PERCEPÇÃO SOBRE QUESTÕES AMBIENTAIS NA VILA DO ABRAÃO, ILHA GRANDE, RJ

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Encontro de Turismo

Dia do Gestor de Sonhos

27 de setembro – Dia do Gestor de turismo

ANAIS DA MOSTRA DE PRÁTICAS TURÍSTICAS

Editora: Profa. Carolina Dutra de Araujo (Gestão de Turismo, UniFOA)

Volta Redonda, 2007


Encontro de Turismo

Dia do Gestor de Sonhos

27 de setembro – Dia do Gestor de turismo

MOSTRA DE PRÁTICAS TURÍSTICAS

DATA DE REALIZAÇÃO De 27 de setembro a 5 de outubro de 2007 LOCAL DA REALIZAÇÃO UniFOA Campus Aterrado e SESC Barra Mansa EDITOR Profa. Carolina Dutra de Araujo (Gestão de Turismo, UniFOA) COORDENADORES Profa. Carolina Dutra de Araujo (Gestão de Turismo, UniFOA) Profa. Débora Regina Campos Cândido (Gestão de Turismo, UniFOA) Beatriz Esperança Neves (Turismo Social, SESC) COMISSÃO ORGANIZADORA Profa. Carolina Dutra de Araujo (Gestão de Turismo, UniFOA) Profa. Débora Regina Campos Cândido (Gestão de Turismo, UniFOA) Beatriz Esperança Neves (Turismo Social, SESC) COMISSÃO CIENTÍFICA Profa. Carolina Dutra de Araujo (Gestão de Turismo, UniFOA) Profa. Débora Regina Campos Cândido (Gestão de Turismo, UniFOA) Profa. Rossana Souza de Almeida (Gestão de Turismo, UniFOA)

Volta Redonda, 2007 2


CADERNOS UNIFOA ESPECIAL Encontro de Turismo

Dia do Gestor de Sonhos

27 de setembro – Dia do Gestor de turismo

MOSTRA DE PRÁTICAS TURÍSTICAS FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

ISSN 1982 - 1816 3


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO......................................................................................5 A IMPORTÂNCIA DE EVENTOS PARA DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA CIDADE DE VOLTA REDONDA, RJ................................................................................7 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO CAIRUÇU, PARATY, RJ UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS MORADORES EM RELAÇÃO AO TURISMO NA PRAIA DO SONO...........................11 BARRA DO PIRAÍ, RJ AVALIANDO A PERCEPÇÃO DO RESIDENTE EM RELAÇÃO AO TURISMO.............................................................................................14 PERCEPÇÃO SOBRE QUESTÕES AMBIENTAIS NA VILA DO ABRAÃO, ILHA GRANDE, RJ....................................................................................................19 TURISMO DE NEGÓCIOS PERCEPÇÃO SOBRE IMPACTO ECONÔMICO EM EMPREENDIMENTOS DE VOLTA REDONDA.......................................................25

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APRESENTAÇÃO A notícia mais recorrente sobre o turismo é sua relação com a empregabilidade, a quantidade vagas geradas no setor por ano. De acordo com o Ministério do Turismo foram 966 mil empregos gerados no período entre 2003 e agosto de 2006. Mas afinal, você sabe quais as oportunidades para o profissional de turismo? Com certeza você pensou em hotéis, agências de turismo, muitas viagens... A verdade é que essa profissão que cresce mais a cada ano oferece mais oportunidades do que parece. Além dos empregos diretos e indiretos ligados à hotelaria e agenciamento o estudo do turismo se desdobra em inúmeras possibilidades que vão desde a pesquisa do fenômeno, variáveis envolvidas e formas de planejamento até as oportunidades geradas pela segmentação do mercado. Só para citar alguns exemplos, a formação de um profissional em turismo envolve disciplinas que o habilitam para trabalhar com ecoturismo, turismo de negócios, turismo cultural, gastronômico, de eventos, religioso, de saúde e outras atividades como, transportes, marketing, implantação de empreendimentos e qualidade na prestação de serviços. Alem de destas possibilidades, o estudo do turismo possui ainda uma função muito importante: o planejamento. Responsável por assegurar a continuidade dos recursos turísticos, o planejador trabalha com a administração do fluxo de turistas nos destinos, da infra-estrutura, planejamento físico e arquitetônico de hotéis, sinalização turística, estudos de capacidade de carga e viabilidade técnica de projetos turísticos e tudo o que envolve administração da atividade com o objetivo de torná-la sustentável. O estudo do turismo envolve a multidisciplinaridade, ou seja, o estudo de várias outras áreas do conhecimento em busca de uma melhor compreensão de seu sistema. De um lado a formação técnica envolve o estudo da estrutura do setor de viagens como agenciamento, hotelaria, planejamento, produção roteiros e consultoria em projetos, toda a estrutura de alimentos e bebidas e ainda o lazer. De outro temos psicologia, história da arte, cultura, geografia, história e outros... Para lidar com culturas diversas, proteção ao patrimônio cultural e ambiental, administrar modernos sistemas de informação e ainda despertar o espírito empreendedor é indispensável a formação de um profissional dedicado, com formação cultural sólida e consciente de seu papel na sociedade. O trabalho em sala de aula deve ter seus desdobramentos na prática. Deste modo, procura-se, através deste projeto, inserir o aluno na prática da pesquisa, utilizando uma metodologia própria, na qual eles poderão trabalhar sua capacidade de compreensão, interpretação e síntese dos resultados obtidos. Nesse sentido, a proposta do evento envolveu fomentar a mobilização em relação à profissão, a prática profissional, ao contato com o mercado de trabalho, ao desenvolvimento de aptidões e identificação de talentos, fortalecendo a atuação do profissional no cenário local, gerando novas discussões que visam contribuir para a melhoria contínua do ensino e da prestação de serviços. Sendo assim, os objetivos da Mostra de Práticas Turísticas foram: • Contribuir para os trabalhos de campo desenvolvidos pelos alunos. • Difundir da imagem do profissional de turismo no mercado de trabalho. • Promover o contato entre alunos e mercado de trabalho. 5


