Revista Interatividade - Ano 1 - Edição nº 02

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www.santacecilia.com.br - ano 1 - Nº 2 - outubro de 2007

In Revista Semestral

Interatividade

PESQUISA Investigação no saber cotidiano

Foto: Fábio Lima

OPINIÃO Entrevista com Leonardo Boff

DIGA LÁ Cobertura da SICE


Foto: Fábio Lima

Expediente Colégio Santa Cecília Direção Ir. Eulalia Maria Wanderley de Lima

Coordenação de Comunicação Ivan Guimarães

Coordenação Editorial e Redação Janaina de Paula

Projeto Gráfico e Diagramação Francisco Dantas Damião (Tchêsco)

Revisão Aristene de Castro

Colaboração Gustavo Pinheiro Audiovisual do Colégio

Jornalista Responsável Janaina de Paula - Mtb: CE01218JP

Impressão Gráfica Sergio Ltda.

Tiragem

Av. Senador Virgílio Távora, 2000 - Aldeota Cx. Postal 52728 - CEP 60151-970 Fortaleza/CE Fone: (85) 3064.2377 - Fax: (85) 3064.2367 Site: www.santacecilia.com.br e-mail: scecilia@santacecilia.com.br

Foto: Thiago Gaspar

2.500


Editorial O mundo é o limite Artigo Estamos por dentro Evangelização O mundo da arte Reportagem Conhecendo as profissões Diga lá

Estamos no jogo

Entrevista Estamos em sala Espaço Damas Nos corredores

Hora de pensar


editorial

Foto: Audiovisual do Colégio

Foto: Fábio Lima

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Uma marca forte do Colégio Santa Cecília é essa capacidade de se repensar e pensar o mundo. Neste segundo número da Revista Interatividade, temos surpresas deliciosas, como o testemunho da Marcela Barbosa, que tem a trajetória de sua família ligada à própria história do Santa Cecília; a comovente entrevista com o escritor Leonardo Boff e sua sensibilidade em relação ao nosso planeta; a percepção dos nossos alunos que vivenciam tantos projetos de formação ao longo de sua vida escolar; os registros fotográficos feitos por diversas pessoas que fazem o Santa Cecília; a matéria de capa, que desvenda os caminhos que a pesquisa realiza no nosso saber cotidiano, em alguns projetos abraçados pela Escola. Vale conferir essas e tantas outras matérias como o Espaço Damas, dedicado à produção científica dos nossos educadores; os festivais artísticos do final do ano; a cobertura do Diga Lá na SICE; os artigos de pais e educadores; as dicas dos nossos leitores e tantos outros. A revista Interatividade contém leitura para toda a família, o que a deixa muito interessante. Guarde, colecione e releia sempre que possível esta boa fonte de informação, formação e entretenimento. É por isso que somos unânimes em dizer que é muito bom estar no Santa Cecília.


Registros de Afetos

o mundo é o limite

Fotos: Acervo dos colaboradores

Um convite, melhor dizendo, uma provocação... O Interatividade pediu a alunos, educadores e funcionários do Santa Cecília que registrassem, em palavras e imagens, o que lhes é precioso dentro do Colégio. Munidos de câmera fotográfica, eles saíram pelos corredores do Colégio registrando um pedacinho de suas histórias pessoais neste espaço que ajudam, incessantemente, a construir. O resultado são registros de afetos, dos mais belos afetos. Final da aula... Recepção dos alunos... Pais chegando e alunos saindo, funcionários trabalhando, abraços e despedidas, procuras e encontros, música tocando e carros buzinando, mochilas arrastadas, gritos e correrias. Pessoas de idades, níveis sociais, culturais e credos diferentes. São imagens que traduzem para mim o movimento da vida, a pulsação da vida. Sinto-me muito ligada afetivamente a elas porque é assim que se constrói a minha história. Ana Maria Saraiva Secretária da Diretoria

O que me é precioso no Santa Cecília? Ah! Muitas coisas fazem o meu coração bater mais forte aqui na Escola... De uma forma bem especial, destaco o momento da acolhida, na sala de aula, que acontece diariamente, logo no início da manhã. É um momento de aconchego, em que nós damos bom-dia, nos abraçamos, rezamos, cantamos, brincamos, conversamos... enfim, nos preparamos para viver as surpresas que estão por vir no restante da manhã. E é essa capacidade de nos surpreender cotidiana e simplesmente, possibilitada pelo convívio com as crianças, que nos alimenta o coração, com uma força que nunca cessa, apenas se renova e enriquece. Paula Freire Minha maior lembranç a é da antiga Sala de Catequese onde hoje Professora do Infantil 5 funciona uma sala de aula. Outro dia estive lá e fiq uei com saudade, porque era onde eu en sinava o que sabia ao s meus alunos. E como A as crianças gostavam sala d o entrar na dos encontros! Era um e aula, a a au la c de o Re ligião nhe muito variada e eu só parei aos 70 anos. Ho Bel”, é cida “sala d já je a estou com 85. O mais f importante era ver calor e ascinante o meus alunos sensíve d in a mismo is às questões sociais, que d e lembrando que é pre ciso olhar e estender intere la exala. É a ssante !A maior mão aos pobres. impuls lgo ioname a Irmã Françoise t ambie ornar este nte u A meiga face das criança de de m local s que passam por sco mim lembra-me da leveza de minha infância e criaçõ bertas, de meus intensos sorriso e sorriso s, trocas, s ao me balançar s no parquinho.Se houves , cer in certez se como rever as, er tezas e nitidamente na memória e ros de con antigas vivências, struçã e acertos gostaria de recordar a épo o do s ca do “Jardim”. crian a Lembro que íamos, em transc ça e cantin ber. A ene trajes de praia, rgia h e o n d d tomar banho de bica no parquinho e a colega e as quatro este lugar t que cada maneira minimalista com ransm p , a n red od saudo o colocávamos as so daq esabafo de es na fala d item toalhinhas no chão da can É n este lu e u u tina, abríamos a gar qu eles que p m pai e no um lancheira e dividíamos or aqu e ouso olhar o lanche, trazido de is i ,e so não pa casa, com os colegas. canso nsino e apr ssaram. Foram inúmeras e de diz gargalhadas, passeios er “é m ndo. Por escolares, descobertas e amizades nesses 15 ano uito bo s de Santa Cecília, os qua m estar is ficarão gravados com I s a b aqui.” e o l M a doces lembranças de min ria Profe ha vida. ssora no Sales da 3ª Camila Oliveira série Aluna do 3º ano do En sino Médio Escolhi a capela do Colégio porque é um lugar onde Foi aqui, neste local, que talvez eu tenha tido a maior eu posso ser eu mesma. Cecília. Santa de anos 25 meus dos longo ao emoção Aqui, a gente pode falar Naquele dia, dei aula com o uso do material concreto com Deus, se uma tivessem eles que de fim a criado por mim, expressar, desabafar, compreensão melhor do conteúdo. A motivação foi sem ter medo de dizer o tanta de ambas as partes que, ao final da aula, me que sente. meu o o aplaudind pé de eles todos com deparei Renata Braide Foi trabalho. Confesso que tive vontade de chorar. Aluna da 5ª série inesquecível! Paulo Wagner Gadelha Professor de Matemática do Ensino Médio

