O 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO NA II GUERRA MUNDIAL Gen Ex Renato Cesar Tibau da Costa 1ª edição MMXX
O 1ยบ ESQUADRร O DE RECONHECIMENTO NA II GUERRA MUNDIAL
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O 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO NA II GUERRA MUNDIAL
!Quem era aquele Cavaleiro Desconhecido" Era a encarnação anônima e gloriosa do limite humanamente insuperável da ação de uma Arma#$
CAVALARIA#
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AOS INTEGRANTES DA CAVALARIA BRASILEIRA DE TODOS OS TEMPOS E À MEMORIA GEN PLÍNIO PITALUGA CEL FLÁVIO FRANCO FERREIRA, OFICIAIS E PRAÇAS DO 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO/FEB
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SUMÁRIO Prefácio Lista de abreviaturas Introdução
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Capítulo I
17 A SITUAÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA E MILITAR DO PAÍS EM 1942
- A situação política e econômica - As Forças Armadas - Fatos que levaram o Brasil a entrar na guerra - A criação da FEB e da 1ª DIE; a nomeação do Comandante - A criação do 1º Esquadrão de Reconhecimento - Antecedentes da motomecanização do Exército Brasileiro - O 1º Esquadrão de Reconhecimento - Os Comandantes do 1º Esqd Rec/1ª DIE - Cap Cav Flávio Franco Ferreira - Cap Cav Plínio Pitaluga - A organização do 1º Esqd Rec
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CAPÍTULO II O 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO EM OPERAÇÕES NA II GUERRA MUNDIAL
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- A missão da Cavalaria - O treinamento da tropa no Brasil - O Destacamento FEB (15 Set a 2 Nov 1944) - A viagem para a Itália - A ação do 2º Pel Rec de 16 Set a 6 Nov 44 - Ações no vale do rio Reno de 9 Nov a 12 Dez 44 - Os primeiros ataques a Monte Castelo (24 e 25 Nov 44) - O terceiro ataque ao Monte Castelo (29 Nov 44) - O quarto ataque a Monte Castelo (12 Dez 44) - A defensiva de inverno (13 Dez 44 a 20 Fev 45) - A retomada da ofensiva (20 Fev 45 a 13 Abr 45) - O quinto ataque a Monte Castelo (21 Fev 45) - O período de 27 Fev a 13 Abr 45
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- A ofensiva da primavera (14 a 23 Abr 45) - Montese - O Avanço até Vignola - O Avanço pelo vale do Pó (24 a 29 Abr 45) Início do aproveitamento do êxito e da perseguição - O ataque a Collecchio - O cerco em Fornovo di Taro - A consolidação da vitória (30 Abr a 7 Maio) - Regresso ao Brasil (12 Jun a 12 Jul 45)
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ANEXOS 1. Relação do efetivo do embarque do Esqd Rec a. No primeiro escalão da FEB b. No segundo escalão da FEB 2. Elogio consignado pelo Cmt 1ª DIE ao 1º Esqd Rec 3. Proclamação do Gen Mascarenhas de Moraes quando cessaram as hostilidades na Itália 4. Citações do Livro de memórias do Marechal Mascarenhas de Moraes (1º Volume) 5. Elogio ao 1º Esqd Rec – Livro "A Verdade sobre a FEB# do Cel Lima Brayner, Chefe do EM da 1ª DIE 6. Comentários do Cap Pitaluga sobre a atuação do 1º Esqd Rec 7. Calcos de operações realizadas pelo 1º Esqd Rec a. Prosseguimento do avanço a partir de Montese b. Plano de defesa contra paraquedistas c. Reconhecimento sobre Sassuolo, S. Polo D$enza e Parma d. Zona de acampamento e instrução e. Retomada do contato na região de Marano Sul Panaro f. Operações de 21 de novembro a 23 de dezembro de 1944 g. Atuação na região de Alessandria
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8. Outras fotografias da FEB 9. Cartas Topográficas da Itália (Z Aç da FEB)
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PREFÁCIO No ano que se comemora os 75 anos do batismo de fogo da Força Expedicionária Brasileira (FEB), nada mais justo que lembrar os feitos heróicos da FEB. Eles devem ser enaltecidos, não só por imposição de patriotismo, mas, também, como justo preito ao valor de nossos bravos "pracinhas", que legaram às atuais gerações admiráveis exemplos de abnegação, sacrifício e amor à Pátria. A intenção foi resgatar, relembrar e preservar a legítima história do 1º Esquadrão de Reconhecimento, integrante da Força Expedicionária Brasileira, na II Guerra Mundial. Baseado em fontes primárias idôneas, procura relatar de forma clara, objetiva e vibrante os principais eventos que aquela pioneira subunidade de cavalaria mecanizada participou em solo italiano. A atuação do Esquadrão de Reconhecimento é plena de personagens e fatos carregados de inúmeras e proveitosas lições para os cavalarianos. Sob o comando do Cap Franco Ferreira e do Cap Plínio Pitaluga, o Esquadrão reeditou, na Itália, os feitos de Osório e Andrade Neves, épicos centauros que, à frente de esquadrões de cavalaria tudo levavam de roldão em cargas espetaculares, combatendo em defesa da soberania da Pátria. Nas diversas fases da campanha, ficou comprovada a flexibilidade e a versatilidade da Arma de Cavalaria. Manobrando com desenvoltura, tanto na defensiva como na fase da ofensiva, o Esquadrão cumpriu as missões clássicas da Nobre Arma, reconhecendo, proporcionando segurança e combatendo em prol da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. Quando foram obrigados a apear e combater a pé, os cavalarianos atuaram como lídimos fuzileiros, cavando trincheiras, instalando postos de vigilância e realizando patrulhas de reconhecimento ou de combate. Sem ser um tratado de estratégica ou de tática, explora a aplicação dos conceitos doutrinários na dura realidade dos combates, os quais redundaram em vitórias consagradoras nas alturas da Linha Gótica e na ofensiva da primavera, que se encerrou com a perseguição e cerco da divisão alemã. Assim, buscou contribuir de forma modesta à farta historiografia militar brasileira existente acerca da FEB.
Cel Cav Ernildo Heitor AGOSTINI Filho
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LISTA DE ABREVIATURAS AP – Autopropulsado Asp Of – Aspirante a Oficial Atq – Ataque Bda – Brigada BI – Batalhão de Infantaria Bld – Blindado BR – Brasil CAC – Canhão anticarro Cap – Capitão Cav – Cavalaria Cb – Cabo CC – Carro de Combate Cel – Coronel CEx – Corpo de Exército Cia – Companhia CIMM - Centro de Instrução de Motorização e Mecanização Cmdo – Comando Cmt - Comandante CPP – Cia Petrechos Pesados DIE – Divisão de Infantaria Expedicionária Div – Divisão Dst – Destacamento E – Este EM – Estado-Maior EMR – Escola Militar do Realengo Eng – Engenharia Esqd – Esquadrão FEB – Força Expedicionária Brasileira FT – Força-Tarefa Gen – General GER – Germânico GM – Guerra Mundial GO – Grupo de Obuses Gp – Grupo
Int - Intendência LP – Linha de Partida Maj – Major Mec – Mecanizado MMF – Missão Militar Francesa Mnt – Manutenção Mrt – Morteiro Mth – Montanha Mtr – Metralhadora N – Norte Nr – Número NW - Noroeste O – Oeste (W) O Op – Ordem de Operações PC – Posto de Comando PE – Polícia do Exército Pos – Posição PG – Prisioneiro de Guerra QG – Quatel-General Rad - Rádio Rec – Reconhecimento Rgt – Regimento RI – Regimento de Infantaria RO – Regimento de Obuses S – Sul Sau - Saúde Sgt – Sargento ST - Subtenente SW – Sudoeste Task Force (TF) – Força-Tarefa Ten – Tenente TO – Teatro de Operações Ton – Tonelada Trans – Transmissões (Comunicações)
USA – Estados Unidos Vtr – Viatura Z Aç - Zona de Ação
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INTRODUÇÃO O objetivo deste livro é descrever o emprego e ação do 1º Esquadrão de Reconhecimento da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária que fez parte da Força Expedicionária Brasileira enviada ao Teatro de Operações Italiano para combater o nazifascismo durante a 2ª Guerra Mundial. Serão apresentados em uma primeira parte, de forma sintética, os fatos que levaram o Brasil a entrar na guerra; a situação econômica, política e militar do País à época; a declaração de guerra; a criação da Divisão Expedicionária, a nomeação do Comandante e a sua constituição; os problemas enfrentados na seleção do pessoal e no treinamento da tropa; a criação do 1º Esquadrão de Reconhecimento com um breve histórico da vida militar de seus dois Comandantes. A segunda parte abrangerá, em uma sequência cronológica, o emprego do 1º Esqd Rec desde a chegada dos primeiros integrantes à Itália até o final da guerra e o regresso ao Brasil. As fontes primárias, assim consideradas por mim, foram: o "Relatório do 1º Esquadrão de Reconhecimento na Campanha da Itália# de 01/Jan/1946 do Cap PLÍNIO PITALUGA (Arquivo Histórico do Exército); as "Folhas de Alterações do Cel Cav PLÍNIO PITALUGA e do Cap Cav FLÁVIO FRANCO FERREIRA (Arquivo Histórico do Exército)#; o livro "Memórias# do Marechal MASCARENHAS DE MORAES (Bibliex – 1969) Volume 1 e o livro "O Brasil na II Grande Guerra#do Ten Cel MANOEL THOMAZ CASTELLO BRANCO (Bibliex – 1960). Outros documentos e livros consultados: "Os Blindados Através dos Séculos#, Cel J V PORTELLA F ALVES (Bibliex - 1964); "Extermine o inimigo#, professor DENNISON DE OLIVEIRA (Editora Juruá/2015); trechos do livro "Venturas, Aventuras e Desventuras - Tomo I#, GUSTAVO ADOLFO FRANCO FERREIRA, (Internet); "Um Capitão de Infantaria da FEB#, Gen RUY LEAL CAMPELLO (Bibliex -1999); História Oral do Exército na II Guerra Mundial - Tomo1# (Bibliex 2001); "O Brasil e a sua guerra quase desconhecida#, JOÃO BARONE (Editora Nova Fronteira - 1962; Participação das Forças Armadas e da Marinha Mercante do Brasil na II Guerra Mundial, CLÁUDIO MOREIRA BENTO (AHIMTB - 1995); Histórico do Esqd Ten AMARO (Internet). Os esboços que fazem parte do texto foram feitos a partir dos existentes nos livros "O Brasil na II Grande Guerra# e "Memórias# e alguns baseados em imagens do Google; as fotos e as cartas topográficas italianas de 1944 são do "Arquivo Histórico do Exército# e do "Museu do Esquadrão Ten Amaro#.
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CAPÍTULO I 1. A SITUAÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA E MILITAR DO PAÍS EM 1942: a. Situação política e econômica Desde 10 de novembro de 1937 o Brasil vivia sob a ditadura do Estado Novo onde a Câmara Federal e o Senado foram fechados. O Presidente da República era GETÚLIO VARGAS. Em 1942 o Brasil era um país pobre, de economia baseada em produtos agrícolas (café, algodão, borracha, cacau). A população aproximava-se dos 51 milhões sendo que 64% viviam no campo (32 milhões). A educação de bom nível estava restrita aos grandes centros, localizados principalmente no litoral. O número de analfabetos era elevado, atingindo mais de 60% da população. As maiores indústrias existentes eram, basicamente, de tecidos e de alimentos. Transporte: das estradas existentes, a maioria era de terra; as pavimentadas não ultrapassavam os 500 Km; havia estradas de ferro e navegação de cabotagem que também faziam o transporte de passageiros e de cargas. A higiene e saúde da população, além da infraestrutura sanitária, ainda eram precárias. b. Forças Armadas 1) EXÉRCITO: O efetivo era de pouco mais de 60.000 homens; a maior parte dos quartéis estava concentrada nos estados do RS, RJ e SP. A instrução e o adestramento, desde 1919, seguiam padrões estabelecidos pela Missão Militar Francesa (MMF) que havia sido contratada naquele ano. A formação profissional dos oficiais e sargentos era boa devido ao que fora introduzido pela MMF: criação de escolas militares, estudo de tática das Armas e realização de exercícios e manobras no terreno.
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O armamento utilizado era o adquirido no estrangeiro, bastante antigo: fuzis e mosquetões Mauser Modelo 1908, metralhadoras Madsen, canhões Krupp 75, canhões de Artilharia de Costa, uma pouca quantidade de viaturas motorizadas e pequenos carros blindados franceses Renaut e autometralhadoras italianas Ansaldo, ambos sobras da I GM. O cavalo e o muar predominavam na tração e no transporte militar. As unidades de Cavalaria e Artilharia eram, na sua quase totalidade, hipomóveis. O Gen EURICO GASPAR DUTRA, Ministro da Guerra de Getúlio, desde quando assumiu o cargo, buscou ampliar os estabelecimentos fabris do Exército que fabricavam munição e espoletas (Andaraí/RJ), sobressalentes de armamento (Itajubá/MG), pólvora (Piquete/SP e Estrela/RJ), artefatos de guerra química (Bonsucesso/RJ), reboques, carroças e fogões de campanha (Curitiba/PR). Reformou o Arsenal de Guerra/RJ, a fábrica de Realengo/RJ e concluiu as obras do Arsenal de Guerra em Gen Câmara/RS. 2) MARINHA: Efetivo em torno dos 14.000 homens. Os navios de guerra da Esquadra: 2 couraçados, 2 cruzadores, 7 contratorpedeiros, 3 submarinos e 3 navios mineiros. O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro tinha condições e construiu mais unidades navais durante o conflito.
3) FORÇA AÉREA: Fora criada em 20 de janeiro de 1941 com a fusão das aviações da Marinha e do Exército. Os seus aviões eram ultrapassados em relação aos das Forças dos países beligerantes.
2. FATOS QUE LEVARAM O BRASIL A ENTRAR NA GUERRA: Surgiram na Europa e Ásia, no início do século XX, ideologias não democráticas, totalitárias e expansionistas, entre elas o fascismo (Itália), nazismo (Alemanha), comunismo (Rússia) e imperialista/expansionista (Japão). Em 1936 assinam um tratado de aproximação militar, a Alemanha e o Japão. A Itália aderiu a esse pacto em 1937. Em 1939 o "Eixo Roma, Berlim, Tóquio#torna-se uma aliança militar.
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Começa a guerra na Europa e já em 1942 o Eixo atingira o seu auge, ocupando grande parte da África, Europa, Ásia e ilhas do Oceano Pacífico. De início, a América manteve-se neutra. O Congresso do Panamá (Out 1939), ratificado na Conferência de Havana (Jul 1940) explicitava: !Todo atentado de um Estado não americano contra a integridade ou inviolabilidade do território, contra a soberania ou independência política de um Estado do Continente Americano será considerado como ato de agressão contra todos os demais Estados." No dia 7 Dez de 1941 o Japão atacou a base americana de Pearl Harbour no Pacífico, sem a prévia Declaração de Guerra. Em Jan de 1942, no Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência Pan-americana onde os países americanos condenaram o ataque japonês e romperam as relações diplomáticas com os países do Eixo. A ação japonesa em Pearl Harbour, com a guerra prosseguindo na Europa, Ásia e África, levantou uma hipótese para os Estados Unidos que viam a possibilidade de um ataque do Eixo às Américas. Nesse caso, o local de maior probabilidade seria o "Saliente Nordestino# (abrangia os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas). Os Estados Unidos procuraram uma aproximação maior com o Brasil. O valor militar do nordeste brasileiro era grande para os dois países em função de possibilitar o controle do Atlântico Sul. Em 23 de maio de 1942 foi celebrado o Acordo Militar Brasil-Estados Unidos, posto em prática a partir de 25 de agosto de 1942 por uma Comissão Mista de Defesa desdobrada no Rio de Janeiro e Washington.
Ao Brasil caberia: 1. Defender com suas Forças Armadas a região Nordeste tendo sido estabelecida uma Zona de Guerra (abrangendo os Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão) com três Regiões Militares (a 7ª em Recife comandada pelo Gen MASCARENHAS DE MORAES, a 10ª em Natal e a 14ª em João Pessoa), que incorporava os Estados do Saliente Nordestino e também o Território de Fernando de Noronha. Teria, ainda, responsabilidade da defesa da região com a participação da Marinha de Guerra e da Força Aérea.
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2. Em Recife foi selecionada uma área no Engenho da Aldeia e construído um Campo de Instrução para treinamento das tropas nordestinas na defesa da área, o atual Campo de Instrução Militar Newton Cavalcanti. 3. Preparar e enviar uma Força Expedicionária Brasileira ao TO Italiano, inicialmente a ser constituída por um Corpo de Exército a três Divisões de Infantaria, um Grupo de Aviação de Caça e uma Esquadrilha de Ligação e Observação. 4. Permitir que os Estados Unidos ocupassem e construíssem bases aéreas (Belém, Fortaleza, Natal, Recife e Salvador) e naval na região NE. A 4ª Esquadra/USA logo aportou em Recife. O efetivo do Exército na área nordestina passou de 6.000 para 50.000 militares. Para lá, foram criadas algumas Unidades e outras transferidas de Regiões Militares. Uma delas foi o Esquadrão de Autometralhadoras, do Rio de Janeiro para Recife, comandado pelo 1ºTen PLÍNIO PITALUGA para formar a Ala Motomecanizada do 7º Regimento de Cavalaria Divisionário. Aos americanos caberia: 1. Ceder ao Brasil o material bélico e o apoio logístico para o cumprimento das missões no Atlântico e na Europa (pela lei de empréstimos e arrendamentos americana de 11 Mar de 1941 – "Lend/Lease#– que só foi totalmente saldada em 1954). 2. Promover instrução militar, de acordo com a sua doutrina, para o emprego de Divisão de Infantaria, da Marinha e da Força Aérea.
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A par disso, o comércio exterior cessara com a Alemanha e vinha aumentando com os Estados Unidos, que englobava a cooperação militar. Em fevereiro de 1942, reagindo a essa situação, o Eixo começou a enviar submarinos para torpedearem os nossos navios mercantes em águas territoriais brasileiras e no Caribe onde, até 19 de agosto, foram afundados vinte. Antes mesmo, a partir de 22 de março de 1941, já houve ataque a cargueiro de bandeira brasileira na região do Atlântico Norte. No total, de 22 de março de 1941 a 19 de julho de 1944, 34 navios afundaram ou foram seriamente danificados, com a morte de cerca de 1.080 brasileiros entre tripulantes, passageiros e militares (nos dias 15 e 17 Ago 42 foram afundados os navios cargueiros Baependi e Itagiba que transportavam para Recife o 7º Gr Art Dorso que era aquartelado em Campinho/Rio de Janeiro).
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A população das capitais e de cidades importantes, os principais jornais da época, todos clamavam por uma resposta dura contra os ataques alemães e italianos.
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Em 31 de agosto de 1942 o Governo Brasileiro decreta o Estado de Guerra contra os governos da Alemanha e Itรกlia.
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3. A CRIAÇÃO DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA (FEB) E DA 1ª DIVISÃO DE INFANTARIA EXPEDICIONÁRIA (DIE); A NOMEAÇÃO DO COMANDANTE. Pela Lei "lend-lease#americana, o Exército recebeu material bélico e equipamento para um pouco mais de uma Divisão de Infantaria, blindados, viaturas motorizadas, Artilharia Antiaérea e canhões de ArtilhariadeCosta.AMarinhaadquiriunaviosantisubmarinos,contratorpedeiros,naviotransporte;o ArsenaldeMarinhadoRJeoEstaleiroLageconstruíram,duranteaGuerra,contratorpedeirosecorvetas. AForçaAéreaequipou3GruposdeReconhecimentoeGuerraAntisubmarino,1GrupodeBombardeio B-25,1GrupodeCaçaP-47e1EsquadrilhadeObservaçãoL-4.
