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500 anos do Foral de Aldeia Galega outubro

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O centro histórico da cidade recebeu milhares de pessoas na Feira Quinhentista. Três dias de regozijo com muita animação e folia, num ambiente de convívio social e cultural da época. Pág. 5

Mercado em requalificação A obra contempla a reabilitação integral da zona das frutas e legumes; a criação de novos espaços para as bancas de charcutaria e miúdos; a repavimentação do espaço da peixaria e a resolução do acesso ao monta-cargas. Os acessos pedonais serão também reformulados para permitir a circulação de pessoas com mobilidade reduzida. Toda a rede de telecomunicações, abastecimento de água e eletricidade será renovada. Pág. 3

Entrevista Nuno Canta

Um Ano de Mandato

“É preciso olhar com lucidez e ambição para o Montijo” Págs. 6-7

Câmara empenhada na manutenção dos espaços verdes

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Montijo hoje | OUTUBRO de 2014

Dia Mundial do Turismo A Câmara Municipal do Montijo voltou a assinalar o Dia Mundial do Turismo, 27 de setembro, com iniciativas promotoras dos produtos e das potencialidades turísticas da nossa região, evidenciando a importância do turismo para o desenvolvimento do concelho. No dia 27 de setembro, no stand da câmara na Feira Nacional do Porco, decorreu uma animada prova de vinhos. “Os Rosés da Península” que aliou os vinhos rosé às carnes frias do concelho, numa mostra de perfeita simbiose entre estes dois produtos da nossa região. Com o objetivo de demonstrar a estreita ligação da cidade ao rio, no dia seguinte teve lugar um passeio turístico que reuniu uma dezena de participantes na visita ao Museu do Pescador e à Frente Ribeirinha. O passeio terminou com um almoço na Feira Nacional do Porco.

Êxito da Feira Nacional do Porco A 22.ª Feira Nacional do Porco, que decorreu entre 26 e 28 de setembro no Parque de Exposições do Montijo, foi marcada pelo sucesso. Sucesso de público, com a presença de milhares de visitantes; de representação institucional, com a visita da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas; e de representação empresarial com mais de 200 empresas ligadas ao sector a integrar o leque de expositores. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, classificou o evento como “o início de um novo ciclo no investimento, no conhecimento, na competitividade e na qualidade da fileira suinícola nacional”, acrescentado que apesar das dificuldades de ordem diversa que o sector tem enfrentado, a “Feira Nacional do Porco continua a afirmar-se como uma das grandes realizações do país nesta área”. O autarca sublinhou que muitas das novas dinâmicas empresariais resultam da aposta da autarquia em “acolher, facilitar, simplificar e incentivar o investimento local. Saliento, a título de exemplo, a alteração que fizemos recentemente ao Plano Diretor Municipal, no sentido de um licenciamento mais célere das explorações agrícolas”.

Na sua passagem pela Feira do Porco, a ministra da Agricultura e do Mar enalteceu o dinamismo do sector, realçando que “a suinicultura é uma fileira grande com muitos serviços e bens a serem prestados, muitas empresas envolvidas a montante e a jusante e isso é extraordinariamente positivo e era bom que em outros sec-

tores também pudéssemos desenvolver esta lógica de fileira”. Vitor Menino, presidente da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores (FPAS) e da Comissão Organizadora da Feira Nacional do Porco, declarou que o certame quer “afirmar-se como uma referência ibérica na suinicultura e o seu principal objetivo

é devolver a esperança e o investimento ao sector suinícola”. Durante três dias, o evento reuniu visitantes e especialistas do sector que puderam assistir a diversos workhops, jornadas técnicas e espetáculos, num programa de atividades versátil e variado que atraiu milhares de pessoas.

Montijo festejou Dia Mundial do Animal Homenagem à Música Pelo terceiro ano consecutivo, no dia 4 de outubro, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Música, alunos e professores do Conservatório Regional de Artes do Montijo (CRAM) em parceria com a Câmara Municipal do Montijo espalharam música pela cidade. Uma homenagem à música e a todos os músicos do concelho. A Orquestra e o Coro do CRAM actuaram no coreto na Praça da República e realizaram-se ensaios abertos junto à Galeria Municipal, seguindo-se um cortejo musical, até ao Cinema Teatro Joaquim d’Almeida (CTJA). As comemorações do Dia da Música terminaram com uma aula de “Urban Dance” ao ar livre, ficando a promessa de que para o ano há mais!

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A Praça da República foi palco das comemorações do Dia Mundial do Animal, no dia 4 de outubro. Este ano, a iniciativa foi apadrinhada pelo músico montijense Paulo Vintém que trouxe o seu simpático amigo de quatro patas, o Beat. A adesão dos munícipes detentores de animais foi notória, so-

bretudo no Desfile de Modelos Caninos que contou com a participação de mais de 20 canídeos de variadas raças e tamanhos. Um momento de brincadeira e descontração que serviu para “premiar” os nossos fiéis amigos. Dos cinco animais do Canil Municipal que estiveram pre-

sentes, duas cadelinhas foram adotadas. Durante a tarde, o Doggy Clube realizou uma demonstração de treino e obediência dos seus canídeos. O Dia Mundial do Animal foi organizado pela Câmara Municipal do Montijo, com o apoio do grupo de voluntários Fraternal e do comércio local.

Ficha Técnica Periodicidade Bimestral | Propriedade Câmara Municipal do Montijo | Diretor: Nuno Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal do Montijo | Edição Gabinete de Comunicação e Relações Públicas | Impressão Sogapal – Comércio e Indústria de Artes Gráficas, S.A. | Depósito Legal 376806/14 | Tiragem 5 000 | ISSN 2183-2870 | Distribuição Gratuita


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editorial

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Um ano de mandato H

á praticamente um ano os montijenses responsabilizaram o Partido Socialista pela presidência da Câmara Municipal do Montijo, num gesto de confiança que nos sensibilizou e honrou. Ao longo deste ano, temos procurado honrar esse compromisso no sentido de contribuir para construir um concelho mais desenvolvido e sustentável, uma cidade mais justa e solidária. Neste âmbito, a educação, o conhecimento e a cultura têm merecido do executivo municipal uma atenção especial por serem áreas fundamentais para o desenvolvimento social, ambiental e económico da nossa terra. As comemorações dos 500 anos do Foral de Aldeia Galega, o trabalho com as academias seniores do concelho, as parcerias com as universidades, nomeadamente com a Universidade Aberta, são alguns exemplos de ações voltadas para a cultura, educação e conhecimento. No último ano continuámos a assumir a de-

Câmara mantém redução da taxa de IMI A Câmara Municipal do Montijo deliberou fixar as Taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 0,45 por cento não aplicando, pelo segundo ano consecutivo, as taxas máximas previstas na lei. A proposta foi aprovada na reunião pública de 3 de setembro, com os votos favoráveis do PS e as abstenções do PSD e da CDU. O IMI é um imposto que incide sobre o valor patrimonial tributário dos prédios (rústicos, urbanos ou mistos). No primeiro semestre de 2014 foram arrecadados 3,7 milhões de euros de IMI. Comparativamente ao período homólogo do ano de 2013 em que se arrecadou 3,2 milhões de euros representando um acréscimo de 16 por cento. “Perante um cenário de continuidade das políticas de austeridade e na ausência de medidas para o crescimento económico da economia, a Câmara Municipal do Montijo aprovou a manutenção das medidas de desagravamento fiscal das famílias montijenses”, esclareceu o presidente, em reunião de câmara.

fesa da escola pública, com uma política de aproximação e de investimento nos equipamentos escolares e de apoio no fornecimento de refeições, de manuais e de transportes escolares às crianças. Nos finais de 2013 incrementámos medidas de grande equilíbrio e rigor financeiro e conseguimos pagar, na totalidade, o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) que a autarquia tinha recorrido em 2012 com cerca de 800 mil euros. Mesmo assumindo o pagamento deste encargo, o nosso equilíbrio e estabilidade financeira permitiu-nos fazer um desagravamento fiscal este ano e que irá continuar no orçamento para 2015. Baixámos 10 por cento na taxa de incidência do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis). Baixámos também o IRS em 1 por cento, devolvendo essa percentagem aos nossos munícipes. Temos ainda uma isenção de derrama, um imposto que incide sobre o IRC das empresas, para um volume de negócios abaixo dos 150 mil euros.

