Montijo Hoje I N F O R M A Ç Ã O
M U N I C I P A L
Canha 22 abril
2018 II SÉRIE
As pessoas, as empresas e os lugares de uma freguesia com história, mas também de oportunidades e de futuro.
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ABRIL 2018
Laboratório de Aprendizagem do Montijo 4 Montijo ganha novo centro de saúde 5 Capa Filipa Barroso|Miss Portuguesa Canha, abril 2018
Feira Nacional do Porco 7
Montijo celebrou conquistas de Abril 9 Ficha Técnica Periodicidade Bimestral Propriedade Câmara Municipal do Montijo Diretor Nuno Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal do Montijo Edição Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Colaboração Maria Clara Silva Impressão Sogapal Comércio e Indústria de Artes Gráficas, S.A. Depósito Legal 376806/14 Tiragem 12 000 ISSN 2183-2870 Distribuição Gratuita
Lugar de Encontros
Festa da Flor 11 Especial
Canha... uma vila com história e futuro 14-26 Proteção Civil
Mais 111 mil euros para bombeiros do concelho 30
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e d i t o r i a l
Vasco da Gama - Uma ponte para a história do Montijo
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Ponte Vasco da Gama celebrou 20 anos no passado dia 29 de março. São 20 anos que marcam um ciclo muito relevante para a cidade do Montijo e que, com certeza, vai marcar os próximos 50 anos.
Em 1998, a Ponte Vasco da Gama representava uma importante obra da engenharia nacional, pela sua envergadura e beleza arquitetónica, mas, para a nossa região, a Ponte foi bem mais importante que apenas uma bela obra de arte. De facto, a Ponte Vasco da Gama trouxe mais pessoas para o Montijo e hoje somos mais de 55 mil habitantes, quase mais 20 mil que em 1998, e um dos concelhos com maior taxa de natalidade do país. Trouxe também mais economia, atraiu empresas, emprego e investimento, quer nas atividades económicas já tradicionais, como a floricultura, a agropecuária e a transformação de carnes, quer em novas áreas, como a logística e a distribuição. Contudo, é importante sublinhar que o nosso concelho cresceu, mas soube manter-se fiel às suas tradições e à sua identidade histórica, um lugar de encontro de gentes e culturas, e com grande relevância geoestratégica no plano regional e nacional. A Ponte Vasco da Gama foi também uma alavanca para que no centro das políticas públicas do concelho permanecessem prioritárias áreas fundamentais como o ambiente, a educação, a solidariedade, a coesão territorial e a justiça social. Fatores que nos deram a oportunidade de modernizar a cidade e de melhorar a qualidade de vida do Montijo e dos montijenses. Apostámos, por isso, na recuperação e qualificação do nosso património edificado, através de uma política urbanística que nos permitiu imple-
mentar zonas residenciais de elevada qualidade, com avenidas, praças públicas, espaços verdes, acessibilidades rodoviárias, jardins de infância, escolas públicas do 1.º ciclo do ensino básico, polidesportivos e outras infraestruturas essenciais à qualidade de vida das pessoas. A Ponte Vasco da Gama fará parte, igualmente, do nosso futuro. Porque é graças, também, a ela que, nos próximos anos vamos ver construído o Aeroporto no Montijo, na atual Base Aérea n.º 6. O novo aeroporto vai imprimir um novo ciclo de mudança e de crescimento para o Montijo que exige de nós redobrados desafios. E, por isso, estamos já a projetar o Montijo para o futuro, um futuro assente num desenvolvimento ambiental e socialmente sustentável, aprofundando as boas políticas na área do urbanismo e da reabilitação urbana; aumentando o parque escolar; dando continuidade às políticas de integração social; dinamizando o sector turístico e o comércio de proximidade; prosseguindo as políticas ambientais; e continuando a difundir e a defender as nossas tradições e identidade. Queremos continuar a ser um concelho aberto ao país e ao Mundo, um concelho inclusivo, tolerante e participado, que é um espaço de futuro e de oportunidades para os seus cidadãos.
Nuno Canta Presidente da Câmara
A Ponte Vasco da Gama trouxe mais pessoas para o Montijo e hoje somos mais de 55 mil habitantes, quase mais 20 mil que em 1998, atraiu mais empresas, emprego e investimento. O concelho cresceu, mas soube manter-se fiel às suas tradições e à sua identidade histórica, um lugar de encontro de gentes e culturas, e com grande relevância geoestratégica no plano regional e nacional.
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Laboratório de Aprendizagem do Montijo
Na construção do sucesso educativo
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m março de 2017, a câmara municipal apresentou uma candidatura ao POR LISBOA 2014/2020, prioridade de investimento 10.1 “Prevenção do Abandono Escolar e Igualdade de Acesso ao Ensino”, com o objetivo estratégico de contribuir para a igualdade no acesso e sucesso educativo e para a prevenção do abandono escolar das crianças e jovens da educação pré-escolar e do ensino básico e secundário. O projeto candidatado, designado Projeto CRIA (Centro de Recursos para a Infância e Adolescência), está estruturado em sete medidas que convergem com o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Educativo e pretendem promover a igualdade de oportunidades aos alunos, através de ações de diagnóstico precoce e apoio multidisciplinar e da promoção do conhecimento científico, tecnológico e empreendedor, envolvendo as famílias na escola e contribuindo para práticas colaborativas e pedagogias diferenciadas e inovadoras. A instalação do Laboratório de Aprendizagem do Montijo constitui uma das sete medidas do Projeto CRIA. Seguindo o modelo da Future Classroom Lab (FCL) da European Schoolnet (EUN), situada em Bruxelas, o espaço está organizado em cinco áreas: - Área Apresentar, que corresponde à zona de apresentação do problema ou tema que se preten-
de abordar, bem como do resultado obtido após o trabalho sobre o mesmo; - Área Investigar, que se destina à realização da investigação necessária para a resolução do problema ou para a abordagem do tema proposto; - Área Desenvolver, em que podem ser feitas pesquisas e reuniões de grupo para discussão de estratégias de abordagem ao tema ou problema e da forma de comunicação dos resultados; - Área Criar, em que é possível criar uma apresentação dos resultados obtidos, recorrendo nomeadamente à edição de vídeo e a diverso equipamento multimédia; - Área Interagir, em que pode ser feita investigação e criação do produto final a apresentar. Porque os espaços não são indiferentes, pretendemos nesta sala de aula não convencional, acomodar novas tecnologias, fomentar a dimensão digital na ótica de aprendizagem. Num espaço flexível, a organização espacial faz-se de acordo com os suportes e as áreas a trabalhar, adaptando a abordagem pedagógica ao espaço e às técnicas. O modelo hegemónico de ensinar a uma turma, como se de um aluno apenas se tratasse, não responde mais às necessidades, não propícia o sucesso educativo exigido nos novos tempos. O Laboratório de Aprendizagem pretende responder ao perfil do aluno à saída dos 12 anos de escolaridade obrigatória definida pelo Ministério da Educação em julho de 2017, com a recolha de contributos por toda a comunidade educativa.
Delimitação da área de reabilitação urbana da cidade do Montijo
O perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória aponta para uma educação escolar em que os alunos desta geração global constroem e sedimentam uma cultura científica e artística de base humanista. Para tal, mobilizam valores e competências que lhes permitem intervir na vida e na história dos indivíduos e das sociedades, tomar decisões livres e fundamentadas sobre questões naturais, sociais e éticas e dispor de uma capacidade de participação cívica, ativa, consciente e responsável. A democratização do ensino é hoje uma realidade em Portugal, no entanto é preciso que a universalização/massificação da escola pública se traduza num crescimento efetivo de oportunidades e de sucesso para todos. Ao implementarmos o Laboratório de Aprendizagem pretendemos, na esteira do pensamento de Daniel Sampaio, aproveitar o relacionamento dos jovens com as novas tecnologias e usarmos essa relação em prol do sucesso educativo das crianças e jovens do nosso concelho. A concretização dos objetivos deste projeto só se efetivará se os professores aceitarem apropriar-se progressivamente deste espaço, sentindo-o como deles e dos seus alunos, e aceitarem o desafio da adoção de novas estratégias de ensino e de novas metodologias em prol do sucesso educativo dos seus alunos. Maria Clara Silva Vice-Presidente da Câmara
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SAÚDE
Montijo ganha novo centro de saúde
N Inaugurado Laboratório de Aprendizagem Já está em funcionamento o Laboratório de Aprendizagem do Montijo, no Centro Cívico do Esteval. O espaço foi inaugurado no dia 12 de abril e coloca novas ferramentas de ensino e de aprendizagem à disposição da comunidade educativa montijense. “Este é o início de um projeto educativo de grande impacto que oferece novas possibilidades de promoção do sucesso educativo e de combate ao abandono escolar. Um investimento desta envergadura que contribui para métodos de ensino mais eficazes e de diferenciação pedagógica, constitui também um projeto motor do desenvolvimento e coesão da nossa terra”, afirmou Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo. O Laboratório de Aprendizagem do Montijo é um modelo holístico e inovador da sala de aula, que está à disposição das escolas dos vários níveis de ensino do município, mediante marcação prévia, para dinamização pelos docentes de aulas e outras iniciativas com os alunos. O espaço é uma das sete atividades do Projeto CRIA - Centro de Recursos para a Infância e Adolescência, que a Câmara Municipal do Montijo candidatou com sucesso ao POR Lisboa 2020. O investimento total no CRIA é de 459.742,21 euros, tendo obtido financiamento de 50 por cento (229.871,11 euros) por parte da União Europeia.
o decurso do próximo ano, a cidade do Montijo vai ter à disposição mais um centro de saúde. Num investimento público de meio milhão de euros, a Unidade de Saúde Familiar - USF Aldegalega vai ser instalada numa ala desocupada do Hospital do Montijo, atribuindo médico de família a cerca de 5 700 utentes que atualmente não o possuem, num total de 13 300 pessoas abrangidas. A equipa será composta por sete médicos, sete enfermeiros e cinco assistentes técnicos. O acordo de cedência de utilização das instalações do Hospital do Montijo foi assinado no dia 20 de abril, entre a Santa Casa da Misericórdia do Montijo (proprietária do imóvel), a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale
do Tejo e o Centro Hospitalar Barreiro Montijo. Todas as entidades envolvidas e interessadas nesta questão, incluindo o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, que esteve presente na cerimónia realizada na sede da Santa Casa, foram unânimes em assumir que o novo centro de saúde vai permitir melhorar os cuidados de saúde no concelho, através da integração vertical dos cuidados primários com os cuidados hospitalares, possibilitando colmatar o problema do número de famílias montijenses sem médico de família. Recorde-se que, junto das entidades competentes, o Município do Montijo já tinha defendido a criação de um novo centro de saúde na ala desocupada do Hospital do Montijo.
