Títulos

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TĂ­tulos

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E se de repente nos dessem apenas títulos de obras, frases soltas, versos dispersos e nos fosse proposta uma atividade que consistia em fazer um texto com todas essas “frases” de modo a que tudo fizesse sentido? Essa foi a proposta feita aos alunos de 8º e 12ºano. No primeiro dia de aulas, foram-lhes dados os títulos das obras e textos que iriam ser lecionados ao longo do ano e eles “apenas” tiveram que escrever um texto com toda essa informação. A criatividade foi posta à prova e hoje, à medida que vamos descobrindo os textos e os seus significados, os sorrisos surgem ao lembrar o que foi escrito no início do ano.

Carla Trindade

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Francisco Machado, 12º 1 A

Sim louco, porque quis grandeza por um dia. Passam-se uns instantes e de repente salto da cadeira! É a hora!

Trabalhava numa fábrica todos os dias à luz dolorosa das grandes lâmpadas da fábrica, lá estava eu, sentado, a olhar para o telemóvel, a ver o rebanho passar. Eu nunca guardei rebanhos, mas, ironicamente, sou um guardador de rebanhos. Passo aqui dias em frente da passarela, isto sim é ser um artista, e há poetas que são artistas! Para mim o que nós vemos das cousas são as cousas. Exato! O mistério das cousas, onde está ele? Acho tão natural pensar assim. Isto era o meu dia a dia, vê-las passar e a pobre ceifeira a cantar sem parar. À hora do almoço: ”queres alguma coisa?”, “não: não quero nada”, já tinha feito de tudo para mudar, li os Lusíadas, O Memorial Do Convento, tudo igual. Já nem sem quantas almas tenho! Família? Já não. Já tive um grande amor! Frases como “vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio” e “Ai que prazer!” já foram proferidas por mim. Agora, nada resta, e o pior é quando as crianças brincam na rua! É tão... vazio. Hoje acordei e pensei: “que posso eu fazer? Sim: que posso eu fazer?”, hoje é um dia diferente, felizmente há luar! Para o comum dos mortais hoje é dia de alegria geral! Fiz a minha rotina normal, tomei banho, saí à pressa! Ó sino da minha aldeia! Às vezes, em sonho triste lembro-me dela! Mas parando de me lamentar... sim porque a frase “não sei ser triste a valer” em mim é completamente falsa! Hoje é dia de alegria, algo que não estou habituado, e algo estranho, como do nada aparecer um piano na minha rua! Vou para a fábrica como de costume! Mas desta vez a cantar: “é hoje!”. Quando chego, como de costume, sento-me no meu posto, a ver o rebanho passar! Hoje à noite fico eu de vigia! Cada um cumpre o destino que lhe cumpre e eu não sou diferente! Penso e relembro o dia em que festejavam os meus anos, aliás é hoje! Mas ainda ninguém me felicitou, estranho... mas eu espero... talvez me façam uma surpresa! É como dizem o cantâro está à espera da fonte! O meu chefe passa e eu digo-lhe “mestre, são plácidas” estas horas e ele responde algo estranho: “por meio destes hórridos perigos, que apenas nos meus olhos ponho o freio”, eu fiquei a olhar para ele até desaparecer... Chegou o fim do dia “ nem um parabéns!”, nada. Foi-se toda a gente embora e fico eu, sozinho mais uma vez com a ceifeira... que sombrio... e começo a falar com ela... “sabes... prefiro rosas, meu amor, à prátria”. Ela continua o seu trabalho e eu falo novamente: “o que há em mim é sobretudo é cansaço“, ela continua... começo a pensar se sou louco... louco?

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Sabem malta, se algum dia lerem isto não se esqueçam, “que vencedor vos façam, não vencido” e deixo ao cego e ao surdo este texto! E ainda mais digo! Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia estejam à vontade! Aqui vou eu, estou apenas a alguns metros da ceifeira. Adeus colegas.

Manuel Louro, 12º1B Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia Mostrem-me rebanhos.

como

um

guardador

de

Bem sei que eu nunca guardei rebanhos, mas digam-me desta forma aos meus netos Mostrem-na ao contrário, a fotografia e há poetas que são artistas e há poetas que são pastores mas exibam-me só como pastor porque o poeta morre comigo. Cada um cumpre o destino que lhe cumpre e eu fugi do meu, ao pensar que guiar ovelhas era um cargo menor sempre quis ser algo maior. Louco sim, louco porque quis grandeza e ainda o mais sou por tentar alcançá-lo através da poesia; impossível proeza. Bem sei que um alguém ficou grande com uns tais de Os Lusíadas mas que posso eu fazer? Sim: que posso eu fazer sendo eu quem sou? Sendo eu nem uma vírgula na história de toda a poesia. Que vencedor vos façam, digo aos que ganharam isto, não vencido estou vencerei convosco

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talvez, num dia perdido.

com o caderno nos joelhos e a caneta na boca,

que o que há em mim é sobretudo cansaço

E ela canta pobre ceifeira

Não, não quero nada mais que isto.

não sobrou muito mais que fraquezas,

Uma mensagem sobre a verdade

sabes como é a idade... Não, não sabes.