Está praticamente finalizada a alteração ao regulamento do PDM, que segue os passos da revisão, feita em tempo recorde de seis meses devido ao empenhamento das entidades públicas como a CCDR, que consiste no alargamento dos índices de ocupação do solo para instalação de estufas de flores e suiniculturas. Isto porque temos muitas explorações de floricultura e suinícolas que não estão legalizadas porque o PDM era demasiado restritivo. A requalificação do Mercado Municipal n.º1, que pode funcionar como espaço âncora do comércio do Montijo, o contrato de aquisição de serviços de manutenção de espaços verdes na União de Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, na União de Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro - Jardia e na Freguesia de Sarilhos Grandes são mais dois exemplos de decisões orientadas para dar mais qualidade de vida a toda a comunidade montijense.

empobrecimento, levar agora mais austeridade às populações locais, obrigando os municípios a suportarem dívidas contraídas por outros municípios. Os Municípios que recorrem ao Fundo de Apoio Municipal celebram um contrato com o Estado a que é dado o nome de Programa de Ajustamento Municipal, sendo metade do dinheiro para este programa suportado pelas receitas de municípios que têm as suas contas em dia e em nada contribuíram para as dívidas contraídas por outros. No caso do município do Montijo, os munícipes montijenses vão ter de contribuir com 1,3 milhão de euros para esse programa, dinheiro que devia e, assim, não pode ser investido no concelho do Montijo.

Pena é que o governo central não reconheça o esforço de investimento dos municípios e decida, na continuidade da sua política de

Mercado Municipal em requalificação A obra do Mercado Municipal arrancou no passado mês de setembro. Neste momento já estão concluídos todos os trabalhos de demolição, decorreu, igualmente, a execução da nova rede de esgotos domésticos e iniciaram-se as intervenções ao nível dos trabalhos de betão armado e alvenarias. A intervenção de remodelação e requalificação do Mercado Municipal é superior a 640 mil euros e pretende não só dar uma nova imagem a este espaço nobre da cidade, como também adequá-lo às exigências comerciais, higinosanitárias e funcionais do século XXI. A obra contempla a reabilitação integral da zona das frutas e legumes; a criação de novos espaços para as bancas de charcutaria e miúdos; a repavimentação do espaço da peixaria e a resolução do acesso ao montacargas. Os acessos pedonais se-

rão também reformulados para permitir a circulação de pessoas com mobilidade reduzida. Toda

a rede de telecomunicações, abastecimento de água e eletricidade será renovada.

O exterior do edifício também será intervencionado através da remoção de infraestruturas não utilizadas; ações pontuais de enquadramento paisagístico, concretamente na Praça exterior a Sul; substituição dos quiosques existentes; e pintura do edifício. O prazo de conclusão previsto é final de Abril de 2015 e, até lá, o Mercado Municipal encontrase a funcionar em instalações provisórias na Rua António Semedo. A Câmara Municipal do Montijo acredita que esta intervenção no Mercado Municipal é fundamental para a valorização do espaço e para potenciar a sua utilização e frequência, criando, assim, condições para a cidade do Montijo ter um Mercado Municipal de excelência.


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Estórias com História

Aldeia Gallega e os seus Forais Manuelinos 2.ª Parte Como já foi referido Aldeia Gallega possui então a particularidade de ter duas cartas de Foral, uma datada de 1514 e outra de 1515. Enquanto a primeira menciona somente a Aldeia Galega, a segunda refere também Alcochete uma vez que foi atribuída em conjunto com Aldeia Gallega. Hoje em dia existe, apenas em termos físicos, a segunda carta de Foral exposta no Museu Municipal de Alcochete, uma vez que é pertença daquele município embora o exemplar em questão seja o que pertence ao senhorio, pelo que deveria de ser o exemplar que pertenceria obrigatoriamente à Ordem de Santiago e, como tal, estar no seu arquivo. Isto mesmo se pode constatar no fólio XIII da citada carta de Foral onde no fim da página, após a assinatura de Rui Boto, se lê Foral para Alcochete e Aldeia Gallega, para o senhorio. Isto coloca-nos uma questão. Se este é o exemplar que pertence ao senhorio, embora esteja na posse da Câmara de Alcochete, o que será feito do exemplar que obrigatoriamente pertencia à referida câmara? Uma vez que os forais eram feitos em triplicado, ficando um para a câmara da localidade ao qual este se destinava, outro para o senhorio, neste caso seria a Ordem de Santiago e finalmente um outro exemplar destinado à Torre do Tombo. Por outro lado, os vistos em correição que este Foral ostenta foram

todos exarados nos séculos XVII e XVIII, portanto durante as centúrias de seiscentos e setecentos e não como seria lógico e acontece por exemplo no Foral de Alhos Vedros em que estes foram efectuados logo desde o século XVI. No que diz respeito ao Foral de 1514, não chegou aos nossos dias o exemplar que em tempos a Câmara de Aldeia Gallega possuía, uma vez que, no primeiro quartel do século XVII, mais precisamente a 14 de Julho de 1614, foi objecto de traslado. Isto mesmo se pode deduzir do seguinte “… o qual treslado eu

Ora após esta breve explicação, uma questão se coloca: o porquê da atribuição de duas cartas de Foral a Aldeia Gallega num intervalo tão curto de tempo e com uma especificidade dualista. Assim, uma possível explicação para tal facto, poderia, segundo os estudos de Mário Balseiro Dias, apontar para a hipótese também defendida por João Luís da Cruz de que a outorga do Foral de 1515 pretendia anular o anterior de 15142. Por outro lado, mais recentemente, João Alves Dias3 avança com a hipótese de que a duplicação de forais tem origem na administração que a Ordem de Santiago fazia da região e na sua distribuição em freguesias. Aqui, deve-se entender o termo freguesia no contexto eclesiástico do mesmo, uma vez que os novéis concelhos se encontravam inseridos na área de circunscrição da Freguesia de Santa Maria de Sabonha.

Matheus daguiar escryvão dos tombos das comendas da mesa mestral da ordem cavalaria do mestrado de são tyago tresladey do próprio foral q.e está no cartório da ditta cam.ê d’Aldeagallega de Ribatejo …”, e caso houvesse

dúvida de onde o referido Foral estava mais a frente se informa que “… o ditto foral torney ao escryvão da ditta camera”1.

Portanto não existem dúvidas da sua existência na posse da Câmara de Aldeia Gallega pelo menos no espaço de aproximadamente um século após a sua outorga. Malogradamente a incúria dos homens, com o passar do tempo, fê-lo desaparecer. No entanto nem tudo se perdeu, uma vez que o traslado existente salvou para memória futura o texto do Foral que D. Manuel deu à então vila na centúria de quinhentos.

Joaquim Baldrico

Traslado do foral dado a Aldeia Galega em 1514

(Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Ordem de Santiago Convento de Palmela, B50, livro 103, f. 15-26v.º).

O traslado existente salvou para memória futura o texto do Foral que D. Manuel deu à então vila na centúria de quinhentos.

1 Rui de Mendonça, Vila do Montijo, Montijo, 1956, pág. 40. 2 Mario Balseiro Dias, Monografia do Concelho de Alcochete (Séculos XII– -XVI) – Volume I Administração, Montijo, Ed. Autor, 2004, pág. 106. 3 João José Alves Dias, Foral de Aldeia Galega do Ribatejo 1514, Montijo, Câmara Municipal de Montijo, 2014, pp. 11 – 38.

