À LUPA" 10 # abril 2017

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à lupa! | edição nº10 | ano III

à lupa!

Borboletas: animais ímpares no mundo dos insetos


artigo Projetos Educativos seguem a todo o vapor

artigo Exposição “Escola da Natureza” e “Bioregisto” prestes a chegar..!!

artigo O Espaço Florestal no concelho de Viana do Castelo

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DESTAQUE Borboletas: animais ímpares no mundo dos insetos

eXPOSIÇÃO A CONSTRUÇÃO DE EMBARCAÇÕES EM MADEIRA

EXPOSIÇÕES ITINERANTES pOR ONDE ANDARAM...

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QUEM É QUEM? CORVO-MARINHO-DE-FACES-BRANCAS

artigo Que animais têm sido observados no Parque?

AGENDA | RECURSOS

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REVISTA À LUPA! data abril 2017 DIREÇÃO JOSÉ MARIA COSTA TEXTOS | REVISÃO CMIA design | ilustração rui Carvalho fotografia Cmia | Albano Soares | Fotos Joca | SUSANA MATOS

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nota de abertura 10º aniversário do cmia A 21 de junho de 2007 o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) da Câmara Municipal de Viana do Castelo é inaugurado nas antigas Azenhas de D. Prior (moinho de maré de Viana do Castelo). Este equipamento resultou da implementação do Programa Polis - programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades – lançado no ano 2000 com uma forte componente de valorização ambiental e visão de contribuir para a requalificação e revitalização das cidades. Tendo como missão a comunicação e a sensibilização ambiental, o CMIA teve desde a sua génese como principais objetivos: • Promover um espaço de debate e reflexão sobre questões ambientais emergentes; • Promover iniciativas de formação e informação ambiental orientadas em função do público-alvo;

Em 10 anos, foram mais de 71.000 os utilizadores destes serviços que usufruíram de um trabalho em rede desenvolvido entre diferentes parceiros e entidades diversas. Foram organizadas 27 exposições temporárias, 14 exposições itinerantes, 20 catálogos temáticos e mais de 30 atividades temáticas para grupos. O Centro de Recursos do CMIA tem-se revelado também uma importante aposta que conta já com mais de 1.500 livros na área do ambiente, disponíveis gratuitamente para requisição. Ao longo do ano 2017 são diversas as iniciativas de comemoração deste 10º aniversário com destaque para o Encontro Técnico de Educação Ambiental que abordará o tema “Promoção e Cidadania Ambiental – desafios e oportunidades”, direcionado a professores, educadores, técnicos na área do ambiente, investigadores, ONG, entre outros.

• Desenvolver um Centro de Recursos acessível, diversificado e versátil em diversas temáticas ambientais; • Fornecer informação tratada sobre indicadores ambientais e sustentabilidade ambiental.

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Projetos Educativos seguem a todo o vapor

Centro de Mar explora a Construção Naval

Ao longo do ano letivo 2016/2017, o CMIA está a desenvolver dois projetos educativos: Escola da Natureza e Da terra para a Terra, onde se encontram cerca de 1.380 alunos envolvidos, dos diferentes ciclos de ensino.

No decorrer dos meses de janeiro e fevereiro, o Centro de Mar desenvolveu uma programação paralelamente às comemorações do 19º aniversário do regresso do navio Gil Eannes a Viana do Castelo.

As 20 turmas inscritas no projeto Escola da Natureza, dos concelhos de Viana do Castelo e Esposende, escolheram, cada uma, o ecossistema que irá ser o seu alvo de estudo: Sistemas Dunares, Praia Rochosa, Ecossistemas Ribeirinhos e Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo.

O arranque das atividades aconteceu no dia 19 de janeiro, no Teatro Municipal Sá de Miranda, com a projeção do filme “A um Mar de distância” do realizador Pedro Magano e contou ainda com a presença do jornalista e coargumentista Abel Coentrão, e do antigo pescador do bacalhau Celestino Alves. Rodado entre Portugal e o Canadá, este filme retrata o luto à distância, a memória e o tributo a todos os portugueses que morreram na pesca do bacalhau durante o Estado Novo e cujos corpos ficaram sepultados no mar ou em terras longínquas como a Terra Nova e a Gronelândia.