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Marcela Barbosa Albuquerque - Ex-aluna

Lembrar a minha infância no Santa Cecília é trazer de volta o sentimento de liberdade quando colocávamos os pés na areia do parquinho, a imaginação e a criatividade nos momentos de contação de histórias e o carinho e a segurança transmitida pelas professoras. Lembro-me com muita saudade dos encontros de evangelização no sítio Nova Betânia, de saborear os jambos que pegávamos escondido, dos momentos de convivência da SICE, sempre tão esperados por toda a turma. As viagens (Interdamas, teatro, Guaramiranga, Cariri etc.) sempre divertidas e educativas. Já dos professores, destes não preciso nem falar, sempre atenciosos e preocupados com o nosso desenvolvimento e aprendizado, alguns, mais que professores, eram verdadeiros amigos. O tempo passou e a saudade ficou, passei para pedagogia trazendo comigo os vínculos de amizade criados nesse tempo. Integrar o corpo de profissionais do Colégio Santa Cecília logo após a conclusão dos meus estudos, que também foram feitos dentro dele, é algo maravilhoso. Agora, engajada como facilitadora no projeto de ex-alunos, tenho como responsabilidade não só mostrar o espaço físico da Escola, mas também o mundo mágico da educação, valorizando o ser humano, buscando qualidade pedagógica e compromisso com a ética, tornando apaixonados todos que fazem e farão parte desta família. Amo este Colégio! Caminhar por entre os corredores e perceber que os excelentes professores e funcionários são atenciosos com os alunos e entre si é algo difícil de encontrar. Somado a isso, posso dizer que o ensino que é oferecido é de alta qualidade. Sem contar com a dinâmica de funcionamento, que incentiva os alunos ao aprofundamento dos conteúdos abordados e à prática de esportes e de artes. Educadores e funcionários capacitados e dedicados à formação humana, cristã e cidadã é algo que não se esquece. Acredito que minha família, desde minha bisavó, teve essa oportunidade de conhecer as coisas boas que o Colégio Santa Cecília tinha e tem a oferecer, tanto é que tenho orgulho de representar, juntamente com minha irmã, ex-aluna, meu irmão mais novo e meus primos que ainda estudam na Escola, a quarta geração que “passeia por entre os corredores de pastilha”. Esta sensação de felicidade e realização é única! Com certeza, as próximas gerações estudarão por aqui! As histórias que já ouvi da minha mãe e da minha avó sobre o Colégio Santa Cecília são sempre muito divertidas e trazem boas lembranças. Minha avó Norma conta que estudou no tempo em que o Colégio funcionava no bairro do Benfica. Naquela época, a Escola era dirigida por Dona Almerinda.

Para ela, foi um tempo muito bom. O Colégio era muito familiar, funcionava onde hoje é o Museu de Arte da UFC (Av. da Universidade). O espaço era amplo, com muitas mangueiras e outras grandes árvores. Vovó conta que jogava voleibol e, como a Escola era só para mulheres, o time ficou conhecido como o time das “pernas grossas”. Elas aprendiam latim, francês, inglês, português, dentre outras. As brincadeiras de criança também existiam. Ela conta que adorava brincar na Escola e, algumas vezes, pulava o muro para comer manga no quintal. Quando a supervisora pegava, ia para a cadeira do castigo, que ficava na secretaria. No tempo em que ela fez o curso normal (para se formar como professora), o Colégio já era supervisionado pela Instituição Damas da Instrução Cristã, e a Diretora era a Madre Regina. Quando minha mãe entrou, o Santa Cecília já estava no endereço atual. Ela conta que hoje a Escola está bem maior, pois no seu tempo não tinha os dois andares nem as quadras de esportes. Também existia um quintal grande, onde os alunos gostavam de se esconder para comer azeitonas. Ela relata que ia lá, mas tinha medo, pois existiam uns cachorros enormes. A irmã Jeane Marie foi supervisora durante muito tempo. Assim como minha avó, mamãe também jogou muitos anos pelo Colégio e ganhou algumas medalhas. Ela se lembra do ano de 1978, quando fazia o então Segundo Científico, e o time ganhou todas as copas e olimpíadas escolares de que participaram. Uma teve sabor especial, foi a Copa Santos Dumont, realizada no Colégio Batista, onde existia uma rivalidade grande entre as escolas e, no dia do aniversário do Santa Cecília, seu time ganhou a final e a comemoração da medalha de ouro aconteceu em grande estilo. A primeira professora da minha mãe se chamava “Tia Rita” e era muito querida. Durante sua infância, fez muitas amizades, algumas são mantidas até hoje. Ela conta que o Colégio só passou a ser misto quando cursava a 8ª série, antes só tinha mulheres, assim como na época de minha avó. Para ela, o Santa Cecília foi, e ainda é, uma segunda família, onde seus valores e princípios foram construídos. Ela tem orgulho de ter estudado em uma escola que valoriza o ser humano, além de proporcionar uma educação de qualidade, com formação de valores cristãos, bem como conhecimentos teóricos e práticos que ensinam a viver com dignidade. Isso pode ser confirmado pela presença de seus filhos no Colégio, com duas ex-alunas e um filho cursando a 7ª série.