Um ano depois, a 9 Ago de 1943, em Portaria Ministerial, foi estruturada a FEB com a seguinte constituição: uma Divisão de Infantaria Expedicionária comandada por um Gen Div, com um Estado Maior Geral, Estado Maior Especial, Tropa do QG e Órgãos não Divisionários; uma Infantaria Divisionária, comandada por um Gen Bda e composta de três Regimentos de Infantaria; um Esquadrão de Reconhecimento; uma Artilharia Divisionária comandada por um Gen Bda, com um Regimento de Obuses a 3 Grupos de Artilharia 105mm AR e 1 Grupo 155mm AR; uma Esquadrilha de Ligação e Observação; um Batalhão de Engenharia de Combate; um Batalhão de Saúde e uma Companhia de Transmissões. A tropa de QG constituída do Comando do QuartelGeneral, uma Companhia do QG, um Destacamento de Saúde, uma Companhia de Manutenção, uma Companhia de Intendência, um Pelotão de Sepultamento, um Pelotão de Polícia do Exército e de uma Banda de Música.
Os Órgãos não Divisionários: Depósito de Pessoal para recompletamento dos efetivos, Serviço de Fundos (Banco do Brasil, Pagadoria), Correios, Justiça Militar, Serviço de Polícia, Serviço Religioso, e Serviço de Guerra Química.
Decorridos mais de 14 meses após a declaração de guerra, no dia 1º de novembro de 1943, é criada a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, no Rio de Janeiro. Em 30 Nov, uma Comissão Militar sob a chefia do Gen Div MASCARENHAS DE MORAES, com a participação também de oficiais americanos, segue para o TO do Mediterrâneo (ITÁLIA e ÁFRICA) com objetivo de observar de perto o desenrolar das operações de guerra. Em 28 de dezembro do mesmo ano é nomeado para o Comando da Divisão o Gen Div JOÃO BAPTISTA MASCARENHAS DE MORAES então Comandante da 2ª Região Militar em São Paulo.
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Durante a fase de organização da FEB, ainda em 1943, muitos Oficiais brasileiros foram enviados aos EUA para cursos nos Estados Unidos o que permitiu que tomassem conhecimento da doutrina de emprego americana. Um deles foi o 1º Ten Cav PLÍNIO PITALUGA. A mobilização no Exército foi feita majoritariamente pela convocação de reservistas. O efetivo para seleção alcançou um efetivo em torno de 180.000 homens. Houve esforço na formação de Oficiais na Escola Militar e nos Cursos de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR). Foi intensificada e acelerada a formação de sargentos em várias Unidades. As dificuldades enfrentadas durante a seleção para organização da FEB foram muito grandes: o analfabetismo, o grau de instrução e a saúde precária dos homens com idade possível de serem mobilizados; a falta, entre a população, de técnicos e especialistas (mecânicos, operadores de rádios, telefonistas, pessoal auxiliar de saúde). Por isso tudo, o Brasil só conseguiu enviar para a Itália, uma DI e seus apoios e não um CEx a 3 Divisões como havia sido previsto inicialmente.
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Definidas as Unidades que a integrariam: (Infantaria:1ºRI, 6ºRI, 11ºRI); Artilharia (1º, 2º e 3º GO 105mmm e o 4º GO 155mm); o 1º Esquadrão de Reconhecimento; a 1ªEsquadrilha de Ligação e Observação; o 9º Batalhão de Engenharia de Combate; o 1ºBatalhão de Saúde e a 1ªCompanhia de Transmissões (Comunicações), a Divisão começou a reuni-las na Vila Militar/RJ para treinamento. O trabalho de seleção do pessoal continuou.
4. A CRIAÇÃO DO 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO a. Antecedentes da motomecanização no Exército: A introdução dos primeiros blindados no Brasil se deve ao então Cap Cav JOSÉ PESSOA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE. Em 1918, durante a 1ª Guerra Mundial, estagiou na Escola Militar de Saint- Cyr na França, aprendendo como a Arma de Cavalaria se adaptava ao emprego tático da recente invenção do "tanque de guerra#. Após o estágio foi designado para a frente de combate como comandante de pelotão no 4º Regimento de Dragões, da 2ª Divisão de Cavalaria do Exército Francês que passara a empregar os modernos e leves carros Renault FT. Recebeu condecorações de franceses e belgas por bravura à frente de seus comandados. Retornando ao Brasil, já Capitão, escreveu o livro "Os Tanks na Guerra Européa#. Em 1921 foi nomeado Comandante da Companhia de Carros de Assalto na Vila Militar/RJ, a primeira unidade do Exército Brasileiro a receber "tanques# (12 carros Renaut FT). Permaneceu no comando dessa Companhia até 1923, quando foi promovido a Major. Comandou mais tarde a Escola Militar do Realengo onde criou o Espadim de Caxias e foi o idealizador da mudança da Escola Militar para Resende, hoje a Academia Militar das Agulhas Negras. Outro Oficial que trabalhou para a mecanização do Exército Brasileiro foi o Capitão de Cav CARLOS FLORES DE PAIVA CHAVES. Em 1935 é designado para um estágio de 2 anos no Exército Francês, na Escola de Cavalaria de Saumur e no 13º Regimento de Dragões de Melun. Ao regressar é classificado na Seção de Motomecanização do Estado Maior do Exército, criada por influência da Missão Militar Francesa.
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O Ministro da Guerra General EURICO GASPAR DUTRA, que havia comandado o Regimento Andrade Neves, um grande batalhador pela aquisição de modernos armamentos para o Exército, incluindo blindados, criou em 1938 o Centro de Instrução de Motorização e Mecanização na Vila Militar/RJ (o Comandante nomeado foi o Maj Cav Durval), composto de um Esquadrão de Autometralhadoras (Comandado pelo Cap Paiva Chaves). O Esqd é mobiliado por 23 carros italianos Fiat Ansaldo CV-35 adquiridos no mesmo ano (a subunidade ainda recebeu 5 carros Renaut remanescentes dos comprados em 1921). Em 1942 o CIMM foi transformado em Escola de Motomecanização, mais tarde em Escola de Material Bélico e atualmente Escola de Sargentos de Logística.
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Antes mesmo do início da II Guerra, o Ministro, Gen Dutra e o Chefe do Estado-Maior, Gen Góes Monteiro já desejavam adquirir novos armamentos para as Forças Armadas, entre eles mecanizados e blindados para o Exército, já em uso por outros países. A partir de 1941 e até 1945, decorrente da lei "Lend/Lease#e do Acordo com os Estados Unidos, o Brasil recebeu cerca de uma centena de carros M3 Grant e Lee, mais de 400 M3A1 Stuart (Perereca), 53 M4 Sherman, 26 carros M3 de meia lagarta, 54 carros blindados T17, 80 Scout Car e cerca de 40 carros sobre rodas M8 Greyhound (os primeiros 5 foram destinados ao 1º Esqd Rec para treinamento aqui no Brasil). Em 6 de janeiro de 1943 foi criado (Decreto-Lei nº 5.171) no Rio de Janeiro, no quartel da Escola de Motomecanização, o 2º Regimento de Autometralhadoras de Cavalaria, que mais tarde deveria estabelecer-se em Uruguaiana/RS. Em 25 Fev 1943 teve a sua denominação mudada para 2º Regimento Motomecanizado. Recebeu várias viaturas motorizadas e 13 "M3 Scout Car#. Em Jun 1944 deslocou-se para Porto Alegre/RS. Em Jun 1946 foi nominado como 2º Rgt Cav Mec; finalmente, em Jul 1976 recebeu a denominação atual de 12º Regimento de Cavalaria Mecanizado. Desde Jan 1989 está aquartelado em Jaguarão/RS. Desse Regimento, um de seus Esquadrões foi designado em 1944 para fazer parte da 1ªDivisão de Infantaria Expedicionária/FEB.
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b. O 1º Esquadrão de Reconhecimento 1) Os Comandantes do 1º Esqd Rec/1ª DIE a) Cap Cav FLÁVIO FRANCO FERREIRA Oriundo da Escola Militar de Realengo, FRANCO FERREIRA foi declarado Aspirante a Oficial de Cavalaria da Turma de 1927.
Em 6 de dezembro de 1943, pelo Decreto Nr 6072, o 3º Esquadrão de Reconhecimento e Descoberta do 2º Regimento Motomecanizado/RJ foi designado para ser incorporado à 1ª DIE com a denominação de 1º Esquadrão de Reconhecimento. Nomeado Comandante do 1º Esqd Rec em 5 Jan 44, assumiu o Comando em 4 Fev 44. Ao assumir, o 1º Esqd ocupa instalações no Morro do Capistrano e começa o trabalho de completar o seu efetivo previsto no quadro de organização das Unidades da 1ª DIE. Recebeu para treinamento: 5 M8 e 4 M3 meia lagarta, viaturas do tipo que usaria na guerra, mais alguns canhões 37mm AR e Mrt 81mm para treinamento de tiro; o restante do armamento, viaturas e equipamento era o que o extinto 3º Esqd de Rec e Descoberta possuía, material esse que não seria levado para a Itália. A fase do aprendizado e adestramento do Esqd na nova doutrina de emprego da Cavalaria Mecanizada foi feita baseada em manuais americanos traduzidos. Houve um oficial americano, da reserva, que no período, assessorou o Cap Cmt.
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O Cap FRANCO FERREIRA comandou o 1º Esquadão até 8 Jan 1945 (368 dias) quando, por motivo de saúde, passou o Comando ao Subcomandante. Após liderar o Esqd em Zona de Guerra por 111 dias, foi considerado incapaz para o serviço na linha de frente, em 1º Jan 45, por uma Junta Médica do 7th Hospital/USA devido a ferimento e problemas cardíacos. Regressou ao Brasil, em 20 Fev 1945. Ao retomar a carreira, serviu na Comissão de Compras do Exército, em 1953/54 em Washington/USA e comandou duas Unidades da Arma: o 2º Rgt Rec Mec, na Serraria, Porto Alegre/RS, em 1956/1957 e o 2º Batalhão de Carros de Combate, em Valença/RJ, nos anos de 1962/63. Faleceu em 1970.
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b) Cap Cav PLÍNIO PITALUGA PLÍNIO PITALUGA nasceu em 1910, no Estado de Mato Grosso. Em 25 Fev 1930, ingressou na Escola Militar, no Realengo. No ano seguinte, no 2º ano, foi matriculado no Curso de Infantaria; em maio, transferido para o Curso de Artilharia e logo em agosto consegue definitivamente a vaga no Curso de Cavalaria. No dia 16 de abril de 1931, foi desligado da EMR por falta grave e transferido para o 1º Regimento de Cavalaria Divisionário na Vila Militar/RJ. Recebe a divisa de Cabo. No ano de 1932, participou, integrando o 1º Regimento, da Revolução Constitucionalista de São Paulo, atuando como cabo explorador. Anistiado, em 10 de maio 1932, foi rematriculado no Curso de Cavalaria da Escola Militar, como repetente do 2º ano.
A 15 Mar 1935, declarado Aspirante a Oficial da Arma de Cavalaria da Turma de 1934, após realização de exame de 2ª época, sendo classificado no 8º Regimento de Cavalaria Divisionário, em Uruguaiana, RS. Promovido a 1º Ten, em 1938, foi transferido para o 12º Regimento de Cavalaria Independente, em Bagé, RS. Em 1940, foi classificado no Esquadrão de Autometralhadoras do Centro de Instrução de Motomecanização, na Vila Militar, RJ. Em 1941, frequenta e conclui o Curso de Motomecanização. Segue em 1942, como Comandante do Esquadrão, que é incorporado à Ala MM do 7º RCD, em Recife, PE para defesa do "saliente nordestino#.
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Foi designado, em julho de 1943, para fazer o curso de manutenção, armazenamento e suprimento de material bélico nos Estado Unidos da América. No regresso, apresenta-se como voluntário para a guerra e, em 13 Mar 1944, foi classificado no 1º Esquadrão de Reconhecimento/1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. Em seguida, foi nomeado subcomandante do Esqd.
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Pela sua participação na Segunda Guerra Mundial, recebeu as seguintes medalhas e condecorações: Cruz de Combate 1ª Classe, Medalha de Campanha; Medalha de Guerra; Estrela de bronze (Estados Unidos); Cruz de Guerra com Palma (França); Cruz ao Valor Militar (Itália). Ao regressar da FEB, continuou no Comando do Esqd até 1947, quando foi matriculado no 1º ano da Escola de Estado-Maior. Após o término do curso, é classificado na 2ª Região Militar, SP, onde realizou o Curso de Tática Aérea, na Aeronáutica. Em 1951, promovido a Major. Por ter concluído o Curso de Estado- Maior, foi considerado como possuidor do Curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Em 1952, foi nomeado instrutor da ECEME. 1954: transferido para o Estado-Maior das Forças Armadas no Rio de Janeiro. 1955: matriculado no Curso de Estado-Maior e Comando das Forças Armadas, na Escola Superior de Guerra. Em 1956 foi transferido para a 7ª Circunscrição de Recrutamento em Gioânia, GO. Fez parte da Comissão de Repatriamento dos Mortos do Cemitério de PISTÓIA, na ITÁLIA. 1958: transferido para a Diretoria de Aperfeiçoamento e Especialização no Rio de Janeiro, RJ. 1961: nomeado Comandante do 13º Regimento de Cavalaria em Jaguarão, RS, atual 3º Regimento de Cavalaria de Guarda "Regimento Osorio#, em Porto Alegre, RS.
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1962: Nomeado para Subcomandante da Escola de Sargento das Armas, em Três Corações, MG. Em março, foi designado para fazer o Estágio de Instrução de Guerra Revolucionária na Diretoria Geral de Ensino, no Rio de Janeiro, RJ. Em 25 de dezembro de 1963, foi promovido por merecimento ao posto de Coronel e em janeiro de 1964, nomeado Chefe da 23ª Circunscrição de Recrutamento, em João Pessoa, PB. Em abril de 1964, foi nomeado Comandante do Regimento de Reconhecimento Mecanizado da Divisão Blindada, no Rio de Janeiro, RJ, atual 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado (Es). Constam das suas alterações os seguintes elogios nesses períodos vividos no NE e no Rio: "BI Nr 162 de 13/08/64 da 23ª CR/João Pessoa. Por motivo de sua atuação durante o Movimento Revolucionário Democrático de 31 de março de 1964 nesta Guarnição, torno público o seguinte elogio: O Cel de Cavalaria PLÍNIO PITALUGA foi encarregado pelo Comandante da Guarnição Federal de João Pessoa de manter todos os entendimentos e promover providências entre Autoridades Estaduais e Repartições Federais, Autarquias, Rede Bancária da Cidade, Escolas, Colégios, Institutos e Sindicatos. É indispensável registrar o eficiente trabalho deste Oficial que tudo providenciou com precisão e habilidade inexcedíveis. A umas greves na Rede Ferroviária, no Porto de Cabedelo e outras esboçadas, foram eficazmente evitadas e suas determinações acatadas com emocionante respeito devido à sua autoridade, energia e habilidade. Foi, enfim, o Cel PITALUGA um elemento providencial aqui em João Pessoa, pois, embora chegado há poucos dias à cidade para chefiar a 23ª CR, prestou inestimáveis serviços à causa da Revolução, tomando a seu cargo tarefas de grande responsabilidade, solucionando-as criteriosamente, possibilitando assim ao Comandante da Guarnição, a ação diretamente junto à tropa em ações propriamente militares. Torno público tal elogio na convicção de que faço justiça a quem se portou a quem se portou à altura de tão significativo momento histórico que o Brasil viveu e que, mais uma vez, demonstrou, além do espírito de luta, confiança e amor pelo destino democrático de nossa PÁTRIA (Individual).# "Em BI Nr 77 de 3 Mai/1966 da Divisão Blindada: Cel Cav PLÍNIO PITALUGA. Constituiu prova de extrema confiança do Governo Revolucionário a nomeação, em abril de 1964, do Coronel da Arma de Cavalaria PLÍNIO PITALUGA para o Comando do Regimento de Reconhecimento Mecanizado da Divisão Blindada. Era a época difícil e incerta em que a indisciplina e a inversão hierárquica, geradas e incentivadas pelo governo deposto, deixavam nas Forças Armadas marcas quase indeléveis e abalavam-nas sensivelmente em sua coesão. Era o momento de contar na consolidação do movimento democrático e reconstrução nacional com homens de dura têmpera que, guiados por belos ideais, não hesitassem no sacrifício da própria vida em defesa de uma nobre causa. Era uma fase de lutas, de atitudes definidas, de coragem cívica e, acima de tudo, de fé
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nos postulados revolucionários. Os Comandantes de tropa, para aceitarem o desafio de tal conjuntura e vencê-la, teriam que assentar, forçosamente, sua personalidade em basilares qualidades de caráter, bravura pessoal e, principalmente, numa inequívoca liderança sobre seus comandados. O Coronel PITALUGA, selecionado pelo Ministro da Guerra para tão importante missão, respondia afirmativamente a todos estes requisitos de chefia.# Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, servindo no antigo 1º Regimento de Cavalaria Divisionário, onde fora lançado pela intempestiva irresponsabilidade de Chefe autocrático, destacou-se nos reconhecimentos e patrulhas no vale do rio Paraíba sendo, por bravura, promovido a Cabo. Muitos anos depois, já Capitão, como Comandante do 1º Esquadrão de Reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira, escreveu, com as rodas das suas viaturas blindadas, na neve dos contrafortes dos Apeninos, páginas gloriosas da nossa História Militar. Nessas ações crivadas de coragem e abnegação, revelou-se sempre um líder sereno e enérgico cuja autoridade e inteligência evidenciavam-se constantemente. No Comando do Regimento de Reconhecimento Mecanizado, que em fase tão crítica assumiu, soube manter uma conduta exemplar, aliando à firmeza de um Chefe Militar a uma compreensão humana e judiciosa dos problemas de seus subordinados. Suas convicções democráticas são inabaláveis, cultuando-as desde a juventude, defendendo-as com franqueza e destemor, qualquer que seja a situação em que se encontre. Espírito nobre, beneficiado por uma invulgar capacidade de trabalho e servido por rara perspicácia, comandou com brilho seu Regimento, conquistando seus camaradas dos quais fez sinceros amigos e seguidores. Ao meu amigo, companheiro da Escola Militar do Realengo, em cuja alma simples e sincera fulge cada vez com maiores cintilações a esperança de um Brasil engrandecido econômica e socialmente; ao amigo da mocidade, aliado destemido e intransigente nas lutas contra o comunismo e a dissolução moral que quase avassalaram a nossa Pátria; ao Coronel de Cavalaria que sobranceiramente tem atravessado os nevoeiros do pessimismo e da descrença e varado os pântanos da maledicência para trilhar os caminhos radiosos do dever e da disciplina, os agradecimentos do Comandante da Divisão Blindada, seu colega de Turma, pela cooperação eficiente e leal que deu ao meu Comando. Elogio, pois, o Coronel de Cavalaria PLÍNIO PITALUGA pelas destacadas qualidades morais, intelectuais e profissionais patenteadas no Comando do Regimento de Reconhecimento Mecanizado, augurando-lhe pleno êxito na honrosa Comissão para a qual foi escolhido pelo Exmo Sr Ministro da Guerra. (Individual).# Em 29 de abril de 1966, foi nomeado Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra, no Rio de Janeiro, RJ, e designado para o Escalão Avançado do Gabinete do Ministro, em Brasília, DF. Em 4 de junho, integrou a Comissão de Representação das Forças Armadas na inauguração do Monumento aos Mortos na II Guerra Mundial em PISTÓIA/ITÁLIA. Em novembro de 1966 nomeado Adido Militar junto à Embaixada do Brasil na Argentina.
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Em 25 de julho de 1968, foi promovido a General de Brigada e nomeado comandante da 4ª Divisão de Cavalaria, em Campo Grande, MS, atual 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados, MS. Ao final do comando, em 1972, despede-se do Serviço Ativo. Já na Reserva, foi reeleito várias vezes para Presidente do Conselho Nacional das Associações dos Ex-Combatentes, tendo desempenhado essa função até o seu falecimento, em 17 de setembro de 2002.
