Montijo Hoje I N F O R M A Ç Ã O
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2019 II SÉRIE
M U N I C I P A L
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Obras
Câmara avança com Casa da Música Jorge Peixinho 5
Capa Presépio Praça da República Dezembro 2019|Montijo
Entre Nós
Pedro Araújo 9 Montijo à mesa
Restaurante Estrela do Norte 11
Ficha Técnica Periodicidade
Especial
Bimestral
Pormenores de Natal 16-24
Propriedade Câmara Municipal do Montijo Diretor Nuno Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal do Montijo Edição Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Colaboração Carlos Caneira Ilustração
Desporto
Canha foi capital do BTT 25
Teresa Carreira Impressão WGROUP Depósito Legal 376806/14 Tiragem 16 000 ISSN 2183-2870 Distribuição Gratuita
Mobilidade
Ciclovia Montijo-Pinhal Novo 31
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e d i t o r i a l
Mais investimento no património o longo dos anos, temos assumido com os montijenses o compromisso de uma gestão A pública municipal assente num bom governo do
Montijo, com contas em dia, redução da dívida municipal e abaixamento de impostos para trabalhadores, famílias e empresas. Assumimos, igualmente, uma linha de governação que procura captar investimento privado para o concelho, com a intenção de produzir riqueza, criar mais emprego para as pessoas e capacitar o Montijo para os desafios do futuro, através de obras estruturantes no espaço público, da regeneração do tecido urbano, da adaptação do território às alterações climáticas, do investimento em mais património municipal. O nosso compromisso político assenta na consciência de que o equilíbrio financeiro e a capacidade de investimento municipal são fulcrais para a confiança dos negócios jurídicos e dos agentes económicos, potenciando a atratividade e as condições necessárias ao investimento no nosso território. É com este pressuposto que damos prioridade às politicas públicas de regeneração urbana, definidas na Operação de Reabilitação Urbana, que passa também pela prioridade ao investimento municipal na aquisição do património relevante da cidade, o património de todos os montijenses, numa estratégia política clara para preservar a memória dos edifícios simbólicos da nossa história coletiva. Foi com este propósito que, recentemente, decidimos adquirir a antiga fábrica Izidoro, localizada no Bairro da Calçada, por menos de 300 mil euros, imóvel que foi avaliado por entidade externa em mais de 1 milhão e 200 mil euros. Trata-se das antigas instalações daquela que foi uma das maiores unidades industriais de transformação de carnes do país e da Europa. Este investimento é um passo estratégico para o processo de reconversão e reabilitação do tecido urbano no centro da cidade e é, ao mesmo tempo, uma oportunidade para a requalificação da Frente Ribeirinha da cidade, entre o Cais dos Vapores e o Cais da Mundet, outrora o espaço industrial e operário do Montijo. O investimento municipal na antiga Fábrica Izidoro tem razões patrimoniais e de memória, mas tem sobretudo razões de reabilitação urbana do centro da cidade, com a construção de novas habitações a custos controlados ou rendas acessíveis, para responder ao problema da falta de habitação para as classes médias e para os casais jovens, que
hoje estão excluídos do acesso a um bem de primeira necessidade por via dos preços praticados no mercado da habitação. Temos procurado, também, reforçar o nosso património com novos imóveis capazes de garantir a instalação de serviços públicos, como a Loja do Cidadão, que prevemos instalar nos edifícios fronteiros aos Paços do Concelho, ou o edifício da antiga cooperativa Trabatijo, um património legado pelos trabalhadores rurais de Aldeia Galega, e que pretendemos colocar, brevemente, ao serviço das artes performativas e da cultura no Montijo. No reforço do património municipal, outra preocupação tem sido garantir espaços que permitam melhorar as condições de trabalho dos funcionários municipais. Falamos do investimento no armazém da Sanfer, também no Bairro da Calçada, que servirá para instalar os serviços de serralharia ou o terreno lateral à Galeria Municipal que não só permitirá criar um espaço para o funcionamento da Comissão de Festas de S. Pedro, como permite dotar o edifício da Galeria de um elevador, facilitando assim o acesso a pessoas com mobilidade reduzida. Falamos, também, do edifício da antiga subestação da EDP, inserido na estrutura verde principal da cidade, e que vai permitir a instalação dos serviços operacionais afetos ao setor dos jardins. Na estrutura verde principal, recorrendo aos instrumentos de financiamento europeu através da contratualização com o programa Portugal 2020, estamos presentemente a executar as obras do Jardim das Nascentes, num investimento total superior a 1 milhão e 200 mil euros. O futuro Espaço Verde das Nascentes faz parte das infraestruturas de adaptação da cidade às alterações climáticas, afastando a construção urbana das zonas baixas do Montijo, construindo uma paisagem urbana multifuncional, conservando áreas especialmente vocacionadas para a conservação da biodiversidade e protegendo a cidade de cheias súbitas em consequência de chuvadas torrenciais. O investimento na Quinta das Nascentes vai continuar com a construção da Casa da Música Jorge Peixinho, que beneficia de uma candidatura aos fundos comunitários Portugal 2020, e que se traduz na reabilitação urbana do edifício para funções culturais, preservando-se a globalidade do património existente na quinta, o natural e o cultural, dando relevância simbólica ao local e à sua relação com o desenvolvimento do concelho.
Estamos, portanto, a fazer um caminho de investimento público como alavanca de modernização e desenvolvimento do concelho, apostando igualmente numa política de reabilitação urbana que assegura, em cumprimento do interesse público, o acesso dos investidores privados a benefícios e incentivos fiscais, potenciando o aceleramento da reabilitação dos edifícios em ruína na cidade, numa dinâmica bem visível no centro urbano e que se traduz, igualmente, em mais projetos hoteleiros e de alojamento local. A nossa visão estratégica para a cidade passa, em geral, por continuarmos a construir um Montijo mais atrativo, moderno, desenvolvido, internacionalizado, sustentável e com coesão territorial e social. Com coragem e convicção, estamos empenhados em preparar a nossa cidade e o nosso concelho para os desafios que temos pela frente, aproveitando todas as oportunidades e construindo um território de oportunidades para todos os montijenses.
Nuno Canta Presidente da Câmara
Estamos a fazer um caminho de investimento público como alavanca de modernização e desenvolvimento do concelho.
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IMPOSTOS
Desagravamento fiscal beneficia munícipes e empresas A
Câmara Municipal do Montijo voltou a desagravar os impostos municipais, assumindo uma política pública que representa um benefício fiscal para munícipes e empresas do concelho superior a 2 milhões e 300 mil euros, no próximo ano. Indo ao detalhe, o Município do Montijo volta a reduzir a taxa do IMI-Imposto Municipal sobre Imóveis. Em 2020, a taxa será de 0,38 por cento (este ano é de 0,40 por cento), não sendo assim aplicável a taxa máxima de 0,45 por cento, o que se traduz numa restituição de 1 581 853,62 de euros aos munícipes. A este valor acresce mais um benefício global de 144 950,00 euros às famílias com filhos, pois a proposta inclui a redução da taxa para os agregados familiares com dependentes (20 euros-1 dependente, 40 euros-2 dependentes, 70 euros-3 ou mais dependentes). Passando ao IRS foi estabelecida a participação municipal variável no IRS em 4 por cento. O município opta assim pela não aplicação da taxa máxima de 5 por cento, mantendo a taxa aplicada este ano. Esta decisão representa uma devolução deste imposto aos munícipes na ordem dos 501 457,00 euros. Por último, no lançamento da Derrama, a câmara dá prossecução à política de anos anteriores, com a aplicação de uma taxa de 1,5 por cento sobre o lucro tributável às empresas com um volume de negócios superior a 150 mil euros e a isenção de Derrama às empresas com um volume de negócios igual ou inferior ao referido montante. Esta isenção traduz-se numa devolução de 104 mil 404 euros.
ANUÁRIO FINANCEIRO
Montijo tem classificação de excelência O
Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2018, apresentado no passado dia 30 de outubro, classifica a gestão do Município do Montijo no primeiro lugar do ranking global dos municípios do Distrito de Setúbal e no terceiro lugar do pódio no ranking global dos municípios de média dimensão em Portugal. Estes resultados comprovam a excelência dos compromissos assumidos com a boa gestão municipal, o abaixamento de impostos municipais, a redução do endividamento municipal, o aumento do património dos montijenses, o investimento estratégico, as contas certas e o pagamento na hora. O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é, atualmente, uma referência no uso e transparência dos dinheiros públicos, resultando de um trabalho conjunto de universidades, da Ordem dos Contabilistas Certificados e do Tribunal de Contas.
EDUCAÇÃO
Montijo afirma-se como cidade educadora D
urante os meses de novembro e dezembro, o Município do Montijo, em conjunto com os agentes educativos locais, celebrou a quarta edição do Dia Internacional da Cidade Educadora, que este ano teve como lema “Escutar a cidade para a transformar”. As comemorações tiveram como ponto alto o momento formal e oficial de leitura da declaração do Dia Internacional das Cidades Educadoras, no dia 2 de dezembro, no edifício dos Paços do Concelho, momento que contou com a interpretação da Canção do Dia das Cidades Educadoras pelo Grupo Coral do Montijo e por um grupo de alunos das Atividades de Enriquecimento Curricular da Escola Básica da Caneira. A vice-presidente da Câmara Municipal do Montijo e vereadora do pelouro da educação, Maria Clara Silva, assumiu que a autarquia está “determinantemente comprometida em escutar
a cidade para a transformar, com o objetivo de abrir espaços de construção democrática e participativa, que incorporem todas as vozes e permitam criar uma cidade que não deixa ninguém para trás”. Houve, ainda, lugar para a entrega da caixa “A Voz da Poeta”, que contém um conjunto de cartas que são a súmula das propostas individuais para transformação da cidade, apresentadas por alunos e respetivas famílias das escolas do agrupamento Poeta Joaquim Serra. Durante os meses de novembro e dezembro, Recorde-se que em julho de 2017, o Município do Montijo aderiu à Associação Internacional de Cidades Educadoras, passando a integrar a Rede Territorial Portuguesa de Cidades Educadoras, assumindo o pressuposto que todas as cidades dispõem de inúmeras possibilidades educadoras e podem oferecer importantes elementos para uma formação integral dos seus habitantes.
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OBRAS
Câmara vai avançar com Casa da Música Jorge Peixinho A
obra da Casa da Música Jorge Peixinho deu o primeiro passo na reunião de câmara de 13 de novembro, com a aprovação, por unanimidade, da abertura do procedimento por concurso público para a empreitada com o valor de base de 991 mil euros. Este investimento vai permitir a requalificação total do edifício existente na denominada Quinta das Nas-
centes, alterando o uso para um edifício de equipamento constituído por duas áreas funcionais: a Casa Museu Jorge Peixinho e um auditório polivalente. Para além da vertente cultural, o projeto da Casa da Música Jorge Peixinho irá contribuir para a agregação dos tecidos urbanos confinantes, incrementando a convivialidade e coesão
social, reforçando a relevância local deste património e a sua relação com o desenvolvimento do concelho. A Câmara Municipal do Montijo está a preparar a candidatura deste projeto ao Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa.