Acervo pessoal

artigos Acervo pessoal

De geração em geração


artigos

Por Henrique Luis do Carmo e Sá, pai de Beatriz (4ª série) e Isadora (3ª série), pediatra e professor universitário, coordenador pedagógico do Curso de Medicina da Universidade de Fortaleza

Recentemente vivi, em algumas reuniões com pais e professores no Colégio, uma experiência curiosa: Discutindo com os educadores as atividades que nossos filhos estão fazendo (Festival de Dança, Mostra de Teatro, as viagens), em todos os encontros, o que predominou foi a expressão de medo e angústia dos pais sobre os mais inusitados riscos, principalmente acerca da violência e dos problemas cotidianos que circundam nossos filhos. Acredito, entretanto, que o medo da violência pode ser reflexo de circunstâncias mais abrangentes de que somos reféns. Temos medo de perder a vida, nossa saúde ou daqueles que amamos. Temos medo de perder dinheiro, de perder os prazos, de perder a hora, de não chegar a tempo, e não encontrar alguém. De perder o emprego, de perder o carro, a casa, nossos bens, já que o tempo todo estamos expostos à maldade, à sede de poder, à miséria que resseca os corações humanos, endurecendo, enrijecendo e bloqueando os canais do amor, da luz, da fraternidade, do compartilhar...Temos medo de nos mostrar e perder a aprovação alheia e, por isso, medo de perder os amigos, os amores, as pessoas que amamos, tanto pela fatalidade quanto pelo intencional abandono, pela vergonha, pela raiva, pela disputa, pelo ódio... Nosso medo do fim é constante e contínuo...Temos medo de perder nossas medidas perfeitas, nossas grifes, nossas jóias, nossos títulos, nossos cargos, o status que nossos bens nos trazem porque eles se tornaram tão importantes para demonstrar nossos valores, para podermos saber mostrar quem somos, já que, há tanto tempo, quase sem perceber, estamos numa roda viva que nos leva cada vez mais a nos perdermos de nós mesmos e acreditarmos que somos o que temos... E o pior de tudo: Passamos esse medo e os princípios e valores nele embutidos para nossas crianças. Passamos a idéia de que o mundo é um lugar inseguro e que há de se desconfiar do colega, do funcionário, do professor, daquele que vem andando do outro lado da calçada. Com isso, as crianças começam a reagir ansiosamente a qualquer situação nova, ao mesmo tempo em que a superproteção impede que elas desenvolvam estratégias para enfrentar suas dificuldades, o que só aumenta a ansiedade. Outra repercussão provável é o autoconceito que elas constroem, conseqüência da constante percepção de que não sabem resolver seus próprios problemas, não sabem se cuidar, ou até pior, não podem se cuidar sem o amparo de um celular no bolso para que possam ligar a qualquer momento ou por qualquer motivo para seus pais. A escola tem o papel de promover um ambiente acolhedor para nossas crianças, mas reside na família a responsabilidade da conquista da maturidade do filho, pois só ela pode proporcionar um caminho de transição entre os cuidados dos pais e da vida social. Sua função é oferecer o colo como espaço simbólico e regresso, bem como a contenção necessária para que esse desenvolvimento aconteça de maneira saudável. É importante perceber que a criança e o adolescente podem (e devem) encontrar soluções pessoais para suas eventuais dificuldades, longe do domínio dos pais.

Acervo pessoal

Nós, nossos medos e nossas crianças

Num dia frio de inverno russo Erick Fraga Rebouças - 9ª E tarde Num dia frio de inverno russo, ela foi feita. Uma bala média, de chumbo, própria para revólver. Passou pelas mãos de vários contrabandistas até chegar a um país quente, o Brasil. Foi de mão em mão até Cuiabá, no Mato Grosso. Daí pequenos assaltantes a pegaram e levaram-na para um revólver, por sinal muito feio. Quando estava lá, ela conheceu o livro, e se apaixonou por ele.

O delegado foi buscá-los, bateu algumas fotos e separou-os. O livro foi reciclado; a bala foi estudada, fotografada e guardada em uma prateleira qualquer. Ela vive só, e vive com saudade, agora do caderno em que o livro se transformou. Ela só pensa em ir para dentro dele, e ele espera ansiosamente ela chegar.

Acervo da Escola

Durante o assalto, não falou nada. Ficou esperando, sem querer ser usada, querendo ficar com o livro. Apaixonaram-se, mas, mesmo não querendo, ela foi usada. Em milésimos de segundo, enquanto era disparada, pensou que poderia não acertar ninguém, e ser mais uma bala perdida, mas o destino os uniu: ela foi parar no livro, protegendo a pessoa que seria atingida: um homem adulto, professor e pai de família. Depois que tudo passou, eles ficaram juntos: a bala, símbolo de violência, e o livro, símbolo de educação que transforma.

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Foto: Fábio Lima

Foto: Fábio Lima

Um bom livro em mãos é sempre janela aberta à imaginação. À cata de bons devoradores de livros, garimpamos na biblioteca Agathe Verhelle, do Santa Cecília, leitores que não perdem a oportunidade de levar alguma coisa nova para casa ou dedicam um tempinho entre uma aula e outra para passar os olhos nesse mundo mágico de palavras impressas no papel. “Desde pequena gosto de livros, de poder imaginar aquela cena acontecendo, saber que existe um outro mundo na imaginação totalmente diferente da realidade”, observa Wendy Fernandes (8ª série), uma leitora voraz de romances policiais e histórias que envolvem mistérios e magias. Para os adeptos do gênero, ela indica: livros de Pedro Bandeira. Da magia para a complexidade da cultura árabe. Ultimamente, George Xavier, do Setor Gráfico, anda às voltas com a condição feminina nos países do Oriente. Estou lendo “Caminhos do Sol”, do mesmo autor de “O Caçador de Pipas”, e me impressiona a falta de liberdade das mulheres. Gosto muito de conhecer a cultura de outros países através da leitura”, diz ele, que é fã incondicional do baiano Jorge Amado. “A biblioteca traz um universo muito amplo. Se você souber explorar, encontra muita coisa interessante.” Ana Silvia Santos (3ª série) já sabe onde achar o que procura: as historinhas de Ruth Rocha e o livro do cearense Flávio Paiva, “Flor de Maravilha”. “São meus autores prediletos. Esse hábito da leitura começou quando liam para mim antes de dormir. Hoje sou eu que leio para o meu pai. Quando estou lendo, também aprendo a escrever porque estou sempre conhecendo novas palavras”, ensina a menina. A literatura infantil foi “quem” primeiro fisgou a professora da 1ª série, Joselma Dória. “As histórias infantis são tudo na sala de aula. E o segredo é fazer com que as crianças se encantem, consigam penetrar nesse universo, viajar, o que não é difícil, porque elas têm a imaginação muito livre”, ensina Joselma, que elenca Rubem Alves e Machado de Assis como autores que não podem faltar numa biblioteca. Na Escola, não há como esquecer os didáticos e paradidáticos. Sara Bezerra Facó, aluna do 3º ano, só tem olhos para os títulos de química, física e história e, no máximo, a lista literária da UFC. “A única transgressão foi o último Harry Potter, que li em inglês nas férias, e mesmo assim ajudou a melhorar a minha nota em inglês.”

estamos por dentro

Diletos leitores

Um poço, onde só não vai beber nele quem não quer. A comparação de Sandreane Maria de Matos, do Setor Administrativo, representa bem o amor que ela guarda pelos livros. “Um gosto que vem da infância. Não passo um dia sem ir à biblioteca. Ler é além de um hobby, um prazer.”

