14.03.2020 — 22.08.2020
SEULGI LEE
NÓS NÃO SOMOS SIMÉTRICOS WE ARE NOT SYMMETRICAL
(1)
CASA DA CERCA
— Centro de Arte Contemporânea Contemporary Art Centre
CURADORIA CURATOR Filipa Oliveira
NÓS NÃO SOMOS SIMÉTRICOS WE ARE NOT SYMMETRICAL
SEULGI LEE (2)
Seulgi Lee (Seul, 1972) licenciou-se na ENSBA École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris e estudou performance, realização, vídeo e antropologia visual na School of the Art Institute of Chicago. Das exposições individuais destacam-se: “Le Comité Des Silencieux Heureux”, Gallery Hyundai, Seul (2018), “Echo”, Prix Sindoh pour l’art contemporain, Seul (2016), “Les Plantes Sont Des Animaux Anachroniques”, Park Ryu Sook Gallery, Paris (2016), “Coprolithe!”, Mimesis Museum, Paju (2015), “Idem”, Centre d’art contemporain de la Ferme du Buisson, Noisiel (2009). Das exposições coletivas destacam-se: “The Other Face of the Moon”, Asia Culture Center, Gwangju (2017), “Voir Une Poule Pondre Porte Chance”, Palais de Tokyo, Paris (2017), “Zigzag Incisions”, Crac Alsace, Altkirch + Salts, Birsfelden (2017), “La Maison Cherche Un Amiral A Louer”, MNAC, Bucharest (2016), “Korea Now!”, Musée des Arts Décoratifs de Paris (2015), “N a pris les dés”, Galerie Air de Paris, Paris (2015), “Burning Down The House”, 10ª Bienal de Gwangju, Gwangju (2014), “Reformer Le Monde Visible”, Le 116 Centre d’art contemporain, Montreuil (2014), “Intense Proximité”, Trienal de Paris, Palais de Tokyo, Paris (2012). Vencedora do Prémio Sindoh pour l’art contemporain (Seul, 2015) e do Wall Paper Award (Reino Unido, 2018). Finalista do Prémio Navigator Art on Paper 2018.
Seulgi Lee (Seoul, 1972) graduated from ENSBA École Nationale Supérieure des Beaux-Arts in Paris and studied performance, cinema, video and visual anthropology at the School of the Art Institute of Chicago. Among her solo exhibitions stand out: “Le Comité Des Silencieux Heureux”, Gallery Hyundai, Seul (2018), “Echo”, Prix Sindoh pour l’art contemporain, Seul (2016), “Les Plantes Sont Des Animaux Anachroniques”, Park Ryu Sook Gallery, Paris (2016), “Coprolithe!”, Mimesis Museum, Paju (2015), “Idem” , Centre d’art contemporain de la Ferme du Buisson, Noisiel (2009). Her work has been featured in numerous group shows: “The Other Face of the Moon”, Asia Culture Centre, Gwangju (2017), “Voir Une Poule Pondre Porte Chance”, Palais de Tokyo, Paris (2017), “Zigzag Incisions”, Crac Alsace, Altkirch + Salts, Birsfelden (2017), “La Maison Cherche Un Amiral A Louer”, MNAC, Bucharest (2016), “Korea Now!”, Musée des Arts Décoratifs de Paris (2015), “N a pris les dés”, Galerie Air de Paris, Paris (2015), “Burning Down The House”, 10th Gwangju Biennial, Gwangju (2014), “Reformer Le Monde Visible”, Le 116 Centre d’art contemporain, Montreuil (2014), “Intense Proximité”, Paris Triennale, Palais de Tokyo, Paris (2012). Lee was the recipient of the Prix Sindoh pour l’art contemporain (Seoul, 2015) and the Wall Paper Award (United Kingdom, 2018). She was nominated for the 2018 Navigator Art on Paper Award.
