Montijo Hoje I N F O R M A Ç Ã O
Chão de Uvas
M U N I C I P A L
Em época de vindimas, procurámos fazer um retrato transversal dos vários momentos e protagonistas desta atividade que tem particular expressividade e importância na região de Santo Isidro de Pegões
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2018 II SÉRIE
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OUTUBRO 2018
Mobilidade
Montijo na CarrisMetropolitana 5 Destaque
Sarilhos Grandes 10 anos de investigação 6 e 7 Educação
Capa Vindima Faias|Montijo
Câmara intervém no parque escolar 10 Ação Social
Outubro Mês Sénior 14 Ficha Técnica
Especial
Periodicidade
Chão de Uvas 16-26
Bimestral Propriedade Câmara Municipal do Montijo Diretor Nuno Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal do Montijo Edição Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Colaboração Paulo Pereira Lima Equipa de Investigadores
Entrevista
Dário Veiga “Competir é um vício” 28
da Necrópole de Sarilhos Grandes Impressão Sogapal Comércio e Indústria de Artes Gráficas, S.A. Depósito Legal 376806/14 Tiragem 12 000 ISSN 2183-2870 Distribuição Gratuita
Arborização
Novas árvores na Av. 25 de Abril 31
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e d i t o r i a l
Descentralização Uma oportunidade histórica
A
publicação da nova Lei Quadro de Transferência de Competências para as Autarquias Locais e para as Entidades Intermunicipais, aprovada pela Lei n.º 50/2018 de 16 de agosto, dá início a um novo processo de reforma administrativa do Estado, que é uma oportunidade única e histórica para os municípios portugueses. Em concreto, trata-se de um novo ciclo de descentralização de competências e meios do poder central para o poder local, que assenta na concretização dos princípios da subsidiariedade, da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública, consagrados na Constituição da República Portuguesa. Atribuindo aos municípios um papel central e estrutural na gestão dos serviços públicos, o Governo quer alargar a intervenção municipal nas áreas da educação (ensino básico e secundário, respeitando a autonomia pedagógica das escolas), da saúde (cuidados de saúde primários e continuados), da ação social (em coordenação com a rede social), dos transportes, da cultura, da habitação, da proteção civil, da segurança pública, das áreas portuárias e marítimas, do desporto e da juventude, das migrações, das finanças, das comunicações viárias e da gestão florestal. Apesar de se tratar de uma importante reforma do Estado, vale a pena salientar que, no Montijo, há muito que vimos aplicando este conceito de descentralização. Na verdade, somos das autarquias que, em Portugal, maior proximidade oferece à população, porque concretizámos, em bom tempo, a descentralização de competências nas juntas e uniões de freguesia, na consciência que, dotá-las de recursos financeiros, humanos e materiais, é fundamental para aumentar a confiança dos cidadãos na democracia e podermos responder aos desafios e exigências que, hoje, enfrentamos como sociedade. Numa intervenção marcada pela vontade de unir todos os montijenses, fomos construindo uma cidade e um concelho assente em pilares que consideramos essenciais no exercício do poder local democrático: descentralização, cooperação e proximidade. Aliás, o princípio da proximidade é um dos aspetos fulcrais desta nova reforma do Estado. Entendeu, e muito bem, o Governo que são as autarquias locais – municípios e freguesias – os órgãos mais capacitados para promover um serviço público de proximidade, para terem em conta os interesses das populações, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, o reforço da coesão territorial, bem como a racionalidade, a eficiência e a eficácia na atuação da administração pública. Nos últimos anos, na nossa esfera local, sempre defendemos e implementámos políticas que se regem por estes princípios e, por isso, já este mandato alargámos a delegação de competências nas juntas e uniões de
freguesia. As políticas de descentralização foram e continuam a ser o melhor caminho para garantir a coesão social de todos e alcançarmos coletivamente mais e melhor desenvolvimento. Naturalmente que todo este processo histórico de descentralização da administração central para os municípios deve ser acompanhado dos recursos financeiros adequados para a execução das novas competências.
A agenda da descentralização é uma
Deve ser, igualmente, um processo devidamente estruturado, planeado e consensualizado entre as diferentes partes envolvidas. Aliás, a este propósito importa desmistificar alguns factos lançados, de forma precipitada, para a agenda política local pelos partidos da oposição. Assim, realçamos que, de acordo com a legislação em vigor, a concretização da transferência de competências só é efetuada com a prévia deliberação dos órgãos municipais.
vai saber aproveitar, pela experiência
Como também decorre da Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto, a transferência das novas competências só se efetiva através dos diplomas de âmbito setorial, os quais definem, em concreto, o processo de transferência em causa e que, neste momento, estão a ser discutidos e consensualizados com a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Este processo está, assim, a ser realizado no cumprimento da legislação e do calendário estabelecido, procurando alcançar um amplo consenso entre as partes envolvidas, assim como defender e proteger o melhor interesse dos cidadãos. A agenda da descentralização é uma oportunidade histórica que o Montijo vai saber aproveitar, pela experiência comprovada que já temos nesta matéria, porque faz parte da nossa estratégia política autárquica, agora reforçada com a iniciativa lançada pelo Governo. Este é um novo processo para o qual nos estamos a preparar. Sempre fomos claros na vontade de assumir novas competências e responsabilidades perante os nossos cidadãos e, por isso, já manifestámos publicamente a nossa disponibilidade e interesse em contribuir para este processo. Num país, por vezes demasiado centralista, a descentralização é uma medida positiva na reforma e fortalecimento do Estado, adequando-o aos desafios dos novos tempos. Uma descentralização que tem um propósito claro: prestar um serviço público mais próximo, com mais qualidade e com maior eficácia para todos os cidadãos.
Nuno Canta Presidente da Câmara
oportunidade histórica que o Montijo comprovada que já temos nesta matéria, porque faz parte da nossa estratégia política autárquica, agora reforçada com a iniciativa lançada pelo Governo.
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Esquadrilha de Helicópteros comemora aniversário
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Base Aérea n.º 6 do Montijo foi palco do 25.º aniversário da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha, no passado dia 9 de outubro, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, e na qual também esteve presente o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta. A Esquadrilha de Helicópteros foi condecorada pelo Presidente da República com a medalha de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique. Esteve, também, presente na cerimónia o ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que, em 1993, inaugurou as instalações da Esquadrilha de Helicópteros durante o seu mandato como primeiro-ministro. A unidade aérea da Marinha Portuguesa realiza missões de luta antissubmarina, luta anti superfície e interdição de área. Desenvolve, ainda, missões de caráter secundário como transporte de carga e pessoal, reconhecimento e missões de busca e salvamento.
Saúde Oral para Todos
Câmara assina protocolo
O
Município do Montijo vai integrar o projeto Saúde Oral para Todos, promovido pelo Governo. No passado dia 18 de setembro, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, assinou o
protocolo de colaboração, que foi ratificado na reunião de câmara de 26 de setembro com os votos a favor do PS e do PSD e o voto contra da CDU. No protocolo assinado com a Administração
Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), a autarquia fica responsável pelo financiamento do equipamento técnico necessário ao consultório, até ao montante de 47 972, 46 euros, assumindo a ARSLVT a responsabilidade dos recursos humanos, das obras, do licenciamento do espaço, dos sistemas de informação, dos consumíveis, da esterilização e da formação. Desde a primeira hora, que a Câmara Municipal do Montijo abraçou este projeto, consciente da importância e da relevância para todos os montijenses, em especial para os mais carenciados, da possibilidade de acesso a cuidados de saúde oral através do Serviço Nacional de Saúde. O consultório de saúde oral será instalado na Unidade de Saúde Familiar do Afonsoeiro. O Governo, através das administrações regionais de saúde, pretende ter, em junho de 2019, 30 por cento dos concelhos do país abrangidos por este projeto que prevê a criação de pelo menos um consultório de saúde oral em cada município, no cumprimento de uma política de democratização do acesso a cuidados de saúde na área da medicina dentária.
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MOBILIDADE
Montijo na Carris Metropolitana O
Município do Montijo integra a nova Empresa de Transportes Metropolitanos de Lisboa – CarrisMetropolitana, criada no dia 17 de outubro, em reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa. Esta é uma decisão histórica para o Município do Montijo que, pela primeira vez, passa a financiar diretamente o sistema de transportes públicos rodoviários que funcionam dentro do concelho e entre os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML). No total, os municípios da AML vão investir mais de 31 milhões de euros na CarrisMetropolitana.
Ao Montijo cabe uma comparticipação superior a 800 mil euros, sendo o município com maior esforço financeiro em percentagem do seu orçamento municipal comparativamente aos restantes 17 concelhos da AML. Em grande medida, este financiamento destina-se à comparticipação no passe social único para o transporte rodoviário que, a partir de 1 de abril de 2019, passará a ter um valor máximo de 40 euros mensais. Contribuirá, ainda, para melhorar a rede de transportes dentro do município e para a implementação do novo sistema único de bilhética da CarrisMetropolitana.
DESCENTRALIZAÇÃO
CONTAS PÚBLICAS
Tribunal de Contas visa acordos de execução O Tribunal de Contas concedeu visto a todos os Acordos de Execução de Delegação de Competências do Município do Montijo nas Juntas de Freguesia do Concelho para o mandato 2017/2021. Os vistos do Tribunal de Contas, que foram rececionados pela Câmara Municipal do Montijo no final do mês de agosto, dão eficácia financeira aos Acordos de Execução, possibilitando assim a transferência de uma verba total de 663 978, 47 euros por parte do município para as cinco juntas do concelho. Genericamente, os acordos preveem um aumento da descentralização de competências para as freguesias, aumentando os recursos humanos e financeiros disponíveis em cada junta, e resultam de um processo negocial entre a câmara e os presidentes das juntas de freguesia, que culminou num amplo consenso entre todas as partes envolvidas.
Até 2020, todos os autocarros em circulação nos diferentes municípios da AML estarão pintados com a tradicional cor amarela da Carris. Até lá, a AML vai desencadear um concurso público internacional para melhorar e modernizar as redes municipais e intermunicipais de transportes públicos rodoviários, com autocarros mais modernos e mais eficientes. A adesão à nova empresa de transportes metropolitanos é um marco histórico para o Município do Montijo e um esforço financeiro significativo na melhoria do transporte público rodoviário no concelho e na incrementação da mobilidade dos cidadãos.
Gestão de excelência no distrito
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om 1337 pontos, Montijo foi o município melhor classificado no ranking distrital do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses referente ao ano de 2017, editado pela Ordem dos Contabilistas Certificados. No ranking global dos municípios de média dimensão, obteve o 9.º lugar na lista dos 100 melhores, subindo nove posições face ao ano de 2016. Ao nível da independência financeira (receitas próprias face às receitas totais), o Município do Montijo figura no Top 50 no total dos 308 municípios portugueses, ocupando a 29.ª posição. A independência financeira é reforçada pelo 23.º lugar no ranking nacional correspondente ao peso de receitas provenientes de impostos e taxas na receita total cobrada. Montijo é, igualmente, um dos municípios com menor prazo de pagamento do país. Em 2017, o prazo médio de pagamento do Município do Montijo foi de três dias, o melhor do distrito de Setúbal. Estes bons resultados foram conseguidos, inclusive, com a devolução de rendimento às famílias do con-
celho. Os dados do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2017 revelam, por exemplo, uma variação negativa de 8,7 por cento em 2017 face a 2016, na taxa de cobrança do Imposto Municipal de Imóveis. Em valores absolutos, é uma redução de receita em cerca de um milhão de euros que a autarquia prescindiu a favor dos munícipes. O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2017 foi divulgado no dia 2 de outubro e apresenta uma análise económica e financeira das contas dos 308 municípios relativas ao exercício económico do ano de 2017. Para a Câmara Municipal do Montijo, os dados divulgados pelo Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses sobre o Município do Montijo confirmam uma gestão pública municipal rigorosa e eficiente, que tem procurado o equilíbrio orçamental e a independência financeira do município, sem nunca descurar os investimentos prioritários para o concelho do Montijo e o trabalho diário de apoio e proximidade aos munícipes.