APROVEITE AS DICAS DOS NOSSOS LEITORES “Jesus Cristo - o mestre da sensibilidade” (Augusto Cury) “Nunca desista dos seus sonhos” (Augusto Cury) “Flor de Maravilha” (Flávio Paiva) “Capitães de Areia” (Jorge Amado) “A droga da obediência” (Pedro Bandeira)

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evangelizando

Mochila nas costas, barraca de camping a tiracolo, nada de equipamentos eletrônicos ou coisas supérfluas. O clima é de mistério. Quem pensa estar diante de um filme de suspense ou de uma aventura entre amigos engana-se. Esse é o cenário de um dos projetos do SOR - Serviço de Orientação Religiosa, que, da Educação Infantil ao Ensino Médio, é sucesso de público em todas as suas realizações. O segredo? O SOR se apropria da linguagem própria dos alunos para falar de forma simples e direta de espiritualidade. “Assim como Jesus utilizava as Parábolas para falar de valores, de virtudes, nós também lançamos mão de uma nova linguagem, do lúdico, para que nossos alunos compreendam e absorvam as palavras de Deus”, esclarece Irmã Mirian. Dessa percepção, surgiram projetos dos mais variados: Mochilinha, Semear, Entre Amigos, Olaria, Acampamento, Fórmula 1, Geração. Enquanto um se utiliza da linguagem das pistas de corrida, outro faz uso das técnicas e sabedorias da arte do oleiro. Metáforas que vão ficando no coração e sedimentando os ensinamentos do Cristo. A pequena Lara Aguiar, 3ª série, traz fixado na memória o maior ensinamento do Projeto Semear. “Temos que fazer do nosso coração uma terra boa”, enfatiza ela, que, nos dois dias no Eusébio, aprendeu a plantar e a fazer trabalhos manuais. Jessyca Cruz, 2º ano, pega carona no simbolismo do trabalho com a terra para dizer que “esses projetos são estratégias para que alunos encontrem novos significados para as coisas simples da vida, como plantar. O SOR soube adequar a mensagem de Deus à linguagem, ao gosto e às preferências dos jovens”. Veterano nos projetos de evangelização, Lucas Girão elege o Geração (alunos vivenciam na prática o que aprendem convivendo com instituições carentes) como um de seus prediletos. “Nele, estamos servindo a quem não tem nada. São pessoas que precisam muito mais do nosso carinho, de atenção e de cuidado”, justifica, chamando a atenção para o alto nível de participação dos alunos na definição das atividades. Opinião compartilhada por Gabriela Maia, 2º ano: “O Geração é conseqüência dos outros projetos. O que a gente vai aprendendo ao longo dos anos, como ser solidário, consegue aplicar fora dos muros da Escola”. “Saiba que os projetos do SOR são um desafio muito grande e estamos nos preparando para um ainda maior que é envolver as famílias. Isso também é uma necessidade dos próprios alunos, que querem ver seus lares em harmonia”, adianta os novos planos Irmã Elda, coordenadora do SOR.

Foto: Fábio Lima

Foto: Fábio Lima

Nosso jeito de ver o mundo

Conhecendo a realidade Experimentar novas formas de evangelização tem sido uma tarefa permanente de quem está em sala de aula. Há três anos, o professor Bastos desenvolve com alunos de 7ª série o Projeto Vocações. Além de conhecer profissões como jornalismo, medicina e educação, os alunos se familiarizam com a vocação matrimonial e a vida religiosa consagrada. “Com o projeto, nosso intuito é estimular para uma escolha profissional que seja determinada pela verdadeira vocação. O critério primeiro deve ser o gostar, o identificar-se”, argumenta Bastos, professor de Ensino Religioso. Na 9ª série, em pauta as questões da sociedade contemporânea. O professor Gilson Rebouças propôs aos alunos uma reflexão sobre questões ligadas à miséria, à ecologia, à participação e outros temas mais polêmicos como sexualidade. “É um trabalho muito interessante pela possibilidade de ter a visão de quem está naquela situação. E não deixa de ser uma realidade próxima. A gente sai de casa e se depara com a miséria todos os dias”, disse Lívia Brandão, que acompanhou, dentre outras coisas, a programação do Grito dos Excluídos. Rafael Leite fez parte da equipe que discutiu a sexualidade na adolescência. “Para mim, discutir esse tema não podia ser melhor, porque faço parte do Shalom e ali ouvimos muitos depoimentos de pessoas na nossa idade feridas na sua sexualidade. No ponto de vista da Igreja, a sociedade se deixa levar pela mídia, que dissemina uma visão deturpada e egoísta da sexualidade, e isso vai criando feridas. As escolas, muitas vezes, não discutem isso de uma maneira clara”.

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mu

mundo da arte

SUTILEZAS DA ARTE

Foto: Fábio Lima

Janela aberta para a imaginação e a invenção de mundo. O Santa Cecília investe na formação artística de seus alunos como quem lapida pequenos diamantes em estado bruto. É através do coral, da dança, da percussão, do violão e do teatro que crianças e adolescentes vão aumentando seu repertório cultural, afinando a sensibilidade para a arte e onde encontram terreno fértil para dar voz e gesto a suas próprias habilidades. Em novembro, o resultado de um ano se expressa no palco com os Festivais de Artes. Fiquem atentos para o que vem do teatro. Com nova direção, o grupo ganha um corpo de professores que investe no trabalho de ator como essência. À frente dele, Andreia Piol: “O teatro pode se valer do circo, da música e de outras linguagens, mas o que está no centro é o trabalho de ator, é a voz, a interpretação, o sentimento, a percepção de grupo”, destrincha a atriz, cantora e professora, formada em artes cênicas. A cultura popular é foco da mostra deste ano. O grupo juvenil toma de assalto o primoroso texto de Ariano Suassuna, “A farsa da boa preguiça”, para falar da ociosidade e seu aspectos criativos e fúteis. No espetáculo, a sonoplastia vem ao vivo para a cena. Os alunos manejam zabumba, triângulo e pandeiro na montagem de um grande cortejo de atores de rua. As turmas infantis se voltam para a riqueza das histórias e cantigas populares de Antonio Nóbrega. A direção fica a cargo do ator, diretor e professor Marcelino Câmara, com a colaboração do ator Thiago Delacosta. “As crianças são os principais agentes da construção do espetáculo. São elas que desenham o próprio figurino e muitas cenas são propostas a partir do processo de improvisação. Elegemos personagens da cultura popular para mostrar que temos, sim, nossos próprios heróis e que são personagens valorosos”, descreve Marcelino. Na dança é o passo forjado nas ruas que ganha destaque. O grupo de dança do Colégio traz como novidade as aulas de hip hop e sapateado. Não só: um corpo docente novo e uma linguagem mais contemporânea. As aulas e a direção do Festival são de Carolina Benjamin (educadora física e arte-educadora), Manuela Machado (estudante de Educação Física e professora) e Ana Carla de Oliveira (educadora física e professora). A magia da animação infantil é pano de fundo para o festival deste ano, inspirado no mundo de “Alice no país das maravilhas”. Esse país de Alice é um lugar do cinema, dos musicais e das animações. “O personagem cai no meio de filmes de animação e vai tentar fazer o caminho de volta passando por outras histórias ”, explica Carol Benjamin. No cenário, uma linguagem mais inovadora com as projeções de imagens. Em 2007, o Festival de Coral vem mais enxuto, com um único dia de apresentação. O regente Fábio Mudo convida sete dos mais expressivos corais da cidade para essa noite de reverências à boa música. Os grupos de percussão e violão abrem a programação de todos os festivais.


