Lindo pôr-do-sol | Sérgio Lemos

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LindoPôrdoSol LemosSérgio FOTOGRAFIA

GALERIA MUNICIPAL DO MONTIJO 14 AGOSTO A 8 OUTUBRO 2022 EXPOSIÇÃO PôrLindodoSol Sérgio Lemos FOTOGRAFIA

Segundo alguns autores, a criação ficcional/artística é inata em todas as pessoas, é uma necessidade inerente a todos, pois criar corresponde a uma reinvenção e a uma supe ração do “eu” e da nossa relação com o mundo, é também, uma forma de reconciliação com a realidade e com a vida.

O Presidente da Câmara Municipal Nuno Ribeiro Canta

Sérgio Lemos, o autor desta exposição, vem dar razão a estes autores, porque apesar da fotografia fazer parte da sua vida profissional (o fotojornalismo), não “descura a vertente artística”, dando assim, forma e “voz” à sua imaginação. Dar a conhecer essa “voz” é o objetivo desta exposição que abre as suas portas no dia em que também celebramos a nossa terra, no 37.º Aniversário da Cidade. A Galeria Mu nicipal associa-se a esta celebração, convidando Sérgio Lemos, um conterrâneo, a apre sentar o seu trabalho. As suas fotografias têm uma narrativa ficcional própria, que nos reporta para questões, aparentemente sem resposta, através de imagens de conceção simples, sem qualquer recurso à manipulação.

Parabéns ao Montijo! Viva o Montijo! Bem-vindos a mais uma exposição!

“A fotografia entrou na minha vida em meados dos anos 90, quando senti necessidade de reproduzir imagens na minha cabeça que não conseguia de outra forma, por não ter jeito para desenhar ou pintar.” Sérgio Lemos, 2022

“sem título” 2011 150 X 100 cm

O que nos dizem as fotografias do Sérgio Lemos, presentes nesta exposição? Nada. Maravilha.

Leonel Ventorim, 2022

Todos querem ver os rostos, os corpos, o explícito dos famosos. Afinal, um famoso não existe sem um “corpo”. Dos não-retratos aos lugares ermos na penumbra e abandonados é um passo, pequeno no inconsciente, mas um grande passo rumo ao nada, ao vazio, ao silêncio. Até nas imagens expostas de um corpo feminino sexual - num bordel? - existe ausência. Outra vez o não-explícito. É aqui, nesse nada, onde estamos quase todos e, quase todos estamos com medo, pois vive-se no excesso e para o explícito, mas no excesso de vazio, na falta de conteúdo, vive-se na presença massiva e obsessiva da imagem que pretende dizer algo mas acaba por não dizer nada, no grito que se está vivo mas para anunciar que estamos mortos, e quando somos confrontados com a imagem verdadeiramente vazia, é a inquietação por dentro de nós, não é a morte, mas o vazio e o silêncio, e estes são piores para todos os que vivem, euforica mente, dependentes de imagens. No entanto, nestas fotografias não há morte explícita, até pode caber tudo lá dentro, mas em imagens a ausência de signos, para a maioria das pessoas, mete medo, é a própria morte. É como se não existissem. O mais literalmente perto da morte, presente nas fotografias, é uma menina dentro de um caixão que se ri perante a possibilidade de ser baixada à cova aberta ao lado. Ela na verdade ri-se de quem a vê, de todos os que têm medo de não ver nada nas fotografias. A fotografia “a sério” é hoje em dia, um lugar distante e abandonado? Na minha modesta opinião, assim o é. Nesta exposição do Sérgio Lemos es tamos perante a beleza do mistério e, o mistério contém em si a dúvida, e a dúvida contém o vazio, um nada por preencher, ou não. É só escolher.

Não dizer nada numa época em que se pensa que diz tudo, (nada, verdade, nada dizendo), é uma benção. Quando falo aqui em “nada” refiro-me à ausência de elementos interpretativos fá ceis. Ou vemos nucas ou então rostos, mas de olhos fechados, de personalidades conhecidas da vida pública. Negação? Talvez. Ausência? Certamente. Mas de quem? Dos fotografados ou da intenção do autor? Só ele nos pode dizer. Mas dizer para quê? Porque nós como público te mos de saber tudo? Sendo o autor fotojornalista de profissão - e excelente - ganha ainda mais particularidade e interesse a escolha e abordagem destas fotografias, para uma exposição.

