Aspectos gerais ................................................................................................................ 3 SER TREINADOR. SABER ESTAR, SABER SER… ........................................................................................3 DINÂMICA DE GRUPOS .........................................................................................................................4 FORMAR JOGADORES. TAREFA DIFICIL? ............................................................................................... 4 ETAPAS DA FORMAÇÃO DESPORTIVA. PROCESSO A LONGO PRAZO. ....................................................6 CONSTUIR UMA EQUIPA.......................................................................................................................6
Basquetebol. Linhas Orientadoras .................................................................................. 7 BASQUETEBOL MODERNO. TENDÊNCIAS .............................................................................................. 7 MODELO DE JOGO. COMO PODEMOS JOGAR? ...................................................................................10 DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA .........................................................................................................11 RECUPERAÇÃO DEFENSIVA. TRANSIÇÃO DEFENSIVA ..........................................................................13 CONTRA-ATAQUE VS TRANSIÇÃO OFENSIVA ......................................................................................13 ATAQUE .............................................................................................................................................14
Basquetebol. Técnicas e Tácticas. ................................................................................. 15 ATAQUE CONTRA DEFESAS HOMEM A HOMEM .................................................................................15 ATAQUE POR SISTEMAS CONTRA DEFESAS HOMEM A HOMEM .........................................................17 TRANSIÇÃO OFENSIVA / CONTRA-ATAQUE .........................................................................................18 TRANSIÇÃO DEFENSIVA ......................................................................................................................19 DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA A MEIO CAMPO ...............................................................................20 DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA EM CAMPO INTEIRO ........................................................................25 DEFESA ZONA EM MEIO CAMPO ........................................................................................................26 DEFESA ZONA PRESS TODO O CAMPO ................................................................................................26
Basquetebol. Preparação Física..................................................................................... 27 Caracterização dos esforços no basquetebol ......................................................................................27 Desenvolvimento das capacidades motoras e habilidades num jovem basquetebolista .....................29
Aspectos gerais SER TREINADOR. SABER ESTAR, SABER SER…
A principal missão do treinador está ao nível da preparação e formação dos jogadores, que é sem dúvida um processo complexo, exigindo um reportório diversificado de capacidades e competências. A tarefa de ser treinador não é fácil. Ser treinador prossupõe o acto de treinar atletas com responsabilidade e saberes que estão para além do ensino dos gestos técnico-tácticos. O treinador deve apresentar um conjunto de características que o distingue dos outros. Há treinadores que estão vocacionados para treinar jogadores seniores e outros jogadores dos escalões de formação. RIcard Casas afirma que “um treinador de formação deve ter um alto nível de conhecimento técnico e táctico, e ser um conhecedor do basquetebol ao mais alto nível”. Ao treinador exige-se o gosto de treinar, de ser treinador (do que faz, de ensinar, de treinar e dos atletas), que conheça a modalidade, conheça as etapas de desenvolvimento do ser humano, domine a metodologia do treino apropriada ao escalão etário e ao nível dos praticantes, que conheça os aspectos relacionados com o planeamento e organização do treino de acordo com os objectivos definidos, seja um bom comunicador, que contribua para o bem-estar dos atletas e que vá de encontro e satisfaça as expectativas dos atletas. O treinador deve estabelecer objectivos globais e parciais a atingir.
O treinador deve orientarXXXXXXXXXXXXXX
A transmissão dos seus pensamentos e conhecimentos, ou seja de toda a informação, revelase uma função de crucial importância nas tarefas do treinador. A oportunidade e o conteúdo das suas informações, o feed-back, não só na transmissão de conhecimentos mas também na sua correcção são decisivos para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem. A verdade é que a influência o treinador vai muito para além do contexto desportivo. A sensibilização junto dos jogadores, ou melhor a influenciar XXXX intervir na vida, desenvolvimento e crescimento pessoal e social dos atletas.
Não podemos esquecer que devemos ter sempre uma conduta que acabará por constituir um modelo positivo ou negativo que os jogadores observam, avaliam e adoptam.
A função de treinador implica a tomada de decisões organizadas co base em indicadores e segundo critérios que obedecem a uma certa ordem e em diferentes domínios. Organização do treino, liderança, estilo e forma de comunicação com os jogadores, dirigentes, árbitros, opções estratégicas e tácticas decorrentes da observação e análise do jogo, gestão de pressões contidas na competição, controle da capacidade de concentração e emoções.
Um treinador deve saber ser competente, sabe da modalidade, mas também e a cima de tudo entender a importância da área comportamental. Honesto nas palavras, coerente nas acções, ser claro, pois só seremos treinadores qunado nos desprendermos do nosso ego, nos libertamos do nosso umbigo. Ser um bom treinador, não é a questão central com que se deve preocupar o treinador. Mas sim que os jogadores com quem trabalha sejam bons e a equipa treina, ganhem. Enquanto treinadores pensarmos mais em nós e nos nossos interesses e afirmação pessoal, que nos jogadores, não somos tão bons treinadores assim. Melhorar as competências dos jogadores é a nossa grande responsabilidade e esse deve ser o nosso objectivo principal.
DINÂMICA DE GRUPOS
FORMAR JOGADORES. TAREFA DIFICIL? A capacidade do basquetebol português para se ajustar progressivamente às exigências da actualidade só será possível, se a nossa função de influência e persuasão daqueles que nos rodeiam, permitir que se construam programas de formação de jogadores com objectivos claros a médio e longo prazo. A actividade dos clubes deve ser orientada por objectivos que equacionem a evolução dos jogadores nos diferentes planos de preparação ao longo de cada uma das fases/etapas da formação desportiva, sabendo que essas etapas são diferentes no masculino e no feminino.