Mario Quintana

Foto: Fรกbio Lima



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Meses que antecedem o vestibular... Corre-corre, noites insones, um ressoar sem fim dos conteúdos que disputam um cantinho na cabeça de um pré-vestibulando. Esforço... Vitória... Enfim, portas abertas para a universidade! É chegada então a hora de se questionar: que profissional eu quero ser? No Santa Cecília, chegar à universidade é resultado de um trabalho que envolve não só um grande investimento no conhecimento cognitivo, mas também na formação crítica de cidadãos que terão nas mãos os destinos da sociedade. Que profissional...? A pergunta ecoou por entre os corredores do 3º ano. Sarah Barros Leal, futura estudante de Medicina, presenteia-nos com uma reflexão poética: “Ser médico é colocar o outro na frente de si. É um exercício de constante paciência. É, por fim, uma eterna e apaixonada doação, na qual o indivíduo se expande para abraçar e acolher a humanidade inteira.” A dimensão social da escolha profissional é compartilhada pela aluna Rebecca Arrais, que, não por acaso, escolheu a Psicologia. “Não me interessa, por exemplo, trabalhar com psicologia voltada à publicidade. O que me atrai é esse contato com o outro, em que eu posso ajudar e também crescer como ser humano. Essa profissão pode ser extremamente importante na mudança de mentalidade do nosso tempo”, esclarece. Um elo entre a afinidade pelas ciências exatas e as humanas. Diego Enéas não se vê em outro curso que não seja Arquitetura. “Posso unir a criatividade e o gosto pelos cálculos. É uma profissão que tem muita relação com a psicologia, você tem que enxergar com os olhos do outro. E não há como esquecer as questões do mundo contemporâneo, como a crise ambiental.” Fresta aberta para o mundo. Mariana Pessôa escolheu Engenharia de Produção, um curso novo, pela possibilidade de se inserir em um mercado que envolve administração, economia e engenharia. “Sempre gostei muito de conhecer coisas novas, e a chance de estudar fora do País sempre me encantou.”

conhecendo as profissões

Foto: Gustavo Pellizzon

O PROFISSIONAL QUE EU QUERO SER

Um filho campeão Educar um filho não é preencher uma prateleira de troféus. É fazê-lo entender o mundo com toda a sua maravilhosa complexidade, sua diversidade e suas contradições. Compreender e transformar, ser sujeito do presente e co-autor do futuro. Queríamos de fato um filho campeão. Campeão na arte de entender a grandeza e a fragilidade da natureza humana, campeão no desejo de transformar o que nos aflige e de perpetuar o que nos aquieta e dá prazer. Temos um filho campeão. E não o teríamos sem o Colégio Santa Cecília.

Depoimento de Ricardo Muratori e Daniela Valente, pais do aluno Pedro Martins, aprovado no Vestibular da UnB