Cada turma realiza 3 saídas de campo onde irá estudar a dinâmica de cada ecossistema, fatores de ameaça e adaptações às características específicas de cada meio natural. Paralelamente, foram desenvolvidas visitas de estudo ao Parque Natural do Litoral Norte e ao Aquamuseu do Rio Minho, dependendo do tema em que a turma se inscreveu. O projeto Da terra para a Terra desenvolve-se em 32 escolas do nosso concelho, em parceria com os Serviços Municipalizados Saneamento Básico. Com este projeto pretende-se transmitir conhecimentos base sobre o tratamento e gestão de resíduos sólidos urbanos, assim como potenciar o conceito de responsabilidade social e individual nesta matéria. Paralelamente, dá-se especial enfoque à valorização dos resíduos orgânicos produzidos nas escolas, através da compostagem, usando o resultado final (composto) nas hortas escolares. Durante este ano letivo a equipa técnica do CMIA realizará visitas técnicas às escolas, para apoio na monitorização dos compostores e das hortas escolares. A metodologia de trabalho integra ainda um conjunto de atividades nas escolas, preparadas em função da faixa etária de cada turma inscrita.

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ARTIGOS

No dia 31 de janeiro, data do regresso do navio Gil Eannes a Viana do Castelo, foi lançado o concurso “À descoberta do bacalhau”, destinado aos alunos dos jardins-de-infância e cujos trabalhos serão expostos no Centro de Mar a partir do mês de maio. De 31 de janeiro a 3 de fevereiro foi projetado no auditório do Centro de Mar o documentário “Gil Eannes” do realizador Francisco Manso que, através de filmagens feitas na atualidade e recorrendo a imagens de arquivo da RTP. Entre os dias 1 e 3 de fevereiro decorreu a segunda edição das “Aulas a Bordo” cuja temática se centrou na “Construção Naval”, tendo as sessões ficado a cargo do orador Carlos Vieira. As atividades encerraram no dia 4 de fevereiro com a realização da tertúlia “Memórias a bordo de um navio”, onde foram recuperadas algumas das vivências a bordo do Gil Eannes e a importância que este desempenhou no apoio às campanhas da faina maior.


Exposição “Escola da Natureza” e “Bioregisto” prestes a chegar..!! No âmbito do projeto educativo “Escola da Natureza” estará patente a partir do mês de abril, nas instalações do CMIA, uma exposição temporária interativa que permitirá ao visitante conhecer os valores naturais e a biodiversidade dos diferentes habitats classificados do concelho de Viana do Castelo. Preparada para diferentes faixas etárias, esta exposição vai seguramente pôr o espírito científico “em movimento”. Será entregue a cada visitante um “caderno do naturalista” que lançará desafios de descoberta da fauna e flora presentes nos diferentes habitats aqui representados. Para a comunidade escolar, estará disponível um dossier de apoio ao professor que pretende explorar estes valores naturais através de propostas de trabalho de “fazer ciência”. Também a partir do mês de abril, será lançado o “Bioregisto” que será uma base de dados para introdução de informação recolhida nos espaços naturais. Integrada na nova plataforma didática do CMIA, este é um projeto de “participação cidadã”. Nesta plataforma, cada utilizador poderá integrar as suas observações da natureza, de fauna, flora ou até mesmo rastos e vestígios de animais e poderá, em simultâneo, aceder aos demais registos que vão sendo alocados nessa plataforma. De salientar que o projeto “Escola da Natureza”, financiado no âmbito do “Portugal 2020”, tem como parceiros os Município de Esposende e Vila Nova de Cerveira, a Universidade de Coimbra, através do Instituto do Mar, e conta com o suporte científico e técnico do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho e do Centro de Conservação de Borboletas de Portugal.

ARRANCAM COMEMORAÇÕES DO 10º ANIVERSÁRIO DO CMIA O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental da Câmara Municipal de Viana do Castelo apresentou, no passado dia 21 de março, as atividadesque integram as comemorações do seu 10º aniversário. Neste enquadramento, os mais de 70 000 utilizadores destes serviços que já recorrerem a este espaço através de exposições, workshops, atividades temáticas entre muitas outras fez com que a mensagem, até ao momento, chegasse a diferentes públicos. Para além deste projeto será também lançado um novo site e um Biokit totalmente personalizado (ao nível do design e de conteúdos). As comemorações integram ainda um curso de formação para professores, visitas guiadas às novas estações de biodiversidade com acesso gratuito, exposições com a parceria de Centros de Ciência Viva e atividades nas praias galardoadas com Bandeira Azul. Serão algumas da inúmeras iniciativas que este espaço irá promover até ao fim deste ano. Junho será, sem dúvida, o ponto alto das comemorações com a inauguração da Exposição comemorativa dos 10 anos do serviço de educação ambiental deste equipamento com a apresentação de uma publicação que integrará alguns depoimentos de de diversas pessoas e entidades que colaboraram com o CMIA. Nos dias seguintes Viana do Castelo irá acolher o 1º Encontro Técnico de Educação Ambiental “Promoção e e cidadania ambiental - desafios e oportunidades”, que ao longo de dois dias contará com a presença de inúmeras individualidades da temática ambiental a nível nacional como também presenças internacionais vindas da vizinha Galiza, Irlanda e Brasil.