Eduardo Gageiro na Galeria Municipal Até 14 de novembro, a Galeria Municipal do Montijo tem patente a exposição “40 fotos nos 40 anos do 25 de Abril”, de Eduardo Gageiro. A exposição é uma edição da Associação de Municípios da Região de Setúbal e pretende comemorar os 40 anos da revolução de Abril e enaltecer o trabalho artístico do fotógrafo que, como poucos,

captou os momentos e o pulsar da revolução. A mostra foi inaugurada no dia 12 de outubro com a presença do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, que considerou Eduardo Gageiro um dos maiores fotógrafos portugueses. Sobre o tema de exposição, o autarca salientou a importância do 25 de Abril de 1974, classi-

ficando-o como “o fim de um ciclo, o início da aproximação à Europa e à integração europeia que acelerou transformações estruturais e, também, evidenciou debilidades que não podemos hoje negligenciar. É todo este espírito histórico que mostramos nesta exposição pelo olhar atento de Eduardo Gageiro no ano em que se comemora 40 anos do 25 de abril, evocando o legado mais valioso que nos foi oferecido: a liberdade”, declarou. Eduardo Gageiro viveu o 25 de abril intensamente. 40 anos depois, na inauguração desta sua exposição na Galeria Municipal do Montijo, o artista deixou expressa a sua preocupação pelas “desigualdades sociais que persistem e o fosso entre ricos e pobres que é ainda maior. Em Portugal, em 2014, há pessoas com fome”, afirmou. Durante cerca de uma hora, Eduardo Gageiro presentou o público com um magnífico percurso pela exposição, preenchido com detalhes de cada fotografia e com memórias valiosas sobre Portugal antes do 25 de abril e

sobre a Revolução dos Cravos. Eduardo Gageiro nasceu em Sacavém a 16 de Fevereiro de 1935. Com 12 anos publicou no Diário de Notícias, com honras de primeira página, a sua primeira fotografia. Foi fotógrafo em várias publicações. Hoje é freelancer. Comendador da Ordem

do Infante D. Henrique, realiza exposições individuais e coletivas, frequentemente, tanto em Portugal como no estrangeiro. A exposição “40 fotos nos 40 anos do 25 de Abril” pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.


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Recriação inédita de Aldeia Galega assinala 500 anos do Foral “Com a comemoração dos 500 anos do Foral de Aldeia Galega do Ribatejo, a cidade do Montijo celebrou um dos momentos mais importantes da sua história coletiva. É fundamental que a extraordinária recriação dos tempos de Aldeia Galega possa ser olhada como um momento de enriquecimento cultural, entendida e valorizada como tal”. As palavras são de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo. Montijo reviveu tempos de Aldeia Galega do Ribatejo do séc. XV com a Feira Quinhentista que decorreu entre 12 e 14 de setembro. Recriações históricas baseadas em factos e lendas, desfiles, duelos, mercados e mercadores, música, dança, tascas e tabernas nada faltou a esta feira. O centro histórico da cidade recebeu milhares de pessoas. Muitas vestiram-se a rigor para encarnar personagens do clero, nobreza e povo. Três dias de regozijo com muita animação e folia, num ambiente de convívio social e cultural da época. Um dos vários momentos comemorativos dos 500 Anos do Foral Manuelino organizado pela Câmara Municipal do Montijo e a

ALIUSVETUS -Associação Cultural História e Património, com o apoio da Junta da União de Freguesias Montijo/Afonsoeiro. Lançamento do Foral e Ciclo de Conferências

As comemorações tiveram continuidade no dia 15 de setembro com a sessão solene evocativa dos 500 Anos do Foral, na Galeria Municipal, onde foi apresentado o livro “Foral de Aldeia Galega do Ribatejo 1514” da autoria de João José Alves Dias. O autor, diretor do Centro de

Estudos Históricos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (UNL), conceituado historiador com várias obras e estudos publicados, apresentou o Foral de Aldeia Galega do Ribatejo numa conferência sob o título “Uma história diferente: o Foral de Aldeia Galega do Ribatejo”. Esta seria a primeira de um ciclo de conferências que a Câmara Muncipal do Montijo vai realizar até janeiro de 2015, todos os meses, no auditório da Galeria Municipal, com historiadores locais e nacionais. Em setembro, Adelaide Millan Costa, professora de História na Universidade Aberta realizou a conferência sobre o título “Os concelhos portugueses na idade média: autonomia e identidade” e no dia 11 de outubro, Mário Balseiro Dias, Mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa proferiu uma confe-

rência dedicada ao tema “Aldeia Galega do Ribatejo e a Posta”. A próxima conferência terá lugar no dia 1 de novembro, pelas 16h00, na Galeria Municipal. O conferencista orador André Fernandes, doutorando e investigador

da Universidade Nova de Lisboa/ Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, abordará o tema “Das Funções Litorais à Industrialização Moderna: as Frentes Ribeirinhas da Margem Sul do Tejo em Perspetiva”. A entrada é livre.


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Entrevista Nuno Canta

“É preciso olhar com lucidez e ambição para o Montijo” Decorrido um ano de mandato, Montijo Hoje entrevistou o presidente da Câmara Municipal, Nuno Canta, no sentido de saber quais as principais mudanças operadas neste período. Montijo Hoje: Passou um ano sobre a sua eleição como Presidente da Câmara Municipal do Montijo. Neste período, quais as principais obras que foram executadas ou estão em execução? Presidente: No meu primeiro ano de mandato como presidente da câmara levantei bandeiras e defendi causas, como a Escola Pública, a cultura, o Serviço Nacional de Saúde, os serviços públicos, a reabilitação urbana, o emprego e a justiça. Ao fazê-lo, sei que estou a ir ao encontro das aspirações dos montijenses e das instituições de que depende a preparação do nosso futuro coletivo e às quais me tenho esforçado por dar voz. O contacto em proximidade com as mais variadas realidades torna, cada vez mais, visível como o poder local está pronto para aceitar novas responsabilidades e projetar novos contributos para o desenvolvimento, numa perspetiva integrada e multinível. Temos colocado um acento tónico numa gestão de rigor, com as contas em dia, sem pagamentos em atraso, e ainda como motor da economia local. Uma câmara financeiramente equilibrada deixa de ser um problema para a cidade, cria confiança nos investidores e passa a ser um instrumento para a resolução dos problemas como o desemprego, a escola pública, a habitação, o espaço público, o abastecimento de água, a iluminação pública e a solidariedade aos mais necessitados. MH: A redução da carga fiscal enquadra-se nessa lógica de solidariedade? P: Sim, claro. A redução do endividamento municipal, o pagamento integral do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), a redução do Imposto Municipal sobre Imóveis em dez por cento, a redução do IRS em um por cento, a isenção da Derrama Municipal para volumes de negócio inferiores a 150.000 euros representaram em 2014 um enorme esforço orçamental em favor das famílias, das empresas e dos trabalhadores. Ao contrário do que se verificou no país com as políticas de empobrecimento do Governo, conseguimos demonstrar que podemos reduzir os impostos e ao mesmo tempo continuar a realizar investi-

mentos considerados estratégicos para o desenvolvimento, como no comércio de proximidade, no apoio ao investimento das empresas, na habitação social, nas vias de comunicação, na escola pública e na cultura. MH: Essa redução da carga fiscal obstaculizou a realização de investimentos públicos? P: Os investimentos em execução permitem afirmar que o Montijo continua a qualificar o seu território e a capacitar as suas populações. Referimo-nos à recuperação dos fogos de habitação social para arrendamento a famílias mais vulneráveis; à abertura das lojas sociais; à cedência de terrenos de equipamento para Instituições de Solidariedade Social; à instalação do Museu do Pescador na antiga Escola Conde Ferreira; à recuperação do Mercado Municipal, uma âncora para o comércio local; ao calcetamento da Rua Miguel Pais, para melhorar o conforto público dos espaços comerciais do Cais dos Vapores - as Docas do Montijo; à construção do préescolar do Alto-Estanqueiro, que completará a rede de pré-escolares no concelho; à instalação de semáforos para controlo de velocidade na Avenida Garcia de Orta, para aumentar a segurança rodoviária no atravessamento dos alunos da Escola Integrada do Areias e Esteval; ao abastecimento de água ao Seixalinho; à remodelação da rede de esgotos da Rua Cidade de Coimbra; às pavimentações diversas nos vários arruamentos da cidade. A obra também é imaterial, na criação de conhecimento, como o Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta, a Universidade Sénior, a Academia Sénior de Pegões, a Academia Sénior do Alto-Estanqueiro Jardia, o Montijo Lugar de Encontros, a Feira Nacional do Porco. As iniciativas de adesão ao Pacto dos Autarcas, o Dia do Animal, a Semana Verde do Montijo, a Semana Europeia da Mobilidade deram continuidade a uma política de ambiente coerente e que afirma o Montijo internacionalmente. A alteração ao Regulamento do Plano Diretor Municipal, realizada em apenas seis meses, será um contributo determinante para o desenvolvimento de uma política local de apoio às atividades agrícolas tradicionais, suinicultura e floricultura, criando condições para o investimento e a criação de emprego. MH: Em termos de política cultural quais as principais iniciativas levadas a cabo durante este ano? P: Governamos para que todos os montijenses sintam orgulho na sua cidade, cultura e tradição. Esse é o grande objetivo que nos norteia.

