso subterrâneo

A circulação de pedestres foi repensada em função da nova planta baixa, pois as curculações verticais se concentram no centro da edificação.


Construção Explodida

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Suporte para Telhado

Estrutura da Cobertura Estrutura da cobertura

Pavimentos de Lojas

Estação de Metrô

O programa de necessidades da intervenção total foi distribuído em três grandes áreas, uma área ajardinada externa (não é o foco deste trabalho, portanto não será analisada), a edificação La Canopée, e a estação de Metrô. La Canopée: Por exigência nos novos consumidores, os programas de necessidades dos novos empreendimentos comerciais promovem muito mais do que o lazer por consumir, elas devem oferecer experiencias e vivência, o lazer torna-se mais do que o consumo, torna-se tudo o que é vivido dentro do espaço, consome-se a experiencia e não o produto. Para tal no programa de necessidades da Canopée tem-se: • Mediatheque La Fontaine • La Place • Conservatoire W.A. Mozart • Maison des pratiques ar-

tistiques amateurs • Circulations/technical services • Centre Culturel • Shops (132 lojas, 23 restaurantes e cinema) Notavelmente o programa de necessidades está não exclusivamente relacionado as lojas, contando com ambientes diretamente relacionados a arte e cultura, incluindo além disso uma midiateca. Châtelet-Les Halles Station Menos vivaz que o programa de La Canopée, mas ao mesmo tempo reforçando o conceito de experimentação espacial e vivência, tem-se o programa da estação de metrô sob a edificação: • Gallery • Platforms Composto por uma galeria de serviços e exposições artísticas além de sua atividade fim que é o Metrô localizado no Subsolo -4.


Pavimento Subsolo -1

Pavimento Subsolo -2

Pavimento Subsolo -3

Pavimento TĂŠrreo

Pavimento Subsolo -4


plasticidade


A intervenção em Les Halles não se detém a La Canopée, porém a nível plástico, a copa criada com as folhas trazidas de todos os cantos de Paris se destaca não apenas na praça onde foi inserida, mas em seus arredores. Ela é o principal elemento de composição da arquitetura produzida por Patrick Berger e Jacques Anziutti. Contrapondo a intenção dos autores do projeto com a interpretação deste trabalho para a forma da edificação, mostra-se toda a leveza e organicidade da arraia, por vezes quase translúcida quando vista contra luz. Produzida em estrutura metálica e vidro cerâmico (ceramic glass), este tipo de vidro produz uma iluminação difusa durante o dia e permite que o prédio se transforme durante a noite pois absorve a atmosfera de luminária. Esquematicamente a edificação é composta por esta casca acima descrita, volumes orgâni-

cos distribuídos em das partes simétricas por um vazio, que leva acesso aos pavimentos de subsolo, onde estão as lojas, também com visibilidade total por grandes panos de vidro. A transferência nesse projeto está em toda a identidade visual.


estrutura


A estrutura da base foi pensada para suportar maiores esforços e fosse passível de adequação a novos usos, os materiais utilizados foram o aço e concreto, nas vedações foram utilizados vidros. O sistema estrutural da cobertura precisou ser pensando para que a execução não interferisse nas atividades do local, e permitisse uma interação com a paisagem com isso foi utilizado uma estrutura metálica auto tracionada coberta com “ceramic glass”. Para conseguir cobrir o vão de 100 metros foi utilizado um sistema de vigas curvas que permitem a dinamização da estrutura a fim de criar um ritmo e possibilitar a adaptação em relação ao clima.


geometria


EIXO

EIXO

Chegando a Geometria, ja passou-se por inĂşmeras anĂĄlisa que falaram sobre a fluidez e organicidade da arquitetura de Les Halles.


casa de la flora


genius loci

Genius Loci aborda as referências sobre o lugar onde a edificação está inserida, tais como aspectos da cidade, bairro, vizinhança, bem como os condicionantes naturais. Segundo Baker, a arquitetura pode incorporar qualidades paisagísticas e culturais do local implantado. O aspecto em

questão trata de como a arquitetura pode vincular cultura e ambiente, aumentando a sensação de pertencimento da pessoa ao lugar. Casa de La Flora está localizada na praia intocada de Bang Niang, Khao Lak.

Apenas uma hora de carro do Aeroporto de Phuket, a maior ilha da Tailândia. Apenas a 5 minutos de carro do centro de Khao Lak e perto do Parque Nacional de Khao Lak. Khao Lak foi praticamente

arrasada pelo tsunami de 2004 mas a cidade e a indústria do turismo da qual ela depende se recuperou. Ela continua sendo mais tranquila que outros destinos no litoral, oferecendo praias isoladas, noites tranquilas e atividades para toda a família.


iconologia


De acordo com o método de Baker a Iconologia é uma das categorias de análise que visa explicar qual a aparência do objeto estudado, referindo-se ao significado da imagem que a proposta busca alcançar. Trata-se de símbolos que articulam o sentimento, que transmitem um modelo vago, embora familiar, de consciência. A dimensão intelectual é indispensável para que se possa criar formas significantes, as quais possuam o conteúdo simbólico adequado. Inicialmente na busca por referenciais simbológicos para análise, foram identificados principalmente o elemento prisma, cubos rigorosamente ortogonais e arestas afiadas. Após a leitura da descrição do projeto pelos arquitetos, concluiu-se que em termos de projeto arquitetônico, as vilas propostas foram inspiradas a partir do nome “Flora”. Essa concepção metafórica do escritório assume o ato da “Flora que sur-

ge”, onde cada porção do concreto e madeira reflete como uma forma de flora, emergindo do solo, e florescendo para alcançar a luz do dia. O projeto do segundo sistema seria uma contínua metáfora das flores gráficas dos arquitetos. As flores não crescem por si mesmos. Elas são o produto final da vida da planta. O sistema é um projeto morfológico de uma grande árvore, começando com um grande caminho a partir do saguão, como um “tronco”, e ficando menor e menor, uma vez que direciona para cada quarto, como “ramos”. Estes “ramos” foram construídos na cobertura de um já construído escritório do resort.