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O Espaço Florestal no concelho de Viana do Castelo

A Defesa da Floresta Contra Incêndios é uma prioridade.

por Engª Fabíola Oliveira (... continuação da edição anterior) Gabinete Técnico Florestal do Município de Viana do Castelo

Em média 60% da área do concelho é ocupada por espaços florestais (19.078,45ha). Todas as freguesias do concelho contêm área florestal e em 18 delas esta ocupação corresponde a mais de metade da sua área total. O regime de propriedade fundiária florestal no concelho engloba três diferentes tipos: propriedade pública, propriedade comum (baldios) e propriedade privada de particulares. A propriedade florestal pública, pertencente ao Estado ou Entidades Públicas (autarquias ou outras), tem uma representatividade espacial residual no concelho (a Câmara Municipal possui apenas 20ha no Monte Galeão). Comparando as áreas de propriedade privada e baldios, pode dizer-se que a propriedade florestal é maioritariamente privada, cerca de 75%. Os baldios florestais constituem aproximadamente 25% e a grande maioria das áreas encontra-se submetida ao Regime florestal agrupando-se nos designados “Perímetros florestais”. A propriedade florestal privada da região é maioritariamente constituída por parcelas de muito reduzida dimensão e distribuída por inúmeros proprietários, sendo que muitos deles revelam dúvidas na identificação sobre o terreno. Devido a esta situação, a implementação da gestão florestal e mesmo a execução de projetos de prevenção de incêndios envolvem muita dificuldade.

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ARTIGOS ARTIGO

A Defesa da Floresta Contra Incêndios continua a ser uma prioridade para a Câmara Municipal de Viana do Castelo e com o que aconteceu no ano de 2016, ainda se torna mais importante. Apesar de um grande envolvimento por parte das entidades competentes para estes assuntos, que tudo fizeram para minimizar os prejuízos dos incêndios, é preciso cada vez mais investir na prevenção dos incêndios florestais. Torna-se necessário concentrar o esforço de gestão de combustíveis na criação de soluções de continuidade, compartimentando a paisagem, evitando a progressão ininterrupta do fogo, contribuindo para a redução das grandes áreas ardidas. O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) aprovado em 2014 visa operacionalizar ao nível local e municipal, as normas contidas na legislação DFCI, em especial na nova redação do Decreto-Lei n.º 124/2006 de 28 de Junho e legislação complementar, no Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, de 26 de Maio) e nos Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) e Planos Distritais de Defesa da Floresta contra Incêndios (PDDFCI). No primeiro eixo estratégico do PMDFCI, propõe-se o aumento da resiliência do território aos incêndios florestais, através da infraestruturação do espaço florestal ao nível da Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios (RDFCI), nomeadamente a Rede de Faixas de Gestão de Combustíveis, Mosaicos de Parcelas de Gestão de Combustível, Rede Viária Florestal, Rede de Pontos de Água, de forma a atingiremse os seguintes objetivos:


• Diminuir a superfície percorrida pelos grandes incêndios, permitindo e facilitando uma intervenção direta de combate ao fogo; • Reduzir os efeitos de passagem dos grandes incêndios, protegendo de forma passiva vias de comunicação; • Isolar os focos potenciais de ignição de incêndios; • Operacionalizar o apoio ao combate, nomeadamente ao nível da rede viária florestal de acesso aos pontos de água de 1ª ordem de forma a facilitar o reabastecimento de água entre viaturas. As características atuais da floresta e a crescente suscetibilidade aos incêndios determinam a necessidade de uma intervenção mais criteriosa ao nível do estabelecimento de descontinuidades na estrutura das formações vegetais. Essas descontinuidades assentam na designada Rede de Faixas de Gestão de Combustível (FGC), que é concebida em três níveis conforme as suas funcionalidades e responsabilidades de gestão. O nível de uma rede primária sub-regional, o nível de uma rede secundária de nível municipal e o nível de uma rede terciária de nível local que é apoiada na rede viária, na rede elétrica e na divisão das explorações agroflorestais. Assim sendo, considera-se que as FGC têm como objetivo principal a redução do perigo de incêndio. Cumprem três funções primordiais, conforme os objetivos de diminuir a superfície percorrida por grandes incêndios, proteger vias de comunicação, infraestruturas, zonas edificadas e povoamentos florestais de valor especial ou isolar de focos potenciais de ignição localizados nas faixas paralelas às linhas elétricas, rede viária e parques de recreio. (continua na próxima edição)