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O Diga Lá encarou a sua primeira cobertura jornalística na Semana de Integração, Cultura e Esporte - SICE. Era um corre-corre sem fim para dar conta das inúmeras atividades que aconteciam ao mesmo tempo no intervalo de menos de uma semana. Então, resolvemos nos dividir em grupos: uns corriam atrás dos resultados dos jogos, outros se desdobravam entre suas próprias tarefas “sicenses” e o farejar da notícia. Então, deu, sim, para o Diga Lá estar presente em cada cantinho. Confira aí nos textos que se seguem. Você também pode encontrar muito mais no blog que nós criamos especialmente para o Diga Lá (digaaqui.blogspot.com). Expectativas na abertura da SICE A abertura da SICE foi de festa e muita expectativa. “Espero que os alunos cresçam de forma positiva, tornem-se mais unidos e que aprendam o sentido de ajudar ao próximo”, apontou suas expectativas o professor Darciano Monte, logo na solenidade de abertura. Marília Maia, do 1º ano, quer aproveitar mais do que nunca. “A SICE sempre me surpreende e, apesar dos dias terem diminuído, quero compensar estando em tudo”. Boa parte dos depoimentos dava peso à participação, como destacou Daniel Mamede, do 2º ano. “Espero que a SICE tenha uma participação intensa dos alunos e que possamos mostrar que ela é realmente uma semana importante, assim, fazendo o nosso papel dentro das quadras, gincanas e nos trabalhos para que nunca percamos o direito de vivenciar o esporte e a integração na prática.” Gincana Na SICE de 2007, a gincana foi mais dinâmica do que nunca. As provas envolveram todos os alunos presentes, até os que não estavam oficialmente inscritos. Foram atividades que levaram à produção de um cordel sobre a paz, espetáculos circenses e um circuito que muito exigiu dos alunos, sem contar a arrecadação de caixas de leite e notas fiscais. Uma maratona que nos levou a percorrer os arredores do Colégio. Resultado: quase dois milhões em notas fiscais e mais de dois mil litros de leite, doados ao Iprede, Casa do Menino Jesus e à Casa Vida. “A Gincana foi muito boa e recreativa. Com a tarefa do circo, aprendemos um pouco dessa arte maravilhosa, e as tarefas beneficentes reforçaram nossas amizades e o espírito de solidariedade. Fazer o cordel também foi divertido, além de ter resgatado as nossas raízes cearenses”, depõe Larissa Ferreira (1º B). Exposições Culturais As Exposições Culturais da SICE começam nos bastidores. Os alunos passam o dia no Colégio organizando salas, pregando cartazes, levando cadeiras e mesas para cima e para baixo. Tudo para que no dia seguinte pudessem apresentar seus trabalhos para professores e outros alunos. Os temas eram os mais variados e muitos deles tinham relação com a temática da SICE, “Paz em Cena”. Houve quem se aproveitasse de experiências anteriores, como a turma das viagens, para falar dos seus respectivos destinos. E para que todo esse trabalho? Bem, além da nota das exposições ajudarem na nota da 4ª etapa, as equipes também concorrem entre si por medalhas. Mesmo assim, muitos alunos participam das exposições culturais simplesmente pelo prazer. “Estamos no 2º ano, naquela fase de querer saber o que fazer da vida. Nós quisemos mostrar ao pessoal do Colégio que o aprendizado pode ser útil lá fora. Há uma relação do profissionalismo futuro com o que você aprende no Santa Cecília, diz Lorena (2º ano), da equipe que trouxe a arquitetura como tema. SICE ocupa novos espaços As oficinas itinerantes eram o que havia de mais novo na SICE. A visita a algumas instituições possibilitou que os alunos conhecessem uma nova realidade ligada à pesquisa, à extensão universitária e, sobretudo, à solidariedade. As turmas estiveram no Iprede, no Labomar, no Nutec, no Escritório de Prática Jurídica da Unifor e no Nami. “Aprendi que o biodiesel será uma grande opção de combustível no futuro e que há vários setores de pesquisa importantes, mas que não são muito reconhecidos. Achei que valeu a pena, é um projeto mais para o futuro”, comentou Diego Sampaio (1º ano), integrante do grupo que visitou o Nutec. Vibração nos jogos A SICE é marcada pelos seus jogos, durante os quais podemos perceber não só a participação de quem entra em campo, como de quem fica do lado de fora da quadra vibrando na torcida, ao som de batuques e gritos direcionados ao desempenho dos times. O Diga Lá entrevistou jogadores de algumas das partidas mais disputadas. O resultado está no blog. Encerramento no Paulo Sarasate A grande expectativa da programação da SICE era o encerramento no Ginásio Paulo Sarasate. A escolha do espaço de grandes dimensões veio casada a um tema inovador: cinema. Por fim, vieram os resultados. O 2º ano do Ensino Médio é o campeão geral da XIX SICE. O resultado por grupos é definido a partir da pontuação envolvendo gincana, exposição, jogos e dança de encerramento. Na gincana, arrecadamos quase um milhão e meio em notas fiscais e mais de dois mil litros de leite. Tudo doado ao Iprede, Casa do Menino Jesus e à Casa Vida.

Acervo da Escola

diga lá!

Diga Lá na SICE


Praticar uma atividade física é antes de tudo um prazer. Mas há muitos outros benefícios para quem se exercita com regularidade: preparo físico, disposição, agilidade e mais uma lista infindável de vantagens. Atento à necessidade de levar o tema para o cotidiano escolar, o Serviço de Educação Física e Desporto do Santa Cecília insere em suas aulas conteúdos sobre postura, higiene individual e coletiva, alimentação saudável etc. “Costumo dizer aos meus alunos que eles pensem no futuro. O sedentarismo, a obesidade podem ser um grande risco à saúde. Nas aulas, eles passam a ter contato com informações importantes para entender as transformações fisiológicas do corpo, principalmente no momento da prática, como o aumento dos batimentos cardíacos, a melhora no condicionamento físico. Além disso, eles têm acesso a informações sobre nutrição, sobre índice de massa corpórea”, esclarece Tony, professor de Educação Física do Ensino Médio.

estamos no jogo

Foto: Fábio Lima

Uma vida mais saudável

Nem imaginam a vida sem atividade física. As amigas Mariana Moraes, Isabela Baltazer e Fernanda Martine, da 6ª série, estão no time de vôlei do Colégio. “Seria horrível não me exercitar. A gente ganha mais resistência, passa a ter mais força, tem um sono muito mais tranqüilo e no outro dia a disposição é maior”, defende Fernanda, que também se dedica ao surf. Nas aulas da professora Ana Cláudia, a conversa começa pela higiene. “Na 6ª série, as aulas se voltam para a higiene pessoal, coletiva (envolvendo lixo e saneamento) e ambiental. Com os alunos da 7ª, estamos discutindo educação postural. Nosso objetivo, nas aulas de E d u c a ç ã o Física, é fazer com que os alunos fiquem mais conscientes de que o corpo é preparado para a atividade física e adquiram o hábito de se exercitar por toda a vida”, argumenta a professora. Segundo George Marques, coordenador do Serviço de Educação Física e Desporto do Colégio, a Organização Mundial de Saúde considera a saúde como bem-estar completo: mental, físico e até mesmo social. “Aumenta a qualidade de vida com o ganho de resistência, de concentração, harmoniza o humor e eleva a auto-estima”. A reflexão do professor Gilberto, baseada também nas determinações da OMS, vai além: “Vivemos hoje em uma sociedade preparada para não ter frustração. Nos jogos e brincadeiras, os alunos se deparam com essas frustrações do perder, do ganhar e do compartilhar. O convívio social possibilita a apreensão de valores como o respeito, a honestidade, a cooperação e a amizade”.

