Montijo Hoje I N F O R M A Ç Ã O
28 ABRIL
2019 II SÉRIE
M U N I C I P A L
Pegões e Santo Isidro TERRA DE OPORTUNIDADES
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ABRIL 2019
Destaque
Montijo celebra Revolução dos Cravos 5
Entre Nós
Capa Agromatriz 2019|Pegões
Hélder Esdras 9
Aniversário
BV Canha Há 36 anos ao serviço da população 11 Ficha Técnica Periodicidade Bimestral
Dia da Vila
Canha repõe busto de Manuel Maurício 13
Propriedade Câmara Municipal do Montijo Diretor Nuno Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal do Montijo Edição
Especial
Pegões e Sto. Isidro Terra de Oportunidades 17-28
Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Colaboração Shania Santos Impressão WGROUP
Executivo municipal em visita às freguesias 29
Depósito Legal 376806/14 Tiragem 16 000 ISSN 2183-2870 Distribuição Gratuita
Obras
Reabilitação EB Joaquim Almeida 31
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e d i t o r i a l
Passes mais baratos
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criação e entrada em funcionamento de passes mais baratos para os transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa (AML) representa uma devolução de rendimentos às famílias e um passo histórico na garantia do direito à mobilidade para todos os montijenses. Estes novos títulos de transporte, designados de Navegante, são financiados pelo orçamento municipal, num valor anual superior a 1,2 milhões de euros. A política de financiamento do transporte público, decidida pela Câmara Municipal do Montijo na Primeira Cimeira das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, realizada em 20 de março de 2018, no Palácio Nacional de Queluz, é uma escolha que assumimos no investimento público capaz de assegurar a mobilidade dos cidadãos e que, simultaneamente, promove um desenvolvimento sustentável do território. A política de financiamento do transporte público decidida pela Câmara Municipal do Montijo decorre dos compromissos políticos assumidos com os montijenses para o mandato. O primeiro é a coesão territorial, assegurando um desenvolvimento que respeita o ambiente e os recursos naturais, que assegura o acesso das pessoas a serviços e bens, que promove o crescimento económico e a atratividade, e que melhora as condições de vida dos montijenses. Os novos passes mais baratos, a simplificação dos títulos de transporte, a redução do custo de vida promovem a utilização dos transportes públicos e combatem o uso do transporte individual. O segundo compromisso, não menos importante, é a escolha política pela coesão social das populações com menores rendimentos. O financiamento municipal do transporte público garante o acesso das populações da periferia, aquelas que normalmente percorrem maiores distâncias entre casa e emprego e que mais custos têm com o transporte, e nesse sentido realizamos uma devolução de rendimentos às famílias. Desde o início de abril que o passe Navegante Montijo, com um custo de 30 euros por mês, e o passe Navegante Metropolitano, com um custo de 40 euros, possibilitam a utilização de todos os transportes da região. Além disso, estão também em vigor, o passe Navegante 12, que garante a gratuitidade do transporte a crianças e jovens, e o passe Navegante+65 que garante 50 por cento de desconto para os seniores com mais de 65 anos. Os novos passes mais baratos representam a maior redução tarifária no transporte público das últimas décadas.
Montijo é um concelho solidário e alarga a sua intervenção, nos domínios mais relevantes da coesão social, na redução das assimetrias sociais, na habitação social, nos transportes públicos, na educação, na imigração. Hoje, somos reconhecidos não apenas como um bom exemplo do ponto de vista da coesão social, mas também como um território de oportunidades e ambientalmente sustentável e que, simultaneamente, assegura o direito à mobilidade dos seus cidadãos. Montijo é um concelho metropolitano fundador da medida dos passes mais baratos para todos. Pertence à região de Lisboa e participa no diálogo com os outros concelhos vizinhos, de ambas as margens, para combater as alterações climáticas. Mantém uma relação de proximidade com operadores e utentes dos transportes públicos, debatendo mais e melhor mobilidade, lutando pela modernização do material circulante, garantindo o acesso dos montijenses a todos os serviços de transporte público. Advogou sempre uma gestão atenta dos transportes, salvaguardando a ligação essencial com o interior do concelho, as freguesias de Pegões, de Canha e garantindo a mobilidade dos montijenses. Nos próximos anos, o investimento municipal em matéria de transportes terá continuidade, não só para garantir a melhoria do sistema de transporte coletivo, mas sobretudo para a modernização do material circulante e a descarbonização da economia. Os novos passes mais baratos são um instrumento essencial de coesão social e territorial no Montijo. Os passes mais baratos constituem uma escolha política que coloca em primeiro lugar as pessoas, os seus direitos enquanto cidadãos e os valores da justiça social para todos.
Nuno Canta Presidente da Câmara
Os novos passes mais baratos representam a maior redução tarifária no transporte público das últimas décadas e constituem uma escolha política que coloca em primeiro lugar as pessoas, os seus direitos enquanto cidadãos e os valores da justiça social para todos.
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PASSE ÚNICO
Navegante revoluciona transportes e mobilidade O
s novos passes únicos Navegante entraram em funcionamento no mês de abril e trouxeram uma autêntica revolução à mobilidade e ao sistema tarifário de transporte coletivo nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML), incluindo o Montijo. Os dados preliminares, libertados pela AML em meados de abril, revelam que, entre 1 de março e 5 de abril, foram vendidos mais 195 mil passes que no período homólogo de 2018, o que representa um crescimento de 30 por cento. Os novos Navegante, vendidos nos primeiros cinco dias do mês de abril, representaram cerca de 87 por cento de todos os passes comprados na AML, correspondendo assim a uma efetiva simplificação do sistema tarifário. Relativamente à venda de cartões Lisboa Viva (suporte físico necessário para o carregamento dos passes Navegante), nos primeiros cinco dias de abril foram solicitados mais de 17.000 novos cartões, o que representa um crescimento de 190 por cento face ao mesmo período de 2018. Esta foi a maior alteração tarifária dos últimos anos. Os novos passes Navegante represen-
tam uma enorme redução no preço do transporte público na AML, numa medida de grande alcance social, promotora da mobilidade dos cidadãos e da defesa do meio ambiente. Para além da comparticipação financeira através do Orçamento do Estado, os 18 municípios da AML contribuem para o financiamento dos novos passes, num valor total de 31 milhões de euros. Estão disponíveis 19 novos passes: um passe Navegante Metropolitano e 18 passes Navegante Municipal (um para cada município). O passe Navegante Metropolitano pode ser utilizado em toda a rede de transporte público regular de passageiros da AML e tem o custo de 40 euros. O Navegante Municipal é válido para qualquer deslocação dentro do respetivo município e custa 30 euros. Foram também criadas versões do novo passe Navegante direcionadas às crianças e jovens (para quem a utilização de transportes na área da AML passa a ser gratuita até aos 12 anos de idade), aos seniores e as famílias. O novo passe único é intermodal e permite circular nos diferentes meios de transporte: autocarro, comboio, barco e metro.
TURISMO
Câmara reconhecida por promover alojamento local
O
Município do Montijo foi distinguido pela AHRESP – Associação de Hotelaria, Restauração e Similares pelo empenho na implementação de unidades de alojamento local, no âmbito do Programa Quality. A distinção foi entregue durante o decorrer desta edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), numa cerimónia que contou com a presença da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. No primeiro ano em que participa neste projeto, o Montijo, juntamente com os municípios de Oeiras, Mafra e Odivelas, foi premiado pelo trabalho que tem desenvolvido na divulgação do Programa Quality junto dos empresários. A autarquia realizou uma sessão de esclarecimento no dia 8 de outubro de 2018, e de lá para cá, o concelho passou a contar com 36 estabelecimentos de alojamento local.
O Programa Quality foi lançado pela AHRESP com o objetivo de qualificar e valorizar o alojamento local. A qualificação atribuída por este programa representa uma garantia para quem procura este tipo de alojamento, uma segurança para os proprietários e a criação de uma oferta competitiva num ambiente de concorrência leal.
DESTAQUE
Praça das Tertúlias inaugurada no 25 de Abril Numa homenagem ao movimento associativo, a nova Praça das Tertúlias, localizada junto à Praça de Toiros do Montijo, foi inaugurada no dia 25 de abril, num ato público que reuniu mais de uma centena de pessoas, entre autarcas da câmara, de todas as freguesias do concelho, dirigentes associativos, representantes das tertúlias e população. “Esta Praça das Tertúlias é um testemunho coletivo da vontade de autarcas, empresários, instituições e do povo do Montijo. O que se fez nos últimos 45 anos foi imenso, mas hoje, os grandes ideais de Abril continuam válidos, desafiando a nossa capacidade para os realizar plenamente, ao serviço sempre dos montijenses, que estão presentes aqui nesta praça. Honremos, por isso, hoje, o movimento associativo e os montijenses que nos legaram esse movimento, saibamos também honrar a sua mensagem de igualdade e liberdade, num Abril renovado a todos os jovens e a todas as gerações”, disse o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta. Recorde-se, que a nova Praça das Tertúlias é um investimento resultante das obrigações impostas pelo Município do Montijo ao promotor da urbanização N.ª Sr.ª da Atalaia. É uma obra que permite a requalificação daquela zona da cidade e que vai ao encontro da visão de desenvolvimento urbano defendida pela Câmara Municipal do Montijo. Para além das bandeiras do município e das juntas de freguesia, a Praça da Tertúlias apresenta hasteadas as bandeiras da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, Grupo Forcados Amadores de Montijo, Associação Cultural e Gastronómica “Casa das Bruxas”, Tertúlia S. Pedro, Escola Taurina do Montijo, Tertúlia Montijense, Tertúlia S. Sebastião, Tertúlia Passa Sede, Tertúlia O Aldeano, Tertúlia Grilo, Tertúlia Dias, Tertúlia Os Fraquinhos, Tertúlia Juventude Taurina, Tertúlia Aldegalega do Gin, Tertúlia Afición, Tertúlia da Amizade e Tertúlia Eu Te Amo.
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Montijo celebra Revolução dos Cravos A
liberdade e democracia do 25 de Abril versus o populismo dos novos tempos marcaram a sessão solene comemorativa do 45.º Aniversário do 25 de Abril, que decorreu na sala da Assembleia Municipal do Montijo. Foi exatamente a presidente da Assembleia, Catarina Marcelino, a abrir a cerimónia e a sublinhar o papel do poder local democrático no desenvolvimento de Portugal, em particular no Montijo, dando o exemplo da educação: “através das competências que foram assumidas pelo município, temos um parque escolar bem cuidado e com bom funcionamento. É este caminho que devemos preconizar nesta e noutras áreas de governação para que os munícipes tenham melhor resposta pública e melhor qualidade de vida”. Preocupada com a “deriva populista na Europa, apelidada de extrema, mas que o deixa de ser se for normalizada”, Catarina Marcelino apontou que este caminho “só nos pode conduzir ao obscurantismo, à perda de liberdade e a um passado que queremos que fique lá atrás. Este combate é nosso, é o combate dos valores de Abril. É este o nosso desafio enquanto autarcas na construção democrática”. Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, começou por relembrar quem lutou pela liberdade e afirmou que “45 anos depois, o 25 de Abril tornou-se o dia a dia, mesmo para aqueles que não se identificam, que não gostam ou que, sem o assumirem, tudo fazem para minimizar e deturpar o 25 de Abril.
Todos aqueles que contrariam o ideal deste dia, sem o saberem, estão a comemorá-lo”. O presidente da câmara continuou a sua intervenção, referindo-se ao poder local e à “liberdade de escolha democrática que devemos ao 25 de abril e ao voto do povo do Montijo, que escolheu quem considerou mais capaz, consciente e mais forte para construir o futuro desta terra”, terminando o seu discurso com a inquietação pelas “ameaças latentes à democracia, como já se ouviu aqui nesta sessão. Muitas das conquistas do poder local democrático são postas em causa pelo populismo
e radicalismo que muitos transmitem nas suas palavras. Temos de continuar a lutar pela liberdade e pela democracia”, concluiu. A cerimónia contou, ainda, com as intervenções dos representantes dos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal, nomeadamente, João Merino (CDS-PP), António Oliveira (BE), João Massacote (PSD), Francisco Salpico (CDU) e Emanuel Martins (PS). No final teve lugar um apontamento musical pela Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro.