Pretendemos o reencontro das pessoas, das artes, da natureza, da cultura, o envolvimento das forças vivas da cidade, públicas e privadas, a participação dos cidadãos numa programação cultural e turística diversificada que inclui a música, a dança, o teatro, a gastronomia, o artesanato, o turismo e o desporto informal. O fundamento de um projeto tão alargado é a defesa da tolerância como condição indispensável ao progresso, ao avanço e ao desenvolvimento humano e cultural da nossa terra. MH: O município tem valorizado a identidade concelhia? P: Totalmente! Um fator de reforço da nossa identidade é a defesa e valorização do património

cultural. O consenso democrático em torno do património pode e deve ser aprofundado, assumindo o património como um conceito alargado e que abrange realidades muito amplas e diversas: os monumentos, os documentos, as obras de arte, a paisagem, o saber, as memórias, as representações e os símbolos. Somos herdeiros de uma cultura de que nos orgulhamos e de uma história secular, com luzes e sombras que assumimos. Somos hoje uma cidade livre e democrática, tolerante e criativa. Uma cidade que não esquece as comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino de Aldeia Galega de 1514, a memória na Feira Quinhentista, o desenvolvimento económico na Feira Nacional do Porco, a animação do centro da cidade com o Montijo Lugar de Encontros, o Modelscala e o Anim’art Montijo; que não abandona o património com a abertura do Museu do Pescador; que não limita a diversidade criativa nos espetáculos musicais e nas manifestações artísticas expostas na Galeria Municipal; que não esquece os espetáculos no Ci-

nema Teatro Joaquim d’ Almeida; que não abandona o património museológico Agrícola da Atalaia e do Moinho de Maré; que não esquece as suas tradições taurinas e a justa homenagem ao forcado montijense; que não abandona as suas tradições nas diversas festas populares. MH: Como se constrói a unidade do Montijo? P: Em democracia, a unidade do Montijo constrói-se culturalmente na diversidade, no pluralismo e na diferença. Sabemos que uma sociedade moderna é feita de equilíbrios que se procuram e que nunca são definitivos, pois estão sujeitos, como é conhecido, a forças de integração e de desintegração. Ter isso presente é ter a

tes artistas são fruto de uma visão consciente sobre a importância das manifestações culturais para a coesão, cultura e conhecimento da sociedade montijense. MH: Elegeu a Escola Púbica como uma das suas principais prioridades. Que passos têm sido dados neste sentido? P: O nosso futuro coletivo, na minha perspetiva, está na capacidade para reforçar a sociedade e na valorização do conhecimento. Está numa sociedade que se organiza com base no conhecimento. Não tenho dúvidas que o princípio organizador das sociedades democráticas, do desenvolvimento cultural e científico da humanidade, é a Escola Pública. A Escola Pública com todas as

“A maioria negativa do PSD e da CDU bloqueou (...) a construção de um novo Lar de Idosos e a criação de 150 postos de trabalho e votou contra a contratação de um empréstimo de tesouraria, que nunca tinha sido recusado pela oposição democrática”. consciência de que a coesão não nos é dada, que temos de construíla e aprofundar a cada momento. Hoje, aliás, as nossas sociedades são multiculturais e multiétnicas. Por isso, é tão importante cultivar uma visão aberta da diversidade da herança como cimento de uma cultura de tolerância. O combate à intolerância, ao racismo e à xenofobia passa pela consciência dessa abertura cultural. Tenho procurado estimular tudo o que se faz no sentido da descentralização cultural e da criação de novos públicos. Temos tido experiências muito promissoras, durante este último ano, iniciativas ousadas e bem-sucedidas no alargamento de públicos, em grupos sociais normalmente arredados da produção cultural. As parcerias que estabelecemos com diferen-

suas deficiências e dificuldades, não é apenas o lugar da pedagogia. Tem sido um espaço para aprender a viver e a conviver com os outros. Defendo o reforço da Escola Pública, defendo a exploração de todas as possibilidades das dimensões locais e sociais da educação, defendo o reforço da comunidade educativa, com os professores, pais, alunos e funcionários como a maneira de criar massa crítica para produzir cultura, para produzir desenvolvimento e para ganhar a nossa independência. MH: E quais os primeiros passos dados nesse sentido? P: Os primeiros passos têm sido no sentido de reforçar as infraestruturas escolares, numa visão de complementaridade ao trabalho realizado na rede de escolas pú-


OUTUBRO de 2014 | Montijo hoje

blicas nos últimos anos, com a criação de bibliotecas escolares, o reforço dos refeitórios escolares, das salas de estudo, dos pré-escolares, dos espaços desportivos e de recreio. Num país sujeito ao empobrecimento das famílias, aos cortes nos salários, nas reformas e nas pensões, as autarquias são chamadas, cada vez mais, a alargar os apoios sociais junto das famílias. Falamos das refeições escolares durante o ano letivo e nas pausas letivas, aquisição de manuais escolares, dos transportes escolares, bolsas de estudo a alunos carenciados e outros apoios que hoje absorvem grande parte dos nossos recursos financeiros. Além disso, na área da educação, parece-me urgente corresponder às expectativas criadas e dar apoio a iniciativas que manifestamente contribuem para a modernidade e racionalização das estruturas produtivas, apostando na promoção das condições de trabalho, na qualidade do emprego e no respeito pelos direitos de quem trabalha. Nesta perspetiva, não deixei de insistir na importância da ligação dos centros de investigação e estabelecimentos de ensino superior à comunidade empresarial e à sociedade e penso ser necessário, com persistência, colocar nas primeiras linhas da agenda política a questão da educação de segunda oportunidade para ativos menos qualificados. MH: Como tem sido para si governar com maioria relativa. O relacionamento com a oposição tem sido fácil, ou nem tanto? P: Este primeiro ano de mandato não foi isento de problemas e de dificuldades. A eles procurei responder com rigor, serenidade, discrição e firmeza, numa linha de conduta que é a minha e que, pelos sinais e testemunhos que me chegam, julgo ser compreendida pelo povo do Montijo. Considero que aos membros da Câmara Municipal do Montijo incumbe, ainda mais numa situação de maioria relativa, a responsabilidade de aproveitar as virtualidades dessa situação no sentido da realização das decisões necessárias, discutidas e participadas, sem cair na tentação fácil de invocar infundadamente os perigos da instabilidade para imposição de situações unilaterais ou, em contrapartida, convocar maiorias negativas pontuais com o sentido da mera obstrução política. Tal como aconteceu na discussão de algumas propostas, onde foi evidente a tendência para se confun-

dir o acessório com o essencial e, onde a maioria negativa do PSD e da CDU bloqueou, por exemplo, a construção de um novo Lar de Idosos e a criação de 150 postos de trabalho e votou contra a contratação de um empréstimo de tesouraria, que nunca tinha sido recusado pela oposição democrática, visto que é um ato de boa gestão e garante, nos momentos de menor receita, o pagamento dos salários aos trabalhadores do município. A maioria negativa do PSD e da CDU voltou a funcionar nas votações sobre a proposta dos Acordos de Execução com as Juntas de Freguesias, processo em que a oposição rasgou literalmente o entendimento entre os diferentes partidos sobre o apoio às freguesias, unicamente para criar dificuldades à gestão socialista ou, ainda, na proposta para a desbaratização e desratização da cidade. MH: E o que fez para contrariar essas dificuldades? P: Procurei, pela minha parte, contribuir para que isso não acontecesse, chamar permanentemente a necessidade de centrar o debate político nas questões em que verdadeiramente está em causa o nosso destino coletivo. Procuro, igualmente, cumprir integralmente a legislação em vigor, como é o caso do Estatuto do Direito de Oposição. Da aptidão que tivermos em resolver estas questões dependerá muita da capacidade local para enfrentar os desafios que esta crise nos coloca e para contribuirmos também, no plano municipal, para inverter a política de empobrecimento que o Governo decidiu aplicar aos montijenses. MH: Há quem continue a queixar-se da falta de limpeza das ruas, nomeadamente em zonas como o Afonsoeiro ou a Atalaia. Esta realidade confirma-se ou não fazem sentido estas críticas? P: As críticas desde que sérias são muito importantes para a administração corrigir as suas dinâmicas e processos. Portanto a crítica construtiva é um elemento decisivo em democracia. Vivemos tempos de dificuldade. Conheço bem essas dificuldades, que acompanho de perto, como é meu dever. Entendo que a minha função é responder, com trabalho e inteligência, para que o Montijo eleve os níveis de desenvolvimento e de qualidade do espaço público. Temos de entender que a cidade é um organismo vivo, são necessários mecanismos de manu-

