Revista Municipal Nº 26

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sumário

Editorial 3 Investir no Concelho 4 Aprovada candidatura para Qualificação Urbana da Vila Biblioteca Municipal abre ao público em Setembro Economia do Concelho 11 Autarquia divulga apoios ao desenvolvimento rural Município apoia consolidação do Cluster Agrícola do Cadaval Ambiente & Protecção Civil 14 Novas energias: um apelo do ambiente e da economia Recolha “porta-a-porta” prossegue com balanço positivo Informar o Munícipe 15 Balcão Único Municipal: em prol da qualidade do atendimento História do Concelho 16 Museu Municipal promoveu “II Encontro de Cultura e Património” Turismo no Concelho 17 CMC estabelece parceria de apoio ao “Investidor em Meio Rural” Centrais 18 Inaugurada Rotunda dedicada ao “Cantar dos Reis”, no Cadaval Educação no Concelho 20 ANIMARTE trouxe quatro dias de animação ao Cadaval

REVISTA DA CÂMARA MUNICIPAL DE CADAVAL Série III • N.º 26 EDIÇÃO DE JULHO 2009 Publicação QUADRIMESTRAL

Capa ROTUNDA “CANTAR DOS REIS” (CADAVAL)

Propriedade e Edição CÂMARA MUNICIPAL DE CADAVAL

Direcção ARISTIDES LOURENÇO SÉCIO (PRESIDENTE)

Coordenação Geral EUGÉNIA CORREIA DE SOUSA (VICE-PRESIDENTE) VITOR PINTO LEMOS (VEREADOR)

Coordenação e Redacção BRUNO FIALHO (GAB. DE INFORMAÇÃO E REL. PÚBLICAS)

Cultura & Tempos Livres 22 Cadaval comemorou 35 anos do “25 de Abril” “VI Tocatas de Verão” trouxeram música para apreciar

Colaboraram nesta edição: ANA PINTEUS, MARIANA RAMOS, MARLENE CAETANO, PAULA FRANCO, RICARDO COELHO, TÂNIA CAMILO, TÂNIA PAULO E TERESA ROCHA

Acção Social & Saúde 26 Cruz Vermelha do Cadaval promoveu “I Festa das Nações” Cadaval distinguido pelas políticas de apoio à família

Fotografia ARQUIVO FOTOGRÁFICO DA CMC

Desporto no Concelho 30 Rocha Forte vence “IV Campeonato Concelhio de Futsal”

Composição gráfica BRUNO FIALHO

Parar p’ra conversar 32 Mussolino Gomes: «Sou como o leão, tenho de morrer na selva»

Concepção gráfica PAULO FIALHO

Em SEPARATA: “Deliberar sobre o Concelho” “25 de Abril, 35 Anos” (Suplemento especial)

Impressão GRAFILIPE - SOC. ARTES GRÁFICAS LDA. CADAVAL

Tiragem 5000 EXEMPLARES

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

A Câmara Municipal relembra: √ Faça reciclagem e utilize os ecopontos distribuídos um pouco por todo o Concelho. √ Quanto aos lixos domésticos não recicláveis, deposite-os em sacos de plástico bem fechados, antes de os colocar nos respectivos contentores. Juntos conseguiremos ter um Ambiente cada vez melhor!

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Depósito Legal N.º 166330/01 ISSN: 0872-22129


editorial

«Em face da época estival em que nos encontramos, nunca é demais lembrar o cuidado a ter com os efeitos da exposição solar, sobretudo nas crianças. O cuidado no gasto da água, que deve ser moderado, tratando-se de um bem essencial para todos e cada vez mais escasso. E, sobretudo, o cuidado a ter com a floresta, porque, cada vez mais, o tempo é propício à ignição do material vegetativo, pelo que todos os cuidados são poucos.»

Caros Munícipes, Com este número da Revista Municipal, encerramos um ciclo importante da comunicação do Município com os cidadãos do nosso Concelho, culminando este período com o final do mandato autárquico que se iniciou em 2006 e que terminará, como é de conhecimento geral, com as eleições autárquicas, que decorrem no próximo dia 11 de Outubro.

nas suas vidas profissionais e familiares, lá desenvolvem. Em face da época estival em que nos encontramos, nunca é demais lembrar o cuidado a ter com os efeitos da exposição solar, sobretudo nas crianças. O cuidado no gasto da água, que deve ser moderado, tratando-se de um bem essencial para todos e cada vez mais escasso. E, sobretudo, o cuidado a ter com a floresta, porque, cada vez mais, o tempo é propício à ignição do material vegetativo, pelo que todos os cuidados são poucos.

Como, por certo, não passou despercebido aos nossos leitores, a Revista Municipal tem, desde 2002, vindo a ser publicada no presente formato e de forma regular, espelhando, em cada momento, as diversas facetas do trabalho desenvolvido, quer ao nível das obras, quer ao nível dos eventos, que, ao longo do tempo, se têm realizado de uma forma geral por todo o Concelho.

A floresta é um bem económico muito importante no nosso Concelho e dá um forte contributo ao rendimento da nossa população. Por outro lado, creio que todos estarão de acordo, as nossas serras estão cada vez mais bonitas, em especial a de Montejunto, com o seu exuberante manto verde, oferecendo, a quem a visita ou a quem a contempla de longe, uma enorme satisfação e orgulho desse incalculável património natural do nosso Concelho. Todos e cada um de nós somos responsáveis pela sua defesa e, nessa perspectiva, apelo à maior precaução e à vigilância permanente. Qualquer descuido pode deitar a perder tudo o que, desde 2003, a natureza, com a sua imensa força, tem vindo repor. Para nosso bem, devemos ajudá-la e impedir que o fogo destrua a nossa fauna e flora.

Com efeito, sempre procurámos que a Revista Municipal fosse um órgão de comunicação sério, que reflectisse, com rigor e isenção, as actividades desenvolvidas pela autarquia, dando notoriedade aos investimentos públicos postos ao serviço do Concelho e permitindo conhecer figuras da nossa população que, pela sua peculiaridade, marcaram, de alguma forma, a nossa sociedade. É justo aqui referenciar o trabalho levado a cabo por toda a equipa que fez da nossa Revista Municipal uma das melhores que se editam no país, pelo que será justo um especial destaque ao nosso redactor, Dr. Bruno Fialho, pela dedicação e trabalho desenvolvido.

Estão igualmente a decorrer as colheitas, em especial a da nossa Pêra Rocha, época de árduo trabalho que traz movimento e alegria aos nossos campos. Espero vivamente que o resultado seja qualidade e quantidade, constituindo o coroar de todo o trabalho desenvolvido pelos nossos fruticultores e suas organizações, ao longo do ano agrícola que está a terminar.

Gostaria agora de saudar todos os nossos emigrantes que, mais uma vez, se encontram entre nós no gozo de merecidas férias, desejando que as mesmas sejam repletas de felicidade na companhia de familiares e amigos e esperando que o regresso aos países onde estão radicados seja feito com saúde, com segurança e com a bagagem cheia de forças para enfrentar as actividades que,

Termino com a consciência de que, como director desta Revista, a mesma cumpriu os objectivos traçados ao nível dos conteúdos e da regularidade da sua publicação, pelo que este número constituirá um virar-de-página na história da mesma. Ao nível do formato e da periodicidade de publicação, dar-lhe-emos uma nova dimensão, que seja ainda mais acessível a todos. Sempre ao serviço do nosso Concelho, despeço-me com amizade. O Presidente da Câmara,

Aristides Lourenço Sécio

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investir no concelho

Aprovada candidatura para Qualificação Urbana da Vila A Câmara Municipal do Cadaval está a lançar um conjunto de obras para a Qualificação Urbana da Vila, designado “QualificaCadaval”, ascendendo o investimento a mais de 1,5 milhões de euros, nesta primeira fase agora aprovada pelo QREN.

QualificaCADAVAL Operação 1 - Qualificação Urbana da Vila (2008 - 2010) 1 - Requalificação da Rua do Vale de Abrigo 2 - Requalificação da Praça da República, Jardim Infante D. Henrique, Largo D. Nuno Álvares Pereira e Avenida dos Bombeiros (Projecto-âncora) 3 - Reabilitação do Núcleo Antigo da Vila (1ª Fase: Rua João Santa Bárbara e Rua do Rossio) 4 - Guia e Sinaléctica das Árvores da Vila 5 - Espaço Internet e Multimédia 6 - Instalação e Dinamização da Biblioteca Municipal (Projecto-âncora)

O momento pós-assinatura do protocolo

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sta operação vem na sequência da assinatura, a 16 de Julho último, em Coimbra, de um protocolo de financiamento relativo aos projectos aprovados pelo QREN, no âmbito das Parcerias para a Re-

generação Urbana – Programa Operacional da Região Centro. Caberá ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a comparticipação de perto de 1 milhão de euros do supracitado investimento. A presente operação de qualificação urbana contribui para a “Estratégia de Qualificação Urbana da Vila do Cadaval (2008-2015)”, consolidando o projecto estruturante previsto no “Plano de Acção CADAVAL 2015”, que visa “afirmar a Vila do Cadaval no espaço regional, enquanto centro urbano com potencial e identidade, que importa valorizar de forma competitiva”. Ao Cadaval, enquanto centro urbano complementar da Região Oeste, caberá prestar um leque de funções urbanas fundamentais à sustentação da coesão territorial e à consolidação de redes de proximidade. O Cadaval visa alcançar um modelo de centro urbano equilibrado e competitivo, de pe-

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quena dimensão demográfica e territorial, mas que ambiciona, do ponto de vista funcional, constituir um elemento de coesão no contexto regional, impondo uma dinâmica de modernidade. A concretização dos dois projectos-âncora, contemplados na recém-aprovada operação, assume um carácter nuclear e motor na implementação desta Estratégia da Vila, sendo os restantes sete, projectos e acções de natureza complementar. Assim, na tipologia “Qualificação do Espaço Público e Ambiente Urbano” estão contemplados: “Requalificação da Rua do Vale de Abrigo”; “Requalificação da Praça da República, Jardim Infante D. Henrique, Largo D. Nuno Alvares Pereira e Renovação Urbana da Avenida dos Bombeiros” (projecto-âncora), para além da “Reabilitação do Núcleo Antigo da Vila” e “Guia e Sinalética das Árvores da Vila”. O “Desenvolvimento Social” inclui, por seu turno, o “Projecto de Intervenção Social Cada 1 Val +” e ainda a criação do novo “Espaço Internet e Multimédia”. O “Desenvolvimento Cultural” contempla a “Instalação e Dinamização da Biblioteca Municipal” (segundo projecto-âncora). Por último, no âmbito na “Divulgação, Animação e Promoção” estão consagradas “Acções de Divulgação, Promoção e Marketing” e “Acções de Animação de Rua”.


investir no concelho Biblioteca Municipal e Espaço Internet e Multimédia abrem ao público em Setembro muito limitado e sem condições para dar resposta à missão da Biblioteca de hoje. A nova Biblioteca Municipal está integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas e encontra-se em fase de abertura ao público, prevista para Setembro de 2009. Este espaço de utilização colectiva, aberto a novos valores Aspecto do interior do edifício da nova Biblioteca Biblioteca Municipal Municipal e novos usos, pretende ser um recurso signifiInstalação e Dinamização da Biblioteca cativo para as crianças em idade escoMunicipal vêm permitir colmatar uma ca- lar, para os jovens e cidadãos em geral. A Biblioteca Municipal deverá promover rência do Concelho, em termos de equipamentos e serviços culturais e de apoio ao conheci- a coesão social e a autoconfiança da comento. A biblioteca existente não responde às munidade local, geradora de grandes dinecessidades actuais de desenvolvimento da nâmicas e serviços culturais inovadores. Vila e do Concelho, constituindo um espaço Está integrada no complexo cultural das

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Castanholas e numa zona de urbanização e edificação recente, com grande afirmação. A sua localização apresenta uma posição privilegiada em termos paisagísticos, nas imediações do Parque Urbano da Mata da Misericórdia. A criação de novo Espaço Internet e Multimédia, com a transferência e expansão do actual Espaço Internet, para o edifício da Biblioteca Municipal, pretende reforçar a dinâmica já existente no acesso à internet, mas também o contacto com as novas tecnologias de informação e comunicação, promovendo o combate à info-exclusão. Com a aprovação do protocolo de financiamento para a Operação de Qualificação Urbana da Vila do Cadaval foram criadas as condições para a instalação e abertura ao público da Biblioteca Municipal e do novo Espaço Internet e Multimédia, com a aquisição de equipamento informático, mobiliário e o acervo bibliográfico adequado à dinamização destes espaços de cultura, conhecimento e identidade.

Conservação e valorização da Real Fábrica do Gelo em conclusão

com

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Real Fábrica de Gelo, classificada em 1997, como Monumento Nacional, foi já considerada por inúmeros especialistas internacionais como «um caso único, pela originalidade das suas estruturas e pelo razoável estado de conservação”. Este complexo fabril oitocentista é constituído por três grandes áreas funcionais: área de elevação e distribuição da água; tanques de con-

gelação ou geleiras; poços ou silos de armazenamento de gelo e área de expedição. Como explanámos em edições anteriores, o Município do Cadaval, no intuito de conservar, salvaguardar, valorizar e divulgar a Real Fábrica do Gelo, desenvolveu um projecto que compreende cinco grandes acções, sendo que as duas primeiras consistiram na execução de projectos técnicos e em intervenções de conservação e restauro das estruturas arqueológicas. A terceira acção incide na implementação de um Centro de Interpretação e Sinalética, com o objectivo de definir uma leitura global de todo o complexo arqueológico, permitir a interpretação das estruturas e sistema funcional e, por último, criar sinalética, no exterior, e painéis para o interior do edifício dos silos. Assim, no interior do referido edifício, passarão a existir cinco painéis com a função de complemento do conhecimen-

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to difundido no exterior, e visam proporcionar um conhecimento mais alargado sobre a temática do fabrico do gelo nacional e internacional. Os seis painéis exteriores estão distribuídos da seguinte forma: um colocado à entrada do sítio e os outros directamente articulados com as estruturas a interpretar. A quarta componente prende-se com intervenções ao nível dos percursos e envolvente, no sentido de permitir uma aproximação da população ao património, sensibilizando para a diversificação e riqueza. Assenta numa rede de percursos que articulam os diferentes espaços entre si. A quinta e última componente deste ambicioso projecto consiste no desenvolvimento de um Plano de Marketing para divulgação do Monumento Nacional, enquanto monumento nacional de características únicas, com boas condições para visitação e interpretação. Entre outras acções, destacam-se a elaboração de painéis/outdoors, um guia desdobrável/ folheto sobre a Real Fábrica do Gelo, material promocional/merchandising, monografia com co-autores nacionais e internacionais, a criação de um site alusivo à Real Fábrica do Gelo, promoção na comunicação social e reforço da promoção nos roteiros turístico-culturais.


investir no concelho

ASFALTAGENS Vilar Legenda: 1 - Rua da Esperança; 2 - Largo dos Marqueses de Rio Maior; 3, 4 - Rua do Valverde; 5 - Rua do Guilhermino.

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Legenda: 1 - Troço Seixo/Vilar; 2, 3 - Troço Tojeira/Seixo.

Caminho R ural Salgueirinho/P iemonte Rural Salgueirinho/Piemonte

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Alguber

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Legenda: 1 - Rua da Corujeira; 2 - Rua das Escolas; 3 - Rua Vítor Gomes Isidoro.

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investir no concelho Legenda: 1 - Rua das Amoreiras, Murteira (parte); 2 - Rua do Foro, Murteira (parte);

3 - Rua do Pastor e Beco, Murteira; 4, 5 - Rua Padre José Inácio Pereira, Murteira (parte);

Murteira

Sobr ena Sobrena

Murteira

6 - Rua dos Moinhos, Casalinho; 7 - Rua Maria Eugénia, Avenal; 8, 9 - Rua Direita, Figueiros (parte).

Murteira

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Murteira

Murteira

Casalinho

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Avenal

Figueir os igueiros

Figueir os igueiros

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Numa parceria entre a Autarquia e a “Águas do Oeste, S. A.”, foi realizada a primeira parte da repavimentação da Rua António Henriques (1, 2) até à Quinta de Santo António (3), tendo na mesma sido utilizadas massas asfálticas com introdução de borracha obtida a partir da reciclagem de pneus, em mais uma medida de preservação ambiental.

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investir no concelho

VALORIZAÇÃO URBANÍSTICA Legenda: 1 - Requalificação da Rua do Vale de Abrigo (em conclusão); 2 - Arranjo urbanístico das traseiras do Mercado Municipal (em execução); 3 - Passeios e asfaltagem de parque de estacionamento na Rua Boaventura Duarte;

4 - Calcet.º na Travessa das Carvalhas, Cadaval (C/Junta de Freguesia); 5 - Calcet.º na Rua Vale Pisco, Cadaval (C/J.F.); 6 - Passeio na R. 25 de Abril, C. Sapo (C/J.F.); 7 - Calcet.º da Trav. do Crispiano, S. Salvador (C/Junta de Freguesia);

8, 9 - Calcet.º da Rua de Stª. Catarina, Peral; 10 - Calcetamento de Beco D. Emília Franca, Vermelha (C/Junta de Freguesia); 11 - Construção de passeio/estacionamento, na Rua dos Moinhos, Póvoa (C/J.F.); 12 - Calc. na Rua Santa Ana, Póvoa (C/J.F.).

Cadaval

Cadaval

Cadaval

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Cadaval

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C. Sapo

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S. Salvador

Peral

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Vermelha

Póvoa

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investir no concelho Legenda: 1 - Calcet.º de valetas/passeio e beco na Rua da Palmeira, Figueiros (C/J.F.); 2 - Calcetamento da Travessa José Feliciano Júnior, Figueiros (C/J.F.); 3 - Passeio na Rua do Cemitério, Figueiros

(C/Junta de Freguesia); 4 - Conclusão de troço de passeio na Rua Principal, Figueiros (C/J.F.); 5 - Calcetamento de valetas/passeio na Rua Marcelo Caetano, Painho (C/J.F.); 6 - Calcetamento de valeta/passeio na Tra-

vessa D. Lucília, Painho (C/J.F.); 7 - Passeio/estacionamento na Rua do Valcarroto, Vilar (C/J.F.); 8 - Passeios na R. Pde. Serrão, Vilar (C/J.F.); 9 - Passeio e pluviais na Rua Luís de Camões, Martim Joanes (C/J.F.).

Figueir os igueiros

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Figueir os igueiros

Painho

Painho

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Vilar

Vilar

M. Joanes

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OUTROS TRABALHOS »» Legenda: 1 - Rede de Esgotos e elevação na Rua

Zacarias Vivas, Sobrena; 2 - Estabilização de talude na Ribeira do Avenal, junto à ponte do Carril, Vilar;

Vilar

Sobr ena Sobrena

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3 - Construção de paredão para estabilização da Estrada Pragança/Carvalhal da Serra (concluída).

Pragança

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investir no concelho

»» OUTROS TRABALHOS Legenda: 1 - Embelezamento da rotunda da Rua N. S.ª da Conceição, no Cadaval; 2 - Separador na intersecção Av. Bom-

beiros Voluntários/Av. Dr. Franc. Sá Carneiro; 3 - Colocação de estrado em madeira na ponte do Parque de Lazer do Cadaval; 4, 5 - Remodelação e ampliação da Escola

Básica de 1.º Ciclo da Dagorda (em fase de conclusão); 6 - Fecho de alpendre do Jardim-de-Infância do Vilar, com portas e janelas.

Cadaval

Cadaval

Cadaval

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Dagor da Dagorda

Dagor da Dagorda

Vilar

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Legenda: A sinalização semafórica colocada, recentemente, nos cruzamentos de Adão

Lobo (7) e Martim Joanes (8) - regulação de tráfego - e na Rua do Bonjardim, Vilar (9) redução de velocidade - contou com utiliza-

ção de díodos emissores de luz (LED), alimentados por painéis solares, em vez de energia eléctrica.

A. Lobo

M. Joanes

Vilar

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Concluída intervenção no Rio Real

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Está concluída a intervenção no Rio Real, no troço compreendido entre o limite com o Concelho do Bombarral e a Quinta do Gradil (ponte baleeira). Em parceria com o Exército Português – Regimento de Engenharia n.º 1 da Pontinha e o acompanhamento técnico da ARHTejo – Administração Regional Hidrográfica do Tejo, a Câmara Municipal efectuou um

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investimento significativo que, a par da recolha dos efluentes por parte da “Águas do Oeste, S.A.”, devolveu a um dos principais cursos de água do Concelho o seu equilíbrio natural e ambiental. Estão, entretanto, a preparar-se intervenções semelhantes a realizar nos Rios Bogóta e Arnóia, bem como na Ribeira de Santo António.


economia do concelho Numa iniciativa conjunta com a associação LeaderOeste

Autarquia divulga apoios ao desenvolvimento rural Para divulgar os apoios ao Desenvolvimento Rural, a Câmara Municipal, em parceria com a LeaderOeste - Associação para o Desenvolvimento Rural, está a realizar um conjunto de sessões de divulgação para os potenciais beneficiários. A primeira decorreu a 5 de Junho e foi dirigida às Juntas de Freguesia do Concelho.

