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ENTREVISTA

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CONCELHO

CONCELHO

VEREADOR ANTÓNIO MATOS «ALMADA FAZ DA EDUCAÇÃO UMA ÁREA PRIORITÁRIA DE INTERVENÇÃO»

O vereador responsável pela Educação, Cultura, Desporto e Juventude fala, nesta entrevista, da importância do trabalho em rede das cidades educadoras ou as novidades para o próximo ano letivo. A candidatura de Almada a Cidade Europeia do Desporto 2018, os apoios à cultura e aos jovens foram também temas abordados.

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Almada (A) – Almada recebeu em 2015 o Congresso Nacional das Cidades Educadoras e, no início de junho, esteve presente no 14.º Congresso Internacional das Cidades Educadoras. Qual a importância deste trabalho em rede? António Matos (AM) – Almada tem um longo trabalho na área da ação educativa, não só no exercício das competências que tem, mas também nos domínios da inovação pedagógica e na ligação da escola à comunidade. Temos uma participação ativa na Rede Nacional das Cidades Educadoras e por isso organizámos, em 2015, o congresso nacional, que foi extraordinariamente bem-sucedido. Participamos também, há já muitos anos, ativamente no congresso internacional, onde temos tido sempre o privilégio de ser selecionados para apresentar intervenções e foi isso que voltou a acontecer na Argentina, no 14.º Congresso Internacional das Cidades Educadoras. Almada procura sempre contribuir para que haja uma melhoria na qualidade geral da educação e fazer com que as escolas se cumpram dentro de si mesmas e enquanto agentes de desenvolvimento comunitário.

A – O ano letivo 2015/2016 terminou há poucos dias. Quais as novidades para o próximo ano letivo? AM – O Município de Almada faz da Educação uma área prioritária de intervenção. Estamos a qualificar algumas das nossas escolas, com grandes intervenções, a nível de coberturas e logradouros, como são os casos da EB1 da Trafaria n.º 1 ou da EB1 do Laranjeiro n.º 1, apenas para dar dois exemplos. É uma linha de trabalho que procura qualificar ao máximo os estabelecimentos escolares de ensino básico do concelho, quer os novos que estamos a construir, quer os antigos que estamos a transformar. Entregámos também às escolas mais de 250 computadores e, no próximo ano letivo, vamos colocar nas escolas mais computadores e mais equipamentos didáticos, cada vez mais avançados.

A – Melhorar os índices de sucesso escolar no concelho é também um objetivo central? AM – O objetivo é levar Almada aos lugares da frente ao nível dos índices de sucesso escolar em Portugal e, nesse sentido, estamos a trabalhar com as direções das escolas para que sejam desenvolvidos vários projetos de apoio ao ensino. No próximo ano letivo vamos ter vários programas de apoio às escolas, quer aumentando as verbas do Plano de Ação Cultural, por um lado, quer desenvolvendo projetos em parceria com as escolas, designadamente com candidaturas ao Programa Erasmus +, através de estratégias de cooperação para a inovação em contexto escolar e comunitário ou de prevenção do abandono escolar. Vamos apoiar um grande projeto de animação musical na Trafaria, que é o Cajafolia, a criação, no Agrupamento de Escolas Miradouro de Alfazina, no Monte de Caparica, da nossa Orquestra Geração, que é um projeto fantástico e ainda o projeto Outras Bandas que vai trabalhar em quatro agrupamentos de escolas, onde existem maiores níveis de abandono escolar precoce, no sentido de, a partir da música, fomentar a retoma/criação da ligação à escola, com melhoria no desempenho académico. No ano letivo 2016/2017 vamos ter mais qualidade no parque escolar, aumentar o número de salas de pré-escolar nas áreas de maior carência para termos a oferta dos quatro e cinco anos rapidamente com uma cobertura a 100%.