tenção permanentes, e que esses mecanismos só podem funcionar quando existem recursos financeiros e humanos. Tenho referido que a atual conjuntura económica e financeira é muito limitadora de respostas eficazes e duradouras, mas estamos a trabalhar para resolver esse bloqueio de gestão recorrendo à contratação de empresas externas. Espero que as outras forças políticas nos acompanhem nesta resposta aos nossos problemas de manutenção do espaço público da cidade. A democracia portuguesa deve muito ao poder local. Por isso, se quisermos honrar a memória do 25 de Abril, devemos delegar nas freguesias competências para a manutenção do espaço público, pela proximidade, pela cidadania, pela competência. MH: Que importância atribui às freguesias? P: As freguesias são cruciais numa estratégia de proximidade que queremos aprofundar junto dos cidadãos. Porque, nos locais onde se verificarem identidades fortes e homogéneas, é mais fácil alcançar consensos quanto à resolução de problemas e à concretização de políticas públicas. Neste sentido, quero testemunhar a ação exemplar que as freguesias vêm desenvolvendo, no concelho, cooperando com a câmara na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, no quadro das relações interadministrativas e no apoio aos montijenses e que muito tem prestigiado a administração autárquica no Montijo. MH: Quais as suas principais prioridades para o próximo ano? P: As prioridades para o próximo ano de mandato baseiam-se na continuidade da concretização do nosso programa eleitoral, de maneira a afirmar a cidade do Montijo como pólo de eventos, de criação de riqueza, de emprego, de cultura, mas também, na luta pela igualdade de oportunidades, na luta pelos mais vulneráveis da sociedade. Um vetor importante é a aposta nas pessoas. A aposta nas pessoas, na sua educação e formação, é hoje um fator decisivo para a identidade cultural e para a competitividade do Montijo. O combate à exclusão é um combate pela igualdade, pela dignidade da pessoa humana e pela cidadania plena. Em tempos de crise, temos de dar especial atenção à pobreza, que constitui uma das realidades mais dramáticas dos nossos dias. O pro-

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blema da pobreza não é de hoje, mas com as políticas de empobrecimento do Governo, este é atualmente um problema de todos e é como tal que tem de ser encarado. Há que exprimir a solidariedade onde ela é indispensável para contrapor ao desânimo. Dar forças aos que nas várias frentes, desde o combate à pobreza e à exclusão até à criação de emprego, todos os dias fortalecem o desenvolvimento do Montijo, o qual tem estado intimamente ligado à integração, à coesão e ao progresso social dos cidadãos.

tável, que valoriza a continuação de projetos como o Corredor Verde da Mundet, a criação de hortas sociais urbanas e os vários quilómetros de ciclovias. O desenvolvimento de uma Área de Reabilitação Urbana com qualificação do espaço público degradado, a criação de Zonas 30 e os benefícios fiscais para os proprietários que reabilitem os seus imóveis. Espero que muitos proprietários possam conhecer as possibilidades abertas por este programa de Reabilitação Urbana.

MH: Como garantir a continuidade desse progresso? P: Montijo é um bom exemplo da consciência do desenvolvimento sustentável, que não exclui nenhum cidadão, defende o ambiente, os recursos naturais, a tradição e a cultura. É, ainda, um exemplo do dever de humanizar a vida, de pormos o desenvolvimento ao serviço das pessoas, de respeitarmos o direito ao trabalho, de darmos à solidariedade um conteúdo universal. Outro aspeto importante da estratégia política que estamos a desenvolver é a revisão do PDM - Plano Diretor Municipal, que assumimos perante os montijenses finalizar no presente mandato. Neste domínio, é crucial para o desenvolvimento económico do Montijo as atividades agrícolas, desde a modernização das explorações e da certificação de qualidade dos produtos, até à exploração das potencialidades do turismo agro-rural e, localizadamente, dos recursos florestais, passando, em certos casos, por uma boa inserção da agricultura em processos de desenvolvimento agroindustriais. Queremos uma cidade susten-

“Há que exprimir a solidariedade onde ela é indispensável (...) dar forças aos que nas várias frentes, desde o combate à pobreza e à exclusão até à criação de emprego, todos os dias fortalecem o desenvolvimento do Montijo” Este mandato é, por isso, também o mandato adequado para olhar o futuro. Temos orgulho no que somos e nas realizações em que projetamos o que de melhor pudemos e sabemos, mas também estamos conscientes de que a encruzilhada é difícil e o espaço para a afirmação do Montijo e do seu povo não está garantido. Só nós o podemos garantir, com o nosso trabalho, inteligência, determinação e vontade. É preciso olhar com lucidez e ambição para o Montijo. Com proximidade e afeto para os montijenses.


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Novo JI do Alto Estanqueiro Até final de abril de 2015, estará concluído mais um equipamento da rede pública de ensino pré-escolar: o Jardim de Infância do Alto Estanqueiro. A obra avança a bom ritmo, dentro da calendarização prevista e, até ao momento, foram realizadas todas as demolições necessárias e está em fase de construção a estrutura de ampliação. Já se iniciaram, também, os trabalhos das redes de

água, esgotos e eletricidade, bem como a colocação da cobertura. A empreitada representa um investimento de 260 mil euros e permitiu a reconversão da desativada Escola Básica do Alto Estanqueiro, localizada junto ao antigo edifício da junta de freguesia. O edifício, ao estilo do Plano Centenário, manterá o desenho da sua fachada principal e serão criados novos espaços sob o alpendre

das traseiras para receber devidamente os alunos da faixa etária dos três aos cinco anos. Com este novo estabelecimento de ensino, a Câmara Municipal do Montijo continua a complementar a oferta educativa do concelho, num nível de ensino que, no plano nacional, apresenta grandes carências na oferta pública de ensino, numa aposta clara na Escola Pública.

Requalificação da Rua Miguel Pais Está em curso a obra de requalificação da Rua Miguel Pais que tem como objetivo a valorização estética e funcional daquela área junto ao rio. Um investimento de 82 mil euros que tem prazo de conclusão para janeiro de 2015. A obra pretende melhorar a interligação funcional e visual entre os diferentes elementos

constituintes daquela zona urbana, através da pavimentação e da criação de novas acessibilidades. A empreitada vai criar uma ampla zona pavimentada em calçada na Rua Miguel Pais para utilização pedonal como forma de proporcionar aos utilizadores um novo local de lazer, contemplação e valorização do rio, assim como de usufruto da oferta

comercial ao nível da restauração ali existente. Até ao momento, foram realizados os dois novos entroncamentos viários (perto do antigo Bingo) e iniciou-se a intervenção na Rua Miguel Pais. Está previsto também, numa fase mais avançada da obra, a intervenção ao nível de arborização e arranjos paisagísticos do Cais dos Vapores.

Alteração do PDM em fase final A necessidade de apoiar a dinâmica empresarial, a criação de emprego e o investimento económico no concelho, sobretudo em áreas de forte tradição e importância socioeconómica como a exploração agrícola, agropecuária e a floricultura, tem sido uma das prioridades e preocupações da Câmara Municipal do Montijo. A câmara pretende constituirse, cada vez mais, como um parceiro ativo do tecido empresarial, contribuindo para a resolução dos seus problemas e, por isso, iniciou um processo de alteração ao Regulamento do Plano Diretor Municipal do Montijo (PDM) que está em fase final, a aguardar o parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo para, posteriormente, ser enviado para deliberação da Assembleia Municipal e poder entrar em vigor. Este processo surgiu na sequência das dificuldades enfrentadas

pelos empresários dos sectores agrícola e agropecuário, uma vez que o PDM vigente não permite licenciar e regularizar estufas agrícolas num quadro de produção atual e inviabiliza a expansão ou ampliação de explorações agropecuárias em espaços agrícolas ou florestais. Perante a urgência na resolução destes problemas, designadamente por pressão da possibilidade de utilização pelos produtores dos apoios comunitários existentes, a câmara optou pela adaptação do texto do regulamento do PDM, procedendo à alteração dos artigos 31.º, 32.º e 36.º de modo a enquadrar urbanística e administrativamente o conjunto de condições necessárias para licenciar estufas agrícolas e explorações agropecuárias permitindo genericamente a implementação de processos de modernização das instalações e atividades de produção agrícola e agropecuária.