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Nova sede
Motoclube coloca primeira pedra construção da nova sede do Motoclube do Montijo, localizada na Alameda Pocinho A das Nascentes, iniciou-se com o ato simbólico de
colocação da primeira pedra, no passado dia 13 de abril. Dezenas de sócios, amigos e parceiros desta associação presenciaram o momento em que o presidente da direção do Motoclube, Carlos Marques, e o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, depositaram a caixa com o pergaminho que noticia a colocação da primeira pedra, num testemunho que fica para as gerações futuras. Recordando a longevidade do processo de construção da nova sede, o presidente do Motoclube afiançou que “a sede irá dar a autonomia e a estabilidade que necessitámos para continuar a nossa atividade. Graças ao apoio da câmara, da junta de freguesia, dos sócios e das mais variadas
empresas conseguimos reunir condições para iniciar a obra, mas vamos precisar de mais apoios para conseguirmos concluí-la”. “Este é um ato de grande simbolismo para o futuro do Motoclube”, disse o presidente da Câmara Municipal do Montijo, assegurando que “desde a primeira hora, a câmara apoiou e continuará sempre a apoiar o Motoclube e as restantes associações do Montijo porque são essenciais para a nossa coesão e desenvolvimento, para nos sentirmos mais ligados e identificados com a nossa terra”. A nova sede do Motoclube, situada junto ao Pingo Doce, na zona do Alto das Vinhas Grandes, está a ser construída em terreno cedido pelo Município do Montijo, que já isentou a associação do pagamento das taxas urbanísticas, no valor de 12 mil e 781 euros.
FINANÇAS LOCAIS
Câmara com resultados financeiros “extraordinários” Câmara Municipal do Montijo fechou o ano de 2018 com um saldo de execução A orçamental superior a 10 milhões de euros e
um resultado positivo de mais de cinco milhões. Na reunião de câmara de 3 de abril, onde a Prestação de Contas foi aprovada com os votos a favor do PS, a abstenção da CDU e o voto contra do PSD, o presidente da câmara, Nuno Canta, classificou os resultados de “extraordinários”, indicando que “continuámos a redução da dívida municipal, a devolução de impostos para pessoas e empresas e garantimos o investimento público assumido com os cidadãos”. Numa análise mais detalhada à Prestação de Contas 2018, verifica-se que existe um incremento superior a cinco milhões de euros no
saldo de execução orçamental face a 2017. O resultado líquido positivo sofreu também um aumento na ordem de 1,2 milhões de euros. A taxa de realização da receita foi de 115,6 por cento (35 840 241,81 euros), o que significa um crescimento de 17,78 por cento (5 410 526,34 euros) face a 2017. A receita corrente ascendeu a 31 077 203,19 euros, mais 5 104 104,19 euros que o previsto, devido, essencialmente, ao crescimento de 38 por cento nos impostos diretos e à taxa de realização de 270 por cento nos impostos indiretos, onde se verificou um aumento de 800 mil euros na rubrica loteamentos e obras face ao orçado para 2018. A execução da despesa atingiu o montante total de 26 360 504,76 euros e uma taxa de realização de 85 por cento. A realização da despesa corrente atingiu os 22 770 944,89 euros
e uma taxa de 91 por cento, o que demonstra um bom desempenho financeiro. As despesas de capital ascenderam a 3 589 559,87 euros e traduzem-se na realização de obras de reabilitação de edifícios escolares, nomeadamente na EB/JI Bairro da Liberdade e na EB Luís de Camões; na intervenção de reabilitação do edifício dos Paços do Concelho; manutenção da rede viária no centro da cidade e nas freguesias, como foram os casos das pavimentações da Rua dos Caçadores e Rua do Porto da Hortinha, em Sarilhos Grandes, da Estrada Velha, na Atalaia, e da Estrada dos Guerreiros, em Canha; no reforço do dispositivo de proteção civil com aquisição de equipamentos para os bombeiros; no apoio ao movimento associativo e ao comércio local, entre outros investimentos.
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DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Medalhas para mulheres da área do turismo e restauração A Câmara Municipal do Montijo celebrou o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, na Galeria Municipal, com a Cerimónia de Entrega de Medalhas de Distinção de Mérito Municipal a mulheres de referência na área do turismo e da restauração. Uma “data de grande significado”, como referiu o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta: “os direitos das mulheres são
uma causa decisiva ao aprofundamento da nossa democracia. Apesar dos progressos alcançados, parece hoje claro que temos de continuar o caminho pela igualdade de direitos, para levar à prática a garantia efetiva dos direitos das mulheres e para combater as desigualdades entre homens e mulheres”. “Neste Dia Internacional da Mulher prestamos homenagem ao trabalho das mulheres montijen-
PROGRAMA ESCOLHAS
ses, ao seu profissionalismo e contributo para o progresso da nossa terra. É uma homenagem que pretende dar uma maior visibilidade às mulheres que são decisivas para o desenvolvimento do Montijo”, acrescentou. A cerimónia distinguiu um conjunto vasto de mulheres montijenses que se destacam enquanto proprietárias ou gerentes de empresas ligadas ao sector do turismo e da restauração.
Kont@rte 7G em ação na Caneira A cerimónia de assinatura dos protocolos da 7.ª Geração do Programa Escolhas teve lugar no dia 21 de março, no Centro de Congressos de Lisboa. A data assinalou o arranque formal do projeto Kont@rte 7G, sediado no Bairro da Caneira, que viu mais uma vez a sua candidatura aprovada e financiada em 17 600 euros por fundos europeus. O Kont@rte tem, assim, oportunidade de continuar o seu trabalho com as crianças, jovens e famílias daquele bairro promovendo a inclusão, combatendo o abandono escolar e estimulando a participação cívica e uma vida saudável. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento integrado e para o projeto de vida das
crianças e jovens, o Kont@rte continuará a realizar atividades musicais, culturais, desportivas e de experimentação em áreas práticas e dos ofícios, como a carpintaria ou a eletricidade sem nunca esquecer o apoio escolar e psicopedagógico. Tal como nas edições anteriores, o projeto assenta numa parceria alargada, composta pela Câmara Municipal do Montijo (promotora do projeto), Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo (entidade gestora), União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, Agrupamento de Escolas de Montijo, ACES Arco Ribeirinho e Instituto Português do Desporto e Juventude.
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Expressões ILUSTRAÇÃO
Shania Santos Shania nasceu em Toronto, Canadá, em 17 de agosto de 1998. Com dez anos de idade veio morar para o Montijo, onde reside até hoje. Frequentou a Escola Secundária Jorge Peixinho e atualmente está no 3.º ano de Psicologia, em Lisboa. Apesar de desenhar desde adolescente só há cerca de quatro anos se tem dedicado mais às artes visuais, nomeadamente à ilustração e mais recentemente à banda desenhada. Frequentou em 2018 um curso oferecido pela Câmara Municipal do Montijo – Iniciação à Arte Sequencial. Incentivada pelos professores participou no concurso Amadora BD, onde teve o seu trabalho exposto. Trabalha em formato tradicional principalmente em aguarela, guache e pastel seco.
Semana da Juventude D
e 29 de maio a 1 de junho, a Semana da Juventude regressa ao Parque Municipal e a vários locais do concelho. Concertos, debates, stand up comedy, arte urbana, mostra associativa e o 5.º Grande Piquenique Somos Peixinho são algumas das atividades programadas. No palco do Parque Municipal, o dia 30 de maio é dedicado aos talentos musicais amadores, com as bandas Venus Flames, Less, Black Horizon e a banda vencedora da II Mostra de Bandas: The sleepwalker´s. No dia 31 de maio sobem ao palco os cabeças de cartaz, de renome nacional: X -WIFE e os D’alva. Uma vez mais o 5.º Grande Piquenique Somos Peixinho integra a Semana da Juventude, culminado as atividades programadas para o dia 1 de junho, num encontro intergeracional, prometendo uma vez mais levar ao Parque Municipal momentos de grande alegria e amizade. Como habitualmente, a Semana da Juventude conta com a participação das associações de estudantes, associações culturais, juvenis e grupos informais de jovens do concelho, numa mostra associativa que estará presente de 30 de maio a 1 de junho, no Parque Municipal. Ao longo da Semana da Juventude irão, também, decorrer atividades nas escolas secundárias e profissional e nas freguesias do concelho, tais como debates, stand up comedy ou arte urbana. A Semana da Juventude é promovida pela Câmara Municipal do Montijo, com o objetivo de apoiar e estimular a participação e a intervenção dos jovens munícipes.
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ENTREVISTA | HÉLDER ESDRAS
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Entre Nós
“Montijo tem uma importância expressiva na história do brinquedo”
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uem o revela é Hélder Esdras, que recebeu o Montijo Hoje e abriu as portas do seu acervo onde guarda, restaura e estuda brinquedos portugueses e do mundo. Não é raro ouvi-lo falar no pequeno ecrã sobre a temática. Todos os anos participa em inúmeras exposições e seminários dedicados ao tema. Tem o sonho de doar o seu património à comunidade. Quer fazê-lo no Montijo, não apenas por ser a sua terra, mas, também, pela importância geográfica que o concelho ocupa na história do panorama nacional e internacional do brinquedo. É altura de dar a conhecer o homem por detrás do brinquedo, o mesmo que parece estar a viver muitas vidas, tal é a forma como desempenha o papel de cidadão ativo. Vindo de uma família com raízes alentejanas, Hélder Esdras considera-se montijense, aqui cresceu, casou e foi pai por três vezes. Fez os estudos secundários, repartidos pelo Colégio Militar e pela Escola Industrial e Comercial do Montijo, atual, Escola Secundária Jorge Peixinho. Licenciou-se na área da saúde. No seu currículo são inúmeras as formações que acrescentou em diversas áreas. Pelo mundo esteve envolvido em campanhas humanitárias na área Médico – Sanitária, nomeadamente em Àfrica e em países árabes. Serviu corporações de bombeiros, entre as quais a do Montijo. Recebeu prémios por mérito, serviço e dedicação em prol da vida do próximo. Honrarias que, a seu pedido, não vamos divulgar e muitas haveriam por contar. Procura manter uma postura discreta, anónima, não almejando reconhecimento algum nas ações que concretizou. Toda a vida tem estado ligado ao mundo do associativismo. Amante da língua portuguesa, é cronista e articulista em vários órgãos de comunicação social. Tem artigos e publicações editadas. Sob pseudónimo escreve textos teatrais e letras de músicas. Está ligado ao desporto automóvel e ao basquetebol, como praticante. A par de tudo isto tem uma paixão pelo colecionismo. Tinha 16 anos quando se deparou com o potencial perigo de se extinguir a memória do brinquedo português. “Visitei, em França, uma exposição, onde estavam brinquedos oriundos de Portugal. Com desagrado constatei que os mesmos não eram acarinhados ou reconhecidos como património no nosso país, contrastando com o exterior que, já na altura, eram bastante admirados e valorizados, levando consigo parte da história do nosso povo”. Desde então que luta para contrariar esta tendência. De lá para cá concentrou a sua atenção no brin-
quedo português e, desde então, tem levado o tema aos quatros cantos do mundo, representando o seu país com o fruto de intenso trabalho de investigação, recolha e conservação de uma memória que é património cultural sem fronteiras. O espólio de Hélder Esdras é composto por milhares de peças, que se estendem desde as bolas de trapo, bonecas, soldadinhos, carros de pedais, brinquedos de folha, feitos dos mais diversos materiais, como plástico, barro, pasta de papel ou a madeira e oriundos das mais diferentes épocas, que vão a partir do séc. XVIII à década de 20/30, anos 50 e 60, passando pelos períodos da guerra e pós-guerra. “Há que declarar o interesse pedagógico, didático e cultural sobre o tema, sobre a necessidade de conhecer, preservar e valorizar o brinquedo que, genuinamente nosso, é resultante da nossa capacidade criadora individual e coletiva”, diz. Nas suas deslocações pelos quatros cantos do mundo tem levado o brinquedo português, o nome de Portugal e de Montijo, na bagagem, em exposições, mostras, painéis e formações. “Montijo foi importante na história do quadrangular do brinquedo, em Portugal e no mundo. Na latoaria - folha de flandres, nomeadamente no pós-guerra, oriunda das nossas indústrias de transformação de carnes (gorduras), madeira, cortiça e barro/argila”, explica. A par desta coleção há uma outra, a de brinquedos do mundo, que foi crescendo em exequo, acrescentando-se um espólio bibliográfico de grande volume e importância. O sonho de Hélder é dar à comunidade o fruto do seu trabalho de décadas de investimento pessoal, económico e social, sem arrependimentos, uma vez que, como afirma: “a memória coletiva de um povo não tem valor”.
Por ora, milhares de brinquedos de grande relevância histórica jazem sobre caixas e caixas, entre muitas paredes dispersas sem que ninguém os possa apreciar na sua plenitude. A Câmara Municipal do Montijo já revelou o seu interesse em ser a casa deste património de valor
inestimável. No entretanto, Hélder Esdras irá continuar a procurar, estudar, preservar e divulgar este património cultural - o brinquedo português, dentro e fora de portas, enriquecendo a memória coletiva de todos nós.
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CARNAVAL
MÚSICA
CTJA recebeu Luís Gomes e Iain Burnside O tenor Luís Gomes e o pianista Iain Burnside ofereceram um espetáculo de luxo, no passado dia 23 de março, no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida (CTJA). Um recital de piano e voz que percorreu um reportório entre a canção, a ópera e a zarzuela de autores como Fauré, Duparc, Strauss, Turina e Obradors, e que será também apresentado em outras cidades europeias.