2) A Organização do 1º Esqd Rec Comando, 1 Seção de Comando, 1 Pel Extra (Administração) com missões logísticas e 3 Pelotões de Reconhecimento. O efetivo previsto em QO era de 156 militares (7 Oficiais e 149 praças). Na realidade, seguiram com os 1º e 2º escalões da FEB, para a Itália, 158 militares (9 oficiais, 1 subtenente, 1 primeiro sargento, 5 segundos sargentos, 8 terceiros sargentos, 25 cabos e 81 soldados). O material previsto no Quadro de Dotação de Material: - Viaturas: 24 jipes ¼ Ton, um caminhão 2 ½ Ton, 13 carros blindados M8, 5 Vtr meia lagarta "half track#e 5 reboques de uma tonelada. - Vtr do Comando: O Cmt do Esqd deslocava-se em um M8 ou em jipe Rad.
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Armamento: 100 carabinas (.30), 26 fuzis (.30), 7 pistolas (.45), 31 metralhadoras (.30), 3 metralhadoras (.50), 9 Mrt 60mm, 30 submetralhadoras (.45), 13 canhões 37mm, 41 lança granadas de bocal, 5 lança rojões 2.36.
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Comunicações: 13 Rad 506, 11 Rad 508, 10 Rad 510, 3 Rad 528; 3 aparelhos de criptografia; nenhum telefone de campanha (os telefones e fios foram recebidos mais tarde, já durante as operações, tão necessários para emprego na vigilância e defensiva).
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Diversos: 3 detectores de minas, 156 máscaras contra gases, sinalizadores, fumígenos e material de saúde.
O Pelotão de Reconhecimento tinha a seguinte constituição: Comandante e 3 patrulhas. A viatura do Cmt Pel era um carro M8. Podia receber, em reforço, um ou mais viaturas de meia lagarta. Cada patrulha era composta por 1 carro M8 e 2 jipes. (1 com a Mtr.30 e outro com reboque para o transporte do Mrt 60mm). Quando o terreno ou as condições meteorológicas impediam o deslocamento dos M8, os Cmt de frações embarcavam em jipes.
M8 Cmt Patru
Jeep Mtr .30
Jeep Mrt 60mm
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CAPÍTULO II O 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO EM OPERAÇÕES NA ITÁLIA
1. MISSÃO DA CAVALARIA
As missões da Cavalaria, desde os tempos antigos e de uma maneira geral, sempre foram RECONHECER, PROPORCIONAR SEGURANÇA e COMBATER.
#NAPOLEÃO já definira o emprego clássico da Arma e atribuição de missões que caracterizam, até os dias atuais, a sua atuação: desvendar, desde o mais longe possível, os movimentos do inimigo (reconhecimento); criar área de segurança em torno do exército (segurança); cobrir as marchas do exército (segurança); intervir na batalha (combater); atuar sobre a retaguarda do inimigo, suas áreas logísticas e linhas de comunicações (combater); realizar incursões profundas sobre objetivos definidos (combater); conter a cavalaria inimiga e dificultar os seus movimentos (combater); perseguir e completar a destruição do inimigo batido, impedindo a sua reorganização (combater).$ (do manual C2-1 EMPREGO DA CAVALARIA)
Os manuais do Exército Brasileiro que tratam do Emprego da Cavalaria, inclusive os da época da influência da Missão Militar Francesa (1919-1942), sempre destacaram na formação dos quadros: planejar centralizado e aptidão para ações descentralizadas, ousadia, liderança, camaradagem, iniciativa, flexibilidade, decisão, processar grande quantidade de informes, determinar e executar missões pela finalidade, coordenar as ações no tempo e no espaço, decidir sobre as condutas a realizar durante a evolução do combate.
Foi com esse estado de espírito, próprio da Arma de Cavalaria, que os Oficiais (Capitães e Tenentes !pica-fumos") que organizaram, prepararam e empregaram o 1º Esquadrão de Reconhecimento/1ª Divisão de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira, combateram no Teatro de Operações da ITÁLIA nos anos de 1944/45.
#Pica-fumos$ – termo usado pelo Gen OSÓRIO ao tratar com os tenentes e oficiais mais novos. Se perpetuou na Cavalaria. Muito usado pelo Gen Pitaluga.
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2. O TREINAMENTO DA TROPA NO BRASIL Ao final de março de 1943, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária estava concentrada na Vila Militar/Rio de Janeiro sem ter ainda um Comandante designado. Continuavam os exames médicos e as unidades prosseguiam com o treinamento físico, tático e dos especialistas (o preenchimento das muitas destas qualificações ainda não havia sido completado). Ao ser nomeado oficialmente, o Gen MASCARENHAS determinou que fosse dado ênfase à execução do tiro, exercícios físicos, marchas a pé e adestramento dos motoristas, operadores das comunicações, pessoal de saúde, cozinheiros. Passou a inspecionar e a visitar com frequência as Unidades. A partir de abril, foi dado início ao treinamento de embarque e desembarque em navios, trens e viaturas. Para essa fase, a Divisão recebeu uma quantidade pequena de material bélico americano e a tropa treinava basicamente com o material existente nos quartéis, diferente do que seria recebido na Itália. No dia 24 de maio de 1944, homenageando a Batalha de Tuiuti, a 1ª DIE desfilou no centro do Rio de Janeiro e recebeu aplausos da expressiva população presente.
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3. O DESTACAMENTO FEB (15 Set a 2 Nov 1944) a. A viagem para a Itália O 1º escalão da FEB, a comando do Gen Bda ZENÓBIO DA COSTA, junto com o Cmt da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, Gen Div MASCARENHAS DE MORAES e mais 55 militares de seu Quartel General, embarcou, em 30 de junho de 1944, no transporte americano #Gen W. A. Mann$, no RIO DE JANEIRO e zarpou em 2 de julho com destino à NÁPOLES, ITÁLIA, onde desembarcou em 16 de julho. Desse escalão fazia parte o 2º Pel do 1º Esqd Rec com 30 militares (2 oficiais, 3 sargentos, 5 cabos e 20 soldados) a comando do 1º Ten BELARMINO JAYME RIBEIRO DE MENDONÇA. O Pel acantonou em BAGNOLI, um subúrbio da cidade junto ao litoral até 30 Jul, quando foi transportado para TARQUINIA. Lá começou a receber o material motomecanizado, equipamento e armamento, iniciou o treinamento dos motoristas e a instrução do emprego da Arma no serviço em campanha. O Cmt Pel e 5 praças se deslocaram para CASERTA, a fim de aperfeiçoarem-se sobre o armamento e emprego de minas.
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ITÁLIA
DESEMBARQUE EM NÁPOLIS (16 JUL 1944)
TREINO DE TIRO DE FUZIL (INSTRUTOR AMERICANO)
SOLDADOS COM UNIFORMES PARA O FRIO
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Quando o BRASIL chegou à EUROPA, já estava em andamento a contra ofensiva aliada iniciada em novembro de 1942 com a invasão do norte da ÁFRICA.
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Na ITÁLIA, em julho de 1944, os aliados (VIII EX/BR com 11 Div e o V EX/USA com 9 Div) estavam enquadrados pelo XV Gr EX comandados por um marechal inglês. As tropas inimigas contavam com 26 Div alemães e 2 italianas que ocupavam uma posição de retardamento (a Linha Gótica).
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Em 5 Ago, o 1º escalão da FEB foi incorporado ao V EX/USA, deslocando-se para região de VADA, cerca de 2 Km ao sul de LIVORNO. A partir de 22 de agosto, todos passaram por exaustivo período de treinamento que durou três semanas, com a cooperação de militares americanos. Incluía manuseio do armamento, tiro real, treinamento físico, marchas, minas, patrulhas e situações de combate. Alguns oficiais e praças estagiaram junto a divisões americanas, que ocupavam posições no corte do rio Arno. A instrução dos motoristas e especialistas foi intensificada. O 2º Pel Rec começou a treinar como fração constituída. Em 10 de setembro, todo o 1º escalão participou de um grande exercício de verificação, com duração de trinta e seis horas. 270 oficiais americanos foram árbitros acompanhantes e julgadores do desempenho das Unidades envolvidas. O Gen MARK CLARK, Cmt do V EX/USA, acompanhou toda a manobra e declarou que a tropa brasileira #estava em condições de entrar em linha$.
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b. Ação do 2º Pel Rec de 16 Set a 6 Nov 44 (Esboço Nr 7) Após o período de treinamento, foi constituído o Destacamento FEB (6º RI, 2º Pel/1º Esqd Rec, 2º Gr/1º ROAR, 1ª/9º B Eng, 1ª/1º Btl Sau, 1ª Cia Mnt, Pel Com, Pel Int, Pel PE, mais o reforço de duas Cia CC e um Pel Com norte-americanos) ao comando do Gen Bda ZENÓBIO DA COSTA, que ficou subordinado diretamente ao IV CEX/USA. O QG da 1ª DIE instalou-se em uma área de treinamento próxima à cidade de PISA. Enquanto aguardava a chegada dos demais escalões para se constituir uma Divisão completa, a DIE ficou ligada diretamente ao V Ex/USA, para fins de representação e também acompanhando o emprego do Dst FEB. Os aliados avançavam em território italiano, enfrentando uma ação retardadora alemã, que ocupou posições na #Linha Gótica$. Essa série de linhas defensivas, que se estendiam, de leste a oeste, apoiadas em elevações dos montes Apeninos, foi preparada para barrar o avanço dos atacantes em direção ao vale do rio Pó. Desde o final de agosto, as tropas aliadas vinham tentando romper essa Linha. O objetivo do V EX era alcançar !BOLONHA antes do natal de 1944".
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No dia 12 Set 1944, o IV CEx dispunha para a ofensiva, da 1ª Div Bld/USA, a 6ª Div Bld Sulafricana, a Task Force 45/USA e o Dst FEB. Naquela data, o Destacamento iniciou o deslocamento de VADA com destino a OSPEDALETTO, 5 Km a SE de PISA, para ser empregado, inicialmente, em uma frente com menor atividade inimiga, a fim de adquirir experiência e confiança. Iria substituir tropas americanas que ocupavam posições ao N de VECHIANNO. Em 15 Set, após reconhecimentos, ao anoitecer, iniciou a ação de substituição em posição, nas áreas de MASSACIUCCOLI-NOZZANO. O 2º Pel Rec, no início da jornada de 16 Set, reforçando o 1º BI/6º RI, recebeu sua primeira missão de combate: lançar duas patrulhas em viaturas, comandadas por Oficial e reconhecer os eixos em direção a MASSAROSA e a SAN MACÁRIO PIANO – MACÁRIO DO MONTE. A 1ª patrulha atingiu MASSAROSA com seus M-8 e foi efusivamente recepcionada pelos locais. Sem entrar em contato com o inimigo que já retraíra, apenas recebeu tiros longínquos de Mrt. A 2ª patrulha não conseguiu avançar com suas viaturas devido à topografia do terreno e às várias destruições realizadas nas estradas pelos alemães ao retraírem. Mais tarde, os batalhões do 6º RI alcançaram e ocuparam, sem grandes problemas, as cidades de QUIESA, MASSAROSA, BOZZANO. O Pel Rec passou à reserva em LE CORTI. Em 17 Set, os carros de combate americanos, reforçando o Destacamento, precederam o deslocamento das Unidades de Infantaria que receberam tiros esporádicos de artilharia e se depararam com alguns campos de minas e destruições nas estradas. No início da tarde, atingiram uma linha cerca de 2 Km ao norte, ocupando as regiões de MONTE GUILARDONA-CAPELA S. LUCIA. O Pel Rec ocupou o vilarejo STIAVA, vigiando o flanco esquerdo da zona de ação. As informações recebidas no QG do Dst FEB, particularmente dos partisans (elementos da resistência civil italiana) que atuavam na área, era que o inimigo ocupava posições ao N da linha CAMAIORE- MONTE PRANO-MONTE ACUTO. Na manhã de 18 Set, o Gen ZENÓBIO determinou o prosseguimento do avanço e uma Cia/6º BI, reforçada por uma patrulha do 2º Pel Rec, ocupou CAMAIORE sob forte bombardeio de morteiros e artilharia, pois o inimigo retraíra. Os demais batalhões alcançaram a linha NOCCHI-GOMBITELLIFIBIANO-CUCCA, onde foram, pela primeira vez, estabelecidos contatos com patrulhas alemãs provenientes das elevações de MONTE PRANO, MONTE VALIMONO e MONTE ACUTO.
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O próximo objetivo do Dst FEB seria a conquista de MONTE PRANO. Nos dias seguintes houve rearticulação do dispositivo das Unidades. Dia 21 Set, o Dst iniciou a ação em busca da conquista do objetivo. A participação do apoio de fogo de artilharia e dos carros americanos foi intensa e constante. No dia 24 Set, na região de CAMAIORE, o Sgt PEDRO KRINSKI morreu atingido por estilhaços da artilharia alemã. Foi a primeira baixa em ação de combate sofrida pelo 2º Pel Rec. Após uma manobra desbordante, com o retraimento do inimigo, em 26 Set, foram ocupados o MONTE PRANO e MONTE ACUTO. Nesse mesmo dia 26, o 2º Pel, reunido em CAMAIORE, recebeu ordem de reconhecer a região de PIETRASANTA, no flanco esquerdo da zona de ação do Dst. A missão foi realizada sob intensos fogos de Artilharia, que foram suspensos quando o reconhecimento aproximou-se da localidade. Nos dias seguintes, a infantaria brasileira continuou buscando contato com o inimigo, avançando com grande dificuldade devido ao terreno bastante acidentado, com elevações que atingiam mais de 1.000 m de altitude, e desprovido de penetrantes. Nesse período, o Cmt do IV CEx decidiu deslocar para leste o limite da zona de ação do Dst FEB, onde atuaria em um terreno mais favorável à progressão e bastante humanizado. Com isso, a frente foi ampliada em cerca de 10 Km para leste. À tarde de 28 Set, o Gen Zenóbio recebeu a OOp Nr 12 do IV Corpo que determinava: !Progredir na direção geral de CASTELNUOVO DI GARFAGNANA, conduzindo o esforço ao longo do vale do rio Serchio, mantendo contato com a TF 92/USA, a leste."
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No dia 30 Set, dois batalhões do 6º RI, que já haviam atingido uma linha que se estendia de PESCAGLIA até às margens do rio Serchio, ocuparam BORGO A MOZZANO e FORNOLI, passando a atuar, cada batalhão, em uma das margens do rio Serchio. O 2º Pel Rec retraiu para S. MACARIO PIANO passando à reserva do Destacamento.
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As chuvas torrenciais que se estenderam até 3 Out praticamente suspenderam o avanço só retomado no dia seguinte. No dia 6, as localidades de FORNACI e COREGLIA foram ocupadas. Uma patrulha do 2º Pel Rec reforçou o BI e alcançou FORNACI. A fábrica de munições e peças para aviões que havia na cidade foi conquistada. Na pressa do retraimento, os alemães não tiveram tempo de efetivar a sua destruição. Outra patrulha substituiu um pelotão de infantaria em FORNOLI e, no dia 7, a primeira patrulha vai participar da ocupação de COREGLIA, deslocando-se a pé, por cerca de 15 Km, em terreno acidentado e sob forte chuva. Nos próximos cinco dias, a patrulha ocupou postos de vigilância no flanco direito, distendidos em uma brecha de 6 Km com as tropas americanas. O ressuprimento de munição e alimentação foi precário devido às mesmas condições adversas. Depois de três dias, com ação apenas de patrulhas que buscavam contato, o Gen ZENÓBIO decidiu: !Continuar, a partir das 0730h de 11 de outubro, a progressão pelo vale do rio Sercchio e ocupar ou conquistar BARGA e GALLICANO. Ficar em condições de prosseguir sobre CASTELNUOVO DI GARFAGNANA." As duas localidades haviam sido abandonadas e foram ocupadas apesar de intenso bombardeio e tiros de armas automáticas desencadeados de elevações mais ao norte. Essas posições foram consolidadas e houve necessidade de reajustamento do dispositivo. A Engenharia trabalhava na recuperação das estradas, inclusive lançando uma ponte para transposição do rio Serchio. As patrulhas continuaram a busca pelo contato com o inimigo, confirmando a existência de posições nos MONTE S. QUIRICO e LAMA DI SOTTO. A 12 Out, o 2º Pel Rec regressou a S.MACARIO PIANO ficando em reserva. No dia 20, o Cmt do Dst FEB expediu uma O Op para a conquista de LAMA DI SOTTO e elevações adjacentes a partir das 0700h do dia seguinte. O comandante do IV CEx, tendo em vista os últimos informes sobre o inimigo, suspendeu o ataque, determinando que as posições fossem mantidas.
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O 2º Pel Rec , a 22, deslocou-se para BORGO A MOZANO, acantonando. O EM da 1ª DIE ficou completo com a chegada do 2º e 3º Escalões da FEB, a 20 Set 44, em NÁPOLES. O Gen MASCARENHAS, no dia 28, deslocou o QG avançado para PONTE MARIANO, 7 Km ao norte de LUCCA, a fim de acompanhar de perto as ações do Dst FEB. A liberação da operação do Destacamento foi autorizada no dia 29 de outubro e foi desencadeada no dia seguinte. Ao final da jornada, LAMA DI SOTTO havia sido conquistada e MONTE S. QUIRICO ocupada. CASTELNUOVO DI GARFAGNANA, o próximo objetivo, estava a cerca de 4 Km dessas últimas posições. Na madrugada de 31 o inimigo contra-atacou, com forte apoio de fogo, surpreendendo nossas tropas que, ao final da tarde, já haviam retraído para ALBIANO, CATAGNANA e SOMMOCOLONIA. Foi o primeiro revés das forças brasileiras que atuavam na TO italiano. Enquanto ocorriam as últimas ações do Dst FEB, vários fatos aconteceram: -
Os 2º e 3º Escalões completaram o seu deslocamento até uma área próximo à PISA em 11 de outubro, onde acamparam para fins de treinamento e recebimento de material de guerra.
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Em 30 Out o Gen MARK CLARK, Cmt do V EX, convocou os seus generais para uma conferência, explanou sobre a situação dos aliados na ITÁLIA, suas carências de efetivos, as más condições do clima enfrentado pelos combatentes e apresentou sua decisão sobre o futuro das operações. O Dst FEB seria substituído e rocado para o vale do rio Reno, completando a 1ª DIE a ser empregada na mesma região.
Nesse dia primeiro de novembro, o 2º Pel Rec deslocou-se para COREGLIA em suas viaturas e substitui fração do 6º RI. No dia 6 Nov iniciou o deslocamento para leste, acantonando em BORGO CAPANE. Com o revés sofrido no último dia de outubro, terminavam as operações do Destacamento FEB no vale do rio Serchio. Foi substituído por tropas da 92ª Div/USA, no período de 2 a 11 de novembro, iniciando a sua roçada para o vale do rio Reno onde substituiu Unidades da 1ª Div Bld/USA. Durante o tempo em que atuou, o Dest FEB progrediu mais de 40 Km em território ocupado pelo inimigo, fez 208 prisioneiros, teve 290 baixas (sendo 13 mortos e 87 feridos, 183 acidentados e 7 extraviados), liberou várias localidades e capturou uma fábrica de munições e peças para aviões.
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4. AÇÕES DA 1ª DIE NO VALE DO RIO RENO (PERÍODO DE09 NOV a 12 DEZ 1944) (Esboço Nr 8)
Após a chegada dos segundo e terceiro escalões da FEB em 20 Set 44, a 1ª DIE, menos o Dst FEB, acampou em uma fazenda Real (San Ressore), próximo a PISA, reunida para fins de recebimento e adestramento com o material e treinamento para ficar em condições de entrar em combate. O Esqd(-) foi muito prejudicado nessa fase, tendo recebido o armamento com bastante atraso. Os morteiros 60mm e algumas viaturas de combate só foram entregues poucos dias antes de partirem para a área de operações. A Divisão foi incorporada ao IV CEX/USA para ser empregada, inicialmente, no vale do rio Reno. Era ainda outono, estação chuvosa e o V Ex/USA ainda planejava ações visando romper a Linha Gótica. O Objetivo principal do IV Corpo era atingir a cidade de BOLONHA e prosseguir para ocupar as passagens sobre o rio Pó, cortando a retirada dos alemães.