Semaforização da Av. Garcia de Orta A Câmara Municipal do Montijo iniciou o procedimento de semaforização da Avenida Garcia de Orta. Um investimento na ordem dos 13 mil euros que vai ao encontro das expetativas dos peões utilizadores daquele eixo rodoviário. A intervenção ganhou importância redobrada após a abertura da Escola Básica do Esteval, que veio colocar novos problemas de segurança rodoviária. Estão a ser instalados dois conjuntos de semáforos em duas zonas da Garcia de Orta, um dos

quais junto ao edifício da Jocafer para permitir exatamente a travessia pela comunidade educativa da Escola Básica do Esteval. Os semáforos instalados têm dupla funcionalidade: o controlo da velocidade por parte dos automobilistas e a passagem em segurança dos peões. A câmara acredita que esta solução responde adequadamente às solicitações dos munícipes e às necessidades, em termos de segurança rodoviária, que já tinham sido identificadas naquela via.


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Universidade Aberta

CLA Montijo uma porta aberta O Centro Local de Aprendizagem do Montijo da Universidade Aberta (UAb) abriu portas no final de Maio e abrange cerca de 700 alunos, dos vários níveis de ensino da UAb, residentes no norte da península de Setúbal. Alguns meses volvidos, fazemos um balanço de viva voz ao funcionamento desta estrutura, mas especialmente à sua importância no âmbito da oferta formativa da UAb. São, sobretudo, os alunos residentes nos concelhos do Montijo, Alcochete, Moita, Barreiro, Palmela e Sesimbra que recorrem ao Centro Local de Aprendizagem do Montijo (CLA Montijo) para obter apoio logístico e instrumental, para a coordenação do processo de avaliação presencial e para o esclarecimento de dúvidas relacionadas com matrículas, inscrições, plataforma de e-learnig, entre outras. A aposta na divulgação das atividades da UAb, tanto pela instituição como pela Câmara Municipal do Montijo, já começou a dar os seus frutos e o CLA Montijo tem recebido um número crescente de público interessado na oferta educativa e formativa da UAb.

Testemunhos Conhecimento, experiência, flexibilidade e exigência são palavras dominantes nos testemunhos de Rita Vasconcelos, 39 anos, gerente comercial, aluna do 3.º ano da licenciatura em Ciências

deram exigente, positiva e enriquecedora ao nível da aquisição de conhecimentos. A flexibilidade permitida pela plataforma de e-learning foi fator decisivo para o ingresso de Rita na UAb: “permite-me conciliar os horários pessoais e profissio-

“Qualquer munícipe fica satisfeito que a câmara da sua terra esteja a colaborar no desenvolvimento do conhecimento na sua área geográfica” nais com o estudo. Aliás, penso que o elearnig é o futuro”. Carlos Soeiro elege também a flexibilidade de horários como uma mais-valia, mas no seu caso acrescenta que a opção pelo Mestrado em Informação e Sistemas Empresarias esteve relacionada “com a necessidade de, mesmo já reformado, adquirir mais conhecimentos e este Mestrado aliava a experiência da UAb no elearning com os créditos de ensino do Instituto Superior Técnico. O curso tem sido mais exigente do que

“o CLA é uma mais-valia para dinamização da UAb e para a criação de oportunidades de acesso no Montijo, pois possibilita, a quem não possa deslocar-se a Lisboa, o acesso a um nível de estudos superiores e isso é positivo.” Socias da Universidade Aberta e de Carlos Soeiro, 68 anos, economista reformado, estudante do Mestrado de Informação e Sistemas Empresariais, uma parceria da UAb com o Instituto Superior Técnico de Lisboa. Dois alunos com percursos de vida pessoal e profissional muito distintos que têm em comum a experiência de ensino na Universidade Aberta, que ambos consi-

nós ou numa consulta mais incisiva nos manuais e os professores estão sempre disponíveis online”, esclarece A este propósito, Carlos Soeiro acrescenta que “o elearnig pode parecer estranho, mas é de fácil adaptação. Não é um processo de estudo inferior, antes pelo contrário. Tem vantagens e aconselho, a quem estiver restrito em termos de horários profissionais e familiares, a optar pela UAb”.

pensava e os resultados bastante positivos”. O elearnig é, aliás, a diferença substancial entre a UAb e qualquer outra instituição de ensino superior. Como explica Rita Vasconcelos, o que pode parecer facilitismo na realidade é um processo bem estruturado e exigente. “O simples facto de não haver aulas presenciais, leva-nos muitas vezes a dissipar dúvidas por

Sobre o CLA Montijo, Rita tem sido frequentadora mais assídua. Neste momento, já vai realizar os exames presenciais no CLAMontijo e considera-o “uma mais-valia para dinamização da UAb e para a criação de oportunidades de acesso no Montijo, pois possibilita, a quem não possa deslocar-se a Lisboa, o acesso a um nível de estudos superiores e isso é positivo. As próprias instalações demonstram, quer da parte da câmara quer da UAb, um interesse em cooperar da melhor forma”. Carlos Soeiro esteve presente na inauguração do CLA Montijo

e classifica-o como um espaço importante de dinamização da UAb e do concelho do Montijo. “É certamente uma mais-valia para o Montijo. Sei que se tiver um problema administrativo ou de outro género tenho aqui uma estrutura de apoio disponível. Qualquer munícipe fica satisfeito que a câmara da sua terra esteja a colaborar no desenvolvimento do conhecimento na sua área geográfica”, conclui. O CLA Montijo é, assim, mais uma estrutura dinâmica da UAb que lhe permite reforçar a sua posição de Universidade Portuguesa de Ensino à Distância.

Flash CLA Montijo Público-Alvo: alunos da UAb residentes nos concelhos de Montijo, Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal. Morada: Quinta do Saldanha, Montijo Horário de funcionamento: 2ª, 3ª e 4ª feira das 16h30 às 18h30 / 5ª e 6ª feira das 16h00 às 18h30 (com possibilidade de marcação caso os horários de atendimento não sejam os mais apropriados). Oferta: apoio logístico, instrumental e pedagógico aos alunos da UAb. Paralelamente, na Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva estão disponíveis as publicações da UAb e demais materiais para apoio ao estudo (para alunos e população em geral). Qualquer informação sobre candidaturas às licenciaturas, pósgraduações, mestrados e outros cursos promovidos pela UAb está acessível em www.uab.pt, na página do CLA Montijo em www. mun-montijo.pt ou no facebook em https://www.facebook.com/cla. montijo

Bolsas de Estudo Cidade de Montijo Consciente da importância do investimento em medidas de intervenção socioeconómica, complementares à ação social escolar junto dos alunos com menores recursos económicos e das respetivas famílias, desde o ano letivo de 1999/2000 que a Câmara Municipal do Montijo atribui as Bolsas de Estudo “Cidade de Montijo” como forma de incentivar os jovens a prosseguir os estudos de nível secundário e superior. Desde a referida data, já foram atribuídas 232 bolsas a alunos do ensino secundário e do ensino superior, num investimento superior a 90 mil euros. Até ao ano letivo de 2006/2007

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foram apoiados, anualmente, dez alunos do ensino secundário com bolsas no valor unitário de 300 euros e cinco alunos do ensino superior com bolsas de 500 euros. Estes valores foram atualizados, atendendo às dificuldades das famílias e de acordo com as possibilidades financeiras da câmara, no ano letivo de 2007/2008 para dez bolsas no valor unitário de 350 euros para os alunos do secundário e seis bolsas no valor unitário de 550 euros para os estudantes do ensino superior. As candidaturas às Bolsas de Estudo “Cidade de Montijo” para o ano letivo 2014/2015 estão abertas até 15 de novembro. Po-

dem concorrer alunos, com idade não superior a 25 anos, residentes no concelho do Montijo há, pelo menos, um ano, matriculados e inscritos em estabelecimento de ensino secundário ou superior, público ou particular e cooperativo, tutelado pelo Ministério da Educação e Ciência, com aproveitamento escolar no último ano letivo frequentado e que não possuam habilitação ou curso de nível equivalente ao que atualmente frequentam. Mais informações em www.mun-montijo. pt ou na Divisão de Educação, na Rua Manuel Neves Nunes de Almeida, n.º 25 e através do telefone 21 232 77 34.


