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VereAdor rui JorGe mArtins «entre 2017 e 2019, VAi ser Feito um inVestimento de sete milhÕes e meio de euros nA rede ViáriA»

O reforço da limpeza urbana e das praias, durante a época balnear, a gestão do estacionamento ou a melhoria da rede viária sãoalguns dos temas abordados pelo vereador do Ambiente,Mobilidade, Energia, Valorização Urbana e Proteção Civil. Rui Jorge Martins fala ainda dos apoios aos bombeiros e das questões ambientais.

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Almada (A) - Em julho e agosto, milhares de pessoas visitam a Costa da Caparica todos os dias. Isso obriga a um reforço das equipas de limpeza urbana e das praias? Rui Jorge martins (RJm) – Durante a época balnear reforçamos as equipas municipais ligadas à salubridade, para dar resposta aos milhares de visitantes, que nestes meses visitam a Costa da Caparica. A limpeza das praias conta, entre abril e setembro, com um reforço de 45 cantoneiros e seis condutores de máquinas e veículos especiais. Temos três máquinas de limpeza da areia a funcionar e que garantem que todos os dias as areias da Costa da Caparica são limpas.

A - É presidente do conselho de administração da ECALMA e o estacionamento é uma área sensível. Como é feita esta gestão? RJm – No verão temos uma preocupação acrescida com a Costa da Caparica, que tem

um regulamento de estacionamento específico que é aplicado a lugares tarifados e a lugares reservados a residentes. Ao longo do ano o estacionamento é livre mas, durante a ápoca balnear, é necessário criar zonas com alguma reserva para proteger, deste acréscimo de visitantes, aqueles que residem, durante todo o ano, na Costa da Caparica, sobretudo no caso dos lugares mais próximos das praias. A criação de lugares tarifados, nomeadamente um parque com 750 lugares na Av. General Humberto Delgado, visa promover alguma rotatividade no estacionamento, tentando potenciar ao máximo estes mesmos lugares.

A - A sensibilização dos munícipes para a questão do estacionamento continua a ser uma tarefa diária? RJm – A ECALMA é um instrumento que visa aplicar os regulamentos municipais de trânsito e estacionamento e também o Código da Estrada, ao nível do estacionamento. O correto estacionamento é um problema que se coloca hoje nas cidades porque o incorreto estacionamento tem impactos fortíssimos sobre aqueles que têm dificuldades de locomoção, circulam em cadeiras de rodas ou com carrinhos de bebés, mas também por todos os peões que utilizam os passeios. Cabe aqui à ECALMA, mais do que a penalização, criar uma cultura de responsabilização e de pedagogia. Os condutores têm de ser alertados para a necessidade de cumprirem as regras de estacionamento.

A – Em relação à qualificação da rede viária do concelho, o investimento municipal para os próximo anos será substancial? RJm –Temos consciência do problema e estamos a tomar medidas no sentido de o resolver. Existe realmente uma necessidade muito forte de manutenção da rede viária, bem como de construção de novas vias em locais onde a construção e a consolidação das zonas urbanas não foi a normal, nomeadamente nas áreas urbanas de génese ilegal. Entre 2017 e 2019 vai ser feito um investimento de 7,5 milhões euros na rede viária, sobretudo os eixos principais, que necessitam de manutenção e, em alguns casos, mesmo de correção, tendo em conta questões ligadas à segurança da circulação rodoviária. Para além deste investimento, temos o plano habitual de conservação e manutenção de vias. A – O inverno e primavera foram muito chuvosos, o que contribuiu para um aumento das ervas e matos. As novas regras em relação ao uso de herbicidas também criaram aqui algumas dificuldades aos serviços municipais? RJm – Há aqui duas situações distintas. Uma tem a ver com as desmatações preventivas que a Câmara, enquanto proprietária, tem que fazer dos terrenos. E esta é uma desmatação que garantimos e apelamos aos proprietários para que também o façam nos seus terrenos. A lei assim o exige e é uma segurança para todos. Por outro lado, há outra questão que tem a ver com a limpeza e higiene urbana, nomeadamente as ervas que crescem nos passeios e calçadas. Neste caso, temos intervenções diárias de corte ervas, com uma média de 40 trabalhadores afetos a esta intervenção. As regras mudaram e as leis exigem agora que qualquer entidade que utilize produtos fitofarmacêuticos tenha que ter um conjunto de condições de segurança, de proteção dos trabalhadores e de formação, para os poder aplicar. Isto coincide também com a discussão que está a ocorrer à volta da utilização ou não dos herbicidas com glifosatos. Estamos atentos, seguindo também uma recomendação da Assembleia Municipal. Todas estas situações tem levado a que exista uma maior dificuldade na eliminação das ervas dos passeios, tal como pretendíamos e a população exige.

A – Na área da Proteção Civil, como é que a Câmara encara os apoios financeiros às três corporações de bombeiros do concelho? RJm – A Câmara Municipal de Almada paga anualmente os piquetes de intervenção permanente das três corporações, os seguros de viaturas e de pessoal. Temos também vindo a dar um apoio anual, no valor máximo de 300 mil euros – 100 mil para cada corporação – para modernização da frota automóvel, instalações e equipamentos.

A – No que diz respeito ao sistema de mobilidade inclusiva FLEXIBUS, para quando o seu alargamento, com um serviço específico de deslocações para serviços de saúde na cidade de Almada? RJm – Estão a ser criadas todas as condições para que o circuito da saúde, que ligará o Hospital Garcia de Orta e os centros de saúde da cidade de Almada seja, em breve, uma realidade, facilitando sobretudo a vida a idosos e pessoas com dificuldades de locomoção.

A – O que está a ser feito no concelho para se concretizar do compromisso internacional assumido no âmbito da Estratégia Local para as Alterações Climáticas, para reduzir a intensidade energética e carbónica? RJm – O Município de Almada assinou o Pacto dos Autarcas, na Cimeira do Clima, em Paris, com o compromisso de reduzir as emissões de CO2, descarbonizar a nossa vivência enquanto cidade. Sabemos que isso é impossível no imediato, mas este é um objetivo até 2050, ou seja, atingir 80% de redução dos gases com efeito de estufa. Nesse sentido, avançámos com a criação da Plataforma Local Almada Clima (PLAC), que congrega um conjunto de atores locais, incluindo o Município de Almada, num compromisso coletivo de redução das emissões de gases de efeito de estufa no concelho. Também na nossa atividade mais direta, há já alguns anos, que utilizamos cada vez mais tecnologias que possam contribuir para essa mesma redução, nomeadamente, todos os semáforos do concelho utilizam tecnologia LED; na iluminação pública temos a funcionar nos principais ramais um sistema de telegestão, com uma redução de 40% a 50% do consumo energético; nos equipamentos desportivos existem painéis solares para o aquecimento da água; já temos também algumas experiências, ao nível da habitação social, com a utilização de vidros duplos e isolamento das paredes, que permitem reduzir drasticamente a energia gasta; no parque escolar municipal tem sido feito um grande esforço para reduzir a energia gasta na iluminação; as estações de tratamento de águas residuais (ETAR) já hoje produzem biogás. São pequenos contributos mas acreditamos que é com a soma de todos estes e outros contributos que será possível atingir as metas propostas.

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