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Após um curto período de treinamento que não foi realizado em boas condições, a Divisão brasileira, por absoluta necessidade de tropas por parte do IV CEx, iniciou seu deslocamento para o Vale do Reno em 4 de novembro, terminando a concentração no dia 30. No dia 9 de novembro Gen MASCARENHAS instalou o seu PC avançado em PORRETA TERME e a 11 assumiu efetivamente o Comando da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. O Gen ZENÓBIO passou a ser o Comandante da Infantaria Divisionária. Na frente atribuída à 1ª DIE, passava a rodovia 64 que levava à BOLONHA e era dominada pelos fogos dos alemães que ocupavam elevações ao Norte (BELVEDERE, MONTE CASTELO, LA TORRACIA). Durante o posicionamento das Unidades da Divisão no vale do rio Reno, o 2º Pel Rec, ainda sob as ordens do Gen ZENÓBIO, no dia 10 Nov desloca-se de BORGO A MOZZANO e ocupa CAPUGNANO no flanco esquerdo da região do PC da Div. Em 15 Nov, o 1º Esqd Rec (-2º Pel), em duas colunas de marcha, desloca-se para GRANAGLIONE – BORGO CAPANE e, no dia seguinte, dia 16, todo o Esqd reúne-se em CAPUGNANO, ficando subordinado ao II Grupo Blindado/USA. Nesse dia 16, o 1º Esqd recebeu a sua primeira missão na guerra: !Deslocar-se em direção à GAGGIO MONTANO e substituir, em posição, tropa do 2º/370º RI/USA na região de CROCIALE; Vigiar vias de acesso que incidam em sua posição, vindas das regiões de GABA, TORRACIA, MORANDELA, mantendo a posição." Após reconhecimentos, ao anoitecer desse dia, o Esqd deslocou-se para CROCIALE onde estavam os Postos Avançados americanos. No dia seguinte o 3º Pel Rec avançou para GAGGIO MONTANO e atingiu a região, sem contato com os alemães. O 1º Pel dirigiu-se para SERRETONE, instalando postos de vigilância e o 2º Pel permaneceu em reserva na região de CROCIALE. Os deslocamentos foram feitos somente nos jipes em função da impossibilidade de emprego dos M8 a partir de CROCIALE onde havia sido destruída a única ponte, além da dificuldade imposta pela topografia da área e da situação precária das estradas e caminhos.
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No dia 17 de novembro foram feitas as ligações com a Task Force 45/USA, a leste, por meio de patrulhas a pé. Ainda neste dia, o 2º Gr Bld determinou que o Esqd reconhecesse e escolhesse áreas para posicionamento de carros de combate (americanos) que poderiam apoiar pelo fogo as ações futuras e ainda, itinerários em direção à LA TORRACIA que permitissem o deslocamento de carros de combate leves.
a. Os primeiros ataques ao Monte Castelo (24 e 25 Nov/44) (Esboço Nr 10) No dia 18 de novembro o IV CEx expediu uma Ordem de Operações que determinava: #A partir de 0600h de 24 Nov, impedir que o inimigo utilize a crista de MONTE BELVEDERE e conquistar e manter as regiões de MONTE CASTELO, MONTE DELLA TORRACCIA e MONTE TERMINALE." A missão caberia à Task Force 45/USA, constituída de dois batalhões americanos, o 3º BI/6º RI/1ª DIE e o 1º Esqd Rec.
Ao alvorecer de 19 Nov, o 2º Pel Rec deslocou-se para GAGGIO MONTANO junto a uma Seção de Engenharia que iria trabalhar melhorando os caminhos e levantar campos de minas. No decorrer da jornada, o Comandante do 1º Esqd, Cap Franco Ferreira, recebeu a missão de enviar uma patrulha a pé, comandada por Oficial, para reconhecer a região de MONTICOLO e tentar fazer prisioneiros. No dia seguinte, dia 20, ao aproximar-se da área designada, foi recebida por tiros de armas automáticas e o Ten Amaro Felicíssimo da Silveira, atingido, é morto. A patrulha, detida, foi obrigada a retrair sem poder recolher o corpo de Amaro que ficou no local onde tombou, coberto de neve e só pode ser resgatado em 02 de abril de 1945.
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No início da noite o Esqd, com todas as suas viaturas de combate, se reuniu em GAGGIO MONTANO sem encontrar qualquer tipo de oposição do inimigo. Após as ações naquela região, incorporou-se à TF45/USA e substituiu, no dia 22 Nov, uma companhia do 2º/370º RI/USA em TORRE MALAVITA. Nas primeiras horas de 24 Nov as Unidades ocuparam a linha de partida (LP) para desembocar o ataque às 0600h. O Esqd partindo de TORRE MALAVITA, tinha a seguinte missão: !Cobrir o flanco direito do 3º/6º RI devendo ficar em condições de aproveitar o êxito em direção ao MONTE TERMINALE." Missão de difícil cumprimento devido a extensão, profundidade e natureza da frente atribuída e ao efetivo reduzido empenhado (estava atuando desembarcado, com cerca de 60 homens e com armamento inapropriado para combate a pé).
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Os alemães acompanhavam de suas posições dominantes, desde à véspera, a movimentação dos aliados e mantiveram intenso fogos de artilharia, morteiros e armas automáticas, particularmente na região de BOMBIANA, onde fora estabelecido o PC do 3º/6º RI. Desde o início do ataque foram surgindo problemas na progressão das companhias. O inimigo reagiu em força, houve dificuldades na coordenação entre as tropas atacantes e por volta das 1300h fracassou a primeira tentativa da ofensiva, com a tropa aliada retornando para as posições iniciais.
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Na madrugada de 25 chegou Ordem para atacar novamente às 0800h com as mesmas Unidades, cansadas, mal alimentadas e com claros. O 3º BI/6º RI ampliou sua ZAç que passou a englobar a região de MONTE CASTELO. O 1º Esqd permaneceu na cobertura do flanco direito. Novamente os alemães, atentos, contraatacaram em força e novo fracasso, com a tropa brasileira tendo que retroceder para as regiões que ocupavam anteriormente. O único sucesso foi conseguido por uma unidade americana que atingiu e manteve posição em uma área do MONTE BELVEDERE. b. O terceiro ataque ao Monte Castelo (29 Nov/44) Esboço Nr 11) O IV CEX já planejava um seguinte ataque às mesmas regiões. Com reajustamento do dispositivo do Corpo, a 1ª DIE recebeu a responsabilidade de atuar em uma frente de mais de 12 Km (incluía MONTE CASTELO), adotando um posicionamento ofensivo a oeste e defensivo a leste. Foi formado um Grupo de Ataque, ao comando do Gen ZENÓBIO, composto de 3 BI (um de cada RI), uma Bia Obuses do 6º RI e 3 Pel CC americanos. No dia 26 Nov, o 1 ºEsqd Rec voltou à subordinação da 1ª DIE (estava com o II Gp Bld/USA). O limite esquerdo de seu setor deslocou-se para oeste reduzindo a brecha com o 3º/6º RI; o limite direito foi ampliado, incluindo parte das alturas de MORRO Dell"ORO, COLUMBURA, COLUMBARETA até BRAINETTA. Preparou posições defensivas na área, vigiando e patrulhando o vale do Rio Marano. Era uma larga frente (cerca de 2,5Km) para o efetivo disponível no combate a pé. Recebeu o reforço de 150 partisans que participaram do patrulhamento e auxiliaram nas missões de ressuprimento de rações, munições e combustível. Essa região era bastante montanhosa, com muitas ravinas, vegetação ciliar, trilhas e caminhos propícios à infiltração. O inimigo ocupava posições na região de SANTA MARIA VIGLIANA e enviava patrulhas noturnas até à margem esquerda do rio Marano. Nessa noite de 26, uma patrulha inimiga, tentando ultrapassar nossa linha, foi barrada, deixando um sargento prisioneiro. As viaturas pesadas continuaram à retaguarda, em manutenção e treinamento de tiro das guarnições. Os deslocamentos no setor atribuído à subunidade eram realizados em jipes e a pé. No dia 28, o deslocamento para as Pos Atq das Unidades de Infantaria que formaram o Grupo de Ataque foi realizado em condições desfavoráveis. O terreno era íngreme e estava muito enlameado decorrente das chuvas que naquela época eram frequentes. A tropa da 1ª DIE já chegou desgastada fisicamente. Isso, a poucas horas do terceiro ataque a MONTE CASTELO determinado para iniciar às 0800h do dia 29 de novembro.
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Mais um fracasso na tentativa, que durou todo o dia, de tomar o MONTE. À noite, as Unidades já haviam retraído e sido acolhidas em nossas linhas. As perdas foram elevadas. Só no 1º RI chegaram a cento e oitenta e cinco. De imediato o Comandante da DIE rearticulou o seu dispositivo e determinou substituições, movimentações de tropa, já na expectativa de uma nova ação ofensiva sobre os mesmos objetivos, não obstante os insucessos anteriores. As condições do terreno se agravavam em decorrência do clima que piorava com a aproximação do inverno. Nessa noite, os alemães atuam sobre a região mantida pelos americanos em BELVEDERE que são obrigados a retrair, desguarnecendo o flanco esquerdo.
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c. O quarto ataque ao Monte Castelo (12 Dez/44) (Esboço Nr 12) Em 05 de dezembro, o IV CEx determina à 1ª DIE: !Capture e mantenha as cristas de MONTE DELLA TORRACCIA, MONTE CASTELO, MONTE BELVEDERE (ação ofensiva) e mantenha o setor a leste de BOMBIANA no vale do RIO RENO (atitude defensiva)." A zona de ação compreendia uma frente de 18 Km. O 1º Esqd continuou na cobertura do flanco, nas mesmas regiões até BRAINETA, realizando patrulhamento na margem direita do rio Marano.
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O quarto ataque foi previsto e planejado para acontecer no dia 12 Dez 44 ás 0630h. Desde a véspera, o inimigo acompanhava a movimentação da Infantaria. Participaram do ataque: 2º e 3º BI/1º RI e o 2º BI do 11º RI. Momentos antes da hora marcada houve uma preparação de artilharia, não prevista, por parte dos americanos sobre o MONTE BELVEDERE, o que provocou uma reação intensa dos alemães em toda a frente. Desde a ultrapassagem da linha de partida e durante toda a manhã, a progressão foi penosa sem avanços decisivos. Por volta das 1430h o Gen ZENÓBIO DA COSTA, comandante do grupamento de ataque, suspendeu a operação e as Unidades retraíram em direção às posições de partida. Foi mais um resultado bastante desagradável e triste para a Divisão brasileira. As perdas entre o 1º RI e o 11º RI chegaram a 145 (mortos e feridos). No período (9 Nov a 12 Dez 44), o Esqd Rec teve as seguintes baixas: dois mortos (Ten AMARO e Cabo BERNARDINO), quatro feridos (um Oficial, um Sargento, um Cabo e um Soldado), vinte Soldados e seis Cabos baixados; fez também três prisioneiros alemães.
5. PERÍODO DE 13 DE DEZEMBRO DE 1944 A 20 DE FEVEREIRO DE 1945. (DEFENSIVA DE INVERNO) (Esboço Nr 13) Começava uma fase de estabilização no momento em que o Comando Aliado decidiu por estabelecer-se defensivamente em toda a frente, motivado pela evolução desfavorável do clima, pois agora, além das chuvas, chegava a neve, dificultando ou mesmo impedindo a movimentação de tropas. Ordem emanada do IV CEx/USA expressava: !A 1ª DIE, em ligação a Este com a 6ª DB/ÁFRICA DO SUL e a Oeste com TF 45/USA, defenderá o setor compreendido entre C.PRUMARELLA (a oeste) e LISSANO (a leste) de maneira a impedir qualquer movimento do inimigo para Sul e para Leste." O 1º Esqd continuou na missão de vigilância e de patrulhamento no flanco direito até 22 Dez, sujeito a fogos de armas curvas sobre as posições que ocupava. Recebeu, nesse período, um observador avançado de artilharia.
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Após 29 dias contínuos naquela posição no flanco, foi substituído pelo 1º/1º RI, operação realizada sob intenso fogo inimigo e passa à reserva da DIE na região de GRANAGLIONE, a SW de PORRETTA TERME. Lá, reuniu todo o seu efetivo para descanso, recompletamento de pessoal e manutenção das viaturas. Foi retomado o treinamento de tiro das armas coletivas, dos motoristas das viaturas blindadas e a instrução de táticas de emprego da Cavalaria. A tropa ficou alojada em casas de italianos e, por rodízio, alguns gozaram alguns dias de folga em FLORENÇA. Quando da reunião em GRANAGLIONE, o Cap FRANCO FERREIRA que vinha comandando o 1º Esqd Rec, no Rio de Janeiro (a partir de 04 Fev 1944) e, em combate, desde a sua chegada ao teatro de operações italiano (20 Set 44), baixou ao hospital em 8 Jan 45 por problemas de saúde, passando o Comando do Esqd ao 1º Ten PITALUGA, SubCmt. Estava doente, com uma ferida aberta que se estendia pela sua perna direita até ao pé, além de problemas cardíacos. A solução foi encaminhá-lo a um hospital americano quando foi julgado incapaz para a frente de combate e depois repatriá-lo ao Brasil. O boletim interno da 1ª DIE, de 16 de janeiro de 1945 transcreveu o seguinte elogio: !O Capitão FLÁVIO FRANCO FERREIRA acaba de deixar o Comando do 1º Esquadrão de Cavalaria em virtude de se encontrar doente. Quando no Comando de sua Unidade e particularmente durante três meses e pouco em que esteve empregado no cumprimento de missões de combate, nas posições de nossa linha de contato, soube conduzir-se como um verdadeiro Chefe Militar, seja cumprindo rigorosamente missões táticas que lhe foram afetas, seja se adaptando às condições particulares da situação defensiva. Possui em alto grau o espírito de cooperação. É franco, leal e disciplinado. Saliento ainda a circunstância de que só agora, quando a sua Unidade se encontra em reserva, procurou tratar de sua saúde. Isto significa para mim o sentimento perfeito de responsabilidade. É, portanto, com prazer que este Comando, em face do que acima ficou dito, elogia o Cap FLÁVIO FRANCO FERREIRA e o recomenda a seus subordinados como exemplo a ser imitado. Desejo muitas venturas em sua vida militar futura."
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PLÍNIO PITALUGA foi promovido a Capitão em 10 de janeiro de 1945. Em 16 de janeiro de 1945, o Esqd, ainda na reserva da Div, recebeu Ordem para deslocar-se para BORGO CAPANE e cumprir missões de segurança de área de retaguarda, ficando em condições de atuar nas direções de PORRETTA TERME, SILLA E MARANO. Os Pel Rec reconheceram os eixos e itinerários, identificaram posições de defesa já antevendo a possibilidade de realizar uma ação retardadora. (Esboço Nr 14)
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No dia 20 Jan, agregou nova missão: !Impedir que elementos inimigos lançados em paraquedas atuem no setor da Divisão e pratiquem atos de sabotagem e espionagem." Em decorrência, reconhecimentos foram feitos e dois postos de vigilância estabelecidos, um em IL POGGIO, vigiando o vale do Rio Reno e a estrada 64 e outro em VARANO para vigiar as encostas e o vale do Rio Maggiore. O patrulhamento à frente de suas posições era constante. O Esqd manteve uma Reserva em BORGO CAPANE. Essa situação manteve-se até 18 de fevereiro, vésperas do desencadeamento do PLANO ENCORE dos aliados, a retomada da ofensiva, que já vinha sendo planejado há tempo e onde haveria o quinto ataque ao Monte Castelo pela nossa 1ª DIE. Nessa data, a ordem de operações da Div previa para o Esqd: !Deslocar-se no dia D, mediante ordem, em condições de ser empregado quer no eixo da estrada 64, quer no eixo de SILLA a GAGGIO MONTANO".
6. PERÍODO DE 20 FEV a 13 ABR/45: RETOMADA DA OFENSIVA a.O quinto ataque ao Monte Castelo (21 Fev/45) (Esboço Nr 15) O Atq ao MONTE CASTELO era missão da DIE enquanto a 10ª Div Mth atacaria a oeste, começando antes, conquistando M. BELVEDERE a 18 Fev, prosseguindo na conquista de M TORRACIA (22 Fev). Á noite do dia 20 e madrugada de 21 Fev, os nossos Batalhões de Infantaria ocuparam as posições de ataque e ultrapassaram a linha de partida às 0530h. Participaram: ataque principal, em 1º escalão, o 1º RI (1º BI à esquerda e o 3º BI à direita; 2º BI reserva); ataque limitado a leste com o 2º BI do 11º RI. Houve a intervenção intensa dos apoios: de fogo da Artilharia, do apoio aéreo do Grupo de Aviação brasileiro, da Engenharia, da Saúde e Transmissões. Reserva da Divisão: o 3º BI/11º RI e o Esqd Rec. Na tarde desse dia, já quase anoitecendo, o objetivo havia sido alcançado, sendo consolidada a posição por volta das 2300h. Nos cinco ataques ao MONTE, a 1ª DIE perdeu 478 militares entre mortos e feridos (103 baixas no dia 21 Fev). Prosseguindo na ação, o 1ºRI conquistou LA SERRA em 23 Fev com 33 baixas.
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b. Período de 27 Fev a 13 Abr/45 O IV CEx prosseguiu na ofensiva com toda a 10ª Div Mth e parte da 1ª DIE, visando ocupar o vale do Rio Marano. Para cobrir o flanco esquerdo do dispositivo do Corpo, a Div brasileira, a partir de 27 Fev, assumiu a defesa de posições ocupadas por Unidades da Div americana, de MONTE BELVEDERE para oeste, empregando na substituição o 1º RI, 3º/11º RI e o Destacamento Maj OLIVIER (composto pelo 1º Esqd Rec, 1ª/3º/11º RI, a Cia CAC/11º RI e um grupo de partisans postos à disposição). (Esboços Nr 16,17 e 18) Nos próximos 41 dias, o Esqd atuaria, combatendo a pé, nos maciços das regiões dos vales dos arroios Dardagno e Ospitale.
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Ao Destacamento coube ocupar as elevações dos MONTES SERRASICCIA (1.200m), CAPEL BUSO (1.200m), PIZZO DI CAMPIANO (640m) e a região de ROCCA CORNETTA (560m). Era a tropa mais a oeste de todo o IV CEx. Contava com apoio da nossa Artilharia Divisionária e de uma Cia americana de morteiros químicos que ocupou posição em LA CA. O Esqd, reforçado por dois pelotões da Cia anticarro atuando como fuzileiros, distribuiu suas frações em CARPINETO (1.100m), na cota 1.380m do MONTE SERRACICCIA, cota 1.200m em TROGGOLI, cota 1.200m em CAPEL BUSO e instalou seu Posto de Comando em SERRACICCIA. O acesso a essas posições foi feito a pé. As elevações ainda estavam cobertas pela neve. As viaturas ficaram em VIDICIÁTICO (840m). (Carta FANANO)
A região era um maciço de forte aclividade e muito dobrada, de penoso acesso, com ângulos mortos e extensos bosques de pinheiros. Favorável à infiltração de patrulhas do inimigo que ocupava posições de resistência ao redor de FANANO e realizava, com frequência, tiros de armas curvas sobre os nossos postos de vigilância que foram instalados protegidos com cercas de arames farpados e armadilhas.