Orçamento para 2020 assegura investimentos estratégicos S
erão, mais precisamente, 38 159 184,50 euros os milhões disponíveis para a gestão municipal de 2020, que foram aprovados na reunião da Câmara Municipal do Montijo, realizada a 30 de outubro, com os votos a favor do PS, a abstenção do PSD e os votos contra da CDU. No total, são mais seis milhões de euros relativamente aos documentos previsionais de 2019, permitindo assim dar continuidade à política de investimentos estratégicos nas diversas áreas de atuação municipal, assegurando serviços públicos de maior proximidade, assim como a coesão social e territorial do concelho. Entre os investimentos previstos, encontram-se a construção do Centro Escolar do Afonsoeiro
e da ciclovia entre o Montijo e Pinhal Novo; a requalificação da Praça 1.º de Maio e do Largo do Guitarrista; a reabilitação das Piscinas Municipais; o arrelvamento de campos municipais; a construção do Jardim das Nascentes e da Casa da Música Jorge Peixinho; o prolongamento do Passeio do Cais com a reabilitação da Rua Miguel Pais; calcetamentos e repavimentações por todo o concelho; e obras de recuperação de edifícios escolares. A estes projetos acrescem a implementação da Loja do Cidadão; a construção de um novo centro de recolha de animais; a criação da Academia Sénior de Sarilhos Grandes; e os apoios ao movimento associativo, às instituições de solida-
riedade social e às corporações de bombeiros do concelho. Na sua declaração de apresentação dos documentos, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, afirmou que “este orçamento demonstra que é possível continuar uma política de contas certas, cumprir com serviços públicos de qualidade e com os compromissos assumidos com os eleitores montijenses, reduzindo os impostos e o endividamento municipal, mantendo a confiança e expetativa dos agentes económicos”, continuando, assim, “a dar passos na execução de um projeto de mudança, com visão de futuro para o Montijo, com mais crescimento, melhor emprego, mais igualdade e justiça social”.
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Estórias com História
A Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro Cândido José Ventura*
E
sta sociedade fundou-se em 1 de Dezembro de 1868, sendo o seu primeiro Mestre da Banda o hespanhol Alsamóra, que residiu numa casa da rua do Caes desta Vila, onde eu e outros rapazes da minha idade íamos dar lição de música; foi o segundo mestre da Filarmónica, Francisco Vidal Soeiro; o terceiro, foi Augusto Pedro Symaria; o quarto, Francisco Pedro Symaria; o quinto, Martinó; o sexto, Antonio Bastos, o sétimo, Antonio Gomes; o oitavo Querubim; o nono, Baltazar Manuel Valente e ignoro os nomes dos últimos Mestres que regeram esta Sociedade. No Certamen que se realisou em 16 de Setembro de 1876, no jardim dos Recreios Whittoy-
Lisboa, recinto vedádo, que existia n’aquela época, situádo, desde a entráda da Avenida da Liberdade, onde actualmente se encontra a Praça dos Restauradores, até a rua do Salitre. Neste recinto haviam dois coretos, sendo um privativo das Bandas Regimentaes, e o outro destinádo ás Filarmónicas. A Direcção do Passeio Publico teve a gentilesa de oferecer o coreto á nossa Filarmónica, para ahi se exibir com o seu repertório, onde só costumavam tocar, as Bandas Militares, pois foi a primeira Sociedade Filarmónica que teve essa honra. Este Passeio Publico, fechado todo em volta com gradeamento de ferro, deixou de existir, quando Rosa Araujo era Presidente da Camara Munici-
ahi aguardada pela Comissão de Almada, a qual depois dos devidos cumprimentos, ofereceu á Filarmónica um lauto almoço. Depois do repasto, seguio a Comissão e a nossa Sociedade num vapor para Lisboa, onde nos esperava a Comissão Grande. Na tarde desse dia, efectuou-se uma paráda militar no Terreiro do Paço. Nessa noite fomos tocar num dos dois coretos que foram armados em frente do teatro D. Maria ao lado do Rocio e ao centro d’estes, erguia-se a tribuna real. No coreto do lado esquerdo, tocou a nossa Filarmónica, e no do lado direito a Banda Melitar.
Monumento ao Duque da Terceira em Lisboa A nossa Banda foi convidada por sua Magestade El-rei D. Luiz I, por intervenção da respectiva Comissão, para abrilhantar a solenidade do lançamento da primeira pedra para o Monumento do Duque da Terceira em Lisboa.
Festa Religiosa e Feira em Belém Em mil oitocentos e setenta e sete, foi a Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, convidáda a ir a Belém, para abrilhantar a festa Religiosa e acompanhar a Procissão. Esta Sociedade Filarmónica, incorporou-se na referida Procissão, a seguir ao andor de Santa Rosa. Esta festa, foi por ocasião da feira anual que se realisava em Belém, em frente do Convento dos Jerónimos.
Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro e Bombeiros Voluntários
Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, 1894.
ne, em que tomaram parte oito Filarmónicas; a Sociedade 1.º de Dezembro, sob a regência do Maestro Francisco Pedro Symaria, alcançou o primeiro prémio. Ao terminar o seu concerto, foram os musicos da 1.º de Dezembro arrancados do coreto em triunfo. Foram júri deste concurso, os maestros João Pedro Augusto Carvalho, Joaquim Tomaz Rodrigues e Carlos Augusto Campos. Dos filarmónicos, que fizeram parte da Banda neste Certamen, só actualmente existem, eu e meu cunhado José Luiz Gouveia. Em 1877 foi a Sociedade 1.º de Dezembro convidáda a dar um concerto no Passeio Publico em
pal de Lisboa, ainda no reinado de D. Luiz I, para a abertura da Avenida da Liberdade. Dentro do recinto reservado estava El-rei D. Luiz I, sua Magestade a Rainha D. Maria Pia, o Governo, a Comissão, a Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro. A Comissão Grande dos Festejos do dia 24 de Julho de 1878, convidou a Banda 1.º de Dezembro para assistir nesse dia ás festas que se realizavam em Lisboa. A Filarmónica embarcou na madrugada desse dia na falua Galega, de que era Arraes João de Pavia, sendo seu proprietário Antonio Luiz Nepomuceno, que a ofereceu gratuitamente para o transporte da nossa Sociedade até Cacilhas, sendo a Banda
Como havia sido eleito para a Direcção da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, recebi aviso em 20 de Maio de 1905, para ir nesse dia tomar posse do meu novo cargo. Logo que cheguei á séde desta Sociedade, informaram-me de que não havia Livro d’Actas, nem Estatutos, e até, me afirmaram, que nunca tinha havido, e nessa conformidade mandei comprar um livro, que imediatamente nele lavrei o Termo d’Abertura na primeira folha; numerei e rubriquei todas as outras.
Acta de Posse de Direcção Á nova Direcção eleita da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, reunida em 20 de Maio de 1905, constituida pelos senhores Emilio de Jesus
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Bisca, Francisco da Costa Rodrigues, Francisco dos Santos Cartaxo, António Pedro da Silva e a minha humilde pessoa, foi dádo posse pela Direcção cessante, composta pelos senhores Francisco da Silva: Presidente; Marceano Augusto da Silva e Antonio Pedro da Silva: Vogaes; Antonio Christiano Saloio: Thesoureiro; e Joaquim dos Santos Oliveira: Secretário.
Acta da Destribuição dos Cargos Aos 21 dias do mês de Maio de 1905, reuniu a nova Direcção para se eleger os novos cargos, que feito o escrutinio, foram destribuidos: Presidente Candido José Ventura; Tesoureiro: Francisco dos Santos Cartaxo; Secretario: Francisco da Costa Rodrigues; Vogaes: Emilio de Jesus Bisca e Antonio Pedro da Silva.
Estatutos A Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, não estava legalmente constituida, por não ter Estatutos. Em vista dessa falta, comecei a confeciona-los nas horas que eu tinha disponíveis na minha vida comercial e por isso, só os consegui concluir no mês de Setembro de 1905. Logo que terminei, mandei convocar a Assembleia Geral para dar a sua aprovação.
Acta de Sessão da Assembleia Geral Aos 24 dias do mês de Setembro de 1905, estando presente toda a Direcção, pelo Presidente da mesma, foi convidado o Ex.mo Sr. General Albino Alberto Ferreira, a presidir á presente Sessão, tendo sua Ex.ª nomeado para Secretários, os Ex.mos Senhores Joaquim Maria Gregório e Joaquim dos Santos Oliveira. Aberta a Sessão, foi dádo a palavra ao Presidente da Direcção, que declarou que o fim desta reunião era a aprovação da proposta dos Estatutos a fim de serem lidos nesta Assembleia Geral e por esta discutidos e aprovádos. Em seguida ele Presidente, mandou ler artigo por artigo por um dos Secretários, os quais foram aprovados por unanimidade, declarando o Presidente que os referidos Estatutos íam ser entregues pro meio de requerimento ás Instancias Superiores, para que esta Sociedade ficasse legalmente constituida. Antes de encerrar a Sessão, o Ex.mo. Presidente da Assembleia Geral declarou que agradecia o cargo para que havia sido nomeado, e que se congratulava, e felicitava a Direcção e Associádos, dizendo que sendo filho desta terra, se orgulhada de a ela pertencer; sendo nessa occasião aclamado por toda a assistência com uma salva de palmas. Em seguida, foi dáda a palavra ao Presidente da Direcção que agradeceu ao Ex.mo. General Albino Alberto Ferreira, a sua comparencia e a honra de presidir a esta Sessão.
Início da Fundação dos Bombeiros Voluntários Em 24 de Maio de 1906, ás 10 horas da noite, fui alarmado pelo toque a rebate do sino da Igreja Matriz, dando o sinal de Fogo.
Cheguei á janela de minha casa, para indagar onde era o incendio, e notei que o povo corria em direcção ao Largo das Palmeiras. Desci a escada e também para lá me dirigi. Logo que ahi cheguei, vi que estava a arder uma casa abarracada, que servia para matadoiro de gado suino, o que em Aldegalega, lhe dão o nome de quintal de porcos. Esta casa ficava contigua á residencia do Senhor Joaquim Marques Contramestre. Próximo do fogo encontrei José Victor da Silva, irmão de Francisco da Silva, que nessa época era o Presidente da Camara Municipal. José Victor da Silva estava a lamentar, que tendo o seu irmão, grande empenho em manter uma Corporação de Bombeiros Municipaes, não a tinha conseguido, por não encontrar quem se quizesse alistar. Respondi, que tentáva organizar uma Corporação de Bombeiros Voluntarios e contava ser mais feliz. No dia 25 de Maio de 1906, na qualidade de Presidente da Direcção da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, mandei chamar o continuo e recomendei-lhe que fosse avizar os meus Colegas na Direcção, para nessa mesma noite, ás 10 horas, se reunirem na séde da referida Sociedade. Á hora marcada, estava reunida toda a Direcção, constituida pelos senhores: Francisco da Costa Rodrigues, Francisco dos Santos Cartaxo, Emilio de Jesus Bisca, Antonio Pedro da Silva e o autor destas linhas.
Acta da Sessão da Direcção Aos 25 dias do mês de Maio de 1906, sendo aberta a sessão, foram resolvidos diversos assuntos e entre eles o do promover uma kermese, cujo producto devia ser aplicado na formação de um Corpo de Bombeiros Voluntarios, devendo os seus trabalhos serem iniciádos com toda a urgencia. Finalmente foi resolvido, festejar condignamente a aprovação dos Estatutos da Sociedade, logo que fossem aprovádos superiormente. Sendo então encerrada a Sessão.
