Montijo Hoje I N F O R M A Ç Ã O
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2019 II SÉRIE
M U N I C I P A L
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Património
Câmara adquire edifício da Trabatijo 4
Capa Procissão S. Pedro 2018|Montijo
Saúde
Montijo é embaixador da vacinação 6 SAND
Investigação continua em parceria com Universidade de Coimbra 11 Ficha Técnica Periodicidade Bimestral Propriedade Câmara Municipal do Montijo Diretor
Exposição
(a)mar enquanto o barro não dorme 12-13
Nuno Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal do Montijo Edição Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Colaboração Samuel Santos Joaquim Carreira Tapadinhas Impressão
Especial
Festas Populares de S. Pedro 17-25
WGROUP Depósito Legal 376806/14 Tiragem 16 000 ISSN 2183-2870 Distribuição Gratuita
Espaços Verdes
Câmara inicia obra do Jardim das Nascentes 31
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e d i t o r i a l
A atratividade do Montijo
Q
uando iniciámos este novo mandato autárquico apresentámos as nossas propostas políticas, propusemos desígnios para um novo ciclo de desenvolvimento do Montijo, mais investimento, mais conhecimento, melhor emprego, maior igualdade, maior solidariedade. Como sempre dissemos, estes desígnios articulam-se e reforçam-se mutuamente e só quando vistos no seu conjunto permitem uma consolidação saudável e sustentável do desenvolvimento económico do Montijo. Não é, por isso, surpreendente que tenhamos trabalhado para relançar a atratividade do investimento na nossa economia local. E fizemo-lo conscientes duma dupla vertente, por um lado, a devolução de impostos e taxas municipais a famílias e empresas e, por outro, a criação de condições para a promoção do investimento. Para promover o investimento é fundamental a cooperação entre as empresas, as escolas e as entidades do sistema científico e tecnológico, é preciso trazer o conhecimento que existe nas nossas escolas de formação profissional, de investigação e nos centros tecnológicos para as empresas e, com isso, criar mais valor. É preciso fomentar a relação entre a ciência, a tecnologia e a inovação da economia. Só essa dinâmica de inovação sustentará a trajetória de diversificação do investimento e de produção de bens e serviços com maior incorporação de valor acrescentado, ganhando competitividade com valor e rejeitando o empobrecimento coletivo assente nos baixos salários. Pela sua centralidade na Área Metropolitana de Lisboa, o Montijo é hoje um concelho de grande atratividade para o investimento em muitos sectores económicos como a agroindústria, a floricultura, a fruticultura, a produção animal, mas também na farmácia, na logística e na hotelaria. Em 2019, o volume de investimento previsto nos vários sectores da economia local, com base nos investimentos em fase de licenciamento nos serviços municipais, alcança valor superior aos 23 milhões de euros. A Câmara Municipal do Montijo sempre se manifestou aberta e parceira numa estratégia para acolher novos investimentos na agroindústria para reforçar o emprego e a coesão e combater as desigualdades, promovendo um desenvolvimento equilibrado de todo o território. A regeneração urbana é outra prioridade de investimento para o Montijo. Conscientes do impacto de décadas de operações urbanísticas centradas na construção nova para casa própria e na extensão dos perímetros urbanos que esvaziaram os centros das cidades, estamos a fazer uma importante aposta no investimento em Políticas de Regeneração Urbana, centradas na reabilitação do edificado e na melhoria da eficiência energética.
Prosseguimos uma política de reabilitação urbana que assegura, em cumprimento da lei, o acesso dos investidores privados a benefícios e incentivos fiscais, promovendo o aceleramento da reabilitação e reutilização dos edifícios em ruína, uma dinâmica hoje bem visível na cidade e que se traduz, igualmente, em mais projetos hoteleiros, em particular de alojamento local que, neste momento, já superam as três dezenas em todo o concelho. Outro pressuposto da nossa política de regeneração urbana passa pelo investimento no aumento do património municipal, o património de todos os montijenses, numa estratégia clara de devolver ao Montijo os edifícios mais emblemáticos da sua história, como é o exemplo do prédio da falida PLURICOOP, que preserva a memória dos trabalhadores rurais montijenses, e também para reforçar os imóveis capazes de garantir os serviços públicos essenciais para responder aos cidadãos, como é o exemplo dos edifícios da antiga subestação da EDP, inserido no Corredor Verde da Mundet, e que permite ao município assegurar a posse da totalidade dos terrenos da estrutura verde principal da cidade e instalar os serviços operacionais afetos ao sector dos Jardins.
É com esta visão estratégica para um território atrativo, sustentável e de oportunidades que deve ser analisado o novo ciclo de investimentos no concelho. As políticas que assumimos para a internacionalização e atratividade da nossa economia têm tido como resultado uma nova dinâmica no investimento, permitindo a criação de riqueza, de emprego e de maior igualdade. É assim que, com contas certas, asseguramos a atratividade do investimento e abrimos um novo tempo de esperança para os montijenses e de confiança no Montijo.
Nuno Canta Presidente da Câmara
Assumimos, paralelamente, a realização de um programa de investimento público estruturante, orientado para a requalificação dos edifícios e equipamentos municipais e dos espaços públicos da cidade, acompanhando a execução da correspondente Operação de Reabilitação Urbana. O município contratualizou, por isso, o acesso ao programa Portugal 2020 através de um conjunto de ações que compreende a execução faseada de diversas intervenções – já concluídas, em execução, em adjudicação ou em fase de projeto – nos domínios do património, ambiente e espaços verdes, equipamentos coletivos, mobilidade sustentável, eficiência energética e requalificação do espaço público.
Pela sua centralidade na Área
O restauro da Ermida de Santo António, a requalificação de estabelecimentos escolares como a Escola Luís de Camões, a reabilitação do edifício dos Paços do Concelho são já exemplos visíveis. Iniciaram-se, entretanto, a requalificação da Escola Joaquim de Almeida e a execução do Jardim das Nascentes. Para iniciar, brevemente, estão a requalificação das Piscinas Municipais e a construção da ciclovia do caminho de ferro, ligando o centro da cidade de Montijo à Jardia.
muitos sectores económicos como
Estes projetos prosseguem a política de investimento público municipal que aproveita as oportunidades de financiamento disponíveis para alavancar a regeneração urbana, o ambiente e a qualificação do território montijense.
Metropolitana de Lisboa, o Montijo é hoje um concelho de grande atratividade para o investimento em a agroindústria, a floricultura, a fruticultura, a produção animal, mas também na farmácia, na logística e na hotelaria.
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PATRIMÓNIO
ECONOMIA
Feira Nacional do Porco regressa em maio de 2020 O
pontapé de saída para a 25.ª Feira Nacional do Porco foi dado no dia 14 de maio, no auditório da Galeria Municipal do Montijo, com a assinatura do protocolo entre a Câmara Municipal do Montijo e a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS). Daqui por um ano, de 14 a 16 de maio de 2020, a 25.ª Feira Nacional do Porco vai instalar-se no Parque de Exposições do Montijo, para mais uma vez comprovar que é o maior certame da fileira suinícola nacional. Com a cerimónia de assinatura do protocolo, iniciaram-se os preparativos para “realizarmos a maior Feira do Porco de sempre”, declarou o presidente da FPAS, Vitor Menino. “Este é um ato simbólico e importante para a suinicultura portuguesa. É motivo de satisfação podermos contar com o empenho e o envolvimento da Câmara Municipal do Montijo para mais uma feira que irá, certamente, dignificar o nosso sector e o concelho do Montijo”, acrescentou.
Por parte da Câmara Municipal do Montijo, o presidente Nuno Canta afirmou a importância de manter no concelho a realização da Feira Nacional do Porco, assegurando que “a nossa missão, assim como a forma de parceria com a FPAS, é no sentido de reforçar a suinicultura nacional e o papel do Montijo neste sector. Desejamos que seja uma grande feira, que consiga projetar a suinicultura portuguesa não só internamente, como no mundo”. O protocolo assinado entre a câmara e a FPAS estabelece as responsabilidades de cada uma das entidades. A FPAS está encarregue de delinear todo o programa da feira, promover o evento e organizar as jornadas técnicas. Por sua vez, a câmara ficará responsável por um conjunto de questões logísticas necessárias à realização da feira, por intervenções de melhoria no Parque de Exposições e pela colaboração na divulgação da 25.ª Feira Nacional do Porco.
Câmara adquire edifício da Trabatijo Na reunião de câmara de 2 de maio, com os votos a favor do PS e da CDU e o voto contra do PSD, a Câmara Municipal do Montijo aprovou a aquisição do prédio da antiga Cooperativa de Produção e Consumo dos Trabalhadores do Montijo – Trabatijo, pelo valor de 194 mil 668 euros. Consciente que este é um imóvel cuja história se encontra intimamente ligada à matriz identitária do povo montijense, à defesa dos trabalhadores e à solidariedade social, a câmara desenvolveu esforços e encetou negociações para adquirir para o património municipal este prédio, situado na Rua João Pedro Iça n.º 35 a 39, historicamente a sede social e o estabelecimento da Trabatijo. A Trabatijo tem os seus primórdios associados à União dos Trabalhadores Rurais Aldegalenses, uma sociedade cooperativa de responsabilidade limitada de panificação, produção e consumo, criada em 26 de março de 1920 com a finalidade de fornecer aos sócios, filhos ou tutelados todos os artigos indispensáveis à alimentação e prestar-lhes auxílio em caso de doença, fornecendo ajuda pecuniária. Mais tarde, nos anos 60 do século passado, esta associação evoluiu para a Cooperativa de Produção e Consumo dos Trabalhadores do Montijo – Trabatijo, com novos estatutos e nova designação, passando a auxiliar qualquer trabalhador, independentemente da sua profissão, e com a mesma finalidade e propósito de abastecimento alimentar e de proteção social aos trabalhadores. Para além deste imóvel, na mesma reunião de câmara foi aprovada, por unanimidade, a aquisição de duas frações autónomas do referido prédio pelo valor de 5 mil 331 euros, sitas na Rua Professor António Caleiro e que inicialmente eram destinadas a garagens e que é propósito do município converter num espaço ajardinado. A intenção da câmara é, posteriormente, reconverter o edifício num espaço cultural para acolher eventos e iniciativas relacionadas com as diversas artes performativas.