Luís Gomes, natural do Montijo, foi vencedor de dois prémios no Concurso Internacional Operalia em 2018. Tem-se apresentado nos maiores palcos do mundo como o Royal Opera House e o Teatro Nacional São Carlos, entre outros. Iain Burnside apresenta-se regularmente em recital com os mais conceituados cantores internacionais, sendo descrito como “quase perfeito” pela BBC Classical Music Magazine.
SAÚDE
Walk with the Doc A Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados do Centro de Saúde do Montijo está a promover a iniciativa Walk with the Doc, uma caminhada grátis e aberta a toda a comunidade, liderada por médicos, enfermeiros e administrativos. A atividade tem lugar todos os meses, na última
quarta-feira do mês, iniciando com 30 minutos de conversa sobre o tema “Alimentar a Saúde”, seguindo-se uma caminhada com a duração de uma hora pelas ruas do Montijo. Para participar basta aparecer, com roupa, calçado confortável e vontade de caminhar.
Milhares no Carnaval do Montijo F
oram milhares e milhares de pessoas que estiveram nas ruas do Montijo para os corsos do Carnaval do Montijo 2019, nos dias 3 e 5 de março. Uma verdadeira enchente que não perdeu pitada de um corso composto por nove carros e 1400 figurantes, de 30 associações do concelho do Montijo. Houve lugar à paródia com a política local e nacional, o novo Aeroporto do Montijo também marcou presença… entre muita animação dos participantes que optaram por temas diversificados: dos flamingos do Tejo, passando pelos primeiros presos da futura cadeia de Canha, pelo circo, entre muitas outras fantasias. O Carnaval do Montijo diferencia-se pelo seu cariz popular, autenticidade e envolvimento da população nos desfiles. É um Carnaval sem muitas luxúrias, mas com muita alegria. A organização foi da Banda Democrática 2 de Janeiro, Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, Motoclube do Montijo, Clube Desportivo Cultural e Recreativo “Os Unidos”, A Quadrada ACD, Grupo “Os Comilões”, Associação Náutica Montijense – ANAU e Comissão A Baixa do Montijo, com o apoio da Câmara Municipal do Montijo e da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro.
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ANIVERSÁRIO
Há 36 anos ao serviço da população A
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Canha assinalou o seu 36.º aniversário no dia 28 de abril, em sessão solene onde foi realçado o seu papel no socorro e segurança da população, enaltecido o apoio municipal aos bombeiros do concelho e exigido o reforço dos apoios estatais para o funcionamento das corporações de bombeiros. O contributo da Câmara Municipal do Montijo ficou patente nas palavras de todos os intervenientes na cerimónia, mas também na inauguração de mais uma viatura de emergência pré-hospitalar, um investimento municipal de 51 mil euros. Foi, ainda, inaugurada uma viatura de transporte de doentes, que a corporação adquiriu através de fundos próprios. Salvador Herculano, presidente da direção da associação, recordou que “mais de 90 por cento do socorro e emergência em Portugal é prestado pelos bombeiros e que, também, os bombeiros de Canha assumem esse papel, dando o nosso melhor ao serviço da população”. Reforçando que o “esforço de valorização do pessoal e a modernização de equipamentos só tem sido possível com o apoio de diversas entidades”, como a câmara e as juntas de freguesia de Canha e de Pegões, Salvador Herculano afirmou que os “subsídios oficiais continuam a ser insuficientes e que é, por isso, tempo de pensar numa lei de financiamento dos bombeiros que espelhe a responsabilidade do estado e das autarquias no socorro as populações e o papel preponderante desenvolvido pelos bombeiros”. “Esta é uma ocasião para recordar o passado desta
casa e dirigir uma palavra de gratidão e estímulo aos que estão, hoje, à frente desta associação. Porque não esquecemos os nossos bombeiros e a sua coragem, garantimos os apoios financeiros necessários à sua missão, com novas ambulâncias e assegurando os custos de funcionamento das equipas de intervenção permanentes”, disse o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta. O autarca salientou o compromisso “com a proteção civil das populações. Temos cooperado com
proteção civil
esta associação, explorando todos os caminhos que possam contribuir para aumentar a sua capacidade operacional. Todos somos indispensáveis para construir um concelho mais seguro”. Para além do presidente da câmara, a sessão solene contou com as presenças dos presidentes das juntas de freguesia de Canha e de Pegões, de representantes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, da Liga de Bombeiros Portugueses e da Federação Distrital de Bombeiros.
Bombeiros do concelho com Equipas de Intervenção Permanentes A
s duas corporações de bombeiros voluntários do concelho passaram a contar com Equipas de Intervenção Permanentes (EIP) destinadas ao socorro das populações, devidamente formalizadas em protocolos de colaboração entre o Município do Montijo, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e as duas associações humanitárias de bombeiros. Os protocolos, assinados em cerimónia de âmbito nacional que decorreu no passado dia 4 de abril, em Monforte, traduzem as condições de contratação, funcionamento e manutenção destas equipas. Serão criadas duas EIP’s, uma na corporação dos Bombeiros Voluntários do Montijo e outra nos Bombeiros Voluntários de Canha, cada uma delas com cinco bombeiros. Os elementos das EIP’s serão contratados pelas
associações de bombeiros, ficando a ANEPC e a Câmara Municipal do Montijo responsáveis, em partes iguais, pelos custos decorrentes da remuneração dos elementos das EIP’S. No caso concreto, do Município do Montijo esta comparticipação representa um investimento na ordem dos 50 mil 740 euros. As Equipas de Intervenção Permanente têm a missão de assegurar o socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos e em todos os acidentes ou catástrofes. A sua existência está consagrada na legislação em vigor, indo ao encontro do programa do atual Governo que contempla medidas de valorização e reforço da profissionalização das corporações de bombeiros, procurando melhorar a eficiência do dispositivo de proteção civil.
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EDUCAÇÃO
EPM inaugura restaurante no Círio Novo da Atalaia o dia 20 de março, a Escola Profissional do N Montijo (EPM) inaugurou o Restaurante de Aplicação, no Círio Novo da Atalaia. O al-
moço inaugural contou com a presença do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e da vice-presidente, Maria Clara Silva, entre outros convidados. O Restaurante de Aplicação é um novo projeto pedagógico da EPM, com supervisão pedagógica do Chef Óscar Cabral, que visa dotar os formandos do Curso de Cozinha e Pastelaria
de mais competências técnicas, sociais e de organização. Nuno Canta enalteceu o trabalho desenvolvido por alunos, professores e direção da EPM: “é uma enorme alegria poder estar aqui presente e testemunhar o vosso trabalho. Dão expressão a tudo aquilo que Montijo, enquanto terra, somos e queremos ser, por isso, deixo-vos palavras de congratulação, orgulho e de incentivo”. O novo restaurante está aberto à comunidade escolar, às quartas e sextas feiras.
VI EDIÇÃO
Jogos do Futuro com cerca de três mil atletas O
Município do Montijo vai participar na sexta edição dos Jogos do Futuro da Região de Setúbal (JFRS), que decorre nos dias 14, 15 e 16 de junho e propõe aos jovens da região atividade desportiva nas vertentes competitiva e de convívio, em 25 modalidades. Prevê-se que envolverá cerca de três mil atletas e quase cinco mil acompanhantes. A cerimónia de abertura terá lugar a 14 de junho, pelas 21h00, no Parque José Afonso, na Baixa da Banheira. O ex-jogador de futebol Luisão é, este ano, o patrono dos JFRS. Cada concelho tem, igualmente, um embaixador de renome, que o representará nestes jogos que são uma organização conjunta das nove autarquias da região de Setúbal, Associação de Municípios da Região de Setúbal, movimento associativo popular, escolas e associações distritais de modalidades aderentes. De sublinhar a inclusão neste evento das modalidades adaptadas de boccia, judo, surf e ténis de mesa, assim como o alargamento da competição na vertente feminina. Transversalmente estará o mote da prática do desporto ao longo da vida. Mais informação em www.jogosdofuturo.net e https://www.facebook.com/jogosdofuturo/
Alunos da Lusófona visitam concelho N
o dia 10 de abril mais de 40 alunos da Universidade Lusófona visitaram diversos locais do concelho do Montijo. A iniciativa teve lugar no âmbito de uma parceria estabelecida pela Unidade Curricular ‘Seminário de Comunicação Empresarial’, da licenciatura em Comunicação Aplicada: Marketing, Publicidade e Relações Públicas, com a Câmara Municipal do Montijo. Os estudantes visitaram a Florineve, a Base Aérea n.º 6, a Escola Profissional do Montijo, a Adega Cooperativa de Santo Isidro de Pegões e a Herdade do Moinho Novo, em Canha. Também no âmbito da parceria, o presidente da Câmara Municipal do Montijo esteve dia 26 de fevereiro na Universidade Lusófona para apresentar os novos desafios que o Montijo enfrenta, nomeadamente, com a chegada do novo aeroporto. Os alunos vão estudar as plataformas digitais da autarquia, estabelecendo estratégias de comunicação on-line.
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ASSOCIATIVISMO
Reformados celebram aniversário Foi com muita animação que decorreu a festa do 45.º aniversário da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos do Montijo, no passado dia 13 de março. Na sede da instituição, sócios, dirigentes, funcionários e entidades oficiais participaram na celebração de mais um aniversário desta instituição montijense que, tal como referiu, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, dá um importante contributo para a coesão social e para o apoio às pessoas mais vulneráveis do concelho. A Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos do Montijo foi fundada em 1978. É uma instituição particular de solidariedade social que tem as valências de centro de dia, apoio domiciliário e centro de convívio, sendo igualmente uma das instituições do concelho que integra a rede de apoio alimentar. Para além da vertente social, desenvolve, ainda, atividades de animação sociocultural e recreativa.
UAb
Inscrições abertas Está a decorrer a fase de candidaturas aos cursos de 1.º ciclo (licenciaturas) da Universidade Aberta, nas modalidades de acesso específico e maiores de 23 anos. As candidaturas a ambas as modalidades de acesso, referentes ao 1.º semestre, estão abertas até 14 de maio e são formalizadas através de candidatura online (cursos formais). Para as modalidades de acesso direto, mudança de curso/instituição e reingresso, as candidaturas iniciam a 7 de maio e terminam a 9 de julho. Paralelamente, têm também início as candidaturas aos cursos de 2.º e 3.º ciclos para o ano letivo 20192020 (1.ª fase), cujas condições de acesso estão disponíveis nos planos de estudos dos respetivos cursos de mestrado e de doutoramento. O prazo de candidaturas termina a 25 de junho. Saiba mais em www.uab.pt ou no Centro Local de Aprendizagem do Montijo da Universidade Aberta através do endereço eletrónico cla.montijo@uab.pt.
DIA DA VILA
Canha repõe busto de Manuel Maurício E
ste ano, o Dia da Vila de Canha ficou marcado pela reposição do busto de Manuel Maurício, antigo médico da freguesia, numa cerimónia que decorreu no dia 16 de março, junto ao Centro de Saúde de Canha. Uma figura marcante para a vila, tal como referiu o presidente da Junta de Freguesia de Canha, Armando Piteira: “o doutor Manuel Maurício deixou uma marca que moldou o modo de vida dos canhenses e contribuiu para a sua qualidade de vida. Foi um ilustre cidadão da nossa vila, é lembrado pela dedicação e carinho que sempre demonstrou pela população. Uma pessoa a quem devemos respeito e admiração e cuja vida deve servir de exemplo para as gerações vindouras, para que também elas sintam apelo e orgulho pelas suas raízes”, afirmou. Este é “um ato de memória, de respeito por aquilo que somos, um ato de justiça para com uma pessoa que deu tudo de si à população. Fazemos
esta evocação, não de uma forma saudosista, mas pelo nosso presente, renovando a vontade dos canhenses de transmitir a mensagem de afeto, de preocupação com os outros e de solidariedade que o doutor Manuel Maurício exerceu ao longo da sua vida. Uma terra sem memória é uma terra sem futuro. Com este ato prestamos homenagem a gerações de pessoas, homens e mulheres, que ao longo dos tempos ergueram esta terra”, disse o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta. Manuel Maurício nasceu a 17 de setembro de 1907, no concelho de Santarém. Faleceu em 23 de agosto de 1985, em Canha. Formado em Medicina, fixou-se na Freguesia de Canha em 1933. Durante mais de 50 anos, foi médico na freguesia, tendo igualmente sido um cidadão muito ativo na comunidade, dedicado às causas sociais e impulsionador de vários equipamentos sociais que existiram e, ainda, existem na freguesia.
