Artur Bual Legado artístico no Concelho do Montijo Págs. 7-10 outubro
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Câmara investe na Escola Pública O panorama positivo da Escola Pública no Montijo, resulta diretamente do investimento municipal na escola, feito de forma consciente, para construir uma Escola Pública com melhores condições de funcionamento, criando assim um ambiente escolar orientado para o sucesso educativo. Pág. 3
Sarilhos Grandes | Joaquim Batalha Autarcas da freguesia abdicaram das senhas de presença para financiar atividade Pág. 2
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Joaquim Batalha, presidente da Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes
Autarcas da freguesia abdicaram das senhas de presença para financiar atividade Como uma das freguesias do distrito de Setúbal com o orçamento mais baixo (115 mil euros), o presidente da Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes faz das tripas coração para cumprir os compromissos eleitorais assumidos com os sarilhenses. Em termos de gestão autárquica, Joaquim Batalha admite ter encontrado a freguesia sem os meios e equipamentos necessários para cumprir as suas atribuições e competências, por efeito da falta de um acordo de execução imposto pela CMM. O peso desta realidade obrigou mesmo os eleitos do executivo da junta a abdicarem de receber as compensações para encargos que por lei têm direito (cerca de oito mil euros/ano) para financiar a atividade da autarquia. Com espírito de militância e de serviço público o autarca “remou contra a maré” para colmatar algumas carências nos meios à disposição da junta. Assim, de forma autónoma, “o executivo da junta assumiu a compra de uma carrinha de 3500 Kg para fazer a recolha do lixo, em janeiro de 2015. Até então, essa tarefa era feita pelos fun-
cionários da junta com o recurso a um carrinho de mão”. Após uma longa batalha institucional com intervenções na câmara, na assembleia municipal e o protesto dos fregueses “conseguimos que o presidente da câmara municipal cedesse ao pedido da junta no sentido de disponibilizar um trator com reboque para possibilitar a prestação de um serviço mais eficaz e eficiente da junta de freguesia”, refere o autarca. Todavia, o edil considera pouco lisonjeiro para a câmara do Montijo a entrega do trator sem ser acompanhada da assinatura de um protocolo conjunto de cedência do equipamento, nem da preocupação de saber, atempadamente, se a junta de freguesia dispunha, ou não, de um moto-
rista de pesados para conduzir a respetiva viatura. Confrontado sobre a situação financeira da autarquia de que é presidente, Joaquim Batalha orgulha-se de uma gestão rigorosa, que permitiu reduzir, até agora, grande parte da dívida acumulada e garantir que a mesma ficará totalmente regularizada até ao final do mandato. Do que da junta depende em termos de atribuições e competências, Joaquim Batalha não tem dúvidas em garantir que a junta faz a manutenção dos espaços verdes nos sítios onde a câmara não intervém, apoia as escolas, o movimento associativo, as festas da freguesia e o banco alimentar, entre outras. Não obstante contar com um orçamento
muito próximo do cumprimento da gestão corrente e sem grande margem para grandes investimentos, Joaquim Batalha não desarma e, dentro dos condicionalismos existentes, pretende intervir na parte da sinalização, dos espelhos refletores e no apoio à escola e jardim de infância da freguesia mesmo em áreas que não são da competência da junta. Todavia, exige da câmara municipal “a construção de um polidesportivo junto à coletividade da Lançada; o arranjo do polidesportivo junto ao mercado, a requalificação da zona verde junto ao Bairro Novo; a criação de um espaço de lazer junto aos lavadouros (com parque de merenda, parque infantil, ginástica geriátrica), bem como o alcatroamento de várias vias da freguesia, como é o caso do Bairro do Marreco”. Junto do ACES Arco Ribeirinho (Agrupamentos dos Centros de Saúde) o autarca vai reivindicar a extensão do Centro de Saúde para a Freguesia de Sarilhos Grandes, uma aspiração justa e legítima da população local.
A maior zona ribeirinha do concelho Com a maior zona ribeirinha do concelho, Sarilhos Grandes pode com a requalificação de todo o espaço ribeirinho da freguesia potenciar o seu território em termos económico, ambiental, desportivo e turístico. A recuperação do Moinho de Maré, bem como a reabilitação do caminho que o circunda podia servir para fazer a ligação (em ciclovia) entre os concelhos da Moita e do Montijo. Apesar de um melhor enten-
Num ápice Um autarca de referência? Não tenho autarcas de referência, mas coletivos de referência da CDU pelo seu trabalho na península de Setúbal e no Pais. Uma obra a destacar na freguesia e no concelho? Não há, até agora, obras de referência. Uma frustração política? Não ter condições financeiras para desenvolver toda a atividade necessária. O mais difícil neste mandato? O relacionamento com o executivo municipal. Um sinal de esperança? Acredito nos sarilhenses
dimento neste mandato entre os executivos da freguesia e da câmara, Joaquim Batalha reconhece existir ainda um grande défice de relacionamento e dá uma sugestão: a criação de uma estrutura na câmara de ligação com as juntas de freguesia, de forma a dar uma resposta mais célere na prestação do serviço público, sem ser preciso estar permanentemente a incomodar o presidente e os vereadores.
Normalização das relações institucionais com todas as juntas de freguesia Na entrega do novo trator da Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, afirmou que estava a cumprir um compromisso assumido com todos os sarilhenses. A aquisição de um trator para utilização pela Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes foi uma proposta apresentada pela Câmara Municipal do Montijo durante as negociações do designado Acordo de Execução de competências para o atual mandato autárquico. Esse acordo não foi cumprido mais cedo porque
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as oposições votaram contra o Orçamento para 2015, onde estava inscrita a verba para o trator. Agora, com este equipamento a Freguesia de Sarilhos Grandes volta a dispor de um trator para a execução das suas competências, como o corte de ervas, a limpeza de resíduos sólidos e a manutenção de caminhos rurais. Com mais esta iniciativa, a Câmara Municipal do Montijo normaliza as suas relações institucionais com todas as freguesias e garante serviços em proximidade aos munícipes de Sarilhos Grandes.
Ficha Técnica Periodicidade Bimestral | Propriedade Câmara Municipal do Montijo | Diretor: Nuno Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal do Montijo | Edição Gabinete de Comunicação e Relações Públicas | Colaboração: Margarida Calado e José Pedro Regatão Impressão Sogapal – Comércio e Indústria de Artes Gráficas, S.A. | Depósito Legal 376806/14 | Tiragem 10 000 ISSN 2183-2870 | Distribuição Gratuita
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editorial
Abertura do novo ano letivo ano letivo de 2016/17 iniciou-se entre os dias 9 e 15 de setembro com horáO rios conhecidos e professores colocados.
No caso do Montijo, a abertura do ano letivo foi antecedida por diversas obras de manutenção das escolas, que passaram por pintura interior e exterior dos edifícios, pela aplicação de pavimento em mosaico, pela substituição de portas, telheiros, computadores e mobiliários em salas de aula das escolas básicas e jardins-de-infância. Um investimento de 186 mil euros. O ano letivo iniciou-se ainda com a erradicação das coberturas em fibrocimento, que contêm amianto, de todas as escolas públicas do concelho. Montijo, no espaço de mais de uma década, conseguiu ultrapassar em muito o significativo atraso nas infraestruturas escolares. O aumento acentuado do número de alunos do pré-escolar público, a construção de novos edifícios, refeitórios e recreios escolares, são exemplos de um concelho em desenvolvimento. Neste ano letivo, as crianças inscritas no pré-escolar de quatro e cinco anos de idade tiveram todos entrada, abrindo-se para tal mais uma sala de pré na Escola Básica
Joaquim de Almeida. Por outro lado, os alunos condicionais (que fazem seis anos até 31 de dezembro) inscritos e que os pais autorizaram entraram todos, abrindose uma nova sala de 1º. Ciclo na Escola Básica da Caneira. As Atividades de Enriquecimento Curricular iniciaram-se no dia 19 de setembro, após todos os procedimentos de seleção e contratação de docentes, da responsabilidade da Câmara Municipal do Montijo. Este panorama positivo da Escola Pública no Montijo, resulta diretamente do investimento municipal na escola, feito de forma consciente, para construir uma Escola Pública com melhores condições de funcionamento, criando assim um ambiente escolar orientado para o sucesso educativo. Este ano a abertura do ano letivo foi favorecida por duas importantes medidas governamentais, que apoiamos e aqui sublinhamos: a primeira prende-se com a diminuição do número de alunos por turma. Sabemos que turmas demasiado grandes impedem, pela parte dos professores, a adoção de medidas curriculares e pedagógicas para os alunos com maiores
dificuldades ou ritmos de aprendizagem mais lentos. A segunda medida tem a ver com a gratuitidade dos manuais do 1.º ano do 1.º ciclo, uma medida que o Governo pretende estender aos quatro anos deste ciclo. O elevado preço dos manuais escolares constitui um fardo muito pesado no orçamento das famílias. Responder a um problema há muito conhecido, diminuindo progressivamente os encargos das famílias com a educação é uma medida central para garantir maior igualdade e justiça no acesso à educação. No Montijo defendemos a Escola Pública como a prioridade das prioridades e pensamos que a obrigação do Estado é para com o Ensino Público, devendo aplicar o dinheiro do Orçamento do Estado na sustentabilidade da Escola Pública, subsidiando os privados apenas onde não haja resposta pública às necessidades da população.
no desempenho da sua profissão. Na verdade, uma terra com futuro é uma terra que investe no Ensino Público e nos seus professores. Só com a qualificação dos nossos recursos é possível construir uma terra mais desenvolvida, com mais liberdade, igualdade, emprego e desenvolvimento social. Na abertura deste novo ano letivo, saudamos todos os alunos, pais, professores, pessoal auxiliar e todos aqueles que, com o seu empenho e brio profissional, trabalham diariamente para fortalecer a Escola Pública e dignificar o nosso sistema de ensino. Acreditamos que o investimento despendido pelo Município do Montijo na Educação contribuirá, e muito, para uma Escola Pública com melhor ambiente escolar e, por sua vez, com melhores condições de sucesso.
