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Arte no feminino

Março é o mês dos livros, do teatro, da poesia e é também o mês da Mulher. Neste mês celebra-se a arte, e ao mesmo tempo a emancipação e a afirmação do papel da mulher na sociedade. Neste sentido, a Galeria Municipal do Montijo vai ter patente a exposição de pintura e desenho: ‘Objeto entre objetos’, de Nicoleta Sandulescu, jovem artista plástica. Ao Montijo Hoje, a artista, deixou um comentário sobre o seu trabalho, percurso, e uma pequena reflexão sobre o papel da arte na promoção da igualdade de género.

Nicoleta Sandulescu nasceu na Moldávia, em 1994. Vive e estuda em Lisboa. Aqui concluiu os seus estudos na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, destacando-se no seu percurso, em 2021, a Exposição individual Na Casa do Corpo - Luxemburgo, Centro Cultural Português –Camões e, em 2022, a participação na 9ª edição da Bienal Internacional de Arte de Pequim. Dos Prémios e distinções enfoque para: 1º Prémio da 2ª edição do Prémio Paula Rego - Cascais, Casa das Histórias Paula Rego (2017); Finalista Prémio Arte Emergente Fundação Millennium BCP, JustLX (2019). Finalista Prémio A Arte Chegou ao Colombo - Museu Coleção Berardo, Lisboa (2020) e o 1º Prémio de FotografiaSintra, MUSA 2021 . Sobre o seu trabalho Nicoleta refere: “Trabalho sobretudo com pintura, desenho e a fotografia. O corpo performativo, como instrumento e como casa/morada de onde partem ações, a exploração e o confronto do mesmo com vários espaços estão na origem do próprio processo artístico”.

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Numa pequena reflexão sobre o papel desempenhado pela arte, na promoção da igualdade de género a artista refere: “Penso que o papel da

“No contexto artístico, a mulher foi vista apenas como objeto de admiração artística e não como criadora durante muitos anos. Agora, através da criação artística, as mulheres exprimem as suas inquietações e vivências e questionam os seus papéis sociais” arte é importante na promoção da igualdade de gênero. Ou melhor, no contexto da cultura, da arte, se conseguem criar condições que fomentem a igualdade e permitam desconstruir estereótipos sociais sensibilizando, consciencializando e dando maior visibilidade à problemática estimulando a reflexão sobre a mesma”.

“Sabemos também que, no contexto artístico, a mulher foi vista apenas como objeto de admiração artística e não como criadora durante muitos anos. Agora, através da criação artística, as mulheres exprimem as suas inquietações e vivências e questionam os seus papéis sociais” garante. Relativamente à exposição que irá apresentar no Montijo, Nicoleta Sandulescu, afirma: “Na exposição apresentarei um conjunto de trabalhos que criarão pela primeira vez diálogo no espaço da Galeria Municipal do Montijo. Como tal, a exposição terá um arco temporal bastante longo”. “O que une as obras apresentadas será o questionamento do corpo enquanto espaço. Nestes trabalhos o próprio corpo e a casa parecem combinar-se numa só coisa. Aquilo que os liga é a presença de um no outro. O corpo marca o espaço, tal como o espaço deixa de o ser se não o pensarmos como habitado pelo corpo. Como também a ideia do corpo como instrumento, como objeto para criar a imagem. Este corpo instrumento aparece rodeado de objetos domésticos que gravitam entre dois pólos, variando do estritamente utilitário ao simplesmente decorativo e que se tornam “acessórios de cena” de um palco de vivências inventadas” explana a artista. Num futuro próximo, Nicoleta Sandulescu, vai integrar exposições coletivas no Museu Nacional Soares dos Reis e na Fundação D. Luís I, Centro Cultural de Cascais.

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