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CULTURA
Literatura e música no Dia Mundial da Poesia celebração da palavra, da criatividade poética e do diálogo foi o mote para as comemorações do A Dia Mundial da Poesia que tiveram como destaque
o lançamento do livro “Ti Maria Albertina – A poetisa do povo”, de Maria Marques Jacinto, no dia 21 de março, no Museu Municipal Casa Mora. A Sala Azul da Casa Mora foi pequena para mais de uma centena de pessoas que quiseram assistir ao lançamento do livro de Maria Marques Jacinto que, através da sua personagem Ti Maria Albertina, de forma criativa e, muitas vezes, irónica, exprime a sua visão daquilo que a rodeia, transportando muitas das características identitárias que nos definem enquanto montijenses. No dia 23 de março, no Museu Municipal Casa Mora, houve outro evento de comemoração do Dia Mundial da Poesia: o Grupo de Teatro Sem Limites da Universidade Sénior e o Grupo Gerações protagonizaram a iniciativa “Os Poetas e as Cantigas”, que uniu a poesia e a música de alguns dos mais consagrados autores portugueses. As comemorações finalizaram com um evento PICA – Projeto de Intervenção Cultura e Artes, no dia 29 de março, na Ermida de Santo António. Aqui a poesia juntou-se ao jazz e à bossa nova, numa combinação de excelência pelas mãos do Duo São Silva e por quem vive e ama a poesia. De registar que os três eventos tiveram lotação esgotada, o que é demonstrativo do interesse e do acolhimento dos montijenses e que a cultura é um conceito amplo e abrangente, de múltiplas dimensões e manifestações.
ASSOCIATIVISMO
SCUPA festeja 106 anos A Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA) esteve em festa no dia 2 de março pela passagem do seu 106.º aniversário. Na sede da coletividade reuniram-se dirigentes, sócios, entidades oficiais e amigos da SCUPA para assinalar a importância desta coletividade para a comunidade montijense. O presidente da direção da SCUPA, Paulo Coelho, mostrou que a coletividade está de portas abertas e não escondeu as dificuldades que a instituição atravessa, apelando às entidades oficiais presentes, câmara e junta, “para que nos apoiem neste momento difícil, por forma a mantermos esta casa em atividade permanente, na preservação da cultura e da identidade da classe piscatória”. Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, afirmou o apoio incondicional da câmara à SCUPA: “quando houver dificuldades, nos momentos difíceis estamos ao vosso lado. Este é um grande projeto de solidariedade, de homens e mulheres que fizeram esta casa ao longo de mais de um século. Deixo por isso uma palavra de gratidão a todos aqueles que trabalham todos os dias para esta sociedade cooperativa. A SCUPA tem um papel insubstituível na afirmação da tradição piscatória e na valorização do património náutico no Montijo”.
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EXPOSIÇÃO
Jovens que Marcam A
té 11 de maio, na Sala Azul do Museu Municipal Casa Mora está patente a exposição Jovens que Marcam, uma mostra composta por fotografias de 22 jovens, entre os 15 e os 30 anos, que, em 2018, se distinguiram nos domínios da cultura, desporto e empreendedorismo. A exposição pretende, assim, dar visibilidade aos jovens que o Montijo viu nascer e crescer, com percursos e resultados de grande mérito que exemplificam as potencialidades da juventude e, em muitos casos, do movimento associativo local. Posteriormente, a exposição irá percorrer as escolas secundárias e profissional do concelho, procurando reforçar a proximidade e o diálogo com a escola e a comunidade educativa. Museu Municipal | Entrada Livre Horário: 3.ª feira a sábado | 9h00-12h30 e 14h00-17h30
CTJA
expressões v
As Ensemble de Trompetes C O
Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida recebe no próximo dia 19 de maio, o concerto Ensemble de Trompetes realizado pelos Solistas da Metropolitana, pelas 16h30. A entrada é gratuita. Serão interpretadas obras de Dukas, Hassler, Ernst, Heinrich, d’Ambrosio, Kimmel, Weiner, Ewazen, Hørven, Gillis e Thompson pelos trompetes Sérgio Charrinho, Davide Lopes, André Nunes, Tiago Soares, Brian Andrade, Alexandre Almeida e Duarte Anjo O trompete é um dos instrumentos musicais mais antigos de que há registo na história da humanidade. Recuando a civilizações ancestrais, provem de instrumentos rudimentares construídos com chifres de animais, conchas ou pedaços de madeira. Coincidem todos eles num mecanismo de produção sonora semelhante, o qual resulta da oscilação dos lábios do músico junto à extremidade de uma coluna de ar, colocando-se esta em vibração de maneira a emitir o som característico que tão bem conhecemos. 19 de mai.//dom. //16h30 Música//M/6//Duração 60 min.//Gratuito
Escolas na Galeria
omo habitualmente, a Galeria Municipal do Montijo abriu portas ao talento dos jovens estudantes do Montijo. A exposição “Expressões V: as Escolas na Galeria” está patente até 18 de maio. Reconhecendo que a expressão artística tem a ver com imaginação, com a capacidade de olhar o mundo para além do óbvio, de pensar “fora da caixa” e que, por isso, é fundamental no processo educativo, a Galeria Municipal acolhe, pelo 6.º ano consecutivo, a exposição “Expressões”, que reúne trabalhos executados pelos nossos jovens, alunos da área de artes da Escola Secundárias Jorge Peixinho e do Agrupamento de Escolas Poeta Joaquim Serra. Ao longo dos últimos anos, a Galeria Municipal do Montijo tem procurado funcionar como uma plataforma de proximidade entre as escolas e a sociedade. Por um lado, promove o reconhecimento da comunidade enquanto estímulo para que os alunos se empenhem em produzir o seu melhor, permitindo a ampliação do seu universo de referências. Por outro, aposta no potencial artístico do concelho e da região, contribuindo para o fortalecimento da identidade cultural do mesmo. Galeria Municipal|Entrada Livre Horário: 2.ª feira a sábado|9h00-12h30 e 14h00-17h30
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PATRIMÓNIO
Conhecer os moinhos do Montijo N
em o tempo instável demoveu o público que fez questão de participar nas comemorações do Dia Nacional dos Moinhos e no Dia dos Moinhos Abertos, no dia 6 de abril. Num percurso guiado entre o Moinho de Vento do Esteval, o Moinho de Galgas do Museu Agrícola da Atalaia e o Moinho de Maré do Cais, foi possível descobrir segredos e vivenciar experiências únicas.
Os participantes puderam conhecer o processo de extração e produção tradicional de azeite no Museu Agrícola da Atalaia, aprender o trabalho de moleiro no Moinho de Vento do Esteval, ver como funciona o Moinho de Maré do Cais e provar o bolo de milho tradicional do Montijo. Esta iniciativa, realizada em parceria com a Rede Portuguesa de Moinhos, é um exemplo do
vasto trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal do Montijo na preservação e valorização dos moinhos tradicionais enquanto elementos de enorme importância para a história, a cultura e a identidade locais. Recorde-se que, durante o ano de 2018, a autarquia realizou um conjunto de intervenções de manutenção, tanto no Moinho de Vento do Esteval como no Moinho de Maré do Cais.
DIA MUNDIAL DA AGRICULTURA
A importância do mundo rural F
oi com casa cheia que a Câmara Municipal do Montijo assinalou o Dia Mundial da Agricultura, no passado dia 24 de março, no Museu Agrícola da Atalaia. Mais uma vez, a autarquia fez questão de marcar este dia no calendário de eventos municipais, na consciência que o mundo rural, ainda, hoje, tem uma importância fulcral para os montijenses e para o desenvolvimento do Montijo. Aos visitantes já regulares juntaram-se pessoas que, pela primeira vez, conheceram detalhadamente este espaço de excelência do patrimó-
nio municipal, uma quinta agrícola do século XVIII com lagares de vinho e azeite, uma destilaria e adega. Um conjunto de alfaias agrícolas utilizadas na mobilização da terra também pode ser contemplado neste Museu, outrora símbolos de prosperidade rural do concelho do Montijo. A tarde foi animada pela música e danças tradicionais do Rancho Folclórico Juventude Atalaiense. No final, houve um pequeno lanche com degustação de sumo feito com as laranjas da quinta do Museu Agrícola da Atalaia.
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Especial
Pegões e Santo Isidro
Terra de Oportunidades A
história diz-nos que tem sido terra de passagem de viajantes e mercadorias, por culpa de uma estrada, que já foi Real, e que liga Lisboa ao Alentejo e Espanha. A centralidade geográfica de Pegões arrasta-se nos séculos e é, ainda hoje, um dos motivos da sua atratividade. Se é verdade que continua a cumprir a função de comunicação entre territórios, não menos verdade é que soube impor-se por outros motivos, sejam eles os famosos vinhos da Adega de Pegões ou o património arquitetónico do Colonato de Santo Isidro. E se a tudo isto damos enorme valor, neste Especial seguimos outro caminho para mostrar que há muito mais em Pegões! Há uma dinâmica pujante na atividade económica, em particular na produção agrícola; há novos produtos e outros de grande tradição que resistem à evolução dos tempos; há projetos de sucesso na restauração e no turismo; há associações e pessoas que dão o seu melhor para o crescimento e desenvolvimento da freguesia. Em Pegões e Santo Isidro há um mundo de novas realidades, numa terra que… mais de passagem é uma terra de oportunidades!
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Especial
PEGÕES E STO. ISIDRO
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Montijo à Mesa RESTAURANTE MANJAR
Gourmet em prato farto ou regalo de doçaria? Escolha Pegões No número 392, da Avenida 4 de Outubro, em Pegões (no sentido de Canha) encontra-se um restaurante recente, o Manjar, que já merece críticas de excelência de quem lá passa e promete voltar. Ao lado encontrase um dos locais mais frequentados da freguesia – o Migalhas II e à entrada da freguesia o original Migalhas. Em ambos, aconselhamos vivamente a não resistir à tentação. Entre e prove os produtos de padaria e pastelaria. O melhor mesmo é agendar a visita a Pegões e provar para comprovar.
I
naugurado em junho de 2018, com apresentação gourmet de pratos de assinatura própria e outros afamados da gastronomia portuguesa, o Manjar distingue-se dos demais
novilho são algumas das tentações de uma vasta gama de sabores apresentados no menu. O deleite vem na sobremesa. Farófias, semifrio de frutos silvestres, doce de Oreo e arroz doce são alguns dos pecados sugeridos. O melhor é mesmo deixar-se levar pelas tentações. Manjar significa, aqui, um deleite de refeição que alimenta também o espírito. A simpatia e competência do staff têm nota máxima neste espaço que conta com 40 lugares que fluem, de forma ordenada, num ambiente acolhedor de linhas direitas, em tons sóbrios e modernos. A história dos “Migalhas” é outra, mas contada pela mesma pessoa. Nelson Cam-
próprio são pecados a que não deve resistir. O segredo por detrás da forma astuta como Nelson Campos foi conquistando o mercado da restauração é muito simples: trabalhando. “Tenho formação de eletricista. Um dia comprei uma roulotte para fazer um festival de verão. Chegámos a vender 16 mil bifanas”, conta Nelson Campos que ainda hoje corre todos os festivais de verão. Toma conta do Altice Arena no que concerne a comes e bebes, para além de ter uma fábrica de sopas e o negócio de venda de equipamento para restaurantes. A vontade de servir bem levou longe o empresário: “aos poucos fomos evoluindo e crescendo. Estamos abertos todos os dias da semana e só paramos no dia de Natal”, afirma o empresário que conta com o apoio e empenho da família. “Em 2002 abrimos o Migalhas. O segundo apareceu dez anos depois e o ano passado abrimos o Manjar, onde servimos entre 70 a 80 pessoas aos dias de semana, aos fins de semana temos uma média de 120/150 refeições. Brevemente vamos abrir um Migalhas e um Manjar em Vendas Novas”. Uma bifana, um bolo, pão quente como só nos Migalhas se encontram… ou um bacalhau à Manjar de comer e chorar por mais? Como pode constatar, razões não faltam para vir a Pegões. Se é para cair em tentação, que seja em grandes doses!
