Morfologia do Tempo | Nogueira Lopes

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MORFOLOGIA DO TEMPO NOGUEIRA LOPES



EXPOSIÇÃO DE ESCULTURA E DESENHO

MORFOLOGIA DO TEMPO

NOGUEIRA LOPES

18 Junho a 6 Agosto 2022 GALERIA MUNICIPAL DO MONTIJO



“O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.” Esta lengalenga sobre o tempo, bem conhecida de todos nós, reflete a razão pela qual a natureza do tempo tem sido um dos maiores problemas filosóficos desde a antiguidade. O Tempo é linear, divide-se em passado, presente e futuro, a sua medida torna-se subjetiva, consoante a situação, rápido numa situação agradável, lento numa situação difícil, causa-nos angústia pela sua irreversibilidade, enfim… Poder-se-iam encher páginas e páginas sobre o tempo, e por causa desta atração que exerce, também os artistas o escolhem como tema dos seus trabalhos, porque é um convite a uma reflexão sobre o TEMPO que Nogueira Lopes nos faz com a sua exposição de escultura em madeira, “Morfologia do Tempo”. Agostinho Nogueira Lopes, que se encontra representado em diversas coleções, em Portugal e no estrangeiro, nasceu em Pombal e em 1967, com 8 anos, muda-se para o Barreiro, onde continua a residir. Logo na escola primária revela a sua tendência para as artes. Em 1980, entra na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, “onde manifesta a influência do professor Lagoa Henriques”, o autor da nossa Tágide na Praça da República, “pela sua sensível forma de ver”. Bem vindos à Galeria Municipal! O Presidente da Câmara Municipal

Nuno Ribeiro Canta



1 – Divagações Se considerarmos o tempo de um ponto de vista matemático, tudo se reduz a um continuum, números que se sucedem, uns atrás dos outros. Mas se, por outro lado, o olharmos como se de uma ilusão se tratasse, deparamo-nos com a sua não linearidade — um tempo em que os acontecimentos dependem dos sujeitos e contextos que o enformam. Um tempo psicológico, onde o passado se entrelaça com o futuro e, juntos, criam dinâmicas próprias. Descobrir no passado sítios arqueológicos, objetos escultóricos e memórias — partidos, fragmentados, destruídos e desagregados — capazes de resistir ao tempo, leva-nos até narrativas outras, que se justapõem e permeiam entre si. Transporta-nos para fantasias arrancadas ao passado e trazidas para a realidade, apresentando-se num possível presente fundado em lugares futuros. É o caso de alguns desenhos que, pensados e contemplados na imaginação durante meses, podem ser concretizados em breves segundos; também da execução dos objetos escultóricos que, enquanto frui, foge a um plano pré-determinado e segue direções orientadas por sinergias de momentos passados, presentes e futuros. Esta instalação discute as narrativas que se (re)construem no universo de possibilidades do tempo.



2 – Sobre o trabalho expositivo Este é um trabalho evidente no material, na forma e no conteúdo. Desconstruído, inacabado e fragmentado (jogo do tempo ou da falta dele) no passado, no presente, e no(s) futuro(s). Um lugar inacabado que propõe ao observador fruir, imaginar e completar a obra (o que falta?) com o seu próprio sujeito. Os rostos, ambíguos no género, despojados de cabelo ou vestes, andróginos e com fortes referências Greco-Romanas – são formas lúdicas que suportam a matéria e que se pretendem ausentar de adjetivação ou qualificação. O tempo como escultor; o lugar como construção — a transformação da(s) forma(s) através da imaginação. Será a existência uma arqueologia do passado, mas também do futuro? Fica o dito pelo não dito!


FIGURANTES, 2015-21 Tinta da China sob/papel de arroz





ARQUEOLOGIA SOCIAL, 2020 A instalação “Arqueologia social” propõe uma plataforma de interpretação da complexidade e pluralidade identitária da sociedade. Uma proposta inacabada do modo como, em comunidade, nos construímos, influenciamos e comunicamos. Uma experiência que propõe uma reflexão sobre as camadas socioculturais que nos compõem. E tu, qual a tua arqueologia?