Há que ter de uma forma consciente e clara o perfil de jogador que se pretende formar, do perfil de jogador que em cada posição gostaríamos de obter como produto final. A definição desse perfil não tem apenas utilidade como output de formação, mas deve constituir uma referência importante no recrutamento de jogadores. Assim, quando se aponta a necessidade de elaboração de programas de formação de jogadores é este o ponto que devemos reforçar: definir objectivos de longo e de médio prazo e perceber que tais objectivos são referenciais de formação mas igualmente de recrutamento. Deve-se esclarecer quais as etapas por que devem passar a concretização desses objectivos e operacioná-las em cada um dos níveis de prática – nos sub14, sub16 e assim sucessivamente nos sub18 e sub19 até ao alto rendimento, movendo toda uma estrutura técnica no sentido de se dirigir colectivamente para as metas e objectivos então definidos. É na quantidade e na qualidade diária do trabalho de preparação que os projectos de formação se revelam. Se sabemos que a competição é exigente, deverá ser o dia-a-dia do treino levado com menor enfatização desse nível de exigência? Acredito que não. Acreditamos que o caminho do desenvolvimento vai no sentido do treino reflectir verdadeiramente as exigências dos referenciais da competição (ao mais alto nível). O valor da qualidade e exigência para com o treino, associado ao da auto-preparação que os próprios jogadores devem ou deveriam possuir, tem de constituir um alicerce do recrutamento e do processo de formação. É evidente que não basta que sejamos só nós treinadores a acreditar neste facto. Neste contexto, parece-me que devemos ser os primeiros a dar o exemplo, mas é óbvio que sendo os jogadores as peças fundamentais do processo, são eles que acima de tudo devem acreditar e assumir esta permissa. A capacidade de influência dos treinadores neste processo é decisiva no sentido de se formarem jogadores onde os valores e as qualidades humanas associadas à capacidade de trabalho estejam presentes e sejam exigidos e assumidos como o único caminho desejável para a melhoria das qualidades dos jogadores e das equipas. Para finalizar, é importante recuperar John Wooden quando à 40 anos atrás afirmava: “Para além da altura, peso e velocidade parece importante perceber nos jogadores a que “altura” querem jogar? Que ambição e persistência revelam? Que resistência ao erro, à derrota, à dor e à fadiga têm? Não basta ser veloz, é necessário ser capaz de jogar em velocidade! Ver, analisar, decidir e executar sempre cada vez mais rápido! Mais do que ser forte (fisicamente), é preciso não temer “jogar forte”.”
ETAPAS DA FORMAÇÃO DESPORTIVA. PROCESSO A LONGO PRAZO.
CONSTUIR UMA EQUIPA
Basquetebol. Linhas Orientadoras BASQUETEBOL MODERNO. TENDÊNCIAS A evolução do jogo de basquetebol tem sido uma nota de registo ao longo de seu desenvolvimento. Um jogo mais atractivo e envolvente, ao mesmo tempo, mais competitivo, são características que fazem do basquetebol dos dias de hoje um interesse mediático a uma escala planetária. Este processo de evolução está certamente ligado a um conjunto muito diverso de factores que se prendem com outros domínios que ficam para além do jogo em si. Na realidade, o jogo que hoje assistimos pode considerar-se como um produtivo evolutivo intersectado por vários factores: (1) Uma nova dimensão física com que o jogo actualmente é jogado; As qualidades físicas dos jogadores, sejam elas antropométricas (altura e peso) ou condicionais (principalmente força e velocidade) dão ao basquetebol actual a “explosão” e o contacto de que tanto o jogo é fértil: a rapidez das transições (quer ao ganho, quer à perda da posse de bola); as impulsões conseguidas para afundar (mais propriamente no basquetebol masculino), as suspensões sob a oposição de defesas muito pressionantes ao lançamento, ou ainda a agressividade imposta na luta corpo-a-corpo por ganhos de posições em determinadas zonas do campo, normalmente em zonas perto do cesto e sem bola. (2) A evolução técnico-táctica que é uma consequência da apropriação dos treinadores e jogadores dos diversos conteúdos do jogo; A qualidade e a importância do drible, a precisão do lançamento exterior, a qualidade da interpretação dos fundamentos, o aparecimento de combinações tácticas ofensivas, que obriga a uma “revisão” dos processos defensivos, são apenas alguns exemplos das modificações que se tê operado ao longo dos tempos. (3) A presença de regras que estiveram atentas a este processo evolutivo e permitiram interpretações mais adaptadas a um jogo mais rico em termos físicos, técnicos e tácticos; Desde uma maior aceitação do contacto, passando por uma atitude interpretativa das vantagens-desvantagens e terminando na presença da tecnologia como auxílio da decisão de arbitragem em momentos chaves do jogo. Há sem dúvida uma tendência de adaptação permanente que tenta contribuir para um jogo mais dinâmico e actualizado a novas realidades físicas e técnico-tácticas, bem presentes nas
recentes alterações das dimensões da área restritiva, zona de restrição da falta ofensiva e aumento da distância da linha de três pontos. Da observação do confronto internacional, nomeadamente NBA, Euroleague, liga Endesa, Eurocup (masculino e feminino), retira-se para análise um julgamento do tipo de jogo que hoje se joga. As tendências do ataque e da defesa apresentam as seguintes marcas: (1) NO ATAQUE - Transições ofensivas rápidas e de grande intensidade (organizadas) feitas com 5 jogadores, numa procura objectiva de cestos fáceis; - O 1x1 nem sempre com um reportório muito vasto, mas sempre associado a uma ideia de eficácia; - Utilização do bloqueio directo como estrutura táctica para criar desequilíbrios ou vantagens quer em ataque organizado e mesmo em transição; - bases que impõem o ritmo de jogo ofensivo e personalizam uma equipa com uma excelência na capacidade de liderança e na condução do jogo – possuem uma qualidade de passe acima do normal, raramente são finalizadores mas quando o fazem, fazem-no com elevadas percentagens;
(2) NA DEFESA - uma grande e constante pressão sobre o portador da bola, muitas vezes associada a defesas campo inteiro – impedir que a bola entre na área restritiva parece ser objectivo fundamental (não há cestos fáceis); - uma forte pressão sobre as linhas de passe penetrante e em muitos casos no lado contrário ao da bola com posições de ajuda muito limitadas; - contacto e utilização do corpo nos movimentos sem bola como um elemento determinante para o aumento do desconforto das rotinas ofensivas do ataque, obrigando este a utilizar espaços que não quer; - uma pressão constante aos lançamentos (contestar lançamentos), principalmente naqueles que são realizados na área restritiva reduzindo o espaço e o tempo de acção do lançador; - a existência de trocas defensivas frequentes como forma de reagir à defesa dos bloqueios e às penetrações.