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TRABATIJO
Preservar a história
A
árvore frondosa só se conserva e se desenvolve sustentada pelas raízes, assim como a sociedade, para se perceber e sustentar dignamente, precisa manter e respeitar os seus fundamentos históricos. Logo, defender e preservar os valores que identificam a dignidade do povo que lutou por uma sociedade mais fraterna e justa, são medidas que a todos nós obrigam. Nos finais do século XIX e princípios do século XX, o povo português, em muitas localidades, num anseio de convívio fraterno e de defesa dos seus interesses, sustentado por uma onda de liberalismo crescente que derrotava o absolutismo que reinou profundamente até ao primeiro quartel do século XIX, algumas vezes denominado como miguelismo, num estádio superior e mais abrangente que as irmandades religiosas, esse povo formado pelas camadas mais modestas da sociedade, fundou associações cívicas, desde as sociedades recreativas, bandas musicais, montepios, cooperativas de consumo e os mais diversos tipos de socorros mútuos. Aldegalega, que já era um importante centro cívico, com as mais diversas estruturas governamentais e outras, tais como tribunal, cadeia e
círculo eleitoral, jornais semanários, etc, sendo até, num determinado período, considerado o segundo concelho mais importante do distrito de Lisboa, logo atrás de Sintra, também teve o seu grande período de entusiasmo associativo. Na área do mutualismo fundaram-se diversas associações de que hoje só resta a União Mutualista
Nossa Senhora da Conceição, fruto da fusão de outras anteriores. No consumo de bens alimentares, também no concelho se formaram algumas cooperativas, especialmente relacionadas com a profissão, a que na altura se definia por classe.
Hoje com a modernidade e outros apelos sociais, quase todo esse tipo de cooperação desapareceu. No Montijo, o último baluarte do cooperativismo de consumo, a Trabatijo, herdeira da Cooperativa dos Trabalhadores Rurais de Aldegalega, fundada em 1910 pela Associação de Classe dos Trabalhadores Rurais Aldegalense, ainda conserva o edifício da última sede, que duma forma um pouco estranha foi apossada pela falida SULCOOP. Como montijense e antigo dirigente da TRABATIJO, onde exerci os cargos de presidente da direcção e da Assembleia Geral há mais de cinquenta anos, congratulo-me pela decisão da autarquia de adquirir o edifício das antigas instalações, onde funcionaram as secções de padaria, mercearia e fanqueiro e salão social. O edifício é histórico e bem localizado e poderá prestar um bom serviço cultural, recreativo, formativo, etc., à população de Montijo, especialmente à que vive perto destas instalações, tanto mais que tem, no estremo que dá para a Rua Professor António Caleiro, uma escola do 1.º ciclo. Joaquim Carreira Tapadinhas
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SAÚDE
Montijo é embaixador da vacinação Município do Montijo integra a Rede de Municípios Embaixadores da Vacinação, O numa parceria formalizada no dia 30 de abril,
na Amadora, com a Direção-Geral da Saúde, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS LVT) e o Agrupamento de Centros de Saúde - ACES Arco Ribeirinho, através da assinatura da Carta de Compromisso da Rede de Municípios Embaixadores da Vacinação. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, assinou o documento que oficializa os compromissos do município em fazer a advocacia e promover a literacia na vacinação, colaborar na concretização de oportunidades de vacinação e contribuir para a cobertura universal da vacinação. A cerimónia de assinatura da Carta de Compromisso contou com as presenças da diretora geral da Saúde, Graça Freitas, do presidente do Conselho Diretivo da ARS LVT, Luís Pisco, e do diretor executivo do ACES Arco Ribeirinho, Miguel Lemos. Para além do Montijo, os restantes municípios da Área Metropolitana de Lisboa aderiram a esta rede de embaixadores, assumindo, assim, a vacinação como um direito, um dever, um ato de cidadania, responsabilidade e solidariedade na defesa da saúde individual e da saúde pública.
ENVELHECIMENTO ATIVO
Saúde sénior mote de jornadas no CTJA iver mais com Saber foi o tema das primeiras Jornadas de Saúde Sénior que V tiveram lugar no dia 8 de maio, no CinemsTeatro Joaquim d’Almeida. Uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal do Montijo e do Aces Arco Ribeirinho. A abertura contou com a intervenção de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, de Luís Pisco, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e de Miguel Lemos Diretor Executivo do Aces Arco Ribeirinho. Os três painéis das jornadas contaram com a intervenção de inúmeros especialistas na área da saúde sénior e não só, debruçando-se sobre
temas como o “Envelhecimento sSudável: Estratégias para o Bem-Estar”, “Turismo Sénior Criativo” e “Sexualidade e Envelhecimento”. A sessão de encerramento esteve a cargo de Ricardo Bernardes, vereador da Câmara Municipal do Montijo, Lina Guarda, Delegada de Saúde, Coordenadora da Unidade de Saúde Pública Arnaldo Sampaio, e António Manuel Marques, diretor da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal. As jornadas contaram com um momentos lúdicos realizados pela professora Helena Lopes, pelos alunos dos projetos de envelhecimento ativo com um momento de poesia e pelos projetos Alegriapontofinal e Só Riso com uma aula de Ioga do Riso.
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EDUCAÇÃO
Os desafios do ensino em debate no aniversário da EPM C
om um painel de luxo, que ofereceu uma palestra muito interessante e motivadora, a Escola Profissional do Montijo (EPM) assinalou o seu 25.º aniversário, no passado dia 15 de maio, com a conferência “Ensino profissional e os desafios do séc. XXI”. No auditório repleto da EPM, sob moderação de José Vale, da Direção Empreendedorismo e Inovação do IAPMEI, estiveram Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico, António da Câmara, professor na Universidade Nova de Lisboa e fundador da Ydreams, e Pedro Cunha, diretor-adjunto do Programa Gulbenkian Conhecimento, a dar as suas perspetivas do futuro na área da educação e não só. Numa abordagem às suas áreas preferenciais de estudo, a tecnologia e a inteligência artificial, o presidente do Instituto Superior Técnico falou de uma educação que deve ser mais flexível e interativa na forma de ensino, do peso da educação para a criação de valor na sociedade, da importância da redistribuição desse valor e das profissões que poderão vir a ser substituídas pela inteligência artificial, “numa sociedade em que a tecnologia irá evoluir de forma, cada vez, mais rápida”. “Para ser criativo é preciso pensar muito”. A
frase marcou a intervenção do diretor-adjunto do Programa Gulbenkian Conhecimento, Pedro Cunha, que mencionou, ainda, a inovação, a criatividade e a recetividade do ensino às novas tecnologias. Referiu-se, ainda, à importância das soft skills para o sucesso e desconstruiu alguns mitos relacionados com o processo educacional, as novas tecnologias e o futuro, afirmando que as relações sociais e interpessoais no ensino nunca poderão ser substituídas pela tecnologia. O professor António Câmara falou de competitividade: “vivemos num tempo incrivelmente competitivo. Temos de preparar os nossos estudantes, os nossos jovens para serem os melhores e para saberem lidar com um mundo extremamente competitivo”, acrescentando exemplos de empresas nacionais na área das tecnologias que são pioneiras no mundo. A conferência contou, ainda, com as intervenções do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e do presidente da Associação para Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo, João Martins, que enalteceram o papel da Escola Profissional do Montijo na formação e na educação dos jovens, assim como no desenvolvimento do concelho do Montijo.
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Cédric Soares recebe medalha de ouro
No passado dia 7 de junho, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, entregou pessoalmente a Cédric Soares, a Medalha de Ouro do Concelho, distinção que lhe tinha sido atribuída no ano de 2016, em cerimónia na qual o futebolista esteve ausente por motivos profissionais. Cédric Soares nasceu na Alemanha, mas desde os três anos que fez do Montijo a sua terra, quando os pais retornaram ao país após duas décadas emigrados. A sua primeira internacionalização pela Seleção A de futebol aconteceu no dia 11 de outubro de 2013, tendo logo evidenciado as suas potencialidades, sobressaindo pela disponibilidade física e sentido tático. Foram estas características que demonstrou durante o Europeu de Futebol 2016, com prestações de enorme mérito que contribuíram para o triunfo da seleção das quinas na prova. A Medalha de Ouro do Concelho é a mais alta distinção que o município pode conceder e é atribuída a pessoas ou instituições que, tendo prestado ao concelho ou ao país serviços relevantes, gozem de prestígio social pelos pelo seu percurso de vida e pelos feitos alcançados.
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Expressões
ILUSTRAÇÃO
Samuel Santos Samuel Santos nasceu em Setúbal, a 26 de agosto de 1970 e reside no Montijo desde 2002, tendo estudado, entre outras, na Kubert School (EUA) e Vancouver Film School (Canadá). Artista gráfico profissional, trabalha em regime freelance como ilustrador em capas da Editorial Presença e em projetos da Erika Groeschel Ink; e como artista concetual de videojogos para Arkalis Interactive, BigMoon Interactive Studios, Blitpop Studios, GameInvest, Hidden Objects Games e Madpuppet Entertainment. Mais recentemente, desenhou para a editora norte-americana Advent Comics na sua revista Dark Matter: Rise of the Lexicons #1, publicado em fevereiro deste ano. Também ilustrou a capa do último CD da banda portuguesa Ravensire, bem como criou personagens para o universo literário Allarya, do escritor Filipe Faria. Expôs pela primeira vez o seu trabalho ao público português no salão Barreiro IlustraBD, em 2018.