identidade


Identidade é a classificação que remete a contextos históricos e culturais de um lugar. É a categoria que observa o momento em que a obra aconteceu. Por se tratar de uma edificação recente, sem contexto histórico aparente, através da análise de projeto foram identificados elementos de possíveis referências arquitetônicas. ANÁLISE PROJETO: • Arquitetura moderna; • Minimalista; • Uso de materiais pré-fabricados (concreto, pedra e madeira); • Coberturas planas; • Planta livre;




significado do uso


O terreno original era apenas 1/3 do que foi realizado o projeto. O proprietário começou com a compra do terreno no lado esquerdo. Depois, comprou outra porção de terra para a direita, e, finalmente, adquiriu o terreno do meio. Durante este processo de compra do terreno, o arquiteto teve que adicionar mais unidades de dormitórios para o já concebido plano mestre. Como resultado, o projeto teve alguns problemas sérios de privacidade para aqueles quartos no meio do lote. O primeiro ato foi introduzir 2 sistemas de paisagismo, um para contribuir em resolver os problemas de privacidade e o outro para adicionar mais verde ao resort. VaSLab já havia pensado cada quarto como pequenas vilas com piscina. Aqueles na praia possuíam uma excelente vista panorâmica do oceano, no entanto, aqueles no meio não a tinham, e, pior, viam outros hóspedes no quarto ao lado. O primeiro sistema de paisagismo foi introduzido para criar uma

proteção para cada dormitório. Com o intuito de proporcionar 100% de privacidade, uma série de painéis verticais foram estrategicamente localizados. Como havia pouco espaço para instalá-los, cerca de 20 centímetros de largura por floreira, o sistema foi a combinação de elementos em madeira e arbustos. As paredes em madeira serviram para fornecer a privacidade necessária, enquanto os arbustos para tornar o resort um pouco mais verde. Ambos foram ligados de dentro para fora e de fora para dentro ao longo da altura da barreira. Cada quarto veria ambas as paredes do interior, e, ao mesmo tempo, outros hóspedes poderiam ver o mesmo por fora. A segunda tarefa foi adicionar o máximo possível de vegetação para o hotel. “Como não tínhamos espaço para plantar grandes árvores, nosso segundo Sistema de Paisagismo foi introduzido no plano horizontal, ao nível do solo.” Desta forma chegou-se ao resultado de 36 acomodações

cúbicas, todas com extrema privacidade, spa, biblioteca, bar e restaurante.


STUDIO POOL VILLA • 05 unidades; • 01 quarto; • Piscina (4,5m x 2m); • Banheira; • Área = 70m².


DUPLEX POOL SUITE • 08 unidades; • 01 quarto; • 01 sala; • Acesso privativo; • Piscina (3,5m x 2,2m); • Terraço; • Área = 90m².


DUPLEX GRAND POOL VILLA • 11 unidades; • 01 quarto; • 03 pavimentos; • 01 sala; • Piscina (6,5m x 2,3m); • Terraço; • Área = 110m².



BEACHFRONT POOL VILLA • • • • •

04 unidades; 01 quarto; Piscina (3,5m x 3,5m); Área de deck; Área = 75m²


BEACHFRONT VILLA • • • • • •

SUITE

POOL

05 unidades; 01 quarto; 01 sala; Piscina (4,5m x 3,5m); Acesso privativo; Área = 100m².


BEACHFRONT GRAND POOL VILLA • • • • •

01 unidade; 02 quartos; 01 sala; Piscina (7,2m x 3,3m); Área = 145m²



plรกstica


plástica é um componente que explica a configuração formal arquitetônica existente no interior e no exterior do edifício. São os elementos que dão sentido a forma artística. Remete a elementos formais, como as linhas, superfícies, volumes, cores e técnicas (cheios e vazios, luz e sombra). Na Casa de la Flora o elemento formal que mais se destaca é a estrutura cúbica das acomodações. Como citado no componente iconologia, o escritório projetou uma edificação que assume o ato da “Flora que surge”, onde cada porção do concreto e madeira reflete como uma forma de flora, emergindo do solo, e florescendo para alcançar a luz do dia. Paredes desviadas e telhados inclinados são característicos em toda as 36 acomodações cúbicas, onde estes elementos, além de remeter ao conceito, alargam-se para enquadrar os quartos com a vista para o mar.

Elementos encontrados no projeto: • Cheios e vazios; • Contraste de luz e sombra; • Divisões dos limites claras e objetivas; • Ângulos retos até nos caminhos;


geometria


GEOMETRIA DA EDIFICAÇÃO: Retangular/retilínea; RELAÇÕES GEOMÉTRICAS IDENTIFICADAS NA FORMA: Todas as estruturas espaciais são em formas prismáticas retas quadrangulares com conexões obliquas. CONFIGURAÇÃO DA EDIFICAÇÃO: Geometricamente harmônica, presença de simetria individual em alguns das unidades e assimetria na edificação como um todo.


estrutura

A temática estrutural da edificação é caracterizada pela relação de interdependências e privativas das acomodações ligadas a um caminho conectado ao saguão principal, local por onde todos os hóspedes devem passar antes de chegar ao seu destino final. Como dito anteriormente, metaforicamente a edificação tem sua estrutura comparada ao sistema fisiológico de uma árvore, quando se relaciona um tronco com o sa-

guão principal , por onde todos os hospedes passam tal qual os nutrientes necessários para sobrevivência do vegetal e seguem pelas ramificações em direção aos apartamentos onde recebem a luz natural da mesma forma que as folhas o fazem. Em contraposição ao concreto largamente utilizado, para que houvesse uma quebra na solidez fria foi implantado telhados verdes remetendo as acomodações às folhas.


• • • • •

Estrutura de concreto armado; Revestimento de madeira nas paredes e teto majoritariamente; Esquadrias retilíneas de vidro; Piso interno de concreto polido/ laminado; Piso e estrutura de canteiros e muros de pedra;


discurso dos arquitetos: Na París da idade, no século“Em nossa última tentativa de tornar este resort “verde”, uma série de baixas floreiras, com cerca de 30cm de altura, foram adicionadas entre cada ‘ramo’. A grama amendoim foi escolhida a ser plantado, por sua forte resistência à luz solar e sua baixa necessidade de manutenção, tornando-se a escolha perfeita para o tapete verde. Em termos de linguagem de projeto, estes “ramos” e “tapetes verdes” foram projetados sobre as mesmas diretrizes da arquitetura. As continuidades destas linhas podem

ser vistas por todo o resort, interior e exteriormente, criando um ambiente único de todo o projeto, que estende as linhas de arquitetura em um conjunto de caminhos charmosos, blocos de pavimento, paredes verdes, etc., pois eles agem como a raiz, tronco e galhos de sua arquitetura”. “A APLD, a designer de iluminação, abstratamente define a iluminação do resort para provocar os principais elementos arquitetônicos; paredes desviadas, telhados inclinados, como se os cubos da villa estivessem

surgindo acima do solo”. “Suas villas com fachada de vidro têm interiores limpos com superfícies de concreto, paredes de pedra natural e pisos / tetos de madeira. Dez unidades ficam diretamente na praia, com vista para o mar, e todas possuem piscinas privativas, serviço de mordomo 24 horas e o último entretenimento no quarto. As credenciais ecológicas vêm na forma de um sistema de purificação de ozônio (baixo nível de químicos) para as piscinas e para a reciclagem de águas residuais e pluviais”.



harmonia 57


genius loci O prédio escolhido apresenta preocupação ecológica, com o aproveitamento da água da chuva. Além de valorizar muito a questão das espécies de vegetação apresentadas nas fachadas, um dos objetivos específicos do anteprojeto de Mestrado, utilizar a vegetação nativa como artifício para melhoria do microclima local.

