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ALENQUER “NA LINHA DA FRENTE” COM PROJETO-PILOTO NA ÁREA DO HIDROGÉNIO
Depois de concluída a intervenção na Avenida 25 de Abril, que se prevê durar cerca de 3 meses, as obras vão continuar na Rua Sacadura Cabral, pelo mesmo período de tempo estimado. “É a rua com maior dinâmica económica e comercial. Será uma situação delicada, mas iremos garantir um espaço para abastecer todo o comércio. Teremos também uma rua com uma mobilidade muito melhor, em plataforma única, ou seja, uma calçada plana que será delimitada por balizas para a circulação automóvel, ficando o resto disponível para peões. Pessoas com mobilidade reduzida ou condicionada não terão problema em atravessar ou percorrer a rua. A iluminação será nova, bem como o escoamento pluvial”, indicou. Relativamente ao trânsito de pesados, que praticamente já não acontece nesse troço, Tiago Pedro garante que “deixará de passar de todo” daqui em diante, com exceção dos veículos de mercadorias, para cargas e descargas. “Do ponto de vista da poluição sonora e do ar, passaremos a ter um descanso completamente diferente. Ganharemos muito também do ponto de vista do ordenamento do território em zona urbana. Vai passar a ser a zona mais nobre da vila, no futuro”, sublinhou o vereador. A autarquia reconhece que estas requalificações implicam vários constrangimentos, mas mostra-se convicta de que o resultado final representará um grande aporte na qualidade de vida dos munícipes e de todos os que trabalham ou visitam Alenquer.
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Vamos acompanhar de perto as obras e os prazos das mesmas, estando disponíveis para trocar a matriz e procurar novas soluções, se se provar que esta não é a adequada. É um modelo que irá ser limado ao longo dos próximos meses, para perceber como decorre e o que pode ser alterado. Queremos que as pessoas percam o mínimo possível de qualidade de vida. Apelamos à compreensão de todos, porque, no final, vamos ganhar muito”, vincou Tiago Pedro. A requalificação do Mercado Municipal e da zona envolvente faz parte do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Alenquer e tem um valor estimado em cerca de 1,2 milhões de euros, com financiamento a 85% pelo FEDER, no âmbito do programa Centro 2020, sendo os restantes 15% assegurados pelo município.
CARREGADO VAI SERVIR DE PALCO AO “H2MOBILITY ALENQUER”, PROJETO NO ÂMBITO DA PRODUÇÃO E ABASTECIMENTO DE HIDROGÉNIO QUE RESULTA DE UM PROTOCOLO FIRMADO ENTRE O MUNICÍPIO E A EDP. O ELETROLISADOR ALI INSTALADO VAI PERMITIR ABASTECER ATÉ DEZ CAMIÕES POR DIA E SERVIRÁ DE INDICADOR PARA UM POTENCIAL MODELO DE NEGÓCIO MAIS ALARGADO NO FUTURO. O hidrogénio é visto cada vez mais como uma das principais soluções energéticas para o futuro. Numa altura em que alguns setores começam já a pensar na utilização deste elemento de forma quotidiana, Alenquer quer estar “na linha da frente” em relação ao tema. Na reunião de Câmara de 20 de dezembro, o executivo municipal aprovou um protocolo de cedência de terreno à EDP, com vista à instalação de uma estação de produção e abastecimento de hidrogénio para veículos pesados. Nos próximos dois anos, o Parque de Pesados do Carregado servirá de palco a um projeto-piloto, o ”H2Mobility Alenquer”, que se pretende que venha a colocar o concelho no grupo de pioneiros quanto à produção e distribuição deste elemento energético em Portugal. Toda esta operação resultou de um protocolo firmado em dezembro de 2020, entre o município e a energética, tendo como parceiros o Grupo Luís Simões e a IVECO. Daí em diante, houve necessidade de elaborar um plano inicial, com vista à implementação do projeto. No primeiro trimestre de 2022 vai avançar a fase de experimentação, com duração prevista de 18 a 24 meses. Nesta fase, haverá já lugar à produção de hidrogénio e ao abastecimento de um camião, cedido pela IVECO e a utilizar pelo Grupo Luís Simões. A estimativa é de que haja produção diária suficiente para abastecer entre 2 a 10 camiões. A escolha do local foi estratégica e possibilita a aproximação à indústria existente no concelho, o que permite traçar um cenário otimista quanto ao sucesso da iniciativa.
“Tem havido já conversas informais acerca da substituição do gás natural pelo hidrogénio nas empresas e também não é por acaso que queremos que o eletrolisador fique ali, porque estará mais próximo das empresas e das acessibilidades. De resto, já envolvemos a AP2H2 [Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio] e temos também players interessados. Podemos dizer com a toda a certeza que Alenquer está na linha da frente nesta temática do hidrogénio”, explicou Paulo Franco, vereador da Economia e Ambiente da Câmara Municipal de Alenquer. De acordo com o autarca, estão a ser analisados todos os passos a dar neste processo, com vista a posicionar estrategicamente o concelho num eventual modelo de negócio futuro. “Temos a decorrer o projeto-piloto na área dos transportes pesados de mercadorias e estamos a discutir a introdução do hidrogénio na indústria, portanto, estamos a fazer o nosso papel e a aprender, juntando os parceiros e dinamizando estas relações. Vamos ver como poderá ser o posicionamento da Câmara na fase de comercialização. Neste momento, o importante é implementar o projeto”, sublinhou. A instalação desta estação vai permitir, desde logo, contribuir para uma economia mais verde dentro do concelho, numa espécie de descarbonização económica. Como consequência, a autarquia tem igualmente a expectativa de tornar o território mais competitivo do ponto de vista empresarial, criando também mais oportunidades para aumentar a qualidade de vida dos munícipes.