No basquetebol moderno são diariamente treinadas acções técnico-tácticas que conduzem à criação de situações que permitam realizar com sucesso o lançamento ao cesto. Estas acções encontram-se associadas a uma noção de vantagem momentânea, de tempo e espaço, do atacante relativamente ao defensor. A análise do jogo de uma equipa de basquetebol no seu processo ofensivo conduz-nos a esta procura sistemática de reconhecimento ou criação de situações de vantagem (Norberto Alves), que na perspectiva de Scariolo (2005), é saber identificar e aproveitar uma situação de vantagem num emparelhamento de um contra um, ou conseguir criá-lo, quando tal não acontece, parece ser o objectivo constante do ataque. A identificação e a clara percepção de uma situação de vantagem releva a importância para a tomada de decisão, que deve ser célere e correcta devido ao tempo que se dispõe. A criação de uma situação de vantagem realiza-se através da execução de cortes ou bloqueios presentes nos processos ofensivos de uma equipa. Criada a vantagem, esta deve ser explorada rapidamente, por forma forma a proporcionar as melhores condições de espaço no campo, com o intuito de chegar ao melhor lançamento possível. Olhando para o jogo actual, observa-se nos treinadores de referência, uma constante utilização de bloqueios ofensivos, mas tem sido evidenciada a importância da utilização do bloqueio directo no basquetebol moderno. Scariolo (2005), salienta a necessidade de criação de vantagens a partir da utilização dos bloqueios directos. Salienta-se que, com o surgimento da regra dos 24 segundos os ataques viram-se forçados a terem que lançar mais rápido, aumentando consequentemente o numero de posses de bola, o que influencia o ritmo de disputa do jogo. Nesta perspectiva, os treinadores viram-se forçados a aplicar estilos e sistema de jogo, rápidos e dinâmicos, até mesmo nos escalões de formação. Para Obradovic, a utilização do bloqueio directo no início dos ataques organizados é uma combinação táctica que procura, de uma forma rápida, romper o equilíbrio da defesa e dar uma resposta a uma necessidade de criar uma vantagem ofensiva, mais ainda se o relógio dos 24 segundos coloca pressão. No basquetebol de elite, a táctica tem hoje uma importância considerável, mesmo que seja individual ou colectiva, em que a posição de base é a mais decisiva.
MODELO DE JOGO. COMO PODEMOS JOGAR?
Não duvido nem por um momento da importância da organização colectiva das equipas, nem da sua vantagem sobre o jogo individual. O que importa neste momento de reflexão, é a obsessão pela táctica e por modelos que convertem os jovens em verdadeiros “parafusos” de uma máquina que não pensa o jogo e que condiciona a sua criatividade. Considerando que a táctica na sua aplicação deverá criar condições para que os jovens cresçam jogando em liberdade de acção e confiança que lhes permita animar o jogo muito para além do planeado, os modelos colectivos deverão obedecer as estas preocupações do ensino do jogo (Simões, Orlando, 2009). O jogo pode ser jogado de muitas maneiras, apoiado naquilo que se domina vulgarmente como filosofia do treinador, e face às inúmeras maneiras de entender o jogo. Isso não significa que se pode jogar de qualquer maneira! Na formação, os objectivos prendem-se, entre outros tantos, em formar jogadores para jogar o jogo nas equipas seniores do clube. Mas que basquetebol querem jogar as equipas seniores dos clubes? Para quem se interessa só pelo treino com jovens, é fundamental observar e analisar o jogo ao mais alto nível nos escalões superiores, porque será muito difícil formar jogadores se não se souber para que jogo os formamos. Uma discussão frequente, é se nos escalões iniciais de formação, se deve privilegiar um jogo livre ou um jogo planeado. Observa-se como hipótese mais defendida o jogo livre nos escalões de formação. Mas será que o número elevado de regras e conceitos que implica não faze dele o jogo mais condicionado? Na perspectiva da formação de jogadores, temos de ensinar aos jovens a jogar com inteligência, a entender o jogo e a amadurecer tacticamente no sentido de aprenderem a eleger a melhor opção em cada momento, a decidir bem. Para Scariolo, o ideal é um sistema misto de jogar no ataque: jogo por conceitos (a base) e sistemas (a forma exterior, o recurso de apoio de organizar com vantagem esses conceitos). Há que ser imprevisível, ter flexibilidade (muitas variantes). A regra dos 24 segundos tornou ainda mais evidente a vantagem que consideramos ter esta abordagem e atenção. Não é a mesma coisa atacar planeado ou atacar planeado assente em princípios! Neste seguimento, Scariolo defende como forma de jogar um misto de organização e liberdade dadas aos jogadores para expressar a sua criatividade. Também para se formarem jogadores para o jogo actual, considera-se ser a melhor opção, quando associada a um bom trabalho de ensino da técnica individual, a preparação física e mental, nomeadamente ao nível da concentração.
Olhando para o jogo actual identificam-se as seguintes situações que permitem marcar pontos: - 1x1 (de frente e de costas para o cesto) - Jogar com o bloqueio directo - Libertar um lançador (normalmente após penetração em drible para romper e forçar a defesa a mandar ajudas) - Pontos a partir de uma boa defesa (roubo de bola, contra-ataque) - Lances livres - Ressaltos ofensivos finalizados directamente da acção de ressalto. Xavi Pascual (FC Barcelona), defende que o jogo baseado em conceitos deve ser válido desde a formação ao mais alto nível. Da análise do jogo, o grande principio ofensivo presente é: penetrar e assistir! Associado a esse princípio, Xavi Pascual considera decisivo para executar em jogo essa acção (penetrar e assistir): - Ocupar bem os espaços. Manter distâncias. - Reagir à penetração em drible (jogar sem bola em afastamento ou aproximação) - Quem penetra sai num canto longo que possibilite continuar a manter o equilíbrio ofensivo e a ocupação dos espaços - Apos penetração e passe, não há penetração, mas sim outro passe (penetrar – passar – passar)
Para ter sucesso neste modelo de jogo é bom voltar a lembrar os aspectos básicos a ter em conta: - técnica e táctica individual - capacidade de ler correctamente as reacções defensivas - manter o equilíbrio entre agressividade ofensiva e colectivismo, para atacar o cesto mas identificar as ajudas e assistir os colegas que ficam momentaneamente livres em vantagem de tempo e espaço.
DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA Um jogo de basquetebol desdobra-se da defesa (ganho da posse da bola), para o contraataque (tentar marcar ponto antes da equipa adversária estar organizada), para o ataque organizado (tentativa de uma percentagem de lançamentos alta usando o talento disponível e mantendo a organização).