Situado na zona Oeste de São Paulo, o edifício está implantado em um terreno de 8 metros de largura e 40 metros de profundidade. Estando em uma área suscetível a alagamentos, com presença de lençol freático elevado com alto teor de ferro.


iconologia


ARTE COMO SIMBOLO Acredita-se que os propósitos aplicados na elaboração projetual tenham sido; a Integração com a natureza, valorizando alvenarias externas que funcionam como painéis verdes, com aspecto de “paredes que respiram”. A Preocupação com a sustentabilidade, pelo sistema de captação de águas pluviais e além disso considera que o projeto se configura como um edifício dinâmico, dada pela transformação do aspecto da fachada ao longo do tempo, com o crescimento da vegetação aplicadas nas fachadas.


identidade


ARTE COMO SIMBOLO Vila Madalena deixa aos poucos de ser um bairro residencial e transforma-se em um bairro comercial. A construção acontece entre 2007 e 2008, e dá forma a uma arquitetura contemporânea, com ênfase voltada ao uso da água. O prédio recebeu ainda os prêmios: •

Zumtobel 2010 – 1st place Built Environment (Triptyque)

• 8ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (Triptyque)


significado do uso


PROGRAMA Inicialmente o prédio foi idealizado para ser um pequeno conjunto de escritórios, com áreas que variam entre 45 e 110 metros quadrados. No entanto, o imóvel foi ocupado por um único usuário: uma loja de roupas jovens feminina. A planta está organizada em dois blocos separados por uma “praça interna” com dez metros de vão aproximadamente. Onde foi posicionada a circulação comum, com escadas e passarelas. Enquanto o bloco do fundo é mais denso e alto (onde estão os escritórios) o bloco da frente possui fachada frontal protegida por venezianas móveis de madeira eucalipto. Na cobertura, além dos escritórios, encontra-se um terraço.


plastica

MOVIMENTO As Estruturas móveis de madeira na Fachada confere a estrutura movimento e dinâmica. A vegetação que cresce e se altera atribuindo novas percepções visuais. Tubulação externa de condução de água pluvial, confere mudanças de aspecto visual e no microclima.



geometria


CONFIGURAÇÃO DA FORMA Figuras retangulares, caracterizando uma arquitetura moderna as obras de linhas simples, quase sempre retilíneas e a utilização de materiais como concreto, vidro e metal – em seu aspecto mais puro. A configuração da forma na edificação possui um padrão assimétrico, com a estrutura de maior altura (gabarito) com uma forma que faz alusão a casas residenciais de duas águas, curiosamente, e e contrariamente a isto, as bombas de irrigação são instaladas de forma externa e bastante visual na fachadas, fazendo-nos remeter a estilos arquitetônicos mais industriais.


estrutura


MATERIAIS Os Materiais utilizados foram placas pré-moldadas, por onde estão situadas as espécies vegetais das fachadas, sendo irrigadas por encanamento aparente. Ainda foi utilizado o vidro para janelas e portas nas fachadas.

Para os brises utilizou-se madeira, em quatro peças que se movem provavelmente com o auxílio de pistões. Os encanamentos externos em ferro galvanizado ficam instalados para serem visíveis na fachada e tem acesso direto às alvenarias em pré moldado de concreto para irrigação automática, por aproveitamento pluvial.


museu de arte da Pampulha


genius loci Referências de Lugar - Região da Pampulha – Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil (Região de antigas Fazendas) Referências Naturais -

Espelho d’água artificial

– Lagoa da Pampulha Caracterização do lugar onde está situado o edifício - Circunda a Lagoa da Pampulha juntamente com outros quatro edifícios contemporâneos (Casa do Baile, Iate Tênis Clube, Igreja São Francis-

co de Assis e Casa Kubitschek) e que se integram e formam o Conjunto Moderno da Pampulha. - Terreno irregular. Edificação na parte mais elevada. - Apresenta jardim externo projetado por Burle Marx caracterizado pela flora regional e pelo uso de plantas de

baixo porte, a fim de valorizar o edifício. - Seu entorno conta com Avenida pavimentada que contorna a Lagoa e liga os edifícios do conjunto.


iconologia


Referência - Do ponto de vista da imagem faz direta referência à arte/arquitetura moderna, representando as tendências atuais e inovadoras à época. Significado de sua aparência Sua aparência apresenta: - Objetos; prismas (retangulares e cilíndricos) flutuantes -

Fita esvoaçante

- Corpo curvilíneo e translúcido


identidade


LINHA DO TEMPO: - 1940: Projeto - 1942: Construção - 1943: Inauguração - 1946: Fechamento – Proibição de jogos de azar, durante o governo do então Presidente General Dultra. - 1957: Mudança de uso. Reabertura do prédio como Museu de Arte da Pampulha. - 2016: Projeto de intervenção atual. São antecedentes do projeto:

Período de desenvolvi-

mento da cidade de Belo Horizonte devido à implantação de um polo industrial aliado à produção cafeeira. - Escolha da Região da Pampulha para sediar o novo aeroporto, que foi inaugurado em 1933 e com isso atrai para a área, as atenções da administração pública – administração do prefeito Otacílio Negrão. - Construção da barragem da Pampulha que visava sanar os problemas de abastecimento da cidade. A obra contemplou uma ave-

nida pavimentada em seu entorno e foi inaugurada em 1938. - Jucelino Kubitschek assume a prefeitura de Belo Horizonte em 1940 e enxerga na barragem construída um potencial turístico e de lazer. - Jucelino Kubitschek teve suas intenções - de transformar a área em “um bairro aristocrático destinado às camadas de alta renda, com sofisticada infraestrutura de lazer e turismo” - concretizadas através do convite ao

arquiteto Oscar Niemeyer para projetar as edificações que comporiam o complexo arquitetônico da Pampulha. Referências históricas e culturais que expressam o tempo/momento ou o que surgiu - Insere-se no período auge da Arquitetura Moderna no Brasil, compreendido entre 1930 e 1950. Que por sua vez, segue um movimento mundial de inovações técnicas e de uso de materiais, a partir da Revolução Industrial.


significado do uso


Áreas: -

Área do terreno: 15.341m²

- Área 3.236m²

do

Construída:

Programa de Necessidades PROJETO ORIGINAL: - Uso: Cassino. Parte de um complexo de lazer e turismo. - Objetivo: transformar a área em “um bairro aristocrático destinado às camadas de alta renda, com sofisticada infraestrutura de lazer e turismo”.