Alistamento de Pessoal para Bombeiros Nessa mesma noite de 25 de Maio de 1906, falei com o Eugenio Borges Sacoto, para se encarregar de falar a pelo menos uns vinte rapazes operarios, para constituir uma Corporação de Bombeiros Voluntarios. Logo no dia seguinte, entregou-me Eugenio Borges Sacoto, uma lista dos seguintes indivíduos: Joaquim de Sousa Fortunato, Lino de Sousa Fortunato, Carlos de Sousa Fortunato, José Caria Lucas, Justiniano Verdades, Augusto Gervásio, Francisco Sequeira, José Leonardo da Silva, Antonio Leonardo da Silva, Pedro Alexandrino Simões, Veríssimo Samouqueiro, José Samouqueiro, Luiz Corneta, Bernardino dos Santos, Francisco
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Candido Rodrigues, Ernesto Lopes, Joaquim da Silva, Manuel Alegria, Ercílio dos Santos Calado, Gabriel de Jesus Relógio, Francisco Marques, e Eugenio Borges Sacoto. Tinha já o pessoal, mas faltava tudo o mais. Falei com o Sr. Francisco da Silva que era então Presidente da Camara, pedindo-lhes que consentisse que os Bombeiros se servisse do material da Camara, o que da melhor vontade autorisou. Organisamos a quermesse para a qual se conseguio prendas, que os Bombeiros já inscritos se encarregaram de as ir receber. As barracas foram armadas na Praça Serpa Pinto pelos proprios Bombeiros. A Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, prestou-se a tocar todas as noites durante a quermesse. Oficiamos á Corporação de Bombeiros Municipaes de Lisboa, pedindo-lhes que mandasse aqui todos os domingos um Technico competente, para instruir o nosso pessoal, pois pagaríamos todas as despezas e a devida remuneração. Veio um Instrutor, que só exigiu, que lhe pagasse as despesas, não aceitando remuneração alguma. Os primeiros exercícios foram feitos na Praça dos Touros. [nota de rodapé: a anterior Praça de Touros do Montijo, localizava-se onde hoje (1999) existe o Cine-Teatro Joaquim de Almeida]. Por concelho do Instructor, mandamos fazer uma casa esqueleto, que os proprios Bombeiros se prestaram gratuitamente a construir, no pateo do Laranjo, que meu irmão Antonio Maximo Ventura, seu proprietário, tinha autorisádo, sendo então nesse recinto que se dava instrução aos Bombeiros. Mais tarde essa propriedade mudou de dono, e este ordenou que a casa esqueleto fosse imediatamente d’ali retiráda, sendo então o esqueleto mudádo para as trazeiras da Praça de Touros. Depois do pessoal devidamente instruido, vieram dois Technicos, para procederem ao seu exame, sendo eu convidado a presidir a esse exame. Terminádo este acto, os Examinadores declararam que o pessoal se achava habilitado para exercer bem o Mister de Bombeiros. Néssa altura, insistiram comigo para ser o Comandante da Corporação, mas eu não aceitei; sendo então investido nesse cargo, Eugénio Borges Sacoto. Com o pequeno recurso que a quermesse ía dando conseguimos comprar fardamentos, cinturões, machados, capacêtes, mangueiras, escada de gancho e também mangueira de salvação. Apezar de termos oficiádo ás Companhias de Seguro para nos enviarem alguns donativos, não se dignaram responder nem tampouco prestaram qualquer auxílio.”
*Excerto da obra “Cândido José Ventura - Memórias e Lembranças - Aldeia Galega 1859-1953”. Organização de Luís Graça. Câmara Municipal do Montijo, 1999.
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Expressões
FOTOGRAFIA
Carlos Caneira Carlos Caneira nasceu no Montijo a 24 de fevereiro de 1981. O gosto pela fotografia surgiu com o nascimento da filha. Desde o início, ainda com poucos conhecimentos, o seu prazer por fotografia fê-lo transportar a máquina permanentemente em busca de momentos únicos e imagens inesquecíveis. Com o rendimento obtido através de trabalhos fotográficos, foi podendo atualizar o seu equipamento. Se, para qualquer um de nós, uma fotografia é um quadradinho para mais tarde recordar, para Carlos Caneira esta é uma arte e um desafio constante, enquadrar a imagem, pensar a luz, retocar e aperfeiçoar. A sua fotografia é muito abrangente, refletindo os aspetos pessoais e profissionais da sua vida. Poderá encontrar nas suas fotografias paisagens por ele visitadas, momentos de descontração entre amigos, assim como sessões fotográficas e reportagens de eventos. Modelo: Nhima Chente
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ENTREVISTA | PEDRO ARAÚJO
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Entre Nós
A persistência tem nome próprio C
oragem, determinação, vontade, querer e muito esforço levaram o nosso entrevistado, Pedro Araújo, aos limites para alcançar os seus objetivos. Numa história de altos e baixos, destacam-se os momentos de pódio, de luta, de glórias suadas num desporto intitulado Obedience - Obediência de Competição e não só, pois, a sua garra reflete-se em tudo o que faz. Obcecado por desafios e em alcançar resultados não poderia ter travado as suas cruzadas sem os seus fiéis companheiros: os cães que, como ele, são exemplares guerreiros, fiéis e insaciáveis. Dissociar Pedro Araújo dos seus cães é tarefa impossível. Desde muito cedo que se afeiçoou aos amigos canídeos e, até hoje, mantém a chama acesa: “nasci em Angola, vim para cá com quatro anos. O meu pai gostava muito de cães. Quando era miúdo já gostava de lhes ensinar habilidades, o bichinho começou aí.” O gosto de ensinar habilidades continuou a crescer à medida que também Pedro crescia: “assim que comecei a ganhar dinheiro resolvi comprar um cão para treinar. Trabalhava em publicidade. Treinava o cão com coisas que tinha e que lia, mas nada resultava.” Aos vinte anos, o regresso à África do Sul foi determinante. “Foi onde, pela primeira vez, assisti a uma prova de Obedience e foi amor à primeira vista. A primeira vez que vi disse: vou ser campeão. Nunca tinha treinado, não sabia como se fazia. Uma semana depois de ver aquilo, comprei um cão, um mês depois estava numa escola, três ou quatro depois estava a competir e, no ano seguinte, fui campeão na África do Sul”. “Uma grande marca de rações de África do Sul patrocinou-me a mim e ao clube com que concorria. Corri África do Sul de uma ponta a outra. Cheguei a fazer mil quilómetros com um cão no carro”, explica. Ao fim de cinco anos, volta a Portugal seduzido por uma proposta de trabalho. “Na África do Sul trabalhava na manutenção de tapetes rolantes nas minas e houve uma empresa portuguesa que me convidou para ser o técnico superior, nessa área, uma oferta que não podia recusar. O meu filho, que hoje tem 25 anos, era pequeno na altura”. Após um ano em Portugal recupera a sua cadela Border Collie que deixara em África do Sul. “Fui buscá-la ao aeroporto de manhã e à tarde estava a treinar tal era o vício. Voltei a competir com sucesso. A modalidade, em Portugal, estava a um nível muito inicial e não havia ninguém com a minha experiência de treino até então”. “Contactei o Clube Português de Canicultura e informaram-me de uma prova, a essa seguiram-se
outras. Arranjei mais cães e cheguei a competir com dois cães durante vários anos. Em 2000 fui a um Campeonato do Mundo de Obediência, em que Portugal foi representado pela primeira vez, em Milão. No ano seguinte, a prova foi em Portugal e também entrei”. Depois desses, muitos outros campeonatos mundiais se seguiram num leque de países: França, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Filândia, Polónia, ex-Jugoslávia, ex-Checoslováquia, entre outros.
Em 2015, Pedro reformou-se da competição, mas o seu fascínio pelo melhor amigo do homem perdura: “tudo o que faço é por causa dos cães. Por eles mudei de emprego, treinei noites fora, sacrifiquei a minha vida a nível familiar e financeiro. A eles dediquei-me não olhando a horários, nem a dias da semana, talvez por isso sou muito conhecido por Pedro dos cães”, confessa. Foi Coordenador Nacional de Obedience pelo Clube Português de Canicultura. Entre outras
Entre competições e pódios, Pedro Araújo, em 1999 decide abrir o Doggy Clube, Centro de Treino para Cães: “estamos a festejar o nosso vigésimo aniversário. Somos associação sem fins lucrativos legalmente constituída, treinamos cães, organizamos provas e eventos”. A associação pretende contribuir para a dinamização da canicultura desportiva, partilhando os seus conhecimentos e experiências com outras pessoas, igualmente apaixonadas pelos cães e pelo seu adestramento. Desde a data da sua fundação que a associação que criou participa em provas de Obediência Desportiva a nível nacional e internacional, arrecadando inúmeros prémios nacionais e internacionais.
áreas, trabalhou em publicidade, vendas, restauração e é empresário por conta própria. Atualmente trabalha em seguros. Pedro Araújo é também criador de cães e de periquitos, para além de jogador de Subbuteo (um jogo de futebol de mesa) pelo Clube Belenenses. Tudo isto em meio século de vida e mais que fica por contar por limitações de espaço nesta edição. De certo haverá motivos para perseguir a sua história nos anos que se seguem. Ficaremos atentos!
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CONCURSO La Città del Vino
Adega de Pegões ganha 18 medalhas
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o Montijo já não há comemorações do Dia Mundial do Enoturismo sem a entrega de medalhas à Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões. Este ano não foi exceção e no passado dia 9 de novembro, a Cooperativa recebeu as 18 distinções alcançadas no XVIII Concurso Internacional “La Cittá del Vino”.
O presidente da direção da Cooperativa, Mário Figueiredo, recebeu os prémios e agradeceu a toda a equipa e aos vitivinicultores que compõem a cooperativa e que “têm conseguido fazer as mudanças necessárias na atividade para que os nossos vinhos sejam cada vez melhores. Espero que as novas gerações sigam estes passos e da nossa parte estamos
empenhados nisso e, inclusive, em novos projetos relacionados com o enoturismo”, disse. “Estes prémios são, no fundo, uma homenagem a quem trabalha diariamente na vinha, às gerações de homens e mulheres que não deixam morrer no Montijo a cultura vitivinícola. São prémios que resultam da persistência, da vontade, do empenho e do trabalho de todos os que fazem parte da Cooperativa de Sto. Isidro de Pegões e que a tornaram na adega mais medalhada do país”, afirmou o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta. Também marcou presença na cerimónia, o secretário geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, José Arruda, que revelou que a região de Setúbal foi a mais premiada no XVIII Concurso Internacional “La Cittá del Vino”, reforçando, ainda, que os territórios devem “trabalhar o conceito do enoturismo como um todo. Não são apenas os vinhos, é preciso associar outros produtos e conceitos. Temos todos que trabalhar esta área e o Montijo pode ter aqui um papel importantíssimo”. Novamente, a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões foi a adega mais premiada neste certame (concurso anteriormente designado “La Selezione del Sindaco”), com 18 medalhas, das quais 14 de Ouro e 4 de Grande Ouro, provando que é a principal embaixadora da produção vinícola do concelho do Montijo, sendo uma referência nacional e internacional pela qualidade dos seus vinhos.
TURISMO
Loja de Vinhos abre no Mercado Municipal O
Mercado Municipal do Montijo conta com um novo espaço dedicado aos vinhos e sabores da região de Setúbal: uma Loja de Vinhos que vai estar aberta até final de dezembro. De quinta-feira a sábado, das 9h00 às 14h00, pode encontrar e comprar na Loja de Vinhos, os melhores vinhos e outros produtos da região de Setúbal. A Loja de Vinhos resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal do Montijo e a Associação Rota de Vinhos da Península de Setúbal e pretende ser um local preferencial de mostra e venda de produtos representativos dos 21 produtores da região que integram a referida associação.
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RESTAURANTE ESTRELA DO NORTE
Viagem pela cultura e sabores do Montijo
Montijo à Mesa
A
ssim que entrar no restaurante Estrela do Norte vai perceber, imediatamente, o título deste texto. É, efetivamente, uma viagem pela memória, identidade, cultura e, claro está, pela gastronomia do Montijo. Domingos Jorge pegou numa casa que, em tempos, foi referência na restauração montijense e, em setembro passado, reabriu a Estrela do Norte, apostando nos sabores tradicionais temperados com recordações do Montijo, que preenchem as paredes da sala principal. “Recuperamos o espaço e mantivemos o mesmo nome, em homenagem aos antigos proprietários, até porque esta foi uma casa de referência no Montijo. Acho que casas como esta, são essenciais para mantermos a nossa gastronomia tradicional, a nossa identidade e cultura”, explica. Nas paredes da sala principal há dezenas de fotos do Montijo de outrora: do tempo do avião no Parque Municipal, do incêndio do Pablos, do posto de gasolina na Praça da República, de ruas que, hoje, se apresentam totalmente diferentes aos nossos olhos, mas que os montijenses mais antigos certamente reconhecem ao primeiro olhar.