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Borboletas: animais Ă­mpares no mundo dos insetos

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Animais de enorme beleza, muito devido à diversidade de cores e formas, as borboletas são dos animais mais conhecidos e estudados do grupo dos insetos. Pertencem à ordem Lepidoptera, cujos adultos se caracterizam pela presença de pequenas escamas que cobrem o corpo e as asas - a palavra lepidoptera significa, precisamente, “asas com escamas”. Essas escamas são responsáveis pelos mais diversos padrões de coloração. Os lepidópteros caracterizam-se, ainda, pela presença de uma proboscis (tromba), principal estrutura do aparelho bucal, que permite a estes animais sugarem líquidos (água e néctar). Possuem três pares de patas, dois pares de asas simétricas membranosas e um par de antenas. São um dos grupos mais evoluídos dos insetos e o segundo mais numeroso em Portugal continental, sendo representado por cerca de 2.500 espécies; a nível mundial estão descritas mais de 165.000. A sua área de distribuição é influenciada, principalmente, pelo clima e estão presentes na maioria dos habitats naturais, apenas ausentes no Ártico, Antártico e em grandes altitudes com neves e gelos constantes. O ciclo de vida dos lepidópteros é complexo. Contrariamente aos outros insetos, os lepidópteros apresentam metamorfose completa, composta por quatro estádios de desenvolvimento ao longo das quais os indivíduos apresentam mudanças na forma e estrutura do corpo: ovo, lagarta, crisálida e inseto adulto. Após o acasalamento, a fêmea deposita os ovos, em massa ou individualmente, dependendo da espécie, geralmente nas folhas das plantas que as lagartas vão consumir – designadas por plantas hospedeiras - que variam, também elas, de espécie para espécie. Na terceira fase, crisálida, o animal entra em total inatividade e vai consumindo as reservas energéticas que acumulou durante a fase de lagarta. Das crisálidas emergem os adultos, estádio final do ciclo de vida dos lepidópteros, que conforme as espécies pode durar menos de um mês até três anos. Empiricamente a ordem Lepidoptera pode ser dividida em dois grupos: Heterocera (“borboletas noturnas” ou “traças”) e Rhopalocera (“borboletas diurnas”). Distinguem-se pelas antenas, delgadas e terminadas em clava nos ropalóceros e de formas muitos diversificadas (pectinadas ou denticuladas, raramente delgadas) nos heteróceros. Os termos “borboletas noturnas e diurnas” são relativos uma vez que existem exceções. A divisão Rhopalocera está representada em Portugal por 134 espécies, sendo mais de 2.600 as espécies da divisão Heterocera.

Quando e onde observar borboletas em Portugal? A melhor altura para a observação de borboletas é entre abril e agosto, época de voo dos adultos. Existem, contudo, espécies que podem ser observadas praticamente todo o ano como é o caso de Vanessa atalanta, Pieris brassicae, Lycaena phlaeas, Pararge aegeria, Colias croceus e Lasiommata megera. Os melhores locais para a observação destes animais incluem espaços onde a diversidade florística seja elevada, em habitats naturais ou mesmo artificiais. Espécies de borboletas registadas no Parque Ecológico e Urbano de Viana do Castelo O Parque Ecológico e Urbano de Viana do Castelo (PEUVC), devido à sua grande diversidade florística, apresenta-se como habitat ideal para diversas espécies de borboletas. Até ao momento, foram já identificadas 22 espécies de borboletas no Parque, 5 pertencentes à divisão Heterocera e 11 à divisão Rhopalocera, números que se revelarão mais significativos com um maior esforço de amostragem. Na lista que se segue podemos constatar o nome científico, o nome comum e a divisão a que pertence cada uma das espécies registadas no Parque.