MÁSCARAS, 2013 Registo de rostos humanos, máscaras de madeira, no interior de blocos de betão. Esculturas para depositar aleatoriamente no espaço público como elementos intrusos e estranhos.



FLORESTA, 2022





ANOMALIA, 2022






AGOSTINHO NOGUEIRA LOPES Agostinho Nogueira Lopes nasce 1959 em Pombal. Em 1985, licencia-se em escultura por a Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Participou em várias exposições colectivas e individuais desde 1977. 1980 – Viagem ao mundo da linha, da forma e da cor, câmara municipal de Almada; 1981 – Amigos de Lisboa, palácio foz. (menção honrosa). 1982 – Salão da Primavera, casino do Estoril, (menção honrosa). 1983 – Colectiva na faculdade de letras, Lisboa. 1985 – Exposição colagem, tapeçaria, gravura e objectos, S.N.B.A.L. 1986 – Participação: V Bienal de Vila Nova da Cerveira. 1986 – Escultura em Betão na Praceta José Arede, Barreiro. 1988 – Exposição individual no restaurante “Céu da Boca”, Lisboa. 2007 / 2009 – Bienal de Coruche 2007 / 2009. 2009 – Exposição individual na Galeria Bairro Arte – “Transparências opacas”. 2010 – Exposição individual no Hospital da Luz. 2013 – “Urban interventions”, Bairro da Mouraria, Lisboa. 2014 – Participação na Bienal do Lis. 2015 – Participação XVIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. 2016 – Exposição Colectiva Galeria São Mamede, Lisboa. 2016-20 – Ilustrações, Bagabaga Studios. 2016 – Ilustração da reportagem: “Juventude em Jogo”, “Revista Divergente” – 1º Prémio AMI – Jornalismo contra a indiferença. 2017 – Exposição de escultura individual: “Figurantes”, Galeria de Arte | Vale do Lobo, Galeria São Mamede. 2018 – Exposição de pintura e escultura: “Espaço Fragmentado”, Casa das Artes, Porto. 2018 – Exposição individual de escultura, “Penélope e outros figurantes” Galeria São Mamede, Lisboa. 2018 – “I Simpósio Internacional Floresta”, escultura: “Raízes”, Leiria. 2019 – Participação no livro: “BRR2018: Quando a periferia se torna trendy”, “Os 80’s nas telas de Nogueira Lopes”. 2019 – Exposição de pintura: “O Barreiro nos 80´s”. 2019 – Ilustrações para o conto de Sofia da Palma Rodrigues: “Quimera Distópica: uma mixórdia de memória, realidade e imaginação.” 2020 – XXI Bienal Internacional de Arte de Cerveira. 2021 – Presença na “Feria de Arte Contemporáneo – Art Madrid”, com Galeria de São Mamede (Lisboa).


FICHA TÉCNICA CATÁLOGO Titulo Morfologia do Tempo | Agostinho Nogueira Lopes Edição Câmara Municipal do Montijo Autor Câmara Municipal do Montijo Organização Galeria Municipal do Montijo Texto(s) Agostinho Nogueira Lopes | Ricardo Venâncio Lopes | Sofia da Palma Rodrigues Fotografia Ricardo Venâncio Lopes Curadoria Agostinho Nogueira Lopes | TRAÇA Atelier Produção Agostinho Nogueira Lopes | TRAÇA Atelier Projeto gráfico Agostinho Nogueira Lopes | TRAÇA Atelier | Galeria Municipal do Montijo Divulgação Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Impressão AD Print Unip. Lda. Tiragem 350 exemplares Depósito Legal 501229/22 ISBN 978-989-8122-82-7

FICHA TÉCNICA EXPOSIÇÃO Produção e Organização Divisão de Cultura, Bibliotecas, Juventude e Desporto/ Galeria Municipal Design Gráfico Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Montagem Divisão de Cultura, Bibliotecas, Juventude e Desporto/ Galeria Municipal | Divisão de Obras, Serviços Urbanos e Ambiente Realizada em parceria com a Galeria São Mamede

Galeria Municipal do Montijo Rua Almirante Cândido dos Reis, 12 • 2870-253 Montijo Telefone 21 232 77 36 E-mail cultura@mun-montijo.pt Horário 3.ª a Sábado das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30

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