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Cerca de trinta partisans trabalharam com o Esqd e participaram de patrulhas noturnas, auxiliaram no suprimento de rações, armamento, munições e combustível para os aquecedores, fizeram escolta de prisioneiros, desertores e refugiados italianos para o PC. O suprimento era transportado, até locais intermediários, em muares de uma Cia italiana que havia abandonado o lado alemão e daí, a braço, com muita dificuldade e desgaste físico. A alimentação, durante os vinte e cinco dias em que o Esqd permaneceu em posição, foi feita utilizando rações de campanha americana. A água, para consumo e higiene sumária, era obtida por meio do aquecimento da neve. O atendimento inicial de saúde foi prestado por duas equipes de padioleiros de um posto médico instalado em FARNÉ (920m).
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Foi um período de muito desgaste físico e emocional dos combatentes cavalarianos, pela dificuldade do terreno montanhoso em que estavam sendo empregados e pela inclemência do clima. Durante a permanência nessa região, cinco alemães desertaram e feitos prisioneiros. As baixas foram em número de quinze: por doença, um oficial, dois cabos e dez soldados além de um soldado ferido e outro com congelamento grave em partes do corpo. Em 05 Mar, na limpeza do Vale do Rio Marano, a 1ª DIE conquistou CASTELNUOVO. As posições e observatório alemães sobre a Rv 64 e a margem esquerda do Rio Reno estavam de posse das topas do IV CEx/USA. Este Grande Comando, bastante exigido há tempos, iniciou um reposicionamento defensivo, ganhando tempo enquanto esperava que fossem ultimados os planos para a ofensiva da primavera a ser desencadeada em direção ao Rio Pó. A 1ª DIE ficou enquadrada pela TF45/USA à esquerda e a 10ª Div Mth/USA à direita. No dia 20 Mar a 1ªDIE estabeleceu para o 1º Esqd: !Após substituído pela Cia CAC/6º RI, reagrupar-se em LA CA, ficando em condições de ser lançado, mediante ordem, para cobrir o flanco oeste na região mais ao S de FANANO e estabelecer ligação, por meio de patrulha, com a TF45/USA." A substituição foi efetivada em 22 Mar 45 e o Esqd desincorporou-se do Destacamento OLIVIER para cumprir a missão que incluía o patrulhamento a pé do vale do Rio Dardagno. Ocupou posições em POGGIO FORATO (880m) e MONTE DEL ACERO (1.600m) para vigiar as serras BAICHETTI (1.200m) e MANCINELO (1.200m) e impedir infiltração do inimigo sobre o flanco esquerdo da DIE. Suas viaturas continuavam em VIDICIÁTICO (840m).
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As patrulhas, contando com partisans, chegaram à OSPITALE (920m) onde colheram informações sobre o inimigo e atingiram CINGIO DE SERMENDIANO (1.500m) e PASSO DEL LUPO (1.450m). Refugiados que cruzavam as nossas linhas eram encaminhados à retaguarda. A ligação com a TF45 não conseguiu ser realizada pela dificuldade imposta pelo terreno e também porque os americanos estavam muito distantes, a oeste. A DIE, em 23 Mar, expediu uma diretriz para ser cumprida pelos pelotões nessa fase defensiva: !Desenvolver a resistência física do combatente e melhorar a instrução no que diz respeito às ações ofensivas". Mesmo continuando no patrulhamento intensivo, o Cap PITALUGA fez cumprir parte do programa, realizando a prática de tiro das armas e conversando sobre moral e coragem com os soldados e graduados.
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As patrulhas a pé de todas as Unidades da linha de frente, nessa fase defensiva, empregadas diariamente, tiveram atuação destacada, reconhecendo itinerários, fazendo ligações, identificando campos minados e obstáculos, localizando posições, barrando infiltrações e fazendo prisioneiros inimigos. (O Esqd, desde a chegada do 1º escalão até no momento em que foi lançado no aproveitamento do êxito e na perseguição, quando foi necessário ser empregado no combate desembarcado, fez intenso uso de patrulhamento a pé). Em 09 Abr 45 foi substituído por uma Cia Inf/370º RI(USA) e deslocou-se para GAGGIO MONTANO, em reserva, tendo permanecido naqueles maciços por mais de quarenta dias enfrentando as dificuldades da topografia, do clima e da extensão da frente a ele atribuída.
(O patrulhamento foi constante durante todo o tempo de atuação da FEB)
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7. PERÍODO DE 14 A 23 DE ABRIL DE 1945 (OFENSIVA DA PRIMAVERA) a. Montese (Esboço Nr 19) Já era primavera e chegara o momento da Ofensiva da Primavera há tempo planejada. O clima e as condições de transitabilidade do terreno estavam melhores. O plano do XV Grupo de Exércitos (VºEX/USA a oeste e o VIII EX/Britânico a leste) previa, em linhas gerais: !Conquista de BOLONHA, desenvolvimento da ofensiva no vale do Rio Pó, conquista das regiões de passagem e transposição do rio e posse de VERONA. Haveria intensa participação das Forças Aéreas aliadas."
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Em 02 Abr, o Cmt do IV CEX, em reunião com seus Cmt divisionários expõe sua Ordem de Operações explicitando a missão da 1ª DIE: !Manter as posições defensivas em sua ZAç, reconhecer e estar preparada para, mediante ordem, perseguir o inimigo em retirada, pelas estradas em direção à VIGNOLA e/ou à MONTEVEGLIO." Era uma missão secundária, uma tarefa bastante simplificada para a Divisão pelo que vinha executando nas fases anteriores. O Gen MASCARENHAS coloca argumentos e consegue ampliar a missão: !Atacar a região de MONTESE-MONTELLO, abrindo o caminho para o vale do Rio Panaro." A 1ª DIE com essa ação, estaria dando cobertura à 10ª Mth que, por leste, realizaria o ataque principal do IV CEx. O QG da Div havia se deslocado para LIZZANO IN BELVEDERE e dali, após reconhecimentos, expediu a sua OOp que previa o início do ataque para as 10.15h do dia 14 Abr. As Unidades em primeiro escalão seriam o 11ºRI, realizando o esforço e o 1ºRI. Em reserva, o 6ºRI e o 1ºEsqd Rec. A Ordem para o Esqd, que se encontrava reunido em GAGGIO MONTANO após ser substituído por uma Cia Inf no início de Abr, constava: !Deslocar-se para TAMBURINI na jornada de 14 Abr, em condições de aproveitar o êxito sobre BERTOCCHI e RANOCCHIO." Nesse momento, recebeu em reforço uma seção da 1ª/9º Batalhão de Engenharia. Conforme o planejado, iniciou-se o movimento dos Batalhões de Infantaria. Às 1400 horas, já durante o desenrolar do ataque, o Cap PITALUGA recebeu ordem de deslocar-se para a região de TAMBURINI, CAMPO DEL SOLE e IL CERRO e adotou o seguinte dispositivo: o 3º Pel Rec ocupou IL CERRO, os outros dois Pel em CAMPO DEL SOLE e os trens de combate em BORRE. Por volta das 1800h, praticamente toda a região de MONTESE estava nas mãos dos nossos infantes. Esse ataque contou com apoio de blindados americanos (M4 Sherman, M10 Destruidores de tanques) além dos carros M8 do Esqd. Ainda houve movimentação de tropa em direção ao Norte, sob intenso fogo dos alemães, buscando elevações dominantes. Numa tentativa de atingir a cota 778, o Aspirante Mega foi mortalmente ferido. Já noite alta do dia 14, os BI receberam ordem de manter as posições em que se encontravam, preparando-se para continuar a ofensiva na próxima jornada.
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O inimigo tentou de todas as formas retomar a cidade. Os contra-ataques não cessaram durante as próximas duas jornadas. A sua Artilharia não cessou de atirar até o dia 17 quando cessaram os contraataques e a batalha terminou (foram disparados, pelos alemães, mais de 1800 tiros) naqueles 4 dias. Montese foi a batalha mais dura e sangrenta enfrentada pela 1ª Divisão durante toda a guerra. As nossas baixas chegaram a 430 (34 mortos) e do lado alemão foram de cerca de 500 e feitos 453 prisioneiros de guerra.
No dia 17, o Esqd reconheceu saídas da cidade e logo o 1º Pel Rec seguiu para RANOCCHIO, o 2º Pel para BERTOCCHI e o 3º Pel, em reserva, no eixo MONTESE-RANOCCHIO. Os Trens de Combate, as viaturas M8 e meia lagarta permaneceram em MONTESE, aguardando os reparos a serem feitos nas estradas. Mais tarde, deslocaram-se para SALTO e S. MARTINO.
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A missão foi cumprida nos jipes de ¼ tonelada. A Cavalaria Mecanizada voltava a ter a possibilidade de reconhecer embarcada em suas viaturas. Durante o avanço, os Pel foram, com frequência, hostilizados por fogos de artilharia e morteiros. O 2º Pel surpreendeu um posto da retaguarda inimiga em CASTIGLIONE que foi dominado, fez cinco prisioneiros e deixou um morto. MONTE MAIOLO ainda estava ocupado por elementos alemães. Temendo ameaças, o Cap PITALUGA empregou, às 1800h, nessa direção, o 3º Pel para cobrir-se. O inimigo retirou-se para o norte, atravessando o Rio Panaro em CASELLANO. Durante a noite, o Esqd ocupou posições na linha RANOCCHIO - MAIOLO - BERTOCCHIO, tendo sido reforçado, em MAIOLO, por uma Cia do 11º RI. Em um desses deslocamentos, teve um carro M8 avariado ao passar sobre uma mina e precisou ser levado à retaguarda para reparos. A seção de Engenharia fez o levantamento de um campo de minas em uma bifurcação que conduzia a BERTOCCHIO e preparou desvios em trechos destruídos da estrada MONTESE - RANOCCHIO. O 3º Pelotão continuou o movimento e atingiu, na manhã de 19 Abr, CASELANO, às margens do Panaro. Cobertos pelo 1º Esqd, as Unidades de Infantaria iniciaram o movimento em direção NW e elementos avançados atingiram a linha Cota 888 - MONTELLO.
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b. Avanço até Vignola (Esboço Nr 20) Ao final da jornada desse dia 19, o Cmt da 1ª DIE recebeu uma nova Ordem: !Cobrir o flanco W do IV CEx/USA, no corte do Rio Panaro, na direção de ZOCCA-MONTE OMBRARO até VIGNOLA.
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Cedo, no dia 20 Abr, o 1º Esqd Rec recebe ordem de: !Ao ser substituído por tropa do 11º RI, reunir-se em MONTESE e, mediante ordem, avançar buscando o contato com o inimigo no sentido VILLA D$AIANO-ROSOLA-ZOCCAGUAINAZZO; vigiar o movimento do inimigo ao longo do Rio Panaro, reconhecer as passagens até M. VALLECCHIE e ficar em condições de ocupar a região de SAMONE - 476." Nesse mesmo dia os 1º e 6º RI iniciam seu deslocamento para o norte. Às primeiras horas de 21, constata-se que os alemães já haviam retraído e, por volta das 0730h, com a região livre de opositores, os dois Regimentos prosseguem no avanço. Já com a substituição efetivada pelo 11º RI, o Esqd Rec, reforçado por uma Seção de Engenharia, às 0800h de 21/04 movimentou-se para CASTEL D"AIANO e às 1000h, ultrapassando o 6º RI, seguiu na vanguarda impulsionando seus pelotões, por eixos muito danificados e minados em alguns trechos, na direção geral de ROSOLA – ZOCCA - GAINAZZO - GUIGLIA. Foi a primeira Unidade a atingir e ocupar ZOCCA. Estava bastante destruída pelos bombardeios de nossa Artilharia que apoiava o avanço e também pela do inimigo tentando nos retardar. As distâncias eram grandes, a marcha penosa. Às 1500h o 2º Pel Rec atingiu CÁ DE LUCCA, GUAINASSO, seguindo para M. VALLECCHIE. O 3º Pel o acompanhou, mas ambos se detiveram ao encontrarem uma ponte destruída. O restante do Esqd alcançou CÁ DE LUCCA. Com auxílio de civis da vizinhança, os dois Pel prepararam um desvio para uma área próxima, que dava vau, mesmo com alemães tendo feito alguns tiros de morteiro sob a vizinhança da ponte. Às 2100h, nas viaturas ¼ Ton, orientado por um guia italiano, o movimento foi retomado na busca do contato com o inimigo em direção à SPINELLA para reconhecer as margens do rio Panaro e patrulhar a região de MARANO SUL PANARO. Os carros de reconhecimento permaneceram em MONTE VALLECCHIE, junto com o 1º Pel, aguardando os reparos nas estradas. Esse era o motivo frequente que impedia os Pel, em seu avanço, de cumprirem as missões com seu efetivo completo. Informações obtidas no reconhecimento indicavam que cerca de 150 alemães e viaturas hipomóveis haviam cruzado o rio e que MARANO SUL PANARO estava ocupada por tropas. Pouco antes da meia-noite, tendo chegado próximo à SPINELLA, o Cap PITALUGA orientou o 2º Pel para tomar posição frente a um vau, a leste e que o 3º Pel ocupasse a localidade.
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Na madrugada do dia 22 Abr um grupo de alemães cruzou o rio para resgatar peças de artilharia que haviam ficado na margem direita; foram surpreendidos pelo 2º Pel que fez 13 prisioneiros e matou um. O Pel teve, na ação, oito feridos e um morto (soldado BERNARDINO DA SILVA). Já dia claro os alemães que ocupavam posições na margem esquerda do rio, desencadearam intenso bombardeio de morteiros e tiros de armas automáticas sobre a margem direita. O 1º Pel, já em movimento, seguiu para GUIGLIA, prendendo 15 alemães na passagem por ROCHETTA. À noite, os 1º e 3º Pel realizaram patrulhamento na margem oriental e ocuparam posições junto às passagens. Coberto pelo 1º Esqd que mantinha contato com o inimigo ao longo do rio Panaro frente à MARANO SUL PANARO, a 1ª DIE, durante a noite de 22 para 23 Abr, continuou avançando e unidades do 6º e do 11º RI (que havia sido substituído pelo 371º RI/USA), nesse dia, ocuparam posições em SANTO ANTONIO e CÁ NOVA. O 1º RI atingiu e se posicionou frente à ponte na região de SAMONE. Ao final dessa jornada de 23, estava liberada a margem direita do Rio PANARO, área aonde o Esqd Rec atuou rápida e agressivamente desde ZOCCA. A fase seguinte seria a perseguição do inimigo em retirada. No período, em toda a Div, houve dez mortos, setenta feridos, dois desaparecidos e fez noventa e seis prisioneiros. Após Montese, o Gen Mascarenhas fez uma proclamação à nossa tropa: !Soldados do Brasil%A hora decisiva chegou. O fim do nosso inimigo se aproxima com extrema rapidez. A arrogante Alemanha, invadida por leste e oeste, já não suporta os duros golpes que lhes assestam os bravos Exércitos das Nações Unidas. Na Itália, onde nos trouxe o compromisso militar e o desejo indiscutível de participação no conjunto que ora faz extinguir o mais tirano dos regimes de todos os tempos, as forças aliadas sob o Comando Geral do Marechal Alexander, reiniciaram a ofensiva.
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A nossa Divisão, que tem sabido cumprir com galhardia as honrosas missões impostas pelo IV Corpo, aguarda o momento de lançar-se ao inimigo. E quando essa hora nos for indicada, quero ver os valentes soldados do Brasil em ímpetos que o sentimento da honra militar incentiva, atirarem-se sobre o alemão com a vontade férrea de não o deixar mais respirar até a completa asfixia. Avante, pois. É o último esforço que o Brasil exige de nós. Tenhamos certeza do êxito que depende exclusivamente de cada um dos soldados da FEB. A vitória decisiva já se faz anunciar. Ela, mais uma vez digo, depende de cada um. Saberemos cumprir o nosso dever, único meio de podermos, cabeça alçada, chegada a Paz, retornar ao nosso país tão querido com a convicção firme e indiscutível de o haver servido com amor e desinteresse." (transcrito do jornal O CRUZEIRO DO SUL, publicação, na Itália, do Serviço Especial da FEB.)
8. PERÍODO DE 24 a 29 DE ABR/45: O AVANÇO PELO VALE DO RIO PÓ O IVº CEX iria agora avançar pelo vale do rio Pó, empregando a 34ª DI/USA pelo eixo da Rv 9, a fim de impedir que os alemães retraíssem para o N e NE. Em 22 Abr expede uma OOp para a 1ª DIE, determinando: !Avançar pelo vale do rio Pó, ao sul da rodovia Nr 9, na direção NW, cobrindo o flanco esquerdo do IVºCEx face a S e SW." A frente da Div para o sul, não estava delimitada. O terreno em que iria atuar a partir de então, era uma planície entrecortada de estradas de boa qualidade que permitiam deslocamentos motorizados e mecanizados, explorando a rapidez. Destacavam-se a transversal Rv 9 e várias penetrantes, as mais importantes, Rv 62,63,19,12. Os Apeninos haviam ficado para trás. Era o início do aproveitamento do êxito e da perseguição. O Comando da 1ªDIE dependia do efetivo reconhecimento da sua zona de ação e do inimigo, da articulação judiciosa dos meios e de empregá-los rapidamente. Resolvendo o problema da falta de caminhões nos Regimentos de Infantaria e para que pudesse iniciar a perseguição com a rapidez necessária, tomou uma decisão importante: a Artilharia colocaria à disposição dos infantes, parte de suas viaturas a partir do dia 23 Abr. Não houve qualquer objeção por parte do Gen CORDEIRO DE FARIAS, Cmt da Artilharia Divisionária.
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O Gen MASCARENHAS, em suas Memórias, volume 1, escreveu: !Para que eu pudesse tomar oportunas e rápidas decisões, realizando adequada e pronta coordenação das colunas em marcha, decidi manter-me junto aos elementos mais avançados da Divisão. Interessava-me, sobretudo, impulsionar o Esquadrão de Reconhecimento, de cujas informações ia depender o emprego de nossa tropa." Para o 1ºEsqd Rec era a oportunidade de ser empregado dentro de suas características de agressividade e rapidez, com seus efetivos de pessoal e viaturas completos, cumprindo uma missão clássica da Cavalaria: a perseguição. A. O ataque à COLLECCHIO (Esboços Nr 21 e 22)
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A Divisão, que ao atingir VIGNOLA, estava com suas Unidades desdobradas desde a região de MONTESE, embarcou, nas viaturas recebidas, dois batalhões: o 3º/6º RI e o 1º/1º RI. Ao início de 23 Abr, esse grupamento motorizado reforçado por elementos de Apoio e carros de combate americanos, foi lançado desbordando VIGNOLA pelo eixo GUIGLIA – BAZZANO – SPILAMBERTO – FORMIGENE, atingindo, ainda na parte da manhã, as localidades de MAGRETA e FORMIGINE. Os alemães, sentindo- se ameaçado de cerco, retiraram-se para oeste. Os rios que de sul para norte iam desaguar no Pó eram largos e vadeáveis em vários trechos naquela época do ano. Ao sentir-se cercado, o inimigo abandonou suas posições na margem oeste do rio Panaro e logo o 3º/11º RI ocupa MARANO S PANARO e VIGNOLA e, mais tarde, desloca-se para CASTELVETRO. O 1º/11º RI avança para CA DI SOLA. O Esqd Rec, próximo ao meio dia, vadeou o Rio Panaro e ocupou MARANO SUL PANARO, juntando-se ao 3º/11º RI que atingira a mesma região mais cedo. Aí, recebeu a missão de: !Em 240700Abr lançar-se pelo eixo MARANO – CASTELVETRO – SASSUOLO reconhecendo as transversais que incidem por SW. Reconhecer também, com elemento ligeiro, o eixo MARANO – CROSETA – MONFESTINO - MALACONDA – PONTE NUOVA. Em fim de jornada, o Esqd ocupará PONTE NUOVA." O PC da 1ª DIE deslocou-se para VIGNOLA. No horário estabelecido para o dia 24, partiu o Esqd, dando início à perseguição, com o 1º Pel na vanguarda pelo eixo principal e, mais à retaguarda, o 2º Pel e o Pel Extra reconhecendo as transversais; o 3º Pel pela estrada MARANO – MONFESTINO – PONTE NUOVA. Por volta das 1000h já haviam atingido SASSUOLO e PONTE NUOVA, onde foram aprisionados quatro alemães. Sem a presença de inimigo, o 1º Pel atravessou o rio Secchia e reconheceu o eixo CAVALGRANDE – CASTELLARANO, retornando à PONTE NUOVA onde reuniu-se ao Esqd. Às 1500h chegou nova Ordem de Movimento: "Atuar segundo o eixo SASSUOLO – SCANDIANO – ALBINEA – QUATRO CASTELLA, reconhecer a estrada 63 de ALBINEA a CASINA e prosseguir, ocupando a ponte S. POLO D$ENZA no corte do rio Enza."