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contratualização do PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural) entre o Ministério da Agricultura e a associação LeaderOeste (sediada na Vila do Cadaval), e o facto das 10 Freguesias do Concelho integrarem o território de intervenção da Estratégia de Desenvolvimento aprovada constituem uma oportunidade inegável que importa não descurar.

O mundo rural tem, hoje, uma natureza multifuncional que vai além da produção de bens agrícolas, incidindo também na produção de outros bens ou serviços inerentes à economia local, ou serviços de preservação do ambiente, do património e do espaço rural. Reconhecem-se, assim, as potencialidades dos territórios em todas as suas componentes - um património físico e cultural, um potencial endógeno de produção e um património ambiental, com base nas quais se pode estruturar uma base de desenvolvimento local. O PRODER assume, igualmente, como objectivo promover as condições de atractividade e fixação de populações em meio rural, através do apoio à melhoria de redes locais de serviços básicos para as populações e à criação de microempresas. O “Subprograma 3 – Dinamização das Zo-

nas Rurais” insere-se nos objectivos definidos no FEADER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Rural. Com o objectivo de divulgar os apoios ao Desenvolvimento Rural, designadamente para a promoção da qualidade de vida e para a diversificação das actividades económicas do Concelho, a Autarquia, em parceria com a LeaderOeste, pretende realizar algumas Sessões de Divulgação, junto dos potenciais beneficiários do Programa. No dia 5 de Junho foi realizada uma sessão para as Juntas de Freguesia, estando a ser agendadas outras sessões, designadamente para as Entidades Sociais do Concelho, sobre o domínio dos Serviços Básicos para a população rural. As Sessões de Divulgação do PRODER – Subprograma 3 na área do Concelho terão incidência sobre os seguintes domínios: Diversificação da Actividade Económica e Criação de Emprego; Serviços Básicos para a População Rural; Conservação e Valorização do Património e Cultura Local.

Siner gias estratégicas para desenvolver o sector agrícola local Sinergias

Município apoia consolidação do Cluster Agrícola do Cadaval

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dinâmica positiva e o potencial do sector agrícola do Concelho exigem uma reflexão estratégica destinada a posicionar o Cadaval face aos desafios e oportunidades que o Cluster Agrícola enfrenta. Um Cluster consiste num conjunto de empresas e outros actores, co-localizados numa área geográfica próxima, que cooperam em torno dum nicho funcional, estabelecendo alianças promotoras de competitividade. A competitividade económica do Cadaval passa pelo envolvimento do Município, das entidades representativas do sector e das empresas, bem como pela sinergia da estratégia de desenvolvimento do sector agrícola com as políticas públicas em curso. Neste contexto, a Câmara Municipal está a promover a elaboração do Estudo de Desenvolvimento do Cluster Agrícola do Cadaval,

através de uma consultoria externa com a xão sobre a estratégia de desenvolvimento a seguir e o papel da Autarquia, tal como o empresa ISBS Consultancy. O estudo tem por objectivo principal com- realizado a 26 de Junho, no auditório munipreender as oportunidades e ameaças que cipal. o Cluster Agrícola enfrenWorkshop abordou estratégia de desenvolvimento do Cluster ta, bem como a sua competitividade, tendo sido desenvolvida uma análise do sector, focalizada nas sub-fileiras mais representativas: Pêra, Aves e Vinho. Neste âmbito, foram também realizadas entrevistas com cooperativas, pequenos produtores e demais entidades representativas do Cluster, bem como workshops de refle-

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economia do concelho

Nota: Para informações mais detalhadas e acesso ao formulário, consulte directamente o site do PRODER, http://www.proder.pt, ou ligue para o Número Verde – 800 500 064.

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economia do concelho Apoio aos Potenciais Artesãos e Unidades Produtivas Artesanais

Sistemas de Incentivos às Empresas - Plano de concursos

Linha de Crédito Bonificada ao Sector Agrícola, Pecuário, Florestal e Agro-Indústrias Visa dinamizar a actividade económica das Pequenas e Médias Empresas (PME) do sector agrícola e pecuário e do sector florestal e das agro-indústrias, com vista à promoção do reforço da sua competitividade e da sua capacidade de exportação, criando condições para que possam aceder a crédito bancário em condições mais favoráveis. Tem uma dotação de 175 milhões de euros, dos quais 75 milhões são para o sector agrícola e pecuário e os restantes 100 milhões são para o sector florestal e agro-indústrias. Linha de Crédito PME Investe IV Esta nova Linha de Crédito às PME tem

uma dotação de 400 milhões de euros, dos quais 200 milhões de euros são destinados ao Sector Exportador e 200 milhões de euros são dirigidos às Micro e Pequenas Empresas. No Sector Exportador, as empresas têm que exportar pelo menos 10 % do seu volume de vendas, ou um valor superior a 150 mil euros, beneficiando de uma Garantia Mútua sobre 50 % do valor de cada financiamento. Já as Micro e Pequenas Empresas devem apresentar resultados líquidos positivos em 2 dos últimos 4 exercícios, beneficiando de uma Garantia Mútua sobre 75 % do valor de cada financiamento. Os valores a financiar ao abrigo desta Linha são acumuláveis com financiamentos prestados ao abrigo das Linhas anteriores.

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xistem excelentes vantagens no que toca ao reconhecimento do estatuto de Artesão e de Unidade Produtiva Artesanal, designadamente: acesso a apoios e benefícios que o Estado atribua ao artesanato (investimento na modernização das oficinas, formação, participação em feiras, etc.), para o qual o reconhecimento do estatuto de unidade produtiva artesanal é condição necessária; menção do reconhecimento como artesão, ou unidade produtiva artesanal, na rotulagem, publicidade e demais documentos comerciais de acompanhamento dos produtos, através da utilização de símbolo, a aprovar por diploma legal; acesso regular a informação de interesse para o sector, difundida aos artesão e unidade produtivas artesanais constantes do Registo Nacional do Artesanato. À semelhança do que se tem feito desde 2006, informa-se, novamente, todos os interessados que o Município do Cadaval se encontra à disposição, através do Gabinete de Assessoria Técnica, para prestar informação, relativa ao Estatuto de Artesão e Unidade Produtiva Artesanal, e apoio no preenchimento dos formulários, bem como encaminhamento dos processos para obtenção do referido estatuto.


ambiente & protecção civil A ener gia eólica é um dos rrecursos ecursos e xistentes no nosso Concelho energia existentes

Novas energias: um apelo do ambiente e da economia Para percebermos a importância das energias alternativas, explicamos, nesta edição da Revista Municipal, os tipos de energia renováveis existentes, destacando a energia eólica, por ser um recurso energético explorado no nosso Concelho.

A

s energias renováveis são fontes inesgotáveis de energia, obtidas a partir de recursos da Natureza, e podem ser de origem solar, hídrica, geotérmica ou eólica. A Energia Solar, obtida a partir do sol, pode ser convertida em electricidade ou em calor, através de painéis solares fotovoltaicos ou térmicos, para aquecimento do ambiente ou de água; a Energia Hídrica, proveniente da água dos rios, das marés e das ondas, pode ser convertida em energia eléctrica, através das barragens; a Energia Geotérmica, obtida a partir da terra, pode ser convertida em calor para aquecimento do ambiente ou da água; por último, a Energia Eólica, obtida a partir dos ventos, pode ser convertida em electricidade através de turbinas eólicas ou aerogeradores. Parque Eólico da Serra de Todo-o-Mundo Aqui bem perto de nós, temos, a operar desde Janeiro de 2005, na Serra de Todo-o-Mun-

do (zona norte do Concelho), 10 aerogeradores, em que cinco se inserem no Concelho de Caldas da Rainha e os restantes cinco no Concelho do Cadaval. Cada turbina gera entre 50 a 300 KW de electricidade, sendo que um gerador eólico permite acenderem-se 3 000 lâmpadas de 100 Watts cada. A título de exemplo, um aerogerador com cerca de 2MW de potência custa cerca de 2,2 milhões de euros, produz 4 500 MW/ano e,

em termos de poupança de petróleo, são cerca de 387 toneladas/ano (ou seja, 2 825 barris/ano). Para além disso, evita 4 275 toneladas/ano de emissões de CO2 (Dióxido de Carbono) para a atmosfera. Nesta perspectiva “amiga do ambiente”, aliada ao rendimento que os aerogeradores geram para a Autarquia, encontra-se em fase avançada a negociação para a instalação de um novo Parque Eólico no Concelho, que irá reunir cerca de 12 aerogeradores.

Recolha Porta-a-Porta prossegue com balanço positivo A Reciclagem é, cada vez mais, um dado adquirido no nosso Concelho, graças ao empenho de um cada vez maior número de munícipes mas também de empresas e instituições locais. E, claro, o Ambiente e a Economia agradecem.

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s Munícipes do Cadaval estão, mais uma vez, de parabéns. A colaboração de todas as empresas, comerciantes, escolas, lares, etc., na separação do papel/cartão, plásticos e REEE (Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos), para recolha porta-a-porta, foi muito importante para o nosso Município.

Conseguimos, juntos, evitar que algum deste “lixo” fosse colocado nos contentores de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) e conseguimos, também, obter uma poupança bastante considerável. Se o total de 132 toneladas de resíduos recolhidos no ano de 2008 tivesse sido colocado nos contentores tradicionais, teria custa-

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do ao nosso Município 5 755 euros. Já no presente ano de 2009, só entre Janeiro e Julho (ver tabela abaixo), o valor poupado com a recolha porta-a-porta de perto de 95 toneladas de resíduos era já de 4.155 euros. Assim sendo, além de termos poupado, ainda permitimos a valorização dos materiais recicláveis, que são utilizados na produção de novos produtos. De sublinhar que os dados em questão se referem somente à recolha porta-a-porta, efectuada pela autarquia às entidades acima referenciadas, não contemplando, por isso, a reciclagem feita directamente nos ecopontos. Para mais esclarecimentos sobre o Serviço de Recolha Porta-a-Porta, contacte-se o Gabinete do Ambiente da CMC, através do 262 690 175 (Eng.ª Ana Pintéus).


informar o munícipe Redefinição do modelo de atendimento municipal

Balcão Único: em prol da qualidade do atendimento processo de modernização administrativa actualmente em curso na Câmara Municipal. Assim, face aos novos desafios que se colocam às autarquias e às expectativas dos cidadãos e empresas, importa conceber novas estruturas organizacionais, que respondam com eficácia, efiAspecto do Balcão Único Municipal, a abrir brevemente ciência e economia às atribuições públiquestão da qualidade “entrou na moda” cas. A redefinição do atendimento represenna Administração Pública, muitas vezes ta um passo importante no relacionamento mais centrada nos processos de gestão da da Autarquia com os seus Munícipes e Emqualidade do que nas exigências de quali- presas. dade dos serviços prestados. A criação do Balcão Único Municipal pressuOs cidadãos exigem serviços de fácil aces- põe que, num só espaço físico, o Munícipe so, rapidez, conveniência e cortesia, com possa solucionar e resolver situações tão diqualidade, e também uma administração efi- versas como sejam a obtenção de uma licencaz na resolução de problemas e eficiente ça de construção, bem como a resolução de no uso dos recursos públicos. A constitui- questões relacionadas com os transportes ção do Balcão Único Municipal resulta do escolares, abastecimento de água, sanea-

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mento, entre outros. O Balcão Único terá um horário mais alargado e uma equipa de colaboradores que irão assegurar qualidade, rapidez e eficácia no tratamento das questões relacionadas com os serviços, através de formação adequada em contexto de trabalho, preparando-os para o desempenho de funções-chave na imagem da Autarquia. Considerando a importância que a melhoria contínua hoje assume nas organizações, a Câmara Municipal deverá caminhar para a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, sendo o Balcão Único um passo importante para a certificação da Qualidade. O projecto enquadra-se nos objectivos do SAMA - Sistema de Apoios à Modernização Administrativa previsto no “POR Mais Centro”, programa que visa tornar a administração local mais eficaz e eficiente, respectivamente na tipologia “Operações de qualificação e simplificação do atendimento dos serviços públicos aos cidadãos e empresas”. Esta operação encontra-se prevista na subvenção global/contratualização com a Oeste CIM (Comunidade Intermunicipal do Oeste), estando a ser preparada uma candidatura regional, a apresentar até ao final de 2009.

Gabinete de Consulta Jurídica do Cadaval em funcionamento

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eabriu em Maio, com novas instalações, o Gabinete de Consulta Jurídica do Cadaval, cujo objectivo é o de assegurar consultas jurídicas gratuitas a pessoas com dificuldades económicas que residam no Concelho do Cadaval ou nele exerçam actividade profissional. Para que o gabinete possa avaliar a situação económica dos interessados, os mesmos deverão ser portadores de

identificação pessoal, recibo de ordenado e última declaração de IRS. Refira-se que o Gabinete de Consulta Jurídica funciona agora na Rua 25 de Abril, no 1.º andar do Edifício da Central de Camionagem (próximo do Tribunal). Está aberto de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 16h30. Pode ainda ser contactado pelo telefone 91 314 89 07 ou pelo e-mail cadaval@del.oa.pt.

UNIVA dá lugar a Gabinete de Insersão Profissional

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Câmara Municipal do Cadaval, em parceria com o IEFP - Centro de Emprego de Torres Vedras, criou, em Maio último, o Gabinete de Inserção Profissional (GIP), que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido

pelo antigo Gabinete UNIVA. O seu objectivo consiste em dar respostas ao nível de informação e orientação profissional e ainda aos problemas de emprego da população da área do Concelho. O GIP presta atendimento ao público às se-

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gundas, terças, quintas e sextas-feiras, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 16h30, e funciona ainda no 1.º piso das antigas instalações da Câmara Municipal (junto ao Mercado Municipal). O telefone de contacto é o seguinte: 262 690 187.


história do concelho Enquadrado na “Semana do P atrimónio” Património”

Museu Municipal promoveu “II Encontro de Cultura e Património” Inserido na designada “Semana do Património”, o Museu Municipal promoveu, a 22 de Maio, no auditório dos Paços do Concelho, o “II Encontro de Cultura e Património do Cadaval”, onde se debateu “o património como factor de desenvolvimento local”. Deste encontro, há a reter a importância de promover a recuperação do património, bem como o seu conhecimento e fruição.

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lísio Summavielle, Director do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), salientou a importância das autarquias na recuperação do património, dado que, como refere, 70% do investimento público nessa área é feito através delas. Considera, no entanto, existir falta de mão-de-obra qualificada, sendo que apenas 10% da área da construção civil se dedica à reabilitação e recuperação do património, quando a média europeia é de 40%. Num país com tanta falta de emprego, este trata-se, segundo ele, de «um nicho de emprego estratégico e necessário». Nélson de Carvalho, Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, defendeu a importân-

cia de usar o património como elemento estratégico e como marca de identidade de um território, tornando-o «conhecido, atractivo, visitado», e cujos fluxos turísticos reflectirse-ão na economia desse território. O autarca apresentou, de seguida, o programa integrado de valorização do centro histórico de Abrantes. Pedro Roseta, Professor Universitário e Ex-Ministro da Cultura que, em 2002, inaugurou o Museu Municipal do Cadaval, defendeu que o património cultural é um dos principais traços distintivos de um povo, para além da língua, e tem de ser «vivo, visitável, vivido». Deve também ser encarado como factor de desenvolvimento, permitindo «crescer sem perder as raízes». Como explicou, o património, ao atrair turistas, especialistas, estudantes, entre outros, contribui, também ele, para a criação de emprego. De acordo com Pedro Roseta, o desenvolvimento começa na pessoa humana e depende da sua consciência do viver em comunidade. Porque, como refere, «a herança degradada, degrada os seus herdeiros».

Cadaval antigo recordado em desenhos e aguarelas

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nquadrada também na “Semana do Património”, a exposição temporária “Cadaval Ontem e Hoje” decorreu, por seu turno, de 18 a 28 de Maio, no Museu Municipal do Cadaval. A mostra foi composta por desenhos e aguarelas alusivas ao passado da vila do Cadaval, da autoria de Serrão de Fa-

ria, e por uma série de painéis explicativos da evolução urbana cadavalense. De referir também, no final do supracitado encontro, o lançamento das “Actas do 1.º Encontro de Cultura e Património do Cadaval”, numa edição da autarquia cadavalense, disponível no Pelouro da Cultura e no Museu Municipal.

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Rogério Silva, Arquitecto e Chefe de Divisão da Câmara Municipal do Cadaval, abordou “A revitalização das zonas antigas das áreas urbanas do Concelho do Cadaval”, tendo começado por mostrar à plateia diversos edifícios particulares votados ao abandono e degradação, e também alguns exemplos de reparações já realizadas. Apresentou, depois, algumas propostas com vista a fazer face a essas situações de abandono e de degradação de edifícios. Considerou ainda existirem, no Concelho, uma série de potencialidades a explorar, capazes de atrair turismo ao Cadaval, sendo necessário cativar proprietários para a necessidade de recuperar o respectivo património e, além disso, ajudar os visitantes a descobrir esses lugares. Guilherme Cardoso, arqueólogo da Assembleia Distrital de Lisboa, relembrou a importância histórica do Convento dos Dominicanos, em Montejunto, tendo considerado importante ajudar os visitantes do convento a interpretar e compreender a sua história e a sua relevância, através de uma exposição permanente, painéis explicativos e demais material gráfico. O último orador previsto, Gil Serras Pereira, arquitecto da empresa “Diâmetro – Estudos e Projectos”, acabaria por não poder comparecer, sendo que ao mesmo caberia apresentar o projecto de reconversão da Praça da República da vila do Cadaval.


turismo no concelho Iniciativa de apoio ao “Investidor em Meio R ural” Rural”

Dinamizar o turismo no Concelho, preservando a ruralidade A Câmara Municipal estabeleceu, recentemente, uma parceria com a associação LeaderOeste com vista ao desenvolvimento da iniciativa de apoio “Investidor em Meio Rural – Turismo”, encarando o turismo como alavanca da actividade económica, capaz de gerar novas oportunidades de negócio e a dinamização das actividades existentes.

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parceria firmada visa conjugar esforços de divulgação, e de subsequente esclarecimento de dúvidas, aos potenciais investidores, de forma conjunta e devidamente articulada. Uma das melhores formas de apostar no turismo no Concelho, ao mesmo tempo que se preserva a ruralidade e se criam rendimentos complementares, consiste na promoção das vertentes: Turismo no Espaço Rural, Turismo de Habitação, Turismo de Natureza e Alojamento Local. Nesse sentido, a LeaderOeste – Associação para o Desenvolvimento Rural constituirá o interlocutor privilegiado no que concerne ao financiamento deste tipo de empreendimentos turísticos. A presente parceria teve por base a necessidade premente de atrair e fixar investidores no Concelho, sendo, para tal, fundamen-

tal a criação de uma relação de confiança entre a autarquia e os potenciais investidores, baseada não só na diversificação dos serviços prestados, mas também na melhoria da qualidade dos mesmos. Neste âmbito, está prevista a elaboração de um manual detalhado dos procedimentos e requisitos inerentes ao licenciamento, assim como dos relativos ao financiamento. Desse manual resultarão várias brochuras temáticas, quer de esclarecimento, quer de

promoção destas tipologias de empreendimento turístico/alojamento e de actividades complementares a elas associadas. Como não poderia deixar de ser, estão também previstas sessões de esclarecimento alusivas a esta temática.