Na abertura deste ano letivo valorizamos toda a comunidade educativa e, em particular, os professores que se devem sentir dignificados, respeitados e reconhecidos
Câmara investe na Escola Pública A comunidade escolar evoluiu nas últimas quase duas décadas. Espaços inadequados, com equipamentos degradados ou inexistentes, deram lugar a construções, ampliações e reconversões. Hoje, o concelho está dotado de dez es-
não docente e docente para lecionar Atividades de Enriquecimento Curricular. Para manter o bom estado do parque escolar e dar resposta ao desgaste natural dos equipamentos, em 2014, a Câmara Muni-
celho. Substituição de coberturas, pinturas, adaptação de salas de aula, entre outras obras que atingiram o valor total de 186.400,00 euros, não se incluindo aqui o valor das obras realizadas por administração direta.
Freguesias de Montijo e Afonsoeiro e para a construção de um Centro Escolar em Pegões que irá permitir agrupar as escolas básicas e jardins de infância da União das Freguesias de Pegões. A missão da Câmara Municipal
do Montijo na área da educação visa que, em 2020, o Montijo se afirme como um concelho que através da aposta na qualidade da escola pública atinga os níveis médios de educação e qualificação da União Europeia.
Montijo elimina amianto das escolas A Câmara Municipal do Montijo procedeu à substituição da cobertura da Escola Básica Novos Trilhos, na Atalaia, no âmbito de um plano de erradicação de amianto das escolas públicas do concelho que são responsabilidade da autarquia.
colas básicas e 14 jardins de infância que acolhem um universo de 2810 alunos. Para além da obra propriamente dita, importa acrescentar o esforço da Câmara Municipal do Montijo na aquisição de equipamento mobiliário, equipamento informático, equipamentos de exterior, cobertura de espaços de recreio, equipamento de cozinhas e refeitórios e a contratação e gestão de pessoal
cipal do Montijo deu início à reposição do mobiliário de salas de aula dos jardins de infância e das escolas do 1.º ciclo do ensino básico. O procedimento está a decorrer e atingiu, este ano, o valor de 50 mil euros. Este ano, na interrupção letiva do verão, foi realizado um conjunto substancial de intervenções em todas as escolas básicas do 1.º ciclo e jardins de infância do con-
A autarquia vai, também, adquirir equipamento informático no valor de 66 mil euros, encontrando-se a decorrer o procedimento para aquisição de metade das necessidades, no valor de 33 mil euros. Para dar resposta às necessidades da comunidade educativa, a câmara está a trabalhar para o alargamento do número de salas de aulas do 1.º ciclo na União das
A substituição de coberturas que contêm amianto tem sido uma preocupação da autarquia montijense que, ao longo dos anos, delineou e executou um plano de substituição das referidas coberturas que encerra, agora, com os trabalhos desenvolvidos na EB Novos Trilhos.
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Pegões recebeu reunião de câmara Câmara reúne com movimento associativo O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, acompanhado pelo presidente da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, Fernando Caria, está a realizar um conjunto de visitas junto das coletividades e associações do Montijo, com o objetivo principal de estreitar parcerias, aprofundar o conhecimento sobre as necessidades existentes e projetar o futuro. No mês de setembro, os autarcas reuniram com o Musical Clube Alfredo Keill, no dia 5, e com a Banda Democrática 2 de Janeiro, no dia 8 de setembro. A direção do Musical apresentou alguns dos projetos que pretende dinamizar durante o
A União das Freguesias de Pegões recebeu uma reunião descentralizada da Câmara Municipal do Montijo, no dia 12 de outubro, na sala da Biblioteca na sede da Junta da União das Freguesias de Pegões. Entre as questões colocadas pelos munícipes no período antes da ordem do dia, destaque para o funcionamento da extensão do Centro de Saúde de Santo Isidro de Pegões que se
encontra encerrada por falta de recursos humanos. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, informou que a câmara tem acompanhado este assunto, tendo realizado uma reunião com o novo diretor dos Agrupamentos de Centros de Saúde do Arco Ribeirinho, onde foi abordado este problema que a autarquia espera que seja resolvido brevemente, pois é um serviço de proximi-
dade de grande importância e necessidade para a população de Santo Isidro. Da ordem de trabalhos da reunião de câmara, destaca-se a aprovação, por unanimidade, da abertura de um procedimento concursal para a contratação de assistentes operacionais – pessoal não docente, que irá permitir a colocação de mais quatros funcionários no Agrupamento de Escolas de Pegões, Canha e Santo Isidro.
ano de 2017, mostrou disponibilidade para colaborar nas iniciativas da câmara e da junta, tendo recebido palavras de incentivo e de apoio dos autarcas que se disponibilizaram para resolver algumas das dificuldades da coletividade. Na reunião com o presidente da Banda Democrática 2 de Janeiro, Nuno Canta e Fernando Caria aprofundaram o conhecimento sobre as necessidades financeiras e logísticas da coletividade. Os autarcas prometeram reforçar o apoio à Banda e incentivaram o dirigente a prosseguir o trabalho para que a instituição continue a ser uma referência na cidade do Montijo.
Município reduz dívida municipal Prémio IPIC
O Município do Montijo alcançou o 2.º lugar no Índice da Presença na Internet das Câmaras Municipais - IPIC na categoria Conteúdos: tipo e atualização. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, recebeu o troféu numa cerimónia realizada no dia 17 de outubro, no auditório da Microsoft em Lisboa. Esta foi a 8.ª edição do Índice da Presença na Internet das Câmara Municipais, promovido pela Universidade do Minho e pela Microsoft. Os prémios, referentes ao ano de 2014, avaliam a presença das câmaras municipais na internet. A categoria Conteúdos: tipo e atualização centra-se na análise da informação disponibilizada nos sítios web das câmaras relacionada com a própria câmara, o município, os serviços municipais, os instrumentos de gestão territorial, a gestão do município e outras informações como atas, concursos públicos, notícias, entre outras.
O endividamento municipal foi reduzido em 817 mil euros. A notícia foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, na reunião de câmara de 31 de agosto ao apresentar o Relatório Semestral sobre a situação financeira e económica do município. Nuno Canta informou ainda que o município “regista uma margem absoluta de possibilida-
de de envidamento superior a 30 milhões de euros”. O relatório demonstra que os resultados obtidos pelo município cumprem na íntegra a Lei de Compromissos e Pagamentos em Atraso, apresentando sempre fundos disponíveis positivos durante o primeiro semestre do corrente ano. “No final do semestre o prazo médio de pagamento foi de sete dias. O esforço da gestão muni-
cipal em manter um prazo médio de pagamento reduzido e em gerilo com rigor, constitui uma forte aposta no reforço da confiança dos nossos fornecedores”, disse. De acordo com o relatório apresentado pelo Revisor Oficial de Contas, “a situação económica e financeira do município do Montijo é estável e muito positiva, com redução efetiva do endividamento da entidade”.
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Danças de Salão reúnem centenas de concorrentes
Alto Estanqueiro honra Stª Teresa de Calcutá O 2.º Festival do Montijo de Danças de Salão reuniu mais de 200 dançarinos de diversas escolas de todo o país, que foram avaliados por um conjunto de jurados nacionais e estrangeiros. A prova teve lugar no dia 24 de setembro no Pavilhão Desportivo Municipal n.º1. O Festival foi uma organização da Dance 2 You e da Associação Portuguesa de Professores de Danças de Salão Internacional,
com o apoio da Câmara Municipal do Montijo e da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro. No evento, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, elogiou os organizadores e os concorrentes, afirmando que “na dança existe tudo aquilo que interessa à vida: o esforço humano, o drama de cada passo de dança, a inspiração para seguir o que temos de melhor”.
Nuno Canta exaltou ainda o trabalho dos que se envolvem na cultura, nas artes, na música e na dança, bem como os que “trabalham no movimento associativo, no ensino artístico e na promoção da nossa cultura”. Para além das danças de salão, o evento foi marcado pelas exibições do Grupo United Dance Crew e do grupo de dança da CERCIMA.