Seulgi Lee (Seul, 1972) investiga a forma como a sabedoria popular e o quotidiano podem ser traduzidos numa experiência artística representada por cores e formas geométricas. Lee reinterpreta objetos tradicionais como mantas, máscaras ou cestos de verga, neles incorporando a linguagem dos mitos, contos e provérbios. Fazendo referência a saberes frequentemente associados ao artesanato e folclore, Seulgi Lee cria (ou recria) objetos aparentemente convencionais que se assemelham a artefactos antropológicos de uma misteriosa e desconhecida comunidade. O trabalho de Seulgi Lee investiga a maneira como as formas, em particular as geométricas, representam simbolicamente uma linguagem. Formas enquanto símbolos. As cores enquanto símbolos também. A sua prática é assim uma constante tentativa de tradução do prosaico para a arte, invariavelmente evocando questões de poder e de fragilidade. Lee é fascinada pela sabedoria e pelas histórias que são transportadas através dos tempos em objetos do dia-a-dia. Ao apropriar-se desses objetos considerados vulgares, primitivos até, a artista mune-os de novos significados, novas histórias e novos usos. Transporta-os para a contemporaneidade, expandindo consequentemente o seu valor simbólico. Todas as suas obras têm uma dimensão utilitária e carregam em si o potencial de serem usadas. Existe também no seu trabalho uma forte relação com o corpo. Um corpo que é, de certa forma, protegido e blindado
por cada uma destas obras. As máscaras que dotam quem as usa de uma personalidade especial (escondendo a verdadeira por detrás), ou as mantas, sob as quais sonhamos e somos resguardados por provérbios tradicionais coreanos. U é o título da série de mantas (1 - capa) que a artista realizou em conjunto com artesãos da região sul coreana de Tongyeong, usando a técnica tradicional Nubi - longas linhas cosidas à mão sobre sedas coloridas separadas entre si por meio centímetro. Lee queria oferecer cobertores destes, muito populares nos anos 80, aos seus amigos em Paris, mas a dificuldade de os encontrar levou-a a decidir fazer ela própria novos, redesenhando a sua função e estrutura. Os padrões que Lee desenha são interpretações visuais de provérbios coreanos. Poderá um provérbio ser transmitido através de uma combinação de formas geométricas e cores? E poderá cada um destes cobertores influenciar os sonhos de quem dorme debaixo deles? Seulgi Lee acredita que sim, que cada um deles é uma espécie de fronteira entre a realidade e os sonhos e tem um poder místico. Em conjunto com a série de cobertores apresenta-se pela primeira vez em público uma série de 39 desenhos preparatórios. CLAMOUR (2) é um conjunto de máscaras realizadas com pasta de papel. Cada máscara, quando apresentada individualmente, tem um nome de K. Têm características únicas: narizes, orelhas, cornos, falos. São inspiradas na personagem Klamm, ou K, protagonista
do romance “O Castelo de Kafka“. Quando apresentadas em grupo, o seu nome muda. Transformam-se num coro, um grupo que fala ou canta em uníssono. CLAMOUR é o som que faz a multidão. Com as suas diferenças, com as suas especificidades individuais, mas que aqui se transformam num corpo único. Como se fossem uma pequena manifestação. WE ARE NOT SYMMETRICAL (3) é o título do mural que Lee concebeu especificamente para a Casa da Cerca. O desenho inspira-se inicialmente num quadro anónimo do século XVI, que retrata o Chafariz do Rei em Lisboa, no qual a personagem principal é transformada em mulher. É inspirado também numa pintura de Bruegel (4) que retrata a multidão na rua e um grupo de crianças a jogar ao eixo. Inclui ainda várias outras figuras inspiradas na história de Portugal. As cores vêm dos azulejos bem como da ideia de sombra. Filipa Oliveira — Seulgi Lee (Seul, 1972) practice is an exploration in the translation of popular wisdom and daily life into an artistic experience, represented in colours and geometrical shapes. Lee reinterprets traditional objects, like blankets, masks, or wicker baskets, incorporating the language of myths, tales, and proverbs. Referring to knowledge that is frequently associated with crafts and folklore, Seulgi Lee produces seemingly conventional objects that resemble anthropological artefacts from a mysterious, unknown community. Seulgi Lee explores how shapes,