Fria e crua.

Mesmo assim, isto faz-me feliz, isto de poder escrever como quero quando quero,

Deixo ao cego e ao surdo os meus olhos e ouvidos,

ninguém lê, ninguém vê, desta forma não sei ser triste a valer.

porque um nunca viu as minhas crianças

e o outro nunca ouviu o cantar da ceifeira à luz

Às vezes, em sonho triste, imagino-me assim. Sem nada.

quando as crianças brincam, minhas crianças brincam

Sem surdo nem cego Sem piano ou ceifeira.

E os jogos mudam,

o hábito permanece, lá sai a rapariguinha sempre nova,

ela canta pobre ceifeira,

Se for branco?

Ou já passaste o rio? “o cântaro está à espera da fonte”

Como o piano na minha rua

alegrias

Ninguém se parece importar.

De histórias de quando as crianças brincam, nossas crianças brincam.

nada me faz mais feliz que sentar ao pé do piano

com a tal da lua lá ao alto a ser observada pelo cego. Que mais quer um pastor que esta paz de

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No tempo em que festejavam o dia dos meus anos com presentes feitos na escola Eles não voltam

a ouvir o surdo tocar coisas que não sabe

vida?

Espera por mim e eu prometo encher-te de

Ninguém sabe como, mas lá está, como lá foi

Felizmenta há luar,

É a hora,

E acho tão natural que não se pense no que vai acontecer,

Mas sabia que não seria por meio destes hórridos perigos, Nem devido à dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica

vou embora, só assim porque sim é essa a mensagem que me deram que um dia vamos só porque assim nos fizeram.

E mesmo que a guerra só tivesse deixado feridos, Sabes que prefiro rosas, meu amor, à pátria.

Não devemos forçar nada. Por meio destes hórridos perigos a única coisa que quero é ver-me finalmente em ti envolvido. Faça-se Silêncio para que o surdo consiga ouvir.

Se, depois de eu morrer, Quiserem escrever a minha biografia Deixo ao cego e ao surdo e ao mudo Toda a autoria

Disse outro também conhecido.

quem diria? parar

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,

Hoje é dia de alegria geral!

Será branco de mais como a dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Ainda estás à minha espera?

Um hábito, um costume, uma coisa do dia a

Sim: que posso eu fazer?

Mas porquê? Se o que nós vemos das coisas são as coisas e não mais que isso.

Porque se a morte é ser ninguém, as letras que me acompanhem. Mas se a morte for como eles dizem?

dia

Já não sei quantas almas tenho, mas de todas este bicho de perguntar o porquê das coisas.

Deixo então este meu saber de escrever ao ninguém.

sabe lá Deus como,

lá ao longe canta, fingindo que é contente.

E que posso eu fazer?

Imagino-me assim ninguém.

as regras alteram-se mas assim que o sino da minha aldeia soa,

o fui. elas flui

Sem crianças nem lua.

na rua onde brinquei.

Não sei ser triste a valer.

e em todas as minhas vidas E o que é a satisfação para além disso?

Como é possível estar melhor com a vida

E quando as crianças brincam na rua

Se não pensamos não há dúvidas? mas sou todo eu dúvidas.

do sol.

ridiculamente habitual para um tipo de 40.

Ai que prazer!

O mistério das coisas, onde está ele? ao som do luar

a beber o tal do Ucal

Mas hoje é dia de alegria geral,

Diz-me, querida, quando morremos pensamos de alguma forma?

brincar

Ai que prazer me dá poder escrever no pequeno café

Acho tão natural que não se pense pouco.

Nem os miúdos, nem tu, nem os presentes feitos à mão. Vem sentar te comigo, Lídia, à beira do rio Juntos escolheremos que barca seguir. Aviso-te já para não haver surpresas

Bruno Santos, 12º1A

Já a vejo a aproximar-se Com a foice na mão e lágrima na face,

Vem sentar-te comigo, Lídia, À beira do rio Pois sinto que esta é a hora! E não vou passá-la com o assobio.

Sei porque às vezes, em sonho triste Oiço um piano na minha rua,

Mas eu levanto-me e mostro-lhe um sorriso E digo: “Não te preocupes que já está quase”

Faço uma vénia Para o meu ato final E, para este destemido, Ela diz:

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“Que vencedor vos façam, não vencido”.