De 23 a 25 de setembro decorreram as Festas em Honra de Santa Teresa de Calcutá, no Alto Estanqueiro-Jardia. À semelhança de anos anteriores, a procissão foi um dos pon-
tos altos das festas que contaram ainda com a atuação de ranchos folclóricos, comes e bebes, bailes, concertos. O encerramento das festas foi marcado por fogode-artifício.
Figueiras em Festa De 16 a 18 de setembro realizaram-se as Festas das Figueiras organizadas pela Sociedade Recreativas das Figueiras, em Pegões. Música ao vivo, bailes, comes e bebes, folclore preencheram os três dias de festividade, onde não foram esquecidas as tradições religiosas em honra de Santo António.
Festival de Folclore no Afonsoeiro O Grupo Típico de Danças e Cantares do Afonsoeiro voltou a realizar mais uma edição do seu Festival de Folclore, no dia 20 de agosto, no Polo Cultural do Afonsoeiro. No palco, ao rancho anfitrião juntaram-se o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Vila do Bispo (Marco de Canavezes), o Rancho Folclórico de Melres (Gondomar) e o Rancho Folclórico de Vila Nova da Rainha (Azambuja). Os representantes do Grupo Típico de Danças e Cantares do Afonsoeiro agradeceram à Câmara Municipal do Montijo e à Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro todo o apoio prestado que tem permitido à coletividade desenvolver as suas atividades, ao longo do ano.
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Montijo com milhares de pessoas na Feira Quinhentista A III Feira Quinhentista de Aldeia Galega repetiu o sucesso das edições anteriores. No centro do Montijo, de 9 a 11 de setembro, milhares de pessoas fizeram uma viagem ao passado, até aos tempos em que Montijo era Aldeia Galega. Foram três dias onde foi possível reviver momentos de outra época através das tendas dos mercadores, dos torneios medievais, das recriações de factos históricos e lendas, das danças e música medievais, dos beberes e comeres de outra época, entre muitas outras atividades.
Para além das recriações históricas e dos torneios medievais, a III Feira Quinhentista de Aldeia Galega, contou ainda com exercícios de combate apeado, teatro de marionetas, demonstrações de aves de rapina, malabares de fogo, danças medievais, entre muitas outras atividades de animação de rua. Esta foi a terceira edição da Feira Quinhentista de Aldeia Galega que assinala a atribuição do foral novo a Aldeia Galega (hoje Montijo), no âmbito das reformas dos forais promovidos por D. Manuel I. A organização do evento foi da Câmara Municipal do Montijo, em parceria com a Alius Vetus – Associação Cultural História e Património e com a Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro.
Festa Grande da Atalaia Quatro dias de tradição, de devoção, de religiosidade e de muita animação definem o ambiente vivido em mais uma edição das Festas em Honra de Nossa Senhora da Atalaia, também conhecidas
por Festa Grande, realizadas de 26 a 29 de agosto. As festividades são uma romaria popular que remonta a 1507, aquando da promessa então feita pelos funcionários da Alfândega
de Lisboa que, devido à peste, constituíram um círio. A Festa Grande, tem uma grande componente religiosa devido aos vários círios que acorrem à localidade para demonstrarem a sua fé.
Canha festeja Senhora da Oliveira
A tradição voltou a cumprir-se nas Festas Populares em Honra de Nossa Senhora de Oliveira, que decorreram de 2 a 4 de setembro. Durante três dias, a Freguesia de Canha recebeu centenas de visitantes, que aproveitaram cada momento de um
programa recheado de animação. À semelhança de anos anteriores, as Festas Populares de Canha contaram, entre outros eventos, com espetáculos de música popular portuguesa e a tradicional procissão em Honra de Nossa Senhora da Oliveira.
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rtur Bual (1926-1999) tem o seu nome ligado ao Montijo embora as obras que realizou neste concelho não sejam muito conhecidas, quer por historiadores de arte quer pelo público em geral, por um lado porque se trata, na maioria, de pinturas de carácter religioso e por outro lado, porque ainda se encontram nos locais de origem, em pequenas igrejas do concelho. Artur Mendes de Sousa Bual nasceu em Lisboa a 16 de Agosto de 1926, viveu a sua infância em Torres Novas, num ambiente rural que lhe proporcionou um contacto directo com a natureza. Descobre a vocação artística ainda muito jovem e, aos 14 anos, ingressa na Escola António Arroio onde permanece até 1946; dessa época ficou um grupo fiel de amigos com quem viria a confraternizar e partilhar a sua carreira ao longo da sua vida1.Um ano após a conclusão do curso, iniciou a actividade pictórica com a participação nas Exposições Gerais de Artes Plásticas da S.N.B.A., mas a afirmação do seu trabalho deu-se em 1954 com a participação no 1.º Salão de Arte Abstracta na Galeria Março, organizado por José Augusto-França, ao lado de Lanhas, Vespeira, Joaquim Rodrigo, René Bértholo, entre outros. Inicialmente, a sua pintura não foi fácil de catalogar, mas rapidamente ganhou o interesse da crítica que o considerou um dos pioneiros da pintura abstrata gestualista. Ao longo da década 50, participa em diversas exposições relevantes no panorama nacional; em 1958 integra a 1.ª Retrospectiva da Pintura Não-Figurativa Portuguesa na Faculdade de Ciências de Lisboa e no I Salão Moderno da S.N.B.A, alcançando grande “sucesso com o quadro intitulado ‘Fuga’”2. Na mesma década ganha o Prémio Nacional Amadeu de Souza Cardoso (1954), o reconhecimento do Sindicato dos Críticos de Arte da I Bienal de Paris e o prémio no 1.º Salão dos Novíssimos do SNI (1959), conquistando uma posição de relevo no panorama artístico nacional. Ainda no mesmo período, obtém uma bolsa atribuída pela Fundação Calouste Gulbenkian para estudar em Paris durante três meses, onde visita museus e galerias, e contacta pela primeira com a obra dos Expressionistas Alemães. Nos anos 50, Artur Bual fixa residência na Amadora e instala o seu ateliê na mesma cidade, mantendo as portas sempre abertas para receber os amigos e conhecidos, com quem se gostava de rodear3. Durante sensivelmente três décadas trabalhou para a Junta de Colonização Interna, do que adiante falaremos, tendo sido requisitado pelo S.N.I., por sugestão de Carlos Botelho, para emitir pareceres e organizar exposições. Após o 25 de Abril de 1974, Bual pintou telas de grande formato em vários locais públicos, no âmbito de encontros, festas e bienais de arte. Ainda realizou projectos de cenografia para o Teatro Experimental de Cascais, foi ilustrador de revistas, ceramista e escultor. Nos anos 90 participou em Simpósios de Escultura na Amadora e, na mesma cidade, recebe a sua primeira exposição antológica em 1994 na Fábrica da Cultura. Faleceu aos 72 anos na Amadora, a 10 de Janeiro de 1999; como reconhecimento pelo seu trabalho, a autarquia atribuiu o seu nome à Galeria Municipal. A razão da presença de várias obras de Bual no concelho do Montijo justifica-se porque além da actividade como artista plástico desde os anos 50, Bual foi funcionário da Junta de Colonização Interna. Esta foi criada em 1936 para colonizar os terrenos e fomentar a actividade agrícola portuguesa, por meio da implementação de um programa de modernização da estrutura agrária. Uma das principais iniciativas deste
organismo passou pela criação de colónias agrícolas, onde se fixaram grupos “de pequenos proprietários” que desenvolveram “actividades agrícolas e pecuárias”4. Para apoiar os colonos foram destacados diversos profissionais (engenheiros, agrónomos, veterinários, professores, médicos, etc.), cuja missão era oferecer todas as condições necessárias para garantir o correto funcionamento dos casais agrícolas. Segundo Sara Pereira, a colónia de Pegões foi aquela que apresentou “maiores dimensões” e obteve melhores resultados, sendo considerada na época uma “colónia modelo”5. Artur Bual foi contratado para trabalhar na Junta de Colonização Interna como desenhador, sendo incumbido de realizar diversos projectos técnicos e artísticos, entre
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os quais as pinturas para as Igrejas de Faias e Pegões, e para o Centro Nacional de Formação Técnica de Gil Vaz, em Canha. A maior parte destes trabalhos foram encorajados pelo Engenheiro Vasco Leónidas, Presidente da Junta de Colonização Interna durante vários anos, que segundo consta admirava as qualidades humanas e artísticas do pintor6. À luz dessa amizade, Artur Bual realizou um conjunto de obras públicas no domínio da pintura e, pela primeira vez, estreou-se no campo tridimensional com a execução de uma escultura monumental. JPR É significativo que nos anos em que realizou as obras no concelho do Montijo, ou seja, o final dos anos 50 e a década de 60, Bual destacava-se no panorama artístico nacional tendo sido bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, em 1959, como dissemos, e nesse mesmo ano sendo premiado pelo SNI com o prémio «Souza-Cardoso» e pelo Sindicato dos Críticos de Arte de França. E é curioso que seja sobretudo mencionado nas histórias da arte nacionais como um artista ligado à abstracção e ao expressionismo gestual e tenha trabalhado para um poder político que via com desconfiança as «aventuras do abstracto» como lhe tinha chamado António Ferro. No tempo em que Bual iniciou a sua actividade pictórica no final dos anos 40, época marcada pela saída de Ferro do SNI e pelo fim dos Salões de Arte Moderna, em 1951, era cada vez maior o fosso que separava os artistas do regime dos que se aventuravam em práticas mais experimentais ligadas à abstracção, ao surrealismo ou de envolvência política como os neo-realistas. De facto a contribuição de Bual deve-se por um lado aos laços de amizade que o ligavam ao engenheiro agrónomo Vasco Leónidas, por outro ao facto de haver da parte do regime um esforço por atrair artistas modernos, o que também explicará o referido prémio que Bual recebeu em 1959, no I Salão dos Novíssimos organizado pelo SNI. Como afirma José-Augusto França7 foi em 1958, no I Salão Moderno da SNBA, que Artur Bual apresentou uma pintura monocromática, «Fuga», especialmente notada pela sua desenvoltura expressionista, de teor gestual. Obra de poderosa cenografia, mesmo que a sua originalidade pudesse ter sido contestada, abriu à pintura nacional uma via de difícil circulação… Segundo Pinharanda8, Artur Bual encaminha, a partir de 1958, a sua pintura para uma nova dimensão (um gestualismo controlado nos seus meios e efeitos). Mas como também disse José-Augusto França9, mais tarde … o seu expressionismo lírico … fixou-se melodramaticamente numa figuração assaz fácil. Rui Mário Gonçalves10 também considera que é no final dos anos 50 que a personalidade artística de Bual se encontra na sua melhor fase. Depois, segundo o mesmo crítico, aproveita equívocos do neofigurativismo para que o seu claro-escuro vá ao encontro do conservadorismo do gosto dominante.