A cozinha tradicional portuguesa é a imagem de marca da gastronomia do Estrela do Norte e entre as várias iguarias destacamse as iscas, a açorda de camarão, o choco frito, o cozido à portuguesa e o bitoque “feito de forma genuína, como antigamente se comia no Café do Cinema e que muitos montijenses ainda hoje recordam“ Para lá da sala principal, existem outros espaços dedicados à cultura do fado e ao mundo do espetáculo, à tauromaquia e até uma sala de jogos tradicionais (ping pong, matraquilhos, snooker) para os mais novos. Em preparação está uma
sala reservada, com esplanada para jantares de grupos mais privados. O negócio tem estado a correr “muito bem. Nos espetáculos de fado e outros que temos realizado temos tido a sala cheia, já estamos agora com muitas reservas para a época de Natal. Recebemos também dezenas de jovens que estão no Montijo a fazer Erasmus. A casa tem vindo a crescer aos poucos”, afirma Domingos Jorge, enaltecendo a colaboração da equipa que todos os dias ali trabalha. A cozinha tradicional portuguesa é a imagem de marca da gastronomia do Estrela do Norte e entre as várias iguarias destacam-se as iscas, a açorda de camarão, choco frito, cozido à portuguesa e o bitoque “feito de forma genuína, como antigamente se comia no Café do Cinema e que muitos montijenses ainda hoje recordam”, conta. Para lá de continuar de portas abertas a servir bem e com qualidade os seus clientes, Domingos Jorge tem outros projetos associados ao restaurante Estrela do Norte: “gostaria de fazer uma gala anual, no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida, de reconhecimento a figuras da nossa terra. Gostaria que a primeira fosse de homenagem a Carlos Pontes, mas há muitas
mais pessoas da terra a quem se pode fazer este reconhecimento”. “Podemos fazer muito para continuar a manter a nossa identidade e cultura. A câmara, por exemplo, podia fazer concursos de gastronomia, semanas dedicadas a determinados pratos ou produtos. Era uma forma de promover o Montijo, a nossa restauração e a nossa gastronomia”, acrescenta. Mais que um local onde pode comer um bom bitoque ou um bom cozido à portuguesa, o restaurante Estrela do Norte proporciona (re)encontros com a nossa memória, momentos de recordação para montijenses de sempre ou momentos de descoberta para novos habitantes ou visitantes, numa verdadeira viagem pela cultura e identidade do Montijo.
RESTAURANTE
ESTRELA DO NORTE
Rua Miguel Bombarda n.º 15, 2870 Montijo 211 373 485 2.ª a 5.ª feira – almoço (12h00-15h00) 6.ª e sábado – almoço e jantar (12h00-15h00 e 19h00-22h00)
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PATRIMÓNIO
Câmara adquire armazém para serviços municipais
PROTEÇÃO CIVIL
A Terra Treme sensibiliza para risco sísmico
O
património municipal voltou a aumentar com a aquisição de um prédio urbano pelo valor de 27 mil 635 euros, que foi avaliado por entidade externa em180 mil euros. Trata-se de um armazém de 1000 m2, com escritório anexo, localizado na Rua da Bela Vista n.º 91, que servirá para melhorar as instalações dos serviços municipais afetos aos setores de carpintaria, serralharia, obras e rede viária. A proposta, aprovada por unanimidade, na reunião de câmara de 30 de outubro, vem na sequência da política municipal de aumentar o património, conferindo assim ao município novos espaços para a implementação de projetos nas suas diversas áreas de atuação, assim como continuar a desenvolver as políticas de regeneração e reconversão do tecido urbano do centro da cidade. Falamos, por exemplo, das aquisições do edifício da antiga Trabatijo que tem como objetivo a criação de um espaço de âmbito cultural; da antiga fábrica Izidoro, que servirá para construção de habitação a custos controlados; de prédio situado frente aos Paços do Concelho para instalação da Loja do Cidadão; ou do acordo de cedência de edifício da EDP na Alameda Pocinho das Nascentes, que permitirá a melhoria das condições de trabalho dos funcionários municipais do setor de jardins.
Câmara Municipal do Montijo associou-se ao exercício nacional “A Terra Treme”, que A teve lugar no dia 15 de novembro.
Em conjunto com a Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, o Serviço Municipal de Proteção Civil, os Bombeiros Voluntários do Montijo e a Polícia de Segurança Pública, foram distribuídos folhetos informativos no centro da cidade e, na EB Ary dos Santos, decorreu o exercício, onde alunos, pessoal docente e não docente executaram os três gestos que salvam
em caso de sismo: baixar, proteger e aguardar. Um pouco por todo o concelho, nas escolas básicas e pré-escolares, a comunidade educativa participou no exercício “A Terra Treme”, que é promovido pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, com o objetivo de contribuir para o incremento de uma sociedade mais segura e resiliente às catástrofes, chamando a atenção para o risco sísmico e para a importância de comportamentos simples que os cidadãos devem adotar em caso de sismo, mas que podem salvar vidas.
SEMANA DA JUVENTUDE
Concurso Linha Gráfica P
elo terceiro ano consecutivo, a Câmara Municipal do Montijo lança o Concurso Linha Gráfica Semana da Juventude, “A Tua Ideia, A Nossa Imagem”, promovendo a criatividade e expressão artística dos jovens com vista à criação do melhor cartaz da Semana da Juventude 2020. O trabalho vencedor será utilizado em todos os ma-
teriais de divulgação da Semana da Juventude. Podem participar todos os jovens com idades entre os 16 e os 30 anos (inclusive) residentes no concelho do Montijo. Os trabalhos deverão ser entregues até ao dia 15 de janeiro de 2020 no Gabinete da Juventude ou enviados através do e-mail juventude@mun-montijo.pt .
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ARTE URBANA
João Rodrigues assina mural no Centro Cívico do Esteval A
arte urbana continua a espalhar-se pela cidade para que todos a possam contemplar. A mais recente obra de arte surgiu em outubro, na parede do Centro Cívico do Esteval desta vez pelas mãos do artista João Rodrigues. Um mural tão grande em tamanho como em significado. Entre abril e maio de 2018, um grupo de jovens residentes no Bairro do Esteval integrou o projeto Academia do Empreendedorismo, promovido pela empresa Betweien em parceria
com a Câmara Municipal do Montijo. Os jovens foram desafiados a encontrar um aspeto no bairro que identificassem como um problema, e posteriormente, a estabelecer um plano de intervenção que lhes permitisse dar resposta a essa mesma necessidade. No seguimento do plano proposto, o projeto Roda Livre solicitou à autarquia autorização para levar a cabo um projeto de revitalização, do espaço envolvente ao Centro Cívico, com a intervenção dos jovens, de modo a criar um sentimento de pertença
ANIVERSÁRIO
que garantisse a sua preservação no futuro. Entre as atividades, constava a pintura de um mural com o propósito de dar mais cor e vida ao bairro. A autarquia financiou a execução da obra de arte urbana no valor de 3.800€. O artista João Rodrigues, ex-morador envolveu, a cada passo, os jovens do Centro Cívico do Esteval, concebendo o mural e incorporando as ideias e desenhos dos mesmos para a recuperação e pintura dos bancos de jardim que estão na envolvente ao parque infantil.
Autarquia comemora Convenção dos Direitos das Crianças T
er o direito de brincar, de ter uma família e à saúde. Foi assim que as crianças do 4.º ano da EB da Caneira mostraram, através de desenhos criativos e pequenas frases, que sabem bem os direitos que lhes assistem. A presença dos mais pequenos veio enriquecer o momento das comemorações do 30.º aniversário da Convenção dos Direitos das Crianças no dia 20 de novembro. A data ficou marcada pelo descerrar de uma placa alusiva à data, nos Paços do Concelho,
numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal do Montijo e da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Montijo. Um momento que contou a presença do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta e da vice-presidente Maria Clara Silva, do presidente da União das Freguesias do Montijo e Afonsoeiro, Fernando Caria, da presidente da Comissão de Proteção de Crianças de Jovens do Montijo, Ana Ruxa, entre outros representantes de várias entidades do concelho.
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ENVELHECIMENTO ATIVO
Sarilhos Grandes ganha Academia Sénior A
Câmara Municipal do Montijo vai estender os projetos de envelhecimento ativo à Freguesia de Sarilhos Grandes. A partir do próximo ano, estará em funcionamento uma nova Academia Sénior naquela freguesia, reforçando assim os Projetos de Envelhecimento Ativo que desempenham um papel relevante nas políticas municipais de inclusão social e cidadania, mobilizando os cidadãos seniores das diferentes freguesias do concelho para a prática de estilos de vida saudáveis e contribuindo para a quebra do isolamento e o combate à solidão. O projeto será implementado pela Câmara Municipal do Montijo, em parceria com a Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes, a Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Sarilhos Grandes e a Academia
Musical União e Trabalho (AMUT). Foi, aliás, aprovado por unanimidade um protocolo de colaboração entre todas as entidades para efetivar o funcionamento da Academia Sénior. Genericamente, a Câmara ficará responsável pela coordenação do projeto; a junta de freguesia irá realizar ações de acompanhamento psicossocial e de formação na área da informática; a associação de reformados vai ceder o seu espaço e assegurar atividades nas áreas da psicomotricidade, artes, voluntariado; e a AMUT contribuirá com ações no âmbito da música, dança e teatro. Recorde-se que a Câmara Municipal do Montijo viu aprovada uma candidatura ao Programa Operacional Regional de Lisboa 2020 para a instalação da Academia Sénior de Sarilhos Grandes e que já tem, há alguns anos, em funcionamento a Academia Sénior de Pegões e Canha e a Academia Sénior de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia.
CULTURA
Montijo recebeu encontro de molinologia O
s moinhos, a sua importância cultural e a sua preservação foram os pontos-chave do V Encontro de Molinologia, que decorreu nos dias 9 e 10 de novembro, no Montijo. Promovido pela Etnoideia e pela Câmara Municipal do Montijo, o evento reuniu cerca de 70 participantes provenientes de todo o país, numa reflexão e debate público sobre o tema da molinologia em Portugal. Na sessão de abertura, no dia 9 de novembro, no auditório da Galeria Municipal, Jorge Miranda, responsável pela Etnoideia, salientou a particular atenção da câmara aos moinhos: “esta é uma terra que soube acomodar o crescimento urbano e o impacto das grandes infraestruturas sem prejudicar aquele que é o património cultural, como os moinhos e o rio, aspetos que são importantes na memória das pessoas e da cidade e que têm sido colocados ao serviço da comunidade”. O presidente da Câmara Municipal do Montijo,
Nuno Canta, confirmou exatamente esta ideia, afirmando que “a recuperação do património molinológico tem sido um investimento prioritário no Montijo. Um território sem cultura não existe e, por isso, o investimento na cultura, no património, na educação e na ciência tem um expressivo retorno para a cidade”. Ao longo de todo o dia, no auditório da Galeria Municipal, os participantes no V Encontro de Molinologia tiveram oportunidade de partilhar e aprofundar conhecimentos ao nível da etnotecnologia e da molinologia portuguesas, assim como apresentar e refletir sobre projetos de desenvolvimento envolvendo a reabilitação e valorização de moinhos tradicionais em Portugal. O dia seguinte, 10 de novembro, teve um caráter mais lúdico com visitas guiadas ao património molinológico do Montijo e de concelhos da Região do Oeste.