RESTAURANTE
Manjar
Avenida 4 de Outubro, Pegões 2985-215 +351 265 898 116 12:00 às 22:00 migalhas@cibermigalhas.com facebook.com/Manjar-Restaurante
por servir com elevado padrão de qualidade em travessas largas suficientes para alimentar duas pessoas com meia dose. Tudo isto a preços acessíveis a partir dos 12 euros. Bacalhau à Manjar, espetadas de lulas, arroz de marisco, massa de peixe, choco frito, lagartos de porco preto, naco de vitela, costeleta de
pos é, também, o proprietário do Manjar e dos três Migalhas existentes, dois em Pegões e um em Lisboa, Sacavém. O sucesso do negócio é o que o nome indica. Um verdadeiro teste à gula, de tal forma que apenas vão sobrar migalhas. Aqui, as sopas, as bifanas, o pão e os bolos, tudo de fabrico
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AGROMATRIZ
Inovação, qualidade e morangos que crescem no ar… A
primeira imagem é impactante, quase parece saída de um filme de fantasia. Poderia ser um mundo imaginário, um cenário onde, inexplicavelmente, os morangos aparentam crescer no ar, mas na realidade são as mais recentes técnicas e tecnologias aplicadas à agricultura. Quando se entra, pela primeira vez, na exploração de morangos da Agromatriz, em Pegões, é impossível ficar indiferente: são 300 mil plantas de morangueiro, que enchem a totalidade da visão dos dez mil metros quadrados de estufa. “Este sistema da estufa é semi-hidropónico, o que permite criar uma grande quantidade de fruta. Aqui dentro, num hectare, temos capacidade para 300 mil plantas, o que equivale a quatro ou cinco hectares em terra. O fruto está pendurado e limpo, não contacta com o solo e gastamos muito menos água e adubo”, explica António Almeida, diretor geral da Agromatriz. A ideia deste investimento começou em 2012, quando Marco Agostinho e Carlos Pombinho, se juntaram, recolheram informação, fizeram prospeção de mercado e delinearam um pla-
no de negócio para um projeto diferenciador e com potencial de produzir mais e melhores morangos, até porque a produção interna apenas chega para cerca de 30 por cento do consumo nacional deste fruto. Em 2015 submeteram o projeto a candidatura ao PDR 2014-2020, que foi aprovada. A construção da estufa iniciou-se em 2017 e em setembro de 2018 fizeram a primeira plantação. Dois meses depois eram apanhados os primeiros morangos, uma prática que agora é feita diariamente, durante todo o ano, tendo como meta a produção anual de 150 toneladas, que é vendida para a OP Frutas Classe, uma organização de produtores que, posteriormente, distribui para as grandes superfícies e para todo o mercado nacional. Sempre ligado à execução de projetos agrícolas, António Almeida revela que não “existem muitas estufas deste género no país” e que Pegões é um território privilegiado para a agricultura: “tem água, terrenos com aptidão agrícola, é uma zona com mais horas de luz e um microclima muito próprio que nos permite, por exemplo, colher maças
duas ou três semanas antes do resto do país e isso é uma vantagem competitiva”. Sim, leu bem, maças! Em Pegões, a Agromatriz não vive só de morangos e tem cerca de cinco hectares e meio de macieiras. Este ano irá plantar mais dois, a que se juntarão outros oito hectares no próximo ano. Atualmente, a empresa conta com sete trabalhadores e os planos futuros não param: para além da conclusão de um armazém para permitir aumentar a câmara de frio e criar uma zona social para os funcionários, na calha está um novo projeto para produzir mais… morangos! “Vamos submeter ao PDR 2020 uma nova candidatura para aumentar mais um hectare de estufa de morangos. Iremos dobrar a área e com isso duplicar a produção para as 300 toneladas anuais”, conta António Almeida. É a olhar o futuro com um projeto agrícola inovador, de qualidade e com sustentabilidade que a Agromatriz vai continuar presente em Pegões e, muito provavelmente, nas maças e morangos que compra para levar para a sua casa.
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Escola de Tiro de Santo Isidro de Pegões
“É a minha alma que está aqui” É
notória a forma apaixonada como Mário Delgadinho, 55 anos, fala da Escola de Tiro de Santo Isidro de Pegões, projeto que iniciou em 1999 e onde já recebeu os melhores atletas do país da modalidade de tiro desportivo. “Criei isto de raiz. Já tinha tido outros campos de tiro, fui ganhando contactos e pensei em fazer um campo com condições para o tiro desportivo federado. Iniciei-me no tiro aos 14 anos, federei-me na modalidade aos 17. É a minha alma que está aqui”, diz. Um investimento pessoal, que contou com o apoio de um familiar, e que foi, efetivamente, feito de raiz: “comprei o terreno em 1999 e isto era vegetação e eucaliptos. Com a ajuda do arquiteto Paulo Lopes e do engenheiro Carlos Lopes, fiz o projeto, tive que subir a cota para deixar os campos planos e todos ao mesmo nível. A Escola de Tiro de Sto. Isidro está filiada na federação desde 2004 e fizemos uma inauguração oficial, com mais de 1000 pessoas, em 26 de maio de 2005. Foi uma festa muito bonita, com atiradores de todo o país”, afirma com orgulho. Hoje, tem mais de 200 sócios, sendo o clube do
país com mais inscritos, apesar dos praticantes diários terem diminuído devido às alterações impostas pela Lei n.º 5/2006, de 23 de fevereiro, que aprovou o novo regime jurídico das armas e suas munições. “Até 2007 havia muita gente a atirar. Depois, por causa de leis que são feitas sem conhecimento da realidade, isso mudou. Houve uma grande quebra de clientes, porque os caçadores deixaram de poder fazer tiro no fosso e, agora, só mesmo os atiradores federados podem utilizar estes campos”, explica Mário Delgadinho. Dando o exemplo de países europeus onde a modalidade integra o desporto escolar, acrescenta que “há um entendimento errado sobre este desporto. O tiro desportivo não é violência. Tal como outros desportos é benéfico não só para a parte física, como mental e psicológica. Não é por acaso que é um desporto olímpico”, afirma. Apesar destes constrangimentos, a Escola de Tiro de Sto. Isidro continua a receber praticantes de todo o mundo e atiradores federados de todo o país: “o selecionador nacional traz muitos atletas para treinar aqui, porque temos os três campos equipados com o mesmo conjunto
de máquinas Matarelli, que são das melhores da modalidade. Que tenha conhecimento, só há mais um clube de tiro com o mesmo equipamento. Fazemos campeonatos regionais, nacionais de todas as disciplinas, desde o fosso olímpico ao trap”. Mário Delgadinho é o proprietário, o gerente, o administrativo, o treinador, o jardineiro, enfim… um multifunções na gestão diária da escola de tiro, contando com o apoio da esposa, do sogro e do filho. “Sou eu que faço toda a manutenção do espaço, tenho aqui 31 anos de vida, é um investimento pessoal. O que mais gostava era de manter isto. Tem sido uma grande luta”. Os projetos para o futuro passam pela abertura do café e do restaurante, mas para isso necessita da colaboração da câmara para “a pavimentação da estrada de acesso. É um problema que já se arrasta há alguns anos e gostava que fosse resolvido. Era bom para a Escola de Tiro porque recebemos aqui pessoas vindas de todo o país e de fora do país, mas também para a população e todos os que utilizam diariamente este caminho e são muitos devido às explorações agrícolas”, conclui.
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Miúdos a Votos nas Escolas de Pegões, Canha e Sto Isidro Os alunos do Agrupamento de Escolas de Pegões, Canha e Santo Isidro receberam a visita do secretário de Estado da Educação, João Costa, no encerramento da iniciativa “Miúdos a Votos”, no dia 15 de março, na EB 2,3 de Pegões. No dia da “eleição”, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, o secretário de Estado da Educação, João Costa, deslocou-se a Pegões para assistir ao ato e explicar às crianças a importância do “Miúdos a Votos”: “nem todas as escolas do país participam nesta iniciativa e, por isso, vocês têm muita sorte em ter professores que vos dão oportunidade de aprender de forma diferente. Quando estamos a votar dizemos aquilo que queremos e isso é muito bom. É muito importante termos a liberdade de dizer o que queremos, de manifestar a nossa opinião”. Este agrupamento de ensino foi um dos participantes na 3.ª edição desta iniciativa nacional, promovida pela Rede de Bibliotecas Escolares e a Visão Júnior e que consiste na eleição dos livros preferidos das crianças e jovens portugueses, promovendo assim a leitura e o desenvolvimento de competências de cidadania ativa.
DIAMOND BERRY
Framboesas de Pegões no Mundo S
abia que há framboesas de Pegões à venda na Inglaterra, Holanda, Bélgica ou, até mesmo, no Dubai? A Diamond Berry é uma das empresas agrícolas que se instalou nesta zona do concelho e se dedica à produção deste fruto muito apreciado além-fronteiras. Em 2017, a determinação, a persistência e a coragem de Carla Veiga levaram-na a iniciar uma aventura, num mundo totalmente desconhecido. Ligada ao ramo automóvel, “senti necessidade de ter um negócio próprio, vi na televisão um projeto semelhante e fui averiguar a existência de fundos europeus que apoiam o início destas empresas. Comecei do zero, contratei uma pessoa da área para me ajudar e meti mãos à obra. O primeiro hectare de macro túneis foi montado por uma empresa e eu com o meu sogro, sogra e marido montámos as telas anti ervas, colocámos o sistema de rega no interior, a fibra de coco e fizemos a plantação das plantas”, explica. A exploração da Diamond Berry tem um total de dois hectares de framboesa da variedade Enrosadira, plantada num sistema de semi-hidro-
ponia, em vaso com substrato de fibra de coco: “é um sistema onde não pode haver falhas na água e na mistura dos nutrientes, mas que tem a vantagem de facilitar o controlo de pragas”. Estes dois hectares produzem framboesas duas vezes por ano, num total de 40 toneladas, que são apanhadas à mão pelos três trabalhadores permanentes da exploração, a que se juntam outros 30 durante a época de colheita. O investimento, que teve financiamento comunitário, “está a correr bem” e Carla Veiga planeia a plantação de mais um hectare “de outro tipo de fruto ou hortícola que permita ter produção todo o ano e ganhar mais rentabilidade”. Esta aventura agrícola, que hoje é a sua ocupação profissional a tempo inteiro, trouxe esta residente em Sintra à descoberta de Pegões pelas condições propícias do terreno e do clima desta zona do concelho do Montijo. Porque “se é para fazer é até ao fim”, como afirma Carla Veiga, o projeto da Diamond Berry promete continuar a aumentar, a ganhar mais sustentabilidade e a levar as framboesas de Pegões pelo Mundo.
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AGRUPAMENTO 967 CNE
Ser escuteiro no caminho da vida “O melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e quando a vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem”.
S
e é ou foi escuteiro num dos 1100 agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas (CNE) saberá perfeitamente que a frase que leu nas linhas acima é de Robert Baden-Powell, fundador do escutismo. Fazer o bem é, talvez, a mensagem mais poderosa, transmitida às crianças que iniciam o seu caminho nos escuteiros. O Agrupamento 967 de Pegões não foge a esta diretriz e a outra muito importante no método escutista: aprender fazendo. “O projeto educativo do CNE está estabelecido entre os 6 e os 22 anos. Uma primeira fase, entre os 6 e os
10 anos, que é o lobitismo, e depois o escutismo, dos 10 aos 22. O projeto vai crescendo à medida que o indivíduo cresce, vamos promovendo a autonomia, a aprendizagem social e espiritual”, explica Mário Ferreira, dirigente do agrupamento. “Trabalhamos, de forma muito subtil, mecanismos com os miúdos que permitem torná-los pessoas ativas na sociedade, pessoas de bem e felizes, com autoconhecimento e autoaprendizagem. Não conseguiremos com todos, mas acredito que conseguimos com muitos”, acrescenta.
O Agrupamento 967 foi fundado em Pegões, em 1990. São quase 30 anos, “com momentos altos e baixos, porque não deixamos de ser uma célula viva de pessoas, que também vão mudando ao longo da sua própria vida e essas mudanças refletemse no agrupamento”, afirma. Atualmente, o efetivo conta com 67 elementos, “estamos numa fase boa, entregues a este projeto dos escuteiros” e, também, numa fase de maior abertura à comunidade: “o papel do escutismo mudou. Antigamente servia, e ainda serve, como
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ASSOCIATIVISMO
Adega de Pegões é a melhor cooperativa portuguesa na Alemanha
instrumento de evangelização da Igreja. Estava muito fechado em si, nas suas dinâmicas próprias. Hoje, com a oitava maravilha do método escutista, que tem a ver com aquilo que é a nossa ação na comunidade, há uma maior abertura ao exterior”, explica. Neste agrupamento, esta abertura à comunidade é visível na diversidade de eventos que associação participa ou que organiza: “em junho, vamos ter a prova de BTT Rota dos Caminheiros. Iremos, também, fazer um passeio noturno e colaborar na dinâmica das Festas de São João e outras aqui por perto. Integramos atividades de cariz social ou solidário, como são o Banco Alimentar, a Cáritas, recolhas de bens para tragédias, como foi esta agora em Moçambique, envolvendo a comunidade. Temos também representação no Conselho Municipal da Juventude do Montijo e no Conselho Geral do Agrupamento de escolas de Pegões, Canha e Santo Isidro”. Mais que angariar alguma verba para atividades e a manutenção da nova sede, que estrearam há um ano e que é o cenário perfeito para um grupo que tem uma profunda ligação à vida na natureza, “com estes eventos acrescentamos saúde e conví-
vio à comunidade, mas acima de tudo valorizamos a componente pedagógica dos nossos escuteiros, que aprendem que alcançar objetivos envolve esforço e que a sua ação tem impacto positivo na comunidade”, salienta Mário Ferreira. Este ano, há um grande projeto vivido com a expetativa de quem se prepara para uma experiência única: “queremos ir a Kandersteck, nos Alpes Suícos, de 26 de julho e 4 de agosto. Serão dez dias de atividade, uma grande experiência para todos”. Mas afinal o que é ser escuteiro? A resposta aparenta ser simples, mas não é: “há um sentimento que não consigo transmitir a quem não viveu o escutismo. É o convívio, é, também, aprender a viver com o essencial e a valorizar. Prepara-nos para a vida, dá-nos autonomia, espírito de grupo e de partilha, mas é muito mais que isso. É uma maneira de estar que aplicamos a outras dimensões da nossa vida. Hoje, aquilo que sou é por causa do escutismo”, conclui Mário Ferreira. As portas do Agrupamento 967 de Pegões estão abertas a todos aqueles que queiram fazer parte da experiência escutista ou que queiram colaborar para, em conjunto, deixar a comunidade, o mundo um pouco melhor.