PROJETO ORIGINAL CASSINO

ADAPTAÇÃO (1957)


PROJETO DE INTERVENÇÃO (2016): - Uso: Museu – Função: expor e manter o acervo. - Programa: Restauro de elementos arquitetônicos; melhoria de área de exposições; espaços para guarda de obras de arte (solucionar problema causado por ausência de controle de luz nos grandes espaços envidraçados); aumentar espaço para acervo (em

constante crescimento); atendimento de normas de segurança e acessibilidade, garantir a integridade do bem cultural em questão. - Impedimentos: devido às restrições de proteção de tombamentos (municipal, estadual, federal e – mais recente - internacional) estão descartadas ampliações e interferências radicais. - Previsão de um anexo


PROJETO CASSINO

ORIGINAL

ADAPTAÇÃO (1957)

PROJETO DE INTERVENÇÃO (2016)

Zoneamento / Acessos / Fluxos TRÊS BLOCOS 1 – Volume prismático regular do salão de jogos que se apresenta como uma caixa de vidro à qual se sobrepõe uma massa construída e recortada, com rampas ligando internamente os diferentes níveis; 2- No volume lateral anexo ao retangular, situam-se a área

de serviço e os banheiros. Seu segundo pavimento, originalmente ocupado por cozinha, atualmente destina-se à área administrativa; 3- O corpo curvilíneo e translúcido que abriga a boate, atuais espaço multiuso e auditório.



plรกstica


Destaque para os elementos característicos da arquitetura moderna: - Planta livre: possibilitado através das paredes estruturantes centrais e pilotis. - Fachada livre: possibilitado através das paredes estruturantes centrais e pilotis. Destaca-se a leveza obtida através do pilotis. - Janela em fita: predominância de grandes aberturas (rasgos envidraçados) - Pilotis: rigorosa modulação estrutural - Terraço/Jardim: há referências no projeto original, porém atualmente, não apresenta jardim no terraço.

Outros elementos: - Brises; -

Pé direito duplo “Alguns autores identificam uma matriz clássica no tratamento plástico da edificação, demonstrado pelo seu traçado regulador baseado na proporção áurea (volume da fachada correspondente ao mezanino em relação ao todo da fachada) ou ainda na relação entre altura do bloco de serviços e seu pilotis, mas principalmente entre a altura do restaurante e parede cega que o coroa” (Dossiê do CMP para inclusão na Lista do Patrimônio Mundial, 2014).


geometria


Parte retangular/retilínea e parte circular. No encontro do prisma retangular do salão com o volume curvo, destaca-se a engenhosa solução volumétrica que resultou na junção harmoniosa de volumes díspares, onde se situa uma escada envolta em superfícies envidraçadas – “justaposição e interpenetração de volumes, ao mesmo tempo fundidos e nitidamente individualizados”, segundo Yves Bruand (2005) Que relações geométricas identificadas na forma do edifício Relação de elementos retilíneos e curvos, observados nas fachadas e em planta (paredes externas, paredes internas, lajes, elementos de circulação vertical, fechamentos em vidro, etc.


estrutura


Concreto Armado


Fechamentos

Alvenaria/Granito

Azulejos

Brises

Carpetes

Pano de Vidro

Espelhos Belgas


o

Vidros

Marmores

Aรงo Inoxidรกvel

Madeira


Esquadrias: Vidro e Metal


Teto

Forro de Gesso

Laje Impermeabilizada


hotel las piedras


genius loci O terreno de topografia variada é dominado por uma paisagem dramática e deslumbrante: árida, rochosa, de vegetação esparsa e rasteira; e com inúmeras áreas alagadiças. O arquiteto optou pela implantação pulverizada das unidades que compõem o complexo, concebidas e distribuídas como módulos isolados, “pousados naturalmente” sobre o terreno, como as próprias pedras – uma solução que visou evitar a construção de

grandes prédios ou volumes que interferissem demais na paisagem.

bangalôs foram mantido sem pavimentação como forma de respeitar o terreno natural.

Os equipamentos foram dispostos em função dos elementos naturais, acompanhando os desníveis do terreno. Todas as edificações do hotel foram dispostas priorizando a vista do terreno. Cada bangalôs tem varanda aberta para a paisagem sem que se perdesse a privacidade, ou seja, nenhum hóspede visualiza a varanda do outro. O acesso aos

A piscina foi instalada na parte mais alta do terreno, com vista privilegiada da paisagem ao redor, tendo ainda a vantagem de estar em uma depressão natural encravada entre as pedras.


iconologia


O próprio nome do empreendimento faz referência às pedras existentes no terreno. Vemos a harmonização da arquitetura com o ambiente natural através das cores e materiais brutas das fachadas; e também por meio dos volumes simples das edificações. Os bangalôs isolados entre si, locados de forma orgânica, expõe essa relação com as pedras espalhadas pelo terreno.

Versão dos Autores O próprio nome do empreendimento faz referência às pedras existentes no terreno. Vemos a harmonização da arquitetura com o ambiente natural através das cores e materiais brutas das fachadas; e também por meio dos volumes simples das edificações. Os bangalôs isolados entre si, locados de forma orgânica, expõe essa relação com as pedras espalhadas pelo terreno.


identidade


Grupo Fasano, já conhecido no meio da gastronomia, inaugura em 2003 o seu primeiro hotel em São Paulo. Em 2007 abre uma unidade na Praia de Ipanema, RJ e se funde com a empresa JHSF, líder do setor imobiliário de alta renda. No ano seguinte, Punta del Este, Uruguai foi considerada o balneário mais luxuoso da América do Sul pela revista Forbes superando Cartagena de Indias, na Colômbia, e Armação de Búzios e Balneário Camboriú, no Brasil. Já em 2010, o grupo, vislumbrando esse mercado em ascensão, abre sua primeira filial internacional na cidade de Punta del Este.