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DESTAQUE
Sarilhos Grandes 10 Anos de Investigação O que começou como uma simples escavação arqueológica de salvaguarda, no âmbito de uma empreitada da SIMARSUL, empresa do Grupo Águas de Portugal, deu lugar a um desafiante e ímpar projeto de investigação multidisciplinar que envolve a arqueologia, a antropologia, a botânica, a história e a paleoparasitologia. Nos meses de fevereiro e março de 2008 decorreu uma escavação arqueológica no Largo da Igreja, Sarilhos Grandes (concelho do Montijo), com o objetivo de minimizar e salvaguardar os contextos arqueológicos e antropológicos (esqueletos humanos) identificados durante a abertura de valas. A equipa, na época constituída por quatro elementos, escavou 21 enterramentos e as respetivas sepulturas. Foram recolhidos fragmentos de
pratos e travessas em cerâmica comum e faiança, tachos e panelas em cerâmica, alfinetes, cachimbos e moedas. Para além deste espólio, a equipa de antropologia biológica recolheu amostras de sedimento da zona pélvica dos esqueletos, cuja análise foi realizada na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Este simples procedimento, não era realizado no campo da antropologia biológica mas, no ano anterior, num workshop dado pelo saudoso Doutor Adauto Araújo (Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro), o potencial deste tipo de análises, para inferir acerca da vidas das populações do passado, foi explicado bem como a disponibilidade desta instituição de referência internacional na área da paleoparasitologia para analisar amostras portuguesas. Sarilhos Grandes esteve, assim, entre os primei-
Moinho de Maré da Lançada, no início do século XX (in “Coisas da nossa Terra”, José de Sousa Rama, 1906)
ros sítios arqueológicos portugueses a ser alvo deste tipo de amostragem e, em 2016, a equipa da Fundação Oswaldo Cruz obteve resultados muito relevantes sobre a dieta e saúde da população de Sarilhos Grandes. Dois homens possuíam ovos de Ascaris lumbricoides, vulgarmente designado por lombriga, cuja presença está associada a aglomeração de indivíduos em precárias condições de higiene e à falta de saneamento, sendo o parasita humano mais comum na Europa. Noutros dois indivíduos (uma mulher e um indivíduo cuja sexo não foi possível estimar), foram identificados ovos compatíveis com o género Trichostrongylus, um parasita comummente associado a animais de criação como coelhos, porcos, bovinos e ovinos, cujos documentos históricos mencionam na região. Nas amostras de solo, retiradas das cavidades
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EXPOSIÇÃO
Sarilhos Grandes entre dois mundos As escavações arqueológicas, realizadas em 2008 no Largo da Igreja de São Jorge e na Ermida de Nossa Senhora da Piedade, são o ponto de partida da exposição “Sarilhos Grandes entre dois mundos: o oriente e o ocidente”, patente até 31 de dezembro, na Galeria Municipal do Montijo. A mostra pretende dar a conhecer o trabalho que foi realizado pela equipa de investigadores, assim como a participação direita de sarilhenses e montijenses na expansão portuguesa. A investigação, realizada nos últimos dez anos revelou dados importantes sobre Sarilhos Grandes, cuja população esteve muito presente durante a época medieval e dos descobrimentos portugueses. Um dos mais notáveis exemplos dos sarilhenses envolvidos na expansão
Escavação arqueológica de salvaguarda realizada em 2008, junto à Igreja de S. Jorge.
pélvicas, foram ainda encontrados vestígios de alimentos como bivalves, arroz e batata. Os primeiros resultados deste estudo foram publicados na revista Archaeological and Anthropological Sciences. A importância deste local e dos Sarilhenses na Expansão Marítima Portuguesa foi reconhecida pelo Ministério da Cultura ao classificá-lo como de Interesse Cultural em 2017. Recorde-se que a população teve grande dinâmica durante a época medieval e dos descobrimentos portugueses e incluía diversas pessoas ilustres, como a família nobre Cotrim, da qual se destaca Rui Cotrim de Castanheda que participou na segunda viagem de Vasco da Gama à Índia, em 1502, e que desempenhou o cargo de tesoureiro na Casa da Índia entre os anos de 1507 e 1509. Este projeto multidisciplinar tem vindo a adicionar novas elementos e valências, nomeadamente na pesquisa da componente alimentar da população que terá vivido entre os séculos XV e XVII. Em 2018, Ano Europeu do Património Cultural, o projeto sobre Sarilhos Grandes comemora
10 anos de investigação e a equipa de investigadores, juntamente com a Câmara Municipal do Montijo, e demais instituições envolvidas apresenta à comunidade os resultados obtidos na conferência Sarilhos Grandes na Expansão Portuguesa que terá lugar no dia 27 de Outubro, às 15h00, a que se seguirá a inauguração da exposição Sarilhos Grandes entre dois mundos: o Oriente e o Ocidente que ficará patente na Galeria Municipal do Montijo até final de 2018. Neste dia será também lançada a segunda fase de investigação cujo objetivo será realizar uma nova intervenção arqueológica através de um campo-escola de arqueologia e antropologia, onde estudantes e a comunidade local possam participar. Com esta intervenção pretende-se aumentar a amostra populacional, o que permitirá recolher mais dados sobre a sociedade medieval e moderna e diretamente acerca da população que participou na expansão portuguesa para Ocidente e Oriente. A equipa de investigadores
portuguesa é Rui Cotrim de Castanheda, capitão da 2.ª armada de Vasco da Gama à Índia, que se encontra sepultado na Ermida da Nossa Senhora da Piedade. Para além deste aspeto relacionado com a expansão portuguesa, a exposição “Sarilhos Grandes entre dois mundos” centra-se nas informações obtidas pela investigação, em particular, os dados relacionados com a alimentação, nomeadamente, a presença de parasitas e restos alimentares relacionados com a ingestão de carnes e de águas contaminadas, o consumo de batata, centeio, trigo, feijão, grãode-bico, entre outros vegetais, bem como de crustáceos. Alguns destes achados, bem como o fungo Candida albicans, foram pela primeira vez identificados no território nacional. Com esta exposição, a Câmara Municipal do Montijo e a equipa de investigadores procuram devolver à população o conhecimento obtido nas pesquisas arqueológicas e antropológicas realizadas, bem como mostrar a importância da preservação e estudo do património cultural. Galeria Municipal | Entrada Livre Horário: 2.ª feira a sábado 9h00-12h30 e 14h00-17h30
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AÇÃO SOCIAL
Autarquia promove encontro sobre tráfico Luís Gomes de seres humanos vence no No âmbito das comemorações do Dia Europeu de Combate ao Tráfico de Seres Humanos, a Câmara Municipal do Montijo realizou, no dia 19 de outubro, uma sessão de sensibilização dedicada ao tema na Galeria Municipal. O evento foi organizado pelo Centro Local de Apoio à Integração do Imigrante em colaboração com a Associação para o Planeamento da Família - Equipa Multidisciplinar Especializada para Assistência a Vítimas de Tráfico (EME Lisboa). O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, sublinhou que “o Centro Local de Apoio à Integração do Imigrante e a Associação para o Planeamento da Família têm desempenhado um papel determinante no combate ao tráfico de seres humanos, colocando esta problemática como uma questão de violação dos direitos humanos e mobilizando a comunidade, como é exemplo este encontro
que combate, também, os estigmas sociais”. “Em 2013, a Organização Mundial do Trabalho estimou que houvesse 21 milhões de mártires de trabalho forçado e exploração extrema. A Unicef estima que 1,2 milhões destas vítimas, por ano, são crianças”, afirmou a psicóloga social Sara Nasi, da EME Lisboa. Sara Nasi referiu que o tráfico de seres humanos “tem a ver com a dignidade humana e é uma questão de desigualdade social. Um problema político e global”. Esta ação permitiu contextualizar e promover o aumento do conhecimento sobre o tráfico de seres humanos, bem como capacitar os presentes para a identificação de indícios/indicadores para a sinalização de presumíveis vítimas e aumentar o conhecimento dos mecanismos de referência nacional, parceiros e estratégias para o eficaz trabalho em rede no combate a este crime.
Operalia 2018 O tenor montijense, Luís Gomes, teve uma prestação de grande relevância no prestigiado concurso internacional de canto lírico “Operalia”. Na final, que decorreu no dia 2 de setembro, no Teatro Nacional de São Carlos, Luís Gomes venceu na categoria de zarzuela e recebeu, ainda, o prémio do público. Com origens familiares em Sarilhos Grandes, desde muito cedo que a música entrou na vida de Luís Gomes. Iniciou os estudos musicais na MusiMusa, no Montijo, seguindo depois para o Conservatório Nacional e para a Escola de Música de Lisboa. Em Londres, prosseguiu os estudos na Guildhall School of Music and Drama, onde se licenciou em Canto e fez mestrado em Ópera. Em junho de 2015, tornou-se o primeiro cantor lírico português a ser protagonista numa ópera no Royal Opera House. Já em junho deste ano subiu ao palco do Teatro Nacional S. Carlos na encenação de La Traviata, de Verdi. A dedicação, o mérito e o êxito de Luís Gomes, em particular no concurso “Operalia”, são um orgulho para o Montijo e demonstram a enorme qualidade do tenor montijense, assim como do seu percurso de sucesso no canto lírico.