• • •

Capacitar o aluno a criar e elaborar pesquisas. Habilitar o aluno na compreensão do papel da pesquisa, não somente para a produção do conhecimento, mas também como ferramenta de gestão. Exercitar no aluno a capacidade de reflexão.

É fundamental divulgar no Campus Aterrado as atividades desenvolvidas pelos alunos. Nesta oportunidade, pretende-se informar as possibilidades de estudo do fenômeno do turismo, além de oferecer um momento cultural na hora do intervalo entre aulas. Débora Candido Professora do Curso de Graduação Tecnológica em Gestão de Turismo

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A IMPORTÂNCIA DE EVENTOS PARA DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA CIDADE DE VOLTA REDONDA, RJ Maria Izabel Malha Vieira Pinto, aluna do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA; Marta de Fátima Alves, aluno do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA Orientadora: Professora Carolina Dutra de Araujo Introdução Os eventos ganham cada vez mais destaque e importância e, devido a isso, o nível de exigência quanto a criatividade é sempre crescente. A capacitação profissional torna-se preponderante, já que os padrões de qualidade evoluem rapidamente. Volta Redonda tem um calendário de eventos que, se expandido, poderia atrair visitantes, gerando benefícios aos hotéis, restaurantes e comercio em geral, e incrementando o mercado de empregos e a qualificação profissional, a partir de um plano adequado de desenvolvimento. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a importância dos eventos para o desenvolvimento do turismo local. Acredita-se que a população de VR é favorável já que, assim, poderia haver um aumento do fluxo de visitantes, gerando maior freqüência nos hotéis, restaurantes e no comercio local. Assim, foram aplicados questionários conforme a Escala de Satisfações de Lickert (baseado em ARAUJO, CARVALHO e SILVA, 2005) aos empreendedores locais a fim de avaliar a percepção deles sobre esta questão. Para tanto, foi definida uma amostragem de 26 questionários aplicados em restaurantes e hotéis, de 4 a 9 de abril. A tabulação foi feita em números absolutos e os dados serão apresentados em porcentagem. Volta Redonda e sua história Volta Redonda está situada no Vale do Paraíba dentro da região Sul Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, também é conhecida como a "Cidade do Aço" (Figura 1).

Figura 1: Localização de Volta Redonda no estado do Rio de Janeiro. Fonte: www.wickipedia.org.br

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A Vila Santa Cecília (Figura 2), ou simplesmente Vila, é considerada a Zona Central da cidade, com cerca de 100 hectares de área, onde encontra-se a parte comercial mais moderna e diversificada do município. Possui diversas praças arborizadas e clubes, além de shopping centers e outros centros comerciais, cinemas e teatros, além da maior biblioteca pública da região, e o Zoológico Municipal de Volta Redonda, único no interior do Estado do Rio (SANTANA, 2003).

Figura 2: Vila Santa Cecília. Fonte: www.portalvr.com.br, 2007. Grande parte dos monumentos e pontos de visitação do Município também se encontram lá, como: a Praça Brasil (Figura 3), o Memorial Getúlio Vargas (Figura 4), o Memorial 9 de Novembro, o Obelisco Getúlio Vargas, o Memorial Zumbi dos Palmares (Figura 5) e a Fazenda Santa Cecília , que pertencente à Companhia Siderúrgica Nacional (SANTANA, 2003).

Figura 3: Praça Brasil. Fonte: www.portalvr.com.br, 2007.

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Figura 4: Memorial Getulio Vargas, www.portalvr.com.br, 2007.

Figura 5: Memorial do Zumbi dos Palmares. Fonte: www.portalvr.com.br, 2007 Compreendendo a importância dos eventos São de suma importância os conceitos de eventos existentes para compreender a amplitude e abrangência que podem assumir esses acontecimentos. A classificação dos eventos em relação ao público-alvo identificando algumas características básicas, são fundamentais para seu planejamento (MATIAS, 2004). Antes de organizar um evento, deve-se fazer um levantamento do local onde será realizado, suas possibilidades, os pontos que poderiam dificultá-los, e após isso iniciar a elaboração do projeto. “A excelência na organização de eventos, como um fator subjetivo, sempre estará condicionada ao padrão de exigência do mercado. Nesse sentido, podemos observar que o nível de profissionalização do setor é uma necessidade iminente. Ao contrario ao que ocorriam antigamente, quando os eventos eram encarados como “festas” ou atividades complementares, hoje eles são parte importante das estratégias de Marketing das empresas (COSTA e CRESCITELLI, 2003). Pode-se dizer que o sucesso de um evento depende, da sua organização e muito empenho de seus organizadores. Devido o grau de importância que um evento bem elaborado tem para uma localidade, tudo deve ser bem estruturado. 9