Como qualquer cidade de veraneio, Punta passa pela alta estação durante o verão, quando as temperaturas médias ficam na casa dos 20°C. Nesse período, todos os restaurantes estão abertos e os hotéis têm lotação máxima, já no inverno, com temperatura de 11°C, a dinâmica é completamente diferente - muitos restaurantes e hotéis ficam fechados e as ruas esvaziam-se. Assim como a dinâmica da cidade os bangalôs do hotel foram projetados para a alta temporada, verão. Apesar do projeto seguir uma linguagem contemporânea mantem as características

históricas originais de duas edificações pré-existentes. O cenário havia inspirado o antigo proprietário do terreno a erguer, com as pedras do próprio local, a sua casa e um estúdio em anexo. O arquiteto Isay Weinfeld, na primeira visita de reconhecimento do terreno, não tive dúvida de que essas construções – rústicas e artesanais – deveriam ser preservadas. A casa reformada para funcionar o restaurante Las Piedras e a recepção do hotel, preserva as paredes espessas de pedra bruta que contornavam a frente original da casa. As plantas trepadeiras planta-

das no local escondem toda a fachada, tornando essa edificação ainda mais camuflada com a paisagem. Nas áreas de ampliação optou-se pelo usado uso de concreto e vidro. Já no local do anexo passou a funcionar o restaurante Fasano. Nesse espaço, todas as paredes, pisos e forro originais foram mantidos e deixados expostos. A cozinha foi construída em uma anexo em concerto aparente.


significado do uso


ZONEAMENTO Cada uso e função está situada em uma edificação específica que foi zoneada no terreno conforme imagem ao lado. Em função da melhor visualização da paisagem, as edificações foram posicionadas. Tendo em vista, essa finalidade, os acessos aos blocos concentram-se na fachada posterior ao da paisagem. Observa-se que, os caminhos sinuosos acompanham as características naturais do terreno.


FLUXOGRAMA RECEPÇÃO/ RESTAURANTE LAS PIEDRAS


FLUXOGRAMA RESTAURANTE FASANO


FLUXOGRAMA RESTAURANTE FASANO

FLUXOGRAMA BANG


GALÔ 120M²

FLUXOGRAMA BANGALÔ 80M²


plรกstica


SPA: O spa consiste de um volume térreo, retangular puro, sem sobressaltando na fachada em concreto aparente. A cobertura é do tipo laje impermeabilizada ficando oculta pelas platibandas, resultando dessa forma em um volume simples e minimalista. O concreto aparente mitiga a edificação em meio a paisagem natural. A planta tem entrada com planta simétrica , recepção no meio, separando duas entrada com banheiros exatamente iguais de cada lado.

Todas as salas (de tratamento, sauna seca e úmida, piscina e relaxamento e suíte privativa) foram alocadas no perímetro da construção, deixam ao centro um espaço para um pequeno jardim descoberto, em torno do qual se organiza a circulação. A escolha dos materiais e a luz filtrada que entra através das aberturas nas paredes de concreto e dos domos contribuem para um clima de serenidade em todos ambientes. Na área da piscina, um ras-

go envidraçado na parede acompanha o comprimento e largura da piscina. A vidraça privilegia a vista para os usuários internos a piscina ou deitado nas espreguiçadeiras.


BANGALÔ Os bangalôs de linhas contemporâneas possuem dois tipos de tipologias, uma com 120m² e outra com 80m². Ambos os tipos possuem um quarto, varanda, banheiro, depósito e garagem (como os blocos do local são afastados e o terreno possui desnível foi previsto o uso de carro no deslocamento). O que diferencia uma planta da outra é a existência de uma sala no tipo maior de bangalô. Apesar de serem de dimensões diferentes, os bangalôs apresentam a mesma estética externa. No tipo de 80m², a planta é mais retan-

gular do que a de 120m², que se assemelha mais à um quadrado. Ao optar pela laje impermeabilizada a edificação resultou em uma forma prismática mais horizontalizada. A edificação não possui janelas abertas na fachadas laterais, que são totalmente monolítica em concreto aparente. A iluminação natural entra para o quarto e para a sala através da porta de vidro que se abre para varanda que, por sua vez, tem uma contribuição maior de iluminação das pérgolas de concreto do teto. As cores e materiais da edificação assemelham as colorações do entorno.


BAR/ PISCINA A piscina instalada em uma depressão natural, encravada entre as pedras, possui forma orgânica ameboide. Logo ao lado, foi colocado um container de aço corten para abrigar os vestiários, o bar e o lounge que atende os hóspedes na piscina. A edificação de forma retangular configurou toda a planta no sentido linear. Na área do bar lounge as paredes das laterais foram removidas dando a impressão da edificação ser menos horizontalizada do que é. Toda a circulação de ar dos ambientes internos é do tipo zenital com vistas a resguardar

a forma continua das fachadas laterais simétricas entre si. Devido ao declive do terreno, parte do lounge fica em balanço, dando a impressão da edificação flutuar. O arquiteto tomou partido do guarda-corpo dessa área. O elemento com base de vidro e peitoril de madeira serve de mesa para banquetas alta, favorecendo a apreciação da paisagem. O container de aço corten apesar de ser tipicamente de linguagem contemporâneo dialoga, devido a sua coloração avermelhada e patinada, com o ambiente rústico e natural da região.


estrutura


ESTRUTURA EM CONCRETO APARENTE COM ACABAMENTO RIPADO As paredes externas dos bangalôs, Spa e da área da cozinha do restaurante Fasano, são do tipo de concreto armado, que serve ao mesmo tempo de estrutura, vedação e material de acabamento. Internamente as paredes de entres os ambientes são em alvenaria. O acabamento da fachada em concreto ripado aparente deixa exposto a textura “irregular” da forma para concretagem da estrutura.

ESTRUTURA EM PEDRA BRUTA As paredes pré-existentes do restaurante Fasano e da Recepção são em pedra bruta do próprio terreno, devido à utilização desse material as paredes são bem espessas. Nos Bangalôs, o material foi usado para estabilizar a edificação no terreno de topografia variada. Já na área da piscina, as pedras estruturam e deram forma. Em todos os casos, a pedra bruta foi usada ao mesmo tempo para estruturar e dar acabamento, vemos a verdade dos materiais.


CONTAINER AÇO CORTEN No Bar da piscina o container da forma e estrutura a edificação. Externamente foram aplicadas chapas de aço corten, material muito eficiente conta a corrosão. Uma das características desse material é a camada de óxido de cor avermelhada que se forma quando ocorre a exposição do aço aos agentes corrosivos do ambiente. Como resultados vemos um efeito patinado da superfície.