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EXPOSIÇÃO
Reencontros 20 anos: 1999-2019 A
comemorar 20 anos, a Galeria Municipal do Montijo apresenta a exposição de pintura “Reencontros: 20 anos: 1999-2019”, que reúne cinco dos mais distintos artistas plásticos do século XX em Portugal: Marcelino Vespeira, Fernando de Azevedo, João Vieira, Nikias Skapinakis e Rolando Sá Nogueira. “Reencontros” é uma evocação do percurso histórico deste espaço municipal, voltando a trazer à galeria cinco figuras fulcrais da nossa História da Arte, que fizeram parte deste percurso de 20 anos, tendo sindo homenageados por ocasião do Prémio Vespeira – Cidade do Montijo. A Galeria Municipal do Montijo, espaço incontornável da cultura na nossa cidade, comemora 20 anos de atividade no próximo dia 18 de dezembro. Para comemorar esta data, tão significativa foi preparado um ciclo de exposições coletivas que irá até abril de 2020. A exposição “Reencontros” está patente até 11 de janeiro de 2020. Não perca a oportunidade de reencontrar estes cinco grandes pintores portugueses! Galeria Municipal | Entrada Livre 2.ª feira a sábado: 9h00-12h30 e 14h00-17h30
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Especial
Pormenores de Natal o mês de dezembro, é difícil fugir ao tema que N invade a nossa cidade, a nossa casa e as nossas vidas. Se é certo que para uns é a época favorita do ano, há outros um pouco mais indiferentes às tradições, ao espírito e aos pormenores do Natal. Neste Especial de Natal, fazemos um percurso exatamente pelos pormenores que fazem parte do Natal de muitos de nós. É um Natal à mesa com a Maria Portuguezza. É um Natal com brilho, florido e com o bom gosto do artista floral Luís Saboia. É um Natal com artesanato feito Na Ponta dos Dedos.
É um Natal solidário, protagonizado pela Cáritas da Atalaia, que tanto nesta época como ao longo de todo ano apoia e está ao lado de quem mais precisa, distribuindo bens e, sobretudo, esperança. É um Natal de tradições que regressam ao Montijo, após anos de ausência. Falamos, claro, do presépio que voltou à Praça da República, talhado pelas mãos do escultor montijense Ricardo Contramestre. São, por isso, pormenores de Natal. Certamente existiriam muitos outros, escolhemos estes como forma de lhe inspirar nesta época tão especial e, obviamente, desejar-lhe um Feliz Natal!
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RICARDO CONTRAMESTRE
O presépio está de volta! O
processo de produção demorou um mês. Estiveram cinco pessoas envolvidas, oito a dez horas de trabalho diário, incluindo os fins de semana. O resultado final está visível junto à Igreja Matriz, na Praça da República, e oferece lembranças de outros tempos, retomando a tradição do presépio em tamanho real. A ideia foi da Câmara Municipal do Montijo, mas na conceção esteve um artista montijense, Ricardo Contramestre, que trabalha na área da escultura e da cenografia desde os 17 anos e tem colaborado em outros projetos, como o Carnaval do Montijo. Como qualquer outro presépio, o nosso também representa o nascimento de Jesus, sendo composto por nove figuras e cenografia envolvente, ocupando uma área total de 40m2, numa composição escultórica que utiliza esferovite, madeira, metal e resinas. “Como estrutura das figuras e dos outros elementos é usada esferovite, que é cortada e talhada à mão para chegar à forma orgânica pretendida. Depois é resinada, betumada, volta-se a resinar e, por fim, faz-se a pintura com esmalte acrílico”, explica Ricardo Contramestre. Sendo verdade que representa uma cena reproduzida milhares e milhares de vezes, um pouco por todo o mundo, não menos verdade é que são, efetivamente, peças únicas e personalizadas. Não há outro presépio igual ao nosso e pode apreciálo, todos os dias, até 6 de janeiro de 2020, no centro do Montijo.
Especial
N ATA L
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luís sabóia
Um Natal elegante e florido A
delicadeza da matéria prima encontrou o parceiro perfeito no gosto elegante e requintado de Luís Sabóia. Mais que um florista, revê-se na designação de artista plástico que usa as flores para criar obras de arte, momentos que procuram inspirar, evidenciar e dar significado a ocasiões especiais. O Natal é, exatamente, uma época única, onde “tem crescido o hábito das pessoas terem um centro de mesa para o dia de Natal, coroas do advento em casa ou até mesmo pinheiros naturais. Acaba por ser a minha presença em casa dos meus clientes, nas suas mesas de Natal”, conta. Este ano, as tendências no mundo da arte floral dizem que a aposta para o Natal deve seguir os tons de rosa gold, pérola e elementos decorativos como animais fantasiosos, mas o dourado, o prata, o bordeaux e o vermelho são sempre cores clássicas e intemporais. Quase intemporal é, também, a relação de Luís Sabóia com este mundo das flores: “aos oito anos comecei a ajudar a minha avó a decorar andores. Depois fui fazendo arranjos florais para casamentos e bouquets de noivas. Pelo meio formei-me em design industrial, fiz formação em restauro de talha e trabalhei algum tempo em museus e oficinas de restauro”.
“Quando fiquei desempregado decidi dedicar-me a esta área, que era uma paixão de infância. Depois fui acompanhado os maiores nomes nacionais em demonstrações de arte floral, durante dois anos apostei na minha formação e, em julho de 2015, abri a minha loja Verde e Cor e a Mão do Senhor, no centro do Montijo, na Rua Serpa Pinto”, acrescenta. De 2015 para cá, afirmamos sem medo de errar, Luís Sabóia fez um percurso meteórico, sendo, hoje, uma referência de nível nacional na arte floral. “Há uma linha Luís Saboia e isso revela-se na quantidade de pessoas que entram em contacto para trabalhar comigo. Tenho feito muitas demonstrações para floristas e, agora, estou a fazer o curso de formador para poder dar formações certificadas”, revela. O negócio “está a correr otimamente” e na calha estão mudanças perspetivadas para o início do ano. É, por isso, expetável um rebranding que não irá, certamente, afetar as características essenciais do trabalho de Luís Sabóia: humildade, originalidade e qualidade. “As pessoas quando me procuram sabem que querem algo diferente. Sigo as regras base das cores, das proporções, mas com um toque de modernidade. As pessoas confiam no meu trabalho e não há
nada mais gratificante do que ter alguém a dizer que toda a decoração, do seu casamento por exemplo, fica ao meu critério”, afirma. Para lá do trabalho diário na loja e dos casamentos, que chegam a ser cinco por fim de semana, Luís Sabóia tem sido um dos embaixadores do Montijo, enquanto cidade capital da flor: “houve um reconhecimento e aposta no meu trabalho, tanto da câmara municipal como da marca Flores do Montijo, e tenho feito representações oficiais em feiras nacionais, assim como nos últimos dois anos a Festa da Flor no centro da nossa cidade. Têm sido projetos grandes e muito desafiantes”. São, sem dúvida, trabalhos que fogem aos cânones habituais, quase como uma espécie de alta costura em arranjos florais, que obriga a pesquisar, a experimentar, num processo criativo que leva a “uma construção de design que usa a flor, mas podia usar outro material qualquer”. Florista, artista plástico, floral designer, a designação pode mudar, mas por trás está o talento, criatividade e originalidade de Luís Sabóia. Nesta época tão especial, tudo isto pode também estar na sua casa, a dar um toque de cor com muitas flores à sua decoração de Natal.
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Especial
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MARIA PORTUGUEZZA
Natal com sabores de qualidade O
conceito é novo, mas o local é bem antigo. Em plena Rua Bulhão Pato, no Montijo, onde durante décadas funcionou a mercearia do Sr. João Maricato, hoje atrás do balcão estão Fátima Escada e Maria Teixeira. São elas as mentoras, a alma e quem dá vida à Maria Portuguezza. As prateleiras mantêm o aspeto de antigamente e os produtos são do melhor que se faz, atualmente, em Portugal. Há vinhos, compotas, conservas, enchidos, queijos, licores, chocolates, azeite e muitas mais tentações deliciosas para descobrir e saborear. Como em outros tempos se dizia, a Maria Portuguezza apresenta-se como uma mercearia fina, onde a qualidade dos produtos é o principal ingrediente. É exatamente essa qualidade que vão trazer para a mesa dos clientes neste Natal. Desde o melhor bacalhau que se vende no país, passando pelos chocolates belgas de marca portuguesa, o vinho do Porto ou os frutos secos, que continuam a ser do mesmo fornecedor de antigamente. Sempre a pensar em como surpreender e mimar os seus clientes, criaram um posto de correios na
loja para receber as cartas ao Pai Natal. No Dia de Reis farão um sorteio para entregar um prémio surpresa muito especial. Mas há mais ideias para este Natal! Não sabe o que oferecer a alguém especial ou procura um presente diferente e único? E que tal um cabaz de Natal? “Os clientes podem vir à loja, escolher os produtos e nós tratamos do resto. A Maria Portuguezza já começa a ser uma referência para prendas especiais”, afirmam. De portas abertas desde julho, o conceito desta mercearia fina assenta em algumas ideias chaves. A principal é a qualidade dos produtos portugueses, “que não existem nos supermercados, produtos quase artesanais que, muitas vezes, as pessoas vão de propósito a Lisboa para comprar quando existem, também, no Montijo. Temos também muitos produtos aqui da região”, explica Maria. Mais que uma mercearia fina ou uma loja de bairro, a Maria Portuguezza quer ser “uma segunda casa. Não queremos apenas que as pessoas comprem e vão embora. Queremos que entrem e fiquem, por isso temos salas mais reservadas onde
podem pedir um chá, um copo de vinho, algo para petiscar ou provar uma das nossas sopas e ficar como se estivessem na sua casa”. “Temos também feito eventos, assinalando datas específicas como foi o São Martinho. Fazemos provas de vinhos. Já fizemos um passeio de barco. Estamos a pensar fazer workshops em parceria com outras entidades. Procurámos fazer, pelo menos, um evento por mês”, acrescentam. Um negócio que é uma “paixão”, ao qual Maria e Fátima têm dedicado semanas, dias, horas das suas vidas a aprofundar conhecimentos, a viajar de Norte a Sul de Portugal para descobrir os melhores produtos e fornecedores, até porque é “muito importante saber aconselhar o cliente, explicar as histórias por trás dos produtos, saber como são feitos”. Seja para comprar o melhor bacalhau para a sua mesa de Consoada ou um presente único e especial, a Maria Portuguezza está de portas abertas para o receber neste Natal e durante todo o ano. Faça uma visita e descubra produtos e sabores de qualidade!
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EXPOSIÇÃO
A Arte dos Presépios J HELENA FERREIRA
Presépios feitos “Na Ponta dos Dedos” V
ariam em tamanho, alguns são em miniatura, outros em tamanho real e parece que o primeiro do mundo terá sido montado em argila por São Francisco de Assis, em 1223, na noite de Natal, em Greccio, Itália. Provavelmente já adivinhou que falamos de… presépios. Neste Montijo Hoje em espírito natalício, damos a conhecer os presépios únicos e originais que nascem pelas mãos de Helena Ferreira. São peças personalizadas, criadas com muito cuidado, dedicação e criatividade para que façam sorrir quem as recebe, até porque, como a própria afirma, cada peça é um carinho! Uma brincadeira transformou-se numa ocupação a tempo inteiro e, hoje, Helena ocupa o seu tempo a criar presépios, lembranças para batismo, comunhão, casamentos e outras peças de artesanato. “Morei no Brasil e lá as pessoas têm este hábito de fazer lembranças e comecei, por brincadeira, pelo nascimento do meu filho. Isto há 16 anos. Quando vim morar para Portugal, estou no Montijo há 13 anos, para estar ocupada, retomei e foi crescendo assim”, explica Helena. Todas as peças são realizadas em biscuit, num processo de produção “feito por partes. A massa é mole e seca ao ar, pelo que não dá para fazer uma peça inteira. Por gosto pessoal faço figuras minimalistas, de aspeto naif, com o qual mais me identifico. Agora, nesta época do Natal, por vezes, chego a trabalhar até de madrugada”, conta. São horas a trabalhar para a Ponta dos Dedos,
nome da sua página no Facebook, que deu um grande impulso ao negócio: “comecei a página em 2012 e nunca pensei que crescesse tanto. Tem estado a correr super bem, já tenho clientes fixos que todos os anos, por exemplo, compram presépios porque fazem coleção”. “Acaba por ser engraçado, porque devido ao Facebook, tanto vendo para pessoas que moram aqui no Montijo, como para todo o mundo. Já enviei peças para França, Suíça, para todo o lado em Portugal”, acrescenta Helena. Para lá das redes sociais, pode encontrar o artesanato de Helena Ferreira na Loja S. Pedro, nas galerias comerciais na Praça da República, no Montijo, assim como numa loja localizada em Fátima. Neste momento, a artesã trabalha só por encomenda o que lhe permite também fazer “peças personalizadas. Não existem duas iguais. Vou, também, criando novas figuras e modelos porque as pessoas gostam de novidades”. O preço dos presépios varia entre os 6 e os 20 euros e a originalidade salta imediatamente à vista: há presépios muito pequenos dentro de frasquinhos de vidro ou de latas de conserva e outros maiores assentes em madeira natural. Siga esta nossa sugestão de Natal: vá ao Facebook, entra na página Na Ponta dos Dedos, espreite, apaixone-se pela criatividade e originalidade das peças e encontre o presépio perfeito para oferecer a si próprio ou a quem gosta neste Natal.