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Espaço Oposição

CDU

Privatização dos serviços públicos Ninguém ignorará que o PS na Câmara do Montijo, com o conluio do PSD, aprovou a concessão/privatização, pelo tempo de mandato, da recolha dos resíduos sólidos urbanos e da limpeza urbana e do serviço público de tratamento dos Espaços Verdes no concelho de Montijo. Com ataque aos serviços públicos prestados pela Autarquia, que terá repercussões negativas na qualidade de vida dos Montijenses a Câmara Municipal pagará mais de um 1 MILHÃO de Euros, provenientes, segundo afirmação do próprio presidente, dos recursos obtidos pelo IMI que poderia e deveria, como a CDU

sustentou, ter sido reduzido. Este é um decisivo passo para a privatização dos Serviços Públicos com maior impacto na Qualidade de vida dos cidadãos e que caracteriza a postura de forças políticas que nas últimas eleições autárquicas, nada disseram sobre a entrega a privados destes serviços. Nos derradeiros anos definhou a política da Gestão PS deixou degradar os meios afetos aos serviços operativos. Não dotou esses serviços dos assistentes operacionais necessários, não recorreu à ponderação da existência ou não de rega automática, ao padrão de qualidade desejado ou à aptidão física dos

trabalhadores, à capitação média diária de produção de lixos urbanos, não houve levantamento do estado das viaturas afetas aos serviços. Chegada ao fim de um ciclo, arrasta-se de forma penosa a Gestão PS/Câmara do Montijo – sozinha ou amparada no PSD – e como no governo, força a fuga para a frente, transferindo grandes recursos financeiros e serviços públicos essenciais para os privados. A CDU estará sempre com os Montijenses apelando à intervenção cívica, à vigilância democrática, à defesa do património municipal. Connosco podem contar!

PSD

Balanço do 1.º Ano de Mandato No presente mês de Outubro de 2014 comemora-se 1 ano da tomada de posse dos autarcas eleitos para os órgãos autárquicos (câmara municipal, assembleia municipal e freguesias). Os autarcas do PSD com o lema “Juntos Pelo Montijo” demonstraram ao longo do último ano a grande qualidade da equipa eleita para os diversos órgãos autárquicos, assumindo com clareza a rotatividade dos autarcas que estão nas suas listas, e demonstrando grande responsabilidade na defesa dos interesses das populações do Município e das Freguesias do concelho. Em respeito pelos seus valores, os autarcas eleitos no muni-

cípio de Montijo expuseram as falhas da gestão municipal dos últimos 17 anos de governação do PS, explicando as deficiências contidas no orçamento, plano de actividades e plano plurianual de investimentos e expressaram justificadamente o seu voto contra, salientando que não seria possível continuar a mesma política de descoordenação e falta de planeamento. Por outro lado os autarcas do PSD viabilizaram as propostas para contratar serviços indispensáveis de limpeza e conservação dos espaços verdes nas freguesias de Montijo e Afonsoeiro, Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia e Sarilhos Grandes, e

igualmente as propostas para a recolha de lixos urbanos, bem como outras de interesse para as populações, contrariamente a outras forças políticas que viabilizam orçamentos, mas tentam impedir a câmara de resolver os problemas existentes, degradando a qualidade de vida da população. O Partido Social Democrata estabeleceu uma linha clara de defesa dos interesses de todas as freguesias, viabilizando as propostas que asseguraram o funcionamento dos serviços indispensáveis à população. Agradecemos a confiança depositada e o apoio de todos os Munícipes.

BE

500 Anos do Foral de Aldeia Galega do Ribatejo (Montijo) Realizou-se de 12 a 14 de Setembro a Feira Quinhentista para comemorar os 500 anos do foral de Aldeia-Galega do Ribatejo. Foi uma festa que nos recordou os tempos antigos e onde foram recriados aspetos da economia, da política e dos torneios bélicos de quinhentos. Ficou demonstrado que, no Montijo, somos capazes de fazer tão bem como os outros, e que a ideia de que aqui não se faz nada, que os outros é que fazem coisas boas, e que para se para ver qualquer coisa diferente se tem de ir a outro lado, ficou ultrapassada. Durante os dias da feira viu-se

a alegria estampada nos rostos das pessoas, quer dos montijenses quer de quem visitou o Montijo. No entanto, por se ter tratado da primeira experiência, e na esperança que se possa reeditar, no próximo ano, este tipo de evento ou semelhante, deixamos aqui algumas sugestões para o futuro: 1. Participação da Comunidade - Os comerciantes, as escolas e demais agentes socioculturais e económicos deverão ser envolvidos na realização dos eventos. 2. Espaço da Feira – O espaço da feira deve ser alargado à

zona pedonal perto da Praça da República, conciliando-se os interesses em presença. 3. Espaços dos Espectáculos - Criação de melhores condições para a assistência dos torneios militares, de modo a que seja possível a todos desfrutarem dos espectáculos (recinto com bancadas?). Em 2015, Comemoram-se os 500 anos do Foral conjunto de Alcochete e de Aldeia Galega do Ribatejo, oportunidade, talvez, para se reeditar a realização da Feira Quinhentista. Se assim acontecer, esperamos que as nossas sugestões possam ser úteis.

Câmara empenhada na manutenção dos espaços verdes Durante o último ano, a Câmara Municipal do Montijo desenvolveu diversos esforços no sentido de regularizar a manutenção dos espaços verdes do concelho e, assim, devolverlhes a apresentação e o cuidado que era característico. Apesar do aumento significativo da área verde da cidade, passámos de 20 hectares para mais de 70 hectares, apesar das dificuldades e restrições financeiras e apesar da redução dos seus próprios recursos materiais e humanos – está inclusive a decorrer um procedimento concursal para a contratação de mais cinco jardineiros – a câmara tem, paulatinamente, conseguido intervir nos espaços verdes existentes e, assim, corresponder às expetativas e necessidades dos seus munícipes. Outra opção da gestão camarária tem sido a abertura de procedimentos para a aquisição de serviços. Esta contratação de serviço é complementar aos recursos internos e pretende, nos próximos anos, executar uma manutenção e conservação

dos espaços verdes das áreas envolventes à cidade (Afonsoeiro, Montijo, Atalaia, Alto Estanqueiro-Jardia e Sarilhos Grandes). A Câmara Municipal do Montijo está consciente que a manutenção do espaço público é um trabalho continuado e acredita que esta conjugação de soluções é a mais eficiente na resolução dos problemas existentes e, concomitantemente, a ideal para a manutenção da qualidade de vida no concelho do Montijo.


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Loja Social inaugurada na Atalaia O dia 4 de outubro, na Atalaia, ficou marcado por um ato simbólico de elevação dos valores da solidariedade, justiça social e dignidade humana: a inauguração da Loja Social da Atalaia. O evento reuniu o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, o presidente da Junta da União de Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, Luís Morais, o presidente da Direção da Fábrica da Igreja Paroquial da Atalaia, Padre António Estevão e três dezenas de convidados para a assinatura do protocolo de colaboração entre as três entidades e inauguração oficial da Loja Social da Atalaia. Uma nova resposta social apoiada fortemente pela câmara e integrada na política municipal de aprofundamento e reforço da rede social concelhia. Aliás o presidente Nuno Canta, afirmou ser “sua função estar ao lado daqueles que sentem

os problemas e dão o melhor de si para que o Montijo eleve os seus níveis de desenvolvimento e os distribua com equidade. O combate à pobreza e exclusão social assume uma importância decisiva numa sociedade que se quer justa e solidária e que tem em consideração os valores da cidadania e da tolerância”. O presidente da Junta da União de Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia relembrou o processo de criação da Loja Social da Atalaia, caracterizando-o como “um trabalho árduo que tem agora instalações que dignificam a sua amplitude” e deixou uma frase de grande simbolismo para o momento: “se o amor é o mais nobre dos sentimentos, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”. O Padre António Estevão, presidente da Direção da Fábrica da Igreja Paroquial da Ata-

laia, salientou que é “no seio da pobreza que vemos, muitas vezes, mais atos de solidariedade. A comunidade cristã orgulhase por este trabalho conjunto e pela possibilidade de dar nova vida aquele espaço para daí de-

correr uma ação social que por ser humana traz, naturalmente, a marca do divino”. A criação da Loja Social da Atalaia, instalada agora no edifício da antiga junta de freguesia da Atalaia, resulta do protocolo

de colaboração entre a Câmara Municipal do Montijo, a Junta da União de Freguesias da Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia e a Cáritas Paroquial - valência da Fábrica da Igreja Paroquial da Nossa Senhora da Atalaia.