ESTRUTURA EM MADEIRA Nesse projeto a madeira foi aplicada de diferente formas. Na varanda do Restaurante Fasano os pilares são em tronco de madeira e o deck em régua. Vemos a madeira tanto com função estrutural e de acabamento, já que os pilares de madeiras suspendem o deck da varanda do declive na colina rochosa. No interior do restaurante o assoalho e o forro de madeira, originais da edificação pré-existente foram mantidas. Nos bangalôs, a madeira é aplicada no forro, no piso e na parede da varanda. O material foi escolhido para dar o aconchego esperado de uma hotel/spa.


Em todos as edificações os materiais utilizados são o mais verdadeiro possível, ou seja, pedra é pedra, madeira é madeira, concreto é concreto. Vemos quanto o arquiteto prezou por valoriza-los. Como consequência, vemos um arquitetura de linhas contemporâneas que se dialoga tão livremente com o ambiente rústico e natural da paisagem, ou ponto de em alguns casos até chegar a se camuflar.


hospital sara kubtschek fortaleza

O Hospital da Rede Sarah Kubitschek, localizado na cidade de Fortaleza, é uma unidade destinada à neurorreabilitação de adultos e crianças com lesão medular e lesão cerebral, como também a investigação diagnóstica de doenças neurológicas com repercussão motora e sensitiva, além do atendimento clínico a adultos (dor na coluna vertebral), de acordo com site da instituição. PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS OU RESTRIÇÕES O Hospital Sarah Kubitschek – Fortaleza, localiza-se no Bairro de Passaré, na zona sul da capital, numa área de pouco adensamento e baixo gabarito, localizada a 12km do mar e longe das ações nocivas da maresia, que poderiam provocar danos aos equipamentos hospitalares. A ventilação predominante no sentido LesteOeste, bastante abundante, foi fator decisivo para garantir conforto térmico natural da edificação. As características do terreno, a natureza do solo e o nível de lençol freático também foram favoráveis a execução da obra.

Apesar das dimensões generosas do lote onde o Hospital foi implantado, o arquiteto optou por uma edificação mesclada entre volume horizontal e vertical, com a finalidade de preservar uma grande área arborizada existente em uma das extremidades do terreno. Além disto, os Hospitais da Rede Sarah, implantados em várias regiões do Brasil, tinham como objetivo desenvolver sistemas construtivos que atendessem as necessidades de produção e montagem de modo racional. Os sistemas construtivos adotados partiam de soluções pré-fabricadas em argamassa armada. O arquiteto responsável pelos projetos de arquitetura, Lelé, também tinha como premissa o conforto térmico natural.


genius loci Os fatores do lugar, tais como uma colina ou um vale, um rio ou uma estrada, podem ser considerados como força e, como tal, atuam direta ou indiretamente sobre a forma. (Baker). Sob esta perspectiva, considera-se que a localização da edificação na cidade de Fortaleza, local de clima quente e úmido, numa cidade litorânea e de ventilação abundante, contribuiu para a expressão da forma, que toma proveito destes aspectos. A distância de 12km em relação ao mar também permite uso de equipamentos hospitalares sem preocupação com os danos que a maresia poderia ocasionar.


iconologia


O edifício faz referências a princípios, formas e elementos vistos na natureza. Assim como o sol, o volume vertical do edifício é bem iluminado e transparente, permite a passagem da luz e se ergue numa forma radial e circular, que lembra a estrutura solar. A cobertura do volume horizontal, projetada para captar a ventilação e direciona-la para o interior do edifício, faz um jogo de repetição, criando uma ilusão de movimento devido a forma, que remete ao direcionamento e forma dos ventos. Na área externa, onde se localizam os solariuns, lugar de integração dos pacientes com o ambiente externo, as estruturas pré-moldadas em concreto com uma estrutura central, que comporta uma grande área circular e plana, assemelha-se a uma estrutura de flor, com pedúnculo e pétalas


identidade


A obra se encaixa no contexto da arquitetura contemporânea, mesclando tendências e materiais, e desenvolvendo soluções de conforto térmico para questões abordadas nos dias atuais. O projeto do Hospital Sarah insere também materiais novos, novas técnicas de construção, além de integrar a natureza ao ambiente construído. A intenção do arquiteto em proporcionar o conforto térmico natural, obter eficiência energética e relacionar-se com a natureza, revelam conceitos encontrados nos princípios da sustentabilidade


significado do uso


O acesso ao terreno é feito por entrada única no nível térreo. A partir de então o fluxo é distribuído entre o edifício principal, onde são reali-zados os primeiros atendimentos, a residência médica e a escola de excepcionais, todos com estacionamento próprio. O hospital é composto por volumes horizontais e um vertical, sendo o vertical com 7 pavimentos, os horizontais no nível térreo, e um trecho semienterrado. Ao chegar ao edifício principal o visitante é direcionamento à recepção e posteriormente encaminhado para as salas de

especialidades. No pavimento semienterrado se localiza o espaço administrativo e serviços, além do refeitório para os funcionários. Os demais pavimentos do volume vertical abrigam as enfermarias e apartamentos. A residência médica e as escolas de excepecionais ficam separadas do bloco principal na extremidade do terreno. O fluxo interno do Hospital se faz de maneira contínua e direcional. As salas são dispostas de forma a facilitar a organização do espaço e facilitam a localização dentro do edifício


plรกstica


A escolha pela mistura de volumes horizontais e vertical atribui identidade ao Hospital, diferenciando dos demais da mesma rede. As soluções para captação da ventilação e iluminação natural, alcançadas através de um sistema que compõe aberturas superiores na cobertura e galerias subterrâneas iniciadas através de um espelho d’água, além dos elementos de proteção solar e áreas de integração com a área externa, se destacam e despretensiosamente concebem o volume do edifício. A ideia principal é proporcionar a integração do edifício com o natural, seja pela integração do verde, principalmente no seu interior, seja pela inclusão de elementos que remetem a natureza na sua concepção. Ademais, o arquiteto busca aproveitar as vantagens que o lugar lhe proporciona, e a plástica gerada nada mais é que consequência das características do lugar atreladas ao programa de necessidades do projeto


geometria


Se tratando de uma edificação hospitalar com configuração retilínea em planta, eixo linear principal e eixos lineares secundários, percebe-se que este tipo de configuração facilita os acessos nas áreas de atendimento, proporcionado rapidez e fluidez. A mesma configuração se aplica aos outros níveis do edifício. Este mesmo sistema não se aplica ao volume vertical, que possui em fachada um sistema de disposição radial simétrico correspondendo a um quarto de círculo. O mesmo sis-