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Homenagem à Agricultura, Escultura em ferro 900 x 220 x 200 cm, Assinado Bual/67 Parque de material agrícola de Pegões - Sto. Isidro de Pegões
s Faias (antigo Vale de Cebolas) constituem o primeiro núcleo de povoamento, originário do antigo Colonato Agrícola de Pegões, criado a partir dos anos 40. Como era preocupação do Estado Novo incentivar a prática do catolicismo, as igrejas eram uma componente absolutamente necessária nestes núcleos populacionais, como locais de culto e sociabilidade. Assim a igreja das Faias dispõe de um amplo terreiro e é um edifício de betão coberto por telhado de duas águas tendo uma espécie de alpendre aberto lateralmente. É obra do arquitecto Eugénio Rodrigues responsável pelo colonato. No seu interior existe uma pintura a fresco de Artur Bual, na qual se lê: O Presidente da Junta/de Colonização Interna/ o engenheiro agrónomo / Vasco Leónidas / promoveu que se pintasse / este altar, sendo o / pintor Artur Bual/ o seu autor// Pintado em 12 dias /aos, 18, Agosto 1965.
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Esta legenda tem, de facto, a particularidade de confirmar quem foi o elemento da Junta de Colonização Interna que decidiu usar os talentos pictóricos do seu funcionário Artur Bual. O preciosismo do tempo que demorou a execução da pintura talvez seja uma justificação de que não se estava a afastar por muito tempo o funcionário do seu trabalho mais burocrático. Em nossa opinião, esta não será a melhor pintura de Bual, mas de qualquer forma merece a nossa atenção.
Fresco 550 x 240 cm Assinado e datado Bual/65 Igreja das Faias - Sto. Isidro de Pegões
Toda a parede de fundo do altar é pintada num tom escuro, verde, com pinceladas irregulares, e nesse fundo inscrevese uma cruz da qual apenas são visíveis os três braços superiores. Ao centro, sobre essa cruz, desenha-se uma mendorla, contornada num amarelo dourado, na qual o eixo central é marcado por uma figura esguia da Virgem, de branco, com as mãos postas e a cabeça cercada por uma auréola luminosa, acima da qual ainda se vê um sol, menos luminoso que a Virgem. É esta figura, longe do expressionismo habitual no pintor que nos parece mais estereotipada. Na parte inferior, a mendorla prolonga-se
acha-se uma Última Ceia (“bual” 67), de cerca de 300 cm por 150 cm. Num dos gabinetes do centro achase ainda uma outra pintura do mesmo artista, assinada e datada, intitulada “apontamento/bual64” 11. Destas três pinturas apenas uma, a primeira, se encontra ainda no Montijo, exposta na zona de recepção da Galeria Municipal; as outras duas terão sido trazidas para Lisboa, pelo Ministério da Agricultura12, quando do encerramento do Centro Gil Vaz, sendo a «Última Ceia» parcialmente reproduzida na obra de Almeida referida13 mostrando um Cristo de túnica vermelha, rosto alongado evocativo de uma espiritualidade à maneira de Greco, abençoando o cálice e apenas sendo representados seis apóstolos, à esquerda de Cristo. No artigo de Francisco Correia14, a Ceia está totalmente reproduzida, mostrando, do lado oposto, os outros seis apóstolos, desenhados de forma quase esquemática e o fundo de tom azul-escuro mas intenso. Será uma obra figurativa mas de cariz expressionista, como é característico do pintor.
Sobre os Cristos de Bual, escreveu Eurico Gonçalves: De temperamento expressionista, o gesto do pintor tende a romper com esquemas de representação convencional, quer nas cabeças de “Cristo” quer nas “Crucificações” que sintetizam a paixão e a angústia existencial do homem contemporâneo. Sobre a tela branca, colocada verticalmente no cavalete, o gesto largo e decidido do pintor traça a pincel e tinta negra o esquema figurativo de uma “Crucificação”, integrada na estrutura geral da composição. Ao contraste negro – branco inicial, acrescenta-lhe o vermelho sanguíneo, o azul, o ocre e uma gama de cinzentos. O espaço cenográfico enquadra-se no rectângulo vertical da tela. O modelo interiorizado é um referente que o pintor trabalha obstinadamente.15 Aliás é o próprio Bual que comenta a propósito dos
Acrílico s/ madeira 260 x 122 cm Assinado e datado Bual/67 Centro Formação Profissional Gil Vaz - Sto. Isidro de Pegões
Cristo Crucificado que está exposto atualmente na O Galeria Municipal é uma obra de certo impacto, combinando o sentido dramático acentuado pelo claroescuro (iluminação da figura de Cristo em contraste com o fundo negro) com a tendência expressionista abstracta que
Igreja das Faias, Santo Isidro de Pegões
para receber uma representação de um Cristo crucificado num painel quadrangular delimitado pelo mesmo amarelo dourado. Este apresenta-se como um Cristo sofredor e tanto a cruz como a figura são acompanhadas de escorrências de tinta negra e vermelha na parte inferior, que se integram claramente no pendor expressionista de outras obras religiosas do pintor. riginalmente existiram três pinturas de Bual no O Centro Nacional de Formação Técnica Gil Vaz, aqui recolhidas aquando da inauguração das instalações
do Centro, em 1987. A primeira, e sem dúvida a mais significativa, encontra-se exposta no átrio do Centro. Pintura de grandes dimensões (cerca de 400 cm por 300 cm) representa um Cristo crucificado (assinado: “bual”). Dentro das instalações do estabelecimento, no refeitório,
caracteriza toda a envolvência da figura. Do lado esquerdo sugere-se um tronco de árvore com um galho e do lado oposto uma série de arabescos diluídos no fundo.