Todas as entidades envolvidas e interessadas foram unânimes em assumir que o novo centro de saúde vai permitir melhorar os cuidados de saúde no concelho, através da integração vertical dos cuidados primários com os cuidados hospitalares, possibilitando colmatar o problema do número de famílias montijenses sem médico de família.
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DESCENTRALIZAÇÃO
Acordos de execução aumentam recursos para as freguesias
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s Acordos de Execução de Delegação de Competências do Município do Montijo nas Juntas de Freguesia do Concelho, para o mandato 2017-2021 foram aprovados na reunião de câmara de 28 de março, com os votos a favor do PS e da CDU e o voto contra do PSD. Genericamente, os novos acordos preveem um aumento da descentralização de competências para as freguesias, aumentando os recursos humanos e financeiros disponíveis em cada junta. Através destes acordos, durante o presente mandato, a câmara vai transferir diretamente para as freguesias uma verba total de 663 978, 47 euros, o que representa um acréscimo superior a 163 mil 720 euros face aos 500 256, 67 euros dos acordos em vigor. A transferência destas verbas para as juntas de freguesia destina-se ao cumprimento das competências delegadas, como são exemplo a conservação dos espaços verdes, a limpeza da via e espaços públicos, a realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de ensino préescolar e do primeiro ciclo, a manutenção do espaço envolvente aos estabelecimentos escolares ou a reparação do mobiliário urbano.
FINANÇAS LOCAIS
Câmara fecha contas com saldo superior a 5 milhões
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Câmara Municipal do Montijo alcançou um saldo de execução orçamental superior a 5 milhões de euros no ano de 2017, fixando-se o resultado positivo do exercício na ordem dos 4 milhões de euros, num desempenho considerado “extraordinário” pelo presidente da câmara, Nuno Canta, durante a apresentação da Prestação de Contas 2017, aprovada na reunião ordinária de 11 de abril de 2018, com os votos a favor do PS, as abstenções da CDU e o voto contra do PSD. “Apesar dos bloqueios da oposição, os documentos de Prestação de Contas demonstram que foram alcançados resultados extraordinários, que são fruto do trabalho
competente de uma gestão rigorosa do dinheiro público e de uma gestão em proximidade com as pessoas, com os autarcas e com os trabalhadores. O Município do Montijo continuou a sua política de contas em dia, reduziu a dívida municipal e o prazo médio de pagamento a fornecedores para três dias, devolveu impostos municipais às pessoas e empresas e concretizou o investimento público que assumiu com os cidadãos”, afirmou Nuno Canta. A Prestação de Contas de 2017 demonstra um incremento superior a 3,3 milhões de euros no resultado líquido positivo, face ao resultado alcançado no ano de 2016.
As despesas de capital ascenderam a mais de 3 milhões e 700 mil euros e traduzem-se na realização de obras de recuperação de edifícios escolares; na requalificação do espaço verde junto às Residências Montepio na Av. Pedro Nunes; na manutenção da rede viária no centro da cidade e nas freguesias; na obra do arranjo paisagístico do Largo da Feira em Canha; na recuperação do polidesportivo de Sarilhos Grandes; na recuperação da Ermida de Santo António; no reforço do dispositivo de proteção civil com aquisição de equipamentos para os bombeiros; no apoio ao movimento associativo e ao comércio local, entre outros investimentos.
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FEIRA NACIONAL DO PORCO
Mais de uma centena de expositores
a “dar o porco ao manifesto” 24ª feira nacional
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Montijo 2018 . 17,18 e 19 maio Programa Lúdico 17 maio | quinta-feira 12h00 - Abertura do Pavilhão dos Restaurantes e Tasquinhas 20h00-21h00 - TAESAS – Tuna da ESA Santarém 21h00-22h00 - Sevilhanas “Rosas Flamencas” 22h00-23h00 - TUNASSA – Tuna Feminina Instituto Superior de Agronomia 23h00-00h00 - Johny´s Band 02h00 - Encerramento do Pavilhão dos Restaurantes e das Tasquinhas 18 maio | sexta-feira 12h00 - Abertura do Pavilhão dos Restaurantes e Tasquinhas 20h00 - Jantar do Expositor – Entrega dos Diplomas de Presença 20h00 -22h00 - Elsa Gomes e o seu conjunto para dançar 22h00-23h00 - Fados com Jaime Piçarra e amigos 23h00-00h00 - Elsa Gomes e o seu conjunto para dançar 02h00 - Encerramento do Pavilhão dos Restaurantes e das Tasquinhas 19 de maio | sábado 12h00 - Abertura do Pavilhão dos Restaurantes e Tasquinhas 15h00-16h00 - Escola de Concertinas de Évora de Alcobaça 20h00-21h00 - Mad G Wine 21h00-23h00 - Os Charruas com Dani Silva 01h00- Encerramento
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contece nos próximos dias 17, 18 e 19 de maio, a 24.ª Feira Nacional do Porco, no Parque de Exposições do Montijo, das 10h00 às 02h00, uma organização da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, com o apoio da Câmara Municipal do Montijo. Numa feira com um relevante cunho profissional, o lazer também está garantido nas tasquinhas e no pavilhão de restaurantes. A cerimónia oficial de abertura da 24.ª Feira Nacional do Porco terá início às 12h00 do dia 17 de maio e contará, como é hábito, com a presença de várias individualidades do sector agropecuário português. Para as receber estarão mais de uma centena de expositores, em mais de duas centenas de stands que dão a conhecer as melhores inovações à disposição da produção portuguesa. Um vasto programa de jornadas técnicas, que se prolonga até às 17h00 de dia 18 de maio, juntou-se às atividades lúdicas às quais os visitantes poderão assistir. O pavilhão dos restaurantes e das tasquinhas estará aberto a partir das 12h00
e encerra às 02h00, contando com animação musical quase em permanência. Aqui o destaque vai para Elsa Gomes e o seu conjunto que convidarão, inclusivamente, a um “pezinho de dança”. Concretizando o mote dado pela temática da feira, o Porco.pt estará presente em vários momentos e locais do certame. Serão apresentados alguns desenvolvimentos desta iniciativa e o pavilhão dos restaurantes trabalhará em exclusivo com este produto nacional certificado que todos poderão ali degustar. Um dos restaurantes dedicar-se-á à confeção de pratos de carne de porco, apresentando o outro refeições à base de leitão. Nesta 24.ª Feira Nacional do Porco haverá, ainda, espaço para as habituais ações de networking, este ano especialmente confortáveis no espaço Porco de Encontro, um pequeno lounge para conversas profissionais ou para momentos de lazer que o Porco.pt decidiu proporcionar aos profissionais que visitam o certame. Abrimos-lhe o apetite? Venha conhecer o resto. As novidades serão muitas e estão à sua espera!
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CULTURA
Recordar a revolução pelas vozes da rádio “Estamos a fazer isto para que mais ninguém tenha de sair do país por dizer ou escrever o que pensa”. A frase de Salgueiro Maia foi recordada por Adelino Gomes, que no dia 25 de abril de 1974 perguntou ao Capitão de Abril de que lado ele estava. Estas e outras histórias preencheram a Sala Azul da Casa Mora, no Montijo, no passado dia 7 de abril, numa iniciativa promovida pelo Projeto de Intervenção Cultura e Artes (PICA) que reuniu os jornalistas Joaquim Furtado, Adelino Gomes, João Paulo Guerra e Luís Filipe Costa. Pela primeira vez juntos, os quatro jornalistas recordaram momentos de quem viveu, na primeira pessoa, a Revolução dos Cravos: da instalação do Posto de Comando no Rádio Clube Português, onde Joaquim Furtado leu o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas (MFA), às emoções vividas nas ruas de Lisboa e contadas por Adelino Gomes, que acompanhou a revolução junto dos militares de Abril. O PICA, em parceria com o Ateneu Popular de Montijo, tem como objetivo a dinamização de projetos e eventos culturais no âmbito da literatura, das artes e do debate de ideias, numa linha de ação continuada e consequente.
COMEMORAÇÕES
Homenagem ao papel das mulheres
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o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Câmara Municipal do Montijo prestou homenagem às mulheres do concelho que se distinguem enquanto presidentes dos órgãos sociais de diversas instituições culturais e
desportivas, numa cerimónia pública de entrega de Medalhas de Distinção de Mérito, que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho. A câmara quis, assim, “prestar homenagem ao papel da mulher na sociedade montijense e dar
visibilidade ao trabalho que desenvolvem, engrandecendo a nossa terra e contribuindo para o nosso desenvolvimento, progresso e coesão social”, afirmou Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo. Foram homenageadas as seguintes mulheres que ocupam cargos de presidência nos corpos sociais de instituições culturais e desportivas do concelho: Ana Madeira, Ana Ferreira, Ana Morais, Ângela Jésero, Cátia Pinto, Célia Martins, Cristina Simão, Fernanda Gomes, Helena Moreira, Helena Carvalho, Ilídia José, Maria Gordicho, Maria Mascarenhas, Maria Sobral, Diamantina Balisa, Maria Fernanda Romão, Maria José Fidalgo, Nisa Almeida, Patrícia Rocha, Sara Milréu, Vanessa Batalhas, Vera Arsénio, Vera Baião. A cerimónia terminou com a atuação do grupo de serenatas Sinfonias ao Luar da Escola de Artes Sinfonias & Eventos.