O primeiro objectivo de qualquer equipa assim que ganha a posse da bola é utiliza-la da melhor forma possível, de preferência sem que o nosso adversário tenha marcado cesto. Há que proteger “o nosso meio campo” sem permitir lançamentos fáceis, sobretudo debaixo do cesto e sem oposição. Na defesa a verdadeira essência é o trabalho colectivo, da equipa, onde todos os jogadores contribuem, e que raramente, lhes é atribuído reconhecimento público das acções a que estão submetidos, mas que trazem muitos benefícios à equipa. Para Ettore Messina, o trabalho defensivo diário é fundamental para definir e reafirmar os princípios éticos que quer preservar sobre a forma de jogo e de vida conjunta (como equipa claro!). Quais são os objectivos que pretende para a defesa colectiva? 1) Não há lançamentos fáceis em contra-ataque; Há que definir e manter claras as regras que regem o balanço defensivo (transição defensiva), explicando que, por exemplo, se se eliminar a possibilidade dos nossos adversários marcarem 20 pontos de contra-ataque, isso significará que o objectivo defensivo do jogo será manter os adversários nos 60 pontos. Inicia-se o balanço defensivo no ataque, normalmente encarrega-se os três jogadores exteriores para começar a defender o “nosso cesto” enquanto os dois interiores atacam o ressalto ofensivo.
2) Não há lançamentos sem oposição Forçar os adversários a lançar sobre a maior pressão possível, fazer com que alguns lançamento sejam efectuados sobre extremas dificuldades ou parar o lançamento, forçando a driblar, deixando em aberto uma possível penetração em drible, ou fazer um extra passe que não foi desejado.
3) Não há ressaltos ofensivos A posse de bola ofensiva não termina com um lançamento mas continua com a tentativa de captar um possível ressalto ofensivo, mas também um posse de bola defensiva bem sucedida termina quando o ressalto for capturado. Se forem permitidas demasiadas penetrações em drible, é provável que o lançamento provoque problemas para os últimos dois ou três defensores que foram ajudar e recuperaram, com a dificuldade óbvia para estabelecer contacto físico com o adversário para realizar um bloqueio defensivo.
Da mesma maneira, ao exagerar as ajudas e rotações, surgem dificuldades para manter os adversários afastados do cesto no momento da tentativa do lançamento, impedindo a eficácia do bloqueio defensivo para toda a equipa. Deve-se insistir no treino e no trabalho com os jogadores, no hábito de ter certezas que eles bloqueiam defensivamente e mantêm o adversário fora da área restritiva com as costas paralelas à linha final, empurrando o adversário para uma área onde a bola não possa cair. Uma boa defesa colectiva não deve ignorar o papel importante dos cinco defensores para permitir o 1x1, particularmente na penetração em drible. Deve-se insistir no trabalho de aperfeiçoamento e consolidação do 1x1, a partir de posições estáticas, sem drible e sem bola, simular ajudas defensivas e recuperar, ambos para aumentar a autoconfiança, bem como o aprimorar a técnica e táctica individual. Perceber que, quanto menos penetrações em drible, menos ajudas são necessárias e há menos riscos de permitir ressaltos ofensivos.
RECUPERAÇÃO DEFENSIVA. TRANSIÇÃO DEFENSIVA
CONTRA-ATAQUE VS TRANSIÇÃO OFENSIVA O contra-ataque pode definir-se como a primeira acção ofensiva a partir da defesa, que consiste em conduzir a bola até ao cesto contrário com a maior rapidez e segurança, com o objectivo de fazer um bom lançamento ao cesto em situação de superioridade ou igualdade numérica. É considerado como uma das ferramentas mais eficazes para atacar qualquer tipo de defesa, visto que devido à velocidade de execução com que se deve desenvolver não permite que a defesa se coloque devidamente, e esteja em situação de desiquilibrio, oque favorece o ataque. Após o ganho da posse bola através de ressalto ofensivo a bola sai para um lado ou para o outro em função do lado onde se ganha o ressalto. A bola deve subir no campo, em drible, na direcção ao cesto, com os jogadores exteriores a correr em campo aberto, junto às linhas laterais, e os interiores no corredor central, e todos correm a partir do momento do ganho da posse de bola. Chegando ao ataque existem dois tipos de soluções: a) Jogar bloqueio directo; b) Meter a bola no poste baixo, no jogador interior ou num dos nossos extremos.
ATAQUE Quando atacamos pretendemos individualizar uma situação de vantagem num emparelhamento de um contra um ou criar essa vantagem com cortes ou bloqueios. Depois, devemos aproveitar essa vantagem criando as melhores condições de espaço no campo para chegar ao melhor lançamento possível. O lançamento deve resultar directamente desde a vantagem criada, ou forçando a defesa a mandar ajudas, quebrando o seu equilíbrio atraindo jogadores de outras zonas do campo. Quando tal acontece deveremos fazer chegar a bola o quanto antes possível aos jogadores que por momentos ficam livres. Da análise do jogo e ao modelo de jogo que queremos jogar, somos conduzidos a uma forma de jogar em que 4 jogadores jogam preferencialmente de frente para o cesto (jogadores exteriores) e um de costas para o cesto (jogador interior). No entanto todos os jogadores exteriores podem aproveitar situações perto do cesto (face ao espaço aí existente) e o jogador interior vem muitas vezes para fora bloqueando, mudando o lado da bola, jogando 1x1 (dependendo das suas capacidades técnicas). A partir desta disposição estabeleceremos um conjunto de regras de jogo básicas, simples, gerais, que tratem de não limitar o talento ofensivo do jogador, nem a sua tomada de decisão, e que por sua vez estabeleça dinamismo onde todos participam no processo do ofensivo do jogo.
Basquetebol. Técnicas e Tácticas. ATAQUE CONTRA DEFESAS HOMEM A HOMEM 1. ATAQUE POR CONCEITOS (A BASE DO NOSSO JOGO) Jogo com 4 exteriores e 1 interior. Um dos aspectos importantes é a utilização (máxima) dos espaços, com que se pretende obter o máximo proveito do jogo de 1 contra 1, aumentando e mantendo as distâncias entre jogadores com o objectivo de finalizar este 1 contra 1 ou atrair ajudas e criar vantagens para um companheiro. Nu fundo estamos perante um jogo de reacções em afastamento ou aproximação dos jogadores sem bola, que geram e repõem espaços, facilitando a acção do jogador com bola na tomada de decisão e criação de vantagens no jogar 1 contra 1. No jogo 5 contra 5 em meio campo, é fundamental a distribuição dos espaços, que definimos como sendo a intenção de criar distâncias entre os 4 jogadores exteriores e o interior, e que permita o jogo do 1 contra 1, finalizando ou passando a um companheiro que por sua vez pode finalizar. As situações no processo ofensivo onde podemos gerar ventagem são: (1) 1x1 exterior (penetração em drible desde o perímetro); (2) 1x1 interior (jogo com o poste baixo); (3) Bloqueio direto e continuação (pick n’roll e pick and pop);
As regras do jogo por conceito com 4 jogadores exteriores e 1 interior, são relativamente fáceis. Entramos no jogo de 5 contra 5, através da transição defesa-ataque (transição ofensiva) com ocupação dos corredores e opções a partir do passe e a partir do drible. No fundo “ligase” transição ofensiva ao ataque por conceitos. É desta forma que fixamos objectivos para construir um ataque dinâmico e que mantenha os espaços (racionalização dos espaços).