“making of #2” 2011 150 X 100 cm

Série “sem título” 2022 3 150fotografiasX100cm

Série “making of #1” 2012 2 150fotografiasX100cm

Série “reality road #2” 2022 2 150fotografiasX100cm

Série “reality road #1” 2022 2 150fotografiasX100cm

Série “Anita” 2011 - 2022 10 fotografias 90 X 60 cm

“Funeral” 2008 150 X 100 cm

Trabalhou, entre 1999 e 2003, no semanário “Euronotícias” e, desde 2003 que integra o grupo editorial Cofina, onde faz trabalhos de fotografia e vídeo para as diversas publicações daquele grupo, destacando a revista “Sábado” e os jornais “Correio da Manhã”, “Record” e “Jornal de Negócios”. Tem fotografado as mais eminentes figuras do nosso país tal como os acontecimentos que fazem as notícias.

Como a Arte não tem limites, muitas vezes utiliza elementos da sua profissão no desenvolvimento dos projetos mais artísticos, como se poderá verificar em alguns dos trabalhos apresentados nesta exposição.

SÉRGIO LEMOS Biografia Fotojornalista de profissão, tem como hobbies a fotografia artística e a música.

Sérgio Lemos nasce em agosto de 1974, em Alcochete, cresce no Samouco e, reside no Montijo. Frequentou o curso de Engenharia de Produção Mecânica em Setúbal entre 1992 e 94. Em 1998, ingressa no Ar.Co, no curso de Fotografia, dando assim, continuidade à vocação que sentia desde a sua adolescência, por alguma influência do seu pai. Ainda a frequentar o curso, responde a um anúncio colocado na escola, onde era solicitado um fotógrafo para integrar um projeto jornalístico em início de atividade, tendo este evento ditado o seu futuro profissional, até aos dias de hoje.

Entretanto, estes projetos musicais diversificam-se e toca em várias bandas, “Duendes do Umbigo”(no ativo), “Dr. Frankenstein”, “The Great Lesbian Show”, “Lolly and Brains” e, finalmente, “Volcano Skin”. Gravou, cerca de uma dezena de discos, e percorreu o país de norte a sul em concertos, às vezes em palcos importantes, como o do Festival do Sudoeste ou o de Paredes de Coura, neste caso com os “Dr. Frankenstein”. Atualmente, está a finalizar a gravação do seu último álbum com o projeto “Volcano Skin”.

O percurso na música inicia-o, em 1984, como percussionista na Filarmónica do Samouco depois, como músico contratado, para várias outras bandas filarmónicas, já nos anos 90, tendo passado pela Banda Filarmónica 1º de Dezembro. Por essa altura, começa a dirigir a sua atenção e interesse para uma música mais alternativa, integrando os “Canal Caveira”, banda local, cujo auge ocorre com uma digressão realizada em 1995, entre Lisboa, Barcelona e Berlim, com outras bandas destas cidades, uma promoção da Câmara Municipal de Lisboa.

Galeria Municipal do Montijo Rua Almirante Cândido dos Reis, 12 • 2870-253 Montijo Telefone 21 232 77 36 E-mail cultura@mun-montijo.pt Horário 3.ª a Sábado das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 Montijo, agosto 2022 FICHA TÉCNICA CATÁLOGO Título Lindo Pôr do Sol: Fotografia | Sérgio Lemos Edição Câmara Municipal do Montijo Autor Câmara Municipal do Montijo Organização Galeria Municipal do Montijo Texto Leonel Ventorim Fotografia Sérgio Lemos Projeto gráfico Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Divulgação Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Impressão AD Print Unip. Lda. Tiragem 350 exemplares Depósito Legal 502658/22 ISBN 978-989-8122-84-1 Produção e Organização Divisão de Cultura, Bibliotecas, Juventude e Desporto/ Galeria Municipal Design Gráfico Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Montagem Divisão de Cultura, Bibliotecas, Juventude e Desporto/ Galeria Municipal Divisão de Obras, Serviços Urbanos e Ambiente FICHA TÉCNICA EXPOSIÇÃO Capa e Contracapa www.mun-montijo.ptgaleriamunicipalmontijo Série “icons” 2018 - 2019 2 130fotografiasX130cm

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