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COMEMORAÇÕES
Montijo celebrou conquistas de Abril
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oram diversas as iniciativas organizadas pela Câmara Municipal do Montijo no âmbito das comemorações da Revolução dos Cravos. Da cultura ao desporto, com destaque para a sessão solene, onde os intervenientes saudaram os militares que preparam o Movimento das Forças Armadas e abordaram os valores de Abril e as suas conquistas, a importância da liberdade e da democracia e, também, temas na ordem do dia como a descentralização de competências e o novo aeroporto. As iniciativas institucionais de comemoração do 44.º aniversário do 25 de Abril iniciaramse com o hastear da bandeira ao som da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários do Montijo à porta do edifício dos Paços do Concelho. Pouco depois, na Praça da República, arrancava a V Corrida e Caminhada da Liberdade, que contou com 593 participantes. À mesma hora, no Alto Estanqueiro, iniciava a 13.ª edição do Passeio de BTT Rota Saloia, com 30 ciclistas. Junto ao Monumento dos Combatentes do Ultramar decorria a Cerimónia de Homenagem aos mortos na Guerra do Ultramar, promovida pelo Núcleo do Montijo da Liga dos Combatentes. No Salão Nobre dos Paços do Concelho, na sessão solene, intervieram: o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, a presidente da Assembleia Municipal do Montijo, Catarina Marcelino e os representantes dos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal, nomeadamente, João Merino (CDS-PP), An-
tónio Oliveira (BE), Vasco Fernandes (PSD), Ana Baliza (CDU), Emanuel Martins (PS). Catarina Marcelino afirmou que este é o momento de “descentralizar competências da administração central para quem está mais próximo das populações”, sublinhando que as novas competências “devem ser acompanhadas de recursos humanos e financeiros”. “O poder local democrático é pilar essencial da coesão social”, afirmou Nuno Canta, garantindo
que o ordenamento de território é, hoje, fator de desenvolvimento económico: “no Montijo, o poder local tem vindo a lutar pela localização do novo aeroporto, fator de grande desenvolvimento da terra. É esse o nosso grande desafio, a que é preciso todos saberem responder: autarcas e cidadãos”. As comemorações terminaram com o espetáculo Resistir de Novo de Carlos Alberto Moniz, no Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida.
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EDUCAÇÃO
De 8 a 10 de junho, o Parque Municipal do Montijo recebe mais uma Semana da Juventude, dinamizada pelo movimento associativo juvenil e cultural do concelho do Montijo. A animação durante os três dias de atividades vai ser uma constante, com música, dança, workshops, mostra associativa, teatro, animação de rua, entre muitas outras atividades. Este ano, a Semana da Juventude integra ainda o 4.º Grande Piquenique Somos Peixinho, no dia 9 de junho. Mais informações em www.mun-montijo. pt e nas páginas de facebook da Câmara Municipal do Montijo e do Gabinete da Juventude.
Associação de Reformados do Montijo está de parabéns O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, o vereador Ricardo Bernardes e o presidente da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, Fernando Caria, marcaram presença na sede da Associação de Reformados Pensionistas e Idosos do Montijo, no dia 15 de março, no âmbito das comemorações do 43.º Aniversário. Fundada em 1978, a instituição particular de solidariedade social tem as valências de centro de convívio, apoio domiciliário e centro de dia. A associação desenvolve, também, atividades de animação sociocultural e recreativa.
JI O Papagaio com instalações renovadas O Jardim de Infância O Papagaio do Centro Paroquial do Montijo, localizado no Bairro da Caneira, sofreu obras de remodelação, que foram simbolicamente inauguradas no dia 10 de março, na presença do bispo de Setúbal, D. José de Ornelas, do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e da Diretora do Centro Distrital de Segurança Social, Natividade Coelho.
ASSOCIATIVISMO
O padre Carlos Rosmaninho, pároco do Montijo e diretor do Centro Paroquial, fez as honras da casa, mostrando as obras de ampliação e remodelação do espaço. As obras, que foram concluídas recentemente, tiveram início em março de 2017 e permitiram renovar e readaptar as instalações, possibilitando a criação de uma nova sala de berçário para dez crianças, uma resposta social de muita importância para a cidade do Montijo.
Clube Atlético do Montijo festeja 40 anos Foi na Frente Ribeirinha que o Clube Atlético do Montijo comemorou quatro décadas com muitas atividades e animação musical para miúdos e graúdos, no dia 15 de abril. Percurso de kayak, demonstrações de karaté, canoagem, comes e bebes e entregas de prémios foram algumas das atividades inseridas no programa festivo da coletividade. Fundado a 15 de abril de 1978, o Clube Atlético de Montijo dedica-se à prática do futebol veteranos, futebol salão, canoagem, karaté, desporto natureza e náutica de recreio.
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ANIMAÇÃO
FESTA DA FLOR
A música, a animação de rua, a dança, o desporto e a gastronomia estão de volta ao centro da cidade do Montijo. De maio a julho, o projeto municipal Montijo Lugar de Encontros inicia uma nova temporada de eventos, com o objetivo principal de dinamizar a vida cultural da cidade, envolvendo a comunidade montijense. Da programação destaque para a grande festa de rua que é o Anim’art Montijo, no dia 16 de junho, para o espetáculo de stand up comedy com João Seabra, no dia 6 de julho, e para o encerramento com o concerto do músico Matay, no dia 28 de julho.
elo quinto ano consecutivo, as flores marcam o arranque do projeto municipal Montijo Lugar de Encontros. De 25 a 27 de maio, a Festa da Flor vai animar, encantar e surpreender montijenses e visitantes. A apresentação oficial do evento está marcada para o dia 24 de maio, às 16h00, no Forum Montijo. Durante três dias, na Praça da República e no Forum Montijo vai haver animação de rua, música, exposições, workshops de arte floral, dança, gastronomia e outras atividades em torno da flor, com o Montijo a assumir-se, mais uma vez, como Capital da Flor. A abertura do evento, no dia 25 de maio, às 10h00, na Praça da República, conta com a presença da Miss Capital da Flor. Neste dia, crianças das escolas básicas do concelho participam na ação de sensibilização Repor e Cuidar É Educar, colocando bandeirolas nas floreiras e canteiros do centro da cidade. O primeiro dia da Festa da Flor termina com a atuação do reconhecido DJ Franscico Gil, a partir das 22h00, na Praça da República. No dia seguinte, 26 de maio, a Festa da Flor prossegue com a Hora do Conto e o Atelier de Artes Plásticas Vamos Construir uma Grinalda, às 11h00, no palco junto à Galeria Municipal. Às 15h00, no Espaço Lounge da Praça da República decorre um workshop de Arte Floral com Luís
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Juntos por um Lugar de Encontros Montijo mais florido
Programa Maio
Julho
[Praça da República] Dias 25, 26 e 27 maio Festa da Flor
[Jardim Casa Mora]
Junho
Dia 6 |21h30 Stand Up Comedy com João Seabra
[Jardim Casa Mora]
[Frente Ribeirinha]
Dia 2 | 16h00-24H00 Noite Branca
Dia 7 | 10h00-16h00 Montijo Radical
Org.: Musical Clube Alfredo Keil|Apoio: CMM
Dia 15 |21h30 Concerto com a Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro e Convidados Dia 22 | 21h30 Canções do Festival pela banda da Companhia Mascarenhas Martins Dia 23 | 21h30 Concerto pela Jazzorquestra, do Institudo da Altafulla (Catalunha) [Centro da Cidade] Dia 16 Anim’Art Montijo -Com todos os sentidos! Rota pelo Comércio Local A animação de rua vai estar a cargo dos Mimo’s DixieBand [Ermida de Santo António] Dia 24 | 18h00 Jovens Solistas da Metropolitana
Dia 8 | 16h00-02h00 Color Music Fest Org.: Pastelaria Doca Apoio: CMM
Dia 21 | 21h30 Noite Marialva Org.: Pastelaria Doca Apoio: CMM
[Moinho de Maré do Cais] Dia 20 | 19h00 Sunset no Moinho - Prova de Vinhos da Região com fingerfood e Atuação do Saxofonista Ricardo Branco [Praça da República] Dia 7 | 21h30 Danças do Mundo Org.: Associação Areias Strong Club Apoio: CMM
Dia 28 | 21h30 Encerramento do Montijo Lugar de Encontros Concerto com Matay
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Saboia e às 16h00 uma degustação de produtos regionais. Pelas 21h30, o Grupo Teatro Sem Limites da Universidade Sénior do Montijo apresenta alguns excertos da revista à portuguesa Da Gerigonça ao Aeroporto. A programação da Festa da Flor conta, ainda, no dia 27 de maio, às 15h00, com um workshop de Arte Floral no Forum Montijo. No mesmo dia, às 16h00, há Dança na Praça da República com o grupo Mad G Wine e a Escola de Artes Sinfonias & Eventos. Às 18h00, no palco junto à Galeria Municipal terá lugar um Concerto com Solistas da Metropolitana. Durante os três dias da Festa da Flor não perca a instalação aérea de chapéus de chuva em flor na Rua Almirante Cândido dos Reis (centro da cidade), a animação de rua com figuras alusivas à flor, o mercado de flores, as montras em flor de diversas lojas do centro da cidade e a mostra expositiva que aborda as principais atividades socioeconómicas do concelho do Montijo. A Festa da Flor é promovida pela Câmara Municipal do Montijo e pela Associação de Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais. Este ano, para além da colaboração da Comissão da Baixa do Montijo, a Festa da Flor tem como parceiro o Forum Montijo, apostando no lema Juntos por um Montijo mais florido.
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CONCURSO NACIONAL DE LEITURA
Montijo apura melhores na leitura 36.º ANIVERSÁRIO
Rancho Juventude Atalaiense
No dia 24 de fevereiro, o Rancho Folclórico Juventude Atalaiense comemorou o seu 36.º aniversário. O evento contou com a presença de membros do executivo municipal do Montijo: o presidente da câmara, Nuno Canta, e a vereadora Sara Ferreira. As comemorações tiveram a participação do Rancho Folclórico de Cortiçada de Lavre, da região do Alto Alentejo. Fundado em 1986, o Rancho Folclórico Juventude Atalaiense continua a manter viva a tradição do folclore, uma das formas de expressão cultural mais genuínas do povo português.
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aniela Borges, Rodrigo Coelho, Joana Costa e Mónica Correia são os alunos que vão representar o Montijo na etapa intermunicipal da Área Metropolitana de Lisboa do Concurso Nacional de Leitura, que irá decorrer em Almada, no dia 24 de maio, e que apurará os quatro representantes da região para a etapa nacional do dia 10 de junho. Os alunos foram selecionados no passado dia 16
de abril, na etapa municipal da 12.º edição do Concurso Nacional de Leitura, que teve lugar no Laboratório de Aprendizagem do Montijo, no Centro Cívico do Esteval. A prova, que apura simultaneamente os vencedores da 2.ª edição do Concurso de Leitura Concelhio, contou com a presença de 12 alunos de todo o território educativo montijense e de todos os níveis de ensino.