Inês Botequilha, 8ºC De tarde, estava eu na ermida de São Simeão ao pé de um grande edifício chamado o Palácio da Ventura a escrever uma crítica sobre o livro da Barca Bela, quando vi um rapaz magro, olhos azuis, carão moreno de chaves na mão, melena desgrenhada perguntando se havia um roteiro da vila, pois não conseguia encontrar o seu hotel. Eu disse-lhe que na praia lá da Boa Nova havia um posto de guias que se chamava As minhas asas, ele agradeceu e foi-se embora assobiando à vontade. Passado algum tempo apareceu a minha amiga Vanessa que disse que precisava de me contar um segredo: - Endechas a Bárbara escrava, mas estou apaixonada por seu marido que meu pai Agualberto tanto odeia! - Vanessa vai à luta!- respondi-lhe, encorajando-a -Quando se está apaixonado faz-se tudo! O amor é fogo que arde sem se ver e é como aquele acontecimento do livro “Aquilo que os olhos veem ou o Adamastor” chamado A tempestade! - Obrigada pela ajuda meu querido amigo, mas tenho tanta pena da Bárbara! Senhora, partem tão tristes aqueles escravos... - afirmou Vanessa. - Os bons vi sempre passar… É uma pena que só os levem a eles… Comigo me desavim.-disse eu. -Tenho de ir meu amigo, meu pai espera-me! Boas noites e muito obrigada por teres ouvido os meus desabafos e continua lá com a tua reportagem.despediu-se Vanessa. - Não é isso que eu estou a escrever! - respondi.

Tomás Silva, 8A

- Olha, era as Endechas a Bárbara escrava e senhora partem tão tristes !- fui para casa . Joaquim, homem magro, de olhos azuis, carão moreno tinha uma irmã chamada Vanessa, conhecida pela alcunha “Vanessa vai à luta” que fez uma reportagem, entrevista e também uma crítica sobre uma cantiga com o seguinte título, Aquilo que os olhos veem ou o Adamastor. Tinha Vanessa acabado e foi para casa quando, de repente, apareceu o que ela mais temia a tempestade. Vanessa, com sorte, não reparou pois estava assobiando à vontade enquanto ouvia a música Meu pai Agualberto. De repente disse “Parece impossível mas sou uma nuvem, A saga, quando se está apaixonado” mas nada disto fazia sentido eram só títulos. Ao longo da sua carreira, Vanessa fez inúmeras reportagens sobre diversos livros, mas os que sobressaíram mais na sua carreira foram “Texto de divulgação científica” em Abril de 1999, “Senhora partem tão tristes” em Setembro de 2001, “comigo me desavim” em Novembro de 2004, “Chaves na mão, Madalena desgrenhada” em Maio de 2007, “alma minha, gentil, que te partiste” em Janeiro de 2008 e “Os bons vi sempre passar” em Março de 2010. Vanessa ficou tão entusiasmada que decidiu inventar uma história chamada “Roteiro” que teve um grande sucesso como “Estava eu na ermida de São Simeão”, mas infelizmente não foram só coisas boas, também escreveu duas que não tiveram tanto sucesso - “Endechas, a Bárbara escrava” e “Amor e fogo que arde sem se ver”. Vanessa sonhou que ia na barca bela em direção ao palácio da ventura na praia lá da boa nova, de tarde. Nos seus desabafos, Vanessa pediu às fadas umas asas.

- Uma cantiga chamada a Saga? Talvez uma entrevista ou um texto de divulgação científica? perguntou ela.

- As minhas asas são muito belas!

- Não!! É uma crítica! Alma minha, gentil, que te partiste… Não sabes nada Vanessa!- gritei.

Mariana Gama, 8ºA

Ela foi-se embora bastante aborrecida com o que eu lhe tinha dito e eu larguei a crítica e peguei nos meus dois livros “Descalça vai para a fonte” e “Parece impossível mas sou uma nuvem” para me ir embora e foi assim que acabou o meu dia.

O José afastou-se lentamente voltando a assobiar. “A saga continua, Vanessa vai à luta!” – Pensei.

Já em casa, de chaves mão , melena desgrenhada vi na televisão um texto de divulgação científica.

Mais tarde encontrámo-nos. Via-se ao longe o palácio da Ventura. Começámos a conversar sobre fantasias.

No dia seguinte, meu pai Agualberto estava doente, e fui vê-lo ao hospital, quando vi passar magro, de olhos azuis, carão moreno o meu amor:

- Parece impossível mas sou uma nuvem! – Disse ele.

- Ai, quando se esta apaixonado, o amor é fogo que arde sem se ver.

- Eu gosto de imaginar que tenho asas. As minhas asas são brancas, cheias de penas.

Entretanto, ao ir para casa a tempestade

- Sei que ainda é cedo, mas amor é fogo que arde sem se ver, e é isso que sinto por si.

- Parece impossível, mas sou uma nuvem.

Parecia uma linda cantiga aquilo que ele me dizia, eu nem podia acreditar.

voltou.