CTJA
Vénus Negra No âmbito do ciclo de filmes europeus, nomeados e/ou premiados em célebres festivais internacionais ligados à sétima arte, terá lugar na sexta-feira, dia 23 de novembro, no Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida a exibição do filme “Vénus Negra”, às 21h30. A mulher chega a Londres para ser a maior atração de um show de horrores. Ela é chamada de Vênus de Hottentot e serve como item de diversão da sociedade branca da época, que se surpreende com as formas físicas da mulher que consideram uma fera. De Abdellatif Kechiche, com Yahima Torres, Andre Jacobs e Olivier Gourmet, “Vénus Negra” foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Veneza 2010 e para o New York Film Festival. 23 de novembro // Sexta-feira // Cinema // M/12 21h30 // 3€ Drama | França / Bélgica | 2010 | 166 min | IMDb 6.9
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Entre Nós ENTREVISTA | RITA ÁVILA CACHADO
A antropóloga rendida ao Montijo
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ita Ávila Cachado é investigadora Integrada no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa, e professora auxiliar convidada no Departamento de Métodos de Pesquisa Social da Escola de Sociologia e Políticas Públicas. Escolheu viver no Montijo, de onde é o marido. Aqui, não é a antropóloga que fala, é apenas a Rita, pessoa, a Rita, mãe, a Rita, amiga. Mulher, ativa e integrada na comunidade que a acolheu. Nasceu em Lisboa. Viveu em Sintra até aos 23 anos. Passou dez anos em Lisboa até vir para o Montijo, em 2011. “Vivi em sítios muito bonitos. O Montijo tem uma beleza diferente. É mais próximo da água, o que é muito bom. Em Lisboa a vida é muito agitada. Aqui redescobri o gosto de ler ou trabalhar no barco, numa viagem calma, de 25 minutos, sem paragens.” Por outro lado, “podemo-nos deslocar a pé e estar em quase todo o lado, fazer caminhadas de 15 minutos e estamos em todo o lado. Em Lisboa os percursos são todos de transportes públicos ou de carro.” É comum encontrar a antropóloga a caminhar pelas artérias da cidade, no parque ou na biblioteca municipal. “Aqui encontrei muito do lado natural que encontrava em Sintra, mas de uma forma diferente, reparei logo nas flores diversificadas que decoravam as entradas das casas e em cada jardim”, afirma. Rita Cachado sublinha também “o lado familiar” do Montijo. O filho nasceu em 2012. “Estou satisfeita por ele crescer aqui, uma das vantagens é o movimento associativo. Em Lisboa seria mais difícil colocar o meu filho na música ou no desporto. É quase o dobro do preço”. O percurso profissional de Rita é rico e extenso. Em Sintra, no ensino secundário, influenciada pela professora de antropologia, Paula Godinho, escolhe essa área. Em 1999 termina a licenciatura em Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa. Em 2004 finalizou o Mestrado em Antropologia, com uma tese sobre Colonialismo e Pós-Colonialismo, no Instituto Universitário de Lisboa. Em 2008 fez o doutoramento em Antropologia Urbana, no mesmo instituto. Nunca mais deixou de estudar. Vai na segunda bolsa de pós-doutoramento e espera em breve ter um contrato de trabalho. “Soube que queria continuar a estudar e a investigar quando terminei o estágio profissional na Câmara Municipal de Loures, onde fiz um estudo sobre o Bairro Quinta da Vitória, na sua maioria habitado por uma população de origem indiana em vias de realojamento.” Pesquisa que deu seguimento com o mestrado: “quis saber mais sobre
aquela população hindu e o seu passado colonial. Muitos vinham da zona de Diu, com memórias da queda da chamada Índia portuguesa. Quis explorar porque havia estudos sobre Goa, mas quase nada no caso de Diu, o que havia era relacionado com a história militar e nada sobre o ponto de vista das mulheres”. A investigação levou-a por duas vezes à Índia. “Recolhi histórias e memórias da população hindu enquanto se desenrolava o processo de realojamento na Quinta da Vitória. Continuei a acompanhar a população, no doutoramento, no âmbito do Programa Especial de Realojamento”. No dia em que defendeu a tese soube que ia ter a bolsa
Uma outra experiência gratificante, fora do mundo académico, foi ser docente na Universidade Sénior do Montijo .“Entre 2014 e 2017 lecionei antropologia. Dava aulas às segundas-feiras de manhã e fazia-o com grande alegria. Sentia-me útil e tinha um grande retorno por parte dos seniores, havia sempre debates muito participados e aprendi muito. Infelizmente as responsabilidades académicas não me permitem, por questões de tempo, continuar”. Atualmente, em ex-aequo com as aulas que leciona na universidade, está a estudar “História da Etnografia Urbana em Portugal. No momento estou a entrevistar colegas que se têm dedicado a
de pós-doutoramento para continuar a sua investigação “sobre questões ligadas à integração a nível económico das populações com origem indiana na Área Metropolitana de Lisboa”. Uns anos mais tarde, Rita Cachado abraça um desafio diferente: ser coautora de um livro de culinária. “Tenho uma interlocutora privilegiada no seio da população, que além de uma grande amiga é uma excelente cozinheira. Em brincadeira, dizíamos que tínhamos de fazer um livro de culinária que contasse a história da gastronomia indiana”. O desejo concretizou-se e o livro tornou-se realidade. Foi publicado em novembro de 2016, apadrinhado pela jornalista Clara de Sousa, com chancela da editora Marcador.
fazer trabalhos de aprofundamento em várias temáticas urbanas, que são importantes para a história urbana”. A investigadora realça o que a fascina na antropologia: “conhecer o outro é reconhecê-lo em nós”, o que é bastante gratificante, pois trata-se de “uma grande oportunidade de conhecer uma maior diversidade cultural”. Na sua terra, que escolheu como porto de abrigo, Rita confessa: “não me sinto antropóloga e ainda bem (risos). É bom ter um lugar onde me distancio do mundo académico, onde tenho a minha família e as minhas sociabilidades. Não quero viver o Montijo como espetadora, mas como uma cidadã ativa. O Montijo tem muitas potencialidades.”
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Câmara intervém no parque escolar Até ao final do primeiro período letivo estão a decorrer obras em várias escolas do concelho. A informação foi avançada pela vice-presidente Maria Clara Silva na reunião de câmara de 26 de setembro. Os trabalhos estão a ser realizados “na EB Luís de Camões, empreitada no valor de 185.490.51€; na EB Joaquim de Almeida, obra no valor de 611.947,48€; na EB da Liberdade, empreitada de 81.761,36€. Em consulta prévia está a substituição de coberturas no valor de 27 057,00€ na EB Santo Isidro”, avançou a autarca. Paralelamente está em execução uma empreitada de trabalhos diversos no valor de 80 mil euros, na qual estão inseridas intervenções na EB da Caneira (cobertura das salas exteriores e toldos de ligação ao JI), na EB Rosa dos Ventos (alargamento de zona pedonal e toldos de ligação ao JI), na EB do Areias (arranjos exteriores e substituição de quadros elétricos), na EB Atalaia (substituição de quadros elétricos) e na EB Alto Estanqueiro (colocação de toldos e arranjos exteriores).
COMEMORAÇÕES
Dia Mundial do Animal No passado dia 13 de outubro, a Câmara Municipal do Montijo assinalou o Dia Mundial do Animal com uma iniciativa no Canil Municipal. Este ano foi lançado o desafio para passear, brincar e mimar os animais do Canil Municipal e cerca de 100 pessoas aderiram à iniciativa, entre organização, voluntários e munícipes de todas as idades. Todos juntos conseguiram proporcionar um dia diferente aos canídeos alojados no Canil.
INVESTIMENTO
A iniciativa teve como objetivos alertar para a problemática do abandono de animais, permitir a interação da comunidade com o Canil Municipal e potenciar a adoção de animais. A organização ficou a cargo da Clínica Zooniverso Vet, em parceria com o Gabinete de Sanidade Pecuária/Serviço Veterinário Municipal, tendo a colaboração das associações Argus, Os Canitos e do Agrupamento de Escuteiros 1399 do Afonsoeiro.
Autarquia atribui 50 mil euros para parques infantis A Câmara Municipal do Montijo aprovou dia 12 de setembro, em reunião de câmara, a atribuição de um apoio financeiro, no montante de 50 mil euros, à União das Freguesias do Montijo e Afonsoeiro para realizar obras em vários parques infantis. O apoio financeiro servirá para a comparticipação nos trabalhos de remodelação/reparação em oito parques infantis instalados na área geográfica da união das freguesias, nomeadamente: Praça da Paz, Colinas do Oriente, Rua José Viana, Rua Dom Afonso V, Bairro do Esteval, Parque da Cidade, Bairro do Borralhal e Bairro das Piscinas. A proposta foi aprovada, também, pela Assembleia Municipal, a 28 de setembro.
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EDUCAÇÃO
Novas realidades e o futuro da escola pública Porque a escola deve fazer parte da comunidade, o núcleo do Montijo do MAPPE – Movimento de Pais, Professores, Educadores e Alunos Unidos, juntou os diversos agentes envolvidos no processo educativo no evento Ao Encontro da Educação, no passado dia 20 de outubro, na Escola Profissional do Montijo. O secretário de Estado da Educação, João Costa, marcou presença na sessão de abertura e realçou que “nenhum país fez em quatro décadas, o que Portugal conseguiu na área da educação” desde o 25 de Abril de 1974. João Costa falou de educação inclusiva, feita por todos os atores da comunidade educativa: “só conseguimos educar, se educarmos em conjunto. A escola precisa de encontrar novas formas de trabalhar. Este é um trabalho que está em curso, temos ainda problemas de equidade muito sérios no nosso sistema, mas estamos a lançar as sementes para conseguirmos chegar a todos”. A acompanhar o secretário de Estado da Educação na sessão de abertura, esteve o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, que reforçou a ideia do trabalho em rede na construção da Escola Pública, “como estamos aqui a fazer, para que tenhamos um ensino público orientado para o sucesso educativo. Este é um trabalho que só se concretiza com a participação de todos: professores, educadores, funcionários, políticos, pais e alunos”. “É com atenção aos desafios que a câmara se rela-
ciona com a sua comunidade escolar e constrói, todos os dias, uma agenda educativa de transformação e valorização da Escola Pública no Montijo. Uma agenda que passa pela relação de proximidade com todos, para que seja possível ultrapassar os problemas que enfrentam os alunos e a escola”, acrescentou.
EXPOSIÇÃO
Rostos dos Presidentes da República
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onhecer melhor as personalidades que fizeram parte da República Portuguesa é o objetivo da exposição “Rostos dos Presidentes da República” que está aberta ao público, até 24 de novembro, no Museu Municipal Casa Mora. Datados de 2010, aquando do 100.º aniversário da Implantação da República, e a pedido do Município de Barcelos ao mestre barrista barcelense Joaquim Esteves, os bustos dos presidentes revelam a excelência do trabalho
artesanal barcelense e transmitem, também, uma história comum a todos nós, desde a Primeira República à Democracia. Os bustos em exposição foram cedidos, a título de empréstimo, pela Câmara Municipal de Barcelos e fazem parte da coleção do Museu de Olaria. Museu Municipal | Entrada livre. Horário: 3.ª feira a sábado | 9h00-12h30 e 14h00-17h30
Ao longo de toda a tarde, com sala cheia, foram abordadas diversas temáticas e apresentados alguns modelos pedagógicos de ensino e aprendizagem que rompem com o paradigma da escola e da sala de aula tradicionais, numa reflexão sobre a escola que existe e a escola que se quer construir.
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AÇÃO SOCIAL
Francisco dos Santos é reitor da Universidade Sénior
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Atalaia viveu Festa Grande
cerimónia de receção aos alunos e professores da Universidade Sénior teve lugar no dia 8 de outubro, na Sala Multiusos da Quinta do Saldanha. No evento, tomou posse como reitor José Francisco dos Santos. Os vicereitores são José Manuel Pedroso da Silva e João Barbosa, ambos professores da Universidade Sénior. O evento teve lugar no âmbito das comemorações do mês sénior e contou com um apontamento musical do professor António Bravo. O reitor Francisco dos Santos revelou ser “uma honra e um novo desafio que acaba por ser o seguimento daquilo que fiz durante 37 anos, no Montijo: ser professor”. “Sei, por experiência, que o trabalho e o dever na reitoria tornam ainda mais aliciante a nossa
função”, afirmou, sublinhando que com “o profissionalismo dos professores em regime de voluntariado, o entusiasmo e o querer dos alunos, a participação dos funcionários e o constante apoio da autarquia, acredito estarem reunidas as condições para que o ano letivo 2018/2019 da Universidade Sénior alcance o brilho que nos tem habituado nestes quase 12 anos”. José Francisco dos Santos nasceu em 1935 na cidade de Portimão. Vive no Montijo desde 1963. Casado, pai de dois filhos e avô de cinco netos. Desde 1963 e até 19 de outubro de 2017 dividiu o seu percurso de vida como professor do ensino secundário e autarca. A Universidade Sénior do Montijo conta com mais de 30 professores e mais de uma centena de inscrições, que ainda estão a decorrer.
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ais uma vez, houve círios, bailes, muita devoção, as promessas foram pagas e a animação não faltou nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Atalaia, que decorreram de 24 a 27 de agosto. Conhecida como Festa Grande, como habitualmente, o ponto alto das festas foi a procissão em honra de N.ª Sr.ª da Atalaia, no dia 26 de agosto. A Festa Grande é uma romaria que remonta a 1507, aquando da promessa feita pelos empregados da Alfândega de Lisboa, devido à peste que grassou na capital. Festividade de raízes profundas e de tradições seculares, todos os anos, os diversos círios e as centenas de romeiros regressam para prestar devoção a N.ª Sr.ª da Atalaia.