Cristo Crucificado, [1966] Acrílico s/ madeira, 3420 x 2580 mm
seus Cristos: Cristos ou Crucificações são símbolos de humanidade e despojamento, de torturas e amor, na aventura da existência. Cristo é talvez um homem transfigurado. Pinto-o no sentido de ter sido, quanto a mim, um dos grandes
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apontamento/bual64
poetas… Alguém que deu e ainda dá! Estou sempre predisposto a pintá-lo. Quem sabe se o pinto como quem faz um auto-retrato?16 Quanto à terceira obra, pertencente ao Centro Gil Vaz, está igualmente reproduzida no artigo de Francisco Correia17 e representa uma paisagem em que a linha do horizonte é baixa, sugerindo a terra através de cores terrosas avermelhadas e sendo a parte superior ocupada pelo céu azul profundo sobre o qual se destaca uma mancha de nuvens brancas e amarelas que diluem a linha do horizonte. É uma paisagem quase abstracta, evocativa do romantismo de Turner e Constable. a igreja paroquial de Nossa Senhora de Fátima, em N Pegões, existe um tríptico que ocupa o altar-mor da igreja. Trata-se de uma obra de carácter abstracto, em
por soldagem directa é uma das inovações técnicas da arte do século XX, ela permitiu criar “esculturas estáveis e permanentes” sem recorrer ao processo de fundição, proporcionando aos artistas maior liberdade criativa19. Também designada por objets trouvés ou junk sculpture, a escultura em sucata teve a sua primeira aparição pela mão de Pablo Picasso e Georges Braque, através das suas “colagens e construções cubistas” realizadas a partir de objectos do quotidiano20. Esta técnica teve ainda continuidade nos famosos ready-mades da autoria de Marcel Duchamp e no trabalho dos Novos Realistas, cujas esculturas (ou combinações) foram construídas a partir detritos industriais oriundos da sociedade de consumo. Em termos internacionais o seu trabalho enquadra-se
não só revolucionou o modo de pensar a escultura como influenciou os movimentos posteriores que traçaram os destinos da arte do século XX e XXI. Em 1966, perante os tímidos passos da escultura abstrata em Portugal, Artur Bual constrói uma notável escultura abstracta, de grandes dimensões, articulando antigos fragmentos de máquinas agrícolas descobertos no local. Peças provenientes de tractores, velhas alfaias, charruas, grades rotativas, cultivadores, brocas, parafusos entre outros acessórios mecânicos, foram combinados e soldados entre si para formar uma composição escultórica de rara originalidade. Assente sobre uma base em cimento, o corpo da escultura é constituído por um intricado de formas e hastes metálicas que evoluem verticalmente,
tonalidades em que domina o azul pálido, evocativo do céu, e tonalidades de branco e amarelo que evocam a luz celestial, tendo no painel central aplicada uma pequena cruz em ferro que se destaca em volumetria como em cor. Apesar da simplicidade da solução é, a nosso ver, uma das melhores obras que Bual realizou no concelho do Montijo, a nível de arte religiosa, aqui aparecendo liberto de coacções programáticas. De um modo geral, constata-se que há uma irregularidade na produção pictórica de Bual que umas vezes consegue… atingir uma tensão dramática [no seu] claro-escuro e uma violência da forma no gestualismo, integrando-se assim na tendência expressionista, enquanto noutras obras prefere a espectacularidade imediata, em quadros de grandes dimensões, acumulativos no traçado e teatrais na figuração18. MC Na verdade o nome de Artur Bual que, além do concelho do Montijo, realizou outras obras de carácter religioso na zona do Alentejo e do Ribatejo, não aparece ligado ao chamado Movimento de Renovação da Arte Religiosa, fundado em 1952 e que a partir de 1965 começava a perder força, embora fosse publicado irregularmente um Boletim até 1967 e a sua obra mais representativa, a igreja do Sagrado Coração em Lisboa seja de 1970. Movimento liderado por arquitectos, a ele se associaram artistas plásticos e mesmo historiadores de arte, e entre os primeiros conta-se precisamente Cargaleiro, que era amigo de Bual. Ora o conjunto de obras religiosas que o artista realizou só no concelho do Montijo revela de facto uma abordagem da espiritualidade cristã completamente liberta de ligações ao passado ou à estética do Estado Novo. Para além da assistência técnica, na colónia de Pegões existia uma cooperativa de máquinas agrícolas, vocacionada para apoiar a actividade dos colonos, na qual se depositaram ao longo dos anos antigas máquinas inutilizadas e peças soltas. Foi a partir desse aglomerado de sucata que Artur Bual propôs a Vasco Leónidas a execução de uma escultura para a entrada do Parque de Material Agrícola de Pegões. Para o ajudar nessa tarefa, o pintor solicitou o apoio técnico do Sr. António Pinheiro, experiente soldador. É necessário referir, antes de mais, que a escultura
Tríptico, Altar-mor da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Pegões
neste movimento que reivindica um novo entendimento do papel da arte, através da libertação da escultura dos pressupostos clássicos, por meio da apropriação e combinação de objetos banais e utilitários. Este ato revolucionário, mas também de natureza experimental,
Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Pegões - interior .
a partir de um volume com maior densidade para uma estrutura mais leve e aberta. No centro da composição observa-se um volume oco obtido pela conjugação de uma espécie de carregadores agrícolas, à sua volta emergem com grande expressividade, parafusos, correntes e tubos. Na parte frontal e posterior da escultura, sobressai um disco com finas hastes metálicas, mais acima a marcar o meio da composição encontramos uma broca perfuradora, a partir da qual proliferam de um modo organizado diversos elementos verticais que terminam em formas circulares. A assinalar o topo mais alto, a mais de seis metros de altura, observa-se uma pá metálica. Num olhar menos atento, engana-se quem pensa tratarse de uma forma irracional construída aleatoriamente, pelo contrário a escultura de Bual é uma composição plasticamente coerente que evidencia um grande sentido de harmonia e equilíbrio estético. Segundo relatou o soldador que apoiou a execução do trabalho, a obra terá sido refeita entre três a quatro vezes21, sempre que o artista através da observação à distância encontrava partes incongruentes entre os elementos plásticos, procedia à sua alteração e redefinição formal. Deste modo, a escultura ganhou corpo
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Arte Antidestino: Artur Bual na Galeria Municipal
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o ano em que se assinalam 90 anos sobre o nascimento de Artur Bual, a Galeria Municipal do Montijo presta homenagem a este conceituado artista português com a exposição Arte Antidestino: Artur Bual: 90 anos. Inaugurada no dia 2 de outubro pelo presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e por Maria João Bual, filha de Artur Bual, a mostra pretende dar um panorama da arte de Bual, um dos maiores vultos da pintura portuguesa do século XX. “O homem que aqui nos junta era uma personalidade invulgar, que se afirmou como um artista de exceção num período particularmente intenso da nossa vida coletiva. Fazer esta exposição em torno da sua obra é uma questão de justiça, numa importante homenagem que o Montijo faz ao artista e ao homem que viveu entre os montijenses”, afirmou Nuno Canta. A filha de Artur Bual agradeceu à Câmara Municipal do Montijo a homenagem prestada a seu pai e referiu que a “cultura é um bem precioso. É pela cultura que se vê o passado de um país”. A exposição Arte Antidestino: Artur Bual: 90 anos está aberta ao público até 12 de novembro, no seguinte horário: 2.ª feira a sábado, 9h00-12h30 e 14h00-17h30.
adquirindo um caráter vertical, por meio das junções de diferentes fragmentos. Do ponto de vista temático, como o próprio título sugere, ela representa a homenagem à agricultura, não apenas entendida no seu valor simbólico e ancestral, mas aqui compreendida enquanto manifestação de uma nova “era técnica” introduzida pela modernidade. Ao mesmo tempo, parece evocar uma certa realidade social, ao consagrar a união e o trabalho coletivo, remetendo-nos para a árdua missão do colono na transformação do terreno agreste. Tal como a pintura, gestualista e informal, Artur Bual soube aplicar na escultura uma linguagem espontânea e emotiva, tirando partido dos meios plásticos ao seu dispor. É de facto uma obra admirável, quer pela sua riqueza plástica e formal, quer pela atualidade da linguagem escultórica, em perfeita sintonia com as correntes internacionais. Será necessário recordar que esta obra conseguiu escapar de forma surpreendente à estética oficial do regime, ainda em vigor na década 60, que continuava a promover a encomenda de estatuária pública. Neste sentido, a realização deste trabalho só se tornou possível num contexto muito particular, marcadamente rural, por iniciativa de um patrono que dirigia um organismo que gozava de uma certa autonomia.
A “Homenagem à Agricultura”, como ficou conhecida, levou cerca de três meses a ser construída, sendo inaugurada a 8 de Janeiro de 1967, na presença de Vasco Leónidas e várias dezenas de funcionários da Junta de Colonização Interna. Inscrito na própria obra com solda, pode ler-se a dupla referência a Bual e a António Pinheiro enquanto executante. Ao contrário do que se poderia supor, Artur Bual não recebeu qualquer remuneração pela realização da obra, uma vez que a ideia partiu da sua própria iniciativa e integrava-se nas funções que ocupava naquele organismo. Acresce referir que, segundo António Pinheiro, Bual teria manifestado a intenção de realizar um amplo mural com a mesma técnica, mas esse projecto terá sido inviabilizado após a saída de Vasco Leónidas da presidência da Junta de Colonização Interna. Praticamente ignorada pelos historiadores de arte por ter permanecido no anonimato22, a “Homenagem a Agricultura” é uma das esculturas mais notáveis da arte portuguesa do séc. XX, sem paralelo na década de 60, cuja notoriedade deverá ser reconhecida futuramente. Podemos afirmar que a escultura de Artur Bual é uma obra pioneira na história da escultura portuguesa, responsável pela rutura com a estatuária nacional, destronando o célebre “D. Sebastião” (1973) da autoria de João Cutileiro. JPR * Margarida Calado é professora associada na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e José Pedro Regatão é professor na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa, são autores da obra Artes Plásticas no Montijo, Passado e Presente, da Coleção Estudos Locais, editada pela Câmara Municipal do Montijo e pelas Edições Colibri.