Iniciativa “P er corr er Monte(s)junto(s)” - Caminhadas rregular egular es por trilhos rurais “Per ercorr correr egulares

Ruralidade local continua a atrair pedestrianistas

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iniciativa “Percorrer Monte(s)junto(s)” continua a decorrer, permitindo dar a conhecer a nossa terra a um crescente número de pessoas, maioritariamente provenientes de fora do Concelho. Como refere Narciso Vieira, técnico de Turismo da CMC, «os

participantes ficam sempre surpreendidos com a beleza dos nossos vales, o nosso património construído e a nossa riqueza histórica.» O último percurso realizado foi a Rota dos Moinhos, a 21 de Junho, assinalando o arranque de Verão. Os pedestrianistas partiram, bem cedo, do Vilar, e trilharam cerca de 10 Km, por Tojeira, Pereiro, Alto da Lagoinha, Avenal e regresso ao Vilar. Dia 9 de Maio realizou-se um percurso nocturno, na Serra de Montejunto, que contou com 25 inscrições, mas que, devido ao tempo pouco convidativo, contou,

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ainda assim, com 14 caminheiros (quase todos oriundos de Lisboa, Torres Vedras e Caldas da Rainha), aos quais permitiu passar pelos miradouros serranos e visitar locais como o Convento dos Dominicanos, Real Fábrica do Gelo e Parque dos Castanheiros. Por seu turno, o trilho Cadaval/Vermelha (na foto), realizado a 5 de Abril, contou com a adesão de cerca de 32 caminheiros que calcorrearam 13 Km. Os participantes vieram de Caldas da Rainha, Loures, Seixal e também de dentro do Concelho, tendo trilhado vinhedos e pomares, com o itinerário Cadaval, Vermelha, Vale Canada, Adão Lobo e regresso ao Cadaval. Para inscrições ou informações adicionais, ligue: 91 678 26 28, 262 777 888, 262 690 100 (Serviço de Turismo). Pode ainda fazê-lo pelo e-mail pcampismo@cadaval.org. Em alternativa, consulte calendário de percursos, disponível no site municipal (www.cmcadaval.pt).


especial rotunda “cantar dos reis” Embelezamento da infra-estrutura rondou os 60 mil euros

Inaugurada Rotunda dedicada ao “Cantar dos Reis”, no Cadaval A Câmara Municipal inaugurou, na noite de 21 de Maio, a Rotunda da EN 115, no Cadaval, cujo arranjo urbanístico teve por tema o “Cantar dos Reis”, tradição das aldeias de Avenal e Pereiro. A cerimónia contou com a presença de Luís Marques, Director Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, bem como do escultor Vítor Nogueira da Silva, autor do monumento ao “Cantar e Pintar dos Reis”. Após o descerrar de placa, cantaram-se os reis no Cadaval…

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m «monumento singelo mas de grande significado para o Concelho» foi como Aristides Sécio se referiu à peça escultórica da rotunda que acabava de inaugurar, que não só evidencia uma tradição local, como também a «arte de bem receber» da população concelhia, nomeadamente no que respeita às localidades que ainda prati-

cam a tradição do “Cantar e Pintar dos Reis”, o Avenal e o Pereiro. Vítor Nogueira da Silva, criador da peça escultórica situada na placa central da rotunda, explicou, por seu turno, aos presentes, a simbologia associada ao aspecto visual e às componentes do referido monumento. (Ver caixa da pág. 19) O Director Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Marques, apelidou aquele como um monumento simbólico de extrema importância, dado constituir, segundo ele, o primeiro exemplo concreto, em Portugal, de valorização do património cultural imaterial, numa altura em que a UNESCO atribui uma ênfase particular a este tipo de património.

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Uma vez descerrada a lápide inaugural, por Luís Marques e Aristides Sécio, e após um breve discurso dos três supracitados intervenientes, foi tempo de passar à recriação da tradição do “Cantar de Reis”. A recriação contou com a especial presença dos grupos “de Cantar dos Reis” do Avenal e do Pereiro, que dedicaram uma diversidade de rimas espontâneas à ocasião festiva e ao monumento erguido em sua homenagem, onde não faltaram versos do próprio Presidente da Câmara. O momento festivo incluiu, como manda a praxe, uma ampla mesa de diversos comes e bebes, aberta ao público e montada na rua, junto à rotunda inaugurada.


especial rotunda “cantar dos reis” Aristides Sécio, Luís Marques e Vítor Nogueira da Silva, junto ao monumento ao “Cantar dos Reis”

Explicação sobre o monumento ao “Cantar dos Reis” A intervenção caracterizou-se pela recriação e interpretação, em termos escultóricos, do “Pintar e Cantar dos Reis”, escultura essa da autoria do escultor Vítor Nogueira da Silva. Foi na placa central que incidiram a maior parte dos trabalhos, com a execução do monumento de “homenagem” ou “lembrança” ao “Pintar e Cantar dos Reis”, tradição enraizada nas aldeias do Avenal e do Pereiro. O referido espaço foi, depois, relvado e rodeado por algumas árvores. A tradição baseia-se, como descreve Vítor Silva na memória descritiva do projecto, «num grupo de homens que, na noite 5 de Janeiro, saem para a rua munidos de uma lanterna, um balde de tinta e pincéis e que, cantando e pintando, anunciam a mensagem dos “Bons Reis Magos”. Nas paredes de algumas casas,

inscrevem, através de pinturas simples com cores predefinidas, alguns símbolos e siglas que fazem parte de um código ancestral. Digamos que esses “graffitis” ancestrais, implantados, sobretudo, junto às portas, desejam ao dono da casa, entre outras mensagens, votos de felicidades para o ano que começa.» Na materialização desta tradição, o escultor idealizou a utilização de figuras geométricas, num conjunto escultórico que, pela sua morfologia e localização, representa a porta de entrada da vila. O monumento é formado por um elemento branco, em forma de portal, que sugere a entrada de uma habitação, sendo ladeado por um elemento em forma de “L” invertido e que pretende simbolizar a faixa de cor (neste caso, amarela), existente em muitas casas de província.

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Em cada um dos lados do portal encontra-se um elemento volumétrico. Um deles, de forma prismática, simboliza uma parte da parede/plano onde se encontra inserida a porta. No lado oposto, existe um outro que simboliza o lambril, também amarelo, existente nas casas rurais. Na face superior deste elemento, encontra-se colocado um cilindro vermelho que representa o balde ou lata de tinta utilizada para a prática pictórica do evento. Sobre a base do monumento, encontra-se um paralelepípedo amarelo que simboliza a candeia utilizada. A peça inclui, por fim, um passadiço, criado perpendicularmente ao eixo horizontal do monumento, ao longo do qual progride um cachão de água, cujo movimento pretende sugerir a entrada numa suposta habitação e, em paralelismo, o da entrada na vila ao viajante que chegue por estrada.


educação no concelho Rescaldo do 13.º Certame Municipal das Artes e da Educação

ANIMARTE trouxe quatro dias de animação ao Cadaval A ANIMARTE despediu-se, a 1 de Junho, com um dia especialmente dedicado aos mais pequenos, ou não fosse Dia Mundial da Criança. Este 13.º Certame Municipal das Artes e da Educação saldou-se positivamente, tendo cumprido o seu anual compromisso lúdico-pedagógico para com crianças, jovens, famílias e demais comunidade visitante.

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Parque de Lazer do Cadaval voltou a acolher uma feira anual que constitui o culminar das actividades lectivas da comunidade educativa local, ao mesmo tempo que anima, informa e sensibiliza crianças, jovens, famílias e comunidade em geral.

A temática escolhida para este ano, “As novas energias”, foi exemplarmente desenvolvida por professores/educadores, alunos, auxiliares e técnicos, tendo estado visível, durante o certame, sobre as mais diversas formas, como sejam: canções, encenação teatral, desenhos, pinturas, trabalhos manuais diversos, painéis explicativos, jogos didácticos, entre outros. Seguramente que a importância da utilização das energias renováveis e da preservação ambiental não passou despercebida aos muitos visitantes do certame. A mensagem didáctica e informativa passou ainda por outras áreas de interesse e relevância, como sejam: preservação da floresta, ambiente/reciclagem, emprego, saúde, solidariedade social, cultura/património, economia local ou novas tecnologias. Uma vez mais, a mostra artesanal e

des das diferentes entidades participantes. No total, perto de 70 stands reuniram mais de 50 expositores nesta 13.ª ANIMARTE, englobando escolas, jardins infantis, instituições, associações, artesãos e comerciantes. Ao nível da animação infanto-juvenil, a aposta incidiu num conjunto de jogos tradicionais, a que se vieram juntar actividades radicais tais como o slide e o mini-slide, que divertiram miúdos e graúdos, ou ainda os solicitados jumpers (“andas” para saltar), tiro com arco, escolinha de condução, campeonato de

institucional propiciou ao público visitante a oportunidade de apreciar e adquirir diversos artigos, maioritariamente de cariz infantil e produzidos a nível local/regional, bem como acompanhar as activida-

futebol infantil (1.º Ciclo do Concelho do Cadaval), pintura facial, escultura de balões e ateliês de actividades. De realçar que as exibições diurnas de música, dança e representação contaram com a participação activa das escolas do Concelho.

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educação no concelho tor. O desfile, que contemplou muita animação à mistura, tratou-se de mais um evento promocional da APC - Associação Paraíso das Crianças, a qual tem movido esforços de divulgação e angariação em prol da construção de uma casa de acolhimento para cri-

Quanto à animação, a organização optou por dedicar cada dia a uma tipologia de público. Assim, o dia 29 constituiu o “Dia da Juventude”, dia 30 foi o “Dia da Família”, o dia 31 representou o “Dia da Comunidade” e finalmente o dia 1, como não poderia deixar de ser, o “Dia da Criança”. Os espectáculos nocturnos incluíram dois concertos rock (um dos quais mais revivalista) e também uma noite especial que incluiu uma passagem de modelos de crianças e jovens locais. A apresentação do desfile coube a algumas caras conhecidas, nomeadamente Margarida Barreiras, jornalista, e Daniel Cardoso, actor, tendo contado, ainda, com a presença de Miguel Bugalho, também ele ac-

anças, na localidade do Peral. De salientar que a inauguração da ANIMARTE coube ao Director Regional da Educação de Lisboa e Vale do Tejo, José Joaquim Leitão, e ao Presidente da Câmara Municipal do Cadaval, Aristides Sécio. O certame incidiu, uma vez mais, na zona oriental do Parque de Lazer do Cadaval, permitindo a concentração da oferta exposicional da feira em três grandes espaços: um pavilhão do artesanato, um espaço aberto, de cariz institucional e animação musical, e ainda um pavilhão da educação, no qual decorreram os diversos ateliês de actividades. A ANIMARTE voltou a constituir uma organização da Câmara Municipal do Cadaval em parceria com Agrupamento de Escolas do Cadaval, Escola Secundária c/ 3.º CEB de Montejunto, Santa Casa da Misericórdia do Cadaval, Colégio da Vila e Centro de Saúde do Cadaval.

(Segue acima)

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cultura & tempos livres Exposição, sessão solene e concerto musical estiveram em destaque

Cadaval comemorou 35 anos do “25 de Abril” O Cadaval acolheu, de 24 a 26 de Abril, as comemorações do 35.º Aniversário do 25 de Abril, cujo destaque foi para uma exposição e uma sessão solene alusivas à efeméride, sendo que nesta última intervieram não só os representantes dos partidos com assento na Assembleia Municipal como também alunos representantes das escolas concelhias.

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s festividades tiveram início com a abertura, logo no dia 24, da exposição dedicada aos “35 anos do 25 de Abril” e ao “25 de Abril no Cadaval”, a qual esteve patente, ao longo das comemorações, no átrio dos Paços do Concelho, e que contou com o apoio do Centro de Documentação “25 de Abril” da Universidade de Coimbra. A organização da iniciativa coube, por seu turno, à Câmara Municipal do Cadaval em parceria com a Assembleia Municipal e Biblioteca Municipal. A manhã do Dia 25 iniciou-se com o habitual Hastear da Bandeira, junto ao edifício dos Paços do Concelho, momento que contou, este ano, com a presença musical da Banda Filarmónica de Pragança e com a participação de diversos deputados da Assembleia

Municipal, para além de representantes do executivo camarário e demais entidades locais.

Hasteada que estava a bandeira nacional, as celebrações prosseguiram no auditório da Câmara Municipal, através de uma sessão solene sobre o 25 de Abril, a qual contou com a especial presença e intervenção de representantes dos alunos do Agrupamento de Escolas do Cadaval e da Escola Secundária c/

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3.º Ciclo de Montejunto. Mas ainda antes da opinião juvenil sobre a emblemática “Revolução dos Cravos”, que incluiu a declamação de três poemas, neste plenário tomaram também a palavra os representantes dos Grupos Políticos da Assembleia Municipal, nomeadamente, Ricardo Miguel (CDU), Filipe Pereira (PS) e Vítor Pintéus (PSD), antecedidos por palavras do Presidente do referido Órgão Deliberativo, Pedro Gaspar Rodrigues, e do Presidente da Câmara Municipal, Aristides Lourenço Sécio. Este momento solene constituiu, por seu turno, uma organização da Assembleia Municipal do Cadaval. (Na separata desta edição da RM, são publicados


cultura & tempos livres

cabaria mesmo por trazer chuva no final da prova, participaram nesta segunda prova, ainda assim, um total de 100 crianças do Concelho (ver pág. 31). À noite, realizou-se, no cine-auditório dos Bombeiros Voluntários do Cadaval, um concerto intitulado “Quatro Vertentes da Música Coral de Fernando Lopes-Graça”, o qual ficou a cargo do Coro Polifónico Eborae Mvsica, proveniente de Évora. O espectáculo repartiu-se, assim, em quatro partes da obra de Fernando Lopes-Graça: canções regionais portuguesas, canções de romaria tradicionais, canções de Natal tradicionais e canções heróicas, num espectáculo bastante ovacionado pela assisos discursos dos intervenientes nesta sessão). A jornada comemorativa prosseguiu à tarde, pelas 15h00, com a realização da segunda prova do “IV Campeonato Municipal Jovem de Atletismo”, a qual decorreu junto à Piscina Municipal do Cadaval. Apesar da instabilidade climatérica, que a-

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tência. Recorde-se que Fernando LopesGraça constitui uma referência não apenas ao nível da composição musical e harmonização de canções regionais portuguesas, como também enquanto fervoroso defensor da conquista da liberdade política, económica, social e cultural em Portugal e, naturalmente, da Revolução de 25 de Abril de 1974. A assinalar o encerramento das comemorações, ao fim da tarde do dia 26, realizou-se, no Pavilhão Gimnodesportivo Municipal, a festa de encerramento do “IV Campeonato Concelhio de Futsal” (ver pág. 30), onde se defrontaram, num jogo amigável, a equipa vencedora, o CCDR Rocha Forte, e uma selecção de jogadores, feita a partir das restantes onze equipas que participaram nesta competição, com o resultado final de 6-3, favorável à equipa de Rocha Forte. Após a realização do jogo, seguiu-se a habitual entrega de prémios, seguida de um lanche-convívio que pôs termo à celebração dos 35 anos do “25 de Abril” no Cadaval.


cultura & tempos livres Biblioteca Municipal dinamizou Hora do Conto 2009

Conto ecológico cativou pequenada escritor italiano Umberto Eco, privilegiando assim as questões ambientais, a exemplo de outras iniciativas promovidas pela Câmara Municipal no presente ano. Contando somente com três elementos cénicos, uma perso-

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erca de 610 crianças dos Jardins-deInfância e Escolas de 1.º Ciclo do Concelho participaram em mais uma Hora do Conto da Biblioteca Municipal, actividade decorrida de 15 de Abril a 26 de Maio e que este ano abordou o conto ecológico “Os gnomos de Gnu”. A possível vinda dos “gnomos de Gnu” ao nosso planeta, para nos ajudarem a recuperar a natureza e os bons hábitos ambientais, serviu de mote à Hora do Conto 2009, a qual resultou em composições e desenhos muito imaginativos, por elas realizados. Com efeito, a Hora do Conto teve por base o conto ecológico “Os gnomos de Gnu”, do

nagem saída directamente de uma nave espacial narrou, na primeira pessoa, a história às crianças, que visualizavam a aventura à medida que, através de técnicas discursivas, esta se desenrolava. O conto, com a duração de cerca de 40 minutos, aborda, precisamente, a história de um planeta muito poluído que envia um ex-

Desenhos elaborados por Vânia Paulo e Micaela Félix, ambas do 4.º ano da EB1 Dagorda

Biblioteca Municipal promoveu “V Feira do Livro”

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omando por referência a comemoração do Dia Mundial do Livro (23 de Abril), realizou-se, de 20 a 26 de Abril, a V Feira do Livro da Biblioteca Municipal do Cadaval, como habitualmente no espaço envolvente à instituição. Refira-se que esta semana, consagrada à exposição, dinamização e divulga-

ção deste bem tão precioso que é o livro, contou com o apoio da livraria “Livro do Dia” (Torres Vedras). À semelhança das anteriores edições, foram apresentadas, nesta mostra, as últimas novidades da cena literária e também livros históricos e infantis, para além de documentação para distribuição aos visitantes.

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plorador intergaláctico para descobrir um outro planeta mais limpo, de modo a que estendam os seus conhecimentos e tecnologias. Este explorador encontra, então, um planeta muito verde chamado Gnu, onde os seus habitantes são gnomos - os gnomos de Gnu. Começa, assim, a narrativa ecológica, em que o escritor, a páginas tantas, inverte os papéis, acabando os habitantes de Gnu por chegar à conclusão de que o melhor se-

ria serem eles a descobrir o planeta do explorador, para passar, aos respectivos habitantes, os seus conhecimentos ecológicos, eliminando as cores escuras que aquele planeta já tinha. A Hora do Conto da BMC cumpre, assim, o seu objectivo anual de cativar as crianças do Concelho, através da narração, por funcionárias da instituição bibliotecária, de histórias que aguçam o apetite para a leitura, ao passo que estimulam a sua criatividade, animando-as e deixando-lhes uma mensagem pedagógica.


cultura & tempos livres Ciclo de concertos ao ar livr e, no Cadaval, atingiu a sua se xta edição livre, sexta

“Tocatas de Verão” trouxeram música para apreciar Uma refrescante brisa de cultura foi o que proporcionou a 6ª edição das Tocatas de Verão, ciclo de concertos ao ar livre que animou a vila entre 10 e 24 de Julho, durante cinco noites de fim-de-semana. Uma iniciativa bem acolhida pelos cadavalenses, por permitir a descoberta e a apreciação de sonoridades mais invulgares ou ditas mais culturais...

A noite de 18 de Julho (Sábado) reservou um Espectáculo de Música Clássica, proporcionado pela Orquestra da Tuna da Sociedade de Santa Cecília (Aveiro), ao passo que no dia seguinte actuou o Grupo de Metais do Exército. Por fim, no dia 24 (sexta-feira), as Tocatas contaram com a presença do Quarteto de Saxofones “Arteemsax”, proveniente de Palmela, que encerrou o ciclo de actuações com o espectáculo “Fado do meu Tango”, homenageando Carlos Paredes, considerado o maior mestre da Guitarra Portuguesa, e o grande ícone do tango argentino, Astor Piazzolla. Apesar da timidez do Verão, os espectáculos, que foram, uma vez mais, de acesso gratuito, contaram com uma afluência significativa de público, uns quase “residentes”, outros que vieram, pela primeira vez, assistir às Tocatas e que, certamente, quererão voltar em futuras edições.

Banda Filarmónica do Cadaval

Orquestra da Tuna da Sociedade de Santa Cecília

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ste ciclo de espectáculos musicais ao ar livre aconteceu, como tem sido hábito, no agradável cenário oferecido pelo auditório externo dos Paços do Concelho (situado na retaguarda do edifício) e voltou a contar com organização da Câmara Municipal do Cadaval em parceria com a Associação Filarmónica e Cultural do Cadaval. A abrir a série de cinco concertos, esteve, no dia 10 de Julho (sexta-feira), o Grupo Coral do Cadaval. A noite seguinte contou com um Encontro de Bandas Filarmónicas, onde marcou presença a Banda Filarmónica da Serra D’ El Rei (Peniche), a qual celebrou este ano o centésimo aniversário, a que se seguiu a anfitriã e também centenária Banda Filarmónica do Cadaval.

Grupo Coral do Cadaval

Grupo de Metais do Exército

Banda Filarmónica da Serra D’ El Rei

Quarteto de Saxofones “Arteemsax”

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acção social & saúde Cadaval rrecebeu ecebeu rrepr epr esentações de diversos países epresentações

Cruz Vermelha promoveu “I Festa das Nações” A vila do Cadaval acolheu, nos dias 8 e 9 de Maio, a “I Festa das Nações da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação do Cadaval”. Promover o intercâmbio cultural entre Portugal e os países representados no evento foi o principal intuito desta festa, que teve também um cariz de beneficência para a implantação do CASS – Centro de Atendimento Social em Saúde, no Cadaval.

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“I Festa das Nações” tratou-se de uma iniciativa promovida pela Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação do Cadaval, no Pavilhão dos Bombeiros Voluntários do Cadaval (e avenida adjacente), que contou com o apoio da Câmara Municipal do Cadaval e do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI). O evento contou, igualmente, com a representação de associações de imigrantes em Portugal. A iniciativa teve

por base a angariação de fundos para a implantação, no Cadaval, do CASS – Centro de Atendimento Social em Saúde da C.V.P. - Delegação do Cadaval. Segundo Jussara Cursino, Gestora de Saúde responsável por este projecto, pretende-se que o mesmo venha a proporcionar atendimento nas áreas da reabilitação física, psicologia, nutrição, odontologia, educação para a saúde, para além da promoção de campanhas de rastreio de patologias. Mas a festa teve ainda por meta reverter a favor da aquisição, por parte da C.V.P., de uma viatura adaptada para transporte de deficientes. Para além do cariz de beneficência, visou promover o intercâmbio cultural entre Portugal e as nações que estiveram representadas. Para tal, compreendeu diversas manifestações onde esteve patente a cultura de cada país representado, em termos gastronómicos, exposicionais e também ao nível dos espectáculos de música e dança. No que toca à

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gastronomia, a Festa das Nações incluiu um espaço de prova de comidas típicas, constituído por tasquinhas, onde o visitante pôde travar contacto e saborear especialidades de diferentes países. A animação musical proporcionou uma diversidade de actuações diurnas e nocturnas. Música brasileira, jazz e popular portuguesa, para além de danças africanas, grupo de sevilhanas, escola de samba, dança do ventre, espectáculos infantis, entre outras propostas, divertiram o público comparecente. Realizaram-se também, durante o certame, dois workshops, “Educação Intercultural para jovens” e “Mitos e Factos sobre a Imigração”. As referidas sessões formativas foram dinamizadas por formadores do ACIDI e decorreram no cine-auditório dos Bombeiros Voluntários do Cadaval.


acção social & saúde Integrando o leque das tr eze ““Autar Autar quias F amiliarmente R esponsáveis” treze Autarquias Familiarmente Responsáveis”

Cadaval distinguido pelas políticas de apoio à família O Cadaval foi um dos treze municípios portugueses contemplados com o título “Autarquia + Familiarmente Responsável”, atribuído pelo OAFR – Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis, em cerimónia decorrida a 8 de Julho, no auditório da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, em Coimbra.