A percepção do empreendedor em relação aos eventos de Volta Redonda Segundo dados obtidos através da tabulação, 50% dos comerciantes concordam em parte que os eventos são suficientes e a maioria (96%) concorda que os eventos trariam um aumento no fluxo dos hotéis, restaurantes e comercio local alem disso 69% concorda que novos eventos aumentariam o número de empregos, denotando uma percepção que relaciona os eventos à movimentação turística. Boa parte dos entrevistados (65%) acredita que com eventos bem elaborados nos principais feriados, a evasão de tantos moradores para outras cidades diminuiria. Apenas 38% concordam os eventos existentes são bem divulgados. Observa-se, então, que os eventos em Volta Redonda são vistos de forma positiva, entretanto deve-se investir em publicidade e estrutura para que possam atrair visitantes externos. Considerações finais De acordo com as entrevistas, os eventos foram identificados como suficientes para a cidade. Mas é de suma importância que algumas atitudes sejam tomadas, para que melhorem a maneira de organizar e de divulgar estes eventos, pois só assim poderá se usufruir dos efeitos positivos que os eventos podem trazer para Volta Redonda, gerando de empregos e renda para o empreendedor local. A demanda de turismo profissional poderia ser beneficiada com atrações deste tipo, além de atrair um público regional com carência de eventos. A qualificação profissional é fundamental para o desenvolvimento adequado da atividade, que deve refletir a identidade e a cultura do município, valorizando seus atributos intrínsecos. Referencias ARAUJO, C. D., CARVALHO, A. G., SILVA, C. D. Impactos ambientais do Turismo na Ilha Grande: Um estudo Comparativo sobre a percepção dos moradores da Vila do Abraão e da Vila Dois Rios, Caderno Virtual de Turismo, vol 5, n 3, 2005. COSTA, A. R., CRESCITELLI, E. Marketing promocional para mercados competitivos. São Paulo: Atlas, 2003. MATIAS, Marlene. Organização de eventos. São Paulo: Manole, 2004 SANTANA, M. A. (2003) “Trabalhadores em movimento: o sindicalismo brasileiro nos anos 1980-1990. In: FERREIRA, J. e DELGADO, L. de A. N. Brasil Republicano – vol.4 – No tempo da ditadura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO CAIRUÇU, PARATY, RJ: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS MORADORES EM RELAÇÃO AO TURISMO NA PRAIA DO SONO Alexandro Reis Ferreira, aluno do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA; Carlos Eduardo Brasil Campos, aluno do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA Orientadora: Carolina Dutra de Araujo Introdução A Área de Proteção Ambiental do Cairuçu, unidade de conservação do estado do Rio de Janeiro, localizada no município de Paraty (Figura 1), abriga importantes ecossistemas da Mata Atlântica e comunidades tradicionais de caiçaras. É constituída de inúmeras praias e abriga doze núcleos de ocupação com populações tradicionais, que se distribuem, na sua grande maioria, ao longo do litoral em cinco principais núcleos: Praia do Sono, Ponta Negra, Praia Grande do Pouso da Cajaíba, Ponta da Joatinga e Mamanguá.

Figura 1: Mapa do município de Paraty. Fonte: www.wickpedia.org.br, 2007. Esta pesquisa pretende avaliar a opinião dos moradores da Praia do Sono em relação à importância e os possíveis impactos do turismo no local, podendo como base para um futuro plano de desenvolvimento turístico no local, além de servir como informação para os moradores e empreendedores locais. Como procedimento metodológico foram aplicados questionários baseados na Escala de Satisfações de Lickert (adaptado de ARAUJO, CARVALHO e SILVA, 2005), tendo sido definida uma amostragem de 25 questionários. A pesquisa foi realizada nos

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dias 6, 7 e 8 de abril de 2007. A tabulação foi feita em números absolutos e os dados serão apresentados em porcentagem. A Praia do Sono A Praia do Sono (Figura 2) pertence à região sul do município de Paraty, ao lado dos bairros do Patrimônio, Laranjeiras, Trindade, Ponta da Joatinga e Campinho, situando-se a 30 km da região central da cidade. A partir daí são 22 km pela BR-101 (Rodovia Rio-Santos), sentido São Paulo, até o trevo de Patrimônio, que dá acesso à Trindade (PLANO DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DO MUNICÍPIO DE PARATY, 2003, apud OLIVEIRA, 2004). Depois pode-se utilizar duas opções: pegar um barco em Laranjeiras, levando aproximadamente 10 minutos até o Sono; ou por trilha, levando, mais ou menos, 2 horas e meia andando.

Figura 2: Praia do Sono. Fonte: www.gazetadascidades.com.br, 2007. A Praia do Sono é um destino procurado por pessoas que estão interessadas em fugir dos centros urbanos e cercar-se de uma natureza exuberante, mas sem grandes luxos. A diversidade de flora é bastante representativa, destacando-se, dentre as árvores de grande porte: jacarandá, cedro, canela, louro, caixeta e ipê. Com relação à fauna, observam-se pacas, cotias, tatus e outros (OLIVEIRA, 2004). A percepção dos moradores em relação ao turismo na Praia do Sono Segundo dados obtidos através da tabulação dos questionários, a grande maioria (64%) dos entrevistados acredita que o aumento do turismo interferiria no 12