Nisto, a minha mãe, descalça vai para a fonte. No meio daquela tempestade.

De tarde, fui à livraria comprar a saga “cantiga”, comigo me desavim, mas estava esgotado.

- Os bons vi sempre passar, mas quando se está apaixonado tem que se ser sincero. Já me magoei tantas vezes… As pessoas gozavam comigo e diziam “Endechas a Bárbara escrava!” Eu chorava. Ai! Alma minha gentil que te partiste, porque é que deixaste isto acontecer? Comigo me desavim por ter deixado isto acontecer.

Na quarta-feira, fui visitar O Palácio da Ventura, Aquilo que os olhos veem, O Adamastor está a chorar:

- É tão bom ouvir os seus desabafos. Conteme mais sobre si! – Disse ele.

- Vá! Adamastor, desabafos é o que quero ouvir. - e lá desabafámos a dia todo e acabei por não dizer o meu nome. Chamo-me Vanessa. Agora vou dormir e sonhar, porque a Vanessa vai sempre à luta!

- Primeiro, podes tratar-me por tu. Adoro escrever, sou escritora! Já escrevi livros como, por exemplo, “Aquilo que os olhos veem” ou “O Adamastor”. Alguns textos de divulgação científica e coisas do género.

Estava eu na ermida de São Simeão, quando vi a barca Bela com aquele livro a “cantiga”

Carlota Carvalhaes Garcia, 8ºA Estava eu na ermida de São Simeão, quando apareceu um homem lindo. Magro, de olhos azuis, carão moreno, chaves na mão, melena desgrenhada, assobiando à vontade. - Boas noites. – Disse ele.

- Boas noites, amigas!

- Boa tarde, ainda é de tarde. – Respondi entre

-E de onde é que veio essa paixão pela escrita? -Herdei do meu pai, Agualberto. Ele fez o roteiro de Sintra, uma reportagem e dois livros: “A tempestade” e “Descalça vai para a fonte”. Recebeu várias críticas, mas era isso que adorava nele. Aguentava tão bem as críticas. Eu recebo uma crítica que e fico logo toda ofendida! E tu? Como é a tua vida? – Perguntei eu.

Rodrigo Pica, 8ºA

risos. - Como se chama? - Vanessa Barca Bela. E o senhor?

Ontem, fui a uma entrevista assobiando a vontade, mas os bons vi sempre passar e os maus sair.

- José Santos. Quer encontrar-se comigo mais tarde? Vou ter agora uma entrevista.

- Consegui a critica! Amanhã vou fazer uma reportagem na praia lá da boa nova. Agora boas noites.

- Pode ser. Por volta das 20 horas? – Respondi.

As minhas asas lá foram comigo mais o roteiro. Quando cheguei, alma minha, gentil, que te partiste,

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já tinhas ido embora.

- Perfeito. Encontramo-nos na praia lá da Boa Nova. - Está bem. Até logo José.

Um dia, de tarde, estava eu na Ermida de São Simeão, a olhar uma barca bela na Praia lá da Boa Nova quando começo a ouvir uns desabafos ao longe. Vinham de um palácio chamado O Palácio do Ventura, segundo o que dizia no roteiro. Quando lá cheguei, vi um homem magro, de olhos azuis, carão moreno que dizia que ia haver uma grande tempestade, com ele estava meu pai Agualberto assobiando à vontade.

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Ao ouvir isto, abri as minhas asas e voei para casa. Assim que me sentei a ver televisão começou a chover muito e a fazer muito vento lá fora. Era uma grande tempestade que arrasou com tudo, mas a minha sorte foi que foi rápida. Foi uma catástrofe. Depressa houve quem fizesse uma reportagem, uma entrevista, uma crítica, um texto de divulgação científica, uma saga, e também houve até quem fizesse uma cantiga chamada “Parece impossível mas sou uma nuvem”. Depois da tempestade passar, fui dar as boas noites ao meu pai que estava a ver um filme chamado “Vanessa vai à luta”, que falava sobre uma rapariga que descalça vai para a fonte com chaves na mão, melena desgrenhada e sapatos pendurados aos ombros. Fiquei a ver o filme com o meu pai, mas depressa comigo me desavim, pois era um filme de amor, em que Vanessa e uma senhora partem tão tristes pois quando se está apaixonado, amor é fogo que arde sem se ver. Grande dia o de hoje, os bons vi sempre passar, mas alma minha gentil, que te partiste quando sonhei que estava entre aquilo que os olhos veem ou o Adamastor e Endechas a Bárbara escrava que foi para o lado Adamastor, ou seja, a morte. Por fim, acordei e comecei um novo dia.