A

primeira edição desta iniciativa premiou, pelas suas políticas em matéria de responsabilidade familiar, as Câmaras Municipais de Angra do Heroísmo, Aveiro, Cadaval, Cantanhede, Évora, Funchal, Tavira, Torres Novas, Torres Vedras, Vila de Rei, Vila Nova de Famalicão, Vila Real

e Vila Real de Santo António. Assim, o Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis (recentemente criado pela APFN Associação Portuguesa de Famílias Numerosas) atribuiu, simbolicamente, uma bandeira verde (“Autarquia + Familiarmente Responsável”) a cada um dos supracitados municípios, procurando, deste modo, distinguir aqueles que investem na construção de uma política integrada de apoio à família e no reforço dos apoios às famílias numerosas. Esta selecção teve por base os resultados de um inquérito lançado, pela APFN, aos 309 municípios portugueses, com o objectivo de destacar as políticas de família das autarquias em nove áreas de actuação, nomeadamente: apoio à maternidade e paternidade; apoio às famílias com necessidades

especiais; serviços básicos; educação e formação; habitação e urbanismo; transportes; cultura, desporto, lazer e tempo livre; cooperação, relações institucionais e participação social; outras iniciativas. São ainda analisadas as boas práticas das autarquias para com os seus funcionários autárquicos, em matéria de conciliação entre trabalho e Família. Estas respostas ficarão disponíveis no site www.observatorioafr.org, permitindo, a todos os interessados, ficar a conhecer o trabalho desenvolvido pelas autarquias vencedoras, bem como das restantes participantes. Esta distinção constitui, para a Autarquia do Cadaval, um incentivo redobrado à prossecução das políticas sociais e, em particular, das respeitantes à instituição Família.

Banco Local de Voluntariado Em pr ol do in esse social e ccomunitário omunitário prol intter eresse

Se é uma entidade concelhia, apresente o seu projecto de voluntariado! Mais informações: Tel: 262 696 100 / Fax: 262 695 064 e-mail: voluntariado@cm-cadaval.pt

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27 voluntário s inscritos!


acção social & saúde No ano em que o CL AII do Cadaval comemora quarto aniversário CLAII

Acção formativa abordou acesso dos imigrantes à Saúde O Centro Local de Acolhimento e Integração de Imigrantes (CLAII) do Cadaval promoveu, a 20 de Maio, no auditório municipal, uma acção de formação intitulada “Saúde e Integração”, a qual permitiu desmistificar algumas crenças relacionadas com a imigração...

E

sta iniciativa, que contou com o apoio do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), tratou-se de uma parceria do município do Cadaval com os municípios de Óbidos, Lourinhã e Torres Vedras, tendo o Cadaval acolhido a primeira sessão formativa. A acção foi aberta à comunidade, embora se destinasse, sobretudo, a profissionais de instituições implicadas no processo de integração de imigrantes, designadamente hospitais e organismos públicos e privados em geral.

A sessão formativa, no Cadaval, foi dinamizada por Ricardo Rodrigues, formador da ACIDI e psicólogo social, e permitiu, por exemplo, desmistificar preconceitos relacionados com a Imigração, motivados, sobretudo, por falta de informação. Segundo o formador, não há uma relação directa entre a entrada de cidadãos estrangeiros em Portugal e o aumento do desemprego, sendo que este funciona antes por ciclos económicos. Segundo dados de 2007, em Portugal existirão cerca de 436 mil estrangeiros, sendo as comunidades mais representadas, respectivamente: Brasil, Cabo Verde, Ucrânia, Angola e Guiné Bissau. Um outro mito explanado nesta acção prende-se com a ideia de que os imigrantes contribuem para o aumento das doenças. No entanto, estudos revelaram existirem, entre os imigrantes, melhores indicadores de

saúde, à chegada ao país de acolhimento, do que a população residente. Segundo Ricardo Rodrigues, o processo emigratório é um processo exigente que reduz a possibilidade dos imigrantes virem doentes. No entanto, ser imigrante, hoje, significa estar sujeito a um elevado número de riscos para a saúde física e psíquica. Por isso mesmo, os serviços de saúde têm responsabilidade social de prevenção dos factores que desencadeiam essas situações, devendo, para tal, garantir um atendimento indiferenciado e promover a integração. Como explicou, é importante que o SNS (Sistema Nacional de Saúde) tenha uma atenção redobrada a imigrantes em situação irregular (sem autorização para estarem em Portugal), não impedindo o seu acesso, mas encaminhando-os, e começando pela conquista de uma relação de confiança com aqueles. Isto porque o receio de denúncia dessas situações de irregularidade constitui uma barreira no acesso ao SNS. Com efeito, sendo a Saúde um elemento fundamental dos direitos humanos, os imigrantes e os seus descendentes devem ter acesso a cuidados de saúde, como forma de promover a integração e o bem-estar de toda a população.

CLAII do Cadaval: quatro anos ao serviço do imigrante A sessão formativa acima explanada acontece no ano em que o CLAII - Centro Local de Acolhimento e Integração de Imigrantes do Cadaval comemora quatro anos de existência. O CLAII do Cadaval constitui uma parceria entre o ACIDI - Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e a Câmara Municipal do Cadaval, e funciona, desde Junho de 2005, no edifício sócio-cultural camarário. Consiste num espaço de informação que ajuda a res-

ponder às questões que se colocam aos imigrantes que escolheram Portugal como País de Acolhimento. Assim, o CLAII do Cadaval presta informação sobre: Nacionalidade, Legalização, Reagrupamento Familiar, Acesso à Educação e Saúde, Retorno Voluntário, entre outros. Contactos: Telefone: 262 690 183; E-mail: clai@cm-cadaval.pt.

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acção social & saúde Numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal e instituições sociais locais

“Tasquinhas dos Avós” juntaram perto de 220 participantes

P

ara alegrar o início de Verão da população sénior institucionalizada, a Câmara Municipal do Cadaval organizou, a 4 de Ju-

lho (sábado), em parceria com Instituições Particulares de Solidariedade Social do Concelho, a 6.ª edição das “Tasquinhas dos Avós”, em Montejunto, tradicional convívio que juntou, este ano, cerca de 220 participantes. As “Tasquinhas dos Avós” voltaram a proporcionar uma tarde de Verão bem disposta, no Parque de Merendas da Serra de Montejunto, a munícipes seniores de instituições sociais locais, tendo também sido aberta à comunidade local, num convívio que vol-

tou a incluir gastronomia e animação musical. A confecção das ementas das tasquinhas ficou, como sempre, a cargo das instituições concelhias participantes (S. C. da Misericórdia do Cadaval, Caritas Paroquial do Vilar e Centros Sociais e Paroquiais de Alguber e de Lamas), onde constou uma diversidade de sopas, petiscos e sobremesas, tendo a autarquia oferecido, por seu turno, sardinhas assadas, carnes grelhadas e pão. No que toca à animação musical, ela contou com a actuação de Leonor Carrasqueiro, cantora e organista, oriunda de Casais de Montejunto. De realçar que, este ano, a anteceder a referida animação, as “Tasquinhas dos Avós” contaram com uma breve sessão de sensibilização, a cargo do Enf.º Carlos Guerra do Centro de Saúde do Cadaval, sobre o tema “Hábitos de Vida Saudável”.

Perto de 60 crianças concelhias foram a banhos

Autarquia promoveu 13.ª Colónia de Férias “Sol Amigo”

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Câmara Municipal promoveu, de 22 a 26 de Junho, a 13.ª Colónia de Férias “Sol Amigo”, em regime aberto. A colónia decorreu na Praia do Baleal, mais propriamente no chamado “Cantinho da Baía”, e foi dirigida, prioritariamente, a crianças do Concelho com processo na Acção Social da autarquia, embora se tenha estendido, como tem sido habitual, aos filhos dos funcionários e colaboradores da Câmara Municipal. Participaram, este ano, perto de 60 crianças, com idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos, que foram orientadas por um total de dez monitores, ao serviço da edilidade.

A distribuição das crianças fez-se por cinco grupos, de acordo com a sua faixa etária. Para além do desfrute da praia, a iniciativa contemplou a concretização diária de um plano de actividades lúdico-pedagógicas e desportivas, que incluíram a entrega de presentes e prémios, proporcionando um arranque de Verão “risonho” ao grupo de crianças participantes.

18ª Colheita de Sangue do Cadaval Dia 7 de Novembro 2009 - Sábado Hor ário: 9H00/13H00 e 15H00/19H00 Horário: Local: E difício da Jun ta de FFrreguesia do C ada val Edifício Junta Cada adav

Se tem entre 18 e 65 anos e mais de 50 Kg, colabore! (Colheita an es) antterior: 66 dador dadores)

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Pela 1ª v ez, aberta todo o dia !


desporto no Concelho Rescaldo de IV Campeonato Concelhio de F utsal Futsal

Rocha Forte sagra-se campeã 2009 O Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Rocha Forte foi o vencedor do “IV Campeonato Concelhio de Futsal – Seniores Masculinos”, que decorreu, no Cadaval, desde final do ano passado até finais de Abril, tendo reunido um total de 12 clubes concelhios, numa organização do Pelouro do Desporto da Câmara Municipal do Cadaval. A entrega da Taça de Campeão 2009 ao C.C.D.R. Rocha Forte

A entrega da Taça da Disciplina à U.A. Boiça do Louro

A

Festa de Encerramento deste quarto campeonato aconteceu a 26 de Abril, tendo ficado inserida nas comemorações do 25 de Abril, e nela defrontaram-se, num jogo amigável, a equipa vencedora do mencionado campeonato, o C.C.D.R. Rocha Forte, e uma selecção de jogadores, feita a partir das restantes equipas participantes, com o resultado final de 6-3 a favor da equipa de

Rocha Forte. Após a realização do jogo, seguiu-se a habitual entrega de prémios, que deu, depois, lugar a um lanche-convívio. Participaram na competição, este ano, as equipas seguintes: Adão Lobo S.C., U.A. Boiça do Louro, C.C.D.R. Chão de Sapo, G.D.C. Dagorda, G.R. Martimjoanense, Montejunto Rally Clube, A.D.C.R. Painho, A.D.C. Palhoça, A.A.C.R. Peral, S.F. 1.º De-

CLASSIFICAÇÃO FINAL

zembro de Pragança, C.C.D.R. Rocha Forte e A.C. Ventosa. A equipa de Rocha Forte recupera, assim, o título de campeã, perdido, em 2008, para a equipa da Dagorda. De referir que a A.D.C.R. Painho se posicionou em 2.º lugar com a mesma pontuação da equipa vencedora, todavia em desvantagem no diferencial de golos marcados e sofridos. A Taça da Disciplina coube, este ano, ao U.A. Boiça do Louro, ao passo que Bruno Duarte, do G.R. Martimjoanense, arrecadou o título de melhor marcador. Os jogos decorreram, como habitualmente, no pavilhão gimnodesportivo municipal do Cadaval.

TAÇA DA DISCIPLINA

MELHOR MARCADOR

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desporto no Concelho Balanço de IV Campeonato Municipal Jovem de A tletismo Atletismo

Crianças voltaram a “lutar” por um lugar no pódio Encerrou, no dia 31 Maio, na vila do Cadaval, o “IV Campeonato Municipal Jovem de Atletismo”, com a habitual prova-extra de consagração dos vencedores de cada escalão, seguida da entrega dos prémios finais. Uma corrida mista pôs termo a este IV Campeonato de Atletismo

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ica, assim, concluída mais uma edição A prova-extra de de um campeonato que, a julgar pelo consagração dos entusiasmo, persistência e boa afluên- vencedores acia das crianças participantes, representa um conteceu dia 31 balanço muito positivo para esta realização de Maio, no Cadesportiva. daval, tendo a Recorde-se que esta competição infantil, or- mesma ficado, ganizada pela Câmara Municipal do Cadaval, uma vez mais, inconsistiu num conjunto de provas de corrida tegrada no certade velocidade, realizadas em diversos locais me ANIMARTE, a do Concelho, onde participaram crianças que se seguiu a entre os seis e os onze anos. entrega dos préA primeira prova decorreu dia 29 de Março, mios finais. na localidade da Murteira (Lamas), tendo contado com a participação de cerca de uma centena de jovens. A segunda prestação dos pequenos Classificação Final por Escalões e Sexo (seis primeiros lugares) atletas realizou-se dia 25 de Abril, na Escalão 8/9 Anos Fem. Escalão 6/7 Anos Fem. Escalão 10/11 Anos Fem. vila cadavalense, prova que ficou, Nome / Localidade ou Escola Nome / Localidade ou Escola Nome / Localidade ou Escola como habitualmente, integrada nas 1.º Juliana Gaspar - Chão Sapo 1.º Liliana Carloto - Chão Sapo 1.º Beatriz Vieira - Cadaval Comemorações da “Revolução dos 2.º Diana Conde - Painho 2.º Mª Francisca Nunes - Vilar 2.º Ana Latas - Alguber 3.º Inês Isidoro - Rocha Forte Cravos”, tendo reunido uma centena 3.º Maria Roque - Alguber 3.º Rita Fernandes - Cadaval 4.º Luana Frade - Chão Sapo 4.º Lisandra Nobre - Murteira 4.º Joana Machado - Cercal de participantes. 5.º Beatriz Costa - C. Montejunto 5.º Mariana Marques -Cadaval 5.º Alexandra Isidoro - Murteira As provas seguintes aconteceram, por 6.º Beatriz Marques - Chão Sapo 6.º Juliana Nobre - Cadaval 6.º Sofia Ribeiro - Chão Sapo seu turno, nas sedes de freguesia de Painho e Vilar, respectivamente a 10 Escalão 8/9 Anos Masc. Escalão 6/7 Anos Masc. Escalão 10/11 Anos Masc. e 24 de Maio, tendo a primeira reuniNome / Localidade ou Escola Nome / Localidade ou Escola Nome / Localidade ou Escola 1.º Miguel Ribeiro - Cadaval 1.º Luís Pereira - Murteira 1.º João Lopes - Painho do um total de 46 e a segunda 51 par2.º Hugo Vieira - Cadaval 2.º Marcelo Rego - Alguber 2.º Paulo Jerónimo - Murteira ticipantes. 3.º João Rego - Alguber 3.º Diogo Lopes - Cadaval 3.º Tomás Pedro - Cadaval Refira-se que no final de cada uma das 4.º Eduardo Neves - Rocha Forte 4.º Filipe Soares - Chão Sapo 4.º Rodrigo Almeida - Corujeira provas foram atribuídas medalhas aos 5.º Diogo Braga - Cercal 5.º Tiago Nunes - Vilar 5.º Diogo Costa - Sobrena 6.º Luís Duarte - Alguber 6.º Carlos Marques - Cadaval 6.º Joel Silva - Vermelha três primeiros classificados de cada escalão. »»

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parar p’ra conversar

Mussolino Gomes

«Sou como o leão, tenho de morrer na selva»

M

ussolino Gomes nasceu na Vermelha, tem 81

anos, é casado e agricultor no activo. Não bastava a singularidade do nome, este convicto “homem da lavoura” distingue-se ainda pela invenção patenteada de uma caldeira artesanal de transformação de borras em aguardente… Igualmente de Qual a origem do seu nome próprio? O meu nome próprio tem uma história interessante, porque todos os meus cinco irmãos têm um nome da parte da mãe e outro da parte do pai. Eu fui o primeiro filho e o meu pai queria que eu fosse ao nome do meu avô, pai da minha mãe, e ao nome dele. O meu avô era José e o meu pai era António; era para ser José António! Mas um dia o meu pai disse à minha mãe «olha, veio hoje uma coisa no jornal e o meu filho já não se vai chamar José António.» Era o Diário de Notícias, que trazia na primeira página “Mussolini (...) a fazer riqueza na lavoura italiana”. De maneira que o meu pai quis que eu me chamasse assim, para ser também o “homem da lavoura”. A minha mãe disse-lhe «tu és maluco!», mas o meu pai foi ao berço, tirou-me e foi-me registar… De maneira que a história do meu nome não teve nada a ver com política, mas deve-se ao facto do meu pai ser agricultor. E chegou a ser o maior agricultor aqui da Vermelha! Consta-me que o senhor inventou uma engenhoca revolucionária… Nós tínhamos uma quantidade já grande de vinho e estávamos no tempo das bagaceiras, em que se aproveitavam as aguardentes todas... Eu já ajudava a acender a fornalha para fazer as aguardentes. Depois, queimáva-se o bagaço e vendia-se para Lisboa, para aquelas grandes casas...

Vendiam directamente? forma artesanal, produziu Não, vinham aqui aqueles compradores! Ainda a gente não estava a energia a partir de dejectos de queimar, já eles mandavam cá o pecuária, entre outras façanhas comissário saber quantos cascos fazíamos. Conclusão, eu estava ali que fazem dele um exemplo de e pensei «isto é uma coisa muito chata». Mete-se o bagaço, depois inventividade e preserverança, larga-se o vapor, destila, quando a não perder de vista, chega a um grau baixo despeja-se e torna-se a encher. Tinha de ser sobretudo, pelos mais jovens. assim mesmo. Naquele ano houve muito vinho, tinha-se muitas borras e então havia compradores das aguardentes de borra, que depois eram rectificadas, eram outra vez desti- para ir para o Douro, para o vinho do Porto. Como as quintas do Douro tinham uma granladas e faziam bebidas, licores... de saída, precisavam de aguardente, que viA sua invenção aparece para dar despa- nham aqui buscar à lavoura do Oeste, que eram os vinhos que não tinham saída, mas cho às encomendas… Sim, porque era muito chato e moroso desti- que, depois de queimados, davam umas lar borras! Então, aparece-me um vizinho a aguardentes belíssimas! De maneira que esdizer que não sabia o que fazer às borras, tas aguardentes do Oeste eram a salvação que não tinha quem as queimasse... Pensei, da lavoura! A gente vindimava, acabavam de vou mas é arranjar uma engenhoca, em que ficar fermentados, vinham os comerciantes, entre por um lado a borra e saia a aguardente compravam-nos e iam logo para as caldeiras pelo outro. Já havia as caldeiras do vinho, transformar-se em aguardente. Como esta era onde entrava o vinho e saía a aguardente. uma região de branco, fazia umas aguardenMas aquilo era uma massa grossa e essas tes deliciosas. Um irmão do meu pai até checaldeiras eram muito sensíveis, nem vinhos gou a pôr aqui uma caldeira que era fornecedora directa de uma quinta no norte... turvos queimavam!... Qual era o destino das aguardentes? O vinho, naquele tempo, era todo queimado

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Como se fazia o transporte? Ia daqui para o Bombarral, em galeras de bois,


parar p’ra conversar depois no Bombarral requisitava-se um vagão e ia de comboio. Um vagão levava 10 cascos, à volta de 10 toneladas. E assim se escoava aquilo que havia a mais. Inspirado nisso, pensei que tinha de fazer uma engenhoca mas que engolisse “porcaria”, porque eles só queriam coisa fina!... Fiz várias tentativas, pois aquilo entupia. Tive dois anos a tentar fazer... E, por fim, descobri que afinal era simples... Fabriquei então uma caldeira em inox, porque os tártaros das borras comem tudo... Mesmo assim era um processo difícil… Sim, tinha de estar um a guardar na parte de cima, a abrir e a fechar a torneira, outro na parte de baixo e eu a comandar… mas aquilo quando trabalhava, trabalhava!… Eu, num dia, despachava a quantidade de borras que no processo antigo levava uma semana! Depressa se espalhou essa sua invenção... Sim, porque o problema para as adegas cooperativas, e essa gente toda, era sempre as borras, não havia quem as comprasse, chegando até a dar cabo dos depósitos... Aparece-me aqui um daqueles comerciantes a dizer que eu tinha de lhe arranjar uma máquina destas… Nem discutiam preço nem nada! Eu então disse que ia arranjar-lhe uma máquina mas que não era para divulgar. Mas, passado pouco tempo, tive de começar a fazer para A e para B... Depois, as adegas souberam e vieram aqui também...

ter comigo. E ainda tinha de pagar pela patente… Tinha de pagar um imposto sim! Para a patente ter validade. Pagava como, anualmente? Sim, anualmente. Paguei durante 18 ou 20 anos! E nas minhas horas vagas da lavoura, lá ia fazendo umas caldeiras para este e para aquele... Quanto tempo demorava a fazer uma caldeira? Um mês, mais ou menos.