II CONVÍVIO CIDADE DO MONTIJO ASSOCIATIVISMO
Oito anos dedicados à natação
No passado dia 4 de março realizou-se o jantar comemorativo do oitavo aniversário do Clube de Natação do Montijo. Marcaram presença no evento o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, a vereadora Sara Ferreira, e o presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias Montijo e Afonsoeiro, Fernando Caria. O Clube Natação do Montijo, fundado em 2010, tem como objetivo a promoção e divulgação da formação desportiva, na vertente de natação de competição.
Pequenos Torpedos Promovido pela Câmara Municipal do Montijo e pela Associação para a Formação e Desenvolvimento Desportivo, o II Convívio Pequenos Torpedos - Cidade do Montijo realizou-se no passado dia 14 de abril, na Piscina Municipal do Montijo.
A iniciativa que permitiu o convívio entre os alunos da Escola Municipal de Natação, contou com o apoio dos Bombeiros Voluntários do Montijo e a presença da vereadora do pelouro do Desporto, Sara Ferreira.
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EXPOSIÇÃO
A Lata Vira Brinquedo TEATRO
O Medo de Existir O Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida (CTJA) recebe o espetáculo O Medo de Existir, nos próximos dias 17, 18 e 19 de maio, a partir das 21h30. O CTJA abre, assim, novamente as portas a uma produção da Companhia Mascarenhas Martins, desta vez em parceria com o Cegada Grupo de Teatro. Num futuro distópico, um homem é informado de que existe uma ilha em que a sociedade se organiza de um modo completamente diferente. Decide partilhar esse conhecimento com o mundo, na esperança de conseguir que, num movimento coletivo, a organização hierárquica e tendencialmente autoritária da sociedade seja posta em causa. Em vez de atingir os seus objetivos, é preso. É no calabouço que o encontramos, anos mais tarde, esquecido já pelos seus concidadãos e entregue a um quotidiano em que a única companhia que tem é a das figuras de autoridade que ali o mantêm. Não desiste, porém, de defender a ideia de que a ilha existe, embora a única testemunha que o pode comprovar, Rafael, não tenha até então aparecido. O texto e a encenação são de Maria Mascarenhas, com dramaturgia de Levi Martins, interpretação de André Alves, Eurico Lopes, João Jacinto e Pedro Nunes, música de André Reis, cenografia, luz e figurinos de Adelino Lourenço, numa produção dirigida por Eduarda Oliveira e Levi Martins. Depois de ter lido Utopia, de Thomas More, e Portugal Hoje: O Medo de Existir, de José Gil, Maria Mascarenhas relacionou algumas das ideias contidas nestas obras separadas por cinco séculos e escreveu o texto que dá origem ao espetáculo O Medo de Existir (não se tratando, porém, de um trabalho de adaptação). A capacidade humana de imaginar diferentes cenários para a sociedade surge em confronto com a dificuldade em materializar-se qualquer tipo de idealização, numa proposta de reflexão pública em que o teatro assume a sua vertente política, apartidária, livre de qualquer função instrumental. Teatro | M/14 | 6€
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Museu Municipal Casa Mora vai fazer uma viagem ao passado do mundo dos brinquedos. Entre carros, bonecos, robots e outros brinquedos de folha, de 17 de maio a 31 de agosto, a exposição A Lata Vira Brinquedo dá-lhe, também, a conhecer os motivos pelos quais o Montijo esteve diretamente ligado à produção deste tipo de brinquedos. O brinquedo de folha surgiu em meados do século XX, a norte do país, atingindo o seu ponto mais alto por volta da década de 50, tendo desaparecido quase por completo na década seguinte, quando se viu substituído e ultrapassado pelo plástico. Porém, antes do seu desaparecimento, e mais concretamente, depois da 2.ª Guerra Mundial, passou a ser usual recorrer-se à indústria conserveira e da transformação de carnes para a execução deste tipo de brinquedo. E é por este motivo que o Montijo está diretamente ligado aos brinquedos de folha, devido à excelente qualidade da folha-de-flandres empregue na indústria da chacinaria montijense, pois era mais fina, maleável, e, consequentemente, fácil de trabalhar e moldar. Alguns dos brinquedos produzidos com material proveniente do nosso concelho têm estampada uma nota com os nomes das indústrias montijenses provisoras. O brinquedo de folha português é agora uma peça muito procurada e valorizada nacional e in-
ternacionalmente, encontrando-se em museus ou na posse de grandes colecionadores do mundo. Visite a exposição A Lata Vira Brinquedo e descubra mais sobre o universo dos brinquedos de folha. Museu Municipal |Entrada livre 3.ª feira a sábado: 9h00-12h30 e 14h00-17h30
EDUCAÇÃO
Candidaturas Universidade Aberta Até 15 de maio, a Universidade Aberta (UAb) está a aceitar candidaturas para os cursos de 1.º ciclo, nas modalidades de acesso específico e maiores de 23 anos. Paralelamente, até 2 de julho estão a decorrer as candidaturas aos cursos de 2.º e 3.º ciclos para o ano letivo 2017-2018 (1.ª fase), cujas condições de acesso estão disponíveis em www.uab.pt.
Os cursos da UAb são lecionados em regime de eLearning e são precedidos de um módulo de ambientação online. Para saber mais contacte o Centro Local de Aprendizagem do Montijo da Universidade Aber ta, através dos números 21 232 78 69, 915 676 336 ou do endereço eletrónico: cla.montijo@uab.pt.
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Especial
Canha…
vila com história e futuro A
mais de quarenta quilómetros da cidade do Montijo, a vila de Canha oferece uma outra imagem do concelho, onde a paisagem rural dos campos, da floresta, do montado de sobro e da Ribeira de Canha é, apenas, quebrada pelas ruas calcetadas e casas brancas do núcleo urbano da vila. Esta é uma freguesia com uma história secular. É também, um local com estórias. E neste especial são, sobretudo, as estórias das suas gentes, das suas empresas e dos seus lugares que nos interessam: o percurso daqueles que sempre lá viveram, daqueles que partiram na infância e alcançaram o topo e daqueles que vieram, pela primeira vez, e encontraram em Canha o seu lugar e o seu futuro.
São muitas as estórias para conhecer e descobrir neste especial sobre Canha. Das antigas e tradicionais herdades da Espadaneira e do Escatelar que continuam o caminho da produção agroflorestal, à hotelaria de luxo da Herdade do Moinho Novo, passando pela criação de cavalos do casal belga da Quinta da Saudade, pela jovem Miss Portuguesa 2017, que deu os primeiros passos em Canha ou pelo dinamismo empresarial da Mirtifrutos. Canha é uma terra com passado, mas também um local de oportunidades, uma freguesia aberta a novos investimentos, com características únicas que permitem afirmar que sendo uma vila com história é, igualmente, uma vila com futuro.
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Especial
CANHA
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QUINTA DA SAUDADE
Paixão pelo cavalo lusitano
A Canha comemora Dia da Vila A comemoração do Dia da Vila de Canha voltou a ter lugar no Museu Etnográfico, no dia 24 de fevereiro, numa organização da Junta de Freguesia de Canha. Com sala cheia, foram homenageados o empresário Fiel Candeias e a professora Natália Sousa, tendo decorrido, ainda, a palestra Nascimento das Paróquias, Concelhos e Comendas da Margem Sul, proferida pelo padre Francisco José Mendes. O evento contou com as presenças do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e do presidente da Junta de Freguesia de Canha, Armando Piteira. Após a homenagem e os discursos oficiais, seguiu-se a palestra do padre Francisco José Mendes que revelou que “os limites de Canha são arcaicos. As linhas jurisdicionais e de poder municipal de Canha são antiguíssimas, provavelmente, já herdadas de um tempo prévio à Reconquista”, afirmou, acrescentando que os atuais limites territoriais de Canha foram permanecendo ao longo dos séculos.
Quinta da Saudade, uma antiga propriedade agrícola que outrora se dedicava à produção suína e bovina, chegando a albergar e empregar vários casais, foi adquirida há 14 anos, em avançado estado de degradação. Hoje é propriedade de Fabienne Froidcoeur e Philippe Baillyde e, por essa razão, também é conhecida pelos fregueses como Monte dos Belgas, que a transformaram numa coudelaria de êxito reconhecido. Em 1991, começaram a criação de cavalos na Bélgica, com os de raça lusitana. Vinham a Portugal com frequência. Uma das vezes, interessados em conhecer a criação de cavalos nas imediações da Quinta da Saudade, encontraram o local para se estabelecer. A proprietária descreve a mudança da Bélgica para Portugal, em 2004, como “uma aventura dos tempos modernos”. Fabienne e a sua filha mudaram-se para a Quinta da Saudade e, mais tarde, veio Philippe. Entretanto, foram transferindo os cavalos para o seu país de origem, o que lhes permite criá-los em espaços maiores.
Esta quinta tem como principal atividade a criação de cavalos, na sua esmagadora maioria lusitanos, embora também se encontrem outras raças como alemães, árabes e cruzados. “Força, beleza, elegância e dinamismo estão entre os critérios de seleção” lê-se no site www. lusitano-portugal.com. Talvez seja este o segredo para obterem os melhores resultados no treino dos cavalos para a tauromaquia e para provas de equitação, onde têm conseguido obter resultados notáveis. “O nosso cavalo Gribaldi, descendente do garanhão Paquirri, está reconhecido no livro genealógico da raça desportiva portuguesa e fez uma corrida internacional com o cavaleiro Hugo Pereira”. A quinta é a realização de um sonho de Fabienne que também aposta no turismo rural, nos passeios a cavalo e nas caminhadas entre o pomar e as restantes belas pastagens. Para o futuro estão reservados alguns projetos como “acompanhar Gribaldi até ao Grand Pix de Dressage da Federação Equestre Internacional e dedicar um lote de terreno a uma grande horta orgânica”.