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LUGAR DE ENCONTROS
Festa da Flor com centenas de visitantes H
ouve flores e emoções à solta no primeiro evento do Montijo Lugar de Encontros 2019. A Festa da Flor, que decorreu de 24 a 26 de maio, trouxe mais cor, beleza e animação ao centro da cidade. A Câmara Municipal do Montijo, em parceria com a Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais, a marca Flores do Montijo, a Comissão da Baixa e o Forum Montijo, promoveu a Festa da Flor, onde não faltaram eventos inéditos, animação de rua, mercadinho e street food. Tal como nas edições anteriores, houve uma aposta na decoração de rua, com a estrutura aérea Jardim Suspenso, da autoria de Ricardo Contramestre, e com os bancos transformados em baloiços de jardim. Uma das iniciativas inéditas foi a construção de tapetes de flores pelos seniores dos Projetos de Envelhecimento Ativo da Câmara Municipal do Montijo e do Cuidar +65 da Junta da União das Freguesias do Montijo e Afonsoeiro. No centro da cidade, a Festa da Flor 2019 terminou com um grande espetáculo de Tributo aos ABBA, num evento que encheu de centenas de pessoas a Praça da República.
CONCURSO
Farmácia da União Mutualista vence Montras em Flor A
Farmácia da União Mutualista Nossa Senhora da Conceição, situada na Baixa do Montijo, na Rua Almirante Cândido dos Reis, foi a vencedora do Concurso Montras em Flor, promovido pela Câmara Municipal do Montijo e pelo Forum Montijo, no âmbito da Festa da Flor. O júri considerou que a montra da Farmácia da União Mutualista foi aquela que melhor cumpriu os critérios de avaliação, nomeadamente, a originalidade, a harmonia e o enquadramento com o tema “Flores e Emoções”. Participaram no Concurso Montras em Flor, 4 lojas do Forum Montijo e 14 estabelecimentos localizados na Baixa da Cidade do Montijo. O prémio para o vencedor é a promoção da sua loja num outdoor, durante um mês.
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concurso
Miss Capital da Flor vence competição internacional E
m representação de Portugal, a Miss Capital da Flor 2018, Natalya Ferdochuck, venceu o título de Miss Summer World 2019, numa competição que decorreu na Albânia, de 15 a 20 de maio. A concorrente montijense levou a melhor às restantes 15 concorrentes provenientes da Alemanha, Áustria, Hungria, Ucrânia, Macedónia, Grécia, Guiné-Bissau, Filipinas, Gâmbia, Sérvia, Holanda, Albânia, Geórgia, Bulgária e Roménia. Natalya Ferdochuck nasceu há 20 anos na Ucrâ-
nia, mas reside no concelho do Montijo desde os cinco anos, tendo adotado a nacionalidade portuguesa assim que atingiu a maioridade. Em 2018 já tinha alcançado o título de 2.ª Dama de Honor no Concurso Rainha das Vindimas de Portugal. A competição Miss Summer World carateriza-se por não ser um simples concurso de beleza, mas um concurso completo onde as candidatas foram submetidas a avaliação em várias áreas, entre as quais a forma como desempenham o papel de embaixadoras do seu país e da sua região.
COMÉRCIO LOCAL
Glamour e sucesso no Style in Baixa M
uito provavelmente melhor teria sido impossível! A segunda edição do Style in Baixa do Montijo realizou-se no dia 2 de junho, na Quinta do Pátio d’Água, no Montijo, e atraiu, ainda mais, a atenção dos montijenses. Numa noite a cheirar a verão, o desfile noturno das novidades de moda de dez lojas da baixa da cidade foi o grande destaque, com a participação de mais de 100 modelos e centenas de pessoas na assistência. Houve moda, música e dança do grupo United Dance Crew, da ANAU a Rufar e da banda Acoustic Less, da Escola de Artes Sinfonias & Eventos, assim como, mercadinho com venda de artesanato, produtos regionais e comes e bebes. Participaram na 2.ª edição do Style in Baixa, a Loja Bambil, Ervanária Essencia Nature, Cantinho da João, Petite Cherie, Bacalhau o fiel amigo, Passado Português, Stand Raul Marçal, Lady Malagueta, B Styles, Veludo, Casa Garcia, Mister Kim, Aura Gomes e Double M Project. O evento, organizado pela Comissão da Baixa do Montijo para promover o comércio de proximidade, teve o apoio da Câmara Municipal do Montijo.
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CULTURA
Entremundos saiu à rua E
m formato gigante deambularam pelas ruas do centro da cidade no Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, oferecendo ao público um espetáculo multidisciplinar que causou impacto. Numa dimensão entre vivos e mortos, algures
entre o purgatório e o limbo onde se inicia uma viagem por um universo imaginário inspirado na Morte, a companhia PIA-Projectos de Intervenção Artística apresentou, na Praça da República, um espetáculo de rua diferente, marcado pelas dimensões dos protagonistas.
O espetáculo, que integrou a programação da Artemrede, envolveu marionetas de grande dimensão e cruzando técnicas de construção e de manipulação, convidou a relembrar as perspetivas, as formas e as dimensões da visão de uma criança.
SARILHOS GRANDES ENTRE DOIS MUNDOS
Investigação continua em parceria com a Universidade de Coimbra A
segunda fase do projeto de investigação Sarilhos Grandes entre Dois Mundos-SAND vai contar com a parceria formal da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, através de um protocolo de colaboração aprovado, por unanimidade, na reunião de câmara de 29 de maio. O protocolo prevê uma contrapartida financeira municipal de 91 365,73 euros (mais IVA) à Universidade de Coimbra para o desenvolvimento do projeto. Por sua vez, a instituição universitária terá
que desenvolver todos os trabalhos de investigação, incluindo a contratação de bolseiros e a criação do campo-escola de arqueologia e antropologia. O projeto Sarilhos Grandes entre Dois Mundos foi iniciado em 2008, aquando de uma escavação arqueológica de emergência no Largo da Igreja de Sarilhos Grandes que incidiu sobre a necrópole da Igreja de São Jorge e Ermida de Nossa Senhora da Piedade. Foram exumados 21 esqueletos, dois dos quais da-
tados de 1324-1625 D.C. A investigação bio arqueológica realizada revelou a presença de amido de batata e parasitas documentados pela primeira vez na Europa neste período. Este e outros resultados da 1.ª fase do projeto de investigação SAND foram apresentados numa conferência e exposição, realizadas em outubro de 2018, onde foi, igualmente, divulgada a intenção de dar continuidade a este projeto que se concretiza, agora, com o protocolo entre o município e a Universidade de Coimbra.
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EXPOSIÇÃO
(a)mar, enquanto o barro não dorme A
té 3 de agosto, a Galeria Municipal do Montijo recebe o fantástico mundo criado pelo artista António Vasconcelos Lapa, na exposição de cerâmica contemporânea “(a)mar, enquanto o barro não dorme”, concebida especialmente para a Galeria Municipal. Com as suas mãos, utilizando grés (vidrado) e barro (polido), onde são adicionados outros materiais, António Vasconcelos Lapa materializou a fauna, a flora e até algumas figuras fantásticas que habitam o nosso imaginário quando pensamos no mar. Na sua fantástica linguagem visual, cheia de cores, esta exposição é uma viagem ao imaginário dos oceanos repletos de peixes, sereias, anémonas, ouriços, cracas e outros seres.
Filho do pintor Manuel Lapa, António Vasconcelos Lapa nasceu em Lisboa, em 1945. Formado em Escultura Decorativa pela Escola António Arroio, possui também o curso de cerâmica do “Instituto Statale d’Arte per la Ceramica”, de Faenza, Itália, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. A exposição “(a)mar, enquanto o barro não dorme” resulta de uma parceria entre a Galeria Municipal do Montijo e a Galeria Arte Periférica. Venha descobrir o mundo maravilhoso de António Vasconcelos Lapa! Galeria Municipal | Entrada Livre 2.ª feira a sábado: 9h00-12h30, 14h00-17h30
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Solidariedade
Abrigo vai avançar para construção de centro de acolhimento O
V Forum Abrigo decorreu no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida, no Montijo, no dia 9 de maio. Entre debate e reflexão sobre as novas realidades e desafios na área da intervenção infantil, o presidente da direção da Abrigo, Jacinto Pereira, revelou a intenção da instituição avançar com a construção do centro de acolhimento temporário. “O Montijo viu nascer a Abrigo e os seus projetos. Sabemos que a edilidade entende muito bem a importância da nossa intervenção social e dos nossos projetos, pelo contributo que dão ao desenvolvimento social do concelho e à melhoria significativa da qualidade de vida das crianças da nossa
terra. É com base nesta convicção que anuncio hoje, aqui, a intenção da Abrigo avançar com o projeto, e consequente licenciamento, da primeira fase de construção do edifício que há muito sonhamos, em terreno cedido pelo Município do Montijo”, disse Jacinto Pereira. Afirmando os progressos alcançados no Montijo na promoção dos direitos da criança, como o ensino pré-escolar público para todas as crianças a partir dos três anos, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, abordou também os novos desafios “que exigem a nossa intervenção enquanto comunidade, como o combate ao abandono escolar, à pobreza infantil, aos
maus tratos e à exploração sexual das crianças. Temos a responsabilidade coletiva de unir esforços e acordar uma agenda exigente em favor das nossas crianças”. Sob o tema “Que crianças queremos, que adultos teremos? Novas realidades, novos desafios: novas respostas?”, ao longo de todo o dia, o V Forum Abrigo reuniu especialistas na área da intervenção infantil, entre os quais o professor Daniel Sampaio e o diretor do Refúgio Aboim Ascenção, Luís Villas-Boas. No evento foi, ainda, apresentado o tema oficial da Abrigo, intitulado “Crescer a Sorrir”, da autoria do músico Rodrigo Leão.
LITERATURA
Virgílio Pereira lança “1989 – És Agora o Meu Mundo” N o Dia do Autor Português, 22 de maio, o foyer do Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida (CTJA), recebeu a apresentação do livro “1989 – És Agora o Meu Mundo” de Luís Virgílio Pereira. O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, que realçou o trabalho do professor Luís Virgílio Pereira “na dinamização da cultura local, em particular através da Orquestra de Percussão Batucando, que leva o nome do Montijo a todo o país”. O autor, Luís Virgílio Pereira, confessou que “muita gente não sabe que escrevo”, revelando que
“o que mais me agrada é quando sei que aquilo que escrevi chegou às pessoas”. Luís Virgílio Pereira nasceu em Ponte de Sor, em 1966. Vive no Montijo desde 2002, cidade que já considera como sua. É professor de música há mais de 40 anos e fundador da Orquestra de Percussão Batucando. Começou a escrever poesia muito cedo. Primeiro os poemas serviam como letras para as suas canções e composições originais e depois como poemas soltos. O tema dos seus poemas é o amor e a relação deste com as pessoas e a vida. O livro “1989-És Agora o Meu Mundo” é uma edição da Câmara Municipal do Montijo.