«A necessidade é que me punha dentro do assunto!»

E a matéria-prima, onde ia buscá-la? Era aço inox que vinha de Lisboa, por encomenda… chapas de dois metros por um, era uma coisa grande! Que capacidade tinha essa caldeira? Queimava cerca de 700 a 800 litros por hora. E antes era preciso quanto tempo para fazer essa quantidade? Era preciso um dia inteiro!

É então que resolve registar o invento… Sim, foi o Eng.º Cardoso, que era director da Adega da Vermelha, que me fez o croqui da máquina e meteu os papéis para eu tratar da patente da invenção. Porque eu não queria que essas oficinas começassem a copiar-me e eu ficasse para trás… É que eu fazia-o de forma artesanal, não era...

Por quanto é que vendia uma caldeira? Era à roda de 200 contos [1000 euros, aprox.], mas só o material custava-me 100 contos!… Eu nunca soube ganhar dinheiro, se soubesse, era um homem rico!.... Mas era uma máquina que, num mês, pagava-se a ela própria, só em mão-de-obra e em andamento de trabalho...

E isto passou-se na década de 60... Sim... Fiquei com a patente e, a certa altura, recebi aqui uma carta de Bruxelas (porque estas coisas são registadas e depois comunicadas), a convidar-me para lá ir fazer uma exposição do invento. Todos os inventos, de todo o lado, iam ali. Mas não fui, porque era preciso uma maquete e também por causa das despesas…

Tem ideia de quantas caldeiras fabricou? Talvez umas 40 ou 50. Aquilo era artesanal, não era...

Não lhe pagavam as despesas, era? Não! Já me davam a oportunidade de lá ir!... Porque nunca tinham tido uma patente daquelas! Fui uma espécie de filho único destas coisas. Tive encomendas que iam do Algarve até quase ao Minho! Só aqui na zona eram as cooperativas da Vermelha, Bombarral, Cadaval, Torres Vedras, eu sei lá, essas adegas todas comunicavam umas às outras e vinham

Sem dúvida foi um grande contributo para a vinicultura da época… Sim... Uma vez, na Adega Cooperativa da Azueira, chegaram a dizer-me «este senhor, se a adega lhe fizesse uma estátua não fazia favor nenhum, pois este ano ganhámos mais dinheiro nas borras do que no vinho!» E depois, quando cessa o fabrico? Depois, veio a CEE, que acabou por proibir as bagaceiras, as destilações... Veio quebrar um bocado o negócio... Pois, basta ver o que se passa no comércio! Passaram a vir produtos de todo o lado e a

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gente deixou de ter saída! E os nossos produtos têm menos apresentação, apesar de terem melhor sabor... Já antes da CEE, começou o uísque a vir da Irlanda, a ser vendido a preço mais barato e os que estavam a vender aguardentes mudaram todos para o uísque. Isto criou uma crise muito grande porque a Casa do Douro não podia negociar directamente com os comerciantes, ia-se para a Junta Nacional do Vinho (actual IVV). E o IVV exigia aquelas qualidades que era impossível cumprir... As nossas aguardentes foram postas à parte e depois nao havia quem as comprasse! E eu fui-me dedicando sempre à lavoura, não é... Tinha muitas propriedades? Não tinha muitas, mas tinha boas propriedades. Quem amanhava? Era eu, no tractor. Enquanto os outros andavam a cavar, eu passava com o tractor e revirava aquilo tudo! Diziam-me que não havia nada que chegasse à enxada, porque o tractor dava cabo da vinha... mas, passado pouco tempo, já todos tinham tractor!... Foi um dos primeiros a ter tractor na Vermelha, certo? Sim, fui mesmo o primeiro. Eu tinha posto vinhas de ala larga, por causa do tractor poder passar e lavrar. Os outros, mesmo que quisessem, não podiam! Depois, apareceram esses tractores de braços, mais maneirinhos, mas aquilo para mim era um atraso de vida!... Agora, aquela charrua para andar dentro da vinha, havia uma pessoa muito minha amiga, o Sr. Maximino Carvalho, do Bombarral, também muito engenhocas, que tinha uma oficina. Eu chegava lá e dizia-lhe o que queria, e ele, como


parar p’ra conversar era muito imaginativo, começou a fazer umas charruas. Mesmo assim, era só para aqueles que já tinham tirado a vinha velha... A transição das enxadas para o tractor foi importante… Pois foi! Aqui ninguém trabalhava com tractor... havia umas quintas que talvez tivessem... A pequena lavoura era toda a enxada, depois os tractores de mão foi uma coisa muito importante, pois deixou de ter de haver fartura de mão-de-obra, porque o vinho também não valia assim muito... quando era no tempo das cavas ou das empas é que tínhamos de ir buscar pessoal aqui e acolá... Pagava-se mal, era? Não, a mão-de-obra era ao preço que corria... mas a lavoura pedia gente assim mais jeitosa... Vinham de Pombal, do Minho... Pessoas que tinham mais humildade para aprender… Actualmente já não tem vinha… Já não. O meu pai é que foi o primeiro homem da Vermelha que teve Pêra Rocha.... Quando a Pêra Rocha voltou a ter saída, começaram a fazer-se pomares e então, cada vez que ia arrancar vinha, punha logo Pêra Rocha... A fartura do vinho foi sempre um problema, era só vendido a granel... Não havia escoamento e havia uma grande exigência de qualidade... O que é que interessava as adegas terem um vinho bom branco se o vinho que se bebia era tinto e, por isso, os brancos ficavam com uma diferença de preço dos tintos que era uma coisa louca! Mas constou-me que as suas engenhocas não se ficaram só pelas caldeiras... Começaram a aparecer as pecuárias, que tinham de ter um sítio para evacuar o estrume e então eu fui a uma pecuária, em Leiria, onde vi que eles aproveitavam o gás desse estrume. Inspirado naquilo, fiz aqui um tanque, com uma cobertura em lona e uma vedação… aquilo fazia gás que era uma coisa do diabo! Pensei logo em utilizar esse gás para aquecimento na cozinha, e em vez de andar a pôr vides no forno, pôr ali um queimador... e foi o que fiz! Depois, regava as árvores com aquilo, pois era um estrume bom para regar e adubar! De maneira que eu, todas as semanas, ia buscar uma carrada de húmus. Assim, ajudava a despejar, também, a pecuária do meu primo… Durante vinte e tal anos tive lume e esquentador por causa do estrume... Neste caso, teve quem copiasse a ideia? Não, porque isto era muito chato, trabalhoso, porque era preciso ter forma de transportar e depois ter para onde levar o estrume, e eu tinha propriedades para o escoar…

Ora aí está uma energia alternativa!... Pois! Ainda pus um motor a trabalhar com esse gás, onde ligava um gerador para carregar baterias… Agora, toda a gente tem carregadores, mas na altura tinha que se ir ao Bombarral carregar a bateria! Carregava as minhas e também safava as pessoas amigas… e até aparelhos de rádio a bateria... Tudo isto com gás!

va sem tocar…

O senhor é um inventor nato! A necessidade é que me punha dentro do assunto! Tinha de se resolver e eu resolvia. Leva sempre o seu tempo, porque há sempre problemas… O motor trabalhava muito bem, mas aquilo era um gás que não tinha filtração nenhuma e acabava por ter de limpar os tubos e as entradas...

O senhor ainda estudou... Sim, fiz o 3.º ano do curso comercial no Colégio do Contestável, que era no Sanguinhal.

E vem de uma época onde as necessidades não seriam poucas... Olhe, na casa do meu pai, a luz eram as lanternas e os candeeiros a petróleo... Ninguém tinha electricidade em casa, nem podia! O meu pai tinha uma moagem, que usava um motor a gasóleo, onde púnhamos um dínamo que carregava as baterias e nos permitia ter luz em casa… lâmpadas de automóvel, de doze volts, mas era logo outra coisa! Depois, o motor avariou, durante um mês e tal... e então um tio meu (que isto vem de família) pediu-me que arranjasse um dínamo, que ele fazia umas pás e punha em cima da placa… e lá carregava! Portanto, foi também dos primeiros a ter luz eléctrica… Sim, a certa altura veio a SEOL, fornecedora de electricidade, e dizem ao meu pai para não gastar mais gasóleo e para pôr um motor eléctrico, pois eles forneciam energias baratas. E o meu pai era um consumidor grande! Quando os padeiros requisitavam mais farinha, quase que se trabalhava 24 sobre 24 horas! E a Vermelha foi a primeira a ter corrente eléctrica, antes dessas terras todas! O Cadaval já tinha central, não era… Quer dizer, o seu pai, além de agricultor, era moleiro... Nós eramos só transformadores do trigo em farinha, que era requisitada pelos padeiros e pelo particular... Tínhamos um moinho igual ao que está no Cadaval... O inventor destes moinhos em ferro foi o meu avô, que era de perto de Aveiro... o meu pai foi lá cima e comprou o moinho ao meu avô... Ele era de famílias de serralheiros, era uma pessoa muito inventiva! (...) O meu avô foi o fundador da Orquestra de Santa Cecília [Aveiro], onde tocava violino... era um apaixonado! Tinha o violino pendurado no quarto e nunca se deita-

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E o senhor, nunca aprendeu? Aprendi sim, eu tocava saxofone! O meu irmão tocava acordeão… Éramos seis, todos da Vermelha, tocávamos nos bailaricos, éramos a Orquestra Gomes… Mas era só para me distrair, foi até ir para a tropa, mas ainda durou uns 4 ou 5 anos.

Como ia para lá? De bicicleta, outras vezes de cavalo. Os seus pais faziam gosto que estudasse… Era mais a minha mãe… Tirei o curso comercial e, por causa disso, na altura da tropa, fui parar à Escola de Milicianos, em Tavira. Quem quisesse, dava o nome para ir para a escola de saúde e eu fui logo dar o nome… Eu queria era estar ao pé de casa. Porque de Tavira aqui era um dia de viajem! E de Lisboa para a Vermelha eram umas cinco camionetas de carreira, nesse tempo eram 4 horas! Vim aqui ter ao Hospital Militar da Estrela [Lisboa], e tive ali a fazer a parte prática e a aprender mais. Havia uma pessoa que me dispensou um quarto, quando estive na Estrela. Depois, acabei por ir para Otorrinolaringologia, para ajudante dos médicos. A seguir, fomos distribuídos, e eu fui parar a Coimbra, ao Quartel da Sofia, que tinha aquela parte de serviço de saúde em que as aulas eram relacionadas com o estudo do corpo humano (...). Foi útil para si essa experiência? Foi útil para me vir embora mais depressa, porque, se fosse soldado em vez de miliciano, tinha de estar dois ou três anos em vez de 10 meses!... O senhor tem filhos? Tenho cinco filhos e três netos. Não vivem aqui na Vermelha? Não, foram todos para Lisboa. Então, nenhum seguiu a Agricultura... Não, o meu mais velho ainda começou, mas dizia que era muito trabalho e foi naquela altura em que a crise na Agricultura estava a começar… Já o senhor, não desiste da actividade… Não, eu ainda faço os amanhos todos! Eu sou como o leão, tenho de morrer na selva!...

Entrevista: B.F.


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VIII Festa das Adiafas VIII Festival Nacional do Vinho Leve Gastr onomia Gastronomia Espectáculos Exposições Actividades equestres

17 a 25 de Outubr o | CAD AVAL Outubro ADA

Mais Informações: www.cm-cadaval.pt


SEPARATA DA REVISTA MUNICIPAL • QUADRIMESTRAL • SÉRIE III • Nº 26 • JULHO 2009

Deliberar sobre o Concelho

Assembleia Municipal

Câmara Municipal

O órgão deliberativo do Município realizou, no período considerado para esta separata (Março a Junho de 2009), as seguintes sessões públicas:

No período de reuniões compreendido entre Março e Junho de 2009, foram estes alguns dos principais assuntos apreciados pelo órgão executivo do Município: LOTEAMENTOS

SESSÃO ORDINÁRIA DE 26 DE JUNHO

• Aprovação, por 14 votos a favor (14 PSD), 1 voto contra (PS) e 14 abstenções (11 PS e 3 CDU), de Mapa de Pessoal da Câmara Municipal do Cadaval – Proposta de alteração; • Aprovação, por 28 votos a favor (14 PSD, 12 PS e 3 CDU) e 1 abstenção (PS), de Mapa de controlo orçamental da receita – Alteração; • Aprovação, por 27 votos a favor (14 PSD, 12 PS e 2 CDU) e 2 abstenções (1 PS e 1 CDU), de Mapas de ruído adaptados; • Reprovação, considerando o disposto no n.º 8, do art.º 38.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro, por 13 votos a favor (13 PSD) e 16 abstenções (12 PS, 1 PSD e 3 CDU), da Contratação de empréstimo a longo prazo para investimento – Proposta; • Reprovação, por 17 votos a favor (13 PS, 3CDU e 1 PSD), 6 votos contra (6 PSD) e 7 abstenções (PSD), da Moção do PS relativa à Fusão das empresas multimunicipais Resioeste e Valorsul; • Aprovação, por 26 votos a favor (12 PS, 11 PSD e 3 CDU) e 1 abstenção (PSD), da Moção da CDU sobre o processo de consulta pública da avaliação de impacte ambiental do Centro de Tratamento de Resíduos do Oeste.

SESSÃO ORDINÁRIA DE 30 DE ABRIL

• Aprovação, por 13 votos a favor (13 PSD), 2 votos contra (2 CDU) e 15 abstenções (13 PS, 1 PSD e 1 CDU), da apreciação e votação dos documentos de prestação de contas e relatório da Gestão de 2008; • Aprovação, por 22 votos a favor (14 PSD e 8 PS) e 7 abstenções (4 PS e 3 CDU), da 1ª Revisão ao Orçamento e 1ª Revisão às Grandes Opções do Plano; • Aprovação, por 13 votos a favor (13 PSD) e 17 abstenções (13 PS, 1 PSD e 3 CDU), da contratação de empréstimo a longo prazo para investimento – adjudicação.

Neste âmbito, deferiram-se os seguintes processos: - Processo n.º 08/2008, da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cadaval. – Loteamento Urbano a ser edificado em Casal Cabreiro, na freguesia de Lamas, concelho do Cadaval;

GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA • Aprovação, por maioria, da Proposta de Preços para Venda de Material Promocional do Moinho das Castanholas; • Aprovação, por unanimidade, da Proposta de Atribuição de Preços para Venda da publicação “Actas do 1.º Encontro de Cultura e Património do Cadaval”.

PEDIDOS DE APOIO / ATRIBUIÇÃO DE SUBSÍDIOS • Isenção da aluna Celine Melany Moreira Neves do pagamento dos transportes escolares no corrente ano lectivo; • Atribuição de subsídios às seguintes entidades, para fazer face aos custos com o fornecimento de beberetes e refeições na VII Festa das Adiafas e VII Festival Nacional do Vinho Leve (2008): Associação Cultural e Desportiva da Palhoça 85,00€ Montejunto Rally Clube 240,00€ Clube Atlético do Cadaval 250,00€ Núcleo Sportinguista do Cadaval 510,00€ Centro Social e Paroquial de Lamas 70,00€ Assoc. para o Desenv. Social e Cult. do Conc. do Cadaval 585,00€ Associação para o Desenvolvimento da Vermelha 675,00€ Sociedade Cultural, Desportiva e Recreativa de Figueiros 320,00€ Associação Murteirense, Cultura, Desporto e Solid. Social 685,00€ Associação Paraíso das Crianças 125,00€ Casa do Povo do Cadaval 65,00€ TOTAL 3.610,00€

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• À Comissão da Capela de S. Miguel, do Pereiro, no valor de 500,00 (quinhentos euros), como forma de apoio às obras da referida capela; • Ao Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Rocha Forte, no valor de 500,00 (quinhentos euros), como forma de apoio a pequenas obras no C.C.D.R. de Rocha Forte; • À Associação para o Desenvolvimento da Vermelha, no valor de 2.500,00 (dois mil e quinhentos euros), como forma de apoio às despesas com a construção das salas de aulas e respectivos equipamentos; • Ao Grupo Desportivo Cultural da Dagorda, no valor de 1.000,00 (mil euros), como forma de apoio às despesas com equipamentos; • Isenção da aluna Tatiana Sofia Rodrigues Fernandes do pagamento do serviço de refeições, no ano lectivo de 2008/2009; • Atribuição de subsídios às seguintes entidades: Clube Atlético do Cadaval Grupo Desportivo Vilarense Associação Desportiva, Cultura e Recreativa do Painho Assoc. Cult. Recreativa e Desp. S. Salvador e Espinheira Adão Lobo Sporting Clube

EDUCAÇÃO, CULTURA E TEMPOS LIVRES • Aprovação da transferência mensal, para o Grupo Desportivo e Cultural da Dagorda, do valor de 200,00 (duzentos euros), com efeitos a partir do mês de Abril/2009, inclusive, até ao mês de Junho/2009, como forma de compensação pela utilização das instalações para funcionamento de actividades lectivas; • Aprovação da celebração do Acordo de Colaboração entre o Município do Cadaval e o C.C.C - Câmara Cadaval Clube, com vista à realização da “XIII Edição da Colónia de Férias”.

APOIO A CARENCIADOS • Apoio em materiais, até ao valor de 300,00 (trezentos euros), para revestimento do tecto da cozinha, e substituição da janela daquela divisão, da habitação da Munícipe Adelina Maria Neves; • Apoio em materiais, até ao valor de 750,00 (setecentos e cinquenta euros), para reparação do telhado da habitação do Munícipe David José Duarte; • Apoio em materiais, até ao valor de 750,00 (setecentos e cinquenta euros), para ajuda na construção da casa-de-banho e colocação de mosaico e azulejo na cozinha da habitação da Munícipe Alda Rosa Nobre Rodrigues.

6.000,00€ 3.500,00€ 1.000,00€ 1.000,00€ 500,00€

• Ao Clube Atlético do Cadaval, no valor de 300,00 (trezentos euros), como forma de apoio às despesas com o 3.º Torneio da Páscoa; • À Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza, para apoiar o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Montejunto, no valor de 500,00 (quinhentos euros) com o objectivo de ajudar na realização de obras de melhoria das instalações do referido Centro; • Redução do valor do pagamento das taxas a pagar pela FRUTUS – Estação Fruteira do Montejunto, CRL; • À Fábrica da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Figueiros, no valor de 500,00 (quinhentos euros), como forma de apoio às obras de remodelação da casa mortuária; • Isenção do pagamento do serviço de refeições por parte da aluna Beatriz Alexandra Penha Figueiredo, durante o ano lectivo 2008/2009; • À Associação Desportiva e de Melhoramentos de Avenal, no valor de 1.000,00 (mil euros), como forma de apoio às obras da colectividade; • À Associação Cultural e Social da Tojeira, no valor de 500,00 (quinhentos euros), destinado a obras de melhoramentos no edifício-sede da colectividade; • Ao Grupo Recreativo Martinjoanense, no valor de 500,00 (quinhentos euros), destinado a obras de melhoramentos no edifício-sede da colectividade; • À Comissão da Capela “Nossa Senhora das Mercês” de Vale Canada, no valor de 500,00 (quinhentos euros), como forma de apoio às obras da Capela; • Autorização do pagamento dos bilhetes dos Idosos do Concelho para o espectáculo “Mama eu Queria”, da autoria do Grupo Gente Gira, no valor de 931.00 (novecentos e trinta e um euros); • Ao Grupo Desportivo Vilarense, no valor de 250.00 (duzentos e cinquenta euros), como forma de apoio às despesas com a organização do 6.º Concurso de Pesca Desportiva; • Ao Grupo Desportivo Vilarense, no valor de 300.00 (trezentos euros), como forma de apoio às despesas com a organização do 11.º Sarau de Ginástica; • À Casa do Povo do Concelho do Cadaval, no valor de 500,00 (quinhentos euros), como forma de apoio às despesas com a organização do 24.º Sarau de Ginástica; • À Fábrica da Igreja Nossa Senhora da Conceição do Cadaval, no valor de 1.000,00 (mil euros) como forma de apoio; • À Associação Mutualista da Freguesia do Vilar, no valor de 3.500,00 (três mil e quinhentos euros), como forma de apoio às obras de adaptação das instalações para início de actividade daquela instituição.