Canha atrai milhares de visitantes
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s Festas em Honra de Nossa Senhora da Oliveira voltaram a trazer milhares de pessoas à vila de Canha. No fim de semana, de 31 de agosto a 2 de setembro, nas ruas desta freguesia rural do concelho do Montijo viveram-se momentos de devoção e, também, de muita animação. Para além da procissão em honra de Nossa Senhora da Oliveira que percorreu, praticamente, toda a zona urbana da freguesia, as festividades tiveram um vasto programa de atividades, da música ao desporto, passando pelo folclore. Um dos destaques, com centenas de pessoas a assistir, foi o concerto do artista Toy, que encerrou as Festas em Honra de Nossa Senhora da Oliveira.
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CLA Montijo realiza receção ao estudante
Os estudantes da Universidade Aberta já iniciaram o ano letivo e o Centro Local de Aprendizagem do Montijo desta universidade realizou um evento de receção aos alunos no passado dia 13 de outubro, nas instalações da Quinta do Saldanha. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e o professor Mário Negas, diretor do departamento de Ciências Sociais e de Gestão da Universidade Aberta, marcaram presença no evento e deixaram palavras de incentivo aos alunos. Mário Negas revelou, também, que o Centro Local de Aprendizagem do Montijo é dos que tem mais alunos e deixou o desafio de ampliação deste projeto, na procura de novas dinâmicas entre a Universidade Aberta e a Câmara Municipal do Montijo. Os Centros Locais de Aprendizagem são estruturas da Universidade Aberta que desenvolvem ações no âmbito da aprendizagem ao longo da vida e apoiam os estudantes da universidade, facultando suporte logístico e instrumental aos alunos residentes nos concelhos da sua área de abrangência.
desporto
Montijo presente no Meeting Desporto O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, esteve presente no encerramento do Meeting Desporto 2018, que decorreu no passado dia 12 de outubro, no Fórum Cultural de Alcochete. Numa conversa moderada pelo jornalista Henrique Garcia, Nuno Canta acompanhou o anfitrião do evento, o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, naquele que foi um momento de proximidade e partilha entre os dois municípios. Tendo como tema “Juntos pelo Desporto”, os autarcas abordaram o papel e a importância dos municípios na prática desportiva, incluindo futuras parcerias entre as duas autarquias na dinamização de projetos desportivos ou de outra
natureza, perspetivando até os novos desafios que se colocam à região com a implementação do novo Aeroporto do Montijo, numa lógica de conjugação de esforços que permita servir as populações. Nuno Canta sublinhou a importância do desporto “enquanto fenómeno de agregação, de coesão e de proximidade entre as pessoas”, afirmando ainda a importância do movimento associativo na dinamização desportiva do concelho do Montijo, com Fernando Pinto a realçar a intervenção municipal no âmbito do desporto escolar. Durante todo o dia, personalidades e especialistas nos diversos domínios da área desportiva estiveram no Fórum Cultural de Alcochete a participar no Meeting Desporto 2018.
Património: dar futuro ao passado
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Museu Agrícola da Atalaia tem patente a exposição “O Património: Dar um Futuro ao Passado”. A mostra é constituída por 15 painéis que apresentam, de forma gráfica e apelativa, as diversas tipologias do património: desde o património agrícola ao património industrial. Tem como objetivo promover a educação patrimonial para garantir a salvaguarda do património e transmitir uma visão moderna, dinâmica e empreendedora do mesmo enquanto elemento de enriquecimento económico e social.
Museu Agrícola da Atalaia | Entrada livre Horário: 3.ª a 6.ªfeira | 9h00-12h30 e 14h00-17h30 | Sábado | 14h00-18h00
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Outubro mês sénior
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Dia Internacional do Idoso é celebrado a 1 de outubro. No âmbito das comemorações, a Câmara Municipal do Montijo realiza durante todo o mês de outubro uma programação diversificada dedicada à população sénior. O mês sénior contou no dia 8 de outubro com a cerimónia de receção a alunos e professores na Universidade Sénior. No dia 12 de outubro teve lugar no CinemaTeatro Joaquim d’Almeida, o espetáculo intitulado “No Palco da Vida”. Os diversos projetos de envelhecimento ativo realizaram uma
peça de teatro dedicada à reciclagem, nesta tarde que contou, também, com momentos musicais proporcionados por Nélio Pinto, Tiago e Joana. O grupo da Universidade Sénior Tempos e Contratempos, bem como os grupos corais da Academia Sénior da Atalaia, Alto Estanqueiro-Jardia e dos Ateliers Seniores atuaram na segunda parte do espetáculo. Outras atividades decorreram durante o Outubro mês sénior, como a Festa Branca, no dia 18, e uma sessão de esclarecimento sobre “Sexo e amor na idade madura”.
No dia 25 de outubro, na Sala Multiusos da Universidade Sénior teve lugar a apresentação do livro “Vidas Difíceis: de Aldegalega ao Pragal”, da autoria de João Correia Marques. As atividades do mês sénior contaram no dia 26 de outubro com a iniciativa “Teatro à Rua”, na Rua Almirante Cândido dos Reis com a participação dos grupos de teatro dos projetos de envelhecimento ativo da Câmara Municipal do Montijo. O mês sénior termina no dia 29 de outubro, com a inauguração da exposição “Viver Muito, Viver Bem”, na Frente Ribeirinha.
Brinquedos tradicionais portugueses em competições internacionais
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evento “Festas das Artes” decorreu de 24 de agosto a 3 de setembro, em Buenos Aires, a que se seguiu uma extensão a Córdova, de 4 a 8 de setembro. A representação das cores lusas, através de Hélder Martins, revestiuse de especial interesse por este ser um país com uma significativa comunidade portuguesa a qual garante lhe dispensou um carinho especial. O colecionador começou muito cedo a dedicarse a esta paixão. Tem mais de 10.000 peças. As mais antigas remontam ao séc. XIX. Em junho último, Hélder Martins, já tinha participado no “VIII Encontro Brinquedos do Mundo Árabe”, em Tânger - Marrocos, no qual foi distinguido com diploma de honra pelo trabalho apresentado sobre o brinquedo de folha no pósguerra (influência da indústria de chacinaria, na
sua produção). O mesmo trabalho já lhe tinha valido um diploma de honra em Marrocos, assim como, uma distinção, em março de 2017, na Galeria Real, em Londres. Um trabalho, entre outros brinquedos portugueses, sobre a boneca caramela com origens nas freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro levou Montijo a Pequim, numa mostra em que esteve presente em setembro do ano transato. Recorde-se que esteve patente até 30 de setembro, no Museu Municipal Casa Mora a exposição “A Lata Vira Brinquedo”, que deu a conhecer que Montijo esteve diretamente ligado à produção nacional de brinquedos de folha. Alguns dos brinquedos produzidos com material proveniente do nosso concelho têm estampada uma nota com os nomes das indústrias montijenses provisoras.
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EXPOSIÇÃO
Crônicas de Carlos Farinha
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té 17 de novembro, a Galeria Municipal do Montijo apresenta a exposição Crônicas de Carlos Farinha. Um universo artístico marcado pela “ironia e uma certa abordagem despreocupada de um contador de histórias. Sou o que pinto, com todas as suas fragilidades e fraquezas, mas ao menos divirto-me…”, afirma o artista. Carlos Farinha expõe o seu trabalho desde 1990, foi um dos dois artistas portugueses que estiveram presentes, no final de abril, na Art Beijing deste ano. Nos seus quadros faz questão de misturar as influências que vai recolhendo. O dia-a-dia político e social é a sua grande referência, imprimindo ao seu trabalho uma forte componente interventiva. Natural de Santarém, nascido em 1971, filho de emigrantes, cresceu fora de Portugal, em França. Estudou na Escola António Arroio e licenciou-se em escultura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Expões regularmente, vive e trabalha em Lisboa.
Galeria Municipal | Entrada Livre Horário 2.ª feira a sábado | 9h00-12h30 e 14h00-17h30
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Especial
Chão de Uvas T
alvez Plínio, no alto da sua sabedoria romana, tivesse razão quando dizia In Vino Veritas (no vinho está a verdade). Neste nosso Especial Chão de Uvas está, pelo menos, a verdade dos nossos entrevistados que têm em comum, sob vários prismas, uma vida de trabalho na área da vitivinicultura. Em altura da colheita das uvas, procurámos fazer um retrato transversal dos vários momentos e protagonistas desta atividade que tem particular expressividade e importância na região de Santo Isidro de Pegões: do
produtor de grande dimensão ao viticultor mais modesto que, ainda, realiza a colheita à mão. Pelo meio damos destaque à empresa familiar da Adega das Passarinhas e à produção premium da Herdade de Pegos Claros. Naturalmente que na liderança deste Especial temos uma das maiores adegas do país, a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões e o seu enólogo Jaime Quendera a explicar os motivos porque Pegões é uma terra abençoada para a produção de vinhos.
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Cooperativa Agrícola de Sto Isidro de Pegões
Exemplo de qualidade e sucesso em Portugal e no Mundo E
m plena vindima, a tranquilidade da paisagem rural de Santo Isidro contrasta com o barulho incessante das máquinas e a agitação da entrada e saída de tratores carregados de uva. No ar há um nítido cheiro ao néctar que faz de Pegões uma marca de referência em Portugal e no Mundo. Hoje, e cada vez mais, falar de Pegões é falar, inevitavelmente, da Adega de Pegões. É a empresa vitivinícola de maior projeção do concelho, a mais premiada dentro e fora de portas. Em
agosto passado, o Município do Montijo prestoulhe a devida homenagem, atribuindo a Medalha de Ouro do Concelho. Nos bastidores deste sucesso estão 55 trabalhadores (sendo certo que os postos de trabalho indiretos devem rondar os trezentos), liderados por uma equipa de Administradores, composta por Mário Figueiredo, Maria Helena Leite, Jaime Quendera e Carlos Pereira que defendem os interesses dos 90 associados da Cooperativa, ao mesmo tempo que colocam Pegões, literalmente, nas bocas do Mundo. A história da Cooperativa Agrícola de Sto Isidro já foi contada dezenas de vezes. O resumo mais direto começa com a criação da Colónia de Santo Isidro e a fundação, a 7 de março de 1958, da Adega para dar apoio técnico aos agricultores. Até meados dos anos 70 esta é uma história de sucesso, mas a Revolução do 25 de Abril de
1974 trouxe mudanças profundas e, com elas, um declínio acentuado para a instituição. O atual presidente da Administração, Mário Figueiredo, entrou para a direção da Cooperativa na década de 80. Conta na primeira pessoa, as dificuldades dessa altura: “entrei em 1986 e apresentámos ao IFADAP um projeto para alterar o rumo da Adega. Disseram que podíamos avançar mediante o pagamento das anuidades, que desde o 25 de Abril não eram pagas. Nessa altura foi preciso coragem dos diretores. Pedimos
financiamento na Caixa Geral de Depósitos e mostraram-nos uma letra, viraram-na ao contrário e disseram: escrevam pelo vosso punho que dão o vosso aval pessoal”. Mário Figueiredo e os restantes diretores assim o fizeram, arriscaram e “felizmente foi sempre a crescer. Antigamente fazia-se branco, tinto ou rosé, as uvas das diferentes castas vinham todas misturadas. As coisas mudaram também no campo. Hoje vem tudo separado, foram introduzidas novas castas, modernizou-se a adega e conseguimos chegar onde chegámos”, acrescenta. Um êxito que tem vindo a ser construído de uma forma organizada e planeada, assente numa estratégia que aposta na qualidade e na relação de confiança com o consumidor. “Isto é trabalho feito ao longo dos anos. Já há a referência que Pegões oferece vinho de topo a preços acessíveis. Não é por ganharmos prémios ou por estarmos
“Ao nível de vendas no mercado nacional, a região de vinhos da Península de Setúbal passou do sétimo para o segundo lugar. Deste crescimento, Pegões tem 34 por cento de quota. Uma em cada três garrafas que se vende de vinho desta região, é vinho da Adega de Pegões” num ano em que há pouco vinho que começamos a vender mais caro. No dia em que formos nessa estratégia, o consumidor perde a confiança em nós”, explica Jaime Quendera. Este sucesso é paralelo ao crescimento comercial da empresa e, também, neste campo, os dados revelados pelo gerente Jaime Quendera são impressionantes: “ao nível de vendas no mercado nacional, a região de vinhos da Península de Setúbal passou do sétimo para o segundo lugar. Deste crescimento, Pegões tem 34 por cento de quota. Uma em cada três garrafas que se vende de vinho desta região, é vinho da Adega de Pegões”. Esta trajetória de crescimento tem sido, igualmente, sustentada numa estratégia de internacionalização, com 35 por cento da produção a ser exportada através da grande distribuição para mais de 40 países como o Canadá, a Inglaterra, a Polónia, a Alemanha ou a China, representando já um volume de negócio na ordem dos 7 milhões e 500 mil euros. “Estamos numa fase de solidificação. Em Portugal já é difícil crescer mais. O nosso crescimento vai passar pela exportação nos países desenvolvidos, junto das grandes cadeias de supermercados. A nossa previsão é um ritmo de crescimento por mais cinco, dez anos, por forma a passarmos dos 20 milhões de litros por ano para os 35 milhões de litros, que já é uma dimensão muito grande em Portugal”, afirma Jaime Quendera. Para dar cumprimento a este desafio e às exigências dos mercados internacionais, a Adega de Pegões tem implementado, ao longo dos anos, um conjunto de investimentos na melhoria das instalações e na modernização do processo produtivo. Este ano, o investimento foi de um milhão de euros, financiado por capitais próprios, com o objetivo de aumentar a capacidade de armazenagem em quatro milhões de litros.