1ª REGRA – “o jogador que joga 1x1 procura a penetração em drible para o cesto, atacando as costas do seu defesa direto, com o objectivo de finalizar ou criar uma vantagem para os seus companheiros, atraindo ajudas”
Para isto utiliza-se o drible com a intenção de ir o mais direto possível para o cesto. O arranque deve ser explosivo, o primeiro drible largo e forte para as costas do defesa, ultrapassando-o, para finalizar. No máximo serão permitidos dois dribles. Para trabalhar esta situação podemos utilizar vários exercícios, desde estáticos e desde de reocupação de qualquer um dos espaços de jogo definidos, com pura competição de 1x1 entre todos independentemente da estatura. No diagrama XXXX pode-se jogar a partir de uma penetração em drible no corredor central ou lateral, desde uma posição estática, cuidando especialmente dos arranques em drible, tanto directos como cruzados, com fintas combinadas, com um máximo de 2 dribles.
O passo seguinte é jogar desde a reocupação de um espaço, com recepção e arranques dinâmicos, em movimento, cuidando dos arranques, corrigindo detalhes e evitar a violação dos apoios (atentos aos passos no arranque). A partir daqui dar-se-á a possibilidade de lançamento se a defesa chega atrasada e de corte nas costas se o defensor antecipa. Segue-se o trabalho dos mesmos conceitos com 2x0 até ao 4x0 e logo aplicados no 2x2 até ao 4x4.
2ª Regra – “se o jogador que penetra em drible passa a bola para o perímetro onde está situado um seu companheiro XXXXXXX
3ª Regra – “se o jogador que penetra em drible o faz pela linha final, o interior move-se para o centro, caso contrário se o exterior penetra pelo meio, o interior move-se pela linha final”
4ªRegra – “se o interior está no lado forte, é obrigatório passar-lhe a bola, cortar e repor com outro jogador do perímetro o espaço que fica livre” O passador da bola ao jogador interior, corta pelo meio, pisando o cotovelo, ou pela linha final, para o lado contrário, consoante a posição do jogador interior, se este recebe o passe na posição de poste baixo ou poste médio respectivamente, e todos os exteriores se movimentam ocupando os respectivos espaços livres. Ao jogador interior oferecemos as possibilidades de jogar 1x1 de costa para o cesto para lançamento ou atrair ajudas (fixar a defesa) para depois passar a bola aos companheiros que se encontram no perímetro ou que cortam. Podem também, passar a bola fora e voltar a ganhar posição interior (repost ou repostear). Nos exercícios, e sua metodologia, segue-se utilizando o método todo-parte-todo, o 3x0 e o 4x0.
2. USO DO BLOQUEIO DIRETO Após considerar as distintas opções e os correspondentes exercícios de iniciação ao jogo por conceitos, com 4 jogadores abertos, veja-se agora como considerar os movimentos de bloqueio direto: pick and rol (P&R) com (5) e continuidade deste até ao cesto e pick and pop (P&P) com (4), com este que abre linha de passe sobre o perímetro. O que é o bloqueio direto? Como e quando se realiza? Quantos jogadores envolve? Para que serve?
Como metodologia de treino aconselha-se o jogo de 2x0 para se poder progredir até ao 5x0 e finalmente o 5x5. Em todos os exercícios deve-se simular situações reais de jogo (passado do 2x0 até ao 5x0), com o objectivo de passar desde a continuação interior de (5) até passar a outro jogador exterior para dar continuidade ao jogo (lançamento, passe penetrante, voltar a penetrar em drible, etc…) No diagrama XXX joga-se o P&R central com bloqueio direto e continuação central de (5). No diagrama XXX joga-se o mesmo com um apoio e (5) recebe do jogador exterior um passe após penetração em drible e passe do jogador com bola.
Nos diagramas XXXX e XXXX faz-se o P&R lateral com (5) que procura a continuidade até um ou outro lado e os correspondentes deslocamentos do resto dos jogadores.
Nos diagramas XXX joga-se P&P com (4) que abre sobre o perímetro para um tiro exterior ou jogar 1x1 de frente para o cesto (caso seja um bom driblador).
ATAQUE POR SISTEMAS CONTRA DEFESAS HOMEM A HOMEM
TRANSIÇÃO OFENSIVA / CONTRA-ATAQUE O contra-ataque ou transição ofensiva é uma ferramenta ofensiva muito importante no basquetebol moderno. As modificações regulamentares, os avanços tecnológicos e um maior crescimento da dinâmica do jogo, provocaram claramente um aumento da intensidade com que se joga, diminuindo o tempo, a duração de cada acção e aumentando o número de acções totais. O tradicional modelo de posses de bola “largas”, carregado de elementos técnicos e tácticos vai sendo esquecido por necessidade de se criarem novas atracções para o espectador, que procura a espectacularidade no jogo através de situações relacionadas com a força explosiva, a agilidade e a velocidade. O jogo de transição ofensiva é um “sistema” organizado para reagir ao ganho da posse de bola, passando da defesa para o ataque, de uma maneira fluida com a maior rapidez e eficácia. Neste “sistema” participam os cinco jogadores, actuando em velocidade, nos primeiros segundos, antes que a defesa se organize, com o objectivo de surpreender e obter vantagem sobre o adversário, quer seja numérica ou posicional. As decisões do jogo ofensivo serão determinadas pelo número de defensores (vantagem numérica 1x0, 2x1, 3x2, etc) ou pelos espaços livres (vantagem por espaços 2x2, 3x3). A transição defesa-ataque só se inicia após o ganho da posse de bola através de um ressalto defensivo, roubo de bola ou intersecção de um passe, ou após cesto sofrido (com reposição de bola pela linha final). 1. GANHO DA POSSE DE BOLA E 1º PASSE Analisaremos as várias situações de ganho de posse de bola e como se procede a organização da transição ou contra-ataque.
2. DESENVOLVIMENTO E OCUPAÇÃO DOS CORREDORES 3 Linhas de passe à frente da bola. Ocupação máxima do campo. Fazer com que a bola ultrapasse rapidamente o meio-campo através do passe ou drible. Se em drible, fazê-lo em direcção do cesto. Os jogadores #2 e #3 correm bem afastados, nos corredores laterais, junto às linhas laterais.