DIVERSOS • Aprovação do projecto de execução do Arranjo Urbanístico Envolvente à ponte do Rio Arnóia, com alteração do pavimento da ponte para uma solução de madeira; • Aprovação da redacção de um Voto de Agradecimento à Comunidade de Emigrantes Portugueses Oriundos do Concelho do Cadaval, residente no Canadá; • Aprovação do público reconhecimento à D. Cecília Isidoro Ernesto, pelo inestimável contributo de organização de um jantar de angariação de fundos para a Associação “Paraíso das Crianças”; • Celebração de um Protocolo de Colaboração entre os Municípios de Bombarral e Cadaval – Implantação de um Canil/Gatil Intermunicipal; • Aprovação do Projecto Básico de Serviço de Saúde Suplementar Proposto pelo Núcleo da Cruz Vermelha do Cadaval; • Aprovação do pagamento de 1.000,00 (mil euros), ao Sr. José Lopes Duarte, a título de indemnização pelos danos causados por águas residuais provenientes do Aterro Intermunicipal Cadaval/Bombarral; • Aprovação da comunicação, ao Sr. Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, que não obstante se considerar a urgência imposta pela decisão sobre a proposta de Fusão Resioeste/Valorsul, se verifica a necessidade de serem auscultados os Órgãos Executivos e Deliberativos das Freguesias de Pêro Moniz e Vilar, assim como o MPI – Movimento Pró-Informação do Vilar, antes do assunto ser apreciado na Câmara e Assembleia Municipal do Cadaval, pelo que não será possível emitir parecer no prazo de 10 dias conforme solicitado.

DESPORTO • Assunção do pagamento dos encargos com a participação concelhia na 19ª Meia Maratona e Mini-Maratona de Lisboa, realizada no dia 22 de Março de 2009.

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MOVIMENTOS DE PESSOAL

EDITAL Nº. 44 / 2009

(MARÇO A JUNHO 2009)

PUBLICITAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES E DE CAPITAL 1.º Semestre de 2009

RENOVAÇÃO DE CONTRATOS DE TRABALHO A TERMO CERTO Álvaro Joaquim Sousa Silva Pons - Assistente Operacional Anabela dos Santos Gaspar - Técnica Superior André Filipe Vítor Melícias - Técnico Superior André Hermínio dos Santos Trindade - Assistente Operacional António Cardoso - Assistente Operacional Bruno Humberto dos Santos Rodrigues - Assistente Operacional Carlos Alberto Duarte Faria Roque - Assistente Operacional Carlos Alberto Rebelo Coelho - Assistente Operacional João Carlos Marques dos Santos - Assistente Operacional João do Nascimento da Silva Carreira - Assistente Operacional Lívia Lucas Vieira Louro - Assistente Operacional Luís Carlos Franklim da Silva - Assistente Operacional Maria da Anunciação Nobre Ferreira - Assistente Operacional Mariana Sofia Gabriel Cordeiro Ramos - Técnica Superior Narciso José Dias Vieira - Técnico Superior Nuno Miguel Fontes Ferreira Santos Epinânio - Técnico Superior Paulo Jorge Rodrigues Santos - Assistente Operacional Rita Geada Faustino - Técnica Superior Sofia Gaspar Mendonça - Técnica Superior Tânia Patrícia Rodrigues Paulo - Técnica Superior Vítor Alberto Lopes Barreto - Assistente Operacional

ENTIDADE Apas Floresta – Associação de Produtores Florestais

Adão Lobo Sporting Clube

500,00 €

Agrupamento de Escolas do Cadaval

300,00 €

Associação Cultural e Desportiva da Palhoça Associação Cultural e Recreativa de S. Salvador e Espinheira Associação Desportiva, Cultural e Recreativa do Painho

Prorrogação do prazo para a Regularização dos Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos

85,00 € 1.000,00 € 1.000,00 €

Clube Atlético do Cadaval

6.550,00 €

Fábrica da Igreja Paroquial Nossa Senhora do Ó - Vilar Fábrica da Igreja de Figueiros Grupo Cultural e Recreativo de Vale Canada Grupo Coral do Cadaval Grupo Desportivo e Cultural da Dagorda Grupo Desportivo Vilarense Grupo Gente Gira Grupo Motard Falcões do Montejunto Montejunto Rally Clube Núcleo da Cruz Vermelha – Cadaval Núcleo Sportinguista do Concelho de Cadaval Santa Casa da Misericórdia do Cadaval Sociedade Cultural, Desportiva e Recreativa de Figueiros Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro Ventosa Atlético Clube

500,00 € 500,00 € 250,00 € 1.800,00 € 600,00 € 4.400,00 € 1.500.00 € 1.000,00 € 2.240,00 € 1.626,00 € 510,00 € 1.500,00 € 320,00 € 3.000,00 € 880,00 €

EDITAL Nº. 32 / 2009

6.745,00 €

Associação Filarmónica e Cultural do Cadaval Associação Humanitária B.V. de Cadaval Associação Humanitária B.V. de Cadaval (Grupo de Intervenção Permanente) Associação Humanitária B.V. de Cadaval (Protecção Civil) Associação Murteirense de Cultura, Desporto e Solidariedade Associação Musical Vilarense Associação para o Desenvolvimento da Vermelha Associação para o Desenvolvimento Social e Cultural do Concelho do Cadaval Associação Paraíso das Crianças Câmara Cadaval Clube – Acção Social Câmara Cadaval Clube – Actividades Protocoladas Casa do Povo do Concelho do Cadaval Centro Paroquial de Lamas Centro Cultural, Desportivo e Recreativo de Rocha Forte

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Valor

3.000,00 € 14.999,00 € 21.105,30 € 5.502,00 € 685,00 € 1.500,00 € 3.175,00 € 585,00 € 125,00 € 8.000,00 € 3.504,00 € 3.065,00 € 70,00 € 500,00 €

---------Para constar e devidos efeitos se fez o presente EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos locais mais públicos do costume.--------------------------------------------------------------E eu, Dr.ª Ana Barata Leandro, Chefe da Divisão Administrativa e Financeira da Câmara Municipal de Cadaval, o Subscrevi.------------------------------------------------------------------------

---------ARISTIDES LOURENÇO SÉCIO, Presidente da Câmara Municipal de Cadaval: ---------Torna público que, por solicitação da Administração da Região Hidrográfica do Tejo I.P. com a sede na Rua Braancamp, 7 1250-048 Lisboa, telefone nº 210101387 através de Comunicado do Conselho de Ministros, foi divulgada a aprovação de um Decreto-Lei que prorroga até 31 de Maio de 2010, o prazo para a regularização dos títulos de utilização de recursos hídricos, estabelecido na lei, inicialmente previsto para 31 de Maio de 2009.--------------------------------------------------------------------------------------Para conhecimento geral se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do Concelho.----------------E eu, Dr.ª Ana Maria Almeida Barata Leandro, Chefe da Divisão Administrativa e Financeira da Câmara Municipal de Cadaval, o subscre-

Paços do Município de Cadaval, 15 de Julho de 2009 O Presidente da Câmara, Aristides Lourenço Sécio

Próximas Reuniões Públicas da Câmara Municipal (2009) - Início das reuniões e período de atendimento ao público: 14.30 horas -

vi.----------------------------------------------------------------------------------------------

Freguesia de Vermelha.......................... 01 de Setembro Freguesia de Vilar..................................13 de Outubro Freguesia de Cadaval........................... 10 de Novembro Freguesia de Cadaval............................09 de Dezembro

Paços do Município do Cadaval, 2 de Junho de 2009 O Presidente da Câmara, Aristides Lourenço Sécio

NÃO RECEBO REGULARMENTE A REVISTA MUNICIPAL EM CASA. QUEIRAM ENVIAR-MA PARA O SEGUINTE ENDEREÇO: NOME MORADA -

TEL.:

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Recorte este cupão e envie-o, por carta, para o Gabinete de Informação e Relações Públicas da Câmara Municipal do Cadaval, Av. Dr. Francisco Sá Carneiro - 2550-103 CADAVAL


Aviso Redução do Risco de Incêndio Todos os anos, a adopção de medidas e acções especiais de prevenção contra incêndios florestais decorre sobretudo durante o período crítico, anualmente estabelecido por portaria, com base não só nos regimes de temperatura e precipitação nacional, mas também no histórico das ocorrências de incêndios nas diferentes regiões do país e nas condicionantes associadas à organização dos dispositivos de prevenção e combate a incêndios florestais. Assim, atendendo à evolução dos factores de perigosidade meteorológica de incêndio florestal no corrente ano e ao previsível aumento do número de ocorrências, é definido atempadamente o período crítico, assegurando a eficaz utilização dos recursos afectos à vigilância, detecção, alerta, primeira intervenção, combate e rescaldo de incêndios florestais. Ao abrigo da alínea s) do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, republicado através do Decreto-Lei n.º 17/2009 de 14 de Janeiro, a Portaria n.º 678/2009 de 23 de Junho define que: 1.º O período crítico no âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, no ano de 2008, vigora de 1 de Julho a 15 de Outubro; 2.º Durante o período crítico referido no número anterior são asseguradas medidas especiais de prevenção contra incêndios florestais. Assim, alertamos a população para que adopte uma atitude de Prevenção e Vigilância sempre que inserida em Espaços Rurais ou Florestais através das seguintes medidas: - Não fumar nem fazer lume de qualquer tipo no interior dos espaços florestais, ou nas vias que os delimitam ou atravessam; - Não utilizar o fogo para eliminação de resíduos de qualquer tipo durante este período; - Durante a realização de festas e romarias, não deverão ser utilizados balões com mecha acesa nem quaisquer outros tipos de foguetes; - Durante os trabalhos com maquinaria e outros equipamentos que decorram da exploração florestal ou outras, é obrigatório que as máquinas de combustão interna e externa a utilizar, onde se incluem todo o tipo de tractores, máquinas e veículos de transporte pesados, sejam dotadas de dispositivos de retenção de faíscas ou faúlhas e de dispositivos tapa-chamas nos tubos de escape ou chaminés, bem como dotar os mesmos veículos com um ou dois extintores de 6Kg, de acordo com a sua massa máxima, consoante esteja inferior ou superior a 10 000Kg; - Sempre que veja uma coluna de fumo numa zona rural/florestal, ou que detecte um foco de incêndio, contacte de imediato qualquer uma das entidades locais, preferencialmente os Bombeiros Voluntários, através do telefone 262 699 110, ou através do 117, uma linha gratuita e específica para receber alertas de incêndios florestais. O Concelho do Cadaval está dotado de uma rede de vigilantes, da qual fazem parte diversas entidades com os seus meios de Defesa da Floresta Contra Incêndios, como os Bombeiros Voluntários do Cadaval, a APAS Floresta - com as suas equipas de Sapadores Florestais e Brigada 3.4 em vigilância permanente; a Associação de Caçadores - com os seus Guardas Florestais Auxiliares no terreno; e a Guarda Nacional Republicana, com as Equipas de Protecção do Ambiente. Estas entidades estão em coordenação com o Serviço Municipal de Protecção Civil, havendo, deste modo, a partilha de informação necessária. Pedimos a máxima compreensão e colaboração de todos. Quanto mais rápido actuarmos, mais evitamos os danos e preservamos os nossos bens. Colabore connosco. A escolha é sua, a segurança é de todos!!! Paços do Município de Cadaval, 6 de Julho de 2009 O Presidente de Câmara, Aristides Lourenço Sécio

Linhas úteis

Associação de Caçadores Associação Empresarial Biblioteca Municipal Bombeiros Volun. do Cadaval Câmara Municipal do Cadaval: Geral Edifício Sócio-cultural Serviços Urbanos e Ambiente Águas - Piq. Urgência Cartório Notarial do Cadaval Centro de Interp. Ambiental Centro Saúde do Cadaval Extensões do C. Saúde: Barreiras (Peral) Cercal Chão do Sapo (Lamas) Figueiros Painho Vermelha Vilar Comboios – Est. Bombarral Comissão Prot. Crianças e Jovens Conservatórias CTT - Correios do Cadaval Cruz Vermelha Portuguesa EDP - Electricidade: Avarias Informações Escolas: Agrupamento de Escolas E.B 2,3 Cadaval Sec. Montejunto Farmácias: Central (Cadaval) Ferreira (Figueiros) Leomar (Vermelha) Luso (Vilar) Misericórdia (Cadaval) Finanças (Repartição) GNR - Posto do Cadaval Juntas de Freguesia: Alguber Cadaval Cercal Figueiros

Lamas Painho Peral Pêro Moniz Vermelha Vilar LeaderOeste – Ass.º Desenv.º Rural Museu Municipal Parque de Campismo Rural Piscina Municipal Posto de Atendimento ao Cidadão Rodoviárias: Boa Viagem (Alenquer) Estremadura (T.Vedras) Tejo (Bombarral) Segurança Social (Serviço Local) Telefones – P.T. Avarias Tribunal Judicial do Cadaval GIP - Inserção Profissional Veterinário Municipal

262691137 262084691 262696155 262699110 262690100 262690181 262690171 916172194 262699140 262777888 262696400 262744206 263486750 262696788 262744216 262741023 262696321 262777733 262605440 912232070 262691470 262698340 262083536 800506506 800505505 262699081 262699080 262699230 262696176 262744152 262696178 262777153 262696220 262696104 262690010 262744000 262696841 263486750 262741139

4

262695421 262744011 262695250 262691098 262695058 262771060 262691545 262691690 262777888 262691680 262690128 263730500 261334150 967449860 262696326 ------16208 262699010 262690187 917568406

Atendimento Atendimento Presidente - Sr. Aristides Sécio 4ª feira de tarde – atendimento presencial (por marcação prévia) 4ª feira (11.00/12.00 h) – atendimento telefónico Vice-Presidente - Dra. Eugénia Correia: 5ª feira - Todo o dia (por marcação prévia) Vereador - Sr. Vitor Pinto: 5ª Feira - Todo o dia (por marcação prévia) Arquitectos (D.O.P.G.U.): 4ª feira – todo o dia (por marcação prévia) Engenheiro João Teixeira Alves (D.O.P.M.U.): 2ª a 6ª (sem marcação)

• •

SERVIÇOS (PAÇOS DO CONCELHO) 2ª a 6ª (08.30/16.00 h) Serviço de Acção Social 3ª e 5ª (por marcação - 09.00/12.30 h e 14.00/16.00 h) GIP - Gabinete de Inserção Profissional 2ª, 3ª, 5ª e 6ª (09.00/12.30 h e 14.00/16.00 h)

CMC: Av.ª Dr. Francisco Sá Carneiro, 2550-103 Cadaval - Telf. 262 690 100 - Fax: 262 695 270 - geral@cm-cadaval.pt - www.cm-cadaval.pt


SEPARATA DA REVISTA MUNICIPAL • QUADRIMESTRAL • SÉRIE III • Nº 26 • JULHO 2009

25 de Abril, 35 Anos Suplemento Especial

Para assinalar os 35 anos sobre a Revolução de 25 de Abril, a CMC compila, neste suplemento especial “25 de Abril, 35 anos”, os discursos da Sessão Solene ocorrida a 25 de Abril de 2009, no auditório dos Paços do Concelho, a qual contou com intervenções dos Senhores Representantes dos partidos com assento na Assembleia Municipal, bem como do Senhor Presidente de Câmara e Senhor Presidente da Assembleia Municipal e ainda de um grupo de alunos em representação das escolas concelhias. Assim, os discursos que a seguir se publicam são da inteira responsabilidade de cada um dos intervenientes e são publicados de acordo com a ordem de intervenção.

“Quando o velho continente europeu parecia isolar, cada vez mais, este recanto da península, orgulhosamente só, eis que nessa madrugada de 25 de Abril o sol da Europa nasce. Quando os ventos da história pareciam não demover cata-ventos, neste país de evolução na continuidade, eis que um sopro de novidade varreu Portugal de norte a sul. E vieram os cravos vermelhos da alegria e liberdade. Houve Abril em Portugal.” (Extractos de artigo do jornal Notícias do Cadaval – 1974). “ Uma manhã de esperança está diante de nós. Depende agora de todos nós, portugueses, transformar, esse amanhã, numa jornada gloriosa, num futuro melhor para todos nós. O que tornou possível esta vitória foi, acima de tudo, 48 anos de luta do nosso povo. Os filhos fardados do nosso povo, que no 25 de Abril derrubaram o fascismo e abriram a nossa terra a uma perspectiva luminosa, actuaram assim porque sentiram que nosso povo não suportava mais o fascismo, que se encontrava em plena crise.” (Extractos de discurso de Júlio Fogaça – jornal Notícias do Cadaval -1974).

Intervenção de Pedro Gaspar Rodrigues, Presidente da Assembleia Municipal «Ao abrir esta sessão solene da Assembleia Municipal começo a minha intervenção por cumprimentar todos os presentes nesta sala e felicitar todos quantos se empenharam na sua realização, nomeadamente os lideres dos grupos parlamentares aqui presentes, Senhores Ricardo Miguel, Carlos Patuleia e Vítor Pinteus e ainda o executivo camarário, na pessoa da sua Vice-Presidente, que nos lançou o desafio, prontamente aceite, criando também os meios logísticos para a sua realização. Creio ser esta a melhor maneira do plenário municipal prestar a sua homenagem a Abril, à liberdade e à democracia. Celebrar Abril, será, talvez, a melhor forma de homenagear todos quantos têm contribuído para consolidar, enraizar e aperfeiçoar a democracia, reclamando sempre por valores de qualidade, assentes na regra do respeito, da verdade, da tolerância e do pluralismo, tentando ainda garantir a cada nova geração a possibilidade de decidir o seu próprio destino. A democracia só existe e fará sentido, quando se asseguram a todos, sem excepção, a possibilidade de exercer, em absoluto, a plenitude dos seus direitos e deveres. Devemos por isso, enquanto autarcas e cidadãos, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, para proporcionar aos nossos munícipes todas as condições para o exercício da sua cidadania. Este acto evocatório da liberdade, deve ser, para todos nós e para todos o que entenderem o que ela representa, uma data a ser sempre recordada, pois foi ela que restituiu Portugal à sua identidade própria e contribuiu também para a sua integração na Europa e no mundo civilizado, como país livre. Recordemos a memória do tempo: “ Em 25 de Abril foi realmente primavera. O sol voltou a este Portugal depois de quase 50 anos de escuridão política, mentira e opressão. Estamos em plena revolução. Portugal do Estado novo morreu. É agora sim um Portugal novo. Não foi um golpe de estado este 25 de Abril, mas sim uma verdadeira revolução, se atendermos que todas as estruturas vão ser mudadas, para que os portugueses sejam mais felizes, mais livres, mais homens.” (Extractos do Editorial do jornal Notícias do Cadaval – 1974)

“ Meus amigos: Acabou o medo, acabou a opressão. Acabou a censura, acabaram as perseguições. Liberdade, até que enfim. Mães, filhos, esposas e maridos abraçam-se numa alegria incontida. Não mais ao terror. Liberdade; para a conservarmos precisamos de ter cabeça fria e moderação. Não podemos cair nos métodos do regime agora deposto. Saibamos ser livres e respeitar a liberdade dos nossos irmãos. Saibamos ser portugueses. Saibamos perdoar. Derramar sangue não é connosco. Derramar sangue não é com a democracia.

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35 Está nas nossas mãos construir a pátria que merecemos.” (Extractos de discurso de Mota Marques – jornal Notícias do Cadaval 1974).

atropelos que diariamente nos são presentes. Não podemos consentir que um professor seja agredido na sua sala de aulas e que um agente de autoridade seja permanentemente enxovalhado no seu exercício de autoridade cívica. Não podemos assistir ao decréscimo permanente do saber e da cultura, bem como à progressiva falta de qualidade do nosso ensino. Não podemos assistir à insegurança das pessoas e bens, nem à violência, que exponencialmente germina um pouco por todo o lado, e ainda a uma cada vez maior marginalidade e aumento do crime organizado. Temos que ostracizar e denunciar, de forma firme e sem tibiezas, a corrupção, o compadrio e o enriquecimento ilícito, que campeiam na nossa sociedade, tornando-se obrigatório tomar medidas drásticas e duras que, doa a quem doer, terão de ir até às últimas consequências. É também forçoso acabar com certas franjas de pobreza e ainda com a fome escondida que é já, em muitas famílias, uma realidade indisfarçável a que é necessário pôr cobro rápida e urgentemente. É um imperativo moral. Nós, quando queremos, somos tão bons ou melhores do que os outros, só que por vezes queremos pouco, não nos preocupamos. Por isso temos, de vez e de forma definitiva, de deixar de ser um povo melancólico e depressivo, sempre à espera que resolvam por nós os nossos problemas, darmos um passo à frente e afirmarmo-nos pela auto-estima e pela competência, explorando os nichos de excelência em que somos verdadeiramente bons, de modo a sermos competitivos em relação à Europa e ao mundo. Temos de ser solidários, sem perder energias com o supérfluo e preocuparmo-nos com as grandes questões nacionais e os seus desígnios. Temos de ser portugueses de alma grande e de coração ainda maior. Só assim se cumprirá Abril verdadeiramente, em toda a sua plenitude, e só assim fará realmente sentido comemorarmos anualmente esta data. Viva o 25 de Abril, viva o Cadaval, viva Portugal!»