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LISBOA. Câmara Municipal/ Comissão Municipal de Toponímia – Artur Bual. Lisboa: C.M.L., 2007. P. 5. 2 Rui Mário Gonçalves – 100 pintores portugueses do século XX. 1986. P. 142. 3 LISBOA. Câmara Municipal/ Comissão Municipal de Toponímia – Op. Cit., P. 7. 4 Sara Alexandra M. P. C. Pereira – A Colonização Interna durante o Estado Novo: o exemplo da Colónia Agrícola de Pegões. Lisboa: Faculdade de Letras, 2004. P. 42. 5 Idem, Ibidem, p. 43 e 63. 6 Entrevista com o Sr. António Pinheiro. Em rigor terá sido a mulher do Engenheiro Vasco Leónidas a propor a contratação de Artur Bual. 7 José-Augusto França – A Arte em Portugal no século XX. 3ªed. 1991. P. 426 8 João Lima Pinharanda – O declínio das vanguardas: dos anos 50 ao fim do milénio. In História da Arte Portuguesa. Vol. III. P. 601 9 José-Augusto França – A Arte em Portugal no século XX. 3ª ed. 1991. P. 427 10 Rui Mário Gonçalves – 100 Pintores Portugueses do Século XX. P. 142 11 Fernando-António Almeida, Op. Cit., P. 103 12 Informação constante da obra Património Artístico-cultural do Montijo – II. Câmara Municipal do Montijo e Edições Colibri, 2012, p. 152, nota 73 13 Fernando- António Almeida, Op. Cit., P. 103 14 Francisco Correia - A arte de Artur Bual no Concelho do Montijo. Montijo: Revista Municipal (Dez. 2004). P. 40 15 Eurico Gonçalves in Artur Bual. Exposição Retrospectiva. Perve Galeria & Casa da Liberdade Mário Cesariny, Novembro de 2015. www.pervegaleria.eu/home/images/storia (acedido em 28/08/2016) 16 Texto citado por Egídio Álvaro – Arte Anti – Destino. In Bual. Extractos da Obra. Art Extracts. Caxias: Valente Editores, 2005, p. 25 17 Francisco Correia, Ibidem. P. 40 18 Rui Mário Gonçalves – 100 Pintores Portugueses do século XX. P. 142 19 Rosalind Krauss – Caminhos da Escultura Moderna. P. 159 20 Robert Atkins – Art speak: a guide to contemporary ideas, movements and buzzwords, 1945 to the present. 2.ª ed. P. 106. 21 Entrevista com o Sr. António Pinheiro. 22 Encontramos uma das primeiras referências a esta escultura numa coleção de diapositivos de apoio a programas de Educação Visual, Estética e Desenho de 1974/75 (edição do Ministério da Educação e das Universidades, Instituto de Tecnologia Educativa, 1982). Na série C dedicada à escultura, consta o diapositivo n.º 18 “Homenagem à agricultura” – conceção de Bual e trabalho oficinal de Pinheiro (1968). Escola Agrícola de Pegões – Portugal (Foto de Elisabete Oliveira).
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Estreia
Goodbye Maria Albertina ou um retrato do nosso tempo A cortina do Cinema Teatro Joaquim d´Almeida já se fechou para Maria Albertina, mas as suas interrogações permanecem. Haverá ainda lugar no mundo para uma poetisa? Uma poetisa de 85 anos, sem trabalho, que tem ainda de apoiar o seu filho e o seu neto, ambos desempregados? Qual o caminho para estas três personagens, três gerações distintas que enfrentam as vicissitudes e as dificuldades dos tempos de hoje? São estas as premissas da peça Goodbye Maria Albertina, uma produção da Companhia Mascarenhas-Martins que inicia, em novembro, uma digressão pelas freguesias do concelho do Montijo com o objetivo principal de aproximar o teatro das populações. “É o início de uma parceria que queremos continuar com a câmara municipal e as freguesias”, confessa a encenadora Maria Mascarenhas. “Assusta-nos um pouco porque, ainda, não temos uma estrutura que nos permita ter pessoas só dedicadas à produção do espetáculo, mas temos muita vontade e estamos muito dedicados a esta digressão. As juntas também se mostraram muito recetivas”, acrescenta. O trabalho em parceria está no ADN da Companhia MascarenhasMartins: “quando pensámos, eu e o Levi Martins, em estabelecer a companhia num local, tentámos
perceber o que existia na comunidade. Há um sentido de coletivo. Quantas mais ligações, mais parcerias criarmos mais forte é o projeto da Companhia”, explica. É neste contexto de criação de ligações à comunidade que surge Maria Marques Jacinto ou Ju, como é carinhosamente apelidada: “a ideia do espetáculo Goodbye Maria Albertina surge do percurso da Ju. A Ju foi minha aluna, conheci a personagem da Maria Albertina e os poemas de grande valor que ela escreve e percebemos que havia material para criar este espetáculo. A Ju também já merecia este protagonismo”. E assim sendo, dá-se agora espaço à protagonista: Maria Marques Jacinto, Ju ou Maria Albertina. “Esta peça é a prova de fogo!”, admite. “Abriram-me as portas da Companhia e estou a fazer o meu trabalho o melhor possível, com a maior dignidade. Quero que o público dê valor não só ao meu trabalho, mas também dos meus colegas, da encenadora e da Companhia”. É com a mesma humildade que Maria Marques Jacinto fala do seu percurso extraordinário de vida, das pessoas que a ajudaram e, naturalmente, da sua Maria Albertina. Um percurso de vida onde a arte, em particular a música, foi sempre uma constante. Foi a primeira mulher fagotista profissional em Portugal. Aos 21 anos integrava a primeira Banda profissional da PSP a contar com mulheres na sua formação. Manteve-se até aos 25
Lançamento
anos como Primeira Sub-Chefe, solista e chefe de naipe. Se a PSP e, também, o Conservatório foram ótimas escolas, Maria Marques Jacinto não esquece as suas raízes: “a minha escola mãe foi a Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro. Tenho muito orgulho na 1.º de Dezembro. Comecei lá como flautista, o meu pai foi fagotista e um dos meus sobrinhos também começou como músico nesta grande casa”. Quando na década de 80, “por graça” como afirma, aprende o tí-
“Com a Maria Albertina descobri que faço rir as pessoas e isso faz-me bem à alma”
pico sotaque montijense do Bairro dos Pescadores, as brincadeiras com os amigos fazem nascer a Maria Albertina: “inventava histórias, depois comecei a escrever umas Crónicas de Bem e Mal Dizer. Fui convidada pela Rádio Impacto que existia, na altura, no Montijo para fazer um programa aos domingos onde dava voz à Maria Albertina”. Brincadeiras que deram lugar à poesia. Estimulada por um tio, também ele poeta popular, e pela participação na iniciativa da câma-
ra Respirar Poesia, em 2013, Maria Albertina, a poetisa do povo, nunca mais parou. “Na altura do Respirar Poesia, o Governo tinha introduzido mudanças no IVA, no arrendamento das casas, e eu fiz um poema intitulado Ai Portugal, Portugal onde brinco com todas essas medidas do Governo. Aquilo resultou imensamente bem. As pessoas gostaram imenso”. Ao Respirar Poesia, seguiu-se a participação noutras edições desta iniciativa e em outros eventos como o Anim’art Montijo ou o espetáculo Cantar com Amigos. Um interessante percurso pelo mundo das artes que tem sido feito, reconhece humildemente, com o apoio da família e de muitos amigos, como Filipe Silva, professor da Escola Sinfonias & Eventos e, também, músico em Goodbye Maria Albertina. “Com a Maria Albertina descobri que faço rir as pessoas e isso faz-me bem à alma”, confessa Maria Marques Jacinto. É esta Maria Albertina que vai estar perto de si para lhe mostrar que na vida há sempre um caminho! Digressão 5 de novembro | 16h00 Sociedade Recreativa São João das Craveiras - Pegões 12 de novembro | 21h00 Salão de Festas da Santa Casa da Misericórdia - Canha 19 de novembro | 21h30 AMUT/Academia Musical União e Trabalho - Sarilhos Grandes 26 de novembro | 21h30 Sociedade Recreativa Atalaiense - Atalaia
Movimento filarmónico do Montijo em livro Montijo assinalou o Dia da Implantação da República (5 de outubro) com o lançamento do livro O Movimento Filarmónico no Concelho do Montijo, no auditório da Galeria Municipal do Montijo. Da autoria do Maestro Jorge Costa Pinto e de João Moreira dos Santos, o livro faz um percurso pela história das três bandas filarmónicas do Montijo: a Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, a Banda da Academia Musical União e Trabalho de Sarilhos Grandes e a Banda Democrática 2 de Janeiro. Na apresentação da obra, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, afirmou que “este livro presta pública homenagem e justiça ao trabalho de gerações de montijenses nas bandas de música. Esta obra assinala factos históricos, honra a nossa memória, preserva a nossa cultu-
ra e fortalece a nossa identidade em torno das bandas filarmónicas do concelho”. Os autores, Jorge Costa Pinto e João Moreira dos Santos, enalteceram a importância do movimento filarmónico e o seu valioso contributo para a formação cultural dos jovens e das comunidades onde se inserem, incentivando o público presente a valorizar o trabalho e a qualidade das bandas filarmónicas. Com a chancela da Editora Colibri, O Movimento Filarmónico no Concelho do Montijo é o 15.º volume da Coleção Estudos Locais criada pela Câmara Municipal do Montijo com o objetivo de dar a conhecer estudos diversificados alusivos à cultura local e, assim, contribuir para a valorização da cultura montijense e para o desenvolvimento da cultura regional e nacional.