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ASSOCIATIVISMO
Lions Clube do Montijo comemora 27.º aniversário
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o passado dia 19 de maio, o Lions Clube do Montijo festejou o seu 27.º aniversário, num evento na Quinta de São Braz, no Samouco, concelho de Alcochete. O momento contou com as presenças do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e do Governador do Lions do Distrito de Setúbal, Pedro Crisóstomo. A intervenção social do Lions Clube do Montijo na sociedade montijense foi enaltecida, tanto pelo presidente da câmara como pelo governador distrital
do Lions: é uma instituição “de referência no concelho do Montijo, em termos de solidariedade”, disse Nuno Canta, com Pedro Crisóstomo a reforçar que o Lions Clube do Montijo “é um clube sempre presente, muito atuante, que presta um serviço relevante na sua comunidade. Agradeço a participação ativa na campanha da luta contra o cancro pediátrico, tendo sido o clube mais participante” a nível nacional. Neste dia do 27.º aniversário, a presidente do Lions Clube do Montijo, Teresa Pinto, relembrou a intensa atividade da instituição ao longo deste ano no concelho e agradeceu as parcerias estabelecidas com a câmara municipal, a União de Freguesias do Montijo e Afonsoeiro e outras entidades locais.
PATRIMÓNIO
Projeto SOS Azulejo no Montijo P
ela primeira vez, pela mão do Agrupamento de Escolas do Montijo, a cidade participou no Dia Nacional do Azulejo, no dia 6 de maio, na Praça da República. A comunidade educativa do Agrupamento de Escolas do Montijo aderiu a esta iniciativa de âmbito nacional, em particular ao Projeto SOS Azulejo – Ação Escola SOS Azulejo com o objetivo de sensibilizar a população para a importância da preservação do património azulejar do país e, em especial, do Montijo. Durante todo o dia, com o apoio da Câmara Municipal do Montijo, no local mais central da cidade, a iniciativa apresentou os trabalhos tridimensionais produzidos pelos 2000 alunos do Agrupamento de Escolas do Montijo. Houve, ainda, animação de rua, uma banca com venda simbólica de trabalhos
realizados em azulejo pelos alunos e a pintura ao vivo de um painel de azulejo, num momento dinamizado por Lucinda Pereira, artesã local, em conjunto com os alunos e os professores do agrupamento. Esta iniciativa integrou, também, a já tradicional caminhada “Caminhar com cor, caminhar com amor”, promovida no âmbito do movimento Cidade dos Afetos, do qual o Município do Montijo faz parte com o intuito de promover a relevância dos afetos no bem-estar e na saúde dos munícipes. O Projeto SOS Azulejo é um evento nacional, de iniciativa e coordenação do Museu de Polícia Judiciária, órgão da Escola de Polícia Judiciária, e nasceu em 2007 da necessidade imperiosa de combater a grave delapidação do património azulejar português que se verifica atualmente, de modo crescente e alarmante, por furto, vandalismo e incúria.
SAÚDE
Feira assinala Dia Mundial do Médico de Família O Centro de Saúde do Montijo, através da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, comemorou o Dia Mundial do Médico de Família (19 de maio), com a I Feira + Saúde Montijo, que decorreu no Parque Municipal, no dia 17 de maio. Com três atividades dirigidas à população, o evento pretendeu aproximar os profissionais de saúde da comunidade e, simultaneamente, assinalar a efeméride indicada que, este ano, teve como lema oficial “Médico de família, o mais próximo de mim”. Foram realizadas atividades para as crianças em
idade pré-escolar e a frequentar o 1.º ciclo do ensino básico, procurando sensibilizar para a importância do brincar e da sua relação com o desenvolvimento de adultos mais física e espiritualmente saudáveis; para grávidas, como forma de discutir e rever os benefícios do exercício físico na gravidez; e o “I Peddy-Paper +Saúde Montijo”, aberto a toda a população e que permitiu descobrir alguns pontos de interesse da cidade, promover o convívio entre a comunidade e profissionais de saúde e estimular o espírito de equipa e de cooperação entre os participantes.
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Especial
F E S TA S P O P U L A R E S DE S. PEDRO
Viva à Festa!
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onforme marcam calendário, também aquilo que se diz ou escreve é, invariavelmente, repetido anos após ano: as Festas Populares de S. Pedro são o maior evento cultural do concelho, uma verdadeira montra que expõe as tradições e a identidade da cidade. Este ano, estão na rua de 26 de junho a 1 de julho e com elas, mais que em qualquer altura do ano, a cidade está de portas abertas, engalanada com arcos de mil cores e flores de papel, para receber os filhos da terra, os novos habitantes e os milhares de visitantes. São festas de pescadores que carregam, ainda hoje, avenida abaixo ou rio a fora, o santo protetor das suas gentes. São festas coloridas pelas centenas de flores habilidosamente criadas por um grupo de voluntárias. São festas de tradições taurinas, de tertúlias de amigos onde há sempre lugar para mais um à mesa. E por falar em sentar à mesa, são festas onde não faltam as iguarias locais de um restaurante de pescadores ou de uma boa fartura à Montijo. O nosso Especial do mês de junho é uma pequeníssima amostra da diversidade e riqueza das nossas festas populares que são em honra de S. Pedro, mas feitas em nome de todos os montijenses.
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Montijo à Mesa RESTAURANTE CASA DO PESCADOR
Novo espaço evoca tradições do mar à mesa A afamada Casa do Pescador, o restaurante de eleição na rota gastronómica montijense, deixou a Rua Agostinho Fortes e encontrou, numa das principais artérias coronárias da cidade, a Avenida dos Pescadores, um novo local para crescer em espaço e em ementa, tudo em prol do bem servir as dádivas que vêm com as marés.
A
raia de molho pitéu é a imagem de marca da casa, mas todo o restante peixe, igualmente fresco, é merecedor de idêntico protagonismo assim como a Caldeirada à Pescador que salta à vista na ementa. A Adega de Pegões é o vinho da casa e para
pela montra de peixe ‘à antiga’, em pedra mármore, e o balcão em forma de barco. A Casa do Pescador está, agora, instalada na sede da Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense - SCUPA (entidade representativa da classe piscatória e que participa na organização das Festas de São Pedro, padroeiro dos pescadores), de frente ao busto de homenagem ao homem do mar, a escassos metros do Museu do Pescador. Mas não se ficam por aqui as felizes coincidências e disso dá conta Ana Sousa, de 29 anos, a jovem que assume o leme da Casa do Pescador juntamente
Iniciou-se então a procura de um novo abrigo para a Casa do Pescador. A escolha não tardou: “este espaço tem tudo a ver com o conceito do restaurante. Um dos cofundadores da SCUPA foi o meu trisavô. Também o meu avô teve uma história com a SCUPA e, eu, por causa dele sempre estive ligada às tradições desta terra. Por isso faz todo o sentido estar aqui”. Ana Sousa vai mais longe e garante que o seu interesse ultrapassa a restauração: “queremos trabalhar em conjunto com a SCUPA para elevar o nome da sociedade, angariar mais sócios
A raia de molho pitéu é a imagem de marca da casa, mas todo o restante peixe, igualmente fresco, é merecedor de idêntico protagonismo assim como a Caldeirada à Pescador que salta à vista na ementa.
sobremesa escolha a reputada mousse de chocolate ou qualquer outro deleite, apanágio dos doces caseiros. O enquadramento dificilmente poderia ser mais harmonioso. O pequeno restaurante de 60 lugares (e apenas quando se podia fazer uso da esplanada) deu lugar a um espaço amplo que supera o dobro da lotação e pasma quem entra,
com o seu irmão, André Sousa e Gonçalo Bastos: “formámos uma empresa, a Marmastê, com o objetivo de melhorar e evoluir no negócio”, explica. “Este novo projeto surgiu porque começámos a ter muita procura, principalmente da outra margem e deixámos de conseguir dar resposta. Ali, não tínhamos hipótese de aumentar o espaço”, comenta a proprietária.
e divulgar as nossas tradições piscatórias junto dos nossos clientes.” A proprietária mostra-se otimista com a perspetiva de “casa cheia todos os dias”, a prova que valeu a pena apostar no novo espaço e numa ementa enriquecida. “Mantém-se tudo tal como as pessoas gostam porque ‘no que está bom não se mexe’. Temos peixe fresco, todos os dias, como sempre. Introduzimos algumas novidades, como o prato vegetariano. Trouxemos, também, para a ementa os arrozes e as cataplanas que no outro restaurante só dava por encomenda”. À hora de fecho desta edição a Casa do Pescador preparava-se para abrir portas. A julgar pelo sucesso da última década, o novo espaço continuará a evocar mais que as tradições do mar à mesa e reforçará um legado montijense, numa zona de tradição piscatória. É caso para dizer que “filhos de peixe sabem nadar”. RESTAURANTE
Casa do Pescador
Av. dos Pescadores, 130 Montijo ( SCUPA) 913776507/918515217 12:00 às 22:00 www.facebook.com/Casa-do-pescador
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VOLUNTÁRIAS
Por amor às Festas P
raticamente todas as noites, desde março, que se juntam para que as nossas Festas Populares de S. Pedro possam ter mais cor e beleza, até porque a tarefa é trabalhosa e de envergadura. Entre histórias, conversa e boa disposição, muitos metros de papel são cuidadosamente trabalhados pelas mãos hábeis destas voluntárias. O
resultado final são centenas e centenas de flores de todas as cores e tamanhos. Há meia dúzia de anos, Manuela Cavaco e as restantes companheiras retomaram a tradição de enfeitar os pátios e as varandas da zona principal das festas, o Bairro dos Pescadores, até porque tinham bem presente na sua memória as festas
EXPOSIÇÃO
Um Rio de Tradições E
stá patente, na Frente Ribeirinha, a mostra fotográfica “Um Rio de Tradições” dedicada a um dos momentos altos das Festas Populares de S. Pedro: a procissão fluvial. A exposição apresenta alguns dos protagonistas e dos momentos da procissão fluvial. São imagens das embarcações, das pessoas e de uma festa que perpetua as tradições, a cultura e a identidade do Montijo. Desde 1986 que se realiza a procissão fluvial. Ao longo dos anos tornou-se num ícone das Festas Populares de S. Pedro, com dezenas de
barcos engalanados com bandeiras em procissão pelo rio. Momento de homenagem, de religiosidade e de fé, é intensamente vivida pelos montijenses, em particular por aqueles que, ligados ao Bairro dos Pescadores, fizeram e fazem da faina da pesca a sua labuta diária. É, igualmente, um evento muito participado por visitantes, oriundos de concelhos vizinhos que, tal como nós, têm no Rio Tejo uma das suas portas de entrada e um elemento fundamental da sua matriz identitária.
de outras épocas, quando eram os pescadores e as suas famílias que faziam questão de engalanar os pátios. Merecem todo o nosso reconhecimento pelas horas e horas a fio que trabalham, de forma gratuita e despojada, por amor ao Montijo e às Festas Populares de S. Pedro.