funcionamento da vida dos moradores. Isso se deve ao fato que a Praia do Sono é habitada por famílias de pescadores que ainda estão se acostumando com o turismo. É importante observar que 24% dos pesquisados têm interesse no aumento do turismo por motivos comerciais, porém 28% não são a favor ao aumento do turismo, pois acreditam que a atividade modificaria sobremaneira suas vidas. No entanto, 64% dos moradores concordam em parte que o aumento do fluxo turístico afetaria positivamente os negócios (restaurantes, por exemplo). Ao passo que 44% concordam em parte que o turismo poderia gerar violência e impactos ambientais no local, corroborando o fato de que 40% dos entrevistados concorda totalmente que com aumento do turismo já houve um aumento do consumo de drogas e eventuais furtos, já que a praia não dispõe de policiamento. Considerações finais Acredita-se que uma boa parte dos moradores tem um grande interesse no turismo local, que, na sua grande maioria, são comerciantes. Mas, ao mesmo tempo, preocupam-se com os impactos que o turismo pode ocasionar. Na Praia do Sono é fundamental que seja feito um controle sobre a visitação para não ocorrer um crescimento desordenado do território, podendo trazer conseqüências indesejáveis à vida e aos costumes do povo local. Torna-se evidente a necessidade de um planejamento urgente com base numa política sólida de turismo, de modo que se possa amenizar a degradação ambiental, priorizando-se a qualidade de vida do residente. Referências ARAUJO, C. D., CARVALHO, A. G., SILVA, C. D. Impactos ambientais do Turismo na Ilha Grande: Um estudo Comparativo sobre a percepção dos moradores da Vila do Abraão e da Vila Dois Rios, Caderno Virtual de Turismo, vol 5, n 3, 2005. OLIVEIRA, Alexandra Campos de. Turismo e população dos destinos turísticos: um estudo de caso do desenvolvimento e planejamento turístico na Vila de Trindade Paraty/RJ. Caderno Virtual de Turismo, vol 4, n 4, 2004. OLIVEIRA, Alexandra Campos de. Turismo em áreas “menos desenvolvidas”: caracterização, desenvolvimento e planejamento turístico na Vila de Trindade, município de Paraty/Rio de Janeiro – Brasil. Revista de Turismo y Patrimônio Cultural, vol 3, n 1, 149-169, 2005.

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BARRA DO PIRAÍ, RJ: AVALIANDO A PERCEPÇÃO DO RESIDENTE EM RELAÇÃO AO TURISMO Marília Teixeira dos Santos, aluna do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA; Mauro César Gonçalves da Silva, aluno do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA Orientadora: Professora Carolina Dutra de Araujo Introdução São muitos os efeitos que o turismo pode proporcionar para os pólos turísticos que os recebem. Não só desenvolvimento econômico, social e cultural, mas também alguns impactos como poluição, crescimento desordenado e a não aceitação da população local podem transformar o destino de um local com potencial turístico tanto para o desenvolvimento quanto para o caos. A importância deste estudo reside no fato de não haver planejamento adequado para a implantação do turismo na cidade de Barra do Piraí. E, dessa forma, o estudo pode servir de subsídio para futuros estudos de projetos destinados ao turismo dentro do município revelando as impressões da comunidade local sobre os efeitos positivos ou negativos que o turismo pode gerar para o município. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a percepção dos moradores em relação aos efeitos do turismo para a cidade de Barra do Piraí. Como procedimento metodológico foram aplicados questionários baseados na Escala de Satisfações de Lickert (adaptado de ARAUJO, CARVALHO e SILVA, 2005), para avaliar a percepção dos moradores em relação aos efeitos do turismo na cidade de Barra do Piraí. Foi definida uma amostragem de 30 questionários, que foram aplicados no município entre os dias 02 e 09 de abril de 2007. A pesquisa foi realizada com os estudantes do Unifoa e funcionários da BR Metals abrangendo diversas faixas de idade. A tabulação foi feita em números absolutos e os dados serão apresentados em percentagem. Acredita-se que a grande maioria dos moradores tenha uma visão otimista quanto aos efeitos do turismo para a cidade, a saber: geração de emprego, maior movimentação do comércio e destaque na região. Por outro lado, alguns impactos gerados pelo turismo podem ser relevantes, como: caos no trânsito da cidade, aumento da poluição nas ruas, etc. O município de Barra do Piraí Barra do Piraí tem cerca de 90,5 mil habitantes (IBGE/CIDE – 2000); um comércio muito desenvolvido e variado; várias agências bancárias; indústrias grandes, médias e pequenas; e plena possibilidade de crescer (Figura 1).

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Figura 1: Vista da cidade. Fonte: www.valedocafe.com.br, 2007. Além disso, possui energia elétrica; facilidade de abastecimento de gás natural; facilidade de transporte rodoviário e ferroviário, dada a sua ótima localização (Figura 2), uma vez que é próxima a estrada de rodagem BR393 (Lúcio Meira), que vai de Volta Redonda a Três Rios ligando a Presidente Dutra, ligando-se aos grandes centros: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte (MUNIZ e ROTHE, 1997).

Figura 2: Localização de Barra do Piraí. Fonte: www.wickipedia.org, 2007. Possuindo mão-de-obra qualificada, Barra do Piraí reúne as condições favoráveis para se tornar um grande centro industrial e de serviços. Sem falar nos atrativos naturais e culturais, grande fonte de renda e de trabalho, e que vem se desenvolvendo e ganhando força em nosso município, principalmente com a adesão dos proprietários das antigas fazendas de café do município, algumas abertas à visitação, outras se tornando pousadas (Figura 3).