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Vinho e Prémios Os motivos do êxito Como em tantas outras atividades do sector agrícola, é na matéria prima de qualidade que se escondem as razões do sucesso: “comparado com uma equipa de futebol, para se ter sucesso é preciso que uma equipa seja completa. Aqui temos muito boa uva, solo e clima. A isto junta-se uma Adega moderna, com as melhores técnicas de enologia”, declara Jaime Quendera. “É claro que posso saber muito de vinho, mas sem boas uvas não se fazem milagres e, a esse nível, Pegões é uma terra abençoada. Temos vantagens em relação a outros sítios: temos tudo mecanizado, um terreno plano, um clima maravilhoso e temos água. Foi por termos água, ao contrário de outras regiões como o Alentejo, que o ano passado foi o nosso melhor ano de sempre, com 12 milhões de quilos de uva”, acrescenta. Ainda no decurso da vindima (n.r. entrevista realizada a 26 de setembro), as previsões para 2018 são menos animadoras ao nível da quantidade: “vai ser um ano mais fraco, mas em qualidade tudo indica que vai ser extraordinário e o que queremos é, sobretudo, fazer bom vinho”, esclarece o gerente. É, por isso, previsível que seja mais uma colheita muita premiada para a Adega de Pegões. No ano de 2017, em competições nacionais e internacionais, a Cooperativa arrecadou 261 prémios. Entre as inúmeras distinções destacamse o título de “Produtor do Ano de Vinho em Portugal” pelo prestigiado International Wines & Spirits Competition, sendo a primeira vez que uma Cooperativa alcançou esta distinção. “A Adega hoje é das maiores do país. Somos um exemplo que não existe quase em Portugal. Veja-se, por exemplo, o concurso La Selezione del Sindaco. O município mais premiado foi Palmela com 22 medalhas, mas com dez empresas a concurso. Nós, sozinhos, ganhámos 20 medalhas para o Montijo”, acrescenta. Efetivamente, a montra de prémios é cada vez mais extensa. Ao longo das últimas duas décadas, o número de distinções supera já as sete centenas. Um pouco por todo o Mundo, os vinhos de Pegões competem com os melhores (muitas vezes bastante mais caros) e distinguem-se pela sua qualidade e caráter. Exemplo bem claro foi o prémio de Melhor Moscatel do Mundo, conquistado em 2016 no concurso internacional Best Muscat du Monde. “Hoje, somos uma referência. Há 20 anos, Pegões não dizia nada às pessoas e, hoje, em todo o lado, Pegões é sinónimo de vinho e de bons vinhos”, conclui Jaime Quendera.
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JAIME QUENDERA
O Imperador de Pegões
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iz ser como um “chefe de cozinha”. Talvez seja, também, comparável a um cientista tal é a especificidade e componente técnica do seu papel na produção vitivinícola. Uma coisa é certa: Jaime Quendera é o enólogo responsável por juntar os ingredientes que criam a fórmula de sucesso dos vinhos da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões.
“O trabalho do enólogo é como um chefe de cozinha: juntar os ingredientes, cozinhar e fazer um prato, que pode ser bom ou mau. O enólogo pega nas uvas, que são Cabernet Sauvignon, Aragonês, Syrah, Castelão, mais maduras, menos maduras, e faz um cozinhado que é o vinho”, explica. Licenciado em Engenharia Agrícola, com pósgraduação em Marketing de Vinhos, o seu
percurso cruza-se com a Adega de Pegões em 1994, mas o vinho já há muito que fazia parte da sua vida: “as minhas primeiras memórias são na adega do meu avô. Desde miúdo que estou ligado ao vinho. Fui ganhando o bichinho e nos estudos segui sempre a área da agricultura. Acabei o curso e vim logo para aqui”. Fala com paixão, entusiasmo e convicção da Adega de Pegões. É notório o seu total envolvimento e responsabilidade no crescimento que a empresa registou nos últimos 20 anos. “Em 1995 peguei na parte comercial, em 1998 tornei-me o enólogo principal e começámos o projeto de exportação. Isto tem muito a ver comigo. Não era nada do que é hoje. Das coisas que mais me orgulho na vida é Pegões estar em todo o lado”. É enólogo de outros produtores na região de Setúbal e no Alentejo e não tem dúvidas que a afirmação de Portugal no mercado internacional passa pelos “vinhos com qualidade a preços competitivos. Se meter um vinho português ao lado de um francês, o consumidor vai optar pelo francês mesmo que seja mais caro. É difícil mudar esta mentalidade, pelo que devemos ser realistas, ter foco no mercado e ir ao encontro das expetativas do consumidor”. No meio em que se move há quem diga que é o Imperador do Syrah. Ele admite que possa ser verdade até porque “devo ser quem faz mais Syrah em Portugal. Tenho conseguido bons resultados e prémios com essa casta”, que é uma das suas preferidas, juntamente com o Castelão, o Cabernet ou o Merlot. E será que há bons e maus vinhos? Jaime Quendera é categórico: “não! Há vinho e há o gosto de cada pessoa. Sou enólogo, percebo de vinhos, posso achar um vinho mau e ter outro enólogo a dizer que é bom. É subjetivo e, também, depende muito da ocasião e da temperatura”, esclarece. Durante os últimos 20 anos, sob o olhar e o saber de Jaime Quendera, já saíram milhões de garrafas da Adega de Pegões. Na sua memória, a tal que lhe conta que as primeiras recordações de infância são numa adega, está ainda o primeiro vinho que produziu, o Fontanário de 1995: “esse ficou marcado. Tinha saído da faculdade, vinha com a teoria e a prática caseira de fazer vinho e, aqui, estava o engenheiro João Portugal Ramos a fazer vinho de uma forma muito diferente. Aprendi muito mais a trabalhar com ele do que nos cursos que tirei”. Seja com Syrah, Castelão, Alicante Bouschet, Touriga Nacional ou Cabernet Sauvignon, seja tinto, branco ou rosé é garantido que os prémios, as medalhas e o sucesso comercial não vão parar enquanto Jaime Quendera estiver a cozinhar os vinhos com caráter da Adega de Pegões.
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adega das passarinhas
Negócio de família
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ertamente, o vinho deste produtor local já esteve por inúmeras vezes à sua mesa, na sua casa ou nalgum restaurante da região. A Adega das Passarinhas tem mais de 50 anos e é um exemplo de um negócio familiar que, ao longo dos anos, soube conquistar o seu espaço no mercado vinícola. José (o pai), Tânia e Jael Silva (os filhos) são os atuais gerentes de uma empresa que já vai na quarta geração: “a Adega das Passarinhas surgiu na altura dos meus avós, há 50 anos. O meu pai deu continuidade ao negócio e, agora, estou eu e os meus filhos”, explica José Silva. “Nasci aqui. Fui criado debaixo de uma videira, em cima de um mocho (banco pequeno). A minha mãe andava comigo atrás, enquanto fazia os trabalhos na terra. Recentemente a empresa sofreu uma reestruturação e aí entraram os meus filhos”, acrescenta. Há 14 anos, que Jael Silva está envolvido na gerência e trabalho na Adega das Passarinhas. A irmã, Tânia Silva, é uma presença mais recente. Tirou o curso de Engenharia Alimentar, fez Mestrado em Enologia e está há sete meses ao lado do pai e do irmão na condução do
dia-a-dia e, naturalmente também do futuro, da empresa. Com eles, estão cerca de 20 funcionários que, diariamente, trabalham para a estabilidade e sucesso de uma empresa que é responsável pelo emprego de várias famílias na zona das Faias e de Santo Isidro de Pegões. O caráter familiar é, também, visível no processo de vinificação tradicional, apesar de algumas automatizações, como foi o investimento recente num sistema de frio para controlo da temperatura do vinho. “Têm existido muitas mudanças nesta atividade. Hoje fazemos a seleção das uvas logo no campo, as que devem ser vindimadas primeiro, as que ficam para o fim porque a maturação ocorre mais tarde. A uva chega à adega já separada por castas e, assim, consegue começar-se logo a fazer o lote. Vamos tentando melhorar o que podemos em todos os aspetos”, esclarece o gerente, José Silva. No portefólio da empresa estão, sobretudo, vinhos tintos da casta Castelão: “70 a 80 por cento do nosso vinho é de Castelão, e depois há outros lotes com algumas novas castas como o Syrah, o Touriga Nacional ou o Aragonês”. A
nível de marcas destacam-se o Adega das Passarinhas, o Cacho de Uva e o Campo Verde. Num ano normal, a produção que é inteiramente comercializada no território nacional, rondaria um milhão e meio de litros. Este ano, o calor de agosto, levou a uma quebra na produção e os números apontam para os 800 mil litros. Se esta é a perspetiva para o futuro imediato da Adega das Passarinhas, o futuro a médio prazo passa pela consolidação da reestruturação interna recentemente efetuada e para a concretização de novos projetos: “queremos relançar a empresa no mercado com outra imagem. Estamos a criar o nosso site e as vendas online. Queremos, também, retomar a produção das nossas marcas de vinhos de reserva (D. Alfredo e Marquês das Faias) até porque dá mais rentabilidade e prestígio. Estamos, igualmente, a preparar a estrutura para podermos começar a exportar os nossos vinhos”, afirmam os três gerentes. Com os pés bem assentes na terra que lhes dá o fruto dos seus vinhos, com firmeza e ambição, a família Silva continua a trilhar um caminho iniciado por gerações passadas e a construir o futuro da Adega das Passarinhas.