A Adega de Pegões foi distinguida com o prémio de melhor Cooperativa Produtora de Vinhos em Portugal pelo famoso concurso Berliner Wein Trophy 2019, que se realiza anualmente na Alemanha. Neste concurso obteve ainda mais sete medalhas de ouro e três de prata, com destaque para os vinhos Rovisco Pais Premium, Adega de Pegões Trincadeira, Adega de Pegões Touriga Nacional, Adega de Pegões Alicante Bouschet e Adega de Pegões Grande Reserva, que obtiveram cinco das sete medalhas de ouro alcançadas pela Adega de Pegões. O ano de 2019 começa da melhor forma para os vinhos de Pegões, que já conquistaram um total de 58 prémios só nos primeiros dois meses do ano, sendo quatro Grandes Medalhas de Ouro, 32 de Ouro e 22 de Prata. A Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões é um dos principais atores do sector económico do concelho do Montijo, uma empresa de referência que leva o nome do Montijo pelo país e pelo mundo.
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Especial
PEGÕES E STO. ISIDRO
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MONTE GIRASSOL
Turismo rural com conforto e tranquilidade R
espeitando a história e o património locais, o antigo Casal 147 da Colónia Agrícola de Santo Isidro de Pegões transformou-se numa casa de campo de turismo rural. O Monte Girassol recebe clientes de todo o mundo, numa experiência multicultural marcada pela tranquilidade, conforto, qualidade e sustentabilidade ambiental. Há 14 anos, a procura de uma casa de fim-desemana e um anúncio nos classificados trouxe José
“Fiz um pequeno estudo de mercado, um plano de negócios e avancei com capitais próprios. Em 2013 começámos as obras, ficaram concluídas em 2014 e obtivemos o licenciamento como casa de campo de turismo rural, por parte da câmara, em maio de 2015. A partir desse momento fizemos o registo no Turismo de Portugal, colocámos anúncios nos sites de reservas tradicionais e começou a funcionar logo muito bem”, conta.
positiva sobre o Monte Girassol: “diria que 90 por cento das pessoas gostam imenso, é evidente que nem sempre conseguimos que a expetativa das pessoas seja totalmente satisfeita. Isto não é alojamento local, é outro conceito que tem serviço permanente, pequeno-almoço, os hóspedes nunca estão sozinhos, mas também se preserva a sua privacidade. É quase um serviço de hotel, mas sem o mesmo formalismo. Não é luxo, nem pretendemos que seja, mas demos muita atenção aos detalhes, à qualidade e ao conforto”. O Monte Girassol tem quatro alojamentos privativos, que permitem acomodar até 20 pessoas e está na iminência de sofrer obras de ampliação: “apresentámos um projeto que já foi aprovado o pedido de informação prévio na câmara e, igualmente, aprovado pelo PDR 2020. Serão sete suites individuais, para nos permitir diversificar a oferta e diminuir a sazonalidade da mesma e, assim, duplicar a capacidade de alojamento para 40 pessoas”.
“É quase um serviço de hotel, mas sem o mesmo formalismo. Não é luxo, nem pretendemos que seja, mas demos muita atenção aos detalhes, à qualidade e ao conforto”.
Ferreira da Conceição a Pegões, concretamente às Faias: “procurava uma casa que ficasse num raio de 50 quilómetros à volta de Lisboa. Não conhecia rigorosamente nada desta zona, nem da sua história e, portanto, foi uma surpresa muito agradável”. A casa estava parcialmente habitável, o terreno abandonado deu lugar a um jardim com piscina, mas a necessidade de rentabilizar o investimento realizado em obras mais profundas levou José Conceição a tomar a decisão de transformar a casa de férias da família… numa casa de férias para pessoas de todo o mundo.
A obra respeitou todas as diretrizes de preservação da arquitetura do local, mantendo o casal com a fachada idêntica à original. O interior foi totalmente remodelado para dar conforto e qualidade aos clientes, apostando em materiais e técnicas que promovem a sustentabilidade ambiental e a eficiência energética. Se nos dois primeiros anos, a grande maioria dos hóspedes era proveniente da Europa, América do Norte, Ásia, América do Sul ou países árabes, hoje há um equilíbrio entre clientes estrangeiros e nacionais. Em comum têm a opinião
Tal como explica o proprietário, o futuro passará, também, pelas relações de parceria com outros atores locais, como é o caso da Cooperativa Agrícola de Sto. Isidro de Pegões: “nas nossas refeições só oferecemos vinhos de Pegões, temos a ambição de fazer aqui degustações, levar os nossos hóspedes lá e que eles também possam colaborar connosco quando recebem clientes de fora. Vamos continuar, também, a apostar nos eventos de team bulding de empresas porque temos muitos contactos nesse sentido”. Perfeitamente integrado na estratégia de desenvolvimento local, o Monte Girassol beneficia da centralidade geográfica de Pegões, mas contribui, igualmente, para a projeção da região e do concelho. Ligado à área da gestão, José Ferreira da Conceição passou boa parte da vida a viajar pelo mundo. Hoje, no Monte Girassol vive uma “experiência pessoal fantástica, onde o mundo vem à minha casa”. Onde, diremos nós, o Mundo vem a Pegões, conhecer a tranquilidade rural do concelho do Montijo.
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REAL GIN
O primeiro gin da Península de Setúbal V DESPORTO
Pegões vai ter relvado sintético sede da Junta da União das Freguesias de A Pegões recebeu a assinatura do contrato para o arrelvamento sintético do Campo
de Futebol de Pegões Cruzamento, numa cerimónia que decorreu no dia 29 de março e que contou com a presença do secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel. Um dia importante para Pegões, pois “há muito que a construção do relvado sintético para a prática de futebol de formação era pretensão dos autarcas da freguesia, dos dirigentes associativos e dos praticantes da modalidade”, afirmou o presidente da junta, António Miguens, salientando que o novo campo vai ser utilizado por cerca de 100 jovens da freguesia e que as obras iniciam no interregno dos campeonatos. Abordando a importância do desporto na formação dos jovens, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, assumiu o compromisso de promover o desenvolvimento de “infraestruturas condignas e capazes para acolher a prática desportiva. Este é um contrato que contribui para melhorar a região e a Freguesia de Pegões, ao qual a câmara municipal também se vincula e irá colaborar financeiramente para a sua construção”. No encerramento da cerimónia, o secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, pautou o seu discurso por três notas: proximidade, parceria e sentido de serviço público: “os equipamentos são importantes desde que sejam utilizados pelas pessoas e o facto de termos aqui tantos jovens, alguns deles equipados com a camisola do clube, é sinal que este equipamento tem uso e terá melhor uso. Todos estamos aqui porque queremos qualificar, cada vez mais, o território para melhor servir as pessoas”, concluiu. O contrato para o arrelvamento sintético do Campo de Futebol de Pegões Cruzamento foi assinado entre a Junta da União das Freguesias de Pegões, a Direção Geral das Autarquias Locais e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR LVT) e surge na sequência da aprovação de candidatura ao Programa Equipamentos Urbanos de Utilização Coletiva, Subprograma 2 da CCDR LVT, apresentada pela referida junta de freguesia.
ou fazer um gin! A afirmação de Luís Fava, em tom de brincadeira no seio da família, foi o pontapé de saída para que Pegões, agora, seja, também, terra de gin. A Real Gin está à beira da antiga Estrada Real, numa típica casa do Colonato de Santo Isidro de Pegões, misturando as raízes deste local com a modernidade dos pequenos prazeres contemporâneos. No espaço de uma semana, a brincadeira deu lugar aos primeiros testes. “Das 30 receitas, oito eram bebíveis, e de uma delas nasceu o Real Gin Clássico, que começámos a produzir em 2016”, afirma Alexandra Fava, uma das proprietárias. Hoje, a marca juntou mais duas variedades ao seu portfólio: o Real Gin Moscatel, “lançado em 2017, que tem na base o Gin Clássico, mas fazemos o envelhecimento em barricas de madeira onde estagiou o Moscatel de Pegões”, explica Alexandra, e o Real Gin Rouge, “que surgiu em 2018 e junta 120 quilos de frutos vermelhos a 800 litros do Gin Clássico”, acrescenta. No total, em três anos, a DestilReal produziu 15 mil garrafas das três variedades de gin e, apesar das dificuldades derivadas de excessiva presença de marcas no mercado nacional, Alexandra Fava admite que “a aceitação tem sido boa. Estamos a tentar entrar nos supermercados, para alcançar mais quota de mercado. O feedback dos clientes é positivo. Do Real Moscatel vendemos o primeiro lote de 280 garrafas num mês, o de frutos vermelhos, desde dezembro de 2018, vendemos a palete de 890 garrafas e já tivemos de fazer mais”. Naturais e residentes em Pegões, os proprietários da Real Gin fazem questão de manter as raízes deste local bem presentes nos seus produtos: o
nome teve origem no facto de estarem localizados na antiga Estrada Real, hoje Estrada Nacional 4; toda a fruta utilizada na produção do gin é fruta da região e até as barricas de madeira onde estagia o Gin Moscatel são provenientes da Cooperativa Agrícola de Sto. Isidro de Pegões, uma das referências vinícolas do país. Sem revelar segredos e como, infelizmente, através destas linhas não é possível provar o Real Gin, aguçamos o seu apetite com uma descrição do processo de produção: “a base do nosso gin é álcool de arroz ou de milho, depois para ser gin tem de ter zimbro. No caso dos nossos gins, em cada um, acrescentamos mais três botânicos, que podem ser frescos (fruta) ou secos (sementes). Fazemos as infusões todas separadas e o blend final nos depósitos grandes, com água destilada. Gostamos que o gin esteja algum tempo em estágio, para que as partículas de água se misturem com o álcool e ganhe outro sabor. O processo demora, mais ou menos, um mês”. Estas receitas de sucesso já conseguiram prémios no estrangeiro e vão continuar nas prateleiras dos supermercados do El Corte Ingles e de lojas gourmet de todo o país: “queremos expandir a nível nacional, dar mais visibilidade à marca e aumentar a exportação”, revela Alexandra Fava. Para além da destilaria, a Real Gin funciona, também, como bar, aberto sexta-feira e sábado, a partir das 21h00. Num espaço muito agradável, onde é possível ver os depósitos de gin e um alambique de cobre tradicional português, recebem pessoas de toda a região e de vários lugares do país para provar este gin made in Pegões, o primeiro da Península de Setúbal.