sabia que... …existem lepidópteros migradores? O mais poderoso migrador é a borboleta-monarca (Danaus plexippus) que, nas suas migrações regulares entre a América do Norte e o México, onde passa o inverno, voa mais de 6.000 Km. Trata-se do maior movimento em massa de insetos! Em Portugal continental e nos Açores registam-se indivíduos migrantes desta espécie entre junho e outubro; na Madeira estabelece colónias durante o verão. …Viana do Castelo já possui uma base de dados para o registo e monitorização da biodiversidade? O BIOREGISTO é uma plataforma online de incentivo à monitorização-cidadã do concelho de Viana do Castelo. Explore os quintais e jardins mais próximos, locais onde a diversidade de borboletas o poderá surpreender, e submeta-nos as suas observações para a base de dados (disponível a partir do final do mês de abril em www.cmia-viana-castelo.pt/).

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Nome científico

Nome comum

Divisão

Lycaena phlaeas

Acobreada

Rhopalocera

Cacyreus marshalli

Borboleta-das-sardinheiras

Rhopalocera

Polyommatus icarus

Azulinha-comum

Rhopalocera

Celastrina argiolus

Azul-celeste

Rhopalocera

Nymphalis polychloros

Tartaruga-grande

Rhopalocera

Coenonympha pamphilus

Nêspera

Rhopalocera

Pieris brassicae

Borboleta-das-couves

Rhopalocera

Pieris napi

Borboleta-do-nabo

Rhopalocera

Pieris rapae

Borboleta-pequena-das-couves

Rhopalocera

Gonepteryx rhamni

Borboleta-limão

Rhopalocera

Euphydryas aurinia

Fritilária-dos-lameiros

Rhopalocera

Papilio machaon

Borboleta-cauda-de-andorinha

Rhopalocera

Colias croceus

Maravilha

Rhopalocera

Pararge aegeria

Malhadinha

Rhopalocera

Vanessa atalanta

Almirante-vermelho

Rhopalocera

Polygonia c-album

Coma

Rhopalocera

Lampides boeticus

Azulinha

Rhopalocera

Smerinthus ocellata

Falcão-mariposa

Heterocera

Rivula sericealis

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Heterocera

Hypomecis punctinalis

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Heterocera

Euclidia glyphica

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Heterocera

Petrophora chlorosata

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Heterocera

destaque


Estação da Biodiversidade do PEUVC As Estações da Biodiversidade (EBIO) são percursos pedestres curtos (máximo de 3 km), sinalizados no terreno através de painéis informativos sobre as riquezas biológicas a observar pelos visitantes. Com início em um projeto do Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal – a rede das EBIO encontra-se, atualmente, espalhada por todo o país. A EBIO do PEUVC é um percurso circular de 1 km com 8 painéis dispersos ao longo do Parque, nos quais pode consultar informação sobre a diversidade biológica. Os painéis são uma espécie de guia de campo, onde encontra imagens e comentários sobre plantas e animais comuns. Ao longo deste percurso encontramos, igualmente, uma diversidade de habitats associada a formações vegetais que aguentam a presença permanente de água e a salinidade, assim como zonas com maior dominância de árvores e também áreas agrícolas e de prados. Nos painéis é possível reter informações acerca das várias espécies de libélulas e libelinhas do Parque bem como de algumas borboletas presentes neste espaço. Relativamente à flora, são focadas as árvores típicas das margens dos cursos de água bem como exemplos de flores silvestres importantes para insetos polinizadores. Faça uma visita ao PEUVC e deixe-se surpreender pela enorme diversidade biológica presente neste espaço! Mais informações em www.cmia-viana-castelo.pt.

Fontes

http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=2&cid=94318&bl=1&viewall=true#Go_1 (data de pesquisa: fevereiro de 2017) Livro “Borboletas de Portugal” – Ernestino Maravalhas (data de pesquisa: fevereiro de 2017) http://www.lepidoptera.eu/start.php (data de pesquisa: fevereiro de 2017) http://naturdata.com/ (data de pesquisa: fevereiro de 2017) http://www.tagis.pt/ (data de pesquisa: fevereiro de 2017)

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eXPOSIÇÃO |

“A construção de embarcações em madeira” patente no Centro de Mar A entrada é livre | as visitas guiadas podem ser efetuadas através: centrodemar@cm-viana-castelo.pt | t. 258 809 303