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Cerca das 1600h o 1º Pel, na vanguarda, iniciou o deslocamento e uma hora mais tarde, já percorrendo a Rv 63, informou que tropa americana que se dirigia para o norte estava em contato com pequena resistência alemã em VEZZANO, acima de CASSINA. Tendo em vista esse fato, foi determinado ao Pel que seguisse para SAN POLO D"ENZA. O 3º Pel foi lançado para BIBBIANO onde colheu informes que, pouco tempo antes, uma coluna inimiga havia retraído em direção à MONTECCHIO EMILIA. Essa noite o Esqd guardou as passagens sobre o rio Enza. Ao fim da jornada de 24 Abr, o 2º/1º RI estacionou em ARCETO e o 3º/6º RI em SABBIONE. O 11º RI foi transportado para SCANDIAN e SASSUOLO. As demais Unidades, mais à retaguarda, aguardaram o transporte. PITALUGA, na fase da perseguição, buscava informações, transmitidas imediatamente via rádio ao Comando da 1ª DIE, necessárias para tomada de decisão. Cobria, ao mesmo tempo, o avanço das Unidades de Infantaria. Missões relevantes, próprias da Cavalaria. Na manhã de 25 Abr, o Esqd continuou o reconhecimento para oeste. Atravessou o rio Enza e lançou o 1º Pel Rec em direção à TRAVERSETOLO, ocupando-a e vigiando as saídas para PARMA e LAGHIRANO. O Cmt do Esqd, acompanhando uma de suas patrulhas lançada sobre as localidades de PANNOCCHIA e LANGHIRANO, estabeleceu contato com um grupo de oficiais paraquedistas ingleses e partisans atuando nessa região, que informaram sobre a presença de tropa alemã em COLLECCHIO e que dois batalhões estavam em deslocamento de BOCETO para FORNOVO DI TARO. Informações que foram repassadas imediatamente para o QG da Div. Constatado pelo reconhecimento que naquela região compreendida entre os rios Enza e Parma estava livre da presença inimiga, às 1400h, PITALUGA avançou o 3º Pel em direção à PORPORANO e PARMA. Foi estabelecida ligação com o esquadrão de reconhecimento da 34ª DI/USA que prosseguia a cavaleiro da Rv 9 e ainda ajudou, atacando com fuzileiros a pé, na redução de um posto avançado alemão nas orlas da cidade, fazendo um prisioneiro e matando um soldado. Durante essa jornada o QG avançado da 1ª DIE deslocou-se por mais de 70 Km, de VIGNOLA para MONTECCHIO EMILIA. O 6º RI cerrou para o corte do rio Parma e o 11º RI para o rio Enza. Dia 26 Abr, O Esqd Rec seria a primeira Unidade da 1ªDIE a atingir COLLECCHIO. Às 1200h, atuando na vanguarda e proporcionando cobertura à Infantaria, o Cap PITALUGA recebeu a Ordem de lançar-se sobre a cidade a fim de guardar as passagens sobre o rio Taro. Pouco depois, iniciou o cumprimento da missão na direção PROPORANO – GAIONE – SAN MARTINO com o 3º Pel à testa. Ao aproximar-se de COLLECCHIO, o Pel foi detido por fogos de
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armas automáticas e de carros leves alemães. O 2º Pel desbordou pelo flanco e não pode prosseguir por intenso fogo de carros blindados; fez ligação com uma Cia de Inf americana que cobria o acesso à PARMA em VICOFERTILLE. O 1º Pel ficou à retaguarda, a cavaleiro da estrada para SALA BAGANZA (nesta cidade, a Engenharia preparou posições defensivas para, se necessário, serem ocupadas na proteção do flanco do Esqd). O contato com o inimigo foi mantido com PITALUGA fazendo largo uso dos canhões dos seus M8.
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O primeiro reforço enviado pela Div, a 8ª/3º/6º RI mais um Pel Mtr, chegou por volta das 1600h transportado em caminhões. Às 1800h o Gen ZENÓBIO DA COSTA, Cmt da Inf Divisionária, acompanhado do Cmt do 2º/11º RI e de sua 5ª Cia, atingiu o local do PC do Cmt Esqd para coordenar as ações de todas essas Unidades e !fixar as tropas inimigas, impedindo-as de prosseguirem em direção à PARMA." Foi planejado um ataque, comandado pelo Cmt do 2º BI empregando as três subunidades (8ª/6º, 5ª/11º mais os 2º e 3º Pel Rec) iniciado próximo às 1930h em direção a um pequeno cemitério e à igreja da cidade, ambos ocupados pelos alemães. Depois de quase uma hora combatendo, dois pelotões da 5ª companhia atingiram os objetivos. O PC do Cmt do 2º BI/11º RI deslocou-se para a região da igreja. A 8ª Cia progrediu em direção à orla NE ocupando a área, debaixo de forte chuva, por volta das 2130h. O Esqd participou de toda a ação movimentando seus M8 em apoio às companhias de infantaria. O Inimigo que ainda mantinha uma área na região da estação ferroviária, mais a NW, passou a atirar sobre as posições já ocupadas pela nossa tropa. O ataque foi suspenso para ser reiniciado ao clarear do próximo dia. A partir das 2300h, foram chegando mais três companhias (uma do 6º RI e duas do 11º RI) e ainda um pelotão americano de carros de combate. Às 0600h do dia 27 Abr o ataque foi retomado e somente após duro combate, por volta das 1100h, os alemães retraíram em direção à FORNOVO DI TARO. As baixas, de ambos os lados, foram altas. Houve um grande número de prisioneiros (378 praças e 17 oficiais) e dois depósitos logísticos contendo todas as classes de suprimento, inclusive animais, foram tomados. Na Divisão as perdas foram de um morto e 16 feridos. Estava terminada a ação em COLLECCHIO. Muito se deveu à rapidez e agressividade do desempenho do 1º Esqd Rec, primeira Unidade a estabelecer contato e a combater o inimigo que se instalara na cidade. b. O cerco em FORNOVO DI TARO (Esboço Nr 23) O Gen MASCARENHAS encontrava-se presente, acompanhando o combate. A missão da 1ª DIE era dar cobertura ao IV CEx que se movimentava acima da Rv 9. Ainda pela manhã recebeu em seu QG, uma mensagem secreta do Cmt do Corpo: !Conto com o Sr no sentido de impedir que todos os elementos inimigos, inclusive a 148ª DI, transponham o rio Pó e escapem para o N. Esta é uma grande oportunidade para aniquilar essas forças. a)Gen CRITTENBERGER."
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Assim, o Cmt DIv decidiu prontamente continuar a perseguição para efetuar um cerco, impedindo a fuga das forças inimigas. Em seguida, o G2 transmitiu pessoalmente nova Ordem ao Cap PITALUGA: !A comando do Cmt do 2º/11º RI, um destacamento de descoberta formado por uma Cia do Btl e pelo 1º Esquadrão de Reconhecimento reforçado por uma Seç Eng, deslocar-se para a região de CASTEL S. GIOVANNI para guardar a ponte sobre o Rio Pó; patrulhar em direção à BORGONOVO; aprisionar elementos dispersos. Apresentar-se ao Cmt Dst em PONTE DI TARO para início da missão." Na região da ponte, por volta das 1400h do dia 27/04, apresentou-se ao Maj Cmt Dst, mas, pelas informações recentes que haviam chegado ao Batalhão, a missão para o Esqd evoluiu: !Remanescentes inimigos, batidos em COLLECCHIO, movimentam-se apressadamente pelo eixo FORNOVO – NOCETO. Lançar o 1º Esqd Rec imediatamente sobre o eixo CASTELGUELFO – NOCETO – FORNOVO, de maneira a exterminar o inimigo que, desordenado, retira-se na direção da VIA EMÍLIA."
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De imediato, o Esqd seguiu com os 3º e 1º Pel pelo eixo NOCETO – MEDESANO e o 2º Pel , à sua esquerda, pelo eixo BELICCHI-MEDESANO. Os trens de combate permaneceram em PONTE DE TARO. A Infantaria também se movimentou. O 3º/6º RI seguiu para ocupar BOSCONCELLO, o 2º/6º RI para a região de FELINO – MAIATICO e o 2º/1º RI em deslocamento para SALSOMAGGIORE, todos para ficarem em condições de barrar os possíveis avanços de tropas alemães. As demais Unidades ainda enfrentavam a dificuldade do transporte e se preparavam para o movimento de acordo com o planejamento da Divisão. Em NOCETO foi estabelecida ligação com um pelotão de carros de combate americano que passou a acompanhar a vanguarda. Ao atingir MEDESANO, o 3º Pel foi recebido por fogos de armas automáticas partindo de resistência inimiga instalada na saída para FELEGARA. Nesse combate participou também o 2º Pel. Ao final foram feitos 120 prisioneiros e capturado grande quantidade de armamento de diversos tipos. O 1º Pel desviou-se pelo eixo em direção a S. ANDREA e lá, aprisionou 800 alemães que se entregaram. Nessa região, ocuparam posições para passagem da noite. Durante toda a jornada de 27 Abr, a 1ª DIE continuou recebendo informes sobre o inimigo, a maioria deles transmitidos pelo Esqd e por partisans. Em decorrência, planejou a sua manobra, sempre determinada a cumprir a missão recebida pelo escalão superior. Os alemães eram combatentes experientes, orgulhosos e resistentes; já haviam demonstrado isso em COLLECCHIO. Reunindo-se no entorno da região de FORNOVO, eram estimados em mais de 2.000 homens além de 50 carros de combate. Esses efetivos, mais tarde, foram constatados como sendo muito superiores. A manobra da Div consistia em: !direcionar batalhões para FORNOVO, cercar as tropas da 148ª Div/GER, forçar a sua rendição ou, em caso de uma negativa, a combatê-la até a sua destruição." O Gen MASCARENHAS decidiu empregar para isso, o 6º RI apoiado por Artilharia, Engenharia e carros de combate médios americanos, além do 1º Esqd Rec.
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O Cmt do 6º Regimento, no PC do Gen MASCARENHAS em MONTECCHIO EMILIA, recebeu a seguinte Ordem: !A partir de 0000h de 28 Abr, na zona de ação compreendida entre os rios BAGANZA e TARO, apoiados nas localidades de FELINO, MAIATICO e FORNOVO DI TARO, deverá tomar contato com os elementos inimigos em retirada e capturá-los na região ao sul de FORNOVO." A articulação da tropa do Regimento começou ainda na jornada de 27 Abr. O 1º BI em COLLECCHIO e o 3º BI em BOSCONCELLO. O 2º BI se aproximou de NEVIANO DI ROSSI ao final da tarde onde faz contato com partisans que confirmam a presença de colunas inimigas marchando para RESPICIO. Ocupou posições aguardando o próximo dia a fim de prosseguir em direção àquela localidade. Já noite, Don ALESSANDRO CAVALLI, padre de NEVIANO, procura o Batalhão e propõe intermediar a rendição dos alemães, com os quais já estabelecera entendimentos anteriormente. A sugestão foi levada ao Cmt do Regimento, Cel NELSON DE MELO que assinou o documento em termos de !ultimatum", levado pelo padre, mais tarde, ao Comando inimigo: !Ao Comando da Tropa sitiada na região de FORNOVO DI TARO. Para poupar sacrifícios inúteis da vida, intimo-vos a render-vos incondicionalmente ao Comando das tropas regulares do Exército Brasileiro que estão prontas para vos atacar. Estais completamente cercados e impossibilitados de qualquer retirada. Quem vos intima é o Comando da vanguarda da Divisão Brasileira que vos cerca. Aguardo, dentro do prazo de duas horas, a resposta do presente ultimato. (A) CORONEL NELSON DE MELO." Na jornada desse dia 27 Abr o rádio transmite a notícia da captura e morte, por partisans, de MUSSOLINI. Era o fim do regime facista que durou na Itália por 23 anos. Durante a noite, o 1º Esqd permaneceu barrando as saídas para FELEGARA e patrulhando o vale do rio Taro. No dia 28 Abr, as Unidades do 6º RI convergiram em direção à FORNOVO. Ao amanhecer desse dia, sem tomar conhecimento do que vinha acontecendo do outro lado do rio Taro, PITALUGA atacou a cidade, com os 2º e 3º pelotões sobre o eixo de MEDESANO e o 1º Pel a cavaleiro do eixo de S. ANDREA. Na entrada de FELEGARA os Pel em primeiro escalão foram detidos pela ação de forte resistência revelada no entorno e no interior da cidade. Naquele momento, um dos carros M8 foi posto fora de combate, atingido por um lança-rojão (panzerfaust) e incendiado. A guarnição, com apoio do outro carro, abandonou a viatura sem nenhum ferido.
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O Esqd continuou manobrando e atirando com seus três pelotões empenhados. Mais tarde chegou, em reforço, um pelotão de Infantaria da 7ª/3º/6º RI, vindo de MEDESANO. O combate pela conquista da localidade terminou, tempos depois, quando os alemães se retiraram em direção à FORNOVO. Foram feitos 30 prisioneiros, alguns deles feridos e capturados grande quantidade de armamento, viaturas motorizadas e hipomóveis além de cavalos.
O restante da 7ª Cia cerrou sobre FELEGARA e o Esqd, por volta das 1800h atinge e ocupa RAMIOLA a cerca de 2 Km de FORNOVO, mantendo a região da ponte sobre o rio Taro. As duas subunidades se prepararam para a passagem da noite. O Esqd manteve patrulhamento sobre o eixo da margem esquerda do rio. À tarde, aos outros Regimentos foram atribuídas missões de segurança e vigilância, em novos posicionamentos, visando barrar possíveis penetrações dos alemães do S, em direção ao rio Pó: !O 1º RI deslocar o 2º BI para SALSOMAGGIORE, ao sul de FIDENZA e os outros dois batalhões para NW, ao S de PIACENZA". !O 11º RI transportar os 1º e 3º batalhões face ao sul, entre os rios Crostolo e Parma, desdobrados de ALBINEA a TORRECHIARA, a cavaleiro das penetrantes, Rv 63, Rv 12, Rv 61; o 2º batalhão, que participara do combate em COLLECHIO, para NW ocupando CASTELVETRO".
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Já passava das 1100h quando o padre D. ALESSANDRO apareceu com a mensagem do Comando alemão, assinada pelo Maj KUHN: !Sr Cel NELSON DE MELO. 28 Abr 1945. Depois de receber instrução do Comando superior, seguirá a resposta". A resposta, naqueles termos, não foi satisfatória e o Cmt do Rgt, às 1300h, inicia o ataque com o 1º BI em direção à PONTE SCODOGNA, reforçado por carros de combate americanos e contando com apoio de fogo da Cia obuses do Regimento e de uma Bia Can105. Ao atingirem as alturas de GAIANO a reação inimiga foi intensa e as baixas aumentavam. Foi ferido nessa ação o Cap ERNANI AYROSA, S/3 do Btl. Por volta das 1700h, uma Cia, manobrando, conseguiu atingir SEGALARA. Nessa mesma hora, o 2º BI, reforçado por carros de combate, cerrou sobre RESPICIO, mas foi detido ao início da noite e manteve as posições alcançadas visando reiniciar o ataque ao alvorecer do próximo dia. Em toda a frente do 6º RI o combate praticamente cessou durante a noite. Próximo às 2200h, o Maj alemão W. KUHN, do EM da 148ª DI/GER e mais dois parlamentários fizeram contato com a nossa tropa em GAIANO. São conduzidos ao Cmt do 6º RI onde: !Declaram estar autorizados pelo Gen OTTO FRETTER PICO, Cmt da 148ª, a negociar a rendição conforme havia sido proposta"(rendição incondicional). O efetivo da divisão inimiga que estava se rendendo era significativo, incluindo remanescentes de uma divisão italiana e da 90ª Div Panzer: cerca de 15.000 homens dos quais 800 feridos, mais de 1.500 viaturas motorizadas, centenas de veículos de tração animal, 80 canhões de vários calibres e 4.000 animais. O Gen MASCARENHAS foi informado e determinou que seu Chefe do EM, Cel LIMA BRAYNER e seu E/3, Cel CASTELLO BRANCO coordenassem os procedimentos para a rendição.
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O cessar fogo foi definido para as 0520h de 29 Abr e foram estabelecidos postos de coleta de PG em SEGALARA e PONTE SCODOGNA. Os primeiros a se renderem, antes do alvorecer, foram os que ocupavam a região de RESPICIO e próximo ao meio dia, os que combatiam em GAIANO e SEGALARA. Nesse momento, o Cmt da 1ª DIE já havia se deslocado para PONTE SCODOGNA. O movimento da tropa que se rendia foi feito sempre em ordem e disciplina, prolongou-se durante o dia 29 e continuou pelo dia 30 até às 1800h quando se apresentou o Cmt da Div alemã, Gen OTTO FRETTER PICO e vários oficiais do seu EM, recebidos pessoalmente pelo Gen MASCARENHAS. Às 1830h apresentou-se o Gen italiano MARIO CARLONI, Cmt da Divisão Italia. Pela manhã de 29, com a rendição em pleno andamento, o Esqd recebeu ordem para lançar reconhecimento em direção à VARANO DI MELEGARI e RUBIANO na busca de capturar ainda prisioneiros. No regresso, o Chefe de EM da 1ª DIE determinou que PITALUGA com um de seus pelotões (1º Pel) fizesse ligação com o 6º RI em FORNOVO e buscasse contato com os partisans que ainda continuavam fustigando os flancos e retaguarda de tropas alemães pois desconheciam o acordo de fim das hostilidades. Encontrou-se com o Gen FRETTER PICO que lhe disse que temia pela vida de prisioneiros feitos pelos guerrilheiros. O Cmt do Esqd foi em busca dos partisans que, mediante um documento com recibo, lhe devolveram cerca de 150 alemães, conduzidos de volta para FORNOVO e entregue aos alemães.