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Estórias com História
Santo Isidro de Pegões e a Colonização Agrícola Paulo Pereira Lima Arquitecto, C.M. Montijo O Fomento da Economia Rural e a Colonização Interna No clima decorrente da crise financeira de 1929 e da Grande Depressão económica resultante, que produziram efeitos na década de 1930, são implementadas em Portugal medidas de expansão das áreas de cultivo e de modernização das actividades agrícola e florestal, visando garantir ao país a auto-suficiência alimentar. O DecretoLei n.º 27207, de 16 de Novembro de 1936, constitui a Junta de Colonização Interna (JCI) para reconhecer e reservar os terrenos baldios do Estado, adquirir terrenos para colonização e neles instalar casais agrícolas. A JCI foi dotada de técnicos para, numa perspectiva multidisciplinar integradora dos contributos de agronomia e pecuária, engenharia, arquitectura, urbanismo e paisagismo, planear iniciativas de povoamento e desenvolvimento agrícola, agindo intensivamente na modernização rural. Foram realizadas obras de preparação de terrenos e construídos núcleos de povoamento, maioritariamente em terrenos baldios antes utilizados pelas populações rurais para o pastoreio dos re-
banhos comunitários e a colecta de lenha, combustível sem alternativa no meio rural. Após a experiência realizada nos Milagres (Leiria) em 1926, são concretizadas ao longo das décadas de 1930, 1940 e 1950 novas colónias em Martim-rei (Sabugal), na Boalhosa (Paredes de Coura), no Alvão (Vila Pouca de Aguiar), na Gafanha (Ílhavo) e diversos núcleos na região de Barroso (Montalegre). A JCI edifica pequenas habitações e instalações complementares, divididos em aldeamentos com habitat de tipo concentrado ou disperso, recorrendo a processos e mão de obra correntes, resolvendo a construção com os materiais tradicionais de cada região. A Colónia Agrícola de Santo Isidro de Pegões O território de Pegões foi outrora uma imensa charneca despovoada e agreste, transposta pela Estrada Real que ligava a capital à fronteira, com início no cais da Aldeia Galega do Ribatejo, onde acostava a travessia fluvial de Lisboa. Sede da Posta para as ligações ao sul de Portugal, desde 1533, a Aldeia
Galega do Ribatejo passou a designar-se Montijo em 1930. Em 1728, D. João V ordena o arranjo da Estrada Real e a construção de quatro fontanários ao longo do percurso, de que o primeiro é o Fontanário de Pegões. Exemplar singelo e preservado da arquitectura barroca setecentista, ladeia ainda aquela via (hoje a Estrada Nacional 4) em Santo Isidro de Pegões. A Colónia Agrícola de Santo Isidro de Pegões, levada a cabo a partir de 1952 sob o projecto geral elaborado, entre 1937 e 1938, pelos engenheiros agrónomos Mário Pereira e Henrique de Barros, difere das demais pela implantação, já não sobre terrenos baldios, mas em terrenos doados ao Estado por José Rovisco Pais. Ficou por isso isenta da conflitualidade social vivida noutras colónias, pela retirada às populações locais da utilização, tradicional e comunitária, dos baldios. É a maior e mais complexa das experiências similares realizadas, agregando 207 casais agrícolas dos cerca de 500 concretizados no continente português, num empreendimento dotado com infraestruturas e condições de apoio técnico à atividade agrária e um notável acompanhamento social da
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nova comunidade, de que as restantes colónias nunca beneficiaram. Esta experiência de urbanismo em meio rural estruturou a ocupação do território com base em estudos técnicos de aptidão dos solos e da rentabilidade das explorações familiares. Realizaram-se importantes obras de hidráulica agrícola, incluindo duas barragens, furos de captação de águas subterrâneas e uma extensa rede de condutas, depósitos e aquedutos para o regadio, como o aqueduto que ainda hoje ladeia a Avenida Rovisco Pais (EN4), no centro de Santo Isidro de Pegões. Os colonos instalaram-se nos primeiros anos da
década de 1950, inicialmente em regime de fruição provisória, por três a cinco anos, com vista à concessão da fruição definitiva dos casais agrícolas. O recrutamento dos candidatos e o cumprimento das múltiplas obrigações para com a JCI decorriam num quadro tutelar exercido pelo Estado Novo, em que o atractivo de terra e casa próprias, em época de desemprego rural, levavam à aceitação das exigências. O cultivo recebia apoio técnico e um controlo tendente à padronização da produção, sendo inicialmente devido o pagamento de um sexto da produção, que viria a aumentar para um terço. A distribuição territorial organizou três núcleos
A Arquitectura
Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, realizado no final dos anos de 1950 pelo Sindicato Nacional dos Arquitectos, confirma os progressos destas soluções tipológicas em matéria de higiene, salubridade e dignidade para o agregado familiar. O jogo elementar e equilibrado dos volumes, a repetição ritmada das habitações e a uniformidade de orientação aos pontos cardiais valorizam a paisagem, hoje bem menos agreste pela humanização resultante da operação de povoamento agrícola. Entregue à posse plena dos colonos a partir de 1988, este legado tem enquanto património colectivo o seu valor histórico, sócio-cultural, arquitectónico e urbanístico. O conjunto patrimonial inclui as construções, a ocupação planeada do território e a estrutura fundiária subjacente às unidades produtivas familiares, testemunhando a mais completa experiência de povoamento rural levada a cabo em território nacional, que é parte muito importante da história e da cultura montijenses. Hoje, a comunidade local continua a apostar com sucesso na economia agrária através da agricultura, horticultura, vitivinicultura, floricultura e silvicultura, bem como na pecuária e na indústria de transformação de produtos agro-florestais, demonstrando que a Colónia Agrícola de Santo Isidro de Pegões vingou, continua viva, dinâmica e capaz de assegurar a construção do futuro.
Os edifícios da Colónia Agrícola de Pegões dividem-se em dois grupos: o primeiro inclui a notável igreja de Pegões Velhos, as três habitações parabólicas para o padre e as professoras e duas escolas primárias, segregando meninos e meninas. Da autoria do arquitecto Eugénio Correia (1897-1987), este conjunto surpreendentemente moderno impõe-se pela ousadia formal, sendo invulgar também pela materialização construtiva, constituíndo um notável património arquitectónico montijense. O segundo grupo de edifícios inclui as 207 habitações e os edifícios de apoio logístico, técnico e social, de concepção mais tradicional, despojada e utilitária. Da autoria dos arquitectos Henrique Brando Albino (1921-2003) e António José de Oliveira Trigo (?-?), revelam discreta influência da “casa portuguesa”, aliada a uma clareza funcional, simplicidade construtiva e economia que têm afinidade com as construções de génese tradicional. Construídas segundo três diferentes modelos, nos três núcleos de povoamento, as habitações apresentam espaços interiores exíguos, agregando na mesma volumetria a habitação e as áreas afectas ao trabalho agrícola, garantindo condições de habitabilidade contrastantes com a miséria em que vivia a maioria das populações rurais. O
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distintos: enquanto nas Faias e em Pegões Velhos as habitações são dispersas e orientadas ao longo das ribeiras existentes, no núcleo das Figueiras o povoamento é concentrado, em malha ortogonal de arruamentos e divisões da propriedade rural. A particular adequação dos solos e o cuidado na definição da estrutura fundiária e na implantação das habitações, bem como as infra-estruturas de rega executadas, foram determinantes para o sucesso do empreendimento: tanto em Pegões como nas demais colónias, o sucesso do povoamento foi maior quando o tipo concentrado propiciou as relações sociais e a entreajuda das comunidades rurais – casos da Boalhosa e do Barroso – enquanto a implantação dispersa forçava a um duro isolamento, casos de Martim-Rei ou do Alvão, hoje parcialmente abandonados. Em 1958 viria a ser criada a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, hoje internacionalmente reconhecida e constantemente premiada pela excepcional e sempre crescente qualidade dos vinhos que produz, a partir de vinhas maioritariamente localizadas no território da Colónia. A criação da freguesia de Santo Isidro de Pegões, pelo Decreto-Lei n.º 41320, de 14 de Outubro de 1957, abrangeu o conjunto dos três núcleos de povoamento. Cada Casal era constituído por terrenos destinados a culturas de sequeiro, vinha, pinhal e, junto à habitação, a pomar e hortícolas de regadio para sustento da família, com uma área total compreendida entre 15 e 20 hectares, segundo o núcleo. Os casais foram ocupados por colonos vindos de todas as regiões do país, atraídos pela oportunidade de melhores condições para proverem ao seu sustento na actividade agrícola. É esta a raiz da população de Santo Isidro de Pegões, território que tem hoje mais de 1500 habitantes.
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Especial CHÃO DE
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Carlos Ferreira
“Estamos numa zona de vinha com enormes potencialidades”
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perder de vista, perfeitamente alinhados na paisagem rural de Pegões e Canha, estão os 82 hectares de vinha incluídos num total de 170 que são propriedade de Carlos Ferreira. Desde 1990, que a viticultura é a vida deste engenheiro agrónomo. Foi gestor desta mesma propriedade, que adquiriu, anos mais tarde, aos herdeiros dos antigos patrões. Conhecedor profundo e devidamente habilitado de todo o processo produtivo e da qualidade da região vitivinícola de Pegões, afirma estarmos “numa zona de vinha com enormes potencialidades” e explica as razões: “temos propriedades de grande dimensão, terrenos fáceis de trabalhar, uma região sobre mecanizada - ninguém deixa de fazer colheita por falta de máquinas - e temos água em abundância no subsolo”. Se as mais valias estão devidamente identificadas, Carlos Ferreira conhece, também, os constrangimentos a nível técnico de uma atividade de caráter tradicional: “muitas pessoas pensam saber fazer vinha apenas porque os avós e os pais faziam, mas hoje em dia já não é possível funcionar desse modo. Nesta zona já se fez muito na área da enologia, agora falta melhorar o acompanhamento na parte da viticultura, que é sempre o parente pobre”. “Já não basta a uva ter apenas grau. É preciso saber fazer a poda adequadamente, ter castas apropriadas a esta zona, trabalhar a vinha e ter rega a tempo e a horas. Falta, também, mão de obra qualificada, com conhecimentos técnicos na matéria”, acrescenta.
Num ano bom, a produção total dos 170 hectares de Carlos Ferreira atingiria os 2 milhões e 500 mil quilos de uva. Logo no início da vindima, era evidente que 2018 ia ser um ano fraco: “o calor intenso de agosto arruinou parte da vinha. Este ano, a colheita será provavelmente metade”. Apesar da muita uva estragada pelo calor, a máquina que agiliza o processo de colheita na pro-
priedade de Carlos Ferreira não pára. Em poucos minutos percorre os corredores de vinha e descarrega quilos de uvas que seguem para a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões. Em última análise, o destino final destas uvas pode ser a sua mesa porque é, também, o saber e a dedicação de viticultores como Carlos Ferreira que estão por trás do sucesso dos vinhos das terras de Pegões.
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IDÁLIA TEIXEIRA
O trabalho árduo da vindima
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Comemorações Dia Europeu do Enoturismo No dia 11 de novembro, a Câmara Municipal do Montijo associa-se às comemorações do Dia Europeu do Enoturismo, a partir das 16h00, no Museu Agrícola da Atalaia, com a entrega de prémios do Concurso La Selezione del Sindaco à Cooperativa Agrícola de Sto Isidro de Pegões. O evento vai contar com a presença do Secretário Geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho e membro do Comité Científico do referido concurso, José Arruda. Terá lugar, ainda, uma degustação dos vinhos da Adega de Pegões apresentados no referido certame. O concurso enológico internacional La Selezione del Sindaco decorreu entre maio e junho de 2018, em Canelli, Itália. A Cooperativa Agrícola de Sto Isidro foi a adega mais premiada com 20 medalhas, das quais se destaca a grande Medalha de Ouro atribuída ao Vinho Colheita Selecionada Tinto. O Dia Europeu do Enoturismo, instituído em 2009 pela RECEVIN – Rede Europeia de Cidades do Vinho, tem como principal objetivo divulgar o património, a cultura e as tradições dos territórios que constituem a rede, bem como os produtores e empresas associadas, contribuindo desta forma para reforço do turismo e uma valorização dos nossos aprimorados vinhos.
stamos no final de setembro, a meio da manhã, mas a temperatura já atinge os 30 graus. Desde que o sol nasceu, juntamente com outras cinco pessoas, Idália Teixeira, de 69 anos, está a vindimar à mão os seis hectares que herdou dos sogros. Ali, colada à Estrada Nacional 4, a uva da casta Alicante Bouschet tem como destino final a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões. Idália retrata os proprietários de pequena dimensão que, ainda, hoje, colhem rendimento das terras férteis de Pegões. “Uma vida dura”, como a própria afirma. “Nunca conheci outra coisa. Aos 12 anos, o primeiro trabalho que tive foi andar na vindima. Isto era dos meus sogros e alguém tinha de continuar”, acrescenta. São quatro semanas de vindima que servem, tam-
bém, para estreitar os laços de convívio e de amizade. Há de tudo um pouco: dos lamentos, pelas dificuldades de uma vida de trabalho no campo, às brincadeiras onde se inventam nomes de castas e se contam histórias de vindimas passadas. Este ano, há sobretudo o lamento pelas contrariedades que condicionam a quantidade da colheita: “foi um ano difícil, o calor do mês de agosto estragou metade da vinha. Começámos a vindimar mais tarde do que é habitual, porque as uvas não tinham grau, ou seja, não tinham doce suficiente”, explica Idália. As uvas colhidas seguem para a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, da qual Idália é sócia “há muitos anos e que nos paga consoante a quantidade e o grau da uva. Este ano, para mim vai ser fraco, mas só se pode viver com o que a terra dá e esperar que para o ano seja melhor”, conclui.