No dia 16 de novembro de 2016, o Centro de Mar abriu portas a mais uma exposição temática a bordo do navio Gil Eannes (ré do navio). A exposição “Construção de Embarcações em Madeira”, que estará patente neste espaço até ao final de 2017, pretende retratar e reviver, o mais fielmente possível, uma pequena e tradicional oficina onde o visitante poderá visualizar o início da construção de uma pequena embarcação, assim como os utensílios utilizados para esta tarefa. Também é possível observar nesta exposição fotografias dos três principais estaleiros que existiram na cidade de Viana do Castelo, bem como a representação de algumas embarcações que neles eram contruídas, plantas de construção naval e maquetes em miniatura. O objetivo é levar o visitante a imergir no ambiente vivido nestes espaços, de forma a compreender o processo de construção tradicional de embarcações em madeira. Para a conceção e montagem desta exposição, o Centro de Mar contou com a colaboração da freguesia de Darque, do Sr. Domingues Reis e do Sr. Carlos Alberto Vieira.

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exposições


EXPOSIÇões ITINERANTEs

POR ONDE ANDARAM

REQUISIÇÃO GRATUITA

Produzidas pelos serviços técnicos do CMIA e parceiros, são exposições que já estiveram patentes no CMIA ou no Centro de Mar e que estão disponíveis para requisição por diversas entidades a título gratuito. Estes são os locais onde estiveram patentes no 1º trimestre de 2017.

V. N. de Cerveira Aquamuseu do Rio Minho “Florestas, um património a descobrir” | “Um olhar sobre as florestas de Portugal”

arcos de valdevez Associação Regional de DESENVOLVIMENTO DO Alto Minho “Compostagem, oportunidade de cidadania” | “Um olhar sobre as florestas de” Portugal”

viana do castelo Escola Secundária de Arga e Lima “Resíduo, só é lixo se quiseres” “Biodiversidade em espaços naturais de Viana do castelo

ponte de lima Junta de Freguesia de Darque “Avifauna em Viana do castelo”

Escola Secundária de Ponte de Lima “Portugal subaquático” | “Memórias do Mar Português”

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QUEM É QUEM?

Phalacrocorax carbo Reino | Animalia Filo | Chordata Classe | Aves Ordem | Suliformes Família | Phalacrocoracidae Género | Phalacrocorax Nome comum | Corvo-marinho-de-faces-brancas

Ave aquática de médio-grande porte quase totalmente preta e com um pescoço e asas longas. O bico amarelo contrasta com o preto da plumagem e, no final do Inverno, alguns indivíduos adquirem uma mancha branca em cada flanco e na cabeça. Frequenta uma grande diversidade de habitats, com destaque para os estuários e as lagoas costeiras, preferindo águas pouco profundas e evitando o alto mar. Alimenta-se quase exclusivamente de peixe, mas também de crustáceos e anfíbios. Obtém o alimento mergulhando e nadando debaixo de água. Alimenta-se normalmente sozinho, deslocando-se por vezes cerca de 50 km à procura de alimento.

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QUEM É QUEM? | ARTIGO


Que animais têm siDo observados no Parque?

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O Parque Ecológico e Urbano de Viana do Castelo (PEUVC), pelas suas características ecológicas peculiares, constitui um local de enorme riqueza biológica. Situando na zona de sapal do rio Lima, são inúmeros os grupos faunísticos que neste espaço podemos encontrar, como por exemplo peixes, aves, anfíbios, répteis, mamíferos e insetos. Pela sua facilidade de identificação, e esforço de amostragem, as aves são o grupo com mais espécies e indivíduos contabilizados no PEUVC. A proximidade à foz do rio Lima coloca o Parque na rota de aves limícolas que no limo (lodo) procuram alimento durante a maré-baixa. Garça-branca-pequena (Egretta garzetta), garça-real (Ardea cinerea) e maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos) são as limícolas mais frequentes neste espaço semi-natural. Destacam-se ainda as visitas esporádicas do colhereiro (Platalea leucorodia), os voos lentos e em círculos sobre o prado da águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) e as presenças frequentes do corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo) que aproveita a enchente de maré para capturar peixes trazidos pelas massas de águas marinhas. De facto, a entrada de água salgada enriquece o Parque com espécies piscícolas das quais destacamos a tainha (Mugil spp.), a enguia (Anguilla anguilla) e a lampreia (Petromyzon marinus), estas últimas apenas em determinadas épocas do ano. Por vezes, o registo das espécies do PEUVC faz-se por observações indiretas no campo, através de pegadas ou vestígios da sua presença. Pelas suas fugazes observações diretas,

