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A Guerra no Rosto de uma Mulher

A História e a atualidade demonstram que há contextos em que ser mulher pode traduzir-se numa situação de forte vulnerabilidade. Porque esta é uma luta com a qual a Câmara Municipal de Almada se solidariza desde sempre, este ano assinalamos o Dia Internacional da Mulher dando voz e palco a mulheres e raparigas que viveram a violência da guerra. A campanha pública “A Guerra no Rosto de Uma Mulher” é uma iniciativa que pretende dar visibilidade aos efeitos da guerra na vida das mulheres. Revelamos rostos e testemunhos que são um contributo para a sensibilização e reflexão sobre os efeitos da guerra e a luta pela Paz.

No Uíge, no norte de Angola e depois em Luanda, sobreviveu a várias guerras, antes e depois da independência. Escapou por pouco à morte, apanhada no meio de um tiroteio, grávida e com uma bebé nas costas.

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Lyudmila Terlecka | 75 anos

Saiu da cidade de Khmelnytskyi, no centro da Ucrânia, logo no início do conflito. Fugiu com a filha, a neta e Marko, o bisneto de 5 anos que ficou sem falar depois dos primeiros bombardeamentos.

Alona e Nika Nalivajko | 35 e 4 anos O marido e pai da filha, Nika, ficou para trás. Com a sorte de quem está inteira e viva, sabe que a guerra vai durar e que as mulheres ucranianas têm um papel decisivo, dando sentido a quem está na frente de combate.

Viveu a guerra colonial e a guerra civil em Angola. Guarda na alma marcas dolorosas da violência. Não conseguiu apagar o trauma de ver mães desesperadas por perderem filhos, ou crianças sem pais e sem esperança.

Trouxe de Luena, em Angola, a recordação de uma guerra civil que começou quase de surpresa, numa noite de explosões e terror, e a aflição de ver a família separada na fuga que durou dias a fio de incerteza e dor.

Deixou Kiev quando um prédio vizinho foi destruído por um míssil. Depois de noites passadas em abrigos, as imagens de mortos e feridos ajudaram na decisão. Veio para Portugal para salvar a vida do filho.

Lídia Tavares | 63 anos

Da adolescência passada em Angola, guarda na memória imagens de violência e morte. Viveu o início da guerra civil e dos combates em Luanda. Sente que falta reconhecer e valorizar o papel das mulheres na guerra.

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