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GERMANO DAS FARTURAS
Há 50 anos na festa... a fazer farturas N
ão há festas de S. Pedro sem procissão, sem fogo de artifício e… sem farturas do Germano!À entrada do recinto da feira, a roulotte do Germano das Farturas é ponto de paragem inevitável para montijenses e visitantes, mesmo quando a fila interminável obriga a esperar largos minutos por uma fartura à Montijo. Há 50 anos que o Sr. Germano fez das farturas a sua vida. “Trabalhava na feira, numa barraquinha de jogos e depois passei para as farturas. Tive uma banca de farturas junto aos Belos (n.r. hoje a estação dos TST). Vendia farturas a cinco tostões e lá fui fazendo a vida”. Uma vida de trabalho, “com a dificuldade acrescida de não ter um braço” e, apesar de já ter 76 anos e uma saúde debilitada, com o apoio e dedicação de Paula Germano e André Santos, continua a fazer as principais festas do concelho e do município vizinho de Alcochete até porque, como o próprio afirma, “sou o nome e a cara do Germano das Farturas”. São pessoas humildes, trabalhadoras e dedica-
das a um negócio de família que “tem momentos altos e baixos. Há feiras onde se vende muito e outras que nem tanto, mas as pessoas já contam com a nossa presença”, explica Paula, que trabalha há 28 anos na roulotte do Germano das Farturas. “Temos clientes de todo o lado, que sabem onde estamos nas várias festas e vêm de propósito para comer uma fartura. Na Festa da Atalaia, por exemplo, as pessoas dos círios que são de fora do concelho vão sempre no último dia comprar farturas para levar”, acrescenta o Sr. Germano, que em outros tempos chegou a levar as farturas à Montijo para festas e feiras do Algarve. As Festas Populares de S. Pedro, em particular as noites da procissão e do fogo de artifício, são um ponto alto de vendas: “são os dias melhores, vendemos seguramente mais de duas mil farturas em cada um desses dias. Formam-se filas enormes”, afirma Paula, comentando que o negócio também costuma correr bem nas Festas
do Barrete Verde e das Salinas, em Alcochete, e nos restantes eventos promovidos no Montijo, como a Festa da Flor, para “os quais a câmara e a junta têm a simpatia de nos convidar porque, também, têm consciência que damos nome à nossa terra”. Como em todos os negócios, há um segredo para o sucesso. Quer saber qual? Pois, não será possível! O Sr. Germano não revela o segredo, mas deixa algumas pistas: “não é por acaso que tenho escrito na roulotte que são farturas à Montijo. Levam apenas água, farinha e sal. O segredo não posso contar, mas está na forma como a massa é batida e como são fritas as farturas”. Os clientes habituais sabem que as farturas do Sr. Germano são realmente diferentes das demais. Se nunca provou, a próxima oportunidade é nas Festas Populares de S. Pedro. Seja paciente se chegar à roulotte do Germano das Farturas e a fila for enorme, porque vale a pena esperar para comer uma fartura à Montijo!
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DANCE FUSION
A Academia que faz dançar o Montijo o dinamismo, criatividade e empreendedorisA mo, Sílvia Carvalho e Hugo Frescata, ambos licenciados em Engenharia, juntam uma certa
dose de saudável loucura que os leva a arriscar em projetos de grande dimensão como as Festas Populares de S. Pedro ou os já famosos e bem reconhecidos musicais. São os proprietários e a cara da Academia Dance Fusion, mas ao seu lado, desde o início do projeto, têm Dora Ventura, bem como a equipa de staff, os professores, os alunos e os pais que são uma segunda família e o motivo principal do sucesso desta Academia de Dança. Apesar de um início um pouco atribulado com contos do vigário à mistura, a dedicação e o trabalho foram mais fortes e refletem-se no crescimento e consolidação do projeto Dance Fusion: “foram uns primeiros meses atribulados. Começámos, em 2013, com 50 alunos e ao fim de um ano e meio já tínhamos 110. Em 2015 mudámo-nos para estas instalações junto à zona ribeirinha, realizámos aqui um investimento avultado. Estávamos com 230 alunos e em 2016, a pensar no longo prazo, ampliámos para o andar de cima. Não foi nada fácil e vamos continuar a lutar para crescer”. Hoje, a Academia Dance Fusion tem 325 alunos e dez professores que dão aulas de Modern Fusion, Hip Hop, Dancehall, Breakdance, Ballet, Zumba, Kizomba e, ainda, Aulas para Noivos. A equipa de professores é, praticamente, a mesma desde o início e 80 por cento dos alunos têm idades compreendidas entre os 3 e os 24 anos. São uma Academia de portas abertas, que faz
questão de manter as “relações de reciprocidade com a comunidade, com a câmara e a junta que nos têm apoiado e nós também estamos sempre disponíveis para colaborar. Queremos continuar a crescer de forma contínua, dar resposta aos nossos alunos e mostrar sempre um trabalho de qualidade”, explicam. Para além do trabalho diário na Academia, nos colégios e escolas públicas onde lecionam dança, Hugo, Sílvia e Dora ainda encontram tempo e espaço para as tais loucuras dos musicais e do Palco Dance Fusion nas Festas de S. Pedro. Loucuras que só são possíveis devido à “equipa de professores e ao staff fantástico e único, que são uma segunda família, de uma dedicação impressionante, que não há dinheiro nenhum que pague aquilo que fazem pela Dance Fusion”. Os musicais são “o espelho da Academia. Só os malucos fazem isto. São 325 alunos em palco, mais professores e staff, o que implica muita organização, gestão, compreensão, dedicação, planeamento, ensaios gerais e, principalmente, muita cumplicidade e solidez entre todos nós”, diz Hugo Frescata, com Sílvia a explicar que “começaram quando era professora na Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, porque gostava da vertente de criar histórias e é um modo de cativar as alunas, de haver algo novo para ensinar e para as motivar”. “Neste momento, podemos dizer com toda a certeza que somos das únicas academias de dança a nível nacional, a apresentar um musical desta envergadura, fruto da fantástica equipa que nos apoia incondicionalmente, de uns alunos fabulo-
sos e de uns pais super compreensivos e pacientes”, acrescentam. Este ano, o Musical Dance Fusion é dedicado à sétima arte: o “Hollywood Fusion” sobe ao palco do Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida, nos dias 12, 13 e 14 de julho. A outra dose de loucura acontece em Junho, pelas Festas Populares de S. Pedro. Começou de forma mais discreta, há quatro anos, e hoje é já uma referência no programa das festas: “fazemos com muito esforço e dedicação porque gostamos do Montijo e porque é uma forma de marketing para a Academia. Temos vindo a crescer ao longo dos anos e hoje temos pessoas, grupos e empresas que querem estar associadas ao Palco Dance Fusion”, afirma Hugo Frescata. Este ano, aos momentos de dança com centenas de bailarinos das várias escolas de dança do Montijo e dos concelhos vizinhos, junta-se a música de Tó Semedo (28 de junho) e de Fernando Correia Marques (30 de junho), o 2.º Festival de Percussão do Montijo pela Anau a Rufar (30 de junho), workshops de dancehall com Carina Russo, hip hop com Sérgio Alegria, kuduro com Bolicau e a Team DanceFusion (29 de junho) e para finalizar uma performance muito especial do violinista Mr Vlalen (1 de julho). Seja nos musicais, nas Festas Populares de S. Pedro ou em outros eventos, de menor ou maior dimensão, a qualidade, o profissionalismo e, sobretudo, o amor e paixão pela dança são os denominadores comuns da Dance Fusion: a Academia de Dança que está a mexer com o Montijo!