Tudo isto foi há 35 anos. Desse tempo, tinha então 22 anos, ainda guardo de forma bem viva e marcada na minha memória, aqueles tempos frenéticos, onde os acontecimentos se sucediam num turbilhão de emoções, dos quais fui espectador atento e interessado. O hoje era já amanhã. Os dias escoavam-se em poucos segundos, tal era a voracidade dos acontecimentos. Alguns dos aqui presentes devem lembrar-se, tão bem como eu, desses tempos indescritíveis. As manifestações, as greves, os comícios, as discussões acaloradas nos cafés e nas tertúlias, o aparecimento dos movimentos democráticos e partidos políticos, os governos provisórios, os golpes e contra-golpes, o 11 de Março e o 25 de Novembro, as filas intermináveis que se formaram, para o exercício do voto, nas primeiras eleições livres. Enfim, foi assim, nesta ânsia, nesta sofreguidão, que se fez Abril e a aprendizagem do acto democrático e do seu caminho em liberdade. E aqui, neste ponto, talvez seja normal e mesmo salutar que nos questionemos e façamos a pergunta que, por vezes, subsiste em muitas mentes, ao fim destes anos todos: Valeu a pena? Claro que valeu. Por tudo, não tenhamos a menor dúvida. Além de vivermos em liberdade, onde qualquer um de nós pode expressar as suas ideias e opiniões políticas sem medo de retaliações e sem o receio de ser escutado pelos esbirros do regime, que operavam nas sombras como vampiros sedentos de sangue, Portugal é hoje um país notoriamente melhor em todas as suas vertentes, do que em Abril de 1974. Só uma mente tortuosa e tacanha, mal formada ou saudosista de um certo passado é que poderá afirmar o contrário. Portugal modernizou-se, criou estruturas dinâmicas e funcionais, de que o poder local é um exemplo paradigmático, melhorou todos os seus índices de forma qualitativa e quantitativa, isto é, europeizou-se e entrou de forma definitiva e sem retorno na rota do progresso. Mas, importa também aqui, é um dever de consciência falar com toda a clareza, verdade e transparência. Se é uma verdade indesmentível que estamos melhor do que em Abril de 1974, caberá também dizer que poderíamos estar muito melhor. Todos nós percebemos e sentimos isso. Passados 35 anos, ainda não foram atingidos, no todo nacional, alguns preceitos fundamentais, nomeadamente na educação, emprego, habitação, justiça ou saúde. Em 35 anos, na verdade mais de avanços do que recuos, ainda não atingimos aquele patamar que todos nós ansiaríamos ou desejaríamos. Importa que se faça um grande esforço, para que tal aconteça. Temos que deixar a inércia em que estamos a submergir e começar a acelerar, na velocidade certa, para que possamos considerar-nos, definitivamente, um país mais justo, equilibrado e solidário. Senão vejamos: O que pensarão os nossos jovens, que se sentem frustrados e sem rumo e se interrogam para que é que estudaram e concluíram as suas licenciaturas, se depois têm uma dificuldade extrema na obtenção de um emprego para que estão habilitados, ficando assim impedidos de dar o seu contributo para o país que os formou. E depois, para sobreviverem, são muitas vezes obrigados a trabalhar em empregos de recurso, tais como call-centers ou caixas de hipermercados, ou então a ter de emigrar à procura das oportunidades que lhes são negadas em Portugal. Por isso é obrigatório que todos nós, em sintonia de esforços, de forma transversal, façamos os impossíveis para encontrar formas e caminhos de acabar com a falta de emprego, com a injustiça social e ainda com os graves problemas na educação e na saúde. Temos esse dever. Não podemos alhear-nos, olhar para o lado como se não fosse nada connosco, e de forma impávida continuar a assistir a encerramentos de empresas que, constantemente, colocam portugueses no desemprego e as famílias no desespero. Não podemos também continuar a assistir às demoradas listas de espera para consultas médicas e cirurgias e a ver doentes idosos e alquebrados a irem de madrugada para as portas dos Centros de Saúde, mendigarem uma consulta a que têm direito. Não podemos assistir à falta de civismo, educação e disciplina e ainda aos

Intervenção de Aristides Sécio, Presidente da Câmara Municipal «Exmo. Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Municipal, Caros jovens, estudantes do nosso Concelho, que hoje participam nesta ses-

são solene, Exmas. Senhoras e Senhores Deputados Municipais, Exma. Senhora Vice-Presidente e Exmos. Senhores Vereadores da Câmara Municipal, Exmas. Senhoras e Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia, Exmos. Senhoras e Senhores Professores e Pais e Encarregados de Educação presentes, Caras e Caros Munícipes, Caros membros dos órgãos de comunicação social presentes, Minhas Senhoras e meus Senhores,

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35 Começo por saudar Vossa Ex.ª, Senhor Presidente da Assembleia Municipal, pela decisão que tomou de realizar esta sessão solene, evocando a Revolução das forças armadas, ocorrida no dia 25 de Abril de 1974, cuja data poderá parecer longínqua aos jovens de hoje, até porque foi algo que aconteceu ainda no século passado, mas também poderá ser sentida como algo ainda muito presente, para os que, como nós, viveram intensamente aquele período. Saúdo igualmente os Senhores Deputados Municipais que, com a sua “obrigatória” presença e intervenções, farão desta sessão solene uma homenagem aos objectivos mais nobres do 25 de Abril, protagonizados por muitos, embora o seu verdadeiro espírito, praticado por muito poucos. Quero saudar particularmente todos os jovens que, com a sua presença e participação neste evento, corporizam o espírito de Abril que referi, garantindo que o testemunho da revolução dos cravos passará de geração em geração para que os valores da Democracia, cujos pilares fundamentais – liberdade, igualdade e fraternidade, não sejam postos em causa, para garantia e defesa dos valores da dignidade humana.

futebol que nunca e ainda não ganhámos o festival, talvez estes trinta e cinco anos ainda não sejam suficientes. Eu sei que os tempos não estão fáceis para muito de nós, que as carências são muitas, e não se julgue que são só as materiais. Como é que está a saúde, a justiça, o ensino, a igualdade de oportunidades, a solidariedade social do estado, o estado de direito, para onde vai a nossa cultura e a nossa capacidade produtiva; que exemplos temos daqueles que mais deviam respeitar os valores da Abril? Apetece-me citar Freitas do Amaral, quando disse “Afinal esta é a prosperidade que nos prometeram?” Onde estão os que fizeram a revolução dos cravos, terão esquecido o POVO, rendidos à opulência, ao poder e às honrarias do banquete revolucionário? Talvez. Mas também sei, caros Cadavalenses, que se pugnarmos pelos bons princípios que sempre caracterizaram a nossa Gente, estaremos a afirmar Abril; mostraremos aos jovens que a revolução de 74 valeu a pena; incutir-lhes-emos a vontade de celebrar, ano após ano, as verdadeiras conquistas de Abril; contribuiremos para a reafirmação da nossa identidade enquanto povo; seremos parte integrante e indispensável na Europa, onde nos inserimos e continuaremos, apesar da globalização, a afirmarmo-nos no mundo, como uma nação valente e imortal. Termino, afirmando que o 25 de Abril, mais do que uma revolução, deve ser visto como um ponto de partida para a constante e necessária emancipação do povo, como um momento de orgulho da nossa história recente, como um legado que só pode ser daqueles que, no dia-a-dia, sabem respeitar os valores da democracia, um bem dos jovens que amam a sua liberdade, respeitando a liberdade dos outros. Vivam os jovens, viva a democracia, viva o poder autárquico, viva o Cadaval, viva Portugal!»

Minhas Senhoras e meus Senhores. Estas iniciativas de evocação da instalação da democracia no nosso país são uma obrigação de todos, em especial os que viveram o antes e o depois de Abril de 74, sendo, de forma muito especial, um compromisso que devemos honrar, sobretudo aqueles, como a maioria de nós que aqui hoje se encontra, que sendo autarcas têm o dever acrescentado de erguer bem alto o cravo, qual arma, à mais emblemática revolução portuguesa. E temos a obrigação de o fazer de forma bem vincada, porquanto sendo nós amantes de servir a nossa comunidade, em momento algum devemos esquecer que isso só é possível porque lá atrás, há 35 anos, o nosso Povo, de forma espontânea, soube aproveitar a oportunidade que os valorosos capitães de Abril deram a Portugal, pondo em marcha o Movimento das Forças Armadas, naquela madrugada do dia 25 de Abril. Não se iludam, pois, os mais bem sucedidos na política, sobretudo ao nível autárquico, que se não tivesse tido lugar a Revolução de 74 alguma vez teriam acesso ao poder, apesar da tradição municipalista que há muito caracteriza Portugal, de servir o povo e a nossa terra. Estou crente que mais de 90% dos que aqui nos encontramos, só aqui estaríamos para dar uns vivas e bater umas palmas aos que, fazendo parte de uma elite, guiariam de alguma forma os nossos destinos. Da maioria dos que a aqui estamos, talvez fossemos uns poucos nomeados para um lugar de cabo chefe ou eventualmente de Presidente de uma Junta de Freguesia, pese embora a nobreza desses cargos, mas decerto não o seriamos por escolha dos nossos concidadãos através de eleições livres. É por isso que ser autarca não é coisa vã; ser autarca é transportar a bandeira da liberdade, o exercício da política de proximidade, a que traduz, no meu entender, a melhor forma de afirmação da vontade do povo da nossa terra. É, pois, por isso, Senhoras e Senhores, que não devemos esquecer, por um só momento, os verdadeiros valores de Abril. Contudo, tal lembrança não é suficiente para aqueles que, apesar de todas as vicissitudes (as boas mas também as más do pós-74), não conheceram a ausência da democracia e da liberdade que lhe está associada. É normal, não podemos avaliar aquilo que não conhecemos. Daí que comemorar o 25 de Abril terá de ser muito mais do que, uma vez por ano, nos juntarmos para quiçá com algum saudosismo, lembrar esse principal acontecimento da nossa história recente, ocorrida já no último quartel do século passado. Para que se possa afirmar sempre Abril de 74, já não são suficientes estes discursos acerca do 25 de Abril (uma estopada dirão os mais jovens). Para a sua afirmação precisamos de cultivar o melhor dessa magnífica herança; o direito a uma habitação condigna; o direito ao trabalho; o direito a um serviço de saúde capaz; o acesso, para todos, aos diversos níveis de ensino, para a educação e formação do indivíduo; o direito e o dever do respeito uns pelos outros; o direito à cultura e ao desporto; a igualdade de oportunidades para todos, em especial entre os homens e as mulheres; uma protecção social digna desse nome aos idosos, aos deficientes; o direito a brincar e ser feliz. Lembro-me que, após a revolução, tinha eu 21, 22 anos, ouvi, creio que o Professor Adriano Moreira dizer que a consolidação da Democracia só iria ter lugar duas ou três décadas depois, lembro-me de ter achado um exagero, quão grande era o entusiasmo que vivia naquela época, em que se dizia que o atraso de Portugal se media pelo futebol dado ao povo e que não ganhámos até ali o festival da canção por não termos sido um país livre. Que ironia, hoje tem mais

Intervenção de Sofia Rebelo Bento (4.º Ano), aluna representante do 1.º Ciclo «Antes do 25 de Abril de 1974, o nosso país vivia mergulhado na tristeza e no medo. Durante cerca de 48 anos quem governou Portugal foi Salazar e, logo a seguir, Marcelo Caetano, que seguiu as suas políticas, o chamado Estado Novo. Era uma Ditadura. Não havia democracia e não se realizavam eleições livres. As pessoas não tinham liberdade para dizer o que pensavam sobre o governo. Havia a PIDE, uma polícia política que vigiava, prendia e torturava quem tivesse ideias contrárias às do governo. Havia a censura, conhecida como “ lápis azul”, que decidia o que se podia ler, ver ou ouvir nos meios de comunicação social. Cansados da falta de Liberdade, os militares criaram o Movimento das Forças Armadas, que foi dirigido pelos capitães. Os principais capitães foram: Salgueiro Maio, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço. Apoderaram-se da rádio e da televisão para lançarem as senhas que serviram para os capitães saberem quando avançar.

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35 Ministro da Finanças, assumindo, quatro anos depois, a Presidência do Conselho de Ministros, cargo que desempenhou até 1968. Inspirado pelos ideais fascistas emergidos na Itália do pós-guerra, Salazar instituiu, em 1933, uma Constituição, reforçando significativamente os poderes do Governo por ele chefiado – nascia o ESTADO NOVO. Entre 1933 e 1974, período em que vigorou o Estado Novo, Portugal foi marcado por um conjunto de acontecimentos que o afastaram da Europa democrática, fortalecida com a derrota dos regimes fascista e nazi na 2ª Guerra Mundial. As dificuldades geográficas portuguesas, marcadas pela localização periférica em relação à restante Europa e a conduta política do Estado Novo, conduziram Portugal para um isolamento político em relação às democracias mundiais, que se multiplicaram com os processos de descolonização iniciados no pós-2ª Guerra mundial. Portugal protegeu-se dos ideais democráticos. Portugal recusou a independência das suas colónias, baptizadas de Províncias Ultramarinas a partir de 1946, mergulhando numa guerra que se arrastaria entre 1961 a 1974. Portugal protegeu o Regime com a utilização de uma polícia política, com a censura, com a propaganda, com a proibição dos partidos políticos e movimentos sindicais e com a criação da Mocidade e Legião Portuguesa. Portugal viu milhares dos seus filhos a emigrar. Portugal viu a sua economia controlada por alguns grupos industriais e financeiros. Portugal vedou a liberdade aos Portugueses. Em 1968, com o afastamento de Salazar e a subida ao poder de Marcelo Caetano, uma esperança de mudança despertou os portugueses, mas pouco ou nada mudou. Fartos das incógnitas da guerra e das mortes, bem como do desprestígio que essa lhes trazia, um grupo de militares cria o Movimento das Forças Armadas, responsável pela operação militar que derrubou o Estado Novo no dia 25 de Abril de 1974 – a revolta dos cravos. (...) Portugal – 1974 – Até aos nossos dias Portugal, depois da revolta dos cravos, divide o seu percurso político em três fases distintas: A primeira, “pós-revolucionária”, dominada pelo início da aplicação dos processos de descolonização das Províncias Ultramarinas e pela extinção dos pilares do Estado Novo (PIDE/DGS, Censura, Corporativismo, Mocidade e Legião Portuguesa, Presos Políticos e Exilados). O arranque do processo de democratização da sociedade portuguesa teve períodos conturbados, principalmente

A 1.ª senha foi a canção “E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, e a 2.ª foi “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso. Não houve violência e o povo ofereceu cravos aos militares que os puseram nos canos das armas, por isso ficou conhecida como a revolução dos cravos. E tivemos a sorte de terem lutado para que tenhamos liberdade.»

Intervenção de alunas representantes do Ensino Secundário

«Nascemos em 1991, vários anos depois de 25 de Abril, e não vivemos os acontecimentos que conduziram à revolta, nem experimentámos os sentimentos que levaram as pessoas a apoiar essa revolta. Contudo, na escola aprendemos a ler e a compreender os textos que falam sobre o assunto, e fomos ensinados a ter perspectiva crítica da realidade. Por isso, sabemos que o 25 de Abril simboliza valores como a Democracia, a Liberdade e a Justiça. Sabemos também, pela experiência destes dezassete anos, que tem havido neste país, e continua a haver, acontecimentos pouco favoráveis à Democracia, à Liberdade e à Justiça. É por isso que o nosso discurso de hoje é curto, porque estes valores fundamentais precisam de acção, mais do que de palavras. Para que o 25 de Abril e tudo o que ele representa possa ser celebrado também no dia 26 e em cada dia até ao dia 24 de Abril de cada ano seguinte, conciliando realidade e intenção. Assim, as novas gerações, que sabem que devem acreditar nos valores de Abril, ficarão a saber que também podem acreditar.»

Intervenção de alunos representantes dos 2.º e 3.º Ciclos «Bom dia a todos os presentes neste auditório. Somos alunos do 9.º ano da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos do Cadaval e pretendemos partilhar, com todos os presentes, aquilo que aprendemos sobre o 25 de Abril. Esta apresentação terá quatro partes: a primeira, que abordará os antecedentes do 25 de Abril; a segunda, dominada por dois poemas, um de Ary dos santos e outro de Manuel Alegre; a terceira, dedicada à democratização e desenvolvimento de Portugal Pós-25 de Abril; a quarta e última, com a leitura de um pequeno poema de alguém que, apesar de reformada da actividade docente, estará sempre ligada à nossa escola, a Professora Isabel Pereira. em 1975, mas a aprovação da Constituição, em 1976, dizia que Portugal estava no bom caminho. A segunda, marcada pelas dificuldades económicas, sociais e políticas de uma jovem democracia e de uma conjuntura internacional desfavorável, que conduziu Portugal a uma forte dependência do estrangeiro, como são testemunho os elevados empréstimos contraídos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Por último, a terceira, iniciada com o processo de adesão à Comunidade

Portugal – 1910 – 1974 A jovem República nascida em 1910 e a conjuntura internacional marcada pela 1ª Grande Guerra abriram as portas à instabilidade política portuguesa, que culminou, em 1926, com o Golpe Militar liderado pelo Marechal Gomes da Costa e a instauração de uma Ditadura militar. É no seguimento desta mudança política que, em 1928, surge a figura de António de Oliveira Salazar como

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35 Antes desse dia, Portugal viveu 48 anos de ditadura fascista. Regime caracterizado pelas perseguições, prisões, torturas, condenações e assassinatos dos cidadãos que ousavam lutar pela liberdade e por melhores condições de vida e trabalho. A ditadura fascista impôs aos trabalhadores formas brutais de exploração e sacrificou gerações de jovens em treze anos de guerras coloniais. A emigração de centenas de milhar de portugueses, a subalimentação de grande parte da população e o elevado analfabetismo foram outros traços marcantes deste período. A nível internacional é bom também ter presente o apoio directo dado à sublevação fascista em Espanha e à cooperação com a Alemanha nazi e a Itália fascista. O tempo em que, para ter um isqueiro, era preciso licença, e mais do que duas pessoas juntas era um comício. Abril foi um dia e um processo: ao levantamento militar que, protagonizado pelo glorioso Movimento das Forças Armadas, derrubou o governo fascista, sucedeu-se o levantamento popular e a aliança Povo/MFA, que derrubou o regime fascista.

Económica Europeia, em 1985, efectivada a 1 de Janeiro de 1986, permitindo a Portugal beneficiar de fundos comunitários que muito contribuíram para o desenvolvimento nacional, com o objectivo de se aproximar dos restantes Estados comunitários. O 25 de Abril foi, sem dúvida, a porta que permitiu aos portugueses atingirem os valores do mundo ocidental, onde imperam o desenvolvimento, a igualdade, a justiça, o pluripartidarismo e a LIBERDADE. As esperanças dos jovens, num país em liberdade, pressupõem que a prosperidade económica seja uma realidade, pois sem ela a liberdade correrá perigo. Os jovens pedem aos responsáveis políticos que, pelo seu exemplo, desenvolvam os ideais de liberdade, de democracia e apostem na Educação, pilar fundamental para o desenvolvimento e preparação das novas gerações. A liberdade é uma responsabilidade de todos e de cada um dos cidadãos, é “Um silêncio reverente / Para a página do futuro”. Da nossa professora Isabel Pereira 25 de Abril Oh Liberdade! Pássaro azul que tremia, ferido, Em cada peito E ao qual Abril deu asas e Sol e p’ra voar o jeito Dia quase perfeito P´ró coração do povo Que pôde, enfim, Soltar amarras e sorrir Por ter um país novo E em cada ano O pássaro de Abril Esvoaçando vem pedir Que o não deixem morrer Que o não deixem fugir. Muito obrigado.»

