O sapo Sassá e a sábia sabiá Sinhá

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O sapo Sassรก e a sรกbia sabiรก Sinhรก


Sassรก era um sapinho nada sossegado. Saliente que sรณ, sassaricava pelo brejo contando as novidades contadas por sua amiga Sinhรก, a sabiรก.




A sábia sabiá Sinhá sabia de coisas que ninguem sabia. Sassá fizera amizade com ela enquanto caçavam minhocas para o jantar. Desde então, os dois eram um “grude” só. ─ Sassa, você sabia quê... ─ a um sinal negativo do sapo, Sinhá começava a explicar... Sobre as flores, frutas... Sobre a chuva, o sol. Não era a toa que a chamavam de sábia sabiá. Certo dia, Sinhá chegou preocupada e alertou Sassá. ─ A plantação perto do brejo está evenenando tudo... Muitos passarinhos já morreram... E sapos também!


Sassá arregalou os olhos preocupado. E fez uma chuva de perguntas a sabiá Sinhá, porque queria saber... ─ Os homens não ficam doentes com o veneno da plantação? Não sabem que matando os sapos, os passarinhos, os insetos vão aumentar ainda mais?




Sinhá respoudeu-lhe que os homens sabiam, mas fingiam que não sabiam. Nem a sábia sabiá sabia porque eles agiam assim. Aquilo não saiu da cabeça de Sassá. ─ Sinha só podia estar enganada. Os homens não podiam saber e ele precisava lhes contar.


No dia seguinte, o sapo resolveu se aventurar até a plantação, que ficava num sítio perto do brejo. Pretendia avisar aos homens sobre os efeitos do veneno. A sabiá sabiá Sinhá estava lhe enrolando. Sassá sabia que eles não sabiam. Bem cedo, o sapo saiu do brejo e se pôs a caminho do sítio.




Logo Sassá chegou ao seu destino. A casa do sitiante ficava à beira da estrada. Sorrateiramente, Sassá entrou e se escondeu debaixo do sofá. Dois homens conversavam na sala de estar. O sapo ficou atento, ouvindo a conversa. O visitante perguntou: ─ Compadre, o veneno está matando muitos passarinhos em sua plantação? ─ Tantos que nem dou conta de contar... ─ Falou o sitiante para o visitante.


Ao ouvir aquilo, Sassá sentiu um sobressalto e saltou no meio da sala. A mulher do sitiante, que trazia café para o visitante, soltou a bandeja e gritou! ─ Um saaaaaaaapo!!! Saltou de baixo do sofá!




Nesse momento, se aproximou um menino e mais que depressa, enfiou Sassá dentro de um saco. ─ Sapo safado! Isso é pra você nunca mais assustar a minha mãe. Em seguida deu um nó no saco e o largou no quintal. Pobre Sassá! Ficou batendo papo sozinho dentro do saco: ─ Ei você aí, me ajude a sair daqui!


Era um sapo dentro do saco e um saco com um sapo dentro. O sapo batendo papo e o saco fazendo vento. A essa altura o brejo está em alvoroço. Os pais de Sassá foram ter com a sábia sabiá Sinha. Mas a sábia sabiá não sabia de Sassá.




Vendo o desespero dos pais de Sassá, Sinhá se dispôs a ajudar. ─ Sosseguem que vou voando procurar Sassá. Sei de um lugar onde ele pode estar. E voou em direção à plantação. Sabendo como Sassá era curioso, a sábia sabiá Sinhá suspeitou que o sapo fora investigar. Depois de muito procurar, Sinhá reparou em um saco no quintal a pular, pular. Não podia ser o vento... Era um sapo dentro de um saco e um saco com um sapo dentro. O sapo batendo papo e o saco fazendo vento.


A sábia sabiá Sinha bicou o sacou e libertou Sassá. Os dois fugiram o mais depressa que puderam em direção ao brejo. Sassá perguntou a sábia sabiá se não podiam dazer nada... Sinhá disse que poderiam avisar as pessoas para não comprar o arroz produzido naquele sítio, pois estava evenenado. Sassá se animou e saiu espalhando o alerta pra todo mundo... De bico em bico, de boca em boca, a notícia chegou na cidade e ninguém mais quis comprar arroz daquela plantação. O agricultor ganhou um bom prejuizo e aprendeu a lição: não usou mais tanto veneno na sua plantação.



Arlene Holanda Nasci em uma cidade do interior do Ceará, chamada Limoeiro do Norte. Escrevo e desenho desde criança, e isso já faz um bom tempo. Tenho vinte e uma obras publicadas, em estilos diversos: conto, romance, cordel, poesia, além de didáticos e informativos. Já ganhei alguns prêmios importantes e muitos dos meus livros estão em bibliotecas de todo o país. Também atuo como historiadora, ilustradora e produtora cultural. Cecília Andrade Nasci em Fortaleza, Ceará e quando criança gostava mesmo era de desenhar com giz, carvão ou caco de tijolo nas paredes. Cresci (um pouco) e virei Arquiteta, designer e ilustradora. Fui professora de Compreensão e Expressão da Forma, no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, dei aulas de de design e fui ilustradora e infografista do jornal O Povo. Desde 2007 desenho para várias revistas e jornais do Brasil. Em 2009 ilustrei o livro Mansidão, a vaquinha de estimação e agora continuo a brincadeira desenhando este livro.


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