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HERDADE DA ESPADANEIRA
Sustentabilidade e biodiversidade na gestão florestal
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o limite mais a nascente do concelho, quase em terras de Alentejo, a Herdade da Espadaneira é um excelente exemplo do lado rural do Montijo e das melhores práticas agroflorestais das sociedades agrícolas modernas. Constituída pelas herdades da Espadaneira, Carvalhos e Gamoal de Baixo, a Sociedade Agrícola da Espadaneira, realiza uma gestão florestal assente em princípios muito claros: sustentabilidade, respeito pela biodiversidade e pela salvaguarda de espécies de interesse ecológico. São 1100 hectares onde são praticadas as atividades de agricultura de regadio, pecuária (bovinos de raça limousine) e de exploração florestal de sobreiro, pinheiro manso e eucalipto. “A Espadaneira foi uma das primeiras empresas do concelho a obter a certificação florestal FSC, em maio de 2010”, explica Eduardo Guarda, gestor da Sociedade Agrícola da Espadaneira desde 1998, juntamente com o seu pai. Esta certificação assegura que a gestão da área florestal da Espadaneira é realizada de forma responsável, com recurso às melhores práticas sociais e ambientais, trazendo responsabilidades acrescidas para o produtor e possibilitando a valorização dos seus produtos no mercado. Para além da certificação FSC, a aposta na área florestal tem sido uma constante por parte da Sociedade Agrícola da Espadaneira: “através de candidaturas ao PDR 2020, PRODER e RURIS FTA conseguimos florestar, reflorestar e adensar cerca de 600 hectares. Temos, também, plantação de olival
e iniciámos um ensaio de sobreiro de regadio que permite fazer a primeira extração de cortiça passados dez anos, ao invés dos 35 anos como acontece no montado tradicional”, esclarece Eduardo Guarda. Profundamente enraizada na história da Freguesia de Canha - é lá, por exemplo, que se encontra
a antiga estação de comboios da vila -, a Espadaneira é, também, um espaço que acolhe iniciativas da comunidade Local. Eduardo Guarda e a família fazem questão que Herdade da Espadaneira esteja de “portas abertas”, sendo frequentemente utilizada, para passeios ao livre e para a prática de desportos de natureza.
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CANHA
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MIRTIFRUTO
A aventura da agricultura biológica
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icardo Machado é um engenheiro aeronáutico que foi Jovem Agricultor do Ano 2017. Como? A resposta está em Canha e na Mirtifruto! A distância de ávido consumidor de mirtilos a agricultor biológico foi curta: “a aventura começou em 2012 quando trabalhava nos Estados Unidos. Descobri lá os mirtilos e quando cheguei a Portugal pensei em ter a minha própria plantação. Não esperava que o negócio fosse correr tão bem!”. A Mirtifruto, que tem como marca comercial a Organic to Life, arrancou em dezembro de 2012 e em 2013 estava terminado o cultivo das 12 mil plantas, nos 3,5 hectares de terreno na Freguesia de Canha. Seis anos depois, o balanço desta aventura na agricultura biológica é bastante positivo: “a produção tem vindo a crescer e, este ano, vamos colher 30 a 35 toneladas. Para o ano, o objetivo é atingir o pico de produção, com 45/50 toneladas”. A quase totalidade desta produção, na ordem dos 98 por cento, destina-se à exportação, sobretudo, “para países nórdicos: Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda e, também, Bélgica e Alemanha”, esclarece Ricardo Machado.
A produção da Mirtifruto cumpre regras e procedimentos exigentes, no cumprimento da certificação biológica e da certificação Global G.A.P que a empresa possui e que asseguram a prática de uma agricultura segura e sustentável. Ricardo não veio sozinho para Canha, trouxe consigo os seus pais que colaboram na Mirtifruto, juntando-se aos cerca de 40 trabalhadores que, nos meses de maio e junho, realizam a colheita. “As despesas com mão de obra representam 60 por cento dos custos. Ao início quisemos que a Mirtifruto funcionasse, também, como projeto social através da criação de emprego na zona, mas tem sido complicado ter pessoas locais com disponibilidade para as campanhas”, afirma. Natural de Setúbal, Ricardo Machado encontrou em Canha as condições ideais para o seu negócio: “procurámos um local que estivesse próximo de Setúbal, de Lisboa e de estradas nacionais e autoestradas. Canha tem essa posição privilegiada com a autoestrada a quatro quilómetros e a estrada nacional que nos facilitam as questões logísticas”, conclui.
Filipa Barroso
Da infância em Canha a Miss Portuguesa Filipa Barroso tem parte das suas origens em Canha: “foi a vila que me acolheu nos primeiros três anos de vida, onde dei os primeiros passos, e que visito sempre, pois parte da minha família vive aqui. É um local bastante acolhedor. Recordo-me bem que aprendi a andar de baloiço no parque infantil, a andar de bicicleta, dos passeios pelo campo. Adorava andar de mota com o meu avô e de ir ver as avestruzes, havia sempre uma que dançava comigo (risos)”. Aos 18 anos, concretizou o sonho de se tornar Miss Portuguesa. As inseguranças iniciais deram lugar a uma vitória na qual sempre acreditou e pela qual lutou. “Foi uma alegria imensa, senti um sorriso de orelha a orelha, as lágrimas de felicidade a quererem correr, mas também um sentimento de vitória e orgulho”. Durante o último ano tem representado Portugal em provas e eventos nacionais e internacionais, como o Concurso Miss Mundo, uma experiência que classifica como “única. Representar o nosso país envolve bastante dedicação, esforço e responsabilidade. O lema da Organização Miss Portuguesa é Beleza por uma Causa, por isso são também imensas as causas em que estamos envolvidas”. Para as jovens que querem entrar no Mundo das Misses diz ser importante escolher uma “organização credível e de prestígio e lutar por aquilo que realmente querem e gostam”. O seu futuro imediato passa pela colaboração com a Organização Miss Portuguesa e a entrada na faculdade em Medicina Veterinária. Para Canha, a terra da sua infância, Filipa propõe a existência de “mais atividades de contacto com a natureza visto que é um dos pontos fortes da vila. Aulas de yoga ao ar livre, provas de corta mato, de bicicleta, circuitos de fotografia, incidindo na fauna e flora, entre outras atividades que possam cativar as populações envolventes e, assim, criar uma maior dinâmica na freguesia”.
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“Canha foi a vila que me acolheu nos primeiros três anos de vida, onde dei os primeiros passos, e que visito sempre, pois parte da minha família vive aqui. É um local bastante acolhedor.” Filipa Barroso
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CANHA
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Estórias com História
A Ribeira de Canha A ribeira de Canha nasce a sul de Arraiolos e depois de um percurso de 98 quilómetros, desagua na margem esquerda do Rio Sorraia, em Samora Correia, concelho de Benavente. No seu percurso banha Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Canha e Santo Estêvão, recebendo as águas da pequena ribeira de Lavre, no local de Porto das Mestas (“onde as águas se misturam”). Ao longo do seu curso, consoante as localidades mais próximas, a ribeira de Canha ganhou mais tarde outras designações, nomeadamente Rio Almansor, na zona de Montemor-oNovo, e ribeira de Santo Estêvão, freguesia do concelho de Benavente. As mais antigas referências conhecidas sobre a ribeira de Canha datam de 1199 (inter Tagum et Caian) e de 1211 (rivulo Cania)1 e parecem ante-
ceder o topónimo referente à Vila Nova de Canya, de 1235, data em que a povoação recebe foral da Ordem de Santiago. Em Canha, o vale da ribeira foi sem dúvida um elemento propiciador ao estabelecimento das primeiras populações, existindo na freguesia diversos vestígios arqueológicos que testemunham a presença humana nos períodos da Pré-história e Romano. A ribeira de Canha foi também uma barreira natural à circulação de pessoas e mercadorias, principalmente nos meses de chuva, quando o seu caudal atinge proporções que impediam a travessia a vau através de carroças ou pequenas pontes feitas de corda e troncos de pinheiro. A Herdade do Escatelar, local de importantes vestígios da presença romana no concelho, seria, no passado, local de atravessamento da ribeira.
Este facto é ainda testemunhado por habitantes da freguesia que afirmam a existência de uma ponte junto à herdade no primeiro quartel do Século XX, referindo, também, uma outra mais antiga, no mesmo local. O Passo do Escatelar, como é sinalizado num mapa francês de 1704, seria lugar de passagem da ribeira, nomeadamente nas deslocações para Coruche e, mais tarde, também para a Estação de Caminho de Ferro de Canha. Segundo o padre Pedro Botelho do Valle, nas Memórias Paroquiais de 1778, este he o celebre rio Canna, que ainda que não he dilatado o seu nascimento, contudo he arrebatado nas suas correntes, por virem por entre pinhascos, sendo estes a cauza de não poder ser navegável. Apesar desta afirmação, em 1453, há notícia da existência de uma barca em Montemor-o-Novo, quando Álvaro Gonçalves (o bem e vai) é acusado da morte
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AMBIENTE
ETAR de Canha em construção
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Representação do Passo do Escatelar junto ao Rio Canha. Pormenor. (Nicolas de FER (1646-1720) - «La glorieuse campagne de Pilippe V aux environs du Tage dans les provinces de Beira, Estremadura et Alentejo». BNP. C.C. 1795 A.