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PEGÕES E STO. ISIDRO
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Estórias com História
De Vendas Novas a Aldeia Galega Relato de uma jornada Terence McMahon Hughes*
eixámos Vendas-Novas às três da manhã, D sob um chuvisco frio. Manuel cobriu-me com um cobertor às riscas, e por essa atenção prometi-
lhe meio-dolar extra se conseguisse fazer com que chegássemos a Aldeia Galega às três da tarde. Da mesma forma Manuel tapou-se com uma espécie de pequeno oleado que lhe proporcionava uma escassa proteção contra a chuva fria. De Vendas-Novas a Aldeia Galega (uma distância de oito léguas) a estrada é de areia, e por isso muito agradável de percorrer de carro ou em qualquer outro tipo de carruagem. Toda a região do Ribatejo partilha as mesmas características, desde a Moita, na margem do Tejo, até Setúbal, no Atlântico. Mas o solo por baixo desta areia é dotado de grande fertilidade, e sobre ele crescem em Setúbal algumas das melhores laranjas do mundo. O mesmo mato e arbustos aromáticos cobrem esses baixios como antes, mas em maior diversidade, e em tons de verde, azul, amarelo e lavanda. Na verdade, o trilho que percorremos tem toda a aparência de um jardim botânico. Por trinta milhas, em direção à margem do Tejo, existe aqui um nível morto em que a Natureza parece ter preparado o terreno para um caminho-de-ferro, se ao menos o tivesse fornecido com população. Por volta das quatro da manhã cruzamo-nos com o estafeta para Elvas – um rapaz numa mula, que qualquer ladrãozeco poderia assaltar e apropriarse do conteúdo da sua bolsa de couro. É suposto alcançar Elvas em 48 horas. O estafeta costumava ser assaltado, mas não ultimamente. Os bandidos de Portugal, embora duros, parecem misericordiosos. Pegões consiste em três casas e uma fonte. A única estalagem é a mais miserável de Portugal. É chamada a Estalagem dos Ladrões, o que é confirmado pela sua aparência. O roubo por aqui frutifica todas as noites e aquela é o ponto de encontro da chamada má gente. O interior da estalagem é miseravelmente desconfortável. Uma árvore despojada da sua casca e com seus galhos enrolados, mas sem nenhuma outra mudança, sustenta o telhado, de modo que nos podemos imaginar, ainda, no meio da natureza. Enquanto aqui estive ouvi acerca da revolução que teve lugar ontem em Lisboa e sobre a qual o jovem correio trazia as notícias, o que precipitou Manuel na sua jornada. Não havia coelhos para consumir, a despeito desta ser a terra dos coelhos; nem carne de porco ou chouriços, apesar de ser terra de suínos; nem uvas, melões ou outras frutas – nada, senão miseráveis galinhas, que enjoei no meu caminho pelo Alentejo. Pedi três ovos, os quais a desajeitada patroa, com aspeto de ladroa condenada, me trouxe duros como balas. Estive quase a atirá-los à sua cabeça. Felizmente consegui outros dois que eu próprio cozi. Estando a viajar desde as três da manhã encontrava-me desesperadamente esfomeado, à falta de melhor pedi bacon para cozinhar. Depois pedi mostarda, que me trouxe em pó e espalhou pelo meu prato. “Por amor de Dios, o que está fazer, sua desastrada?” exclamei. “Não é assim?” aproximou-se, confessando nunca ter visto alguém usar a mostarda, já que ninguém
em Pegões se interessava por ela. Mais francamente, ainda, confessou-me que eles comem como canibais, e que os usos cristãos ainda não foram introduzidos. Com um pouco de vinagre misturei alguma da mostarda e ataquei o bacon, que estava enjoativamente gordo. O chá, mais uma vez, foi sem leite. Deuses, que pequeno-almoço! Para terminar, a sobremesa consistiu em pequenas maçãs de que apenas trinquei metade de uma. Fugi de Pegões como o judeu errante, invocando a maldição de Kehama. A duas léguas de Aldeia Galega começa um extenso bosque de pinheiros. Bosques semelhantes espalham-se ao longo da costa e até uma distância considerável para o interior, até Palmela. Existe também um grande número de pinhais na costa atlântica entre Lisboa e o Porto. No sul do Alentejo e no Algarve as florestas são de sobreiros. De Aldeia Galega até Estremoz existem marcos-de-légua, em cujos topos curiosos caprichos são cortados. Os pinheiros são lindos com as suas longas hastes direitas e os seus cachos verdes de folhas. Alguns são altos subindo num único tronco, outros possuem três ou quatro pernadas que irradiam do tronco principal com a precisão de um diagrama matemático. Aqui passámos por três camponeses no mais baixo estado de miséria (algo raro de ver em Portugal) vestindo calças largas de linho castanhas descendo até aos joelhos, com as pernas nuas e os pés descalços, os casacos esfarrapados, carregando trouxas em uma vara sobre o ombro de cada homem. Velhos chapéus completavam o traje, sendo que apenas um deles transportava um cobertor. Realmente, só alguém muito pobre não tem um cobertor. Distribui alguns cobres por estes pobres coitados, pelos quais ficaram imensamente gratos, sendo o numerário tão escasso em Portugal por esta altura. Manuel adormecia com frequência nesta estrada miserável, mas as inteligentes mulas sabiam bem o caminho, escolhendo sempre o melhor trilho. Durante cinco milhas não encontrámos vivalma, e durante as vinte milhas de estrada de hoje apenas vimos três carros com passageiros e bagagem para Elvas, três ou quatro camponeses e um homem cortando lenha de arbustos para os fornos do padeiro. Poderíamos ser assaltados e assassinados e virados do avesso que ninguém daria por isso. Mas, sinceramente, esta é uma gente pacífica. Passámos por três carros com lã do Alentejo para Lisboa. Por mais duas léguas o pinhal é denso. A estrada é muito agradável com o seu piso de areia, sem a mínima intervenção de mão humana. Passamos agora uma área de cultivo junto a uma pequena aldeia chamada Arriba [provavelmente as Rilvas. N.T.], com uma ponte sobre uma ribeira, a cerca de légua e meia de Aldeia Galega. Aqui os camponeses usam todos calças de linho, camisolas de lã e um disforme chapéu castanho que completa o traje. Tão próximo da costa, todos eles comungam já a maneira dos pescadores. À esquerda da estrada encontra-se um belo campo de arroz, que começa a ser extensivamente cultivado no Alentejo; sendo extremamente raro no resto de Portugal, apesar de poder ser cultivado em quase todo o país.
A plantação é muito bonita, com longos corredores verdes luminosos ondulantes. Durante a jornada esteve calor mas sem ser desagradável. Apenas uma pequena chuva ontem à noite e um maravilhoso sol brilhante durante o resto do tempo. A duas milhas de Aldeia Galega passámos uma aldeia numa colina com uma conhecida igreja, chamada Nossa Senhora da Atalaia. Por aqui existem cactos e aloés mas nem uma alma é visível. Do cimo desta colina obtemos uma vista sobre Lisboa, o objetivo da nossa viagem. A cidade distante é linda, como palácios de mármore à beira desse glorioso rio; e essa ilusão só é dissipada quando nos encontramos já muito próximos. Esta colina é a única numa distância de 30 milhas e completamente redonda. Aqui existe uma vinha murada e uma cruz à beira da estrada para recordar o local onde aconteceu um assassinato, e uma outra coberta com bonita alvenaria com quatro arcos suportados por colunas à sombra das árvores, para mostrar onde começam a cultura e a civilização. Agora passamos por vinhas de ambos os lados da estrada, conforme nos vamos aproximando vemos os barcos no Tejo, as casas e as igrejas distantes. Aldeia Galega é mais limpa do que a generalidade das vilas portuguesas. Tem cerca de 900 casas, e 4 mil habitantes. A Câmara Municipal é um edifício respeitável. A igreja é bastante simples com as suas duas torres de cúpulas arredondadas. A Praça é aberta e contém duas cruzes, uma de ferro e outra de pedra. A Rua do Cais leva-nos até à margem do rio. A Rua do Mata-Porcos é perpendicular. Existe aqui uma Estalagem, uma Casa de Pasto, e um pequeno Café. O cais é pequeno mas suficiente para as faluas que navegam para o estuário, no interior do qual está Aldeia Galega. *O autor
Terence McMahon Hughes (1812-1849) é o autor de An overland journey to Lisbon at the close of 1846: with a picture of the actual state of Spain and Portugal, narrativa publicada em Londres em 1847. Vamos encontrar Portugal no capítulo XV do Vol. II desta extensa obra, referida na imprensa da época nestes termos: «O Sr. Hughes, o peregrino de Lisboa […] não tem pretensões de ser breve ou sucinto e abre com uma renúncia a esse método e uma determinação confessa de ser loquaz. Lança-se no seu estilo descosido […], declara que a sua única ambição é divertir o leitor e, com esse propósito em mente, propõe-se ser discursivo e tagarela». Nas quase novecentas páginas e cinquenta e seis capítulos dos dois volumes seguimos o autor desde a sua partida de Londres, em Setembro do ano de 1846, em direcção a França, país que descreve nos primeiros doze capítulos do volume I, e dali para Espanha, cuja descrição preenche os restantes capítulos do volume I, bem como os primeiros catorze capítulos do Vol. II. A partir daí, e ao longo de cento e setenta e sete páginas, vamos encontrar Elvas, a primeira cidade por onde passa em Portugal, Aldeia Galega, Évora e Montemor, e ainda Lisboa e os seus arredores, nomeadamente Sintra e Colares. (biografia extraida da obra de Maria Clara Paulino: Uma torre delicada: Lisboa e arredores em notas de viajantes ca. 1750-1850. )
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O Fontanário de Santo Isidro de Pegões era paragem obrigatória para os viajantes na rota do Alentejo e Espanha.
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CERÂMICA DE PEGÕES
Tijolos para construir paredes de verdade A
resistência e longevidade estão bem visíveis não só nos tijolos que, diariamente, saem dos fornos da Cerâmica de Pegões, como na história desta empresa. Hoje é o último baluarte da indústria do barro vermelho do Montijo e a única empresa de cerâmica estrutural a Sul do Tejo. A Cerâmica de Pegões – J.G.Silva, SA tem mais de meio século. São 62 anos de atividade, iniciada em 1957, nas instalações da antiga Cerâmica Guerra, por três sócios: Francisco Anacleto, José Gomes da Silva e Maximino Valente. O tempo foi trazendo mudanças à estrutura acionista da empresa, que em 1980 passou a ser uma empresa familiar, ficando nas mãos de José Gomes da Silva, do filho Amílcar Gomes da Silva e do genro Joaquim Diogo Passos. Desde 2001, que Amílcar Gomes da Silva, engenheiro químico de formação, ficou ao leme da empresa. É um dos cincos acionistas, juntamente com a irmã, Lídia Silva Passos, e o cunhado, Joaquim
Passos, e presidente do Conselho de Administração, órgão no qual partilha mesa com o sobrinho Hugo José Passos e com Hugo Coelho Francisco, o único acionista que não pertence ao núcleo familiar. Se as alterações nos corpos sociais da Cerâmica de Pegões são importantes para compreender a sua longevidade, mais fundamental é perceber a dinâmica e estratégia por trás da durabilidade de um negócio, que já teve momentos de grande dificuldade. E essa estratégia assenta em dois pilares: a localização geográfica e o investimento contínuo. “A vantagem competitiva desta empresa é a sua localização geográfica. A maioria dos nossos clientes são da zona sul e, como os tijolos viajam mal e o transporte é caro, Pegões tem uma grande centralidade”, explica Amílcar Silva. Ao longo de décadas, foram realizando investimentos devidamente planeados para a modernização da fábrica e, em 2006, atravessando um período longo
de crise provocada pela queda do sector da construção civil e o aumento do preço dos combustíveis fósseis, a Cerâmica de Pegões faz, de certa forma, um regresso ao passado e realiza um investimento determinante para que, ainda hoje, mantenha as portas abertas. “A crise fazia-se sentir desde 2001 e fomos resistindo. Em 2006 decidimos alterar a estratégia e realizar um novo investimento na alteração da tecnologia de queima instalada no forno. Trocámos os combustíveis fósseis por biomassa. O sucesso foi de tal ordem que num ano tínhamos pago o investimento”, afirma. Para além da vertente económica, a implementação da biomassa revela as preocupações ambientais da empresa, também patentes no parque solar com sistema fotovoltaico que foi instalado este ano. “O nosso tijolo é ecológico. Somos uma empresa amiga do ambiente, que reduziu as emissões de CO2, e hoje, isso no consumidor final começa a ter algum peso”. Após o investimento na biomassa, a Cerâmica de Pegões regressa aos lucros nos anos seguintes, mas depois chega a troika e “entre 2012 e 2016 foi uma luta titânica, de todos nós e dos trabalhadores. Como não tínhamos dívidas, fomos conseguindo aguentar. Foi uma luta com glória porque sobrevivemos, mas foram anos muitos difíceis, mérito de todos”, conta Amílcar Silva. A luz ao fundo do túnel começou a surgir em 2016 e, hoje, o panorama da empresa é completamente distinto: “neste momento está a correr tudo muito bem. Desde 2018, que o produto está todo vendido. Iniciámos o ano passado um investimento superior a um milhão de euros, para melhorar a qualidade, reduzir custos e dar resposta ao mercado. Criámos, também, mais postos de trabalho. Temos 24 trabalhadores, a maioria desta zona do concelho”. A produção diária atinge as 250 toneladas que têm como destino a zona sul do país, principalmente o Algarve. “Temos mais procura que oferta e não é assim em todo o lado, também aqui há influência da localização geográfica”, esclarece Amílcar Silva. O futuro passa, agora, pelo desenvolvimento de novos produtos, “como os tijolos térmicos. Estamos a trabalhar nisso. Também temos sangue novo na liderança da empresa e estamos todos a remar para o mesmo sítio”, conclui. O que começou por ser uma fábrica tradicional de cerâmica estrutural transformou-se numa empresa moderna e competitiva, que há 62 anos produz tijolos para construir paredes de verdade e que, sobretudo, continuará a estar empenhada na sua missão de estar no mercado de forma profissional e sustentável, com responsabilidade social, criando emprego, valor e produzindo sempre com consciência ecológica.