tema radial também pode ser encontrado na estrutura externa do solarium, que possui um eixo de estrutura central coroado por uma espécie de platô circular, contornado por pré-moldados de concreto. O edifício principal também possui uma modulação vertical que se repete em toda sua extensão. O módulo consiste no espaço do ambiente juntamente com o sistema desenvolvido para aproveitamento da iluminação e ventilação, criando um ritmo contínuo


estrutura

A concepção estrutural do projeto abraça a fase do uso das novas tecnologias, os novos materiais e técnicas de construção. Além da funcionalidade e praticidade que estas permitem, desenvolvem um sistema racional construtivo, tornam o processo construtivo mais limpo e coerente. No Hospital Sarah – Fortaleza foi utilizado em abundancia o concreto pré-moldado juntamente com aço, proporcionando a flexibilidade da forma e possibilitando a construção dos sistemas de ventilação através das aberturas zenitais



ANÁLISE DE CONTEÚDO O arquiteto João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, formou-se Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro no ano de 1955. Suas se encontram atualmente espalhadas por todo país, e dentre elas, destacam-se os projetos desenvolvidos para a Rede de Hospitais Sarah Kubitschek, sendo o primeiro deles projetado pelo arquiteto na década de 1980, em Brasília. A concepção dos projetos dos edifícios que abrigam os hospitais tem como raciocínio a organização do espaço em função dos pacientes e o tratamento integrado com o ar livre. Para atender a demanda por unidades em várias regiões do país foram desenvolvidos sis-

temas construtivos e utilizados materiais que facilitassem o transporte e montagem de forma mais racional. O Hospital da Rede Sarah Kubitschek – Fortaleza, projetado em 1991, foi concebido em argamassa de concreto e aço, o que possibilitou a eficiência no funcionamento dos sistemas de ventilação. Como elementos integrantes desse sistema, os dutos de ventilação localizados no pavimento térreo, no mesmo nível e com abertura voltadas para lago existente, permitem a entrada do ar fresco, que é purificado e resfriado pelo lago. O ar fresco é direcionado para o ambiente através de aberturas no nível do piso, percorre o espaço e finaliza seu percurso sendo sugado pela abertura zenital, o shad.

Um bosque de árvores foi preservado na extremidade do lote, local onde foram construídos a residência médica e a escola de excepcionais, servindo dessa forma para auxiliar no processo terapêutico dos pacientes. O edifício destinado a internação possui 6 níveis, integrados e abertos para um espaço interno verde protegido por uma cobertura em arcos metálicos e venezianas que amenizam a entrada dos raios solares. Este edifício foi posicionado estrategicamente no quadrante Norte para que não barrasse os ventos vindos do Sudeste, aproveitados em todo o bloco horizontal. Dentre os ambientes do hospital, poucos fazem uso da climatização artificial, como o auditório e centro cirúrgico.




Este termo aborda as referências sobre o lugar onde a edificação está inserida, tais como aspectos: da cidade, do bairro ou da vizinhança, bem como condicionantes naturais. O projeto está inserido numa praça da pequena cidade de Pardinho-SP em um bairro residencial num terreno em leve declive o edifício possui caráter público e comunitário sua tipologia se integra com esse espaço verde, Possui um palco com auditório aberto na própria praça com capacidade para 500 pessoas. Como o Instituto Jatobás nasceu na Fazenda dos Bambus, este material não poderia deixar de estar presente em sua estrutura: soma-se às características ecológicas e a proposta de sustentabilidade que norteou oprojeto.













Figur 50 : fachada sul centro cultrual marx feffer.






UNWIN



red bull station


EMPREENDIMENTO QUE UNE DIFERENTES FORMAS DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA PROJETO ORIGINAL Autoria: Desconhecido Data da Intervenção: 1926 Uso original: subestação Riachuelo (desativada em 2004) Tombamento: apenas a fachada foi tombada, em nível municipal.

INTERVENÇÃO Autoria: Triptyque Architecture Data da Intervenção: 2013 Uso atual: espaço cultural Local: São Paulo - Brasil

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO


histรณrico


O edifício onde hoje se encontra o Red Bull Station foi construído em 1926 para abrigar uma subestação de energia da empresa “São Paulo Tramway, Light and Power Company”, comumente chamada de Light. O prédio foi construído em virtude da necessidade de expansão da empresa para atendimento à demanda gerada pela mudança dos bondes, que até então eram puxados a burro, sendo substituídos pelos elétricos. Após inaugurado, passou a ser chamado de Subestação Riachuelo, como referência a Rua Riachuelo, uma das três ruas que se interligavam no entorno da edificação. Posteriormente, em 1968, foi aberta a Avenida 23 de Maio,

uma via expressa de grande fluxo de veículos. Esta intervenção então reduziu o fluxo de pedestres no entorno da edificação, isolando-a, uma vez que as travessias passaram a ser feitas por passarelas. Em 2004 a subestação foi desativada e o prédio passou do uso ao esquecimento, sendo alvo de depredações ao longo dos anos. Porém, em 2013 a Red Bull, após adquirir o imóvel, deu-lhe novo uso, desta vez voltado para as artes. Foi então criado o Red Bull Station, um empreendimento com múltiplos usos, que variam desde a residência artística, ateliês, galeria, café, estúdio de música, entre outros. (NASCIMENTO, 2013)

PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS/RESTRI/ ÇÕES IMPOSTAS AO LIVRE EXERCÍ/ CIO PROJETUAL Por se tratar de uma edificação de valor patrimonial, os arquitetos depararam-se com restrições legais referentes ao tombamento da fachada em nível municipal, que deveria ter suas características preservadas. O valor histórico do prédio, consequentemente, norteou as tomadas de decisões projetuais, influenciando-as na busca por alternativas que atendessem os novos usos sem impactar negativamente no patrimônio existente.


templos e chalĂŠs


Na proposta de intervenção desenvolvida pelos arquitetos, a escolha dos materiais ocupa lugar de destaque para criar contraste entre o novo e o antigo. Neste contexto, a intervenção no patrimônio em questão contempla: – Uso do metal como material em evidência em diversos elementos na edificação (escada e cobertura, por exemplo); – Valorização da pintura antiga, deixando-a exposta, o que ressalta a importância histórica da edificação; – Instalações aparentes, contrastando com a edificação

e evidenciando as diferenças entre o prédio existente e a intervenção. Em se tratando de intervenções no patrimônio histórico, esta busca pelo contraste foi uma tendência explorada pelos arquitetos modernistas do início do século XX, e corroborada por documentos patrimoniais como a Carta de Atenas (NESBITT, 2008). O projeto então alinha-se com o conceito modernista, sendo uma estratégia adotada largamente em vários detalhes do conjunto composto pelo antigo e novo.