á não há Natal no Montijo sem a exposição “A Arte dos Presépios”. Nesta décima primeira edição, as peças estão expostas no Posto de Turismo e no Mercado Municipal do Montijo, até 6 de janeiro. A exposição traduz-se numa mostra diversificada e variada de peças únicas e autênticas, representativas do artesanato português alusivo à temática do Presépio e da Natividade, nas quais sobressaem a criatividade e a originalidade, sem esquecer a tradição. Conta com a participação de diversos artesãos oriundos, maioritariamente, da Região do Minho e da Área Metropolitana de Lisboa. E porque quando falamos de Natal associamos a tradição, aproveite para visitar a exposição e fazer as suas compras no Mercado Municipal.
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Especial
N ATA L
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CÁRITAS atalaia
O verdadeiro significado do Natal N
atal para muitos significa prendas, ruas iluminadas, decorar a árvore de Natal, comer azevias e bolo rei. Contando-se, como certo, que no dia 24 de dezembro, em família, a mesa estará farta com iguarias e bacalhau com todos. Certo está, também, o peru e o cabrito no dia de Natal. E se, de repente, este ano fosse diferente? Se em vez do 13.º mês recebesse uma carta de despedimento? Se, em vez, de receber o ansiado presente, lhe dessem a pior notícia? Uma doença inesperada ou a perda de um pilar na sua vida? Nestes casos o que significaria para si o Natal? Qual o seria o verdadeiro sentido?
sinto bem a ajudar e não me interessa que sejam precisas uma ou oito horas. Venho o tempo que for preciso.” “Fui mãe quando tinha apenas 19 anos. O pai do meu filho tinha a mesma idade. Quando o meu Ricardo fez cinco anos resolvi pedir ajuda e venho à Cáritas desde então. Foi e é uma grande ajuda”, conta a voluntária Patrícia Carvalho, cuja família, entretanto cresceu e tem mais dois filhos. “É importante ajudar o próximo para sermos ajudados também”, afirma com toda a simplicidade, gesticulando o que escrito seria: “não é? É óbvio!”.
O Montijo Hoje foi procurar respostas. Os testemunhos que se seguem são de voluntárias da Cáritas Paroquial Nossa Senhora da Atalaia, em ex aequo, são elementos dessas famílias que, por variadíssimas razões, se viram, de um momento para o outro, sem estabilidade financeira, emocional, sem outra opção de sobrevivência senão ter a humilde atitude de pedir ajuda. As mesmas pessoas têm um entendimento diferente do Natal. Elas dão e recebem amor. Catrimita Rebega, na Roménia, não festejava o Natal da mesma forma. “Na minha terra festejamse os dias 25, 26 e 27. Vamos à Igreja, dançamos, comemos e bebemos. Aqui o mais importante é estar com os meus”. Veio para Portugal há 14 anos e mesmo passado estes anos fica envergonhada com o seu português, mas nem isso foi motivo de impedimento para ser voluntária na casa que lhe abriu as portas. “Somos uma família de sete lá em casa, mas eu venho para aqui porque todos são muitos bons para mim e para os meus. É assim que me
Teresa Gonçalves é o elemento mais antiga da família Cáritas. A sua voz fica trémula quando se invoca o nome da Cáritas da Atalaia: “somos uma família. Para mim aqui é a minha casa. A vida tem sido difícil. Por muito tempo não tive o meu marido comigo e tenho quatro filhos com 19, 16, 10 e 7 anos. Aqui dão-me tudo. Comida, roupa, carinho e amor. Estou sempre pronta para ajudar”, diz Teresa que este ano tem de volta a companhia do seu marido e por isso não tem dúvida que o Natal vai ser melhor. Irene Silva está desempregada e conta com a ajuda da casa que conhece desde há 13 anos. “A Cáritas para mim significa repartir. Dar e receber. Venho quando for preciso. Porque quando damos podemos ver o sorriso de felicidade, em especial o de uma criança, a sair daqui de bolsos cheios. É uma satisfação. Tenho pena que o espírito natalício, de se estar de espírito aberto para doar, seja apenas nesta época porque as pessoas têm carências todos os dias do ano”,
afirma Irene, alertando que “há pessoas com fome e não estão só nas ruas. Há uma “pobreza” envergonhada: famílias que não aparentam dificuldade, mas, na verdade, as crianças vão para a escola sem comer. Porque têm um teto e não têm quaisquer apoios. É preciso que o Estado assuma esta realidade. Felizmente, aqui, a porta está aberta para quem precisa.” “Servir os outros é um dom que Deus me deu”, responde Maria Gabriela Jorge, que há 14 anos fundou o núcleo da Cáritas na Atalaia. Quando a questionamos o por quê da sua imensa dedicação aponta para a imagem de São João de Deus na parede: “este era quando São João de Deus era novo e levava os pobres ao colo. Tirava-os da rua e dava-lhes de comida. Na Loja Social tenho outro, quando São João de Deus já era velho e leva a bíblia e uma cruz e ia pedir. Chamavam-o de louco. Porque perante os olhos dos que não compreendem o que servir os outros faz feliz, somos loucos.” Foi precisamente com os Irmãos de São João de Deus que Gabriela Jorge cresceu, pois, os seus pais moravam mesmo ao lado: “dizem que eu tenho mau feitio e que me é difícil dizer que não. Se algo não está bem, digo. E peço. Temos que pedir porque nada cai aqui por obra e graça. Se as pessoas não dão, nós não podemos dar.” Nesta quadra, como sempre, Maria Gabriela tem os cabazes de Natal organizados, contando com as contribuições habituais das autarquias do Montijo e de Alcochete. Tudo metodicamente organizado e documentado: “temos ajudas todo o ano. Mas não chega. Temos que pedir e provar para o que é o que dão e para onde vai. Por exemplo o E. Leclerc dá-nos imenso e fiz questão que viessem cá ver como tudo está organizado e como funciona. Também contamos com apoios de outros comerciantes e da União de Freguesias da Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, especialmente, no transporte.” “Procuro ser o mais justa possível. Porque isto é a minha vida. Se me tirassem isto tiravam-me tudo”, confessa Maria Gabriela. A cada tonelada de papel a Cáritas recebe, por acordo com o Banco Alimentar, 70€ de alimentos. Por cada tonelada de roupa para reciclar (que já não está condições de ser utilizada), a Cáritas Diocese, que tem um acordo com uma empresa internacional, dá 70€, que ficam para o núcleo da Atalaia. Há muitas formas de ajudar, estas são apenas duas. A partir deste Natal, e não só nesta data, recorde-se: preocuparmo-nos com os outros é o melhor presente e, como diz a Maria Gabriela,: “o Natal é quando o homem quiser. Às vezes uma palavra basta para sabermos que não estamos sós.”.
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destaque
Natal com Arte O
Pai Natal já esteve pelo Montijo, encantou miúdos e graúdos e deixou de oferta um Natal com muita animação infantil, concertos, Mercado de Natal e muito mais para viver neste nosso Natal com Arte. Enquanto os mais pequenos pedem os seus desejos na Casinha do Pai Natal, brincam na Oficina dos Brinquedos, na Quinta dos Animais ou na Casa dos Duendes, aproveite para fazer as suas compras no Mercado de Natal, que vai estar na Praça da República, até 22 de dezembro. Este ano, junto à Igreja Matriz do Divino Espírito Santo pode apreciar um Presépio de grandes dimensões, e no Mercado Municipal e no Posto de Turismo visite a 11.ª edição da exposição “A Arte dos Presépios”. No dia 21 de dezembro, pelas 10h00, na tenda instalada na Praça da República, a animação infantil vai contar com a Anau a Rufar e com o teatro “O Pai Natal e o Duende”, que se vão envolver numa série de aventuras onde mostram a sua honra e caráter. No dia seguinte, 22 de dezembro, a partir das 10h00, traga os mais pequenos para Brincar na Praça e experimentar alguns brinquedos antigos como carros de pedais, triciclos e cavalos de baloiço. Às 11h00 e às 15h00, o Pai Natal Orquestra traz-nos uma viagem musical, tocando em simultâneo 14 instrumentos que carrega às suas costas, com a Rena Renata como bailarina, num espetáculo surpreendente e divertido. Ainda no dia 22 de dezembro, a Escola de Artes Sinfonias & Eventos oferece apontamentos de dança e música, a partir das 15h30, com o Grupo Musical Contratempo e o Grupo de Hip
Hop United Dance Crew. Também neste dia, entre as 15h00 e as 17h00, a Comissão da Baixa Montijo vai estar a promover diversas atividades. Não esqueça, também, que voltamos a celebrar a passagem de ano com espetáculos musicais na Praça da República, entrando em 2020 com um magnifico fogo de artificio na Frente Ribeirinha do Montijo. Todos os eventos são de entrada livre. Junte-se a nós e celebre um Natal com Arte! Horários: Mercado de Natal 2.ª a 6.ª feira – 10h00-20h00 Sábado e domingo – 10h00-22h00 Casinha do Pai Natal 2.ª a 6.ª feira – 10h00-13h00 e 14h00-17h00 Sábado e domingo – 10h00-22h00
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Especial
N ATA L
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ASSOCIATIVISMO NATAL COM ARTE
Uma Igreja, Um Concerto O Natal com Arte no Montijo leva também a música às diversas freguesias do concelho, através do ciclo de concertos “Uma Igreja, Um Concerto”. 21 dezembro / sábado / 15h30 Igreja Santo Isidro de Pegões Cantar o Natal Mergulhamos no ambiente das festas natalícias através das canções de Natal. Noite feliz ou Ave Maria são apenas alguns exemplos desta atmosfera mágica. Interpretação: Rita Marques, Diogo Oliveira, Valter Passarinho e Yan Mikirtumov
22 dezembro / domingo / 15h30 Igreja Nossa Senhora da Oliveira, Canha Grupo Coral do Montijo Nesta época festiva, a harmonia da música e o brilho das palavras compõem a mensagem que encerra o verdadeiro espírito de Natal, e que será transmitida por canções de diferentes países, traduzindo-se por Paz, Amor e Solidariedade. Direção: Maestro José Balegas
22 dezembro / domingo / 16h00 Igreja Matriz do Montijo Coro Polifónico e Orquestra de Sopros da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro E porque o Natal é também tempo de partilha e de amizades, neste espetáculo convidamos o público a fazer uma viagem por temas populares e outros mais clássicos, com harmonizações para Coro e Orquestra de sopros. Direção: Maestro Rui Fonseca e Costa
28 dezembro / domingo / 15h30 Igreja Nossa Senhora da Atalaia Angélicus Duo Música é a linguagem dos anjos... A voz entrelaçase suavemente no delicado som da Harpa, resultando numa junção harmoniosa de timbres, num concerto angelical com repertório instrumental e litúrgico de Vivaldi, Händel, Mozart e Schubert, entre outros compositores clássicos. Interpretação: Filipa Lopes e Emanuela Nicoli. Direção: Maestro João Branco
1.º Dezembro comemora 165 anos “T
ão pequena nasceu, mas depressa cresceu, tão grande se fez, quem diria!”. A frase integra a letra do hino da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro e faz todo o sentido recordá-la na passagem dos seus 165 anos, que foram assinalados em sessão solene realizada no dia 1 de dezembro, na sede da coletividade. Joaquim Baliza, presidente da direção da 1.º de Dezembro, recordou exatamente o sonho de “criar uma banda filarmónica”, que
esteve na origem da coletividade, que foi crescendo ao longo dos anos, mostrando ainda hoje um grande dinamismo, tanto na área da música como noutras artes performativas, como a dança. Ao longo dos discursos oficiais, a importância e o prestígio da Banda Filarmónica da 1.º de Dezembro foram enaltecidos por todos os intervenientes, como foi o caso da presidente da Assembleia Municipal do Montijo, Catarina Marcelino, que classificou a associação como “uma das mais importantes casas da cultura do Montijo”. Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, afirmou o “papel insubstituível que a 1.º de Dezembro tem desempenhado na formação artística dos nossos jovens, funcionando como um verdadeiro conservatório do povo”. O autarca relembrou, ainda, o apoio que a câmara tem concedido ao movimento associativo, garantindo que “a defesa da cultura e do que é ser do Montijo é o bem maior que a câmara pode defender, assegurando a promoção dos valores coletivos da nossa terra”. Como habitualmente, o evento serviu para distinguir os associados com 25 e 50 anos de casa. Ao longo de todo o mês de dezembro, a Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro está a festejar o seu aniversário com um vasto conjunto de atividades.