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TERTÚLIA TAUROMÁQUICA DO MONTIJO
Os últimos românticos da festa brava A
s histórias fluem de forma contínua, umas são de glória, outras revelam momentos menos afortunados, mas todas em conjunto formam as memórias da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, uma associação com sete décadas de vida e que tem no Grupo de Forcados o seu lado mais visível. A coletividade nasce a 1 de outubro de 1948, pelas mãos de um grupo de amigos que “gostava dos toiros e da caça”, explica o antigo cabo Luís Branquinho. “Depois o Dr. Paulino Gomes, juntamente com o José Parrinha e outros, impulsiona a criação do Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, que é fundado a 3 de maio de 1959”, acrescenta. Com 60 anos de existência, é o oitavo grupo mais velho do país. Renato Dias foi o primeiro cabo, seguindo-se Jacinto Carvalheira, Joaquim Vidal Restolho, Eduardo Carvalheira, Domingos Batista, Manuel Lourenço, Américo Moreira, Joaquim Manuel Restolho, Luís Branquinho e, atualmente, Márcio Chapa. “De 1959 a 1964 foi o melhor grupo do país. Depois dá-se uma dissidência que levou à criação do Grupo de Forcados Amadores do Montijo. Saíram uns e ficaram outros que foram levando o grupo para a frente”, explica Luís Branquinho. Foi forcado durante 38 anos, dos quais 12 foram como cabo da Tertúlia. O mundo dos toiros trou-
xe-lhe profundas tristezas, como a morte do irmão, mas outras tantas alegrias: “quando o meu irmão faleceu tentei desligar-me disto, mas quando o Joaquim Manuel Restolho tenta levantar o grupo houve quatro miúdos que foram as pedras principais e me fizeram voltar: o Márcio, o Hugo Nunes, o Luís Filipe Amador e o Ricardo Gomes. O que levamos disto é a amizade e, hoje, posso dizer que sou acarinhado em todo o lado”. Nesta entrevista a duas vozes, o passado cruzase com o presente, perspetivando-se já o futuro. “Este será o meu último ano. Levo 26 anos de forcado e 12 de cabo. Faço a despedida em setembro, no Montijo. O novo cabo vai ser o Luís Carrilho”, revela Márcio Chapa. “Sempre tive o sonho de ser cabo da Tertúlia. Consegui realizá-lo, mas tem sido muito mais difícil do que imaginava. Ao contrário de outros grupos, não temos qualquer tipo de apoio, com exceção da câmara e da junta. Tudo o que conseguimos é com o nosso suor, fiz muitos amigos, de norte a sul do país e, sem cunhas, temos feito uma média entre 10 a 14 corridas por ano”, afirma, com Luís Branquinho a acrescentar que “atualmente existem 50 grupos de forcados a pegar toiros”. E afinal o que é preciso para ser forcado?! “É preciso sentir esta paixão, ter coragem e, acima de tudo, ser humilde”, conta o atual cabo do grupo,
revelando entre risos que os sustos têm sido alguns, mas “como dizia o Luís, a porrada que vou levar do toiro é certa, a minha escolha é se levo a chorar ou a rir e eu escolho a rir porque passa uma mensagem de coragem para o público”. Se, por si só, ser forcado e cabo já são tarefas exigentes, Márcio Chapa admite que “ser presidente da direção da Tertúlia é, ainda, mais difícil. É uma grande responsabilidade ser a cara de uma coletividade com tanta história. É com orgulho que sou o presidente e espero ser durante mais alguns anos”. Este ano, o grupo deverá fazer dez corridas, entre as quais a corrida das Festas Populares de S. Pedro, onde assumem um papel fundamental na organização e dinamização das atividades taurinas: “desde 1998 que organizamos as largadas, é uma coisa que dá muito trabalho, mas fazemos por gosto pela nossa terra e com muita responsabilidade. Com o apoio da câmara e com o envolvimento de todas as tertúlias, as Festas têm crescido muito naquela zona da Rua Joaquim de Almeida. Estamos ali em festa e em família”, afirma Márcio Chapa. Com brio e vontade, nas praças de touros nacionais ou estrangeiras, a Tertúlia Tauromáquica do Montijo vai continuar a transportar o romantismo e a paixão de ser forcado e a projetar o nome do Montijo e as suas tradições taurinas.
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ENTREVISTA | ANTÓNIO CARDOSO
Entre Nós
O engenho que vem do coração A
ntónio Joaquim Gouveia Cardoso tem 74 anos e uma vida ligada ao mar. Não é calafate, nem carpinteiro, mas das suas mãos saem perfeitas réplicas de magníficas embarcações, testemunhos do nosso património marítimo. O que faz em ponto pequeno também o faz em tamanho real. De barrotes constrói lemes, mastros e o que for preciso e não há segredo que lhe escondam os catraios, canoas, fragatas, varinos ou faluas. Com o seu catraio “Senhor dos Aflitos”, corre Portugal e além-fronteiras, arrecadando os primeiros lugares em cada regata onde participa. Aos 12 anos já trabalhava no mar: “o meu avô paterno chegou a ter duas embarcações, o meu pai também tinha barcos. Ia com ele pescar, apanhar ameijoas e cortar ervas marinhas para o gado”. Em 1966 foi para a tropa. Permaneceu dois anos em Moçambique, quando voltou escolheu o seu ofício: “na altura tinha muitas propostas. Só não
trabalhava quem não queria. Acabei por ir trabalhar como maquinista para a Transtejo (à época Sociedade Marítima de Transportes) onde fiquei 43 anos até me reformar.” Durante todos esses anos continuou a ter embarcações típicas. Gosta de pescar. É membro da Assembleia da Marinha do Tejo e concorre a todas as regatas e eventos de embarcações típicas que lhe é possível. “Já participei em eventos do Seixal, Moita, Alhos Vedros, Santa Iria da Azóia, Vila Franca, Cascais, Esposende, São Martinho do Porto, até em Orleães e Brest, em França”, conta-nos António Cardoso, apontando para as prateleiras da sua casa que guardam os inúmeros troféus conquistados. Nos últimos trinta anos tem, também, criado réplicas de madeira das embarcações tradicionais. Quatro das suas criações podem ser vistas no Museu do Pescador, bem perto da sua casa.
“É um trabalho muito minucioso, que requer muita paciência e muito saber, porque os engenhos dos barcos grandes ou em miniatura são os mesmos”, explica António que aprendeu a arte, enquanto autodidata: “tinha curiosidade de ver como se fazia, ficava por perto e prestava atenção. Nunca me ensinaram. Costumo dizer que não sei nada e ainda hoje aprendo todos os dias”, conta. Não temos dúvidas: o talento veio do coração. Quando se gosta nota-se e os olhos de António Cardoso brilham quando recorda a época em que o Tejo era uma encruzilhada de embarcações. “Eramos o número um dos postos do sul. Tenho muita pena que tenhamos perdido toda a tradição. Devíamos dar valor aos nossos antepassados. Hoje não temos um cais para as embarcações tradicionais e, com esta idade, tenho que andar a saltar pedras para ir para o barco.” Mas o seu amor pelo mar é do tamanho do seu engenho: infinito.
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Estórias com História
O reatar de uma tradição As Festas Populares de S. Pedro J. J. Caria*
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hamado a escrever sobre uma feliz iniciativa que reuniu, num só volume, todos os Programas das Festas Populares de S. Pedro, sintetizando assim a actividade dos seus últimos “50 Anos”, fi-lo em jeito de simples testemunho, sem preocupação de estilo ou de linguagem, uma vez que se trata, simplesmente, de apadrinhar a concretização de uma boa ideia, com a força presencial de vivências próprias. Parece não haver dúvida de que este último período das nossas Festas, pelo menos na sua forma recente, é uma reposição que surge após um hiato, mais ou menos prolongado, em que determinadas circunstâncias, impuzeram, decisivamente, uma paragem na sua realização. As Festas, tal como as conhecemos, são o reatar de uma tradição, a louvável recuperação de antigas manifestações religiosas e profanas, tal como a antiga gente de Aldeia Galega, geograficamente ligada ao rio, e, nesse tempo, com uma colónia piscatória activa que nele labutava pela sua subsistência, manifestando a sua devoção a São Pedro, o ApóstoloPescador e seu Patroeiro. Porém, as festas, na sua origem mais primitiva, para um simples curioso, passam despercebidas e perdem-se nas neblinas do tempo. Há que procurar outras fontes mais puras e credíveis. Se compulsarmos a Obra “Coisas da Nossa Terra” que o seu Autor e nosso ilustre conterrâneo José de Sousa Rama chamou, com humildade, “Breves Notícias da Villa de Aldeia Gallega do Ribatejo”, mas que é, na realidade, um valioso trabalho de busca e compilação, além de um competente estudo sobre o passado da nossa Terra, verificaremos que após a recessão económica e consequente estagnação resultantes de: “… perturbações políticas, desde os fins do século XVIII até meados do século XIX, como as invasões francesas, intervenções inglesas e guerras civis, Aldeia Galega pouco progrediu, em relação ao que era em 1709…”. Porém o Autor, também refere “… que não sendo nada próspera a situação da Villa… parece que o Povo não se considerava infeliz, pelo número de Festas que se realizavam durante o ano, e, cita a da Senhora da Purificação, a de São Pedro, a da Senhora da Piedade e a da Senhora da Conceição…”. Daqui se infere que na data já referida – 1850 – se realizavam as Festas de S. Pedro e, a propósito, a certa altura, esclarece-nos que “… na véspera do dia de S. Pedro, eram os pobres pescadores que se incumbiam de oferecer à Villa uma festa muito antiga e pitoresca, durante a qual um velho batel, enfeitado com bandeiras e loiro, depois de arrastado pelas ruas da Villa, era deixado a arder no largo
fronteiro à Igreja Matriz…”. Isto foi há 150 anos! Depois, o tempo foi decorrendo, porém, a certa altura, Aldeia Galega deixou de realizar as suas Festas de S. Pedro, ou pelo menos, delas não temos notícias, ou se temos são nebulosas e incertas. Até que, corria o ano de 1949, um grupo de Montijenses e amigos que, à noite, se reuniam para tomar café e, muitas vezes, dar um passeio pelas ruas da Vila, em conversa mais ou menos amena, e, estando já em estado embrionário a ideia de, em breve, se concretizar a formação do que viria a ser o Grupo Cénico Montijense, por iniciativa de Humberto de Sousa, bem aceite pelos restantes elementos do grupo, surgiu um outro movimento de cunho popular e bairrista – a Marcha Popular do Bairro dos Pescadores – aproveitando a crença do nosso Grupo, quase diariamente, no Bairro dos Pescadores, mais precisamente no quintal da residência da Família Francisco Neto dos Santos, onde, durante muitas e agradáveis noites, à mistura com o cheiro a maresia, se ouvia falar de música, de poesia, de teatro amador e se confeccionavam arcos coloridos de marchas populares. Do movimento lúdico gerado à volta do Grupo Cénico Montijense e da Marcha Popular do Bairro dos Pescadores, e mercê do incomparável espírito criador e artístico de Humberto de Sousa, sempre pronto a trabalhar desinteressadamente pela sua Terra, as Festas Populares de São Pedro ressurgiram em 1951, contando nos seus primeiros passos de “creança” com a mão protectora e amiga do Grupo Cénico Montijense, e, posteriormente, com a esforçada e louvável colaboração dos Membros das sucessivas Comissões de Festas, actuando, em princípio, sob a batuta orientadora do inesquecível Humberto que, durante doze anos, presidiu à Comissão de Festas, até que a morte o levou, por trágica ironia, no dia 1 de Julho – o Domingo das Festas! – do ano de 1962. *Texto publicado em Junho de 2000, na edição comemorativa do cinquentenário das Festas Populares de S. Pedro
Primeira Comissão das Festas Populares de S. Pedro, 1951.