Os jogadores #4 ou #5 correm no corredor central ao lado do base.
3. FINALIZAÇÃO
4. LIGAÇÃO AO ATAQUE / “CHEGAR A JOGAR”
TRANSIÇÃO DEFENSIVA A melhor maneira de iniciar a transição e o balanço defensivo é “carregar” no ressalto ofensivo, pois a defesa está obrigada a concentra-se em não permitir segundos lançamentos e só a partir desse momento estabelecer regras para a recuperação defensiva. O grande objectivo, assim que se perde a posse de bola, é defender a nossa área restritiva, não permitindo lançamentos fáceis. Para isso é fundamental estabelecer-se uma boa comunicação, com conceitos claros - quem para a bola? como parar a bola? não sendo ultrapassado. Resolvido o problema de atrasar a progressão da bola, com a chegada de mais jogadores, devem estabelecer-se regras de como recuperar os emparelhamentos defensivos, porque inicialmente haverá desajustes, sendo necessário ler as situações até se estabelecer uma lógica de emparelhamento. 1. REACÇÃO À PERDA DA POSSE DE BOLA 2. PRESSIONAR O 1º PASSE
3. RESPONSABILDIADES
4. DEFESA DA ÁREA RESTRITIVA (NO PAINT!)
Devem-se criar hábitos nos jogadores que permitem após atacar, há que correr para defender, não havendo espaço para celebrações ou lamentos. O balanço defensivo deve ser feito em verticalidade, vendo sempre a bola, valorizando os riscos da defesa.
DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA A MEIO CAMPO A construção de uma boa defesa colectiva requer tempo, muita paciência e entreajuda de todos os defensores em campo. Criar ou construir uma defesa é em definitivo, criar um hábito. Como todos os hábitos, baseiase em consciencializar e educar o jogador da utilidade e conveniência do mesmo, que vantagem proporciona, e por consequência a repetição automática de gestos e atitudes. Se olharmos a defesa na perspectiva do ataque, um bom ataque tem de estar preparado para “bater” a defesa, especialmente nas situações de 1x1 e 2x2. É também importante saber como a defesa se movimenta e reage do lado contrário da bola, lado fraco. Uma rápida movimentação da bola ou mudança do lado da bola e a ocupação dos espaços com a manutenção das distâncias entre jogadores por parte dos atacantes, são problemas que a defesa irá enfrentar, sobretudo do lado contrário após mudança do lado da bola. No lado da bola, a defesa deve trabalhar arduamente sobre as situações de 1x1 com e sem bola, bloqueios de um jogador para libertar um outro jogador e pick n’roll. Por todas estas razões, a defesa deve estar também preparada para “mandar” ajudas e “entrar em rotação” sobre o lado contrário, tendo como objectivo nestas situações “forçar” e “limitar” o ataque a criar opções de 1x1 e 2x2 para atacar o cesto. A melhor maneira de promover uma defesa sólida é enfatizar a defesa do 1x1 (com e sem bola). A estratégia coloca toda a responsabilidade sobre um jogador em parar o seu adversário directo quer no passe, quer na movimentação e finalização. A defesa individual é a base para o desenvolvimento de todos os jogadores de basquetebol. Deve fazer parte do planeamento técnico/táctico dos escalões de formação. Ao jogador de formação deve ensinar-se o jogo, desenvolvendo os seus conceitos enquanto aprendizagem das técnicas de defesa individual através da aquisição de conteúdos que vão sendo introduzidos à medida que vão estando preparados, numa perspectiva de aprendizagem organizada, planificada e orientada para os diferentes escalões etários. Para isso os aspectos da técnica individual defensiva devem ser sempre treinados, partindo do mais simples para o complexo, desde o 1x1, 2x2, 3x3 ao 4x4 para que os atletas adquiram os conteúdos técnicos devidamente planeados, criando dificuldades constantes à medida a que vão estando preparados, para que se adaptem aquilo que na realidade o jogo vai exigindo. Os princípios em que se baseia a defesa colectiva devem ser claros, recuperação defensiva, responsabilidade individual no 1x1 e antecipação das linhas de passe, ajudas e rotações defensivas o mais simples possível e situações de 2x1. Princípios básicos da defesa: - Posicionamento (enquadramento) - Pressão na bola - “Negar” linhas de passe
- Parar penetrações em drible (não há lançamentos na área restritiva) - Movimentação (tempos de ajuda e recuperação, rotações defensivas) - Comunicação e visão
Sergio Scariolo afirma : “A formula mágica do êxito ou sucesso não existe, o que nos diferencia dos outros, o que nos identifica, é qualidade do nosso trabalho, a maneira como a equipa o vive, trabalha, se relaciona, sonha, sofre todos os dias. Tudo isto é visível na maneira como os jogadores se empenham no treino, como competem de uma forma saudável entre eles e a capacidade de sacrifício com que actuam”. Os princípios orientadores pelos quais a nossa defesa se baseia para além dos princípios básicos acima referidos são: 1. Forte responsabilidade individual na antecipação da linha de passe, no aguentar o 1x1, e disputar o ressalto (defensivo) 2. Regras de ajuda e rotação o mais restrita e simples possível 3. Base da defesa dos bloqueios directos e indirectos mais usados, com excepções 4. Uso do corpo e comunicação verbal (contacto físico e sinais) 5. Educação da concentração na táctica individual.
Tudo isto nos leva a um rendimento defensivo, individual e colectivo, que vai evoluindo à medida que as exigências do jogo vão aumentando, independentemente do resultado final dos jogos disputados. A ideia primordial é responsabilizar individualmente os jogadores, orientando o seu trabalho para a tarefa, para que se cumpram os objectivos traçados.