do barqueiro Gonçalo Afonso, por este o obrigar a pagar portagem quando transportava pelo rio a barqueira da vila, que se chama Alanardeira, carregada de bestas2. A referida embarcação seria uma Barca de Passagem, utilizada em muitos rios portugueses. Em Canha não existe notícia de ter existido barca para travessia da ribeira. A ponte actual existente junto à vila de Canha, na EN 251, data de meados do século passado, representando uma importante ligação de Coruche a Setúbal, muito utilizada por veículos pesados no transporte de madeiras, beterraba e arroz3. Segundo José Joaquim Varela4, a Ribeira teve “abundância de belíssimos peixes, como barbos, bordallos, eirozes, bogas e pardelhas”. O autor refere também os abusos relacionados com a pesca, nomeadamente “certos homens na ocasião em que o peixe vai a subir, fazem atravessar redes, e não deixam gozar os outros tanto do divertimento, como da utilidade da pesca. As cocadas5 na primavera he de todos o peor mal; usão muitos desta depravada arte, que aonde ella se executa faz morrer todos os peixes”. Para além da importância da ribeira de Canha na agricultura da região, através da irrigação dos campos adjacentes, este curso de água proporcionou também para as populações que viviam nas suas margens a fixação de uma importante actividade
moageira, contribuindo para o abastecimento de farinha aos moradores da região. Em 1758, referindo-se ao concelho6 de Canha, o Padre Manuel Dias Correia afirma que a ribeira ainda no veraon mais ardente comserva sempre três calhas de agoa com q. moem vários moinhos e acenhas6. Ao longo do seu percurso a ribeira de Canha forma uma densa galeria ripícola, constituida por salgueiros, amieiros e choupos, entre outras árvores e arbustos, formando um importante habitat para a existência de muitas espécies de animais, que aí encontram refúgio e alimento. Eduardo Martins
Câmara Municipal do Montijo 1
VARGAS, José Manuel (2017). “Canha e os seus forais”. Canha: Edição Junta de Freguesia de Canha. Chancelaria de D. Afonso V, lv. 4, f.55. PT/TT/CHR/I/ OOO4/461. 3 O Mirante. 07 de setembro de 2007. 4 FONSECA, Teresa (1997). “Joaquim José Varela e a Memória Estatística Acerca da Notável Vila de Montemoro-Novo”. Lisboa: Edições Colibri. 5 “Cocada”, pesca com recurso a planta tóxica, como o Travisco (daphne gnidium L.). 6 O Concelho de Canha foi extinto definitivamente em 1838 e a vila integrada no Concelho de Aldeia Galega. 7 BALDRICO, Joaquim (2011). “Os Moinhos da Ribeira de Canha: contributos para a história molinológica da região”. In Molinologia Portuguesa, V. 2011/12. 2
Simarsul continua a executar a obra da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Canha, num investimento de 1,2 milhões de euros. A obra estará concluída até final do 1º semestre de 2018, seguindo-se um período de arranque da infraestrutura, ainda sob a responsabilidade do adjudicatário, com uma duração mínima de seis meses, para verificação da conformidade da obra. A nova ETAR de Canha está dimensionada em horizonte de projeto para tratar as águas residuais de 1.760 habitantes e um caudal médio de 350 m3/d, contribuindo para a despoluição da Ribeira de Canha e para a salvaguarda da saúde pública da população. O subsistema de Canha é o último subsistema de saneamento completo (ETAR e sistema de drenagem e elevatório) a realizar pela Simarsul no Município do Montijo, que assim conclui os investimentos de grande dimensão neste concelho. A obra está inserida num projeto cofinanciado pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), Portugal 2020, com o apoio da União Europeia, no âmbito do Fundo de Coesão.
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Herdade do Moinho Novo
Canha recebe gente de todo o mundo
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o meio do montado da pitoresca Freguesia de Canha emerge um alojamento turístico rural de luxo na Herdade do Moinho Novo. As oito sumptuosas casas, com uma paisagem que mais parece pintada a óleo, recebem pessoas de todos os cantos do mundo. O proprietário, José Carlos Inácio, esclarece: “desde a inauguração das casas que temos tido sempre gente. Embora de inverno a lotação baixe um pouco, depois recupera. Por exemplo, agora (abril) já só temos uma vaga para a última semana do mês”. Entre 60 a 70 por cento da ocupação tem sido feita por estrangeiros “principalmente na época alta. Recentemente tivemos aqui um casal dinamarquês, mas já recebemos alemães, belgas, americanos, russos, marroquinos, entre outros. Vem gente de todo o lado para Canha”. A oferta é ampla e variada: para além de “uma casa soberba”, no meio do campo, é possível participar em diversas atividades, como a alimentação dos animais: “tento ter todos os animais domésticos existentes, temos porcos do Vietname, avestruzes, emas, ovelhas anãs, póneis, cavalos,
burros, mulas, gansos, patos, vacas”, uma lista quase que infindável. Uma outra proposta à disposição dos visitantes é o passeio de jipe ou de trator pela herdade de 60 hectares para apreciar a flora e a fauna locais, experiência que permite guardar, para sempre, na memória, o património paisagístico de Canha. O êxito motiva o proprietário, responsável por este e outros projetos de sucesso, como a agricultura biológica, o Hotel do Cão, a organização de eventos, festas e casamentos, a dar mais passos e a continuar a investir na sua Herdade do Moinho Novo, tal como explica: “tenho vários projetos, co-financiados pelos fundos comunitários Portugal 2020, na câmara para aprovar: dois salões para eventos e um novo projeto de agroturismo, um aldeamento novo com nova tipologia, que é surpresa. Neste momento não posso desvendar mais”. O empresário lamenta a demora burocrática existente no país que trava um investimento mais célere: “Os incentivos aos empresários estão bloqueados, os projetos estão todos aprovados e as verbas continuam sem chegar.” Mas nada que o impeça de continuar a querer fazer mais e melhor.
Perfil
José Carlos Inácio nasceu em Lisboa a 18 de maio de 1972. Tem 45 anos. Viveu na capital até aos 21 anos. Tem três filhos. Quando terminou a licenciatura em Produção Animal, avançou com um projeto de jovem agricultor, com a ajuda dos pais. Comprou, então, a Herdade do Moinho Novo. Muitas batalhas depois, com avanços e recuos, detém, hoje, um negócio de sucesso, em expansão. Confessa que pensou muitas vezes em desistir, mas imperou a vontade de vencer. Atualmente, é um homem realizado, que aposta no crescimento pessoal. “Tirei o mestrado em agricultura sustentável e duas pós-graduações em Turismo e Gestão e Marketing. Também comecei a aprender línguas. Sei inglês, russo e estou a estudar holandês”. “Acho que devemos estar sempre a aprender alguma coisa e a pensar em novos projetos, de conhecimento, para além de todos os outros. Os meus tempos livres são à noite, como há muitos anos não tenho televisão, fiquei com mais horas livres”, conclui o empresário.
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CANHA|TAIPADAS
Restaurantes Lado a lado, à beira da Estrada Nacional 10, na localidade das Taipadas, encontra duas referências da gastronomia e da restauração da Freguesia de Canha. Os restaurantes Retiro das Taipadas e Candeias são ponto de paragem obrigatória para os habitantes de Canha e das localidades vizinhas ou para aqueles que, de passagem, querem degustar uma refeição com qualidade. Uma cozinha simples e despretensiosa, assente em produtos de qualidade que originam refeições marcadas por sabores intensos e familiares.
Retiro das Taipadas
Estrada Nacional 10 – Taipadas 2985-064 Canha Tel: 265 897 125 Encerra: domingo Especialidades: Coelho Bravo à Caçador; Bife à Joca; Açorda de Gambas Vinho| Sugestão: Vinhas da Marateca 2012 – Vinho Tinto Palmela
Candeias
Estrada Nacional 10 – Taipadas 2985-064 Canha Telefone: 265 897 602/92 447 88 45 E-mail: br.candeias@gmail.com Encerra: domingo Especialidades: Lagartos de Porco; Ensopado de Borrego; Lulas à Candeias Vinho| Sugestão: Stanley 2015 – Vinho Tinto Regional Península de Setúbal
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Amigos e fregueses unidos pela caça
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or entre as belas herdades da freguesia, existem duas associações com o mote em comum da caça: a Associação de Caçadores de Canha e o Clube de Caçadores e Pescadores das Taipadas e Quintas. A paixão por este desporto reúne, em ambos os casos, amigos e a comunidade em volta da mesa. Numa antiga cantina escolar, bem no centro da vila, localiza-se a Associação de Caçadores de Canha. A sede foi cedida pela junta e as obras realizadas pelos sócios que, hoje, são 28, com idades compreendidas entre os 45 e 70 anos. Adelino Lopes é presidente da Associação de Caçadores de Canha. “Sempre gostei de caça e como sou natural da freguesia fiz-me associado em 2014”, explica o caçador, lamentando a falta de caça por “culpa das doenças que acabaram com os coelhos. Tenho pena porque, de outro modo, seriam mais os encontros”. Para manter os sócios atualizados, a Associação faz-se representar anualmente no Congresso Ibérico de Caça e Conservação, um encontro promovido pela Fencaça – Federação Portuguesa de Caça. Já diz o ditado que a ‘esperança é a última a morrer’ e enquanto as soluções para combater as enfermidades dos animais não aparecem, a Associação continua de portas abertas à comunidade sempre que um evento o justifique. Prova disso são os inúmeros registos fotográficos orgulhosamente exibidos nas paredes da sede. Fernando Manuel Pereira é o presidente do Clube de Caçadores e Pescadores das Taipadas e Quintas. O clube instalado na Sociedade Recreativa e
Cultural das Taipadas, foi fundado em 2009 por fazendeiros e moradores. Hoje, conta com mais de 40 sócios e com tendência a aumentar “Temos muitos pedidos para entrar no clube. Somos todos amigos, uns mais jovens que outros (risos) mas tudo gente do bem”, afirma. Os sócios têm entre os 30 e os 75 anos de idade. Fernando Pereira também lamenta a falta de caça e, conta que têm tentado, por todos os meios rever- Adelino Lopes, Associação ter, a situação, mas de Caçadores de Canha. “quando se encontra a solução para uma doença vêm logo outra”. No final o que importa mesmo é “o convívio e a amizade”. É com este espírito que o Clube de Caçadores e Pescadores das Taipadas e Quintas promove Fernando Pereira, Clube um almoço anual, de Caçadores das Taipadas. no final do ano, para juntar amigos e comunidade “É um agradecimento por nos tratarem da melhor forma. O ano passado juntámos mais de 200 pessoas, entre caçadores e proprietários, o que para nós foi motivo de grande alegria.”
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Especial
CANHA
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HERDADE DO ESCATELAR
Estórias de outros tempos
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ilvestre José, 89 anos, nasceu e fez toda a sua vida na Herdade do Escatelar, na Freguesia de Canha. As suas memórias contam-nos estórias de outros tempos. Tempos de uma realidade bem diferente, tempos de abundância e de notoriedade para aquela que foi, seguramente, umas das maiores propriedades agrícolas do concelho do Montijo. É no alpendre da sua casa que Silvestre José conta, por exemplo, que nas décadas de 40 e 50 do século passado, a Herdade do Escatelar teve “42 casas de habitação, teria certamente bem mais de 300 residentes. Tinha mercearia, barbearia, padaria, uma adega e até uma sala para os bailaricos”. Na Escola Primária, que fazia parte da herdade,
Herdade do Escatelar, Canha.
andou até à 3.ª classe. Tinha sete anos quando começou a trabalhar: “era preciso alguém para guardar as éguas e fui eu o escolhido. Depois a professora ainda quis que continuasse a escola à noite e os meus pais pensavam que eu ia, mas a maior parte dos dias ia para a brincadeira com os outros”, afirma. Na altura da colheita do arroz, vinham pessoas de todo o lado trabalhar na Herdade do Escatelar e outras herdades arrendadas, numa área de mais de 5000 hectares. “Tudo feito à mão com a ajuda de alfaias puxadas pelos animais. Depois carregavam-se os carros de bois e levávamos o arroz para a estação do comboio de Canha, onde seguia nos vagões”, recorda. Há 66 anos, casou-se na igreja que existe na
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Herdade, com a sua companheira de uma vida, a D. Ana. “Foi uma vida inteira aqui e já pedi ao Senhor para me deixar ficar mais um bocadinho”, responde com rapidez. “Foram outros tempos, era tudo muito diferente. Semeei muito arroz no campo, molhado até à cintura e descalço. Não havia máquinas como há hoje. Era uma vida dura, mas não havia outro tipo de trabalho nesta zona”. Teve sempre funções de responsabilidade no Escatelar e, por vontade própria, trabalhou até aos 86 anos. Continua a ser um dos residentes da herdade, na parte da propriedade que é explorada por uma neta do proprietário inicial António Feliciano Teixeira.