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VEM TOUREAR
Jovens do Montijo brilham em concurso nacional M
ais de meia centena de jovens participou na II edição do Concurso Nacional de Toureio de Salão “Vem Tourear”, que este ano teve três eliminatórias: Montijo, Chamusca e Alter do Chão. Os alunos da Escola Taurina do Montijo, Francisco Conde, Salvador Lopes, Tomás Serrano e Catarina Oliveira apuraram-se para a final e, sob a orientação de Jorge Pereira e Tiago Santos, tiveram um digno desempenho, no passado dia 18 de maio, no Campo Pequeno. Destaque para Francisco Conde e Tomás Serrano que venceram na modalidade de capote, respetivamente, no escalão A e B e, ainda, para Catarina Oliveira, vencedora em bandarilhas no escalão B. Neste evento, apresentou-se também o Grupo de Sevilhanas e Flamenco da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro. O Concurso Vem Tourear contou com jovens das diversas escolas de toureio do país e, também outros aficionados, com idades compreendidas entre os seis e os 18 anos, que quiseram mostrar os seus dotes na arte de tourear. Ao longo das eliminatórias foram apurados jovens do escalão A (6-13 anos) e escalão B (14-18 anos), nas modalidades de capote, bandarilhas e muleta, que foram avaliados por algumas das principais figuras do toureio a pé português. Os jovens da Escola Taurina do Montijo vão estar, igualmente, presentes nas Festas Populares de S. Pedro, na Aula Prática de Toureio, no dia 30 de junho, às 16h00, na Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos, juntamente com alunos das escolas taurinas do Campo Pequeno, de Cáceres (Espanha) e de Nîmes (França).
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ASSOCIATIVISMO
XIII Gala da Quadrada
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homenagem à piloto montijense Elisabete Jacinto foi momento de destaque na XIII Gala da Quadrada, no dia 25 de maio, no Salão Nobre da Banda Democrática 2 de Janeiro. Elisabete Jacinto contou alguns episódios das provas em que participa, das dificuldades de conduzir um camião, demonstrando a satisfação de ter vencido uma das provas mais difíceis do mundo e agradecendo a homenagem da Quadrada. “Temos muito orgulho na nossa terra, nas suas tradições e valores”, começou por afirmar o presidente da Quadrada, Paulo
EDUCAÇÃO
EB Ary dos Santos apoia Nariz Vermelho A
Escola Básica Ary dos Santos voltou a integrar a Operação Nariz Vermelho e no dia 31 de maio, em vésperas do Dia Mundial da Criança, promoveu atividades dirigidas aos seus alunos e restante comunidade educativa. Teve lugar a habitual Feira da Solidariedade, com sorteio de rifas e venda de bolos e outras iguarias, como forma de angariar fundos para a Operação Nariz Vermelho. Da parte de tarde, no Parque MuCorreia, salientando que a associação encerra em si os valores do movimento associativo montijense, em particular a entreajuda, o empenho, a parceria, o dinamismo, a amizade e a partilha. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, esteve presente e realçou o valor de Elisabete Jacinto e das suas conquistas para o Montijo. Dirigindo palavras aos associados da Quadrada, falou de uma associação “que cada vez tem mais influência no movimento associativo do Montijo. Agradecemos o vosso trabalho, dedicação e serviço em prol do Montijo”.
nicipal foi realizado um Sorriso Humano Gigante. A Operação Nariz Vermelho tem como objetivo principal assegurar de forma contínua um programa de intervenção dentro dos serviços pediátricos dos hospitais portugueses, através da visita de palhaços profissionais. Estes artistas têm formação especializada no meio hospitalar e trabalham em estreita colaboração com os profissionais de saúde, realizando atuações adaptadas a cada criança e a cada situação.
Festas populares iniciam com Sto.Isidro N
o concelho do Montijo, a época das festas populares arrancou com as Festas em Honra de Sto. Isidro. Esta localidade, da União das Freguesias de Pegões, esteve em festa de 17 a 19 de maio com música, largadas, bailes populares e muita animação. O primeiro dia teve como destaque o concerto
de David Antunes. No dia seguinte houve a 3.ª Caminhada Santo Isidro e o concerto com os Canta Brasil. Para finalizar, no domingo, realizou-se o momento mais solene com a procissão em honra de Santo Isidro, terminando a festividade com o espetáculo da Banda Função Públika e com o fogo de artifício.
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SEMANA DA JUVENTUDE
Música e Piquenique Somos Peixinho em destaque H
ouve debates, stand up comedy, arte urbana, mostra associativa, mas sobretudo muita música e o 5.º Grande Piquenique Somos Peixinho. A Semana da Juventude do Montijo decorreu de 29 de maio a 1 de junho e teve como palco principal o Parque Municipal. No entanto, as freguesias do concelho não foram esquecidas e, tal como as escolas secundárias e profissional, receberam diversas atividades.
DESPORTO
No palco do Parque Municipal, o dia 30 de maio foi dedicado aos talentos musicais amadores, com as bandas Venus Flames, Less, Black Horizon e a banda vencedora da II Mostra de bandas: The sleepwalker´s. No dia 31 de maio subiram ao palco os cabeças de cartaz, de renome nacional: X -WIFE e os D’alva, assim como os Persona 77. Uma vez mais o 5.º Grande Piquenique Somos
Olímpico é campeão distrital de juniores O
s juniores do Clube Olímpico do Montijo alcançaram o título de Campeão Distrital da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Setúbal. A equipa festejou o título no dia 18 de maio, em casa, no Campo da Liberdade onde recebeu as medalhas e a taça de campeões, quando ainda faltava uma jornada para o fim do campeonato. Na época desportiva 2019/2020, a equipa vai disputar o Campeonato Nacional da 2ª Divisão do referido escalão, competição nacional organizada pela Federação Portuguesa de Futebol. O contributo que o Clube Olímpico do Montijo tem dado à promoção e à prática desportiva merece reconhecimento e destaque, sendo motivo de grande satisfação e orgulho para os montijenses.
Peixinho integrou a Semana da Juventude, culminado as atividades do dia 1 de junho, num encontro intergeracional que juntou centenas de pessoas. Como habitualmente, a Semana da Juventude contou com a participação das associações de estudantes, associações culturais, juvenis e grupos informais de jovens do concelho, numa mostra associativa instalada no Parque Municipal.
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ACADEMIA BAIRRO MIRANDA
Benjamins são campeões distritais de futsal A
equipa de benjamins da Academia Desportiva Infantil e Juvenil Bairro Miranda sagrou-se Campeã Distrital de Futsal da Associação Futebol de Setúbal. Os jovens atletas receberam os troféus e medalhas no passado dia 25 de maio, no último jogo que decorreu no Pavilhão Municipal n.º 2 do Montijo. Fundada em 2003, a Academia Desportiva Infantil e Juvenil Bairro Miranda, associação
situada na União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, promove ativamente a prática desportiva, com grande relevo na modalidade de futsal e nos escalões jovens. O feito alcançado pela Academia Bairro Miranda e pelos seus jovens atletas é de elevada relevância para a prática desportiva no concelho e resulta do esforço e dedicação dos atletas, pais, treinadores e dirigentes da associação.
Mariana Moreira é Miss Capital da Flor 2019
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jovem Mariana Moreira foi eleita Miss Capital da Flor, na gala final que teve lugar no dia 11 de maio, no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida. No evento, Mariana Moreira foi, ainda, eleita como Miss Fotogenia. O título de 1.ª Dama de Honor foi para Joana Ramos, de 2.ª Dama de Honor para Melissa Marques que venceu, também, o título de Miss Popularidade. A Miss Simpatia foi Ana Rita Ferra. Mariana Moreira tem 20 anos, é do Montijo e estuda na Escola Profissional de Montijo onde é finalista do curso de Turismo. O Concurso Miss Capital da Flor pretende promover as flores e a floricultura, uma das mais importantes atividades económicas do concelho do Montijo, e é dinamizado pela Associação Somos Peixinho, em parceria com a Marca Flores do Montijo e com o apoio da Câmara Municipal do Montijo. O evento final contou com as atuações da ANAU a Rufar, do grupo DansasAparte, da Dance Fusion, do grupo Zahirah, da DYM Crew e do cantor Bruno Mariano.
AÇÃO SOCIAL
Festival de Teatro P
elas mãos do Grupo de Teatro Sem Limites da Universidade Sénior do Montijo, o Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida recebeu, no dia 17 de maio, um Festival de Teatro. Ao grupo da casa, com a peça “A Manifestação das Cotas”, juntaram-se grupos de teatro oriundos de diversos locais. A Universidade Sénior do Seixal esteve presente
com a peça “Retratos”, o Grupo de Teatro Nova Atena, de Oeiras, apresentou “Avozinhas Cibernáuticas” e o Sénior’ART - Grupo de Teatro de Odivelas trouxe à cena “O Homem é um fingidor…”. “Poema Ecológico” foi apresentado pelo Grupo de Amigos de Montemor e “Lisboa Antiga; Momento Poesia; Nazaré” pelo Grupo de Teatro do CUTLA.