Diana D’Orey, 8ºC

se Vanessa e eu dizia sempre “Vanessa vai à luta” e ela ficava sempre a olhar pensando alma é minha gentil, que te partiste e eu surpreendido ia sempre ajudar a pobre senhora, ela ria-se para mim e eu dizia ”Os bons vim sempre passar”.

Mariana Vasco, 8ºA Um dia de tarde, D.Carlos, que era um homem importante, um empresário de categoria, ia a sair da empresa quando lhe ligou um repórter, que por acaso também era escritor de um dos seus livros preferidos, Vanessa vai à luta, que lhe disse que queria fazer uma reportagem sobre ele porque gostou muito do texto de divulgação científica que D.Carlos tinha mostrado numa entrevista que tivera na semana anterior. D.Carlos, muito contente, por ir ter o prazer de conhecer o escritor de um dos seus livros preferidos, aceitou. Quando estava a sair e passou pelo porteiro disselhe “boas noites”. O porteiro reparou logo que o dia tinha corrido bem a D.Carlos pelo seu tom de voz e pensou para si, chaves na mão, melena desgrenhada. Depois de D.Carlos abrir a porta de casa, Vanessa, sua mulher, notou que ele vinha a cantar uma cantiga muito conhecida da terra dele. Vanessa olhou para D.Carlos, magro, de olhos azuis e carão moreno, e disse-lhe: - Estou a ver que hoje o dia correu bem!

Estava eu na ermida de São Simeão a ouvir uma cantiga do Sr. Roteiro. O Roteiro era magro, de olhos azuis, carão moreno, tinha umas chaves na mão, melena desgrenhada e estava sentado na beira da sua barca bela. A barca chamava-se “A Saga” e dela eu já tinha visto uma reportagem e uma entrevista. Esta eram sobre: Como parece impossível mas sou uma nuvem e como tinha ultrapassado a tempestade. Estava ao lado de alguém que critica todos os desabafos e critica dizendo sempre um texto de divulgação científica. Eu dizia sempre “Boas noites”, mas o senhor, que tão bom se achava, dizia sempre “As minhas asas”. Este vivia de tarde na praia lá da boa nova, mas de manhã e à noite dentro do palácio da ventura , assobiando à vontade a noite inteira. O meu pai Agualberto que já lá tinha vivido, perto deste senhor que tinha imensas escravas. Endechas a bárbara escrava que de lá senhora partem tão tristes, descalça vai para a fonte e dizia-me sempre ”aquilo que os olhos veem ou o Adamastor” e eu ficava sempre pensando “comigo me desavim” por permitir que a pobre da senhora lá passasse tanto tempo. Quando se está apaixonado o amor é fogo que arde sem se ver - é essa a explicação. Eu incentivava-a e ela, na verdade, chamava-

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- Correu muito melhor que bem! - Disse D.Carlos depois de a beijar e de lhe dar o ramo de flores que lhe comprara - Hoje o Barca Bela, aquele escritor que escreveu um dos meus livros preferidos, ligou-me a dizer que queria fazer uma reportagem sobre mim! - Uhm... cheiram tão bem. Isso é ótimo! - Pois é... se o meu pai Agualberto tivesse cá ia estar muito orgulhoso de mim... - Tenho a certeza que sim! - disse Vanessa para alegrar D.Carlos. Depois do jantar, D.Carlos e Vanessa foram ver um filme chamado “A Saga”, quando o filme acabou, Vanessa olhou para a janela e disse: - A tempestade nunca mais acaba... - Tens razão. Lembras-te na praia lá da Boa Nova, quando eu te pedi em casamento e tu aceitaste e disseste “amor é fogo que arde sem se ver” e eu disse “Quando se está apaixonado tem que se lutar”? - Claro que sim! É impossível esquecer-me! Mas porque é que estás a falar disso agora? - Porque no outro dia um jornalista escreveu uma crítica sobre esse dia e eu queria saber se a leste?