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HERDADE DE PEGOS CLAROS
A singularidade do Castelão
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om morada em Santo Isidro de Pegões, no limiar do concelho com o território vizinho de Palmela, a Herdade de Pegos Claros aposta com sucesso e prestígio na produção de vinhos premium e super premium. Este ano, já trouxe para o Montijo uma medalha de prata no Concurso La Selezione del Sindaco, com o vinho tinto Pegos Claros Reserva 2014. Os métodos quase exclusivamente tradicionais de todo o processo de vinificação, com colheita manual, pisa a pé e fermentação em lagar aberto, mas sobretudo as vinhas velhas da casta Castelão com 90 e 60 anos conferem exclusividade à produção limitada a 100 mil garrafas por ano de Pegos Claros. “Tentamos tirar partidos das nossas condicionantes: o tipo de solo que é areia, a dimensão de apenas 34 hectares de vinha e o facto de não ser regada. Acredita-se que este Castelão de Pegos Claros tem características especiais. Pode ser uma visão romanceada, mas há alguns elementos determinantes como os bagos de uva muito pe-
quenos, de casca grossa e a própria idade das vinhas que lhe dá maior concentração de compostos aromáticos”, explica o diretor geral, José Gomes Aires. São estas características que orientam a produção e a comercialização: “anualmente só produzimos 100 toneladas de uva, o que equivale a 90 mil a 100 mil garrafas por ano. Trabalhamos com os recursos que temos e, por isso, os nossos vinhos, têm um perfil mais exclusivo, com custos de produção e um preço de venda mais elevados”, acrescenta. Da Europa à Ásia, 60 por cento da produção destina-se à exportação, ficando os restantes 40 por cento em território nacional, predominantemente na zona da Área Metropolitana de Lisboa, onde é vendida através do Canal Horeca para a restauração e lojas da especialidade. Sob a supervisão enológica de Bernardo Cabral, o portefólio de Pegos Claros apresenta cinco vinhos (três tinto, um branco de uvas tintas e um rosé), marcados pelas notas de prova frutadas e especiadas próprias da casta Castelão de baixa
produção, com um perfil elegante e acidez cuidada. No futuro imediato da Herdade de Pegos Claros está o lançamento “de um novo vinho que vai ter um posicionamento acima do nosso topo de gama, numa produção limitada de 1600 garrafas. Mais que aumentar a quantidade de produção, a nossa estratégia vai no sentido de acrescentar valor ao nosso produto porque temos matéria prima de qualidade”. Para além de consolidar a estratégia comercial, a empresa pretende “criar um conjunto de condições para abrir a atividade enoturística ao público. Numa primeira fase com um circuito de provas e visitas e, eventualmente, a longo prazo com um projeto para uma pequena unidade hoteleira em torno do vinho”, conclui José Gomes Aires. A Herdade de Pegos Claros remonta a 1920 e os primeiros vinhos engarrafados são de 1980. Ao longo dos anos teve vários proprietários e, desde 2010, que pertence a um fundo de investimento da banca.
RAINHA DAS VINDIMAS
Representante do Montijo foi 2.ª dama de honor A candidata do Município do Montijo, Natália Fedorchuk, foi eleita 2.ª dama de honor na final do Concurso Rainha das Vindimas de Portugal, que decorreu no dia 8 de setembro, em Alenquer. Natália Fedorchuk, Miss Capital da Flor 2018, conseguiu assim um excelente resultado nesta competição, fruto do trabalho de várias semanas de preparação, tendo inclusive realizado formação na Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, para adquirir conhe-
cimentos mais profundos na área da vitivinicultura. A representante do Cartaxo, Joana Azinheira, foi a Rainha das Vindimas de Portugal, num concurso que contou com a presença de 15 candidatas, em representação do mesmo número de municípios associados da AMPV – Associação de Municípios Portugueses do Vinho. Esta foi a 10.º edição da Rainha das Vindimas de Portugal, uma organização da AMPV em parceria com a Cidade do Vinho.
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turismo
Alojamento local em crescimento
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erca de duas dezenas de participantes estiveram no dia 8 de outubro, na Galeria Municipal, numa sessão de esclarecimento dirigida a proprietários de estabelecimentos de alojamento local ou interessados em ingressar no ramo hoteleiro. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, afirmou que é necessário “preparar o futuro da cidade para o crescimento hoteleiro face aos novos desafios que vamos ter perante a nova infraestrutura aeroportuária de Lisboa”. “O turismo e o alojamento local tem tendência a assumir um papel cada vez mais importante”, acentuou Nuno Canta, reportando-se ao sector de turismo como criador de emprego e motor de desenvolvimento local. A iniciativa contou com as intervenções de Teresa Cascais (AHRESP) sobre o Programa Quality®, Jorge Humberto da Entidade de Turismo de Lisboa, Joana Barosa, da entidade gestora da Citius e Paulo Lima, da Câmara Municipal do Montijo que esclareceu questões relacionadas com os fundos financeiros para reabilitação urbana.
conferência
Transformação digital no turismo
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s benefícios e os malefícios da transformação digital no turismo foram as chaves da palestra que decorreu no dia 27 de setembro, na Casa Mora, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, abriu a conferência afirmando os novos desafios que se colocam ao Montijo na área do turismo com a implementação do novo aeroporto.
No ano em que Portugal foi eleito como o melhor destino turístico do Mundo, a diretora de marketing do Turismo de Portugal, Lídia Monteiro, deu a conhecer o vasto trabalho na área do marketing digital que está por trás do caminho de sucesso que o turismo português tem conseguido nos últimos anos. Se o Turismo de Portugal apresentou o lado mais positivo da transformação digital no turismo, ao
inspetor da Polícia Judiciária, João Pombo, coube abordar os aspetos negativos. Entre diversos exemplos práticos de crimes e fraudes relacionadas com o pagamento através de meios eletrónicos, João Pombo afirmou que o crescimento deste tipo de criminalidade tem sido proporcional ao desenvolvimento turístico do país, salientando as dificuldades que a investigação criminal enfrenta devido ao facto da internet não ter fronteiras.
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dário veiga
“Competir é um vício”
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ário Francisco Costa Veiga, natural do Montijo, tem 46 anos. Desde o ano 2000 que tem o seu negócio no espaço do E.Leclerc, ocupando, hoje, duas lojas. Foi um dos três cabeleireiros que representou a seleção nacional do Campeonato Mundial de Cabeleireiros, no passado mês de setembro, em Paris, classificando-se em 7.º lugar. O Campeonato, que reuniu mais de 1500 participantes de 50 países, é promovido pela Organization Mondiale
Alto estanqueiro
Coiffure, a maior organização mundial de cabeleireiros profissionais. Dário Veiga é cabeleireiro profissional há 30 anos. Esta foi a sua quarta participação no campeonato mundial. O cabeleireiro alcançou por cinco vezes o pódio do campeonato nacional (2005, 2010, 2014, 2015 e 2016). Em 2006 venceu, também, o campeonato espanhol. Afirma ter sido a sua mãe, Maria Gertrudes, que lhe incentivou a seguir a profissão.“É o negócio da família. Tinha 13 anos quando comecei a aprender o ofício com o meu pai. Tinha uma grande paciência. Também aprendi muito com o meu irmão” explica, “só passado quatro anos é que comecei a ganhar alguma coisa, até lá, era só gorjetas. Naquele tempo começávamos por varrer o chão e depois a passar o espanador nos clientes, só após começávamos a passar a navalha, era uma evolução muito demorada”. O primeiro corte que fez, relembra, foi um cliente que quase que o obrigou a fazê-lo “os clientes lá de casa eram como família, eu bem disse que não estava preparado, mas ele insistiu que fosse eu a fazê-lo. Não ficou perfeito, mas ele também não era esquisito (risos)”. Trabalhou com o seu pai durante 15 anos. “Foram aparecendo clientes mais novos que puxavam por mim para fazer coisas novas”. O que nem sempre era bem aceite: “uma vez apareceu-me um avô furioso por ter pintado o cabelo do neto de azul. Eu só fazia o que me pediam”. Numa altura em que as modas eram ditadas princi-
palmente pelos cantores que apareciam nos videosclips da TV, Dário Veiga viu a sua arte crescer a par das evoluções estéticas da sociedade: “houve uma revolução nos penteados masculinos, os homens passaram a pintar o cabelo e houve uma explosão de madeixas o que me dava um gozo especial porque era a primeira vez que estava a acontecer”. Foi na Escola de São Paulo, em Lisboa, que o cabeleireiro ganha o gosto pelos concursos algo que combina na perfeição com a seu carácter persistente e competitivo. “Na primeira competição nacional nem sei em que lugar fiquei, mas insisti, a seguir fiquei em terceiro e fui a Las Vegas ao Campeonato do Mundo”. E nunca mais parou de concorrer, alcançando os primeiros lugares nacionais e participando repetitivamente em competições internacionais. Agora prepara-se para ir a Miami ao encontro de um treinador do mundial. Os campeonatos exigem uma preparação intensa “dão nos um tema, durante meses trabalha-se com um modelo, três a quatro horas por dia. O penteado é sempre complexo. O que demora horas a fazer, em competição tem de ser executado em 20 minutos. É preciso repetir continuamente até o conseguir fazer na perfeição nesse tempo. O que me importa é participar nem é ganhar. É um vício.” Ao longo da sua carreira, Dário Veiga tem assumido uma posição de destaque na sua área profissional, tendo um percurso digno de registo que contribui para a projeção do nome do Montijo, tanto em Portugal como no estrangeiro. Para o ano espera participar em novas competições.
Festejos de fé e diversão
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e 28 a 30 de setembro, o Alto Estanqueiro – Jardia viveu três dias de festa com momentos religiosos, dança, bailes e muita música em mais uma edição das Festas em honra de Santa Teresa de Calcutá. As festividades iniciaram-se na presença das entidades oficiais e da atuação do grupo de percussão Batucando. Da festividade vale a pena evidenciar as comemorações do 30.º Aniversário do Rancho “Os Águias” do Alto-Estanqueiro que contou com a atuação de vários ranchos convidados e, no último dia de festas, a procissão em honra de Santa Teresa de Calcutá com a participação da Fanfarra dos Bombeiros do Montijo e da Banda da AMUT. A festividade recebeu centenas de visitantes e encerrou com fogo de artifício.