1. DEFESA DO PORTADOR DA BOLA Se não há ameaça de contra-ataque, pretende-se estabelecer a nossa pressão sobre a bola a partir da linha de meio campo ou a campo inteiro (após cesto), com o objectivo de atrasar o início do ataque, condicionar e roubar tempo. Não conceder penetrações, não ser ultrapassado no 1º drible, se for batido devo recuperar o enquadramento defensivo. Mão activas, tentar roubar a bola se a ocasião for clara. Queremos manter o corpo entre a bola e o cesto até que chegamos à “zona critica”. (DIAGRAMAS) Se o adversário receber a bola sobre o perímetro, a distância será menor (maior agressividade), atacamos a bola para obrigar o atacante a protege-la (tipo esgrima). Nas etapas de formação damos a imagem de um MURO! aos nossos defensores. A postura do corpo pode variar dependendo da melhor mão, da velocidade e eficácia de lançamento do adversário e a suas intenções. Numa primeira fase de ensino queremos diminuir a distância entre o defensor e o atacante, por isso devo colocar-me debaixo da
bola, movendo lateralmente os pés, mantendo o peito entre a bola e o cesto. Contactos só com o peito, não das mãos ou pernas. Não há drible para dentro da área restritiva. (DIAGRAMAS)
2. DEFESA EM ANTECIPAÇÃO (LINHAS DE PASSE) Antecipar os passes que iniciam as jogadas, sobremarcar fechando as primeiras linha de passe (corpo na linha de passe), obrigando o atacante a receber a bola o mais acima possível da linha de 3 pontos ou o mais longe do cesto. Contra o “backdoor”, giramos a cabeça e trocamos a função das mãos.
3. DEFESA DOS JOGADORES INTERIORES
4. DEFESA DAS PENETRAÇÕES EM DRIBLE (AJUDAS E ROTAÇÕES) Faz sentido falar em ajudas defensivas sabendo que os modelos de jogo ofensivos e defensivos estão interligados, o treino técnico/táctico que os desenvolvem diariamente está a ambos associado, influência-os simultaneamente e deve obedecer a um conjunto de princípios e regras estabelecidas. Olhando sobre a perspectiva do que o ataque pretende fazer, que é individualizar uma situação de vantagem num emparelhamento de 1x1 ou criá-la com cortes ou bloqueios, e depois aproveitá-la criando as melhores condições de espaço no campo, para chegar ao melhor lançamento possível, quer directamente desde a vantagem criada, ou forçando a defesa a mandar ajudas, romper seu equilíbrio tirando homens de outras zonas do campo, onde terá que chegar a bola o quanto antes possível, as ajudas defensivas só fazem sentido no que se refere à defesa da penetração em drible. Uma defesa de ajudas deve partir da necessidade de o jogador defender o jogador com bola, ignorando a existência de uma AJUDA! É importante que todos saibam, a todo o momento, o que tem de ser feito quando existe uma penetração, especialmente dos jogadores responsáveis pela primeira e a segunda ajuda. Muitos treinadores consideram de tão perigoso ou negativo, não “mandar” uma ajuda, como enviar um auxílio desnecessário ou ajuda de um homem errado, ou muito cedo. Tal como vimos anteriormente, uma defesa individual forte implica impedir o jogador ofensivo de bater o defensor. Isto necessita não só habilidades técnicas, mas também dureza mental.
Para facilitar esse processo de dureza mental, a defesa individual deve conter regras simples e claras, que são entendidas por todos os jogadores na equipa. Ao alto nível enviar dois defensores contra a bola, pode originar demasiados espaços, o que é uma situação delicada, pelo que devemos ter consciência dos riscos que estamos a tomar – ensinar a decidir.
5. DEFESA DOS BLOQUEIOS Na defesa dos bloqueios pretende-se anular ou diminuir as vantagens que estas situações podem originar no ataque. O bloqueio é uma combinação técnico-táctica na qual um atacante procura libertar um colega de equipa interpondo-se de forma legal na trajectória do defensor bloqueado. Os bloqueios podem ser efectuados “na bola” ou “longe da bola”, sobre o defensor do portador da bola (bloqueios directos) e sobre um jogador sem bola (bloqueios indirectos).
5.1. DEFESA DO BLOQUEIO DIRECTO Um recurso tão “simples” como é o bloqueio directo pode originar um numero distinto de opções defensivas, dependendo das qualidades dos jogadores que estão envolvidos no bloqueio, a fase em que se encontra o jogo ou o tempo de posse de bola. No basquetebol moderno, torna-se imprescindível dedicar especial atenção, desde o ponto de vista defensivo, aos conceitos de jogo sobre o qual os nossos adversários desenvolvem os seus ataques. Desta forma, encontramos um denominador comum em todas as equipas de alto nível: o jogo com bloqueio directo. Contudo, nem todos os bloqueios directos são iguais, tudo depende das habilidades dos jogadores que realizam a acção e em função delas, elege-se a melhor maneira de defender
o gesto ténico-tactico. Também é importante analisar as características dos jogadores que estão envolvidos, sobretudo a capacidade de lançamento exterior, pois segundo essas capacidades podemos decidir conceitos defensivos de desenvolvimento do 2x2 dentro do 5x5, e até mesmo planear esses conceitos dentro do 5x5.
5.1.1. Defesa “passar por cima”
5.1.2. Defesa “FLASH”
5.1.3. Defesa “passar por trás”
5.1.4. Defesa “TROCA”
5.1.5. Defesa “GREEN”
5.2. DEFESA DO BLOQUEIO INDIRECTO O grande conceito associado à defesa do bloqueio indirecto é cortar ou condicionar a circulação da bola, interrompendo ou alterando o desenrolar normal do ataque, interrompendo ou alterando trajectórias dos jogadores que tentam aproveitar o bloqueio. De entre os conceitos fundamentais, tem interesse enfatizar a defesa dos bloqueios indirectos nos seguintes pontos: 1. “Enviar o atacante para onde a defesa quer que vá, e não para onde ele quer ir, colocando o corpo do defensor na sua trajectória para que mude, ou pelo menos que desacelere e pare (body-check)” 2. “Seleccionar as ajudas: por vezes as ajudas profundas geram uma oportunidade de cesto fácil para os ataques, e as vezes essas ajudas largas e desnecessárias são precisamente o que o ataque procura, estando preparado para castiga-las. Contudo é melhor um troca defensiva (como estratégia), que uma ajuda demasiado profunda”.
3. “Em todos os tipos de bloqueios indirectos, há necessidade de eleger entre duas opções: a. Desviar o atacante, acompanhá-lo mantendo-o debaixo de controlo, não assumir riscos, aceitar que receba a bola, mas com um defensor em seguida preparado para defender em equilíbrio o 1x1.