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ARTIGO

os mamíferos constituem o grupo mais discreto do Parque. Não raras são as vezes em que podemos observar as pegadas deixadas no lodo durante a maré baixa pela lontra (Lutra lutra) e pelo exótico visão-americano (Mustela vison). A presença de mamíferos pode igualmente ser detetada por vestígios da sua atividade, como são o caso dos montículos de terra encontrados no solo que assinalam as cavidades subterrâneas da toupeira (Talpa occidentalis). Outro grupo facilmente detetado no Parque pelos seus vestígios são as aranhas, cujas teias, pela sua estrutura, nos indica a família a que pertencem. As mais comuns são, sem dúvida, as teias radiais indicativas da família Araneidae, vulgarmente conhecidas como “aranhas dos jardins”. A representante máxima do grupo dos anfíbios, quer pelo número de observações quer pela sua abundância, é a rãverde (Rana perezi). O inconfundível coaxar dos machos é audível a vários metros de distância, ecoando em máxima força durante a época de acasalamento desta espécie, altura em os indivíduos podem ser facilmente observados nas águas do Parque. O olhar atento, e o silêncio, revelam muitos outros animais deste espaço natural. Refira-se a lagartixa-de-bocage (Podarcis bocagei), espécie endémica da Península Ibérica, cujos indivíduos podem ser observados em dias solarengos em cima de troncos. Olhar atento, também, para os insetos que se fazem representar por inúmeras espécies, como é o caso do polinizador abelhão (Bombus terrestris), encontrado facilmente nos salgueiros que compõem algumas áreas do Parque.


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AGENDA MAIO 1 a 28 | 4º Viana Florida 18 | Abertura da exposição “A tua espécie não me é Estranha” | CMIA 20 a 28 | Comemorações do Dia Europeu do Mar | Centro de Mar 31 | Comemorações do Dia do Pescador | Centro de Mar

JUNHO 05 | Comemorações do Dia Mundial do Ambiente | Centro Cultural 15 | Abertura da Época Balnear | Programa “É tempo de AGIR” | Centro de Mar | Praias galardoadas com Bandeira Azul da Europa 21 | 10º Aniversário do CMIA Inauguração da Exposição – 10º aniversário do CMIA | Antigos Paços do Concelho | Apresentação da Publicação – 10º aniversário do CMIA | Antigos Paços do Concelho 22 e 23 | 1º Encontro Técnico de Educação Ambiental “PROMOÇÃO E CIDADANIA AMBIENTAL desafios e oportunidades” | Hotel Axis

julho 1 | Abertura da exposição “Evolução: Portugal de ANTES DA HISTÓRIA” | CMIA

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AGENDA | RECURSOS


RECURSOS O Pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Viana do Castelo dispõe de três equipamentos direcionados à formação e informação ambiental. Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental Integrado no antigo moinho de maré, também conhecido como Azenhas de D. Prior, dispõe de uma sala de exposição permanente, uma sala de exposições temporárias, uma sala de atividades, um laboratório e uma biblioteca.

Parque Ecológico Urbano Parte integrante do estuário do rio Lima, este espaço natural, com cerca de 20 hectares, está contíguo ao Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental. É o primeiro Parque de halófitas de Portugal no qual se dinamizam diversas atividades, para grupos, de interpretação ambiental e de conservação da natureza.

Centro de Mar O Centro de Mar é um projeto alargado de promoção da cultura e vivência marítimas que vai desde o conhecimento e investigação dos ecossistemas marinhos, passando pelas tradições ligadas ao mar até novas economias emergentes ou “blue economie”. Fisicamente, este conceito está dotado de um Centro de Interpretação Ambiental e de um Centro de Documentação Marítima, sedeados na ré do Navio-hospital Gil Eannes, acessível a todos os públicos.

EXPOSIÇÃO PERMANENTE | MOINHO DE MARÉ No Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental pode visitar gratuitamente esta exposição que retrata a história daquela que foi outrora uma importante indústria vianense. Notável exemplo de eficaz e sustentável utilização de recursos naturais para obtenção de energia.

Acesso gratuito. Visita livre ou guiada (através de marcação prévia no site do CMIA). EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS Poderá encontrar sempre oferta variada no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental e no Centro de Mar, com temas variados. A informação relativa a este recurso – temas e períodos de exposição – vai sendo periodicamente atualizada no site do CMIA.

Acesso gratuito. Visita livre ou guiada (através de marcação prévia no site do CMIA). EXPOSIÇÕES ITINERANTES São mais de 14 os temas disponíveis para empréstimo para qualquer entidade que queira usufruir deste recurso. As exposições são concebidas de forma a serem facilmente transportáveis numa viatura ligeira. A memória descritiva destas exposições encontra-se disponível no site do CMIA.