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Figura 3: Fazenda Ponte Alta. Fonte: Guia 4 Rodas, 2007. Tais propriedades guardam traços importantíssimos do nosso passado histórico, retratando toda a beleza da volta ao passado. Com suas senzalas, algumas bem conservadas, dão uma visão bem real ao turista, que terá a oportunidade de visitar o museu do escravo e conhecer um bonito acervo dos tempos da escravidão (MUNIZ e ROTHE, 1997). A Percepção do morador de Barra do Piraí De forma geral, os moradores entrevistados se mostraram favoráveis a prática do turismo na cidade, e se mostraram unânimes em alguns efeitos positivos que o turismo pode trazer para o município. A totalidade dos entrevistados (100%) acredita que o turismo geraria um maior movimento no comércio da cidade e geraria mais empregos para a população. Um maior destaque na região também foi citado pela grande maioria dos entrevistados (94%). O acúmulo de lixo e poluição na cidade apontou um equilíbrio em relação à opinião dos entrevistados com (40%) de concordância e (57%) de discordância. Porém, boa parte dos entrevistados (67%) acredita que o turismo geraria um caos na cidade e no trânsito. Esse aspecto foi o único efeito negativo apontado pela maioria dos entrevistados em toda pesquisa. Esses resultados apontam um ponto de vista otimista da comunidade à implantação e os efeitos do turismo para o município de Barra do Piraí, mostrando que, uma vez implantado, e bem planejado, o turismo trará efeitos positivos para a cidade e terá aceitação da comunidade local. A importância do planejamento turístico e do apoio da comunidade Segundo AGNES (2003), o planejamento "consiste em um conjunto de atividades que envolvem a intenção de estabelecer condições favoráveis para alcançar objetivos propostos. Ele tem como objetivo o aprisionamento de facilidades e serviços para que uma comunidade atenda seus desejos e necessidades". Dessa maneira, podemos avaliar que o planejamento adequado, visando a maximização dos benefícios sócioeconômicos e a minimização dos impactos e dos custos, gerando uma interação harmoniosa entre turistas, profissionais de turismo e comunidade, tende a promover uma implantação de sucesso do turismo em qualquer área potencial, promovendo o

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desenvolvimento sócio-econômico do local através do desenvolvimento turístico sustentável. De acordo com COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (1987) "o desenvolvimento sustentável é aquele que responde às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responder às suas necessidades". Portanto, planejar turismo em um determinado espaço potencial visa também a preservação do produto turístico, tornando-o um constante de geração de renda e desenvolvimento para a comunidade local. A interação do turismo local com a comunidade é de extrema importância, de acordo com OLIVEIRA (2004) “O envolvimento da comunidade define o rumo do planejamento que, se não conta com apoio desta, está fadado a declinar”. Isso ocorre, devido a necessidade, cada vez mais divulgada pelo desenvolvimento turístico sustentável, de se preservar culturas e de oferecer ao turista interação com os moradores locais. De fato, convencer os moradores da importância de se preservar não é uma tarefa simples. Para isso, os planejadores necessitam provar que com a revitalização a cultura é reforçada e que todas as partes são beneficiadas. O resultado esperado por parte dos planejadores de turismo é de que os pólos receptores consigam a sustentabilidade econômica, preservem o meio ambiente e a cultura local e garantam a interação entre turistas e comunidade. E é neste contexto que surge o conceito de interpretação do patrimônio, aliando o processo de preservação ambiental, resgate de cultura e manutenção da memória local. Considerações Finais Em Barra do Piraí, a falta de pesquisas e de planejamento para a introdução do turismo na cidade pode gerar impactos devastadores. O turismo, que é visto por grande parte dos moradores entrevistados, e, de fato, pelos planejadores, como um instrumento de geração de renda e destaque para a cidade, pode “quebrar” as expectativas e se tornar um instrumento gerador de crescimento desordenado e ocupação inadequada da cidade. Para OLIVEIRA (2004) “A atividade turística possui, como a maior parte das atividades econômicas e sociais, a capacidade de promover impactos de ordem positiva e negativa”. Baseado nisso, destaca-se a importância de se desenvolver pesquisas e planos diretores para os espaços turísticos potenciais a fim de proporcionar-lhes maximização de efeitos positivos e minimização de efeitos negativos. A visão dos entrevistados de Barra do Piraí indica que a comunidade local se mostra favorável a introdução do turismo e a receptividade ao turista, facilitando ainda mais o processo de implantação e a conscientização dos residentes em preservação de valores culturais e históricos. Desta forma, este estudo veio mostrar que com uma prática adequada de políticas de turismo dentro da cidade, possibilitando a interação entre profissionais de turismo, comunidade, iniciativa pública e privada e, até mesmo com parcerias com outras cidades também integrantes do Vale do Café. Portanto, com o mesmo tipo de produto turístico, Barra do Piraí pode desenvolver potencias produtos turísticos e programar, com planejamento adequado de implantação, manutenção e

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sustentabilidade, um projeto de turismo que traga benefícios a investidores, comunidade e turistas. Referências AGNES, D. A Importância do Planejamento para a Prática da Atividade Turística em Áreas de Proteção Ambiental. Revista Turismo, 2003. ARAUJO, C. D., CARVALHO, A. G., SILVA, C. D. Impactos ambientais do Turismo na Ilha Grande: Um estudo Comparativo sobre a percepção dos moradores da Vila do Abraão e da Vila Dois Rios, Caderno Virtual de Turismo, vol 5, n 3, 2005. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. Organização das Nações Unidas, 1987. MUNIZ, C. M. L., ROTHE, B. Pequeno Cidadão: Conhecendo Barra do Piraí. Rio de Janeiro: Diadorim, 1997. OLIVEIRA, D. B. A Importância do Planejamento Turístico. Revista Turismo, 2004.