elementos modificadores


As pinturas desgastadas criam texturas nas paredes, que ressaltam a antiguidade da edificação. Embora, de acordo com a metodologia proposta por Unwin, a textura enquadre-se na categoria de elementos modificadores, é importante ressaltar que se observa uma interligação entre o uso da textura e o conceito

de contraste, já explicitado anteriormente. A textura criada pelo desgaste da pintura nas paredes, neste caso, evidencia que se trata de uma edificação antiga, ao mesmo tempo em que cria um contraste entre os materiais utilizados originalmente e os novos.


geometria


Na intervenção proposta, a nova cobertura, no último andar do edifício, apresenta uma forma geométrica que contrasta com a edificação antiga, assemelhando-se a uma folha de papel. Ela também possui a função de captação de água da chuva para uso posterior no próprio edifício. A sua forma e posicionamento em relação a edificação existente contri-

buem para evidenciar que se trata de uma nova intervenção. Ainda a respeito da geometria, a proposta incluiu a construção de um estúdio de música dentro da edificação antiga, cuja forma em concreto armado, paredes e cobertura em ângulos diversos, se destacam diante da ortogonalidade de outros ambientes encontrados originalmente


transição, hierarquia, coração


O arranjo proposto pelos arquitetos permite que se tenha acesso direto à área da cobertura sem a necessidade de passar por nenhum ambiente interno à edificação. O percurso até o último pavimento é feito por meio de uma escada metálica descoberta, que proporciona a apreciação da paisagem ao longo de todo o trajeto. Ao chegar na cobertura, é possível ter uma ampla visão do entorno. Há, uma intenção de valorizar a

área da cobertura como espaço de convivência, e a facilitação do acesso a ela já a partir da entrada do empreendimento contribui para se atingir o objetivo. Internamente, os ambientes são organizados de maneira que as atividades centrais, como museu e estúdio de música, ocupem as áreas de maior destaque, enquanto serviços como banheiros e área técnica são dispostos ou no subsolo, ou em posições mais periféricas


estratificação


Embora a intervenção não tenha sido responsável pela definição dos níveis internamente à edificação, visto que os pavimentos já existiam, foi ela quem propôs uma nova relação entre o nível da cobertura e o solo, interligando-os diretamente. A solução adotada para a cobertura também relembra um dos cinco pontos propostos por Le Corbusier em “Les 5 points d’une architecture nouvelle”: o terraço

jardim. No último nível da edificação, o que se observa é um espaço que, embora faça parte do prédio, se assemelha a uma praça pública, com vista ampla para a cidade. Praça esta que, na verdade, é composta pela harmonia entre elementos novos e antigos, como o chafariz, que existia originalmente e foi reativado, e a área de convivência sob a folha.






Interporto de Nola

Vulcano Buono

Nola




Figura 06. Pavimentos Térreo e Superior (Fonte:https://www.vulcanobuono.it/ )







Figura 14. Cobertura geral (Fonte: https://divisare.com/projects/120989-renzo-piano-buildingworkshop-michele-nastasi-vulcano-buono) Figura 15. Detalhe da cobertura vegetal (Fonte: https://divisare.com/projects/12098 9-renzo-piano-building-workshopmichele-nastasi-vulcano-buono)






















forma “O projeto em forma de vulcão é uma alusão explícita ao Vesúvio que foi reduzido na escala 1:50 a fim de que se mantivessem as mesmas proporções do vulcão.” contexto “Copia a natureza em frente a ela porque a arte é sempre um roubo da natureza, rouba abertamente a responsabilidade de retribuir.” forma + contexto + coração “Mais que mera imitação eu falaria de alusão. Reconhece-se algo como acontece frequentemente na música; Ninguém está ciente de ter reconhecido, mas não sabe o quê. É desse modo que a relação entre estrutura, espaço e emoção se desenvolve.”

emoção "Claro que o espaço é composto de volumes, altos volumes e baixos volumes, compressões e expansões, calma e tensão, planos horizontais e planos inclinados, são todos elementos chamados a criar emoções". elementos modificadores Para a construção do espaço, outros elementos intangíveis participam, instrumentos sensíveis que ligam a função às escolhas arquitetônicas e a outros fatores que condicionam o ambiente, como: luz, transparências, vibrações de cor. Eles constituem os elementos emocionais do espaço que condicionam sua percepção.

Renzo Piano


escultura "Estou interessado em moldar a forma e o produto juntos e para esculpir fortemente o chão deixando uma marca que risca a natureza ou o planejamento urbano anterior, mas também faz da arquitetura uma cúmplice, participante, imbuída das geometria características do território" A geometria complexa de sua forma de cone truncado é obtida interceptando os três sólidos de rotação com uma série de cortes radiais que compõem as entradas, cujo tamanho varia de acordo com suas diferentes funções: acesso de pedestres, automotivo, carga / descarga de mercadorias. localização “Há dois elementos-chave neste projeto: o volume construído integrado a paisagem, quando visto de longe, e a identificação da praça interna à participação alegre, a urbanidade como uma Renzo Piano experiência de convívio e coletivo, típico dos hábitos italianos e sobretudo dos napolitanos ".


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Fonte: yarima881.wordpress.com









Imagem 13: Cercamento em vidro da sala de aula













Imagem 35: Entorno da Escola

Fonte: www.archdaily.com





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Os paralelos e plano recebem linhas verticais que mais tarde se transformam em pilares.














bibliografia


http://aasarchitecture.com/2016/03/redevelopment-of-les-halles-station-by-patrick-berger-and-jacques-anziutti-architectes.html http://www.europe1.fr/societe/en-images-les-halles-du-ventre-de-paris-a-la-canopee-2710567#2710603 http://www.parisleshalles.fr/le-projet-002 https://www.flickr.com/photos/phosrex/3978833001/in/photostream/ https://www.rungisinternational.com/nous-connaitre/un-patrimoine-gastronomique/le-marche-de-rungis-au-fil-du-temps/ http://leluft.blogspot.com/2014/05/les-halles.html http://paris-atlas-historique.fr/16.html HUARD, Michel. Les Halles. Paris: Topsite Express, 2017. DisponĂ­vel em: <http://paris-atlas-historique.fr/16.html>. Acesso em: 10 out. 2018.


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