Sala cheia deu boas vindas a novo ano letivo Centenas de professores e alunos fizeram questão de marcar presença na cerimónia do início do ano letivo da Universidade Sénior do Montijo 2014/2015, que teve lugar no dia 7 de outubro, no auditório da Escola Profissional do Montijo. Pela mão do presidente da Câmara Municipal do Montijo foram entregues distinções aos professores que há mais anos colaboram com a Universidade Sénior, bem como aos alunos

que frequentam a universidade desde o primeiro ano letivo de 2006/2007. A apresentação de pequenos apontamentos artísticos das disciplinas mais recentes do plano curricular da universidade: Segurança Pessoal, Zumba Gold e Sevilhanas trouxeram muita animação a esta tarde que culminou com uma degustação de iguarias, iniciativa organizada e dinamizada pelo professor Arnaldo Castanheira, da disciplina de turismo.

II Passagem de Modelos Intergeracional Partilha, solidariedade, voluntariado e, sobretudo, muito convívio foram a receita utilizada na II Passagem de Modelos Intergeracional. O resultado foi do agrado de todos a avaliar pelo entusiamo dos espectadores que encheram a sala do Cinema Teatro Joa-

Dia do Coração une miúdos e graúdos Seniores, jovens e crianças do concelho, mais de 180 pessoas uniram-se para participarem na tradicional Caminhada Saudável Intergeracional, organizada pela Câmara Municipal do Montijo, no âmbito da Agenda Sénior 2014 e do Dia Mundial do Coração, no dia 29 de Setembro.

A iniciativa reuniu os alunos dos 3.º e 4.º anos da EB da Caneira e os participantes em projetos da autarquia como os Ateliês Seniores, o Projeto Saudável 65 (grupos de ginástica do Montijo e Afonsoeiro) e, ainda, o Projeto Junto de Si do AltoEstanqueiro/Jardia, numa cami-

nhada por diversas artérias da cidade. A Caminhada Saúdavel Intergeracional tem por objetivo incentivar a prática de exercício físico moderado e, simultaneamente promover o convívio de pessoas de diversas gerações.

quim d’Almeida, no dia 16 de outubro. Sob o lema o lema “Do velho fazer novo”, o evento foi uma mostra de trajes de festa reciclados e trabalhados pelos participantes dos projetos Junto de si - Academias Seniores do Alto Estanqueiro/Jardia e de Pegões/

Canha e Ateliês Seniores do Gabinete Sénior da autarquia. Ao longo da tarde, foram proporcionados momentos de dança e música pela companhia de Dança Al Nawar – Dança Oriental e de Fusão Étnica e pelo Grupo de dança Mad G Wine - Dance hall da Escola de Arte Sinfonia e Eventos.


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Luís Sequeira em Concerto Solidário

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Luís Sequeira foi o segundo classificado da segunda edição do concurso de talentos, apresentado por Catarina Furtado e Vasco Palmeirim.

Concurso Montijo Jovem 2014 Foi alargado, até 1 de dezembro, o prazo de entrega de trabalhos concorrentes ao VII Concurso de Poesia e Ficção Narrativa “Montijo Jovem 2014”, promovido pela Câmara Municipal do Montijo com o objetivo de descobrir novos talentos na área da literatura. Desde 2001, que o Concurso de Poesia e Ficção Narrativa tem sido um exemplo de sucesso na política cultural do município do Montijo, tanto pela quantidade dos trabalhos concorrentes como pela qualidade das obras vencedoras. Qualquer cidadão nacional ou estrangeiro residente em Portugal, com idade compreendida entre os 15 e os 25 anos, pode candidatar-se ao “Montijo Jovem 2014”. Saiba mais em www.munmontijo.pt ou através do email juventude@mun-montijo.pt.

Maratona BTT Canha Quer desfrutar da natureza às portas da cidade? E que tal (re) descobrir a freguesia de Canha num dia de saudável desportivismo e de convívio com muita animação? E quem sabe até pedalar ao lado de atletas profissionais? Então aceite o nosso convite e venha participar na 10.ª Maratona BTT Canha, no dia 7 de dezembro, a partir das 9h30. Tal como nos anos transatos, a prova caracteriza-se por dois percursos alternativos, com duas distâncias distintas: os 70 quilómetros para quem deseja uma prova fisicamente mais exigente e os 35 quilómetros para quem prefere apreciar, tranquilamente, a paisagem de Canha. A organização é da Câmara Municipal do Montijo, da Associação Amigos do Campo e Aventura e da Junta de Freguesia de Canha, com o apoio da Cercima, dos Bombeiros Voluntários de Canha e da Apedalar. Informações e inscrições através dos endereços eletrónicos desporto@mun-montijo.pt mail@campoaventura.com.

By Heart no CTJA No dia 21 de novembro, às 21h30, o Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida recebe a peça By Heart da companhia Mundo Perfeito, considerado pelo Jornal Expresso um dos melhores espetáculos de 2013. A entrada custa cinco euros. By Heart apresenta-se como um espetáculo único que é, simultaneamente, um convite à participação do público. O ator Tiago Rodrigues vai estar em palco para ensinar um poema a dez pessoas do público que nunca viram o espetáculo e não fazem ideia que poema vão aprender. É uma peça sobre a importância do invisível contrabando de palavras e ideias que apenas é oferecido pelo guardar de um texto na nossa memória. É sobre o esconderijo seguro que os textos proibidos sempre encontraram nos nossos cérebros e nos nossos corações, garantia de civilização mesmo nos tempos mais bárbaros e desolados. Não perca esta oportunidade para (re) descobrir a importância das palavras e das ideias.

Programação CTJA Novembro: 1 novembro/21h30/Entrada Livre Café Concerto CTJA Espetáculo intimista com reportório conhecido da música em língua portuguesa 7 novembro/21h30/Plateia10€/Balcão 8€ Gala Popular Fm 8 novembro/17h00/Gratuito Cortar a Rua para Abrir Caminho Documentário sobre o espetáculo Montijo de Quarentena do Teatro O Bando 16 novembro/21h30 Luís Sequeira em Concerto 29 novembro/16h30/3€ (gratuito para crianças até 12 anos) Cara a Cara & Tourada Ser Forcado: a sério e a brincar! Sessão de cinema com documentário sobre grupos de forcados mexicanos e portugueses e teatro de marionetas alusivo à tauromaquia, mas dedicado a toda a família.

Encontro internacional

Discurso Digital A linguagem dos novos media e os discursos nas redes sociais serão alguns dos temas abordados por investigadores de diversas instituições académicas no Encontro Internacional “Discurso Digital” que terá lugar no próximo dia 31 de outubro no Cinema Teatro Joaquim d’Almeida. Uma organização do Centro Linguístico da Universidade de Lisboa (CLUL) sob a égide da Câmara Municipal do Montijo,

que contará na abertura com a presença do Presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, do vice-reitor da Universidade de Lisboa João Barreiros, de Ana Maria Martins, diretora do CLUL, e de Maria Clotilde Almeida, membros da comissão organizadora do encontro. Dos vários palestrantes destaque para a presença de Crispin Thurlow, professor da Universidade de Berna, autor de diversas obras que irá abordar o tema “After de Revolution: reframing New Media Language”. Segundo a comissão organizadora o encontro promoverá uma abordagem dos usos textuais “oralizados”, com especial destaque para a análise linguística de corpora do Português Europeu provenientes da comunicação via tecnologias digitais. Os interessados devem preencher até 29 de outubro a ficha de inscrição disponível em www.mun-montijo.pt. O encontro tem um custo de inscrição de cinco euros, sendo gratuito para estudantes.

O pupilo de Marisa Liz decidiu experimentar o mundo da representação e atualmente integra o elenco da série “Água de Mar” da RTP. Desde então tem realizado vários concertos e, no dia 16 de novembro, às 21h30, atua pela primeira vez no Montijo, no Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida. Um concerto de tributo ao Montijo, muito desejado por Luís Sequeira como forma de agradecer o apoio demonstrado pelos montijenses. A receita do espectáculo reverte a favor de uma instituição particular de solidariedade social.


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