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PERCEPÇÃO SOBRE QUESTÕES AMBIENTAIS NA VILA DO ABRAÃO, ILHA GRANDE, RJ Carolina Dutra de Araújo, professora da disciplina de Geografia do Turismo do Curso de Gestão de Turismo do UNIFOA); Acácio Geraldo de Carvalho, DPF/IF/UFRRJ; Carlos Domingos da Silva DCA/IF/UFRRJ Introdução São muitos os estudos acerca do impacto ambiental causado pelo turismo em núcleos consolidados. Entretanto, há uma certa carência de pesquisas em locais onde seja possível acompanhar o desenvolvimento da atividade turística e analisar a evolução desses impactos. Nesse sentido, a escolha da Ilha Grande é pertinente. Sua condição histórica afugentou turistas durante muitos anos e a entrada do turismo ocorreu em data determinada, configurando um fenômeno recente passível de estudo. Geralmente, o impacto em ilhas ocorre de forma mais intensa que em áreas continentais em virtude da fragilidade e diversidade dos ecossistemas insulares. O presente artigo tem como objetivo avaliar a percepção do residente da Ilha Grande em relação ao impacto ambiental causado pelo turismo. A área de estudo delimitada para a realização da pesquisa engloba a Vila do Abraão e a Vila Dois Rios, principais condicionantes do turismo na ilha. Como procedimento metodológico foram aplicados questionários baseados na Escala de Satisfações de Lickert, adaptado de DENCKER (2001) e CRUZ (1996) para avaliar a percepção do morador em relação aos impactos ambientais e verificar se eles atribuem esses impactos ao turismo. Os questionários eram idênticos para os dois locais, com amostragem estimada em 5% da população total da Vila do Abraão, mais populosa, e 20% da população total da Vila Dois Rios, pouco povoada, conforme dados do CIDE para 1996, data do último censo. A Ilha Grande A Ilha Grande faz parte do município de Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro, região conhecida como Costa Verde (Figura 1). Possui clima tropical, quente e úmido, sem estação seca. A temperatura média do ar varia entre 15°C e 30°C. Suas coordenadas geográficas são 23º5’ e 23º14’ de latitude sul e 44º5’ e 44º23’ de longitude oeste. Possui perímetro de aproximadamente 155 Km, com 16 Km de largura N-S e 29 Km de comprimento E-W, totalizando 19 300 hectares (UFFRJ, 1993).

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Figura 1: Mapa da Baía da Ilha Grande. Fonte: FUNBIO, 2002. O Parque Estadual da Ilha Grande foi criado através do Decreto n° 15273 de 28 de junho de 1971, demarcado pelo Decreto n° 16067 de 4 de junho de 1973 e disposto pelo Decreto n° 2061 de 25 de agosto de 1978, ocupando 5.594 hectares dos 19.300 hectares da área total da ilha (Figura 2).

Figura 2: Mapa da Ilha Grande com demarcação do PEIG e outras unidades de conservação. Fonte: IEF/RJ, 2002.

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A visão do morador da Vila do Abraão Segundo dados obtidos através da tabulação dos resultados, as principais causas dos impactos, de um modo geral, foram atribuídas principalmente aos turistas que não consomem na vila e produzem muito lixo 1 . A Vila do Abraão (Figura 3) oferece uma opção mais acessível, em termos de gastos, do que o continente. As pousadas e campings têm preços mais baixos em relação às outras vilas e não é necessário transporte no interior da Ilha Grande, pois existem boas praias e cachoeiras que podem ser visitadas a pé. Por outro lado, a alimentação possui maior valor devido aos gastos com transporte de alimentos do continente para a ilha, fato que estimula os visitantes a levá-los dos seus locais de origem. Outra causa apontada foi a superlotação, principalmente em feriados prolongados e férias escolares. Acredita-se que a excessiva visitação seja um dos maiores causadores de efeitos negativos sobre o meio ambiente.

Figura 3: Panorama da Vila do Abraão, Ilha Grande. Fonte: CODIG, 2002. A grande maioria dos residentes acredita que o turismo gera acúmulo de lixo nas praias e cachoeiras (92%) e a quase totalidade dos entrevistados (96%) afirma que as trilhas são as mais afetadas pelo mesmo problema. A erosão também foi citada por 56% dos entrevistados, enquanto que 12% crêem que o turismo não é o responsável pelo desgaste das trilhas.

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Em 1997, a SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, PROGRAMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (1997, Volume 1) fez uma coleta do lixo encontrado em praias e em auto mar. Em sua maioria, era composto de desodorantes e xampus de marcas estrangeiras, copos e garrafas de água, garrafas de whisky, vinho e outras bebidas alcoólicas, indicando padrões de consumo muito altos, contrastando com a opinião dos moradores ou, por outro lado, determinando mudança na tipologia dos visitantes.