“Foram outros tempos, era tudo muito diferente. Semeei muito arroz no campo, molhado até à cintura e descalço. Não havia máquinas como há hoje.”
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Ainda hoje é mantida a atividade agroflorestal do Escatelar. “Temos 420 hectares e uma outra parte de várzea, onde fazemos produção de arroz, exploração florestal de eucalipto e de montado de sobro e criação de gado bovino”, esclarece Inês Teixeira, também neta de António Feliciano Teixeira. “A mecanização trouxe grandes mudanças às propriedades agrícolas. O primeiro trator que entrou aqui foi a seguir à 2.ª Grande Guerra Mundial, já o pai trabalhava com o avô. Nessa altura era tudo feito de forma manual. Eram precisas muitas pessoas porque os métodos eram diferentes. Não se fazia, por exemplo, agricultura intensiva. Estamos a falar de escalas muito diferentes”, acrescenta. A Herdade do Escatelar tem raízes históricas e sociais profundas na Freguesia de Canha. Há registos que indiciam a presença romana na herdade, principalmente materiais cerâmicos que apontam para que ali tenha existido uma villa romana.
AGROLEITE
Exemplo nacional na agropecuária
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nstalada desde 1997 em Canha, a Agroleite dedica-se à produção de leite destinado ao fabrico de lacticínios. É um exemplo da importância da agropecuária na economia local e, igualmente, uma referência no sector, sendo a única empresa com fileira completa a nível nacional. Da produção de cereais, para a alimentação dos bovinos, à distribuição final dos laticínios através da Montiqueijo, o grupo empresarial a que pertence a Agroleite tem apostado na expansão e projeção da sua atividade. Em junho de 2017, a Agroleite ampliou as suas instalações em Canha, realizando um importante investimento em infraestruturas e bem-estar animal. Nos 90 hectares da Agroleite, existem 620 vacas que produzem diariamente 21 mil litros de leite. Uma empresa familiar, que passou de geração em geração, e que alia a longevidade à capacidade de adaptação e inovação.
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Especial
CANHA
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OBRAS
Reabilitação da Estrada Nacional 4
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ontinuam em curso as obras de reabilitação da Estrada Nacional 4, que liga a zona rural do Montijo (Pegões e Canha) à área mais urbana do concelho. A obra, executada pelas Infraestruturas de Portugal, representa um investimento de 3 milhões e 647 mil euros e permite melhorar significativamente as acessibilidades e a mobilidade das populações. Sendo uma via estruturante para o Montijo, a obra da Estrada Nacional 4 é um contributo para o combate à desertificação do interior do concelho, pois permite dinamizar a economia local e promover a coesão social e territorial do concelho do Montijo.
INVESTIMENTO PÚBLICO
Canha vai receber estabelecimento prisional
OBRAS
Câmara investe na rede viária A Câmara Municipal do Montijo realizou mais dois investimentos na qualificação do espaço público e da rede viária da Freguesia de Canha. Foi executada a repavimentação, em calçada, da Rua 25 de Abril, num investimento de 32 194,02 euros (mais Iva) e a pavimentação da Estrada dos Guerreiros, na zona das Taipadas, uma obra no valor de 85 303,11 euros (mais Iva). A estes investimentos vai juntar-se a pavimentação da Rua da Flores, num conjunto de intervenções que procuram dotar de melhores condições a Freguesia de Canha, contribuindo para a qualidade de vida da sua população.
O Governo de Portugal pretende construir um novo estabelecimento prisional na Herdade do Gil Vaz, em Canha. Um investimento na ordem dos 55 milhões de euros, que poderá contribuir para transformar a realidade económica e demográfica desta freguesia do concelho do Montijo. A secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, e o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, visitaram o local na companhia do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e do presidente da Junta de Freguesia de Canha, Armando Piteira, no passado dia 16 de fevereiro. Na sequência do relatório sobre a organização
dos estabelecimentos prisionais, o Ministério da Justiça apresentou a possibilidade de construir na Herdade do Gil Vaz um novo estabelecimento prisional de grandes dimensões, moderno e com condições que permitam assegurar aos reclusos o cumprimento dos direitos humanos. O decréscimo populacional de Canha é um problema que preocupa a Câmara Municipal do Montijo que, nos últimos anos, tem se empenhado na captação de mais investimentos que permitam fixar população, criar emprego e riqueza, numa perspetiva de fazer renascer esta histórica vila do concelho do Montijo e projetá-la no futuro.
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TEATRO
Manual da Felicidade teve estreia nacional no Montijo
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os dias 13 e 14 de abril, a companhia de teatro Mala Voadora apresentou, em estreia nacional, no Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida, A Manual on Work and Happiness (Um Manual sobre o Trabalho e a Felicidade) no qual participaram 18 pessoas sem experiência no teatro profissional.
COLEÇÃO POESIA
O espetáculo teve por base uma residência artística de quase três semanas coordenada pela companhia Mala Voadora, na qual a comunidade local trabalhou com o encenador Jorge Andrade e com um ator profissional, Vítor d’Andrade, a partir de textos escritos pelo autor catalão Pablo Gisbert.
A peça, que abordou a relação entre o trabalho e a felicidade e os possíveis contornos da vida laboral nas sociedade futuras, inseriu-se num projeto mais amplo da Artemrede, que incluiu a organização de um seminário internacional sobre trabalho e felicidade, em Itália, e quatro formações para agentes culturais em Portugal, Grécia e Itália.
Poemas de Manuel Giraldes da Silva Foi com o lançamento do livro Poemas de Manuel Giraldes da Silva, no passado dia 21 de abril, no auditório da Biblioteca Municipal, que a Câmara Municipal do Montijo deu início à Coleção Poesia, um novo projeto literário que pretende contribuir para o conhecimento dos autores montijenses e para a projeção da cultura local. Uma tarde marcada pela poesia de Manuel Giraldes da Silva e pelas histórias familiares contadas pelos netos João Barroso, Maria Beatriz Barroso e pelo sobrinho José de Oliveira Guia. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, esteve presente e expressou o reconhecimento do Montijo ao homem e ao filantropo que foi Manuel Giraldes da Silva, grande impulsionador da criação da biblioteca municipal ao doar a sua extensa biblioteca ao Município do Montijo. Poemas Manuel Giraldes da Silva reúne uma parte significativa da produção poética deste escritor autodidata, poeta e fotógrafo amador, que faleceu no Montijo a 27 de novembro de 1974.
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COMÉRCIO LOCAL
Style in Baixa
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Comissão da Baixa do Montijo continua a somar eventos de grande sucesso. No dia 21 de abril, o Style in Baixa encheu o Pátio d’ Água numa festa repleta de música, cor, alegria, moda e muito convívio. O evento contou com um desfile de moda por algumas lojas da Baixa do Montijo, um espaço de exposição, uma zona de comes e bebes
ASSOCIATIVISMO
e música ao vivo pelo DJ Victor Ramos e pelo músico Marco Alonso, da Escola de Artes Sinfonias & Eventos. Participaram no Style in Baixa: Veludo Espaço de Moda, Loja Bambil, Petit Cherrie, Womanstore, Casa Garcia, Ideias e Costuras, Rabina, Aurum Fashion Store, BStyles, Fam Beauté, Tocacheada, City Village, Florista Verde e Cor, Ervanária Es-
sencia Nature, Passado Português, Restaurante A Taska, House Lovers Bar, Pastelaria Mimosa. O evento teve, ainda, as parcerias de 4you By Ana Rodrigues, Espaço Paulo Caetano, Nova Geração, Sandra Couto, Associação Argus, Lar de Jovens Abrir Caminhos, WM Project e o apoio da Câmara Municipal do Montijo e da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro.
SCUPA celebra 105 anos A Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA) é uma das coletividades centenárias do concelho do Montijo e celebrou o 105.º aniversário no dia 2 de março, com a presença de dezenas de convidados, sócios e entidades oficiais, entre as quais o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta. Nas suas palavras, o presidente da câmara sublinhou a importância do rio e dos pescadores na história do Montijo. O momento alto da cerimónia foi a inauguração do novo bar de sócios da SCUPA, que sofreu profundas obras de remodelação, apresentado um aspeto moderno, mas simultaneamente tradicional com pormenores ligados à classe piscatória.
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Agenda Comissão de Festas em Honra de São Jorge 2.º Festival das Sopas 18 e 19 maio | Praça da Liberdade – Sarilhos Grandes 2.ª Festa da Sardinha 15 e 16 junho | Praça da Liberdade – Sarilhos Grandes Clube Judo do Montijo Campeonato de Apuramento da Zona Sul para o Nacional de Juvenis 19 maio | Barreiro Taça da Europa de Cadetes (Sub 18) 26 e 27 de maio | Coimbra XI Open Júnior Ana Hormingo e Open Equipas Juvenis 2 junho | Castelo Branco VI Taça António Lopes Aleixo Juvenis e Cadetes 16 junho | Coimbra Projeto Cuidar +65 da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro Sessões de Meditação e Bem-Estar 24 maio, 7 e 21 junho | Sede da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro Visita ao Museu do Café 5 junho | Campo Maior Nota: estas atividades destinam-se aos seniores da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro e carecem de inscrição prévia.