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DESPORTO
Canha foi capital do BTT Este ano foram seis centenas de atletas a confirmar que a Maratona BTT Canha é uma das maiores e melhores do país. Apesar do terreno difícil, no passado dia 1 de dezembro, os trilhos desta vila do concelho do Montijo comprovaram ser do agrado dos amantes deste desporto. Depois de uma semana meteorologicamente instável, com períodos de muita chuva, era de esperar um piso pesado e difícil e foi isso, exatamente, que aconteceu. O estado do tempo obrigou a suspender uma pequena parte do percurso que seria a travessia a vau da Ribeira de Canha. Contas feitas, no final, Gonçalo Macedo da Racing Bikes foi o vencedor da maratona de 57 quilómetros, com um tempo abaixo das duas horas. A mini maratona, com 37 quilómetros, foi vencida por Fábio Silva da Nutrimania. Na classificação geral feminina, Liliane Jesus do Clube BTT Seia venceu a maratona e Malvina Gomes da Escola de Triatlo de Palmela ganhou a mini maratona. Em prova estiveram, também, alguns notáveis como foi o caso do ciclista profissional do pelotão internacional, Rúben Guerreiro, jovem natural do Montijo, e aquele que foi um dos mais renomados ciclistas nacionais, vencedor da volta a Portugal em bicicleta por quatro vezes, Marco Chagas. Esta foi uma edição difícil em termos de terreno, no entanto os atletas mostraram satisfação pela forma como correu a prova, que voltou a ter como base o quartel dos Bombeiros Voluntários de Canha, entidade que acompanhou e mantevese alerta, não se registando nenhum acidente grave. Pela décima quinta vez, Canha voltou a demonstrar que é uma das capitais do BTT nacional. Foi um dia de grande turismo de natureza que deixou os atletas na expectativa do próximo ano. A décima sexta-edição da Maratona BTT Canha está já marcada para 6 de dezembro 2020.
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EDUCAÇÃO
Município implementa orçamento participativo das Escolas T
odas as crianças dos 3 aos 10 anos, que frequentam os estabelecimentos de ensino pré-escolar e 1.º ciclo, terão oportunidade de transmitir as suas ideias no Orçamento Participativo das Escolas do Município do Montijo (OPEMM) 2019/2020. A iniciativa começa já este ano letivo, mas terá continuidade, em cada ano letivo, em todos os estabelecimentos de ensino pré-escolares e do 1.º ciclo do ensino básico do concelho, uma vez que estes abrangem o leque de competências da autarquia e que os outros graus de ensino já têm orçamento participativo por parte do Ministério da educação. O desenvolvimento e apresentação das propostas realizadas pelas crianças terá lugar até ao dia 14 de fevereiro. Depois de um período de divulgação e debate durante dez dias, as mesmas, serão votadas a 12 de março do próximo ano. O OPEMM constitui-se como mais um contributo da câmara municipal para apoiar as escolas do município no desenvolvimento e implementação das suas estratégias de educação para a cidadania.
EDUCAÇÃO
Câmara e junta visitam escolas no Montijo e Afonsoeiro O
s executivos da Câmara Municipal do Montijo e da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro realizaram um conjunto de visitas às escolas básicas do 1.º ciclo e pré-escolares públicos, procurando aprofundar a proximidade com a comunidade educativa e apurar as principais intervenções necessárias em cada estabelecimento de ensino. Este périplo iniciou no dia 5 de novembro, na EB Liberdade, EB Areias e EB Integrada do Esteval, onde as coordenadoras das escolas solicitaram algumas pequenas intervenções no espaço escolar. Salienta-se que a EB Liberdade será alvo de obras de ampliação a curto prazo e que na EB Esteval, na pausa letiva do verão, será realizada uma empreitada de trabalhos diversos, na ordem dos 73 mil euros. Estas visitas prosseguiram, no dia 6 de novembro, na EB Rosa dos Ventos, na EB Afonsoeiro e na
EB Joaquim de Almeida. Nesta última foi possível verificar, in loco, as obras em curso de requalificação do estabelecimento de ensino, que estarão terminadas no final do ano. Na EB Afonsoeiro, o presidente da câmara deu conhecimento da obra de requalificação que será executada, previsivelmente, no início do verão de 2020. Trata-se de uma intervenção profunda que vai dotar o estabelecimento de três salas de pré-escolar, biblioteca, sala polivalente, conferir melhores condições ao edifício de Plano Centenário e reformular o espaço exterior, com um novo polidesportivo e com arranjos exteriores. Este conjunto de visitas terminou no dia 11 de novembro, com as deslocações à EB Ary dos Santos, EB Caneira e EB Luís de Camões, onde também foram solicitadas pequenas reparações e outras intervenções mais onerosas.
CONTRATO REPSOL
Afonsoeiro vai ter campo sintético e bombeiros novas ambulâncias A Câmara Municipal do Montijo e a Repsol firmaram a alteração ao contrato de arrendamento referente ao posto de abastecimento de combustível localizado na Avenida de Olivença, em cerimónia realizada no dia 5 de dezembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Esta alteração contratual vai possibilitar o arrelvamento sintético do campo municipal do Afonsoeiro, num investimento no valor de 202 748,25 euros mais Iva, e a aquisição de duas
ambulâncias de transporte de doentes para os bombeiros do concelho, no valor de 74 mil euros. “Fazemos este acordo de forma aberta, transparente e na salvaguarda do interesse público. É um documento que é benéfico para o Montijo. Para lá de um aumento no valor da renda, permite melhorar as condições do campo do Afonsoeiro usado pelo Estrela Futebol Clube Afonsoeirense e capacitar o socorro às populações, com mais
duas ambulâncias para os bombeiros do concelho”, disse o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta. Da parte da Repsol, Armando Oliveira, administrador delegado da empresa, salientou que o novo contrato “resulta do esforço de todos os intervenientes”, referindo igualmente o papel do presidente da câmara ao indicar os investimentos prioritários que ficaram incluídos na renegociação do contrato.
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COMÉRCIO LOCAL
Baixa mostra tendências de moda A
Comissão da Baixa do Montijo promoveu, no passado dia 9 de novembro, na Quinta do Páteo D’ Água, um desfile de moda para mostras as tendências Outono-Inverno, que pode ver nas lojas da baixa da cidade. O São Pedro pregou uma partida à Comissão da Baixa do Montijo, mas que foi resolvida com a transferência do desfile para a Ermida de Sto. António. A apresentação de Sandrina Francisco, especialista em moda, foi uma verdadeira lição sobre a história da moda, revelando as origens das atuais tendências. As sete lojas participantes deslumbraram através dos seus maravilhosos modelos, num evento de sucesso que foi bem visível junto do público presente. O desfile contou com a participação das lojas do comércio local Lady Malagueta, BStyles, Casa Garcia, PetitCherie, Cantinho da João, Mister KIM, Silalex, Loja Bambil e teve o apoio da Câmara Municipal do Montijo.
AÇÃO SOCIAL
Concurso Literário Sénior A
Câmara Municipal do Montijo está a promover a 1.ª Edição do Concurso Literário Montijo Sénior, com o objetivo de divulgar e valorizar autores seniores locais e, simultaneamente, incentivar a criatividade literária e o gosto pela escrita, atividades essenciais na formação individual e coletiva dos cidadãos. Podem concorrer todos os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos de idade, residentes ou naturais do concelho do Montijo. O concurso abrange as modalidades de poesia e ficção narrativa. Serão aceites trabalhos, com data de expedição constante no carimbo dos CTT, até ao dia 21 de março de 2020. Os resultados serão conhecidos em data a fixar posteriormente pela Câmara Municipal do Montijo.
ASSOCIATIVISMO
Dez anos de ANAU A Associação Náutica Montijense – ANAU comemorou dez anos de vida, no passado dia 30 de novembro, na sede da coletividade, junto à Frente Ribeirinha do Montijo. O evento começou com o grupo ANAU a Rufar, na sua formação original de grupo de percussão, mas também numa nova modalidade, como banda de música, surpreendendo, assim, todos aqueles que assistiram ao momento. O presidente da direção da ANAU, Luís Vaz Anjos, agradeceu o apoio das entidades oficiais e, sobretudo, aos que “têm estado com a ANAU, porque é cada
vez mais complicado existirem pessoas com disponibilidade para o movimento associativo, mas apesar das dificuldades temos conseguido manter de pé a nossa associação”. Em representação da Câmara Municipal do Montijo esteve a vice-presidente, Maria Clara Silva, que enalteceu “ o trabalho extremamente importante que a ANAU faz com os jovens”, salientando que a câmara tem estado ao lado das associações do concelho, exemplificando com o apoio concedido à ANAU para a reformulação dos balneários, obra que se encontra em curso.
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SAÚDE
AÇÃO SOCIAL
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C
CHBM celebra dez anos Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (CHBM) assinalou, no dia 5 de novembro, dez anos de existência com um momento simbólico nas instalações da Unidade de Cirurgia de Ambulatório do Hospital do Montijo. Na parte da manhã, no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, decorreu a sessão comemorativa com a presença da Ministra da Saúde, Marta Temido. Pedro Lopes, presidente do Conselho de Administração do CHBM, agradeceu o trabalho de “todos na nobre tarefa de prestar cuidados de saúde à população”, salientando que as interações entre os diferentes agentes “são cada vez mais importantes, desde os cuidados primários às parcerias com as entidades privadas e públicas, como as câmaras”. Revelou, ainda, que o CHBM está a
desenvolver o processo de certificação da Unidade de Cirurgia de Ambulatório: “é esta competência que queremos continuar a oferecer aos utentes”, disse. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, associou-se a este momento e afirmou ter “valido a pena estes dez anos. Vale a pena investir no Serviço Nacional de Saúde e na dignificação dos profissionais de saúde. Olhamos para a saúde como um elemento fundamental e, por isso, da nossa parte, estaremos sempre disponíveis para trabalhar convosco”. O CHBM foi criado a 1 de novembro de 2009, através do Decreto-lei n.º 280/2009, e integra o Hospital de Nossa Senhora do Rosário e o Hospital Distrital do Montijo.