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Executivo municipal em visita às freguesias A
postando numa política de proximidade às populações e procurando, igualmente, dar visibilidade ao trabalho das instituições locais de solidariedade social, entre 21 de fevereiro e 2 de abril, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e os vereadores Maria Clara Silva, Ricardo Bernardes e Sara Ferreira realizaram um périplo de visitas às freguesias do concelho. A primeira visita decorreu em Canha, no dia 21 de fevereiro, e incluiu reuniões de trabalho na Santa Casa da Misericórdia de Canha, nos Bombeiros Voluntários e na Casa do Povo de Canha, para aferir as principais necessidades destas instituições. Durante o dia, houve, ainda lugar à verificação in loco de alguns investimentos executados ou a executar na freguesia, com particular destaque para a nova ETAR de Canha. Na reunião com os munícipes, a interioridade e desertificação da vila foi o principal tema, com o presidente da câmara a expressar a sua convicção que só “com investimento, público e privado, se poderá alterar este cenário. A câmara tem estado empenhada neste processo, exemplo disso é o investimento do novo Estabelecimento Prisional que o Estado pretende implementar na antiga Herdade Gil Vaz, e dá sempre luz verde a todos os investimentos privados que se queiram instalar na freguesia, desde, claro, que cumpram os requisitos legais”. A visita seguinte teve lugar em Sarilhos Grandes, no dia 7 de março, e contou com reuniões no Centro de Reformados, Pensionistas e Idosos de Sarilhos Grandes, na Comissão Social de Freguesia e na Fábrica da Igreja da Paróquia de São Jorge.
Os munícipes presentes na reunião realizada no salão da Academia Musical União e Trabalho de Sarilhos Grandes, colocaram questões relacionadas com a limpeza urbana, a recuperação de parques infantis e o alargamento do Jardim de Infância do Arce. O presidente da câmara revelou que a autarquia irá apoiar a junta com uma verba de 35 mil euros para a recuperação dos parques infantis, com a vereadora do pelouro da Educação a informar que no JI do Arce será instalado um pavilhão com todas as condições para permitir o aumento da capacidade do referido espaço. Na União das Freguesias do Montijo e Afonsoeiro, nos dias 11 e 12 de março, a visita do executivo municipal focou atenção no espaço público, com deslocações aos diversos bairros da freguesia e uma reunião conjunta com as instituições de solidariedade da freguesia, que apontaram como principais problemáticas a necessidade de instalações próprias ou de obras nos seus edifícios, assim como o reforço das parcerias interinstitucionais, tendo o presidente da câmara demonstrado disponibilidade para continuar o trabalho de cooperação com todas as instituições. Nas reuniões com os munícipes, destacou-se a presença da Associação de Moradores das Colinas do Oriente que colocou aos autarcas um conjunto de intervenções que são necessárias realizar no espaço público daquele bairro, entre as quais a colocação de passadeiras sobreelevadas na Av Rainha Santa Isabel e a requalificação da fonte localizada na Praça da Liberdade. Em Pegões, no dia 25 de março, a visita do presi-
dente e vereadores da câmara contou com reuniões no Centro de Ação Social e Cultural das Faias e na Associação do Lar de Idosos de Pegões. A educação e o espaço público marcaram o dia de trabalho, com o executivo da Junta da União das Freguesias de Pegões a manifestar a necessidade de construção do Centro Escolar e o presidente da câmara a indicar que já existe projeto, que a obra custará cerca de 4 milhões de euros, perspetivando-se
a sua execução nos próximos anos. Os munícipes colocaram questões relacionadas com obras na EB de Pegões Velhos, nomeadamente a reparação da cobertura no local onde as crianças tomam o lanche e a existência de fissuras nas vidraças do mesmo local. Demonstraram, ainda, preocupação com a velocidade excessiva praticada pelos automobilistas na Estrada Nacional 4, sobretudo junto à localidade de Pegões, e questionaram a necessidade de pavimentação da Avenida da Liberdade, nas Faias. O períplo de visitas às freguesias terminou na União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, no dia 2 de abril. A visita teve como momento de destaque a reunião com os munícipes. Perante uma plateia composta por cerca de 30 pessoas, os autarcas da câmara e da junta escutaram as principais preocupações e desejos dos seus concidadãos. Numa freguesia muito dispersa, que apresenta características ainda rurais, a principal questão apresentada pelos munícipes prendeu-se com a conclusão das obras de infraestruturação, nomeadamente o saneamento e a pavimentação, do Bairro Miranda. Nuno Canta assumiu com os munícipes que as obras deverão “começar até ao final do ano, início do próximo. Estamos a desenvolver todos os procedimentos administrativos para isso, temos um compromisso convosco e será cumprido”, relembrando o vasto trabalho realizado pela câmara, em parceria com os moradores, que permitiu a legalização do bairro e a pavimentação de diversas artérias.
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SEMANA VERDE
Sensibilizar para boas práticas ambientais
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ais uma vez, a Semana Verde do Montijo saiu à rua para comemorar o Dia Mundial da Árvore e sensibilizar a comunidade para a adoção de boas práticas ambientais. Este ano, a árvore-emblema foi a oliveira. No total, foram ofertadas 500 oliveiras aos munícipes para que as possam plantar nas suas casas. Como habitualmente, a Semana Verde teve como ponto alto a plantação simbólica de uma oliveira, no dia 21 de março, no Jardim Casa Mora, com a preciosa ajuda das crianças do ATL Miúdos e Graúdos. Ao longo de toda a semana, apostando no modelo parking day, no separador central da Avenida 25 de Abril, entre a Biblioteca Municipal e o Jardim Casa Mora, decorreram diversas atividades como leitura, animação infantil, momentos para relaxar, atividades de sensibilização ambiental e outras como o posto móvel do veterinário municipal, que realizou vacinação e microchipagem de animais. A Semana Verde terminou a 23 de março, no Jardim Casa Mora, com o Dia do Cão, que incluiu demonstrações de agilidade, de obediência e um workshop de treino básico para cães e donos pelo Doggy Clube. No mesmo dia e local teve, ainda, lugar o II Encontro Nacional de Furões.
Espaço Oposição
BE
A importância das eleições europeias As Eleições Europeias realizam-se a 26 de Maio de 2019. Iremos decidir quem nos irá governar em Bruxelas. Apesar da Europa ser longe, é nesta mesma Europa que são tomadas as grandes decisões que influenciam as nossas vidas, nas pensões, nos recibos dos salários, nas condições dos centros de saúde e dos hospitais, nas escolas e em todas as opções tomadas por quem aqui nos governa. Estas eleições vão confirmar se a solução geringonça a “la Portugaise “ tem tido resultados positivos ou negativos na melhoria das condições de vida dos portugueses.
Por um lado, ir-se-ão decidir que condições tem, ou não, o próximo Governo da República para o investimento público, salários, a melhoria das condições de vida de quem trabalha e de quem contribui para construir o nosso país. Os debates terão de ser centrados nas escolhas que serão feitas no Serviço Nacional de Saúde, na escola pública, na renegociação da dívida, no sistema financeiro predatório e no impacto negativo que tem nas economias nacionais, nas empresas e nas pessoas, no nefasto Tratado Europeu. A União Europeia esta moribunda de valores e nada apresenta de novo. Submete-se ao poder financeiro e
às decisões das corporações financeiras que tanto mal têm feito a alguns países e aos seus habitantes. A perca de direitos e de salário das populações é gritante. Esta União Europeia rege-se por tratados que atacam o Estado Social e os salários, não consegue criar empregos decentes e sem precariedade e que combatam a pobreza. Por outro lado, o surgimento da extremadireita xenófoba é o reflexo do descredito e da falência da social-democracia vigente. Por tudo isto e mais é fundamental a participação nas Eleições Europeias de 26 Maio com um voto de confiança a uma Esquerda Europeia plural e defensora dos povos e das nações. Ricardo Caçoila Bloco Esquerda Montijo
PSD
A paixão encantada ou o bluff da escola pública do PS Montijo A Associação para a Formação Profissional de Montijo continua a viver um momento crítico. Há muito que está por construir o Polo Tecnológico para albergar as oficinas e outras valências da instituição. Esta escola tem um modelo de financiamento desadequado que lhe provoca constrangimentos de tesouraria. A câmara, por indefinição e incompetência, não é capaz de optar entre o modelo privado ou público. Relativamente à situação da escola pública em Pegões e Canha o PS Montijo em 20 anos nem conseguiu realizar a velha promessa da construção do Centro Escolar que continua sem data marcada.
O estado miserável da Escola D. Pedro Varela (falta de climatização, más instalações do refeitório e da cozinha, más condições das casas de banho, etc.) contínua, embora esta Escola tenha merecido pontuais investimentos marginais, que não resolvem os seus problemas de fundo. Apesar do enorme e meritório esforço dos professores, auxiliares e pais, a escola pública do Montijo está mal classificada no Ranking Nacional. A Escola Jorge Peixinho ocupa o lugar 323.º e a Poeta Joaquim Serra ocupa o lugar 539.º (exames 12 ano). Embora o ranking não seja o princípio e fim de tudo, é todavia relevante.
No primeiro, segundo e terceiro ciclo, particularmente no Agrupamento da Escola Poeta Joaquim Serra, por ausência de planeamento, há falta de salas, originando a deslocalização de alunos para a Escola da Jardia, longe do lugar de residência. A câmara irá recorrer, entre outras soluções, à aquisição de contentores, colocando também a hipótese de reabrir a Escola da Lançada se tal for necessário. Este modelo de gestão PS MONTIJO para a sua pretensa paixão só exibe falta de planeamento, falta de investimento, falta de estratégia, falta de rigor e falta de exigência, é assim a oligarquia clientelar.
ABRIL 2019
Câmara aumenta património municipal A
Câmara Municipal do Montijo vai celebrar um acordo de cedência com a EDP para a transferência para o património municipal de um prédio localizado na Alameda Pocinho das Nascentes, que servirá para a instalação dos serviços operacionais municipais afetos ao Sector dos Jardins. Este acordo permite que a câmara assegure a posse da totalidade dos terrenos que fazem parte do denominado Corredor Verde da Mundet, na zona do Pocinho das Nascentes, que tem uma extensão de 13,5 hectares, desde a Avenida Garcia da Orta até ao Rio Tejo.
O referido edifício tem uma área coberta de 494 m2 e uma área descoberta de 2146 m2. A proposta de acordo de cedência, aprovada por unanimidade na reunião de câmara de 17 de abril, contempla o pagamento por parte do município de uma compensação de 135 mil euros à EDP, sendo que a autarquia efetuou, através de entidade externa e independente, uma avaliação do imóvel, onde se concluiu que o mesmo tem um presumível valor de transação na ordem dos 190 mil euros e um valor de venda imediata de 160 mil euros.
OBRAS
Construção da Av. dos Moinhos Iniciou-se a execução da primeira fase da Avenida dos Moinhos, no Montijo. A obra, no valor de 275 mil e 686 euros, é uma via estruturante para a rede viária da cidade, que estabelecerá o acesso futuro a toda a área situada a norte da Circular Externa. A obra resulta da operação de loteamento a decorrer naquele local e das consequentes obrigações impostas pelo Município do Montijo ao promotor
OBRAS
urbanístico, numa perspetiva de trabalho em parceria para a concretização de investimentos estruturantes para o concelho. Nesta primeira fase, entre outros trabalhos, será realizada a execução da rede de saneamento, da rede de água, iluminação pública e pavimentação do troço compreendido entre a antiga Estrada Nacional 119 e o cruzamento com a Rua Almirante Pinheiro de Azevedo (a norte) e a Rua de Avis (a sul).
SMAS MONTIJO
Exercício de 2018 com resultado positivo Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo (SMAS Montijo) apresentaram contas positivas em 2018. O saldo de execução orçamento fixou-se em 800 mil e 600 euros e o resultado do exercício em mais de 288 mil euros. No ano de 2018, a taxa de realização orçamental atingiu os 102 por cento na receita e os 89 por cento na despesa, o que se traduz em valores absolutos de 6 641 563,92 euros, no lado da receita, e 5 840 963,10 euros, no lado da despesa. As despesas de capital alcançaram uma execução de 453 103,06 euros, o que representa um acréscimo de 27 por cento no montante das despesas de investimento comparativamente com 2017. Entre os investimentos realizados no sistema de saneamento, destacam-se a substituição dos coletores de águas residuais na Rua 1.º de Dezembro, no Bairro Serrano, em virtude da galeria unitária existente ter apresentado um mau estado estrutural. No que se refere à distribuição de água, salientase a ampliação da rede de abastecimento na Atalaia, que permitiu o abastecimento dos Bairros Novos da Atalaia a partir do reservatório alto da Atalaia (R2).
Iniciada reabilitação da EB Joaquim Almeida A Câmara Municipal do Montijo iniciou a reabilitação da Escola Básica Joaquim de Almeida. Neste momento estão concluídos os trabalhos de remodelação da rede de esgotos pluviais e a abertura de fundações para a ampliação do refeitório. Foi, igualmente, retirado para ser reparado o brinquedo infantil. Para além da ampliação do refeitório, que é a intervenção mais onerosa, a obra incluiu, ainda, a construção de um polidesportivo. No edifício principal, do tipo Plano Centenário, será colocado isolamento térmico na cobertura, reparada a escada de acesso ao 1.º andar, assim como substituída a caixilharia exterior das janelas para permitir uma maior eficiência energética. A reabilitação da EB Joaquim Almeida representa um investimento total de 648 664,65 euros, tendo financiamento comunitário de 108 019,93 euros, através de candidatura que o Município do Montijo apresentou ao Por Lisboa 2020.
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