Daí que seja indispensável reafirmar a nossa homenagem, a nossa intensa saudação aos Militares de Abril que, há 35 anos, nas palavras do poeta Ary dos Santos, fizeram “nascer um país do ventre duma chaimite”. E tudo isso foi o culminar de décadas de resistência e de combate contra a ditadura fascista – resistência e combate que tiveram no PCP, sempre na primeira fila da luta, o seu expoente mais importante. Aqui registamos a memória de cadavalenses ou seus filhos adoptivos como Júlio Fogaça, Mirtil Pereira, Bernardino Ralha ou Leonel Madeira, entre muitos outros. Foi sob o impulso e com a experiência adquirida nesse combate sem tréguas ao fascismo, que as massas populares ocuparam as ruas, no dia 25 de Abril, conquistando as liberdades através do seu exercício e, assim, criando as condições para os avanços revolucionários subsequentes. E foi também na base dessa experiência que o movimento operário e popular emergiu como força determinante, desde logo construindo o mais poderoso 1.º de Maio de toda a sua história – que se revelaria decisivo na consolidação das liberdades conquistadas – e que foi ponto de partida para um processo que, porque teve como primeira preocupação responder aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País, assumiu, desde os seus primeiros passos, um inequívoco conteúdo revolucionário. Com efeito, as primeiras medidas dos primeiros governos provisórios, impostas pela força da luta de massas, são bem elucidativas das características revolucionárias desse processo: aumento geral dos salários e estabelecimento imediato de um salário mínimo nacional (que, por si só, multiplicou por dois, por três, por quatro, os salários de centenas de milhares de trabalhadores); a criação de milhares de postos de trabalho; a criação do subsídio de desemprego; a proibição dos despedimentos sem justa causa; o direito às férias e ao respectivo subsídio, para todos; o aumento e alargamento das pensões e reformas... Foi a Revolução de Abril que instaurou a liberdade de expressão, de opinião e reunião como escreveu Sophia “Deu-nos Abril o gesto e a palavra”. Foi graças à Revolução que se pôs fim à guerra colonial e se instituiu uma democracia

Intervenção de Ricardo Miguel, em representação da CDU «Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Cadaval, Caros membros da Assembleia Municipal, Senhores e Senhoras Presidentes de Junta de Freguesia, Senhor Presidente da Câmara Municipal, Senhoras Vereadoras e Senhores Vereadores, Representantes das Instituições do Concelho, Caros Munícipes, Em primeiro lugar, uma saudação aos Jovens, filhos de Abril, que, aceitando o nosso convite, vieram em muito enriquecer a nossa sessão. Uma palavra também de agrado pela excelente intervenção do Senhor Presidente da Assembleia Municipal. Mas, onde vão aprender, as novas gerações, os ideais de Abril? Um dos momentos mais importantes da história de Portugal justifica e exige maior aprofundamento ao nível do ensino. O cravo é para muitos a flor da imaginação de como terá sido bom viver aqueles tempos. Lêem, ouvem, vêem fotografias e filmes com muita gente e muita alegria. É que para muitos de nós, para cerca de um terço da população portuguesa, a Revolução dos Cravos aconteceu antes de termos nascido. O que torna ainda mais necessária, cada vez mais necessária, uma pedagogia dos verdadeiros ideais e valores do 25 de Abril. Na verdade, são por vezes distantes e difusas as imagens que chegam desses dias e dessas horas. São estranhos os silêncios que tantas vezes envolvem esse turbilhão de momentos, actos e rostos. Comemoramos o 35.º aniversário do Dia da Liberdade. Comemoramos a Revolução de Abril. Comemoramos o dia e o tempo mais avançados, mais progressistas e de maior modernidade da nossa história colectiva.

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35 política, o poder local democrático e a autonomia regional dos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Foi ela também a consagrar a igualdade de direitos do homem e da mulher, mulheres homenageadas pela poetisa Maria Velho da Costa, quando escreveu: “Elas gritaram à vizinha que era fascista. Elas encheram as ruas de cravos. Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra. Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa. Elas disseram à mãe, segure-me aqui nos cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é. Elas estenderam roupas a cantar, com as armas que temos na mão. Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.” Vivemos um tempo de celebração da Revolução de Abril num misto de inquietação, desilusão e de esperança. Inquietação perante a grave crise e as suas dramáticas consequências económicas e sociais que estão a tornar cada vez mais difícil a vida dos portugueses, particularmente dos trabalhadores e das outras camadas populares. Inquietação redobrada quando a perspectiva que se apresenta é a do agravamento de todos os problemas nacionais. Desilusão porque muito de Abril se perdeu em caminhos errados que nos afastam de Abril. É preciso dizer que muito do que depois aconteceu e agora acontece nada tem a ver com Abril, e o seu espírito nada tem a ver com o património de dignidade e justiça social que é perfume dos cravos de Abril. A discriminação, a xenofobia e o racismo são a negação de Abril. O trabalho precário e sem direitos, de sol a sol, aos domingos, sem contrato nem segurança social, com salários indignos da condição humana, não são fruto de Abril. As desigualdades e as injustiças na distribuição da riqueza, as pensões de miséria, a pobreza e a exclusão, a discriminação das mulheres e dos jovens, das minorias, dos deficientes, não fazem parte do património do 25 de Abril. Mas também esperança na possibilidade da ruptura, porque acreditamos na força do nosso povo, na vitalidade e actualidade do nosso projecto e na possibilidade de abrir caminho a uma nova política com a luta e o voto dos trabalhadores e do povo. Varre o país um legítimo e justo descontentamento. Descontentamento que toma a expressão em protestos que mobilizam largos sectores da sociedade e que tem levado para a rua milhares e milhares de trabalhadores: agricultores, operários, funcionários públicos, professores, enfermeiros, pequenos e médios empresários. Mas muitos portugueses não se conformam com este estado de coisas, que continuam a afirmar convictamente, não apenas que Abril valeu a pena, mas, acima de tudo, que continua a valer a pena lutar pelos valores e pelos ideais que fizeram o 25 de Abril. Como escreveu Ary : “Isto vai meus amigos isto vai o que é preciso é ter sempre presente que o presente é um tempo que se vai e o futuro é o tempo resistente”. Por isso, no momento em que assinalamos o 35.º aniversário de Abril, colocase-nos como questão essencial a necessidade de uma mudança que retome os objectivos libertadores da Revolução de Abril; que ponha termo à subordinação do poder político ao poder económico; que construa o tempo novo que Abril nos mostrou ser possível: o tempo da democracia e da liberdade; do progresso e da justiça social; da paz e da independência nacional. Há outro caminho que nos traz tempos novos. Tempos de afirmação dos valores da democracia, liberdade, justiça social, do Estado ao serviço do povo e do desenvolvimento do país, da soberania e independência nacionais. Tempos de retomar Abril, de colocar Abril de novo nos caminhos da construção de uma vida melhor. É que, das tantas lições que aprendemos com Abril, há uma ideia que prevalece: por mais categóricos que sejam os que decretam o fim da História, a verdade é que a História prossegue e avança – a luta de concretizar Abril, os seus ideais de democracia e de liberdade, as suas conquistas de progresso e justiça social. Como escreveu Gedeão: “ o sonho comanda a vida Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança”. O Futuro será como os povos o construírem. Pela nossa parte, mantemos a convicção e a confiança de que este País saberá construir o seu próprio Futuro e serão cravos os alicerces dessa construção. Porque, lutando pelo futuro, é por «Abril de novo» que lutamos. Pegando nas palavras de Brecht “Porque é em frente que vamos, não é verdade? É em frente que vamos” ou como canta Jorge Palma “enquanto

houver estrada p’ra andar, a gente não vai parar!” Viva o 25 de Abril!» Intervenção de Filipe Pereira, em representação do PS «Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal do Cadaval, Exmas. Senhoras e Senhores Deputados Municipais, Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal do Cadaval, Exma. Senhora e Senhores Vereadores, Exmos. Convidados civis e militares, Minhas Senhoras e Meus Senhores, Cadavalenses! “A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista. Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa (…)” “(…) A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráti-

cas e no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais, que tem por objectivo a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.” (Fim de citação da CRP) Foi-me proposto transmitir-vos, nesta sessão solene, evocativa do 35.º aniversário do 25 de Abril, como e em que medida a revolução dos cravos influenciou as gerações nascidas na década de 70 e seguintes (as chamadas gerações livres) e, acrescento eu, discorrer sobre as razões que levam a que o 25 de Abril, apesar de ser o acto fundador da nossa contemporaneidade com a Europa e o mundo democrático, seja hoje um acontecimento cada vez mais ignorado pelos portugueses – sobretudo as gerações mais jovens – com honrosas excepções, como as que tivemos a oportunidade de verificar aqui hoje, através da participação nesta cerimónia dos jovens alunos das escolas, os quais felicito. E aproveito, dado que alguns dos jovens aqui presentes leram, na sua intervenção, um poema de Abril escrito pela minha tia, Isabel Pereira, para homenageá-la por ter sido uma das pessoas que maior influência teve na minha formação e nos valores que defendo. Iniciei, pois, esta minha intervenção, lendo-vos algumas das referências que a Constituição da República Portuguesa faz ao 25 de Abril e aos mais nobres valores que lhe estão associados – liberdade e democracia. Fi-lo com a intenção de vos ilustrar como os valores de Abril estão patentes na nossa lei fundamental e acredito que fortemente enraizados nas nossas mais simples acções diárias. Vivemos numa democracia representativa, onde o povo expressa a sua vontade através da eleição de representantes, que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram, e em que existe o chamado primado da lei – A lei está acima de tudo o resto.

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35 É um facto que as gerações mais novas, como a minha, não sabem exactamente como era viver antes do 25 de Abril de 1974; como era viver num País sem liberdades e sem democracia; um País com os índices de desenvolvimento próprios do Terceiro Mundo, com uma população pobre, mal alimentada, a habitar mal; uma emigração sem precedentes: mais de um milhão e meio de portugueses em 15 anos (60-74); um País sem vias de comunicação, sem educação, saúde e segurança social para todos; um país que alimentava uma obsoleta guerra colonial, com consequências devastadoras, tanto sociais como económicas e políticas. E não temos esse conhecimento, em minha opinião, por duas ordens de razões. Uma de ordem lógica: não vivemos, não testemunhámos esse período da nossa história recente. Logo, não podemos senti-lo da mesma forma que o sentem aqueles que o viveram. Mas também não temos uma consciência mais clara, porque o nosso sistema educativo, os meios de comunicação social e a nossa classe política não souberam ou não quiseram dar-lhe, ao longo dos últimos 35 anos, o devido realce. No entanto, tal não significa que o espírito de “Abril” nos seja indiferente ou que não queiramos “viver Abril”. Antes pelo contrário, Abril faz parte de nós. Na verdade, “Viver” o 25 de Abril de 1974 não se resume ao facto de se ter passado, ou não, temporalmente por esse dia. “Viver” a revolução de Abril é viver com sentido crítico, opiniões livres, participação cívica (em qualquer das suas formas), respeito pelos outros; é ter um genuíno sentido de justiça, de solidariedade e de humanismo; é amar a liberdade; é ser inconformista. Estou convencido de que é assim que a maioria de nós, cidadãos criados no alvor de Abril, “vivemos” a revolução. Diariamente, dinamicamente – difundindo e defendendo com as nossas acções os valores da liberdade e da democracia. No entanto, assistimos, nos últimos anos, a um acentuado desinteresse dos jovens – e porque não dizê-lo, da população em geral – pela actividade política, o que é preocupante. É aquilo a que alguém chamou “melancolia democrática”, traduzida pela indiferença e a descrença perante a política. Temos pois, todos nós, o dever de parar para pensar e interrogarmo-nos sobre a génese dessa apatia. Porquê? Com a democratização, a sociedade portuguesa conheceu uma profunda transformação. O país dotou-se de grandes equipamentos colectivos: auto-estradas, saneamento básico, distribuição de electricidade e água canalizada, entre outros… Com o decorrer dos anos, a classe política também mudou. Aos “autores políticos”, homens e mulheres obreiros empenhados na construção de um Portugal moderno, juntaram-se os “actores políticos”, os que viram na política uma oportunidade pessoal. É este segundo género que mina a credibilidade do sistema, que afasta os mais aptos, competentes, honestos; que alimenta o clientelismo, a corrupção; que põe em perigo a democracia. Compete-nos a nós, aos que acreditam que estar na política é “servir” e não “servir-se”, a responsabilidade de fazer dela um instrumento cada vez mais nobre, e, através de uma sólida educação, despertar a consciência cívica e moral dos nossos filhos (chaves do futuro), para a importância da continuação da democracia em Portugal. Aproximam-se três actos eleitorais, um dos quais (eleições autárquicas) com influência directa na vida da nossa comunidade local. Temos, pois, todos nós, eleitos locais, e todos aqueles que concorrerão nas próximas eleições autárquicas, uma boa oportunidade e também a responsabilidade de contribuir para inverter a imagem negativa que impende sobre os políticos e a forma de fazer política. Decisivo será: utilizar uma linguagem de verdade; agir com transparência; gerir com rigor os dinheiros públicos; assumir o compromisso de prestar contas aos eleitores de modo permanente e não apenas quando há eleições; dar voz aos problemas das pessoas; privilegiar o debate das ideias; respeitar os adversários… Enfim, honrar as promessas feitas. Se o fizermos, estaremos a contribuir para a dignificação da política, para o reforço da relação de confiança que se quer entre eleitos e eleitores e para o aumento dos níveis de envolvimento dos jovens concelhios na actividade política. A todos os outros Cadavalenses, faço aqui um apelo: votem! Votem no projecto político que julgarem melhor, mas votem! Só assim estarão a honrar a memória de todos aqueles que arriscaram a vida para que houvesse democracia. Não votar é deixar morrer o espírito do 25 de Abril.

Exmo. Senhor Presidente, Ilustres convidados, Minhas Senhoras e Meus Senhores, Quero concluir homenageando todos os militares de Abril, porque a eles se deve a liberdade de que hoje legitimamente usufruímos, lendo-vos alguns fragmentos de um texto da autoria de Fernando Salgueiro Maia, escrito pouco tempo antes da sua morte: “Tendo a consciência de que a guerra era injusta e sem solução, que o regime era opressivo e sem capacidade de reconversão, que as Forças Armadas tinham conseguido o impossível para garantir ao Poder a capacidade de diálogo que ele recusava; só restava a sublevação, mesmo sabendo os riscos que ela acarretava. (…) Farto de quase 50 anos de opressão, Farto de incompetência Farto de fabricar carne para canhão… Farto de ajudar meia dúzia de glutões a comer à conta do orçamento, Farto de «lutar» por causas perdidas, Decidi dizer «Basta!» (…) Depois do primeiro sinal de rádio «E depois do Adeus», começámos acordando o pessoal, que se convenceu estar perante mais uma instrução nocturna. Reunidos na maior sala que a Unidade tinha, ao pessoal que me estava directamente subordinado expliquei que na vida há momentos que pela sua importância nos transcendem; assim perante o estado de negação de Liberdade e de injustiça que tínhamos atingido, perante as nulas esperanças em melhores dias, havia que mudar o regime, não para nos substituirmos ao regime anterior, mas para, dando liberdade e democracia, garantir ao povo a escolha do destino colectivo. Para desanuviar, declarei que havia várias modalidades de Estado, os liberais, os sociais-democratas, os socialistas, mas nenhum pior que o estado a que chegámos, pelo que urgia acabar com ele. (…) Pelas três horas da manhã de 25 de Abril, saímos da Escola Prática de Cavalaria …” em direcção a Lisboa. O Resto da História, Senhor Presidente, minhas senhoras, meus senhores, já todos vós conheceis … Disse.» Intervenção de Vítor Pinteus, em representação do PSD «Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Sra. Deputados Municipais, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, Srs. Presidentes de Junta de Freguesia, Caros Jovens, Senhoras, Senhores, Começo esta minha intervenção por felicitar a Mesa da Assembleia Municipal pela realização desta Sessão Extraordinária Comemorativa do 25 de Abril.

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35 Trinta e cinco anos depois da revolução, a realização deste plenário é uma forma de todos e cada um dos deputados prestarem a sua homenagem a Abril, à Liberdade e à Democracia, mas também um momento para reflectirmos sobre os direitos e deveres da sociedade e daqueles que, em seu nome e representação, exercem o mandato político. A liberdade, sinónimo de autonomia e independência, não é, como nos querem fazer parecer hoje em dia, sinónimo de má educação, nem de falta de respeito pelo próximo, nem de libertinagem, nem de egocentrismo. A liberdade conquistada deve ser usada no estrito cumprimento de princípios de cidadania, de participação cívica e no respeito pela liberdade do próximo, que, como comummente de diz, começa onde a nossa acaba. A democracia só existe realmente quando assegura a todos, sem excepção, a possibilidade de exercerem, em absoluta plenitude, os seus direitos e deveres. A nossa jovem democracia precisa de amadurecer, precisa de se consolidar. Atravessamos actualmente a maior crise económica e financeira de que tenho memória em Portugal, para a qual é preciso estarmos atentos, nomeadamente as autarquias, pois são elas a primeira linha de resposta aos problemas reais das pessoas, e acerca desta matéria gostaria de deixar uma observação: é sempre melhor e mais fácil actuar sob a forma de prevenção do problema do que acudir às complicações que surgem depois. Mas esta crise não é só uma crise económica e financeira, é também uma crise de valores, para a qual vos convido a reflectir em conjunto. Ao longo dos últimos anos temos vindo a assistir, sob a forma de lei, ou por prática consentida, a uma série de limitações de liberdade, de controlo da vida privada, de controlo da informação e da comunicação social, que parecem restabelecer hábitos vigentes antes do 25 de Abril. A sociedade actual demonstra, hoje, uma forte saturação política, tanto mais que a política invade cada vez mais a vida de cada um de nós, conduzindo a que os nossos destinos pessoais dependam cada vez mais do Estado. Por sua vez, o Estado tende a ser novamente um Estado-Pai, que prefere alimentar amiúde e de forma controlada os seus filhos, do que facultar-lhes os meios para que possam subsistir de modo independente. E essa apetência controladora do Estado, enquanto sinónimo de poder, tem vindo a desenvolver-se com o actual Governo que, para poder passar a sua mensagem filtrando as críticas e empolando os elogios à sua governação, procura atenuar o antagonismo e acelerar uma integração política. Mas não se trata de uma integração alcançada através da satisfação dos interesses dos cidadãos, mas de uma encenação diária que leva a que, quando os cidadãos se aperceberem, se sintam amargurados e enganados. Ora esta situação não abona nada nem para a imagem do país, nem dos seus políticos, e muito menos resolve os problemas das pessoas e do país, pelo contrário, estamos a adiar a verdadeira resolução dos problemas e a dar uma imagem dos políticos, à sociedade, que não corresponde minimamente à realidade nacional, e com a qual, também nós, ao nível local, somos penalizados e etiquetados, sem que para tal tenhamos contribuído. Senhoras e Senhores, Caros Jovens, Enquanto políticos e autarcas devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance para contrariarmos esta tendência negativista do exercício da actividade política e proporcionar aos nossos munícipes todas as condições para o exercício da sua cidadania de forma activa. Este plenário tem um cariz especial para todos nós pelo facto de termos hoje como participantes activos, jovens Cadavalenses que contribuíram para enriquecer a sessão, e que, espero, levem hoje desta casa da democracia uma recordação e uma experiência positiva, quem sabe a repetir num futuro próximo. Não tenham receio de participar na política activa do vosso Concelho. Garanto-vos que é muito desafiante participar nestes centros de decisão e é ainda mais reconfortante quando vemos que a nossa acção colectiva pode contribuir para a melhoria de condições de vida da população do Concelho ou da comunidade onde estamos inseridos. Não tenho qualquer dúvida que esta sessão especial e comemorativa da efeméride proporcionou, a estes jovens, um contacto directo com os titulares de cargos públicos legitimamente eleitos, num exercício de cultura democrática e salutar, que decerto contribuirá para que o Cadaval continue a ser um Concelho onde se vive bem, com qualidade de vida, e com aquilo que temos de melhor, que são as suas gentes. Acreditem que foi verdadeiramente importante a vossa presença aqui hoje. Gostaria também de agradecer ao Executivo Camarário o seu envolvimento

nesta sessão e a organização das comemorações que têm lugar até Domingo, para a qual apelo à participação de todos. Os meus cumprimentos, Senhor Presidente, e os meus agradecimentos pela sua presença aqui hoje. Para terminar e enquanto líder parlamentar do PSD, gostaria de registar que o nosso grupo, numa decisão unânime, irá doar as suas senhas de presença para diversas instituições do Concelho, firmando também assim um dos princípios do nosso estado de direito democrático, o da solidariedade para com os que mais precisam.»

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Resultados das Eleições Parlamento Europeu 7 de Junho 2009

Resultados Totais do Concelho do Cadaval Total de Inscritos: 12.886 Total de Votantes: 4.883 (37.89%)

Resultados Totais Nacionais

Partido PPD/PSD

33.34% 1628 votos

Total de Inscritos: 9.684 714 Total de Votantes: 3.561 502 (36,77%) Representantes Eleitos em Portugal: 22 Partido

Resultados

PS 30.84% 1506 votos

Mandatos

PPD/PSD 31.71% 1129243 votos

8

PCP-PEV 7.82% 382 votos

PS 26.58% 946475 votos

7

CDS-PP 7.5% 366 votos

B.E. 10.73% 382011 votos

3

B.E.

PCP-PEV 10.66% 379707 votos

Resultados

7.35% 359 votos

2

PCTP/MRPP

CDS-PP 8.37% 298057 votos MEP

1.11% 54 votos

2

MEP 1.11% 54 votos

1.48% 52828 votos

MPT

PCTP/MRPP

0.8% 39 votos

1.21% 43141 votos MPT

PPM 0.66% 23415 votos

0.53% 26 votos

MMS 0.61% 21636 votos

P.N.R. 0.47% 23 votos

P.H. 0.48% 16980 votos

P.H.

0.39% 13794 votos

MMS

0.37% 13039 votos

POUS

0.41% 20 votos

PPM

0.41% 20 votos

P.N.R.

POUS 0.14% 5101 votos EM BRANCO 4.63% 164917 votos NULOS 2% 71158 votos

0.12% 6 votos EM BRANCO

5.9% 288 votos

NULOS 2.29% 112 votos


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