- Não, não a li. Depois dessa conversa, foram para a cama e puseram-se a ler. Vanessa estava a ler “Senhora partem tão tristes” e D.Carlos estava a ler “Alma minha que te partiste”. No dia seguinte, D.Carlos acordou cheio de energia porque sabia que era o dia da reportagem. Depois da reportagem, foi a casa almoçar e quando chegou disse à mulher que o Barca Bela era muito simpático e que a reportagem tinha corrido cinco estrelas porque não falaram só sobre trabalho, mas sim da vida pessoal de D.Carlos. O Barca Bela perguntou a D.Carlos durante a reportagem “- Pode contar-nos uma história engraçada sobre si? - Claro, estava eu na ermida de São Simeão onde tinha ido de propósito ver uma peça de teatro chamada “Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor”. Quando já estava dentro do teatro olhei para os bilhetes e vi que dizia “ Parece impossível mas sou uma nuvem” foi nesse preciso momento que reparei que tinha comprado os bilhetes errados, mas fui ver o teatro na mesma. No fim até achei a peça engraçada, mas apercebi-me que devia era ter mesmo escolhido a peça “As minhas asas”, mas enfim, já estava feito. Depois disso tudo decidi ir ver como era a aldeia e fui ver o Palácio da Ventura onde havia logo à entrada um homem assobiando à vontade para todas as mulheres que passavam, eu achei que isso dava um péssimo aspeto ao castelo, mas o guarda não fazia nada. Andando mais um pouco havia uma fonte onde me sentei a ler o livro que estava a ler na altura chamado “O Roteiro” passado um pouco senta-se uma mãe com uma filha pequena ao meu lado e a mãe também se pôs a ler um livro que eu já tinha lido chamado “Endechas a Bárbara escrava”. Descalça vai para a fonte a menina que estava com ela. Quando a mãe reparou que a menina estava dentro de água chamou-a e disse “Não gostaste de ir ao cinema ver o filme “Comigo me Desavim”?”, “Sim” disse ela, “Então porta-te bem!” disse a mãe zangada. - Que bela história - disse Barca Bela. - Pronto e foi assim - disse ele a Vanessa. - Ah! Então correu mesmo bem!

Assunção Castelo Branco, 8ºA Todos os dias com as chaves na mão, melena desgrenhada e a dormir em pé, lá estava eu às 7:30 pronta para ir trabalhar.

Um dia, já era de tarde, estava a ir para casa, passei por um homem magro, de olhos azuis, carão moreno. Nunca tive o chamado homem dos meus sonhos, mas confesso, aquele era o tal. Parecia que só estava lá ele e uma cantiga de fundo que era a minha preferida chamava-se “as minhas asas”. No dia seguinte, estava tempestade e as estradas estavam cortadas, não pude ir ao trabalho. A tempestade foi ficando mais forte ao longo dos dias. Desde que tinha visto aquele homem que tudo tinha mudado. Sentia que era uma mensagem do destino a dizer para procurá-lo e conhecê-lo. Passou uma semana. A tempestade acabara, por isso fui procurá-lo. Sabia que não podia desistir, tinha sido amor à primeira vista. Dentro da minha cabeça só ouvia: - Vanessa, vai à luta e não desistas! Quando se esta apaixonado fazemos tudo por amor. Mas quando temos o coração partido há muita dor e como se diz o amor é fogo que arde sem se ver e por isso temos de ter cuidado, e pensar sempre duas vezes. O que acabei de dizer é uma crítica à sociedade de hoje em dia! Encontrei uma senhora que me disse que o conhecia, que este senhor se chamava Diogo e que vivia no mesmo prédio que ela e conduziu-me até lá. Quando cheguei à porta, parei, respirei e toquei à campainha. Ele não se lembrou logo de mim, mas eu expliquei-lhe a história toda, ainda ficámos a falar um bocado, a conhecermo-nos, até que me convidou para sair. Hesitei um pouco, mas depois disse que sim. Passou um ano, começámos a namorar e ele foi viver para minha casa. O Diogo ultimamente andava estranho, vinha para casa mais tarde… Passado um mês descobri que ele me estava a trair. Os bons vi sempre passar, mas os maus sempre pensei que não existiam. Já era noite e sempre que fechava os olhos para dormir só via o Diogo a dizer-me: - Boas noites! Passados quatro anos da traição do Diogo, estava eu na Ermida de são Simão a ver o Palácio da Aventura quando o encontrei e disse-lhe: - Alma minha, gentil, que te partiste! - Olá Vanessa! – disse ele envergonhado – Estou aqui para uma entrevista por causa de uma reportagem sobre o roteiro que fiz há algumas semanas. E tu Vanessa, o que estás aqui a fazer? - Estive na praia lá da Boa Nova a andar de

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barca bela com o meu pai Agualberto que vive cá. Ainda falámos mais algum tempo. Ele começou a desabafar e disse-lhe: - Parece impossível mas sou uma nuvem de desabafos quando estou contigo. Ele riu-se. Depois disso fomos ver um filme ao cinema sobre um texto de divulgação científica chamado “Aquilo que os olhos veem ou o Adamastor”. Depois fui para casa do Diogo, e ele mostrou-me os livros que já tinha lido, como por exemplo “Endechas a Bárbara escrava” e “Descalça vai para a fonte”. Diogo emprestou-me um livro chamado “Senhora, partem tão tristes”, um livro que me pareceu interessante. Despedimo-nos e fui para casa. Quando cheguei, comecei a ler o livro e comigo me desavim porque vi que ele me tinha dado outro livro em vez daquele que eu tinha escolhido, ele deu-me um chamado “Assobiando à vontade”. Apesar disso, desde aí ficámos amigos. Ainda me encontrei com ele para lhe entregar o livro.