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9. PERÍODO DE 30 ABR a 07 MA/45: Consolidação da Vitória (Esboço Nr 24) Durante a tarde ainda do dia 29 Abr, o IV CEx expediu nova missão à 1ª DIE: !Ocupar a região de ALESSANDRIA e ficar em condições de prosseguir para o N e NW. Estabelecer uma cabeça de ponte na margem N do rio Pó, em PIACENZA a fim de proteger a construção de uma ponte na região. Continuar impedindo a retirada de inimigos vindo do S em direção à PARMA e PIACENZA. Eliminar ou capturar quaisquer dessas forças encontradas. Estabelecer ligação com a 92ª DI/USA na zona de ALESSANDRIA."(Esboço Nr 24) Estava terminada a operação de cerco e a rendição inimiga em FORNOVO DI TARO. Foi uma vitória meritosa de toda a 1ª DIE, protegendo o flanco sul do CEx, na qual participaram mais diretamente na ação, o 6º RI, o 1º Esqd Rec e os apoios. Houve 55 baixas entre os infantes (5 mortos) e um cavalariano ferido. Para cumprir a nova missão, o Gen MASCARENHAS constituiu três Grupamentos Táticos Motorizados com base nos Regimentos de Infantaria e comandados por um Oficial General. Os GTM 1 e o GTM 2 continuaram em missão a partir das regiões de PIACENZA e FORNOVO. O GT 11 (11º RI, 1º GO, 1ª/9º BE e o 1º Esqd Rec), ao comando do Gen ZENÓBIO DA COSTA, no início do dia 30 Abr deslocou-se, com o Esqd na vanguarda, pelo eixo PARMA-PIACENZAALESSANDRIA tendo atingido esta cidade ainda na mesma jornada. O Esqd, às 1300h, ocupou a margem N do rio Pó estabelecendo ligação com Unidade da 92ª DI/USA que vinha atuando naquela região. No dia seguinte, 1º Mai, bem cedo, recebe ordem de reconhecimento. Emprega o 1º Pel no eixo para VERCELLI onde estabelece ligação com forças americanas e o 2º Pel em direção a TURIM. O
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grosso do Esqd dirigiu-se para CRESCENTINO. TURIM que já estava, em grande parte, sob domínio dos partisans comandados por um Gen italiano RAFFAELE CADORNA, é alcançada no meio da manhã. O Cap PITALUGA acompanhava o 2º Pel e manteve contato com autoridades italianas. O 2º/11º RI avança e inicia a ocupação da cidade. Nesse 1º Mai, emissoras de rádio alemães divulgam notícias da morte de HITLER, em BERLIM, que logo se espalha por todas as tropas envolvidas. MUSSOLINI já fora preso e executado por partisans em 27 Abr. O eixo ROMA-BERLIM estava sem os seus comandantes. O inimigo identificado e perseguido pelo 11º GT era o LXXV CEx/GER comandado pelo Gen SCHLEMMER que retirava-se em direção a CIGLIANO, NE de TURIM, sob ameaça do Exército Francês dos Alpes vindo de oeste e dos partisans do Gen CADORNA. A 1ª Div Bld/USA já atuava nessa região. O Gen alemão havia jurado fidelidade a HITLER até a sua morte e a partir daquela confirmação concordou em se entregar ao IV CEX. Em 2 de maio, cedo, o Esqd reúne-se em CRESCENTINO na margem N do rio Pó e, em seguida, recebe ordem para deslocar-se para TURIM. Nessa cidade o Cap PITALUGA deixa seus homens se recuperando das duras jornadas que veio enfrentando praticamente sem descanso há oito dias. O 1º/11º RI lança uma patrulha da qual participou uma fração do Esqd em direção oeste estabelecendo ligação, em SUSA, com o QG da 27ª Div Francesa que buscava contato com o inimigo. À tarde, o Gen MASCARENHAS avançou com o seu QG para ALESSANDRIA. Ainda nessa jornada chegam ordens para a cessação das hostilidades em todo o território italiano, com a rendição das tropas inimigas. A 3 de maio, buscando confirmar informes sobre a presença de inimigo em CALUSO, o Cmt do Esqd dirige-se para lá somente com uma patrulha, levando cópia, em alemão, da declaração do Marechal ALEXANDER, Cmt do TO da Itália, em que anunciava o fim da guerra. Surpreso, se depara com Unidades do LXXV CEx que totalizava cerca de 40.000 homens. Continua seu deslocamento buscando encontrar o Gen alemão Cmt do Corpo, a quem mostra o documento. Num breve contato, o Comandante lhe informa que já acordara com os americanos a sua rendição. Em seguida, o Cap PITALUGA retorna para TURIM.
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De 3 Mai a 2 Jun, seria para a 1ª DIE a fase de ocupação militar e continuaria recebendo missões, agora visando a manutenção da ordem, proteção de instalações de serviços públicos e segurança de pontes sobre o rio Pó. Começa a redistribuir suas Unidades junto a cidades maiores onde pudessem desfrutar, também, de algum conforto e descanso. Nos dias 4 e 5 Mai o 1º Esqd permaneceu em TURIM, acantonado em uma fábrica da FIAT que durante a guerra fornecera muito material de emprego militar para o Exército alemão. Utilizou o tempo para que sua tropa tomasse banho, fizesse a higiene do corpo e do equipamento, lavasse seus uniformes utilizando uma lavanderia da fábrica e cuidasse da limpeza e manutenção do material bélico e das viaturas. Em TURIM recebe nova ordem: !Deslocar-se para a região de S.GIULIANO NUOVO (W de Tortona) e guardar a estação telefônica local; o dispositivo deverá estar instalado até as 1800h do dia 9 de maio." Inicia o movimento às 1000h do dia 6 Mai, chega a ALESSANDRIA às 1500h. No dia 7, em ação de reconhecimento, atinge à tarde S. GIULIANO e o 1º Pel assume a proteção da telefônica.
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No período em que permaneceu naquela área o Esqd iniciou os preparativos para o retorno ao BRASIL, verificando a carga do material e manutenção do material. Vários de seus integrantes, oficiais e praças, receberam licença para visitar cidades italianas como MILÃO, VENEZA e GÊNOVA. Houve um relacionamento muito amigável com os civis, inclusive com a realização de atividades esportivas. Em início de Jun as Unidades da 1ª DIE receberam ordem de prepararem-se para o deslocamento para a região de FRANCOLISE, cidade ao norte do porto de NÁPOLES onde seriam feitos os embarques rumo à cidade do RIO DE JANEIRO. 10. PERÍODO DE 12 JUN a 12 JUL/45: REGRESSO AO BRASIL O 1º Esqd Rec iniciou o seu deslocamento às 0700h do dia 12 Jun, desdobrado em duas unidades de marcha, pelo eixo GÊNOVA-PISA- LIVORNO-ROMA-FRANCOLISE. Ao fim dessa jornada, atingiu LIVORNO, onde, no porto, entregou os carros M-8 a fim de serem embarcados. No dia 13 atingiu ROMA e a 14 Jun chegou às 1600h em FRANCOLISE onde acampou em barracas para 18 homens. Ali, permaneceu preparando o material para o transporte e aguardando a ordem de embarque. Em 6 Jul de 1945, o 2º Pel Rec embarcou no navio americano #Gen MEIGGS$ chegando ao Rio de Janeiro no dia 18 Jul. O grosso do Esqd embarcou em 12 Jul no navio #D. PEDRO I$ e desembarcou em 4 Ago. Todos, ao chegarem, foram transportados em trem para a antiga Escola Militar do Realengo. Ali, iniciou-se o processo de licenciamento, concluído a 11 de Ago. Após 351 dias ininterruptos, desde a chegada do 2º Pel Rec, participando junto a tropas aliadas no TO Italiano, estava encerrada a participação do 1ºEsquadrão de Reconhecimento nos combates da II Guerra Mundial.
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Efetivo que participou da Força Expedicionária Brasileira: - Total: 25.334 - 1ª DIE: 10.069 - Depósito de Pessoal e Órgãos de Apoio: 10.265 Os resultados registrados pela FEB ao final da Guerra: - Inimigos: - Prisioneiros de Guerra: 2 Gen, 892 oficiais,16.972 praças. Total: 20.573. - Brasileiros: - Mortos: 13 oficiais e 457 praças (EB), sendo 1 Capitão, 1 1º Ten, 10 2º Ten, 1 Aspirante a Oficial, 1 Sub Ten, 3 1º Sgt, 18 2º Sgt, 42 3º Sgt, 41 Cabos e 339 Soldados. (Dos 339 soldados, 16 considerados extraviados em combate, sendo 10 do 1º RI, 3 do 6º RI e 3 do 11º RI. 15 desses corpos foram encontrados e não identificados. Há, portanto, 1 soldado extraviado, provavelmente morto, cujo corpo não foi encontrado.) - Feridos em ações de combate: 1.577 - Acidentados em ações de combate: 487 - Acidentados: 658 - Prisioneiros de Guerra: 1 oficial e 34 praças - 8 oficiais da FAB mortos.
ANEXOS
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1. RELAÇÃO DO EFETIVO DO EMBARQUE DO 1º ESQD REC: a. No Primeiro Escalão da FEB : 2º Pelotão de Reconhecimento (em 30 de Junho de 1944, na Praça Mauá/RJ, no navio americano USS GEN MANN). POSTO GRAD 1º Ten Asp Of 2º Sgt 3º Sgt 3º Sgt Cb Nº 047 Cb Nº 050 Cb Nº 109 Cb Nº 115 Cb Nº 155 Sd Nº 048 Sd Nº 049 Sd Nº 052 Sd Nº 054 Sd Nº 056 Sd Nº 059 Sd Nº 060 Sd Nº 062 Sd Nº 063 Sd Nº 064 Sd Nº 066 Sd Nº 067 Sd Nº 097 Sd Nº 102 Sd Nº 127 Sd Nº 128 Sd Nº 132 Sd Nº 160 Sd Nº 166 Sd Nº 175
NOME -
BELARMINO JAYME RIBEIRO DE MENDONÇA ODENATH DAMÁZIO PEDRO KRINSKI – (MORTO) - 24 SETEMBRO DE 1944 GERALDO PEREIRA PLÍNIO GONÇALVES DA SILVA ANTONIO RODRIGUES BARROS JORGE RANGEL DOS PASSOS JACY ALVES PIMENTA MAX MARTINS BENEDITO ALVES – (MORTO) – 17 DE NOVEMBRO DE 1944 JOSÉ DOMINGUES DE ALMEIDA GETÚLIO DOS SANTOS ARMANDO LUIZ TEXEIRA JOSÉ MARQUES NETO HUGO NUNES WALLACE RODRIGUES PAES LEME FLORIANO BATISTA DOS SANTOS NORIVAL CORDEIRO NEWTON NUNES VIEIRA ALBERTO DA COSTA MEDEIROS CARLOS XAVIER ANTONIO ALEXANDRE CORDEIRO ANTONIO NOGUEIRA DA FONSECA RIBEIRO LUIZ GONZAGA DA SILVA JOAQUIM DE FREITAS PORTO ALCEBIADES FERNANDES DE CARVALHO JOSÉ ANTUNES FERREIRA ALVARO MARQUES HELBERT CALVET GONÇALVES HEMILIO LOPES
RESUMO: 1º Ten Asp Of. 2º Sgt 3º Sgt Cb
01 01 01 02 05
Sd
20
TOTAL: 30
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b. No 2º Escalão da FEB: 1º Esquadrão de Reconhecimento (-): Comando, 1º e 3º Pelotões de Reconhecimento e Pelotão Extra (em 27 Set 1944 no navio americano #USS GEN MANN$, na Praça Mauá/RJ). POSTO GRAD Cap 1º Ten 1º Ten 1º Ten 1º Ten 2º Ten 2º Ten Sub Ten 1º Sgt 2º Sgt 2º Sgt 2º Sgt 2º Sgt 2º Sgt 3º Sgt 3º Sgt 3º Sgt 3º Sgt 3º Sgt 3º Sgt 3º Sgt 3º Sgt Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb Cb
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NOME FLAVIO FRANCO FERREIRA PLINIO PITALUGA SOLO RODRIGUES D"ÁVILA THEDOLFO BENZO TAVOLUCCI AMARO FELICISSIMO DA SILVEIRA (R/2) – (MORTO) 20 DE NOVEMBRO 1944 MARIO ERNESTO DE SOUZA JÚNIOR (INTENDENTE) HEITOR DE CARVALHO FRANÇA ALBERTO ALEVATE RODRIGUES ROZENDO GOMES ERASMO AQUINO DE OLIVEIRA AFONSO FELIPE EDWIN SCHEID DOMINGOS RODES JOÃO DE OLIVIERA JOAQUIM SANTIAGO JESUS CAMPOS RAMÃO DOS SANTOS PALERMO LUIZ FRANCISCO DE PÁDUA JUMAR GOMES MOTA RUY MIRANDA GOMES DE MORAIS INACIO FRANCO DECIO RIBEIRO NOGUEIRA PEDRO DE OLIVEIRA DORCELINO DA SILVA AMARANTE RODRIGUES CYDNE DIAS DA ENCARNAÇÃO ADÃO DAS NEVES JOEL CORREA ESPINDOLA DELCINO CORREA DE AVILA JOSÉ ALBERTO DE MELO NORIVAL NASCIMENTO ARTUR MOREIRA BONORINO EULINO MARTINS PEREIRA DA SILVA LOURIVAL DOS SANTOS PEREIRA ANTONIO MARTINOVICZ VALERIO MARTINS CAETANO PEDRO DECKER MARIO GARCIA SERRA JOÃO AMERICO DE CARVALHO MANOEL VENTURA GUEDES OLIMPIO FERNANDEZ PARCIANELLO
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OLDEMAR RIBEIRO DA COSTA DURVAL MARTINS ALVES DA CUNHA RUBEM FRANCISCO ANTUNES DE SOUZA ARMANDO MARTINS WALDEVINO JOSÉ DE ARAUJO ATALIBA FERREIRA WILSON DE ALMEIDA NELSON VOGES DOURADO HELIO ALVES MACEDO LAURO DA CRUZ FILHO BERNADINO DA SILVA (MORTO) – 22 DE ABRIL DE 1945 WILSON JOSÉ DA COSTA JOÃO PEREIRA ALBERTO TAVARES DA SILVA JOSÉ PEREIRA NESTOR SERPA CLIMERIO MARTINS JOAQUIM BERNADES MANFREDO FERNANDO BASTOS DE CARVALHO JOSÉ REIS DE OLIVEIRA ALFREDO JOSÉ VON BERTRAND ALDO MEIRELES IODAGIL FERREIRA JOÃO ALVES DO COUTO HELIO RODRIGUES CANELA FLORENTINO RAMALHO VANTIL LUIZ CLARINDO ANIBAL REIS ELSON PASSOS SENA JOÃO CECI NARCI RIBEIRO BRAGA EDUARDO MOTA ANTONIO GOMES SOARES FERNANDO DE SOUZA RAMOS FRANCISCO DE ASSIS FLORES ESTANISLAU PERES DA FONSECA JOSÉ SOARES MULLER HERCILIO CARNEIRO DOS SANTOS SEBASTIÃO CASADO DA COSTA MANOEL DA CRUZ OLIVEIRA RUBEM MELO ADÃO GUILHERME HELTZ JOSÉ SOBRAL LUIZ GONZAGA DA SILVA VIRGILIO MARINHO OTACILIO JOSÉ DOS SANTOS JOSÉ MARQUES ALVARO DE ARAUJO PEREIRA
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RESUMO: CAP CAV 2º TEN 1º Sgt 3º Sgt Sd
01 02 01 08 81
ANTONIO LOPES DE ABREU JOÃO BATISTA FERREIRA FILHO ARMANDO LOURENÇO CLAUDIONOR FERREIRA MENDES JOSÉ CORDEIRO JULIO RODRIGUES DOS SANTOS ALZEMIRO NUNES DA SILVA ANTONIO BARBOSA EUGENIO FERREIRA DE CARVALHO ULISSES MATARAZZO MANOEL COSTA BERNARDINO DE SENA VICENTE BASTOS DE OLIVEIRA ARISTIDES PEREIRA DOS SANTOS ANTONIO HOSTES ANTONIO JOSÉ RODRIGUES JOSÉ SILVA NEY DA SILVA FONTES DOMINGOS FAUSTINO GARCIA OSCAR CLAUDIO DA MOTA ARNALDO SIMÃO LIMA JUVENIL CORREA LACERDA JOAQUIM ROLAM CAMPOS VICENTE BERNARDINO DE SOUZA NAPOLEÃO BRANCO COELHO ALCIDES ROSSITO JORGE DE SOUZA JORGE RABELO DE CARVALHO WILSON DE MORAIS MACEDO RAFAEL ANJO DE OLIVEIRA PEDRO DE OLIVEIRA LIMA WALTER MARINHO DA SILVA ANTONIO DOMINGUES MARIO VALVERDE FERREIRA ALGIVIO LUIZ DOS SANTOS JOÃO PEREIRA FILHO FRANCISCO DO NASCIMENTO NELSON PINTO VIEIRA DURVAL GOMES DE MORAIS
1º TEN 04 SUB TEN 01 2º Sgt 05 Cb 25 TOTAL: 128
TOTAL DOS 2 EMBARQUES: 30 + 128 = 158 HOMENS
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2. ELOGIOS DADOS PELO COMANDANTE DA 1ª DIE AO CAP PLÍNIO PITALUGA E AO 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO a. Boletim Interno Nr 167 de 20/06/1045 da 1ª DIE CAP CAV PLÍNIO PITALUGA #Militar jovem, inteligente e capaz, o Cap Pitaluga comandante do Esquadrão de Reconhecimento, tem demonstrado notáveis qualidades que o apontam como perfeito oficial de Cavalaria. Foi uma figura destacada à frente do Esquadrão na fase final das operações. Lançado no eixo Montese –Ranocchio, no dia 19 de abril, logo após a consolidação de posse de Montese, conseguiu agir rapidamente alcançando o Rio Panaro, apesar de resistência di inimigo. Contribuiu decisivamente na limpeza dessa zona e, em seguida, tomou contato com o inimigo no Marano do Panaro, agindo com alto espírito de decisão e destemor, apesar do pequeno efetivo da sua tropa e da distância a que se encontrava das vanguardas da DI. Recuperado por término da missão foi novamente lançado ao sul da estrada Nr 9, no eixo geral Sassuolo – Scandiaro – S. Polo D'Enza - Collecchio para retomar o contato e retardar o inimigo enquanto as vanguardas da DI progrediam o mais rapidamente possível. Esta missão foi cumprida de maneira verdadeiramente excepcional e honrosa para o Cap Pitaluga que dentro em breve, no curso da jornada de 25 de abril, entrava em inteiro e agressivo contato com a vanguarda da 148ª DI alemã em Collecchio. Agindo com incrível rapidez, o Esquadrão atirou-se, audaciosamente sobre dois batalhões da 90ª Divisão Panzer que fazia a vanguarda da 148ª. Contava para isso, exclusivamente, com seus três pelotões com efetivo de apenas 120 homens. A impetuosidade de sua ação surpreendeu o inimigo. O Esquadrão, além disso, colaborou destacadamente na tomada de Collecchio, na ação da vanguarda da Divisão. As conseqüências desse feito colocam-no entre os de maior relevo de toda a nossa campanha no Teatro de Operações. Repelidas as vanguardas alemães, novamente o Esquadrão foi lançado no eixo Noceto – Madessano – Felegara – Fornovo, margem N do Rio Taro, por onde o inimigo fazia outra tentativa de atingir a estrada Nr 9. Missão bem cumprida em ligação com as outras tropas. O inimigo foi fixado em Felegara, continuando o Esquadrão a ameaçar em direção a Fornovo. Esse conjunto de ações constituiu verdadeiras preliminares da rendição da 148ª. Cabe portanto ao valoroso Esquadrão e, em particular ao Cap Pitaluga, todo o significado desta citação pelos relevantes serviços prestados. Apresento também os meus louvores ao Cap Pitaluga pela inestimável, exemplar e corajosa colaboração que prestou à 3º Seção quando, na jornada de Montese, sob ininterruptos e pesados bombardeiros, auxiliou, com calma e presteza, no estabelecimento de ligação com a Infantaria e carros e na entrada em ação do 3º BI/6º RI. Encerrada a vitoriosa Campanha da Itália, desejo registrar a magnífica impressão que tenho da ação de comando do Capitão Pitaluga, fazendo os meus mais sinceros votos de plenos êxitos na sua carreira militar, agora abrilhantanda pelos excepcionais exemplos que soube dar no Teatro de Operações. (Individual).$ Gen Div Mascarenhas de Moraes, Comandante da 1ª DIE.