União Mutualista requalifica Casa da Criança om o apoio da Câmara Municipal do Montijo, a União Mutualista Nossa Senhora da Conceição requalificou o espaço de recreio do Jardim Infantil Casa da Criança, localizado no Montijo. A convite da direção da instituição, o presidente da câmara, Nuno Canta, esteve de visita ao local, no dia 12 de novembro. Acompanhado pelas vereadoras Clara Silva e Sara Ferreira e pelo presidente da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, Fernando Caria, o presidente da câmara viu, in loco, as obras realizadas e os novos brinquedos infantis, num investimento total na ordem dos 50 mil euros, que contou com um apoio financeiro municipal de 28 mil euros. O presidente da direção da União Mutualista Nossa Senhora da Conceição, Pedro Santos,
fez questão de agradecer o contributo da câmara para uma obra “que esta casa precisava há muito tempo”, afirmando que “nunca deixaram de ser uma referência a nível pedagógico, mas que as instalações precisavam de uma intervenção para conseguirmos recuperar a competitividade”. Nuno Canta enalteceu o papel social protagonizado, há largos anos, pela União Mutualista e pela Casa da Criança: “tal como nos preocupamos com a escola pública, também nos preocupamos com as nossas instituições. A União Mutualista é uma instituição particular de solidariedade social muito importante para o apoio social e no emprego da nossa cidade. Não fizemos nada demais, simplesmente apoiamos aqueles que também estão sempre dispostos a apoiar os nossos cidadãos e ao serviço do Montijo”, disse.
Prémio
Município do Montijo galardoado pela 9.ª vez A
Câmara Municipal do Montijo foi distinguida pela nona vez consecutiva como Autarquia + Familiarmente Responsável pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis. Em 2019, em 141 concorrentes, foram distinguidas 76 autarquias, sendo que apenas os municípios de Montijo e Palmela receberam esta distinção no distrito de Setúbal. Desde 2012, a autarquia tem-se destacado com a
obtenção da bandeira como símbolo de compromisso das melhores práticas adotadas. A atual distinção vem reafirmar o trabalho de mérito das políticas públicas desenvolvidas pela Câmara Municipal do Montijo em prol dos cidadãos do concelho. A cerimónia da entrega da distinção decorreu no dia 27 de novembro, em Coimbra, sendo o município representado pela chefe de Divisão de Desenvolvimento Social e Promoção da Saúde.
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FREGUESIAS
Pegões assinala 6.º aniversário União das Freguesias de Pegões celebrou A o seu sexto aniversário, no passado dia 23 de novembro, no polo da junta em Santo
FREGUESIAS
Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia com novo trator A
Câmara Municipal do Montijo adquiriu um novo trator que foi entregue, no passado dia 26 de novembro, à Junta de Freguesia da União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia. O equipamento, no valor de 88 mil 929 euros, vai permitir à junta executar, com mais qualidade, tarefas como a limpeza de bermas e o arranjo de caminhos rurais, entre outras.
Numa lógica de dotar as juntas de freguesia de meios adequados para as tarefas de maior proximidade que desempenham em prol das populações, a câmara está a adquirir este tipo de equipamentos, tendo já sido entregues veículos semelhantes à Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes e a Junta de Freguesia de Canha.
Rede Social
Apresentado diagnóstico e plano social N
o dia 3 de dezembro teve lugar a apresentação do Diagnóstico Social do Montijo e do Plano de Desenvolvimento Social e de Saúde (PDSS) da Rede Social do Montijo para o biénio 20202022, no auditório da Quinta do Saldanha. O evento contou com as intervenções do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, do vereador do pelouro da ação social, Ricardo Bernardes, e da diretora do Centro Distrital de Segurança Social, Natividade Coelho. A apresentação do plano esteve a cargo de Rui Godinho, investigador do
Isidro de Pegões, com uma sessão solene que contou com a apresentação do livro “A Colónia Agrícola de Pegões” e com a homenagem aos voluntários da freguesia. Antes destes momentos, houve lugar aos discursos oficiais com o presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Pegões, António Miguens, a salientar a importância histórica do Colonato de Pegões, apelando ao presidente da câmara para “que a revisão do Plano Diretor Municipal não permita a descaracterização deste património” e solicitando, também, algumas obras estruturantes para a freguesia como o Centro Escolar de Pegões. Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, assegurou que a autarquia está sempre disponível para “encontrar, em conjunto com os autarcas e a população, soluções para aumentar a qualidade de vida. Nesta lógica, tem sido por isso essencial descentralizar meios e recursos para as freguesias e vamos continuar a fazê-lo, por exemplo, com a criação dos Espaços
IESE - Instituto de Estudos Sociais e Económicos. O Diagnóstico Social do Montijo resulta da monitorização e avaliação da realidade social do todo o concelho e servirá, também, para fundamentar candidaturas a programas de financiamento nas áreas e domínios identificados como prioritários. Por sua vez, o Plano de Desenvolvimento Social e de Saúde resulta da atualização do Diagnóstico Social, tendo como primordial objetivo desenvolver processos de concertação à escala concelhia, reforçando os mecanismos de articulação da Rede Social.
do Cidadão. Assumimos que só assim as autarquias podem responder em proximidade, em diálogo com as pessoas e a favor das pessoas”. Como referido, o evento contou com a apresentação do livro “A Colónia Agrícola de Pegões” de Sara Pereira, professora de história do ensino básico e secundário. A obra é a sua tese de mestrado e, como a própria afirmou, pretende ser “um contributo para contar o que se passou no Colonato de Pegões, onde um conjunto de pessoas, que vieram de todo o país, fizeram uma obra fantástica. Gostava, também, que fosse um contributo para que este local nunca perca a sua identidade”. Para lá da apresentação do livro, o 6.º aniversário da União das Freguesias de Pegões contou com a homenagem às voluntárias e voluntário que diariamente colaboram com a junta e com a inauguração da exposição de pintura do artista local Armando Padillha, mostra que está patente na sede da Junta da União das Freguesias de Pegões.
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MOBILIDADE
Ciclovia Montijo-Pinhal Novo em andamento E
stão em curso as obras de construção da ciclovia que ligará o Montijo ao concelho de Palmela, nomeadamente à localidade do Pinhal Novo, encontrando-se a ser executada a desmatação do terreno e a abertura de caixa para construção do pavimento da ciclovia. Trata-se de uma intervenção de alcance intermunicipal que promove a mobilidade sustentável através do fomento do uso diário da bicicleta e permite unir o centro urbano à entrada principal da cidade do
Montijo, ligando as freguesias intermediárias, Sarilhos Grandes e Alto-Estanqueiro Jardia ao Pinhal Novo (concelho de Palmela). Denominado de “Montijo Ciclável e a Reconversão da Linha de Caminho-de-ferro”, a empreitada de construção de uma nova ciclovia, na antiga linha de caminho de ferro, tem um valor de 726 289,89 euros, com financiamento FEDER (50 por cento) de 363 144,95 euros. Prevê-se a sua conclusão durante o mês de março de 2020.
SMAS montijo
Ampliação da rede de abastecimento de água O
s Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo executaram uma obra de ampliação da rede de abastecimento de água, junto à Circular Externa, entre a Rotunda da Estrada Nacional 4 e a Rua da Atalaia. A obra permite melhorar o abastecimento a uma parte da zona “alta” do Alto das Vinhas Grandes, assegurando a fiabilidade do sistema de abastecimento (com redundância), interligando os polos de captação, armazenamento e distribuição de água do (Corte das Cheias, Atalaia, PauQueimado). Esta intervenção, num valor superior a 42 mil euros, possibilita um maior equilíbrio na distribuição de água, permitindo fazer face a eventuais avarias, dispondo-se sempre de alternativas de abastecimento
Espaço Oposição
BE
Ficha escolares gratuitas O Ensino não é um custo. O Ensino é um investimento nas crianças e adolescentes, no nosso país. Só com gerações mais preparadas e com melhores capacidades académicas é que se desenvolve e contribui para o crescimento sustentável da sociedade. O Bloco de Esquerda defende o apoio às famílias com filhos nas escolas do nosso concelho. Para tal propôs em reunião na CM Montijo, no âmbito do estatuto da oposição, para que a CM Montijo passe a suportar os custos das fichas escolares aos alunos do concelho do Montijo. A gratuitidade dos livros escolares para os alunos da escola pública ate ao 12.º ano foi uma excelente medida implementada no tempo da “geringonça”, faltavam as fichas escolares.
O Bloco de Esquerda no Montijo vê assim ser aprovada pelo atual executivo na CM Montijo uma excelente proposta de justiça social e de apoio às famílias que têm filhos nas escolas do concelho. Proposta do Bloco de Esquerda a iniciar no ano escolar 2020/2021: “Propomos que a CM Montijo suporte os custos das fichas escolares, para o 1.º 2.º e 3.º ciclo de ensino de todos os alunos que frequentem as escolas públicas no concelho de Montijo e que essa medida entre em vigor no próximo ano escolar 2020-2021.” Na reunião da Ass. Municipal do dia 25 de novembro de 2019 esta nossa proposta foi aceite, sendo que no início de 2020 será orçamentada para que no ano esco-
lar 2020/2021 esta justa medida seja implementada. Propostas deste tipo permitem que exista mais justiça social e que nenhum aluno por carência económicas seja impedidas de aceder de igual forma aos manuais e fichas escolares que são decisivos para o sucesso escolar. Os habitantes do Montijo poderão contar sempre com o Bloco de Esquerda para a igualdade de oportunidades e para a justiça social/educacional. Ricardo Caçoila Bloco Esquerda Montijo
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SMAS MONTIJO
Orçamento superior a 6 milhões de euros O
s Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo (SMAS Montijo) vão contar com um orçamento de 6 206 480,00 euros para o ano de 2020. Os documentos previsionais foram aprovados na reunião de câmara de 30 de outubro, com os votos a favor do PS, a abstenção do PSD e o voto contra da CDU. São mais 164 345 mil euros face ao orçamento inicial de 2019, procurando garantir a continuidade da qualidade nos serviços públicos de abastecimento de água e de saneamento. Do lado da despesa, entre os números mais relevantes destaca-se o encargo assumido com a Simarsul associado ao contrato de recolha de efluentes, que continua a condicionar os investimentos dos SMAS Montijo, pois representa 41,35 por cento da despesa corrente, o que equivale a 1 980 000,00 euros. Já na despesa de capital, isto é, nos investimentos previstos para 2020, os SMAS Montijo preveem uma dotação de 426 100,00 euros para fazer face ao reforço dos atuais sistemas, evidenciando-se as obras da nova conduta adutora do Furo da Santa ao reservatório R3 da Atalaia; a recuperação profunda do reservatório R1; e, na área do sistema de saneamento, a continuidade das remodelações das galerias unitárias do Bairro Serrano.
Obras
Arranjos exteriores Praça 5 de Outubro stá praticamente finalizada a requalificação da Praça 5 de Outubro, localizada junto à E Igreja Matriz, numa empreitada no valor de 48
mil 871 euros. A Praça 5 de Outubro situa-se na zona nobre da cidade do Montijo, encontrando-se já no local o Monumento de Homenagem aos Combatentes
Investimento
Autarquia realiza obra de acessibilidade aos Paços do Concelho edifício dos Paços do Concelho do Município peciais, ou seja, pessoas que se confrontam com O do Montijo está a sofrer obras que permitem barreiras ambientais, impeditivas de uma particia promoção da acessibilidade aos cidadãos com mopação cívica ativa e integral, resultantes de fatobilidade condicionada. Está a ser executada uma rampa de acesso na porta virada para a Praça Gomes Freire de Andrade e será instalado um elevador para acesso ao piso superior do edifício. O investimento permite assim garantir e assegurar os direitos das pessoas com necessidades es-
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res permanentes ou temporários, de deficiências de ordem intelectual, emocional, sensorial, física ou comunicacional. A obra, previsivelmente, estará concluída no início do próximo ano e tem um custo na ordem dos 150 mil euros.
da 1.ª Grande Guerra, pelo que é espaço revestido de grande simbolismo. A intervenção em curso implica a remoção e substituição de calçada e lancis no perímetro exterior da Praça, incluindo a aplicação de elementos em cantaria de lioz, a execução de um pavimento drenante e a introdução de luminárias adequadas ao local.