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Empresa Ribeiros aposta no Montijo
A empresa Ribeiros inaugurou as suas novas instalações, na zona da Jardia, no passado sábado, 1 de outubro, com a presença do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta.
“Um dia importante na empresa”, afirmou o administrador Cândido Ribeiro. “Mais um passo que resulta da nossa capacidade de investimento e da vontade de crescer e vencer. Temos que
empresarias como esta resultam da aposta da Câmara Municipal do Montijo em acolher, facilitar e incentivar o investimento no Montijo”. As novas instalações da empresa Ribeiros vão funcionar como loja agrícola de grandes dimensões, focada na distribuição retalhista. A Ribeiros foi fundada em 30 de outubro de 1985 pelos irmãos Jorge e Cândido Ribeiro e pelos seus pais. Com sede social no concelho do Seixal, era um pequeno estabelecimento em Pinhal
agradecer a todos vós, sem a vossa ajuda e partilha este momento não seria possível”, acrescentou. O presidente da Câmara Municipal do Montijo desejou os maiores sucessos à empresa que “inicia uma nova fase da sua história com este projeto de irradiação económica tanto para o Montijo como para a região. Expresso o mais profundo reconhecimento a todos aqueles, que com trabalho e competência, deram a esta empresa a grandeza que ela tem”. O autarca salientou, ainda, que “muitas das novas dinâmicas
de Frades, em forma de minimercado e comércio de cereais e rações ensacadas, com apenas quatro trabalhadores. Em 1986, a empresa passa a realizar a compra de cereais a granel, sendo posteriormente limpos e ensacados, iniciando-se assim na atividade industrial, embora numa fase muito embrionária. Com a evolução da empresa, tanto ao nível da produção de cereais como na comercialização no mercado interno e externo, a Ribeiros muda-se para o Montijo, em 2009 com a instalação de uma
fábrica e a mudança dos escritórios. Em 2014, reconhecendo as potencialidades do concelho do Montijo tanto no aspeto de possibilidades de expansão como no seu posicionamento estratégico ao nível das vias de comunica-
ção, a Ribeiros muda a sua sede social para o Montijo. Com o crescimento do negócio consolidado, a Ribeiros dá agora mais um passo no seu alargamento com a abertura das novas instalações na Jardia.
De um pequeno negócio de minimercado, a Ribeiros transformou-se numa empresa importadora e exportadora, com atividade industrial e de comercialização de cereais e rações, tendo atualmente 67 trabalhadores.
Homenagem a António Gouveia No dia 3 de setembro, no intervalo da corrida de toiros na Praça Amadeu Augusto dos Santos, foi prestada pública homenagem a António Gouveia, com o descerramento de uma placa no átrio principal da praça pelo presidente da Câmara Municipal do Montijo,
Nuno Canta, e por João Gouveia, filho de António Gouveia. António Gouveia, antigo forcado do Grupo de Forcados Amadores do Montijo, sofreu uma colhida mortal em 1991, numa corrida de toiros em Angra do Heroísmo.
Rouxinol recebe medalha de ouro Pelas mãos de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, o cavaleiro tauromáquico Luís Rouxinol recebeu a Medalha de Ouro do Concelho, no dia 3 de setembro, na Monumental Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos.
Esta é a mais alta distinção que o município pode conceder e foi atribuída a Luís Rouxinol pela notoriedade que atingiu no mundo da tauromaquia, elevando o nome do Montijo em todo o país. Recorde-se que a entrega das
Medalhas de Ouro do Concelho teve lugar no dia 14 de agosto, Dia da Cidade do Montijo. Na altura para além de Luís Rouxinol, que por motivos profissionais não pode estar presente, foram também agraciados Amândio de Carvalho e Cédric Soares.
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Primeiro-ministro no Montijo promove investimento Montijo recebeu, no dia 7 de outubro, no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida, a sessão O Investimento em Portugal, promovida pelo COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização. O primeiro-ministro António Costa esteve presente e defendeu que Portugal está no caminho certo, revelando que o investimento privado cresceu 7,7 por cento no primeiro semestre de 2016 face ao período homólogo do ano transato.
Perante uma plateia de empresários, António Costa garantiu que os fundos comunitários, no âmbito do Portugal 2020, são uma alavanca essencial para a promoção do investimento em Portugal. Num contexto de dificuldades, “os recursos que temos como garantidos são os fundos comunitários. A primeira prioridade do Governo
foi criar condições para que houvesse investimento. O país precisa de crescer, precisa de criar emprego e riqueza, precisa de novas oportunidades para ser capaz de se internacionalizar”, afirmou. O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, iniciou a sessão recordando que o atual Governo encontrou “o Portugal 2020 parado em relação ao apoio ao investimento privado. Antes de atingirmos os 100 dias de Governo já tínhamos ultrapassado os 100 milhões de euros de apoio. Hoje já ultrapassámos os 300 milhões. No quadro de projetos aprovados desde que chegámos ao Governo, os empresários comprometeram-se com um total de 28 mil novos postos de trabalho”. O anfitrião do evento, o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, assumiu que Montijo está preparado para novos investimentos: “queremos assumir o futuro, com respeito pelo nosso desígnio histórico, acolhendo como todos sabem o investimento do novo Aeroporto de Lisboa”. A sessão O Investimento em Portugal contou com testemunhos de empresários que estão a realizar investimentos com recurso aos fundos comunitários. Foram, ainda, assinados simbolicamente alguns projetos empresariais financiados pelo Portugal 2020.
Ministro Pedro Marques visita a sua escola no Afonsoeiro No arranque do ano letivo 2016/2017, no dia 14 de setembro, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, fez um regresso ao passado com a visita simbólica à escola da sua infância: a Escola Básica do Afonsoeiro, no Montijo. “Esta foi a minha escola. É com emoção que aqui estou e vejo que a escola está muito melhor. Foram anos muito importantes para mim. Fui feliz aqui”,
confessou o ministro aos alunos. Pedro Marques incentivou os alunos a estudar, respondeu as perguntas dos mais curiosos, realçou a importância daquela escola no percurso de vida dos jovens da comunidade do Afonsoeiro e, no final, das mãos da diretora do Agrupamento de Escolas Poeta Joaquim Serra recebeu uma pequena lembrança: o registo biográfico do seu percurso escolar.
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Câmara melhora Obra em curso na vias rodoviárias Estrada da Vara Longa A empreitada de pavimentação da Estrada da Vara Longa, que dá acesso ao Bairro da Bela Colónia, iniciou no mês de outubro. Um investimento de 95 105, 68 euros
mais IVA que permite melhorar substancialmente as condições da referida via, que ainda se encontrava em terra batida, e vai ao encontro das solicitações dos moradores.
A Câmara Municipal do Montijo continua a executar o seu plano de repavimentação de diversas ruas da cidade e do concelho, com o objetivo primordial de melhorar as vias rodoviárias, assegurando melhores condições de mobilidade e de segurança. Neste momento está em fase de execução a pavimentação de diversos arruamentos na zona mais antiga do Bairro do Afonsoeiro. A intervenção começou com a substituição de sumidouros e tampas de caixa de visita e prossegue com o asfaltamento dos arruamentos. Uma obra no valor total de 111.869,71 euros mais IVA. Esta obra junta-se a outras intervenções realizadas ao longo deste ano. Por exemplo, já foram pavimentadas ruas no Bairro Saldanha, no Bairro do Areias, no Bairro do Esteval, na zona mais central da cidade, no Alto Estanqueiro, em Sarilhos Grandes e em Pegões.
Dia da Freguesia distingue Florineve e Arlindo Oliveira A Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro voltou a celebrar mais um Dia da Freguesia, no passado dia 15 de setembro, no Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida. Este ano, o executivo da junta decidiu distinguir a empresa Florineve e o professor catedrático e presidente do Instituto Superior Técnico, Arlindo Oliveira, pelo trabalho realizado ao longo dos anos que muito tem prestigiado o Montijo. Após a entrega da Barca Aldegalega e dos discursos oficiais, Luís Represas brindou o público que encheu o CTJA com uma magnífica viagem pelos seus maiores êxitos musicais.