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Se desse para sintetizar numa idéia o que foi a entrevista com Leonardo Boff, diria-se: uma poética lição de amor à humanidade. Um dos maiores intelectuais contemporâneos do Brasil, autor de mais de 60 livros e aguerrido defensor da causa ambiental, Boff divide conosco, na entrevista exclusiva à Revista Interatividade, um pouco de suas reflexões sobre questões ambientais e sociais, tecnologia, a situação da juventude... As palavras de Leonardo Boff chegam carregadas de lirismo e poesia. São respostas às questões elaboradas por educadores, alunos e pais do Santa Cecília, especialmente pensadas para esse encontro virtual e carregado de sentido. Interatividade - Uma subcultura influenciadíssima pelos meios de comunicação tem sido cultivada, infelizmente, pela maioria dos jovens do mundo e está conseguindo reduzir seu poder social a quantos ipodes eles têm condições de comprar. A que recursos eles devem recorrer para barrar essa situação e somar o poder político da juventude, antes tão atuante e consciente? (Bárbara Menezes - Aluna do 3º ano) Leonardo Boff - Bárbara, a situação dos jovens atualmente é muito difícil porque eles são as principais vítimas das estratégias do sistema montado sobre o consumo e a massificação das consciências. A luta entre os jovens e a mídia é profundamente desigual. Mas o jovem pode muito. Ele tem que ser como o peixe de piracema. Este nada contra a corrente para chegar às nascentes, desovar e fazer recomeçar a vida. O jovem hoje tem de ser anti-sistema, ser crítico, não se deixar iludir pelas imagens e pelas palavras enganosas. Ele mesmo tem que analisar os produtos, fazer uma decisão consciente de comprar ou deixar de comprar ou escolher outra coisa que também o realize e não se sinta manipulado. Isso é ser cidadão ativo, e não passivo, pessoa que molda o seu futuro e constrói o seu caminho de vida. I - O Santa Cecília adotou a Educação Ambiental como disciplina na sua grade curricular. Na sua opinião, como inserir a consciência ecológica dentro da educação ambiental de forma a ir além do conceito? (Irani do Nascimento - Professora de Ciências) LB - Creio que, para sermos bons ambientalistas, devemos alargar a consciência do que seja meio ambiente, o planeta Terra e o lugar e a missão do ser humano dentro da natureza. Na verdade, não existe meio ambiente, mas o ambiente inteiro. Nós somos parte do ambiente porque respiramos, bebemos água, comemos, pisamos os solos, estamos expostos ao sol e às energias que circulam na terra. A Terra é Gaia, um organismo vivo que se auto-regula e nós somos a própria Terra, que num momento de sua evolução começou a sentir, a pensar, a amar e venerar. Nossa missão no conjunto dos seres é sermos os cuidadores, os anjos bons que zelam pela integridade dos ecossistemas e pela biodiversidade. Para isso precisamos resgatar a sensibilidade, a dimensão do coração que nos fazem sentir de verdade a vida ao nosso redor e todos os seres como membros da comunidade de vida que conosco participam desta aventura no mundo. I - São Francisco é um marco na história do Cristianismo. Quem e como, nos dias atuais, poderia assumir o papel de São Francisco apontando, na prática, novos caminhos para a sociedade? (Gilson Rebouças - Professor de Ensino Religioso) LB - Eu acho que cada um esconde dentro de si um São Francisco ecológico. Quer dizer, dentro de cada um existem forças de ternura, de cuidado, de respeito para com todos os seres, vontade de viver em paz e em harmonia com os demais humanos e com a natureza. Ocorre que essas dimensões estão encobertas de cinzas de nossa cultura materialista que apenas utiliza as coisas sem respeitá-las e cuidá-las. Cada um deve despertar esse Francisco escondido dentro de sua interioridade. Então tratará com mais respeito e num sentido de mútua reciprocidade a todos os seres. I - A Teoria de Gaia tem sido um dos temas abordados com muita ênfase em seus artigos. Na sua opinião, como a escola pode contribuir na divulgação e no entendimento dessa teoria? (Elba Soares Supervisora Pedagógica) LB - Em primeiro lugar, importa incorporar conhecimentos que provam efetivamente que a Terra se comporta como um organismo vivo. Nascida por volta de 1970 como hipótese, a partir de 2001 passou a ser uma teoria científica (uma certeza da ciência), depois que mais de dois mil cientistas em Amsterdam aprovaram a

Acervo pessoal

entrevista

“Cada um esconde dentro de si um São Francisco Ecológico”


argumentação de James Lovelock, formulador dessa compreensão. Entre nós tivemos Lutzemberg, que tem um belo livro sobre a Terra como Gaia. Precisamos internalizar a visão espalhada por todos os meios de comunicação que nos mostram a Terra vagando no fundo negro do universo, pequena, brilhante, azul-branca. A partir da perspectiva dos astronautas, lá de suas naves espaciais, não há diferença entre Terra e humanidade. Formamos uma única entidade. Precisamos internalizar em nossa consciência essa verdade e sentir-se de fato Terra. Então cabe respeitar todos os seres, pois foi a Terra que os produziu como produziu a nós. Formamos a grande comunidade de vida. Devemos tratar a todos como irmãos e irmãs, com respeito e enternecimento. Tais atitudes podem criar outra atmosfera humana e espiritual que faz feliz e serena nossa caminhada por esta vida. I - Em "Grito da Terra e Grito dos Pobres" o senhor estabelece uma relação entre a questão ecológica e a social. Em que medida essas lutas se atualizam hoje em uma região como a nossa, o semi-árido nordestino? (Janaina de Paula - Assessora de Comunicação) LB - A questão do semi-árido não está na seca. É um ecossistema, o da caatinga, como outros a exemplo do cerrado ou o amazônico. Lá não falta água. Na época de chuva, chove mais do que em qualquer parte árida do planeta. Ocorre que as pessoas não fazem cisternas nem reservas cavadas no fundo do leito dos rios, quando secam. Já se construíram nos últimos três anos mais de cem mil cisternas. O projeto do Governo é construir um milhão. Isso resolveria em grande parte o problema do sertanejo. O manejo da terra muitas vezes não é adequado, provocando erosão e perda de nutrientes levados pelas chuvas. A ecologia social aborda exatamente este problema: como as populações locais tratam seus ambientes, como aproveitam as possibilidades da biodiversidade local e como com esses recursos podem dar sustentabilidade à sua vida. Hoje há projetos de irrigação da caatinga que podem transformar as regiões em verdadeiros paraísos do Éden, com produção extraordinária de frutas de todo tipo. I - Há muitos conceitos da física quântica que são utilizados em suas palestras e artigos. Como o senhor vê o desenvolvimento da nanotecnologia e seus impactos econômicos e ambientais? (Aluísio Cavalcante - Professor de Química) LB - A nanotecnologia é um campo ainda novo da ciência e da tecnologia. Ela trabalha com átomos, genes e partículas elementares. Quer dizer, com realidades que não são vistas. Elas podem ser dispostas de outra forma, recompostas em função de produzir novos produtos que não são dados pela natureza. Ela pode ser uma forma de compensar nossa devastação da natureza, produzindo muito mais com o mínimo. Mas não conhecemos os efeitos sobre os organismos vivos e sobre a própria natureza. Surpreendentemente, a natureza trabalha com nanotecnologia, com porções mínimas de elementos físico-químicos e organiza a imensa beleza e biodiversidade que conhecemos. Mas o universo trabalhou 13,7 bilhões de anos para chegar a isso. Nós estamos chegando agora, e com a possibilidade de grandes riscos. Daí a necessidade de a ciência e a técnica serem feitas com consciência e sentido ético em razão das eventuais conseqüências nocivas para a vida. I - Estamos vivendo momentos dramáticos na humanidade. O medo circula na mídia, a corrupção suja os agentes de poder, as mudanças sociais clamam com urgência e a juventude está cada vez mais presa nas teias do consumismo... Como mudar esse paradigma, tirar o véu da ilusão e revelar a espiritualidade como caminho de autotransformação? (Ruth Janiques - Mãe de aluno) LB - Nós chegamos a um ponto da história no qual devemos tomar uma decisão coletiva, como diz a Carta da Terra: ou cuidamos da Terra como um todo e uns dos outros ou corremos o risco de nossa própria destruição e a devastação do sistema-vida. Nunca ocorreu isso antes na história: podemos nos autodestruir e ferir profundamente o planeta que seguramente continuará vivo sem nós. Minha posição é que não estamos diante de uma tragédia cujo fim é perverso, mas diante de uma crise que nos acrisola e purifica e nos obriga a dar um salto de qualidade. O certo é que este tipo de mundo consumista e irresponsável face aos recursos da Terra, alguns renováveis e muitos não-renováveis, não poderá continuar. A Terra não aguenta mais tal tipo de agressão sistemática. Ou mudamos ou morremos. Mas o instinto de vida é muito mais forte que o instinto de morte. Quando chegarmos ao coração da crise, quer dizer, quando ela atingir a nossa pele e nos dermos conta de que devemos mudar, então mudaremos. Um filósofo disse com razão: o ser humano aprende da história que não aprende nada da história. Mas aprende tudo do sofrimento. Eu acrescentaria, aprende também do amor. Hoje aprendemos e mudamos pelo sofrimento pela Terra e também por amor à Mãe Terra. Sou da opinião que vamos passar para um outro tipo de ordem social, outra forma de convivência, mais cooperativa e mais em sintonia com os ritmos da natureza. E irradiaremos como seres de inteligência, de amor e cuidado. I - Como implantar na escola a ecologia em todos os sentidos que você defende: social, ambiental e pessoal? (Rebecca Arraes - aluna do 3º ano) LB - Devemos abrir o leque da ecologia. Não é só a ambiental, mas também a social, a mental e a integral (aquela que integra a Terra no universo e na rede de energias que sustentam todos os seres). O importante é estabelecer um novo acordo e uma nova benevolência para com os seres da natureza, com os ecossistemas, com a Terra. Isso se fará melhor indo diretamente aos locais experimentar na pele, em todos os sentidos o que significa a biodiversidade, a beleza e integridade da criação. Nós não conhecemos nossos irmãos e irmãs que conosco convivem no mesmo ecossistema. A escola deve propiciar esse contato, romper as paredes, fazer parte do ensino fora, em contato com as coisas e devemos nos acostumar ao sentimento de que pertencemos a tudo isso e que nossa missão é cuidar e zelar por este patrimônio que o universo nos entregou e que Deus nos confiou.