A – Em relação à Pasta Escolar, há também novidades? AM – Uma vez que o Ministério da Educação assumiu a entrega de manuais escolares aos alunos/as do 1.º ano do Ensino Básico, uma ação onde a Câmara de Almada foi percursora, juntamente com outras autarquias, vamos manter a entrega de material didático complementar, bem como a oferta de uma mochila, a todas as crianças que entrem no 1.º ano do Ensino Básico. Posso também dizer que estamos a trabalhar para podermos dar um salto em frente em termos de apoio às crianças e famílias. Mas essa novidade será anunciada em breve.

A – Em relação ao apoio às famílias, que oferta haverá, por parte do município, para as Férias de Verão? AM – No ano passado começámos um programa específico de apoio às famílias, sobretudo às mais carenciadas, mas aberto a todas. Neste verão, a oferta será duplicada. Existem também várias instituições desportivas e sociais, sem fins lucrativos, no con-

celho que também apresentam as suas propostas de férias e a Câmara vai igualmente colaborar com elas para que possam utilizar as várias instalações ou equipamentos municipais.

A – Recentemente tivemos o Festival Sementes e, em julho, acontece o Festival de Teatro de Almada. De que forma continua o apoio à atividade cultural no concelho? AM – Continuamos com uma atividade de programação cultural nos equipamentos municipais que é conhecida e reconhecida em termos de qualidade. Para além dos espetáculos e exposições, estamos a trabalhar para dar um salto em frente no que diz respeito ao Convento dos Capuchos, na Caparica, e ao Solar dos Zagallos, na Sobreda. Continuamos também a trabalhar na promoção do livro e da leitura, através de vários projetos e programas. Importa sublinhar que temos mais de 20 mil inscritos nas bibliotecas municipais. Aliás, a rede de equipamentos municipais teve, em 2015, quase 39 mil espetadores ou visitantes, enquanto cerca de 15 mil pessoas visitaram os museus de Almada. São números que mostram a fruição e a vitalidade cultural existente em Almada, com públicos acima da média nacional. Em relação ao trabalho desenvolvido pelas companhias profissionais de teatro e de dança e de outras estruturas existentes no concelho, a Câmara vai manter e até reforçar os apoios. Em relação à Orquestra de Câmara de Almada (OCA), projeto musical muito recente mas que já segue em velocidade de cruzeiro, podemos concluir que o financiamento municipal não foi em vão e a direção artística da OCA está de parabéns porque o trabalho tem sido notável e está aí para continuar.

A – Porquê a candidatura de Almada a Cidade Europeia do Desporto 2018? AM – Porque o desporto é importante no país e no mundo, enquanto espetáculo e tendo em conta as suas dimensões sociais e económico-financeiras. Porque o desporto e a prática do exercício físico são importantes para a saúde física e mental dos cidadãos/ ãs. E porque, em Almada, o desporto é inclusivo, ou seja é para todos/ as, ou pelo número de praticantes que é claramente acima da média nacional. Mas nós achamos que temos potencial para ir mais além, com taxas de participação desportiva, semelhantes às da Europa, no final desta década. Temos um número fantástico de clubes que faz um trabalho enorme, a oferta desportiva municipal é muito intensa, tal como a rede de equipamentos municipais, associativos ou de clubes. E depois todo o território, com condições extraordinárias para a prática desportiva, permite uma grande e variada oferta. Podemos crescer e vamos crescer nos desportos de rio. Ao nível dos desportos de ondas já somos um grande centro nacional mas vamos crescer ainda mais. O trabalho que temos pela frente passa por cimentar a formação e melhorar a alta competição e fazer da Costa da Caparica um grande centro de desportos de ondas a nível internacional. Queremos apostar ainda mais na dinamização da prática desportiva nos espaços públicos do concelho, bem como na requalificação dos campos de jogos existentes.

A – Recentemente Almada distinguiu os Jovens Talentos. Qual a importância deste Concurso? AM – É um incentivo à criação cultural, à ação educativa, à atividade desportiva, à ação solidária e ao empreendedorismo juvenil. Com este concurso, queremos puxar para cima os jovens almadenses, através de incentivos, de apoios ou dando-os a conhecer. Posso também anunciar que a Câmara de Almada vai, a partir do ano letivo 2016/2017, apoiar com bolsas de investigação científica os jovens que investigam em Almada ou algo que tenha a ver com o concelho.

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