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LANÇADA
Feira da Gastronomia e da Flor A
quinta edição da Feira da Gastronomia e da Flor realizou-se de 30 de maio a 2 de junho, na localidade da Lançada, e mais uma vez mostrou que já dá cartas no calendário de festas do concelho. De ano para ano, a festividade tem crescido paulatinamente, fruto da dedicação e empenho da comissão de festas, dos apoios institucionais da câmara e da junta de freguesia e dos patrocínios de diversas entidades e empresas. O público tem correspondido a este crescimento e, mais uma vez, nos quatro dias de festa estiveram milhares de pessoas para assistir aos concertos de Toy, Belito Campos, Lucas & Mateus e Nemanus ou, simplesmente, para desfrutar da boa comida proporcionada pelas dezenas de tasquinhas.
AÇÃO SOCIAL
DESPORTO
MBA vai disputar 1.ª divisão nacional O
Montijo Basket Associação (MBA) vai jogar na 1.ª Divisão do Campeonato Nacional de Basquetebol, na próxima época. A equipa, composta maioritariamente por jovens oriundos da formação do clube, alcança assim um resultado de elevado mérito, fruto do empenho, dedicação, entrega e persistência dos atletas
e de toda a estrutura da associação, corpo técnico, atletas, dirigentes e associados. O clube tem cerca de 160 atletas, de várias idades e em diversos escalões, a praticar a modalidade de basquetebol, sendo uma referência nesta prática desportiva, tanto no concelho como na região.
Projetos seniores realizam Festival de Música o âmbito da Agenda Sénior 2019 teve lugar, no dia 6 de junho, o 1.º Festival de Música, no N Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida. O festival contou com a participação do Grupo Coral do Atelier Sénior do Montijo, do Grupo de Cavaquinhos da Academia Sénior de Pegões e Canha, do Grupo de Cavaquinhos da Universidade Sénior de Azeitão e do Grupo Coral da Academia Sénior da Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia. O evento contou, ainda, com a participação das Ceifeiras do Centro de Convívio de Reformados, Pensionistas e Idosos do Montijo, do Grupo Coral, da Universidade da Terceira Idade do Barreiro e do Grupo Tempos e Contratempos, da Universidade Sénior do Montijo.
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REABILITAÇÃO
Concluída obra dos Paços do Concelho
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stá terminada a obra de reabilitação do edifício dos Paços do Concelho, que conjugou as necessárias reparações com a melhoria do comportamento térmico e consequente redução das necessidades energéticas, melhorando o desempenho e reduzindo os custos de utilização. A obra surge na sequência da candidatura apresentada ao POR Lisboa 2020, no âmbito do Plano de Ação de Reabilitação Urbana, do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano do Município do Montijo, correspondendo a um investimento total elegível de 204.915,86 euros e financiamento FEDER (50 por cento) de 102.457,93 euros. Com esta intervenção, a autarquia pretendeu recuperar e requalificar o edifício. A força da sua implantação, da sua imagem popular e mística conferem-lhe no contexto da memória coletiva, da cidade e do concelho, um lugar de destaque em relação ao conjunto edificado do centro histórico.
Espaço Oposição
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Imoralidades Portugal assistiu durante horas a uma sessão de inquérito a um reputado (ou talvez não) cidadão deste país. Este cidadão que fez fortuna além mar usou as artimanhas necessárias para garantir empréstimos bancários que ascendem a cerca de 900 milhões de €. Isso mesmo 900 milhões de €. O país caiu na real da indignação devido aos valores mencionados e à sensação de impunidade que determinada casta tem em Portugal e que Joe Berardo representa tão bem. A facilidade com que foi e são obtidos empréstimos a determinadas pessoas como bons conhecimentos no poder indignou-nos a tod@s. Segundo os media portugueses os 21 maiores deve-
dores devem 6,6 mil milhões ao Novo Banco, nomes como, Joe Berardo (+ 300 milhões €), Grupo Lena (+ 300 milhoes €), Nuno Vasconcelos (Ongoing mais de 600 milhões), Carlos Martins e José Guilherme (+ 250 milhões), as empresas de José de Mello (mais 900 milhões €) e de Luís Filipe Vieira ( e SL Benfica mais de 600 milhões), entre outros. Menciono o Novo Banco porque foi intervencionado com dinheiro do estado, logo de tod@s nós. O valor dos créditos mal parados aos bancos é enorme e ascende a muitos milhares de milhões de €. Quem paga isto? Claro que serão os contribuintes em geral, já que Portu-
gal tem uma carga fiscal enorme e a todos os níveis. Os poderes individuais e políticos que permitiram esta situação têm de ser chamados a justiça e esta tem de atuar atempadamente. Perdões de dívidas ao estado e prescrições não são admissíveis num estado de direito. Se é necessário mudar a legislação então que se mude para equilibrar a balança, que se vá buscar os valores em divida a quem continua a viver a custa de empréstimos tão lesivos para o país. Eles mostram que estão mesmo a gozar com os portugueses. E nós deixamos??? Ricardo Caçoila Bloco Esquerda Montijo
condena autarquias como a de Montijo, há anos sem investimento estratégico que permita o desenvolvimento económico, à espera dos milhões milagrosos e das contrapartidas que o novo aeroporto vai trazer e que tudo resolverá. O Turismo é o nosso mais valioso recurso natural, mas que há muito sofre com o deficit aeroportuário em Lisboa, será que a intensão do Governo, é estrangular a procura e a paciência dos operadores turísticos de forma a que o aeroporto da Portela volte a ser capaz de assumir todo o fluxo turístico, e já não seja necessário o investimento num aeroporto complementar no Montijo? Será que o Governo se deixou enganar pela VINCI, autorizando todas as obras de alargamento na Portela, há muito reclamadas, esvaziando a necessidade de um aeroporto complementar? É ou não verdade que foram dadas instruções para o en-
cerramento de contas e cancelamento de projectos para o novo terminal no Montijo? E o que é que ouvimos da parte do autarca que fez o último mandato e toda uma campanha autárquica assente nas vantagens da vinda do novo aeroporto, com todo o desenvolvimento a ele associado? SILÊNCIO! Justificando com a iniciativa dos privados, aquilo de que é incapaz. Bem diziam adversários políticos do actual poder no municipio: “Não sendo um projecto dependente da autarquia, vamos desenvolver um próprio, não estando á espera do Governo Central para fazer um trabalho que só a nós compete”.
CDS-PP
Ser ou não ser? Depois de 50 anos de negociações, indefinições, estudos e projectos, eis-nos chegados a 2019. Ano da assinatura de um contracto que chega com 6 anos de atraso, com supressões de voos, com a companhia Aérea nacional a vencer o prémio da companhia com mais atrasos da europa e depois da sua renacionalização, de regresso à normalidade dos prejuízos. Preocupante. Com o arrastar da incerteza sobre a construção do Aeroporto Complementar que é denunciado pela ocultação do E.I.A., e que esta a ter um enorme impacto negativo, não só com o estrangulamento do fluxo turístico na AML, mas também no desenvolvimento de uma Bolha imobiliária que tanto está a afectar os jovens e novas famílias em Montijo e que já se faz sentir. Não é aceitável, a estagnação que sofre a região norte da Península, refém do calendário eleitoral do PS, que
João Merino – Deputado Municipal CDS-PP
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PROTEÇÃO CIVIL
Protocolos reforçam apoio aos bombeiros F
oram assinados, no dia 6 de junho, os novos protocolos entre o Município do Montijo e as associações de bombeiros voluntários do concelho, em cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Os novos protocolos fortalecem os meios financeiros necessários ao desempenho das corporações de bombeiros do Montijo e de Canha, indo ao encontro das novas competências municipais em matéria de proteção civil. Na cerimónia, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, garantiu que “a câmara fará sempre um esforço para ir ao encontro das necessidades das corporações de bombeiros. Temos feito esse caminho, sendo certo que, não existindo receita que financie a proteção civil, temos que retirar receitas a outras áreas, mas continuaremos a fazê-lo com a convicção de garantir a segurança e o socorro dos cidadãos”. Tanto o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Canha, Salvador Herculano, como o presidente da sua congénere do Montijo, Amável Pires, salientaram a necessidade de outras entidades estatais reforçarem, também, os
seus apoios financeiros, com o dirigente dos Bombeiros do Montijo a reconhecer que “há um esforço significativo do município para assegurar o socorro da população”. Recorde-se que estes protocolos foram aprovados, por unanimidade, na reunião de câmara de 29 de maio. Têm como principal objetivo, garantir o montante de 4 mil euros por corporação, necessário para os encargos com a substituição dos elementos das
Equipas de Intervenção Permanente, no respetivo gozo anual de férias. No caso do protocolo com os Bombeiros Voluntários do Montijo foram, também, realizados ajustes na verba global. No total, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo vai passar a receber uma verba anual de 155 mil euros e a corporação dos Bombeiros de Canha um financiamento de 76 mil euros anuais.
ESPAÇOS VERDES
Câmara inicia obra do Jardim das Nascentes
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eve início a construção do Jardim das Nascentes. Trata-se de uma Ação de Regeneração Urbana de conservação, proteção, promoção e desenvolvimento de um património natural integrado no Corredor Verde Urbano do Montijo, que está a ser executava no âmbito de candidatura aprovada ao Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa, correspondendo a um investimento total de 1.291.723,27 euros e financiamento FEDER (50 por cento) de 645.861,64 euros. O Corredor Verde Urbano do Montijo, ou Corredor Verde da Mundet, é uma estrutura com elevado valor ecológico e importância supra-urbana e regional, que é vital para assegurar a continuidade deste território natural de interligação entre o estuário do Tejo e o interior do território concelhio, mas também de agregação da malha mais antiga da cidade com as áreas de expansão urbana para nascente. A requalificação paisagística que está a ser executada abrange toda a propriedade, integralmente inserida em área da Reserva Ecológica Nacional e com uma área natural de 3,7 hectares, para preservação das suas características biofísicas e hidrológicas, nomeadamente da vegetação ripícola e das duas linhas de água de escorrência pluvial, essenciais na hidrografia regional, corrigindo as margens da linha de água afetadas por situações de erosão, designadamente nos taludes de perfil longitudinal heterogéneo que urge estabilizar.
13 julho
BOHEMIAN RHAPSODY Cinema ao Ar Livre Parque Municipal
27 julho BERG
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Concerto Praça da República
24 maio a 27 julho 2019 www.mun-montijo.pt