Espaço Oposição
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Os Parques Infantis O Concelho do Montijo tem mais de 30 parques infantis espalhados pelas diversas freguesias do nosso concelho. O aumento destes equipamentos veio com o crescimento habitacional e com a vinda de novos moradores desde a construção da Ponte Vasco da Gama. É uma mais-valia ter no bairro um parque infantil na decisão da compra de casa. Então os edificadores construíam os parques
infantis e depois deixavam a CM Montijo a responsabilidade da manutenção. Em 2011 alertámos a CM Montijo para o grave estado de manutenção de praticamente todos os parques infantis do concelho, estando em muito mau estado e que inclusive poderiam por em risco a saúde das nossas crianças. Não garantiam condições de segurança e higiene aos utilizadores.
Apresentámos, construtivamente, uma recomendação, em Assembleia Municipal a 20 de Junho de 2011, no sentido de a CM Montijo Fiscalizar, Reparar e Proceder à Limpeza dos Parques Infantis no Concelho do Montijo. Esta intenção foi reprovada pelo PS sob pobres argumentos, revelando na altura uma despreocupação total pela felicidade e segurança das nossas crianças. Felizmente que esse tempo já
passou e agora 5 anos depois com novos atores principais na JF Montijo e Afonsoeiro muito se tem alterado para melhor na freguesia do Montijo. O vogal do Bloco de Esquerda no executivo da JF Montijo Afonsoeiro tem contribuído decisivamente e positivamente para a melhoria da nossa qualidade de vida. A geringonça, neste caso, esta a funcionar bem. Os parques infantis da Fregue-
sia Montijo e Afonsoeiro estão a ser reparados e melhorados tendo em perspetiva a segurança e felicidade das nossas crianças. Apoiamos qualquer iniciativa das outras Juntas de Freguesia do concelho para o aumento e melhoria dos parques infantis. Ricardo Caçoila
OUTUBRO de 2016 | Montijo hoje
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Misericórdia do Montijo com Centro de Apoio à Vida A Santa Casa da Misericórdia do Montijo e a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, assinaram, no dia 20 de setembro, uma Carta de Compromisso para o financiamento do Centro de Apoio à Vida (CAV) daquela instituição. “Um projeto que promove a cidadania, a igualdade, o empoderamento e a emancipação das mulheres”, afirmou a secretária de Estado, ressalvando que o CAV da Santa Casa da Misericórdia do Montijo encerra uma característica que o distingue a nível nacional, pois “não só faz apoio social, como tem a particularidade de encontrar formação ou emprego para as mulheres que apoia, por forma a promover a autonomia das suas vidas”. O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, José Manuel Braço Forte, fez um balanço do trabalho desenvolvido até ao momento pelo CAV e agradeceu o apoio da secretária de Estado.
Batucando atribui bolsas de mérito A cerimónia de entrega das Bolsas de Mérito Batucando União de Freguesias do Montijo e Afonsoeiro teve lugar no dia 30 de setembro, no auditório da Escola Profissional do Montijo. O Batucando - Orquestra de Percussão é um grupo amador com características escolares, estando englobado numa estratégia pedagógica e com objetivos específi-
cos. A frequência no Batucando é gratuita e voluntária. Na cerimónia foram entregues troféus pelo cumprimento total de objetivos. Houve atuações e ensaios e foram entregues bolsas de mérito. Nuno Canta referiu que o Batucando - Orquestra de Percussão é um projeto cultural de grande alcance e um exemplo
do que é o movimento associativo.“ Temos estado convosco muitas vezes em festas e romarias um pouco por todo o concelho. Trata-se de um projeto conjunto, pois no fundo o movimento associativo passa por as pessoas se juntarem em momentos de convívio e atuação e terem o retorno por parte da sociedade”.
A funcionar desde fevereiro de 2015, o CAV já proporcionou resposta a 59 processos de acompanhamento a mulheres grávidas do Montijo e de outros concelhos vizinhos. O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, associou-se a esta cerimónia que permite, como afirmou, “a modernização dos serviços sociais no Montijo. Esta parceria entre o Governo e a Misericórdia do Montijo reveste-se da maior relevância dado o atual momento de recuperação do Estado Social, assumindo um compromisso com a solidariedade, a igualdade, a fraternidade e o bem-estar social de todos os montijenses”. Este apoio da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade traduz-se na atribuição à Santa Casa da Misericórdia do Montijo da quantia de 24 mil euros para custear, durante o corrente ano, as despesas associadas ao funcionamento do CAV.
40.º aniversário da Cercima “Sou feliz e então?” foi a questão que serviu de mote ao seminário comemorativo dos 40 anos da Cercima – Cooperativa de Educação e Reabilitação do Cidadão Inadaptado do Montijo e Alcochete, realizado no dia 21 de setembro, no Cinema Teatro Joaquim d’Almeida. Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, esteve presente no encontro, deixando expresso o desejo de concretizar três medidas: “a criação da prestação social de pessoas com deficiência, o projeto de criação de centros de apoio à vida independente e um programa de apoio à empregabilidade”. Nuno Canta sublinhou que a Câmara Municipal do Montijo “tem procurado contribuir para o reforço da coesão, apoiando ações e iniciativas que contribuem para alargar as respostas sociais na plena igualdade de direitos da pessoa humana”. Ao longo do seminário, palestrantes de diversas áreas debateram temas relacionados com a inclusão de pessoas com deficiência.
outubro
2016 I SÉRIE
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Natal com Arte De 25 de novembro a 6 de janeiro de 2017
25 de novembro | 17h00 – 19h00 Praça da República e Galeria Municipal Inauguração da iluminação de Natal e apresentação da Programação do Natal com Arte Visita à Exposição Retrospetiva dos 10 Anos da Universidade Sénior
Maratona BTT Canha Lago dos Cisnes CTJA
Considerado o mais espetacular dos bailados clássicos, Lago dos Cisnes chega no dia 25 de novembro, pelas 21h30, ao palco do Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida numa interpretação do Russian Classical Ballet, liderado por Evgeniya Bespalova. Lago dos Cisnes narra a história de um príncipe que procura a mulher ideal e vê na figura do cisne a suavidade e o encanto feminino, que o deixam loucamente apaixonado. Mas, na verdade, o cisne é a transfiguração de uma bela princesa encantada, um tema de verdadeira poética romântica. Uma narrativa com sumptuosos cenários, maravilhosos figurinos e um deslumbran-
te leque de melodias que compõem esta grande obra-prima. A coreografia exige dos bailarinos destreza e aptidão técnica na representação das personagens da história. A sua popularidade é, por outro lado, motivada pela música inspirada de Tchaikovsky, mas também a coreografia inventiva e expressiva de Petipa que, relacionando o corpo humano com os movimentos de um cisne, revela a sua genialidade, o seu potencial coreográfico e criatividade artística. Um espetáculo a não perder! 25 de novembro, sexta | Dança | M/6 | 21h30 25€ Plateia e 1.º Balcão | 22€ 2.º Balcão | 18€ 3.º Balcão
26 de novembro | 15h00 – 19h00 Parada do Pai Natal Atuação da Orquestra de Percussão Batucando Concentração Museu Municipal, desfile pela Av.ª dos Pescadores até à Praça da República
26 de novembro | 10h00 – 14h00 Átrio do Mercado Municipal Young Flea Market Solidário Se tens entre 15 e 35 anos, participa na Young Flea Market e promove a troca e venda de roupas e objetos usados. Mais informações em https://www. facebook.com/juventude.montijo 30 de novembro | 21h30 Concerto de Natal com Carlos Guilherme e Filipa Lopes Igreja Matriz do Montijo O tenor Carlos Guilherme e a soprano Filipa Lopes, acompanhados ao piano por Pedro Vieira de Almeida, oferecem uma viagem por alguns dos clássicos musicais da época natalícia, como Ave Maria, Adeste Fidelis, Silent Night, White Christmas ou Jingle Bells. A entrada é livre.
Dez petiscos, dez sabores A Câmara Municipal do Montijo comemora o Dia Europeu do Enoturismo com a iniciativa Dez Petiscos, Dez Sabores no dia 12 de novembro, a partir das 18h00, no Museu Agrícola da Atalaia. Os alunos do Curso Técnico de Restauração da Escola Profissional do Montijo, sob
a orientação do Chef David Carvalho, vão preparar uma degustação de dez petiscos, acompanhados pelos vinhos da Casa Horácio Simões. No final relembramos o S. Martinho com batata doce e castanha assada. Inscreva-se. Mais informações através do pturismo@mun-montijo.pt .
Se gosta de BTT, marque já o dia 4 de dezembro na sua agenda! A Maratona BTT Canha está de regresso para repetir o sucesso das edições anteriores. A partir das 9h30, os participantes vão pedalar na Maratona, com 70 quilómetros, ou no Raid com 35 quilómetros. A Maratona BTT de Canha tem como principal objetivo a promoção da vila de Canha, a mais antiga localidade do concelho do Montijo, e da região circundante como ponto de excelência para a prática do desporto de natureza. Para participar deve fazer a sua inscrição em http://apedalar.com/. Mais informações em http://maratonabttcanha.blogspot.pt/