DESPORTO
Giz e Caderno de Linhas conquista troféus No dia 9 de março, nas instalações da delegação da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, a Escola de Karaté da Associação de Pais Giz e Caderno de Linhas fez a entrega simbólica das medalhas e taças conquistadas na III Taça Karaté-Do Portugal (KPS). A III Taça Karaté KPS decorreu no dia 4 de março, no Pavilhão Municipal do Montijo n.º
1, numa organização da Associação KaratéDo Portugal e da Escola de Karaté da Associação de Pais Giz e Caderno de Linhas do Montijo. Estiveram presentes 240 competidores, de 68 equipas, em representação de 17 clubes. No final, a Escola de Karaté Giz e Caderno de Linhas do Montijo subiu ao lugar mais alto do pódio.
Ginásio Clube do Montijo XXIV Festigina 25 a 27 maio | Pavilhão Municipal n.º 1 Agrupamento 72 do Corpo Nacional de Escutas 3.º Arraial do Caracol 26 maio | 17h00 | Jardim Casa Mora – Montijo Santa Casa da Misericórdia de Canha II Corrida pela Arte 3 junho | 10h00 | Canha Associação Antigos Alunos Somos Peixinho 4.º Grande Piquenique Somos Peixinho 9 junho | Parque Municipal do Montijo Academia Musical União e Trabalho 4.º Encontro de Bandas Filarmónicas 23 junho | Praça da Liberdade – Sarilhos Grandes Associação Batucando – Orquestra de Percussão 11.º Aniversário junho e julho 2018 | Diversas Atividades Outros eventos Festas em honra de Santo Isidro 18 a 20 maio | Santo Isidro de Pegões – União das Freguesias de Pegões 4.ª Feira da Gastronomia e da Flor 31 maio a 3 junho | Lançada – Sarilhos Grandes Festas em honra de Santo António das Taipadas 8 a 10 junho | Taipadas – Canha
Ginasta do G.C. Montijo no pódio do Europeu Diana Gago, atleta do Ginásio Clube do Montijo, foi medalha de prata no Campeonato da Europa de Ginástica em Trampolins, que decorreu de 12 a 15 de abril, em Baku, no Azerbeijão. A jovem ginasta integrou a equipa júnior nacional de duplo minitrampolim que obteve o
segundo lugar na prova da referida categoria. Para além de Diana Gago, a seleção nacional contou, ainda, com outro atleta do Ginásio Clube do Montijo, Bruno Catarino. Portugal alcançou 11 medalhas no Europeu de Ginástica em Trampolins.
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Espaço Oposição PROTEÇÃO CIVIL
Mais 111 mil euros para os bombeiros do concelho Na reunião da Câmara Municipal do Montijo de 11 de abril foi aprovada, por unanimidade, a atribuição de apoios financeiros às duas corporações de bombeiros voluntários do concelho, num valor total superior a 111 mil euros. Aos Bombeiros Voluntários de Canha foi atribuído um apoio de 49 mil euros para aquisição de um equipamento de salvamento e desencarceramento. Por sua vez, aos Bombeiros Voluntários do Montijo foi concedido um apoio de 62 mil 260 euros para aquisição de um veículo de combate a incêndios em ambiente urbano e florestal.
BE
44 Anos de Democracia Pertenço a uma geração que nasceu após o 25 Abril de 1974. Este marco histórico da história recente do nosso país, trouxe a tod@s a capacidade de exprimir o seu pensamento, a organizar-se coletivamente em organizações, associações e partidos políticos sem ter medo de ser perseguido, preso, torturado ou até morto. Orgulho-me do passado de quem lutou pela democracia, igualdade e pela liberdade, sem essas pessoas não estaria aqui a exprimir o meu pensamento. Pertenço a uma geração que luta em liberdade, mas que tem de emigrar para poder viver com dignidade. Os números e as estatísticas de nada servem se no final do mês as demasiadas contas que temos atingem ou ultrapassam o valor do salário. A solidariedade da Europa serviu apenas para nos manter submissos em juros, planos e austeridade.
Estamos em crescimento, é o que se ouve, mas o que cresce é o trabalho precário e temporário, mal pago e sem direitos. O projeto europeu falhou? Houve um projeto? A Europa perdeu a ligação com os direitos sociais e económicos dos povos, espalhou pobreza e desemprego, rasgou Constituições, privatizou empresas e perdemos parte da nossa soberania. Onde está a Democracia quando a finança e os bancos ditam as regras. Defendamos uma democracia completa, económica e social, soberana, que reclame para si a livre decisão sobre o que é de todos, do trabalho aos bens comuns. Abril, para não ser vazio, precisa de conteúdo, tem de ser esperança. Viva o 25 de Abril! Ricardo Caçoila
CDS
O novo Aeroporto Complementar no Montijo Após 5 longas décadas de processos de tomada de decisão relativos à localização para o futuro Aeroporto de Lisboa e milhões gastos em estudos técnicos, chegamos finalmente à solução, “Aeroporto do Montijo” em complemento à Portela. Após o desvario de anos a fio, polémicas decisões governativas condicionadas por interesses privados pouco cívicos ou menos claros, passando por projetos faraónicos onde T.G.V. e novo Aeroporto de Lisboa se arrastariam por várias décadas de execução, estrangulando ainda mais o crescimento de setores estratégicos do país, resultaram em tempos de desgoverno e má gestão PS, que deixaram Portugal na ‘Banca Rota’ em junho de 2011, como todos bem sabemos. A ausência de sagacidade e inteligência de aprender com os próprios erros, tem levado todos os dias o atual governo PS, a evitar responder sobre “Se este atual crescimento económico iniciado em 2014, seria possível sem a impopular e difícil austeridade dos anos da Troika?” O CDS Montijo defende que “Não”, um Não corroborado
pelos principais organismos internacionais de desenvolvimento e gestão financeira. Os difíceis tempos de viver com a Troika, tiveram o mérito de nos fazer focar no essencial e através da sociedade civil, trazer toda a Nação para debate público, com preocupada atenção e generalizado interesse comum, pelo território nacional, pelo ordenamento e pela racional gestão do investimento público, com o dinheiro dos impostos de todos os contribuintes. Tudo isto acontecerá na terra do “Jamais”, do Ministro PS, Mário Lino, ridicularizando a região sul, acrescentando que aí não há escolas, hospitais, hotéis, pessoas, comparando a região Sul a um deserto. Apesar do CDS, nunca concordar com decisões sobre o gasto do erário público que não sejam as melhores, defende o CDSMontijo, urgência no Aeroporto Complementar no Montijo. Carlos Ferreira CDS Montijo
psd Consciente do seu papel no dispositivo de proteção civil do concelho, desde o anterior mandato autárquico, que a Câmara Municipal do Montijo tem desenvolvido uma política de reforço dos meios das duas corporações de bombeiros do concelho, contribuindo para a modernização dos equipamentos e das instalações imprescindíveis à execução do trabalho dos soldados da paz.
A Proteção Civil e a Segurança Atualmente verifica-se um vazio na Proteção Civil e na Segurança do Montijo. Este panorama observa-se pela a ausência de actuação municipal na Proteção Civil, verificável pelo mau estado das bancadas do Estádio Municipal, objecto de vistoria por várias entidades, que recomendam o encerramento há mais de 10 anos. Só intervenção atenta dos autarcas do PSD impôs ao executivo do PS a visão da realidade, obrigando a uma intervenção urgente (sempre adiada), bem como, uma vez mais, o anúncio de uma obra adiada há mais de 15 anos. Já não será um novo estádio, mas pelo menos virão novas bancadas. Por toda a cidade existem outros problemas, como as coberturas em fibrocimento em edifícios públicos escolares, a biblioteca municipal, mas também armazéns e antigas fábricas, em estado de ruina, um pouco por toda a cidade. Estimam-se mais de 200.000m2 de coberturas com fibrocimento em edifícios degradados, o que corresponde
a mais de 1000 toneladas desse resíduo perigoso para a saúde, colocando em risco a qualidade do ar no Montijo. O PSD já fala deste assunto há anos. O executivo municipal do PS nada faz para resolver este problema, aparentemente não tem verbas disponíveis, o que não se compreende se o Montijo tem uma das mais altas taxas de IMI da Área Metropolitana de Lisboa e pode triplicar o IMI nos edifícios em ruína. Essa receita deveria ser utilizada na requalificação da cidade. No entanto, verificamos o aumento constante das verbas gastas anualmente em festas e eventos, muito superiores à protecção civil, não se compreendendo para que serve o excedente de 5,1 milhões, se os nossos impostos não são utilizados para a protecção da saúde, da segurança e do bem estar. Valerá um voto mais do que uma vida? Pedro Vieira, deputado municipal
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SMAS MONTIJO
Resultado positivo superior a 500 mil euros Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo (SMAS Montijo) alcançaram um resultado líquido positivo de 545 584, 97 euros no exercício de 2017. A Prestação de Contas dos SMAS Montijo foi aprovada na reunião de câmara de 11 de abril de 2018, com os votos a favor do PS, as abstenções da CDU e o voto contra do PSD. O resultado líquido do exercício representa um
incremento de 429 mil euros face ao resultado alcançado em 2016. O saldo de execução orçamental fixou-se nos 608 mil 277 euros. Entre os investimentos realizados no sistema de saneamento, destacam-se a substituição de coletores de águas residuais e pluviais na Rua Manuel Giraldes da Silva, a remodelação de coletor de águas pluviais na Rua José Neto, a remodelação da rede de saneamento nas ruas Serpa Pinto
e Gago Coutinho e a intervenção no coletor das Taipadas. Na rede pública de abastecimento de água, os SMAS Montijo prosseguiram o plano de reforço e renovação da rede, com a ampliação da conduta de água da Rua do Furo Coletivo na Atalaia, a substituição da rede de abastecimento de água no Bairro da Bela Colónia ou a ampliação/remodelação de condutas nas Faias e em Santo Isidro de Pegões.
OBRAS
Ampliação da rede de água Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo, enquanto entidade gestora da rede de água e saneamento, serviços públicos essenciais prestados à população do concelho, continuam a realizar investimentos na ampliação da rede de água. Nos últimos meses, foram realizadas obras de ampliação da rede na Estrada Velha da Atalaia, na União das Freguesias Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, na Rua Porto da Hortinha, na Freguesia de Sarilhos Grandes, com o objetivo de fazer chegar a água de abastecimento público a todos os munícipes.
Estrada Velha da Atalaia.
Rua do Porto da Hortinha, Sarilhos Grandes.