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Agenda Associação Náutica Montijense - ANAU 9.º Aniversário Sede da ANAU Dj Pedro R 10 novembro | 22h00 Várias Atividades 11 novembro | 15h00-18h00 Atuação dos grupos de percussão Anau a Rufar, Bardoada, Grupo do Sarrafo; Receção às entidades oficiais; Batismo de vela e Regata na Frente Ribeirinha Agrupamento 72 do Corpo Nacional de Escutas 1.º Rally Castanha 10 novembro | a partir das 9h00 | Praça da República Rally Paper que termina com um magusto.
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danças de salão
Festival do Montijo soma sucessos A dança e o glamour estiveram, novamente, em destaque na quarta edição do Festival do Montijo de Danças de Salão, que decorreu no dia 20 de outubro, no Pavilhão Municipal n.º 1 do Montijo. O evento já marca calendário no circuito de danças de salão e, este ano, voltou a registar um acréscimo na adesão de participantes, com 117 pares (nacionais e estrangeiros) em competição, entre os quais o par Matilde Paixão e Guilherme Reboredo da Escola Dance2You, que venceram nas categorias Juniores Championship Latinas e Juvenil/Junior Novice A Modernas. O presidente da Câmara Municipal do Montijo,
Nuno Canta, esteve presente no evento e demonstrou, mais uma vez, o orgulho que a cidade tem em acolher este festival, deixando uma palavra de incentivo a todos os participantes e a todas as associações e pessoas que se dedicam à promoção da cultura. A quarta edição do Festival do Montijo de Danças de Salão realizou-se no âmbito da APPDSI - Associação Portuguesa dos Professores de Dança de Salão Internacional e foi organizado pela Escola Dance2You da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro e pela APPDSI, com o apoio da Câmara Municipal do Montijo.
Clube de Judo do Montijo Campeonato Nacional de Equipas Juvenis 24 novembro | Seixal II Gala Anual do Clube Judo do Montijo 24 novembro | Montijo Super Copa de Espanha 8 dezembro |Pamplona Festival de Natal 9 dezembro | Pav. Municipal n.º 2 do Montijo Open de Coimbra em Juvenis/Cadetes 15 dezembro - Coimbra Projeto de Intervenção Cultura e Artes - PICA Oficina de Escultura “Se eu fosse um pássaro” 17 novembro | 9h30-12h30 | Escola Profissional do Montijo Palestra “Direitos Humanos, Direitos Universais?” 17 novembro | 16h00 | Museu Municipal Casa Mora Palestra e Exposição sobre Direitos Humanos, Migração e Refúgio 19 novembro | 14h30 | Escola Profissional do Montijo Montijo Basket Associação - MBA II Campeonato Nacional 2.ª Divisão Masc. MBA/Montisistemas vs Salesianos OSJ 3 novembro | 18h00| Pav. Municipal n.º1 Seixal/Superveda vs MBA/Montisistemas 10 novembro | 17h30| Seixal MBA/Montisistemas vs Galitos Barreiro B 17 novembro | 18h00| Pav. Municipal n.º1 UnivÉvora/André Resende vs MBA/Montisistemas 24 novembro | 17h00| Évora
Comércio Local
A Baixa do Montijo ConVida
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Mercado de Natal da Baixa do Montijo está de volta ao Tryp Hotel, no dia 2 de dezembro, entre as 10h00 e as 19h00, para proporcionar mais uma tarde repleta de moda, gastronomia e música. Num único espaço, visite as coleções de mais de 50 marcas de vestuário, calçado e acessórios nacionais e internacionais, numa representação do que de melhor se vende no comércio tradicional do Montijo. Mais informação em www.baixadomontijo.pt A entrada é livre.
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Espaço Oposição
Pavimentação de rua na Jardia Está terminada a pavimentação da Rua dos Eletrodomésticos, na Jardia, numa empreitada no valor de 33 mil euros (mais iva). Para além da pavimentação, a empreitada inclui ainda a criação de dois pontos de drenagem pluvial no final da rua. A autarquia continua, assim, a qualificar as infraestruturas de rede viária no concelho, conferindo melhores condições de mobilidade aos cidadãos. A Rua dos Eletrodomésticos era uma das poucas artérias da zona da Jardia que, ainda, se encontrava em terra batida. Recorde-se que, ao longo dos anos, a câmara tem executado um plano de pavimentações nesta zona do concelho.
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Educação no Coração, talvez não Todos os anos após as férias escolares crianças e adultos preparam-se para o novo período de início de ano escolar. As fantasias de quem inicia a escola pela primeira vez tornam-se realidade, a vontade de conhecer novos amigos, a vontade de reencontrar outros que não se viram durante as férias e a surpresa de conhecer um mundo inexplorado, fazem desta época uma verdadeira surpresa para pais e filhos. Todos os anos simultaneamente temos escolas fechadas, falta de funcionários, falta de professores e instabilidade um pouco por todo o país. O Montijo não escapa a esta verdadeira instabilidade. Por exemplo no primeiro dia de escola no pré-escolar da Escola da Caneira, os pais foram informados de que não iriam existir aulas durante 1 a 2 semanas por falta de educadoras, (baixas programadas), e falta de auxiliares por estarem 2 funcionárias de baixa,
responsabilidade do Ministério da Educação no caso das Educadoras e responsabilidade da CM Montijo por não ter pessoal não-docente em número suficiente nas escolas. Na Escola Pedro Varela, após 2 semanas de aulas, os pais foram informados que durante uma semana a escola iria estar fechada pelo motivo de obras, a retirada do telhado que continha amianto. Aplaude-se a medida, pois o amianto potencia as doenças cancerígenas, mas não se pode deixar de criticar a altura escolhida já que se tinha vindo de um período de férias de verão. Com estes 2 pequenos exemplos salienta-se o total desrespeito pelas famílias e crianças. Onde se deixam as crianças? Os pais faltam ao trabalho? Como fazer e porque as escolas e o Ministério da Educação não encontram planos de contingência para minimizar estas graves situações. A Educação não esta no coração!!! Ricardo Caçoila Bloco Esquerda Montijo
CDS
Comunicação, um mal maior! Sessenta por cento de todos os problemas administrativos resultam da ineficácia ao nível da comunicação. No trabalho constante de procura de soluções para as lacunas que vão sendo identificadas pela nossa equipa do CDS-PP Montijo verificamos, que ao nível da comunicação, existem muitas queixas relativamente à forma como o executivo camarário trata das reclamações e sugestões que chegam aos serviços, e também a ausência de informação vital, disponibilizada em tempo útil e utilizando meios tecnológicos para a mais eficiente disseminação da informação. Por tudo isto, pensamos, estudamos e desenvolvemos um pacote de 7 medidas, que apresentamos na ultima sessão da Assembleia Municipal e que resumidamente consistem em passar a haver prioridade na divulgação de todas as informações úteis e urgentes como é o caso de cortes de energia, cortes de água, vias publicas e outros; em ser mais fácil aceder aos contactos dos
serviços; criação de um serviço de atendimento central; a criação de um “verdadeiro” serviço on-line, permitindo a que todos os habitantes do concelho, Pegões e Canha incluídos, possam tratar dos seus assuntos com a Câmara Municipal, à distancia, contribuindo ativamente para a desmaterialização de processos e para a poupança das famílias e do ambiente; facilitar o fornecimento de referencias de pagamento por multibanco mesmo quando fora de prazo; e acima de tudo repensar a metodologia de funcionamento do portal da queixa da Câmara Municipal de Montijo de forma a rapidamente melhorar o score de 27.3% de taxa de resposta. Este pacote de propostas foi viabilizado e aprovado! Resta agora aguardar que o executivo implemente estas medidas, indo ao encontro dos anseios e necessidades dos montijenses, e tornando a comunicação com toda a comunidade um bem maior! João Merino, Deputado Municipal
CDu
A limpeza e a recolha do lixo em estado caótico no Montijo Perante as denúncias dos munícipes em e-mails enviados, em intervenções públicas nos órgãos autárquicos, e das intervenções dos eleitos da CDU denunciando a situação e propondo soluções - que não foram aceites - para resolver o problema, respondeu o Presidente da Câmara Nuno Canta, que anda nas ruas a situação é normal e não aquela que os munícipes e a oposição descrevem, o que se trata é de uma invenção e de uma cabala montada para pôr em causa o Presidente da Câmara Municipal, chegando mesmo ao ponto de afirmar em Reunião de Câmara e que a comunicação social transcreveu, “Se há campanhas de trazer lixo de outros municípios para aqui, atenção. Isto tem consequências para todos
os Montijenses, que assim terão que pagar mais à Amarsul”. Estamos no mínimo perante um delírio político, de mais uma tentativa de vitimização, que não olhando a meios, o Presidente Nuno Canta recorre a uma verborreia populista inaceitável na tentativa de esconder as suas responsabilidades e incapacidade para resolver a situação. Condenamos veemente a atitude inaceitável do Presidente Nuno Canta, que sem demonstrar qualquer tipo de provas, lançou acusações gravíssimas a outros Municípios, pondo em causa o Poder Local Democrático e o próprio Regime Democrático. O Presidente de Câmara, no mandato anterior,
escondeu-se na vitimização, dizendo que não tinha orçamento quando sempre o teve, que eram os “malandros” da oposição que o impediam de trabalhar. Hoje tem uma maioria absoluta que transformou em poder absoluto e o resultado está à vista. A situação caótica na limpeza e recolha de lixo é da exclusiva responsabilidade do PS/ Nuno Canta. A atividade da Câmara Municipal não se pode limitar apenas à realização de festas e festejos que se devem realizar com dignidade e alegria, mas sem esquecer que há muito mais vida no Concelho para além das festas, pelo que continuamos a lutar e a exigir que sejamos um Concelho com vida própria, integrado e harmonioso, com qualidade de vida e bem-estar para a população.
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arborização
Nova árvores na Av. 25 de Abril
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o passado mês de outubro, a Câmara Municipal do Montijo substituiu os plátanos decrépitos da Av. 25 de Abril por novas árvores da espécie Erythrina crista-galli. Esta operação, devidamente planeada, justificouse pelos evidentes problemas fitossanitários dos plátanos, que devido às podas frequentes apresentavam podridão dos lenhos.
No lugar dos plátanos, a opção estética foi por novas árvores da espécie Erythrina crista-galli, originária da flora argentina e que tem uma floração abundante de cor vermelha. A escolha desta árvore de flores vermelhas teve em conta a toponímia da avenida, numa associação do vermelho das flores aos cravos vermelhos da Revolução do 25 de Abril de 1974.
obras
Substituição de coberturas na EB D. Pedro Varela As coberturas em fibrocimento dos edifícios da Escola Básica D. Pedro Varela foram substituídas, numa intervenção executada pelo Ministério da Educação. Para além de melhorar a condição térmica dos edifícios, esta obra permitiu a remoção das coberturas de fibrocimento, que são potenciadoras de problemas de saúde pública. Ao longo dos anos, a Câmara Municipal do Montijo foi estabelecendo contactos com a Secretaria de Estado da Educação, alertando para a necessidade urgente da substituição das coberturas da escola. Recorde-se que, nas escolas sob sua responsabilidade, a autarquia já substitui todas as coberturas de fibrocimento.
abastecimento de água
SMAS ampliam rede na Atalaia
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s Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo estão a efetuar obras de ampliação da rede de abastecimento de água na Estrada Municipal 502, na Atalaia. Esta intervenção, no valor de 32 mil e 300 euros, pretende melhorar as condições de pressão no abastecimento público de água nas urbanizações do Bairro Novo da Atalaia, passando este bairro a ser abastecido pelo reservatório elevado da Atalaia. Neste momento, os SMAS Montijo têm igualmente em curso a reabilitação do reservatório elevado das Taipadas. A obra tem um custo de 28 mil e 900 euros e consiste no tratamento generalizado do reservatório e edifícios de apoio à estação de captação das Taipadas, incluindo reparação e pintura.