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Boa parte dos moradores (76%) acha que o aumento do esgoto e do mau cheiro decorrente, tem relação com a movimentação turística e apenas 12% discordam totalmente. Na avaliação da beleza cênica, natural ou artificial, o resultado aponta um certo paradoxo. Após creditarem a maioria dos impactos ambientais visíveis ao turismo, 60% dos residentes acha que a paisagem natural da Ilha Grande foi modificada e 68%, a paisagem construída. No entanto, 12% acreditam que esta última foi modificada por razões diversas que não o turismo, como ocupação desordenada por parte dos próprios moradores. Em relação à qualidade da água, 56%, 36% e 20% delegam ao turismo a responsabilidade pela poluição da água do mar, da água doce e da água potável, respectivamente. Já 24%, 44% e 28% acham que tais problemas estão relacionados ao turismo apenas em parte. As opiniões foram equilibradas para a degradação da fauna e da flora. A população pensa que alguns desses impactos são causados, em parte pela atividade turística, em parte pelos próprios moradores. Os maiores impactos creditados ao turismo nesse âmbito foram os desmatamentos (48%) e a diminuição ou desaparecimento de animais comuns à vila (52%). Observa-se na Vila do Abraão que a atividade turística é percebida de forma um tanto negativa pelos residentes. Isso se deve, de certa forma, ao crescimento desordenado e rápido da visitação turística na Ilha Grande. A partir de então a disputa por estabelecimentos e empreendimentos que pudessem servir ao turismo tornou-se evidente. MONKEN (1995) e outros autores já atentavam para a descaracterização das casas de pescadores e ex-funcionários do Instituto Penal Cândido Mendes e afirmava que a Vila do Abraão poderia entrar em processo de favelização. Durante as entrevistas, os moradores expressavam, freqüentemente, seus sentimentos de descontentamento em relação a algumas atitudes e formas de pensamento dos comerciantes e sobre a degradação da natureza. Por outro lado, fora do escopo ambiental, a população acha que o turismo trouxe infra-estrutura, melhoria nos transportes e serviço de saúde. A visão do morador da Vila de Dois Rios Na Vila Dois Rios observa-se o oposto em relação ao impacto ambiental percebido pelos moradores da Vila do Abraão.

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Figura 4: Vila Dois Rios. Fonte: www.ilhagrande.com.br, 2007. Em alguns casos houve 100% de discordância, como os relativos aos impactos sobre a fauna, flora, poluição das águas do mar, doce e potável, e poluição do ar, não atribuídos ao turismo. As opiniões convergiram somente em relação ao lixo nas trilhas, atribuídos em 20% aos turistas. Esses fatores devem-se, principalmente, ao isolamento da Vila Dois Rios, à inexistência de pousadas e à proibição de campings e pernoites (exceto aos amigos e familiares de moradores). Os visitantes normalmente aproveitam o dia na praia e retornam antes do anoitecer, pois o acesso é possível somente a pé, já que veículos são proibidos na Ilha Grande, e as condições do mar não permitem a instalação de um cais para desembarque. Outros apenas passam pela Vila Dois Rios e seguem para a Parnaioca, praia vizinha que permite o camping. A presença do Centro de Pesquisas da UERJ e sua fiscalização também é um fator importante para a preservação ambiental, inibindo a ação predatória por parte do turista. Considerações finais A diferença nas visões dos residentes das duas vilas estudadas demonstra que a Vila do Abraão já apresenta problemas ambientais motivados pela exploração turística, enquanto que a Vila Dois Rios mantêm-se, de certa forma, preservada devido ao “controle” sobre a visitação. Estes dados são de fundamental importância para um plano de turismo que pretende inserir a população local em todas as instâncias do planejamento turístico. Somente desta forma poderá se amenizar a rápida degradação ambiental, a curto e médio prazo. Com isso espera-se, a longo prazo, preservar a Ilha Grande para uma utilização racional dos seus recursos por parte do turismo, compatibilizando a necessidade de oferecer infra-estrutura e melhoria da qualidade de vida para seus moradores. Referências CIDE. Anuário estatístico do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1996. CRUZ, Sílvia Helena Ribeiro. Turismo na Ilha de Cotijuba sob a percepção de seus residentes, Turismo em Análise, v. 6, n. 2, p. 79-92, maio 1996. 23


DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. São Paulo: Futura, 2001. UFRRJ. Plano diretor do Parque Estadual da Ilha Grande. Rio de Janeiro: UFRRJ, 1993. MONKEN, Maurício. A noção de lugar no estudo da Ilha Grande, RJ. 1995. 101 f. Tese (Mestrado) – IPPUR, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, PROGRAMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Programa de Gestão para o desenvolvimento sustentável da bacia contribuinte à Baía da Ilha Grande. Volume 1 – Diagnóstico ambiental da Ilha Grande. Rio de Janeiro: SEMA, 1997. SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, PROGRAMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Programa de gestão para o desenvolvimento sustentável da bacia contribuinte à Baía da Ilha Grande. Volume 2 – Planos de ação estratégica de gestão. Rio de Janeiro: SEMA, 1997.

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TURISMO DE NEGÓCIOS: PERCEPÇÃO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO EM EMPREENDIMENTOS DE VOLTA REDONDA, RJ Juliana Fontes, aluna do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA; Michelle Louise Paresque, aluno do Curso de Gestão de Turismo, UNIFOA Orientadora: Professora Carolina Dutra de Araujo Introdução O turismo de negócios em Volta Redonda garante aos meios de hospedagem, bares e restaurantes uma clientela razoável, mas não existem dados que comprovem esta afirmação. Neste sentido esta pesquisa é pertinente, já pode ser um estudo inicial para subsidiar planos futuros de turismo para Volta Redonda, de modo participativo. O objetivo desta pesquisa foi investigar a opinião dos comerciantes (restaurantes, hotéis, lojas) de Volta Redonda sobre a influência do turismo de negócios no desenvolvimento dos seus empreendimentos. Como procedimento metodológico foram aplicados 25 questionários baseados na Escala de Satisfação de Lickert (adaptado de ARAUJO, CARVALHO e SILVA, 2005). Os locais visitados foram os estabelecimentos comerciais de Volta Redonda que possuem ligação com a atividade turística, em 4 de abril de 2007. A tabulação foi feita em números absolutos e os dados serão apresentados em porcentagem. Volta Redonda Volta Redonda é um município brasileiro situado na região do Vale do Paraíba dentro do território Sul Fluminense, no estado do Rio de Janeiro. Possui clima tropical, quente e úmido (Figura 1).