me desavim, por pensar que poderia estar com um humano, os bons sempre vi passar, assobiando à vontade, mas não assim. Apenas tentam parecer bons para uma entrevista ou reportagem, um texto de divulgação científica, uma cantiga… Senhora partem tão tristes estas minhas boas recordações. Alma minha, gentil, que te partiste, pensavas que seria esta a saga da minha vida. Estava eu na ermida de São Simeão, depois de tanto voar, até parecia que estava num roteiro, à procura daquele que se dizia meu amigo. Ou não é aquilo que os olhos veem ou O Adamastor mostra. Eu dizia sempre para minha irmã “Vanessa, vai à luta” mas afinal não é assim tão simples. Chega de desabafos! De chaves na mão melena desgrenhada, a fada foi envelhecendo e André nunca mais apareceu. Quem sabe se um dia em sonhos, Bárbara poderá voltar a ver André.

Mariana Modesto, 8ºC

E pronto esta é a saga de uma parte da minha vida.

Endechas a Bárbara a escrava, Matilde Cunha 8ºC No tempo em que a tempestade era feita de doces, havia uma fada, a Bárbara, tinha um amigo humano chamado André. O rapaz era magro, de olhos azuis, carão moreno. Era o único que sabia da existência de fadas e não podia contar a ninguém, mas quando se está apaixonado qualquer segredo se guarda, pois o amor é fogo que arde sem se ver. Bárbara e André estavam sempre juntos, passavam boas noites juntos a conversar. De tarde encontravam-se na barca bela que o avô de André tinha. Noutros dias encontravam-se na praia lá da Boa Nova, perto da zona onde Bárbara vivia. Um dia, André não apareceu. Bárbara esperou, e esperou, e esperou, mas nada. Descalça vai para a fonte que existia lá perto e pede um desejo. A fada ficou dias, semanas, meses, sem ver o rapaz, mas nunca o esqueceu. Todos os dias, na praia, sentava-se na areia e esperava. Num desses momentos de tristeza pensou: - Parece impossível mas sou uma nuvem de desgosto. Meu pai Agualberto bem dizia que o Palácio de Ventura só servia de crítica para os humanos. As minhas asas estão cada vez mais fracas. Comigo

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Estas férias dei voltas e voltas, fiz um roteiro por Paris, Londres e pelo Douro português. Paris, a cidade do amor, só aí se pode acreditar que o amor é fogo que arde sem se ver, então a Torre Eiffel, é linda! De tarde, com o pôr-do-sol atrás, é uma paisagem maravilhosa, como lá na praia da Boa Nova. Mas a beleza não ficou por aí, continuei por Londres. A tempestade era insuportável, quando cheguei ao hotel estava de chaves na mão e melena desgrenhada, parecia uma ciganinha… Quase que o rececionista escrevia um texto de divulgação científica de quantas moléculas de água teria eu dissolvidas na minha roupa! Mas o melhor ainda vem aí, comecei a namorar com um rapaz que conheci, ele era magro, de olhos azuis, carão moreno. Quando se está apaixonado, cometem-se loucuras, então, do nada, passei-me e fui-lhe falar! Tive imensa sorte porque ele também era português. Chamava-se Zé Maria, tinha 19 anos, tal como eu, estava lá a estudar jornalismo. Prometeu-me que quando acabasse o curso, fazia-me uma entrevista para uma revista mundial! As minhas férias em Londres acabaram, e teria que voltar para Portugal… Ninguém gosta de despedidas, e eu e o meu príncipe encantado não somos exceção, chorámos e chorámos, mas quando me preparava para partir ele gritou desesperado por mim, não podia acreditar que ele tinha comprado um bilhete para vir comigo para Portugal! O roteiro pelo Douro não ficou nada atrás dos outros dois. Eu tinha planeado a viagem através de uma reportagem em que o tema relatado era “As

7 maravilhas do Douro. Passeámos pelo rio numa barca bela e passámos a primeira noite numa herdade chamada “O Palácio da Ventura”, era ótimo, a única crítica é que os filmes que passavam no bar eram todos muito assustadores e violentos, como por exemplo: “A saga do meu Pai Agualberto”, “Vanessa vai à luta”, “Endechas a Bárbara escrava”, “Aquilo que os olhos veem ou o Adamastor”, etc… O segundo hotel era uma bonita quinta, e quando estava eu na ermida de São Simeão, o Zé Maria me fez uma agradável surpresa; assobiando à vontade começou a cantar uma antiga cantiga de amor, eu só pensava alma minha, gentil, que te partiste! Fiquei tão envergonhada, todos os hóspedes ficaram a olhar, e só sentia as minhas asas invisíveis e imaginárias a levar o meu coração. Mais boas noites desta venham! De repente disse: “Parece impossível mas sou uma nuvem a dançar salsa no céu!”, comigo me desavim! Quando fico nervosa digo desabafos sem sentido. Mas acabou tudo bem, o pior é que os roteiros terminaram e o descanso também, nos partimos para Lisboa e só pensávamos no comentário de uma idosa: “Senhora, partem tão tristes!”, o motivo de tanta tristeza era simples… Brevemente voltaríamos ao trabalho e conhecemos uns amigos muito simpáticos que lá viviam, os bons sempre vi passar! Numa das paragens durante a viagem, vi uma sem-abrigo, comentaram que todos os dias descalça vai para a fonte tomar banho. Só nesse momento é que refleti, e dei valor a todas as viagens magníficas que fiz e a sorte que tenho de puder ter comida, teto e água.