DEFESA INDIVIDUAL COLECTIVA EM CAMPO INTEIRO A introdução das regras dos 8’’ e dos 24’’ veio reforçar a importância de alguns aspectos defensivos, dando ainda maior relevância à defesa 4x4 em meio campo, e às trocas defensivas. A defesa individual colectiva em todo campo (defesa pressionante), surge no seguimento de impor o ritmo de jogo através da defesa, contrariando o ritmo mais favorável da equipa adversária, numa tentativa controlada de desorganizar o ataque adversário, provocando o erro e contendo da progressão da bola em campo de forma confortável. Este tipo de defesa surge como alternativa à defesa individual em meio campo. Pode ser usada sistematicamente ou em determinados momentos do jogo (após lance livre, desconto de tempo), funcionando como factor surpresa, por forma a levar o ataque a cometer erros, influenciando-o para espaços “difíceis” do campo, podendo levar até mesmo ao “roubo” da bola. Alguns treinadores estão convencidos de que “as defesas individuais pressionantes e as exigências da sua preparação são um factor importante no desenvolvimento motor do atleta, sendo também uma absoluta necessidade face às menores biometrias dos corpos dos nossos atletas, em comparação directa com as suas congéneres europeias”. A construção de uma defesa pressionante todo o campo é um trabalho de médio/longo prazo, é uma maratona e não um “sprint”, pelo que não podemos esperar um sucesso imediato.
1. 2. 3. 4.
POSICIONAMENTO RESPONSABILIDADES GANHAR TEMPO / ANTECIPAR SALTA E TROCA
DEFESA ZONA EM MEIO CAMPO 1. 2. 3. 4.
POSICIONAMENTO RESPONSABILIDADES MOVIMENTAÇÃO COMUNICAÇÃO
DEFESA ZONA PRESS TODO O CAMPO
Basquetebol. Preparação Física. Caracterização dos esforços no basquetebol O basquetebol é um desporto bastante exigente, com um tipo de esforço intermitente, havendo assim uma solicitação às fontes energéticas aeróbia e anaeróbia. O jogo de basquetebol exige um esforço do ponto de vista físico, solicitando acções muito exigentes como por exemplo deslocamentos de grande intensidade, saltos ou rápidas mudanças de direcção. Uma preparação física adequada pode ajudar os jogadores a melhor resistir às exigências específicas do jogo e a manter igualmente (ou até mesmo melhorar) o nível das suas habilidades técnicas e tácticas. Acredita-se que um bom trabalho de preparação física, ajustado e contextualizado aos diferentes escalões de formação permitirá um desenvolvimento equilibrado e sustentado das capacidades corporais, originando progressivamente uma melhoria qualitativa e quantitativa do nível do jogo dos praticantes em causa.
“Necessidade de domínio corporal, habilidade de execução e inteligência”
Velocidade Onde se engloba o trabalho de coordenação Técnica de corrida e trabalho de pés; colocação dos apoios no solo; escola de corrida Velocidade simples (estafetas) sem e com bola Aceleração
Força A força é a capacidade base para o desenvolvimento das outras capacidades físicas, sendo o seu desenvolvimento essencial para se alcançarem níveis de rendimento superiores durante a competição (Janeira, 1994).
A força expressa por cadeias cinéticas dos membros superiores e inferiores, e pelos músculos dorso-lombares revela-se importante para a performance. Um treino adequado de força pode aumentar o rendimento de um jogador, melhorando a sua velocidade de deslocamento, capacidade de salto, qualidade de passe e lançamento e capacidade de jogar com contacto físico. Por outro lado, um jogador de basquetebol sem uma adequada força muscular tem maior risco de sofrer lesões e de recuperar mais lentamente. Nos escalões etários mais baixos encontramse jovens da mesma idade mas com níveis de desenvolvimento motor completamente distintos (maturação), logo o trabalho de força não deve ser igual para todos. Existe a necessidade de individualizar o mais possível o trabalho de força, respondendo de uma forma específica às necessidades de cada um. Proprioceção Onde se engloba o trabalho de prevenção de lesões
Core trainning O programa de estabilidade do núcleo mais conhecido como “Core Training”, cresceu consideravelmente nos últimos anos. O trabalho de Core tornou-se parte integrante dos programas de treinos dos atletas, com o objectivo de melhorar o desempenho e prevenir lesões. Em termos gerais, o “Core” é um programa de estabilidade do núcleo composto pela musculatura das regiões abdominal, lombar e pélvica, onde se encontra o centro de gravidade do nosso corpo, que é responsável pela transmissão de força entre os membros superiores e inferiores. O conjunto de músculos desse núcleo desempenha um papel muito importante na estabilização da coluna vertebral durante a execução de exercícios bem como as actividades cotidianas dos atletas.
Força geral A particularidade dos saltos repetidos, as paragens, os arranques e as alterações de ritmo, exigem capacidades de força importantes. Define-se força como a capacidade de vencer ou suportar uma resistência exterior através de tensões musculares. Na maioria das situações um jogador de basquetebol desenvolve forças dinâmicas (com contracção ou extensão das dimensões do musculo), mas algumas acções ou certas posições de jogo perto do cesto (ressaltos, ganhos de posição, etc…), solicitam uma força de tipo estático (sem modificação das dimensões do musculo). A observação do jogo, permite identificar um conjunto de forças motoras, essencialmente as fundamentais realizadas a grande velocidade e com pouca resistência. Trata-se de uma força do tipo rápido que se desenrola a partir de uma base sólida de força-resistência.
Musculação
Pliometria
Resistência Como já foi referido anteriormente, o basquetebol caracteriza-se por ser um desporto colectivo acíclico, com predominância dos esforços intermitentes, de caracter aeróbioanaeróbio alternado, onde se alteram esforços submáximos de curta duração com pausas iguais ao esforço ou ao dobro do esforço e acções de intensidade moderada. A resistência é considerada, em geral, como a capacidade física e psíquica que um jogador possui para resistir à fadiga, entendo fadiga como a diminuição transitória da capacidade de rendimento.
Desenvolvimento das capacidades motoras e habilidades num jovem basquetebolista Como já referido anteriormente, existe um longo caminho a percorrer…. A orientação das cargas de treino ao longo do processo de formação dos jovens basquetebolistas processa-se da preparação geral para a especifica. Deve-se ter em consideração que no crescimento dos jovens existem problemas de manipulação, identificação do corpo e limitações articulares associadas ao crescimento.
Coordenação, reforço muscular das grandes alavancas, técnica especifica da modalidade, velocidade/força específica no basquetebol. Aquecimento adequado dos sistemas musculares a serem utilizados; Solicitação dos sistemas neuro-musculares sem fadiga na parte inicial do treino (trabalho de velocidade, desenvolver potência muscular(saltos), aprendizagem técnica)
Solicitação dos sistemas energéticos na parte fundamental e final do treino (desenvolvimento da resistência especifica, da potência aeróbia, consolidar a técnica em condições de fadiga.