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b. BOLETIM INTERNO Nr 175 DE 29/06/1045 DA 1ª DIE #A 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária teve no 1º Esquadrão de Reconhecimento uma Unidade a altura das responsabilidades nesta campanha da Itália em que participaram vitoriosamente as Armas Brasileiras. Unidade de Escol, atuou com galhardia nas Operações Divisionárias desenvolvidas nos Apeninos, nos vales dos rios Reno e Panaro e depois no vale do Pó, cujo rio atravessou em cumprimento de missão, finalizando a campanha no sopé das cordilheiras Alpinas em ligação com as forças francesas que operavam a NW da importante cidade de Turim. Entre os seus maiores assinalados feitos destaca-se a intervenção oportuna e ousada no aproveitamento do bom êxito do baluarte de Montese às margens do Panaro e que redundou na ocupação de Ranocchio, Salto e Bertocchio. Sobreleva-se o combate de Marano Sull Panaro onde confirmou as esplêndidas tradições ofensivas da Cavalaria Brasileira e que foi o remate vitorioso de uma retomada do contato através campos minados e armadilhas. Finalmente, refulge a sua atuação magnífica e ousada como tropa de impulsão nas fases do aproveitamento do bom êxito e perseguição, segurando, a despeito da flagrante inferioridade de meios, a vanguarda inimiga em Collecchio, desfechando golpes de sonda na região de Fornovo, cooperando, sem dúvida, para a rendição espetacular de Collecchio-Fornovo, o mais sensacional feito d"armas da Força Expedicionária Brasileira. O 1º Esquadrão de Reconhecimento confirmou, nos campos de batalha da Itália, o acerto de sua escolha como participante da FEB e as esplendidas qualidades do Cavalariano Brasileiro, dirigido por Quadros capazes e um Comando proficiente, enérgico e ousado. Concorreu, assim, brilhantemente para que à nossa Pátria fosse reservado um lugar de relevo entre as Nações que velarão pela paz vindoura e futura e reconstrução de um mundo livre e feliz.$
#Gen Mascarenhas de Moraes, Cmt da 1ª DIE$
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3. PROCLAMAÇÃO DO GEN MASCARENHAS DE MORAES QUANDO CESSARAM AS HOSTILIDADES NA ITÁLIA. (BOLETIM INTERNO Nr 123 DE 3 MAI 1945 DA 1ª DIE) #A Ordem de cessar fogo acaba de ser dada a todas as tropas que combatem na Itália. #Glória a Deus nas alturas e paz entre os homens de boa vontade na terra$. Depois de quase seis anos de pesadas lutas que ensanguentaram todos os quadrantes da Europa e fizeram profundas cicatrizes no seu progresso e civilização, volta a reviver a paz nos campos e cidades que ainda ontem estremeciam às explosões das granadas se tingiam de sangue dos bravos que deram a vida em nome de um ideal e pelo advento de um mundo melhor. O conflito que arrastou nações fortes e fracas, grandes e pequenas, ricas e pobres, chegou ao seu término neste Teatro de Operações e está prestes a encerrar-se em toda a Europa. Ontem, eram milhões que tinham as mãos sobre as armas mortíferas, espírito insensível ao sofrimento, coração fechado às emoções e pensamento fixo na vitória da causa comum. Hoje é quase toda a humanidade que se ajoelha constrita, espírito reanimado pela esperança, coração redivivo pela fé e pensamento voltado para a reconstrução do mundo e o bem da coletividade. Quis o destino que, entre as armas vitoriosas que neste instante se ensarilham, estivessem as nobres armas brasileiras, lançadas nesta grande conflagração mundial em defesa não somente da honra e dignidade nacionais, como também em nome da solidariedade humana e em prol do restabelecimento da confiança e do respeito entre as nações, quaisquer que sejam as bases, o colorido e a força da sua estrutura política e econômica. A Força Expedicionária que representou o Brasil nesta sanguinolenta guerra cumpriu galhardamente a missão que lhe foi confiada, mercê de Deus e a despeito de condições e circunstâncias adversas. Num terreno montanhoso, a cujos píncaros o homem chega com dificuldade; num inverno rigoroso que a totalidade da tropa veio enfrentar pela primeira vez e contra um inimigo audacioso, combativo e muito bem instruído, podemos dizer assim mesmo, e por isso mesmo, que nossos bravos soldados não desmereceram a confiança que neles depositavam os seus chefes e a própria nação brasileira. Após oito meses de lutas, em que, como todos os exércitos, sofremos pesados reveses e obtivemos brilhantes vitórias, o balanço de uns e outros é ainda favorável às nossas armas. Desde o dia 16 de setembro de 1944, quando recebeu a nossa tropa o seu batismo de fogo em terras européias, a FEB percorreu, conquistando ao inimigo, às vezes, palmo a palmo, cerca de 400 Km, de LUCCA a
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ALESSANDRIA pelos vales dos rios Sercchio, Reno e Panaro e pela planície do Pó; libertou quase meia centena de vilas e cidades; sofreu mais de duas mil baixas entre mortos, feridos e desaparecidos; fez o considerável número de mais de vinte mil prisioneiros, vencendo pelas armas e impondo a rendição incondicional de duas Divisões inimigas. É um registro deveras honroso e de vulto para uma Divisão de Infantaria. Um dia se reconhecerá que o seu esforço foi superior às suas possibilidades materiais, porém plenamente consentâneo com a noção do dever e amor à responsabilidade, revelados pelos nossos homens em todos os degraus e escalões da hierarquia e em todas as crises e circunstâncias da campanha que, neste instante, acabamos de encerrar. Regressamos com feridos ainda sangrando dos últimos encontros, mas, nunca, pela nossa atuação, o prestígio e o nome do Brasil periclitaram ou foram comprometidos. É bem verdade e vale a pena afirmar, que preço bem alto pagamos por esse resultado. O sangue dos nossos bravos camaradas tingiu de vermelho as belas e verde-escuras montanhas dos Apeninos e algumas centenas de nossos valentes companheiros já não retornarão à Pátria conosco, porque dormem o sono eterno, sob as terras úmidas e verdejantes das planícies da Toscana. Não foram muitos os meses que aqui passamos; muitos foram, entretanto, os trunfos que incorporamos ao nosso rico patrimônio e às nossas belas tradições militares: Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Barga, no vale do rio Sercchio; Monte Castelo, Bela Vista, La Serra, Castelnuovo, no vale do Reno; Montese, Zocca, Marano Su Panaro, no vale do rio Panaro; Collecchio e Fornovo di Taro, na rica planície do Pó. Esses nomes se inscreverão por certo, entre aqueles que recebem o culto das gerações patrícias porque, na Itália, como nos campos de batalha sul-americanos, o Exército Brasileiro mostrou-se digno do seu passado e à altura do conceito que os seus chefes e soldados de outrora firmaram com a espada e selaram com o sangue dos seus legítimos e sempre venerados heróis. Oficiais e praças da Força Expedicionária Brasileira. Eu me sinto justamente orgulhoso de vos ter comandado nesta memorável campanha e considero a presente oportunidade o maior e melhor prêmio que poderia receber pelos meus quarenta e seis anos de efetivo serviço ao Exército e ao Brasil. Vós também podereis estar orgulhosos de terdes cumprido dignamente o vosso dever e concorrido brilhantemente para que à nossa Pátria fosse reservado um lugar na reconstrução do mundo. E com orgulho, sem jactância e confiança sem exageros, retornemos aos nossos lares, aos quartéis e postos de trabalho, para prosseguirmos a faina sagrada de fazer um Brasil forte e respeitado num mundo livre e feliz.
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4. DO LIVRO MEMÓRIAS DO MARECHAL MASCARENHAS DE MORAES (1º VOLUME) #CÓPIA DE TRECHOS DE UMA CARTA DE APRECIAÇÃO CRÍTICA DA MANOBRA DE COLLECCHIO-FORMOSO, DO GEN DIV SILIO PORTELLA (COMPANHEIRO NA PRAIA VERMELHA E ANTIGO E EMÉRITO INSTRUTOR DA ECEME) AO MARECHAL MASCARENHAS.$ #Rio, 25 de abril de 1951, Meu caro Mascarenhas: Li, com o máximo interesse, os feitos de nossas tropas sob seu digno Comando na Campanha da Itália, através das brilhantes páginas de A FEB PELO SEU COMANDANTE. Nelas tive a satisfação de ver que nossa gente esteve à altura dos melhores soldados que pelejavam na península italiana, nisto incluso o mais aguerrido adversário que poderíamos defrontar, não só pelos pendores raciais que em todos os tempos os alemães demonstraram possuir, como também pela experiência adquirida em longos anos de peleja no norte da África e alhures. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Mas agora, com a proximidade do dia 29 de abril, data aniversária de espetacular desfecho da Manobra Collecchio-Fornovo, desejo transmitir ao eminente Comandante da FEB minha admiração pela perícia com que os acontecimentos foram aí conduzidos e pela excelente execução que deram seus comandados. Não foram poucas as operações duramente coroadas de sucesso, empreendidas pelas nossas forças na Itália. Colocadas no flanco livre do Exército, muito poucas vezes auxiliadas pelos vizinhos e mais frequentemente auxiliando-os com substituições que prolongavam demasiado sua frente, agindo singularmente em direções divergente em relação ao conjunto das operações na península – o que as levava a se haverem consigo mesmas no âmbito exclusivamente divisionário – nossas tropas deram provas de uma eficiência digna do elevado conceito que rapidamente conquistaram entre os estrangeiros com quem colaboraram. Nenhuma operação, porém, mais me empolgou do que a manobra de Collecchio-Fornovo, manobra conduzida tão afortunadamente que mais pareceu a ficção de exercícios táticos onde as decisões são necessariamente orientadas para certos desfechos a fim de ressaltar os ensinamentos que se pretende sublinhar.
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E como o tempo urgia, para que o exercício se realizasse dentro do calendário preestabelecido, foi preciso a adoção de decisões, como seja o contorno da resistência de Marano, deixando-a à sua própria sorte e a utilização dos meios de transporte da Artilharia para acelerar os deslocamentos na direção das conveniências. No entanto, não se tratava de ficção alguma e sim de caso concreto arriscadamente vivido no cumprimento de missões que se contradiziam, pois, de um lado, a 1ª DIE tinha que barrar a passagem aos alemães que, transpondo os Apeninos Ligurianos procurassem acolher-se aos seus no vale do Pó; de outronada: empenhar-se em combates segundo direções completamente diversas às operações gerais das tropas amigas. Esses riscos foram bem caracterizados pela larga articulação a que sucessivamente nossas tropas foram obrigadas, culminando com um desenvolvimento de mais de 80 Km, quando o inimigo se apresentou concentrado no vale do Taro, com efetivos superiores à totalidade de nossas tropas de choque. Assim o indica o número de prisioneiros feitos em zona restrita. A correta utilização do Esquadrão de Reconhecimento foi a causa determinante do contato estabelecido com o inimigo na apresentação em Collecchio. Abro um parêntese para render minha homenagem a essa pequena Unidade que, durante toda a campanha, cumpria com brilhantismo as variadas missões que lhe foram atribuídas, com proveito de sua mobilidade e potência de fogo. Unidade de formação nova em nossa organização militar, bem merece ser destacada em narração especial pelo extraordinário rendimento tático que sempre deu na Itália, segundo se depreende das páginas de seu livro. Citava o contato conseguido pelo Esquadrão na calha do rio Taro, para reportar-me aos fatos que aí se desenrolaram tão perfeitamente como no encaminhamento de um exercício tático. Primeiro, a chegada do Esquadrão no momento em que o adversário também entrava em Collecchio, barrando a este o prosseguimento da marcha para o norte. Depois, a hora em que esse encontro teve lugar, mascarando, com a noite que veio pouco depois, a fraqueza lado, deveria estar pronta a se engajar na direção oposta, impedindo os socorros que poderiam chegar aos primeiros, vindo do norte. Mais uma vez a Divisão seguiu a sorte que lhe estava predestidos efetivos que inicialmente se contrapunham aos tedescos. Finalmente, a presença do próprio Chefe superior da 1ª DIE no seio do elemento precursor em condições de tomar pessoalmente medidas para a convergência de reforços, de modo que, na manhã seguinte, a barragem estava consolidada e o resto da Divisão se articulava para o cerco de Fornovo e para, no caso de um insucesso local, deter o adversário nas várias estradas que de Fornovo vão ter ao corte do Pó.
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Esse feixe de estradas parece ter sido particularmente escolhida pela direção do exercício para a manobra de cerco desenvolvida nas três jornadas que se seguiram, provocando o desmoronamento da resistência adversa quando o Esquadrão Pitaluga (sempre esse Esquadrão de Reconhecimento) entrava a fundo no seu flanco esquerdo em Ramiola e o Batalhão Oest sangrava o flanco direito em Respício. E assim, empenhando somente metade da Divisão. O hábil Chefe brasileiro alcançou a rendição de forças mui superiores, veteranos de uma campanha de vários anos, em boas condições físicas, embora fatigadas (fadiga que certamente também atingia a nossa gente), bem municiada e dispondo de copioso material de guerra, como consta do butim arrecadado. Manobra excepcionalmente bem dirigida a de Collecchio-Fornovo. Merece ficar em nossa história como manobra clássica, já o disse, e mossas escolas militares precisam estudá-la e divulgá-la completamente para que se conheçam até nos menores escalões da Força, as causas que concorreram para tão felizes resultados. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------É oportuno que se renovem ao grande Chefe, todos os aplausos de que é merecedor como arquiteto máximo das glórias alcançadas para a nossa Pátria na vitória de Collecchio-Fornovo. Do velho amigo, a) Sílio Portela 5. Do livro A VERDADE SOBRE A FEB do Cel LIMA BRAYNER, que foi o Chefe do Estado-Maior da 1ª Divisão de Infantaria Divisionária. #Todos movimentos eram cobertos pelo incansável dinamismo do Esquadrão de Reconhecimento que vasculhava toda ampla área entre as encostas norte dos Apeninos e a estrada Nr 9 (Via Emília). ... o precioso elemento que viveu integralmente cada minuto dessa fase foi o minúsculo Esquadrão de Reconhecimento, graças ao espírito ofensivo do seu heroico comandante, o jovem Capitão PLÍNIO PITALUGA, cuja audácia e ilimitada confiança nos seus comandados e nos seus frágeis carros de reconhecimento M8, elevavam ao infinito sua capacidade de ação trabalhando para toda a Divisão.$
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6. Comentários do Cap PITALUGA, em seu relatório sobre a atuação do 1º Esqd Rec no TO italiano. #A presença de um Esquadrão de Reconhecimento Motomecanizado, com o efetivo previsto no QO americano, não satisfaz as necessidades de uma Grande Unidade. Os trabalhos de busca de informações, de cobertura, exigidos por uma Divisão não podem ser satisfeitos por um só Esquadrão. Na ofensiva, há necessidade premente de não se espalhar os pelotões, com as patrulhas em missões e direções diferentes. Na Itália, quando se precisou da ação de uma tropa de maior mobilidade, ressaltou a impossibilidade de desdobrar o Esquadrão para tender aos imperativos táticos (segurança afastada, busca de informações) às diversas Unidades. Para uma Divisão, nos parece que o mais acertado estar em se criar uma Ala, constituída de 2 Esquadrões, com pequenas modificações no pessoal, armamento e servidos por 1 pelotão de Comando e 1 seção de Trem de Combate. Em determinados momentos, quando as situações obrigavam o apear das guarnições das viaturas ¼ Ton para flanqueamento de posições, para utilização de armas automáticas ou para o lançamento de pequenas patrulhas, o número reduzido de homens criava problemas difíceis de resolver. Por exemplo, várias vezes o morteiro 60 mm deixou de ser empregado por falta de atirador e municiador, aproveitados como exploradores; é bem verdade que essa arma não foi utilizada na fase de perseguição, sendo substituída pelos lança-rojões, retirados dos soldados reservas, normalmente empregados nas seções de manutenção e de administração. Outro ponto que nos chamou a atenção foi criado pelo emprego prolongado do Esquadrão nas missões clássicas de Infantaria, embora no caso presente, a crise de efetivos tenha levado a essa solução. Para se ter uma tropa capaz, nos momentos aflitivos, de estar apta a cumprir as missões a pé, impõe-se aligeirar o seu armamento, substituindo pelo menos uma das 3 metralhadoras .30 do pelotão por 1 fuzil metralhador, o que muito aliviará o peso nas patrulhas desembarcadas. Tratando-se de unidade com número considerável de especialistas, o recompletamento não poderá ser feito por qualquer elemento sem ocasionar grave prejuízo para eficiência técnica e tática. Assim, depois do período de 36 dias em que o Esquadrão esteve inicialmente na frente de GAGGIO MONTANO e mais tarde na linha COLUMBURA - BRAINETTA, o claro no efetivo foi grande, principalmente entre motoristas e radiotelegrafistas que foram empregados como simples fuzileiros e exploradores, dada a responsabilidade da vigilância e patrulhamento de uma frente que mais tarde coube a um Batalhão de Infantaria. Acresce que essa situação gera a falta de manutenção e conservação das viaturas; o desaparecimento de ferramentas, acessórios e peças sobressalentes aumentava com a ausência do responsável direto quando estava sendo empregado nas operações. O recompletamento feito quando a Unidade passou à reserva não preencheu todas as falhas porque os elementos recebidos do Depósito não estavam treinados para as funções reclamadas.$
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VARIAÇÃO DO EFETIVO DO 1º ESQD #Em Set/44, antes do embarque do 2º escalão, o Esqd chegou a ter um efetivo, em treinamento no Rio de Janeiro, de 9 oficiais e 156 praças. Às vésperas da partida, uma última inspeção de saúde eliminou, por doenças, 35 praças. Embarcaram nesse 2º escalão, 7 oficiais e 121 praças. Nas suas fileiras foram incluídos: 1 oficial da reserva de 1ª classe, 4 oficiais da reserva de 2ª classe (sendo 1 médico), 43 reservistas de 1ª categoria, 125 de 2ª categoria e 1 de 3ª categoria. Quase todos os estados da Federação foram representados pelos militares do 1º Esqd: Distrito Federal (Rio), 76; Rio Grande do Sul, 24; São Paulo, 21; Minas Gerais, 15; Mato grosso, 7; Pernambuco, 6; Estado do Rio, 5; Paraná, 3; Território Federal de Ponta Porã, 3; Santa Catarina e Espírito Santo, 2; Piauí, Bahia, Alagoas, Sergipe, Ceará, Maranhão, Pará e Paraíba, 1 participante. Na Itália, durante as operações, de Set/44 a Jun/45, o efetivo foi sofrendo variações devido a várias situações: -
baixados: 3 oficiais e 108 praças acidentados em viaturas: 12 praças acidentados por armas de fogo: 2 oficiais e 7 praças morto por acidente com arma de fogo: 1 praça morto em ação: 1 oficial e 2 praças feridos em ação: 2 oficiais e 10 praças acidentados na instrução: 4 praças acidentados em ação: 2 praças
Vários desses militares voltaram à ação depois de serem tratados e paralelamente, houve recompletamentos provenientes do Depósito de Pessoal. Em Mai/45, o efetivo do Esqd era de 9 oficiais e 156 praças. Chegou a contar com efetivo, máximo, de 12 oficiais e 181 praças$.
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DISCIPLINA: #A disciplina manteve o mesmo nível do tempo de paz. Na Itália, muita das transgressões disciplinares foram punidas com repreensões e advertências e outras transformadas em multas. Houve 89 punições sendo 6 com rebaixamento de cabo para soldado. Uma única deserção, ainda no Brasil, verificado imediatamente antes do embarque do 2º Pelotão que seguia com o 1º escalão.$
7. Calcos de Operações realizadas pelo 1º Esqd Rec a. Prosseguimento do avanço a partir de Montese.
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b. Plano de defesa contra paraquedistas
c. Reconhecimento sobre Sassuolo, S.Polo D$enza e Parma
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d. Zona de Acampamento e Instrução
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e. Retomada do Contato, Região de Marano Sul Panaro.
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f. Operações de 21 de Novembro a 23 de Dezembro de 1944
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g. Atuação na região de Alessandria
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8. Outras fotos da FEB.
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9. CARTAS TOPOGRÁFICAS DA ITALIA (ZONA DE AÇÃO FEB) - Carta 1:25.000 GAGGIO MONTANO
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- Carta 125.000 de GAGGIO MONTANO : Primeiras ações do 1º Esqd no vale do Rio Reno.
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Carta 1:25.000 de RIOLA.
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