O Sonho, Vera Silva, 8ºC

Era uma linda noite de lua cheia, ouvia-se a cantiga dos grilos a saltar de folha em folha, tão sincronizados que parecia que seguiam um roteiro.

Após dar as boas noites a meu pai Agualberto fui dormir, e nessa mesma noite tive um sonho, um sonho que nunca esqueci. Era de tarde, estava eu na ermida de São Simeão, de lá conseguia ver um palácio, o palácio da Ventura, era o maior que eu alguma vez havia visto, parecia ter saído de um conto de fadas. Corri até alcançar a grande estrutura, mas escondi-me ao ouvir vozes, e por entre os arbustos eu vi uma criança, um rapaz magro, de olhos azuis, carão moreno.

O misterioso menino fazia uma crítica a uma empregada, queixando-se da sua incompetência, endechas a Bárbara escrava. Comigo me desavim, não tinha coragem de fazer nada, apenas assistir, como quem quer fazer uma reportagem. Senhora partem tão tristes, lá ia Bárbara, descalça vai para a fonte, buscar água. Por uns momentos tudo ficou escuro, então abri os olhos, continuava no sonho confuso, o que via? Bem não sabia ao certo, só sabia que estava longe, bem longe, parece impossível mas sou uma nuvem agora. Baixei-me para ver melhor, era uma cidade, mas não era uma cidade qualquer pois não tinha pés nem cabeça, quando havia sol ouvia-se a tempestade, quando era para ser mentira saia a verdade. À direita apenas cabanas na praia lá da Boa Nova, e à esquerda só prédios, casas e casinhas. De uma delas saia uma escritora para um entrevista de chaves na mão, melena desgrenhada assobiando à vontade a música “Barca Bela” e levando consigo duas das suas maiores obras “A Saga” e “Quando se está apaixonado” e gritava alegremente Vanessa, vai à luta. Ficou escuro novamente e de repente apareceu um texto de divulgação científica, que por acaso tinha sido o meu trabalho de casa no dia anterior, era como um intervalo de um filme, e pela primeira vez perguntei-me, será que estou a sonhar? Apesar de saber da resposta óbvia continuei com as minhas dúvidas, será aquilo que os olhos veem ou Adamastor? Do nada, apareceram imagens vagas com vozes confusas dizendo coisas muito dispersas… uma ave “as minhas asas” gritava, um velho “os bons vi sempre passar” exclamava, uma criança, um poeta “Alma minha, gentil, que te partiste”, “Amor é fogo que arde sem se ver” e desabafos, muitos desabafos… Era tarde demais, acordei, nunca mais saberei o que aconteceu ao menino, à escrava ou à escritora, talvez seja melhor assim, pois deste modo posso darlhes um final feliz.

Beatriz Barber, 8ºA Meu pai Agualberto disse-me, uma noite: - Os bons vi sempre passar, de chaves na mão, melena desgrenhada. - Boas noites! – respondi eu. No dia seguinte estava eu na ermida de São Simeão, de tarde, quando um senhor mendigo magro,

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de olhos azuis, carão moreno, à porta da capela, cantava uma cantiga com o refrão amor é fogo que arde sem se ver.

palácio da ventura, para me encontrar com a minha amada (aquilo que os olhos veem ou o Adamastor).

Era domingo. Na praia lá da Boa Nova, a tempestade dos desabafos era grande. Assobiando à vontade, Vanessa vai à luta com o roteiro da reportagem sobre a Bárbara. - Endechas, a Bárbara escrava! – lamentavam as pessoas da praia. Ao sair da praia deparo-me com uma menina que descalça vai para a fonte. Chego, finalmente, a casa e começo a passar canais na televisão, à procura de algo interessante: Crítica à entrevista do texto de divulgação científica, no telejornal; A Barca Bela, telenovela na Sic. Fartei-me de não haver nada bom para ver e começo a pensar: - Comigo me desavim! Alma minha, gentil que te partiste! Quando se está apaixonado parece impossível... mas eu sou uma nuvem que chora a saga do amor da sua vida. No dia que se seguiu, acordei com os vizinhos lá de cima: - Senhora partem tão tristes! Levantei-me e as minhas asas levaram-me ao

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