Figura 1: Localização de Volta Redonda no estado do Rio de Janeiro. Fonte: www.wickipedia.org.br Localiza-se a uma latitude 22º 31’ 23’’ sul e a uma longitude 44º 06’ 15’’ oeste, estando a uma altitude de 390 metros. É cortada pelo rio Paraíba do Sul, sendo o principal abastecedor da cidade. Possui uma área de 182, 317 Km2, sendo a área urbana com 82 Km2 e a área rural com 100 Km2 (Figura 2).

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Figura 2: Vista da cidade cortada pelo Rio Paraíba do Sul. Fonte: www.wwf.org.br, 2007. Sua população estimada em julho de 2006 era de 258.145 habitantes, sendo hoje a maior cidade da região Sul Fluminense. A cidade faz divisas com os municípios de Barra Mansa, Barra do Piraí, Pinheiral, Piraí e Rio Claro. A partir de meados da década de 1990 diversas obras de urbanização, remodelaram o mobiliário urbano bem como outras de engenharia de grande porte (viadutos, novo Estádio Municipal, praças, escolas) deram nova feição à cidade, tida hoje como a de melhor qualidade de vida no interior do Estado do Rio de Janeiro (Figura 3) (SANTOS, 2007).

Figura 3: Vila Santa Cecília, Volta Redonda. Fonte: www.baixaki.ig.com.br, 2007. 26


A Importância do Turismo de Negócios Para compreendermos a importância do Turismo de Negócios devemos primeiramente explicar seu significado. Segundo PEREIRA e BORGES (2006), considerase o deslocamento de executivos e homens de negócios, portanto turistas potenciais, que afluem aos grandes centros empresariais e cosmopolitas a fim de efetuarem transações e atividades profissionais, comerciais e industriais, empregando seu tempo livre no consumo de recreação e entretenimento desses grandes centros, incluindo-se também a freqüência a restaurantes com gastronomia nacional e internacional. Não é sem razão que o segmento cresceu tanto esses últimos anos. Contou com os incentivos dados pelo poder público para o meio turístico, com a força dos negócios de hotelaria e congêneres e, ainda, com a mudança global padrão do trabalhado do homem, que pretende aliar cada vez seu pouco tempo livre com desempenho profissional e seus desdobramentos. (VÁLIO, 2006). O turismo de negócios vem expandindo no Brasil em vários municípios, cidades, estados, dentro do segmento turístico. Diante de suas particularidades, ele não depende de atrativos naturais ou artificiais para seu desenvolvimento e sobrevivência. A cidade onde o Turismo de Negócios ocorre caracteriza-se, por focar seus esforços, em investimentos, planejamento e gerenciar a prestação de serviços para receber o turista (PEREIRA e BORGES, 2006). A visão do morador de Volta Redonda De acordo com os dados obtidos através da tabulação dos resultados, os principais dados da pesquisa referem-se ao fato de o turismo ser importante para a cidade de Volta Redonda. Outro efeito apontado é relativo ao aumento das vendas impulsionado pelos eventos. 80% dos entrevistados crêem que estes trariam benefícios para a cidade. A grande maioria dos empreendedores (88%) acredita que os hotéis de Volta Redonda existem por causa do turismo de negócios, enquanto que 12% não sabem se os hotéis da cidade têm capacidade para atender o turismo. Já a menor parte dos entrevistados (20%) discorda em parte que Volta Redonda suportaria maior fluxo de demanda turística. Considerações finais O Turismo de Negócios, devido à globalização, espalhou-se em diversas partes do mundo, sejam destinos adequados, sejam destinos pouco expressivos no mercado. Quando se fala deste segmento, espera-se que sua infra-estrutura seja harmoniosa com a expectativa dos turistas, que são normalmente exigentes, viajando por motivos profissionais e que, necessitam de serviços prestados com qualidade. Além dos serviços de hospedagens e alimentação, há outros que devem ser levados em conta, tais como, de assessoramento, de tradução, que são importantes para que o turista retorne ao destino ou permaneça por mais tempo. O necessário é que o Turismo de Negócios seja visto como uma forma de atividade econômica importante no desenvolvimento de Volta Redonda e de qualquer cidade.

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Referências ARAUJO, C. D., CARVALHO, A. G., SILVA, C. D. Impactos ambientais do Turismo na Ilha Grande: Um estudo comparativo sobre a percepção dos moradores da Vila do Abraão e da Vila Dois Rios, Caderno Virtual de Turismo, vol 5, n 3, 2005. PEREIRA, B. C. e BORGES, M. P. Turismo de Negócios: uma análise do setor em Piracicaba/SP. Caderno Virtual de Turismo, vol. 6, nº 4, 2006. VÁLIO, M. I. L. Turismo de Negócios ou Negócios de Turismo?. Revista Turismo, 2004. SANTOS, A. V. O Desbravamento 1727, disponível http://www.voltaredonda.com.br, acessado em 25 de maio de 2007.

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