Empréstimo gratuito. Requisição prévia no site do CMIA. ATIVIDADES PARA GRUPOS Temos preparada uma oferta variada de atividades em diferentes temas – litoral, floresta, água, resíduos, etc. – direcionadas para diferentes faixas etárias. As atividades não exclusivamente destinadas a grupos escolares e podem ser dinamizadas num destes três equipamentos municipais ou em espaços exteriores.

Atividades gratuitas. Agendamento prévio no site do CMIA.

PROJETOS EDUCATIVOS Oferta direcionada às escolas do concelho de Viana do Castelo preparada no início de cada ano letivo. São apresentados temas diretamente relacionados com os ecossistemas emblemáticos deste concelho assim como ligados à sustentabilidade dos recursos.

Acesso gratuito. Requer inscrição prévia. MATERIAIS PEDAGÓGICOS Dispomos de um conjunto de materiais de que poderá usufruir em contexto formativo. Protocolos de atividades, matérias para saídas de campo, jogos didáticos, livros, são alguns dos exemplos de materiais pedagógicos que poderá utilizar.

Empréstimo gratuito. Requisição prévia no site do CMIA. CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO MAR Parte integrante do Centro de Mar, este espaço disponibiliza informação diversa e em diversos formatos relativamente ao mar. Poderá aqui efetuar pesquisa por tema e saber onde pode encontrara a informação que procura. Acolhemos ainda documentação que entidades, associações, pessoas em nome individual, outras, nos queiram facultar para registo neste espólio marítimo.

Acesso gratuito. Aberto ao público à 3ª, 5ª e Sábado. PUBLICAÇÕES Todas a publicações editadas pelo Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental, Parque Ecológico Urbano ou Centro de Mar estão disponíveis no Centro de Recursos do CMIA e também no website. Poderá requisitar por um período limitado de tempo para consulta, descarregar do website ou solicitar vários exemplares, se devidamente justificado.

Empréstimo gratuito. Requisição nas instalações do CMIA. WORKSHOPS Dinamizamos periodicamente atividades teórico-práticas direcionadas ao público em geral, com recursos a formadores externos. A informação relativa a este recurso vai sendo periodicamente atualizada no website do CMIA. Acolhemos ainda sugestões de temas que considere conveniente serem tratados.

Valor sob consulta. Inscrição prévia via email do CMIA. VOLUNTARIADO AMBIENTAL Este é um projeto focado em três áreas específicas: 1. identificação de arrojamento de animais marinhos, 2. proteção de ninhos de Borrelhode-coleira-interrompida e 3. limpeza de espaços naturais. Cada projeto tem uma dinâmica própria e específica que é apresentada previamente a quem neles pretenda participar. Poderá ainda aderir ao Banco Local de Voluntariado onde usufrui de outras vantagens.

Atividades gratuitas. Requer inscrição prévia via email do CMIA. MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL Compilamos e coligimos informação de diversos indicadores ambientais – resíduos, ruído, qualidade do ar, qualidade da água - que são posteriormente divulgados no website do CMIA.

Acesso gratuito. RESERVA DE SALA É possível utilizar, de forma contextualizada, os diversos espaços que estes três equipamentos municipais dispõem. No Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental pode requisitar a sala de atividades, a sala de exposição ou o laboratório. No Centro de Mar poderá requisitar o auditório, a sala de reuniões, a sala exposições - piso entrada ou a sala de exposição - piso inferior.

Empréstimo gratuito. Requisição através do email do CMIA.

à lupa! | edição nº10 | ano III


Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental | Parque Ecológico Urbano Rua da Argaçosa | 4900-394 Viana do Castelo Horário Segunda 14h30 às 18h00 Terça a Sexta 10h00 às 13h00 e 14h30 às 18h00 Sábado 10h00 às 13h00 | Domingo encerrado www.cmia-viana-castelo.pt T 258 809 362 | cmia@cm-viana-castelo.pt

Centro de Mar centro de interpretação ambiental e centro de documentação do mar Ré do Navio Hospital Gil Eannes Doca Comercial | 4900 Viana do Castelo Horário

Segunda encerrado | Terça a Domingo 10h00 às 19h00 T 258 809 303 | centrodemar@cm-viana-castelo.pt | cdmar@cm-viana-castelo.pt


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