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especially geometric shapes, can symbolically represent a language. Shapes and colours as symbols. Her work is a continual attempt to translate the common into artistic objects while evoking issues of power and fragility. Lee is fascinated by the wisdom and the stories that are transported through time in objects of everyday life. Appropriating these objects, which are often seen as vulgar or primitive, the artist gives them new meanings, new histories and new uses. She transports them into contemporary times and expands their symbolic value. Her works have a utilitarian dimension and can potentially be used. Her work suggests a strong relationship with the body. A body that, in a way, is protected and strengthened by each of her works. The masks that endow those who wear them with a special personality (and hide their real one), or the blankets, under which we dream and are protected by traditional Korean proverbs. U is the title of the series of blankets (1 - cover) that the artist made with artisans in the South Korean region of Tongyeong, using the traditional Nubi technique — long lines half a centimetre apart, sewn by hand on coloured silk. Lee wanted to offer blankets like these, which were very popular in the 1980s, to her friends in Paris, but they proved difficult to find and she decided to make them herself, reworking their function and structure. The patterns are visual interpretations of Korean proverbs. Can a proverb be transmitted through a combination of geometric shapes and
colours? Can these blankets influence the dreams of those who sleep under them? Seulgi Lee believes so. She believes that each is a kind of boundary between reality and a world of dreams, that they are endowed with mystical powers. With this series of blankets, a series of 39 preparatory sketches is exhibited for the first time. CLAMOUR (2) is a group of papier-mâché masks. When presented individually, each mask has the title K. Each has unique traits: noses, ears, horns, phalluses. They are inspired by the character Klamm or K, the protagonist of Kafka’s novel, The Castle. When presented as an ensemble, the title changes. They become a choir, a group that talks or sings in unison. CLAMOUR is the sound of the crowd. With their differences and individual traits, they become one body. A small protest gathering. WE ARE NOT SYMMETRICAL (3) is the title of the mural produced by Lee for Casa da Cerca. The drawing was inspired by an anonymous 16th century painting that depicts Chafariz de El-Rei in Lisbon, in which the main character is transformed into a woman. It also refers to a painting by Brughel (4) that depicts a crowd on the street and a group of children playing leapfrog, and includes several other figures inspired by the history of Portugal. The colours refer to Azulejo and to a notion of shade. Filipa Oliveira
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CASA DA CERCA — Centro de Arte Contemporânea CASA DA CERCA — Contemporary Art Centre
EM VIGOR ATÉ 4 DE OUTUBRO DE 2020 Effective until October 4, 2020
Rua da Cerca, 2800-050 Almada T (+351) 212 724 950 casadacerca@cma.m-almada.pt
Segunda a sábado Monday to Saturday 14:00 > 19:00h 2pm to 7pm Encerra domingos e feriados Closed on Sundays and public holidays
Aconselhamos o uso de máscara em todos os espaços da Casa da Cerca sendo o uso obrigatório no interior. Deverá ser mantido o distanciamento social e o cumprimento dos conselhos da Direção-Geral da Saúde. We advise the use of a face mask while in all the spaces of Casa da Cerca. Inside the House its use is mandatory. Keep at least a 2-meter safety distance from others and compliance with the advices of the Portuguese Directorate-General for Health should be observed.
EXPOSIÇÕES EXHIBITIONS Grupos limitados a um máximo de 5 pessoas Groups limited to a maximum of 5 people
JARDIM BOTÂNICO — O Chão Das Artes BOTANIC GARDEN Segunda a sábado Monday to Saturday 14:00 > 19:00h 2pm to 7pm Última entrada 18:30h Last entry 6:30pm Encerra domingos e feriados Closed on Sundays and public holidays Número máximo de pessoas em simultâneo com restrições diárias em função da evolução da pandemia COVID19 e orientações da DGS. 100 pessoas Maximum number of people at the same time with daily restrictions in function of the COVID 19 Pandemic evolution and DGS Guidelines. 100 people
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INVESTIGAÇÃO — Mestre Rogério Ribeiro Research and Documentation Centre Segunda a sexta, mediante marcação prévia através do mail marcar.cac@cma.m-almada.pt Grupos limitados a um máximo de 5 pessoas Monday to Friday, only by prior appointment through the email marca.cac@cma.m-almada.pt Groups limited to a maximum of 5 people
CAFETARIA — Coisas Degostar CAFETERIA Segunda a sábado Monday to Saturday 14:00 > 19:00h 2pm to 7pm Última entrada 18:30h Last entry 6:30pm Encerra domingos e feriados Closed on Sundays and public holidays
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