estamos em sala

Pedro ingressa na UnB “Um veterano cheio de amigos.” É assim que Pedro Martins cuida de definir seu lugar no Santa Cecília. Mas o aluno que ingressou no Colégio na Educação Infantil e o deixa agora no 3º ano, para cursar Ciências Sociais na UnB, tem muito mais o que contar: das intervenções inteligentes e bem-humoradas em sala de aula, das incursões na música, do tom crítico muito próprio, da contribuição imprescindível ao Diga Lá... Em entrevista, por e-mail, Pedro fala, sem modéstia, do feito de ingressar na UnB, uma das mais respeitadas universidades públicas do Brasil. E fala de saudade.

Santa Cecília - Pedro, você passou na Universidade de Brasília, a UnB, uma das mais respeitadas universidades públicas do País. Explica para a gente como foi esse processo seletivo? Pedro Martins - A prova da UnB explora bastante a criticidade do vestibulando, tanto as questões, até mesmo de exatas, como a redação remetem a assuntos que requerem do estudante uma visão analítica dos fatos. São dois dias de prova, com 150 questões em cada e uma redação. SC - Como se deu a escolha por Ciências Sociais? Por que o interesse por um curso eminentemente teórico e em que área você pensa em atuar? PM - Eu sempre quis fazer um curso na área de humanidades. É só perguntar para os professores de Física ou Matemática que eles vão confirmar que eu tinha que fazer algo desse ramo. Quando cheguei no 3º ano, comecei a me informar sobre as opções nesse campo e vi que Ciências Sociais se encaixava no que eu queria. É provável que eu trabalhe na área acadêmica, o profissional de Ciências Sociais raramente se separa das salas de aula.

Acervo da ola E sc

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SC - Brasília é uma cidade de alguns encantos, mas um tanto diferente da nossa cidade praieira. Como tem sido a adaptação à capital federal? Fale sobre a decisão de morar longe da família e dos amigos. PM - Sair de casa no meu caso foi mais fácil do que para a maioria das pessoas, embora eu esteja com muita saudade dos meus pais e amigos. Tendo em vista a escolha por uma profissão que não é tão difundida como a sociologia, é melhor procurar os melhores centros. Eu sempre tive Brasília como uma meta, embora a UFC seja uma excelente universidade. Eu não saí daí por causa da faculdade, mas por causa do mercado. Mesmo com todos esses atrativos, eu morro de saudade da minha vida em Fortaleza. Às vezes eu olho as paredes de concreto aparente da UnB e só lembro das pastilhas coloridas do Santa Cecília.

SC - Você que estudou no Santa Cecília desde a infância e tinha uma grande participação na maioria das atividades da Escola, que balanço faz de todos esses anos? Quais as imagens que ficam na lembrança? PM - Sem o Santa Cecília eu certamente nem estaria aqui agora. Não só pelos conhecimentos adquiridos, mas por toda a vivência que moldou uma parte significativa do que eu sou hoje. É muito difícil ser uma minoria estranha a todos quando antes eu era um veterano cheio de amigos. O Santa Cecília não vê os alunos como resultados ou outdoors, e, sim, como pessoas que têm tudo para brilhar com sua ajuda. Sempre considerei o Colégio como minha segunda casa, mas, como no momento estou morando de favor numa tia, posso dizer que agora ele é a primeira. SC - Como o conhecimento holístico adquirido ao longo desses anos influenciou nas suas escolhas? PM - Todo o embasamento teórico que tive no Colégio e em casa, mais a própria vivência nesses ambientes e com meus amigos, somados a minhas notas em matemática me fizeram ter certeza em qual área eu queria atuar. Por isso, vejo o Santa Cecília como decisivo na minha escolha. A criticidade e a metodologia do Colégio foram fundamentais para que eu optasse por Ciências Sociais.


O bom educador não deixa nunca de ser aprendiz. É, antes de tudo, um curioso. Aquele que está sempre garimpando o novo, sem perder as referências históricas. É o que se inquieta diante da pergunta inesperada, o que cresce junto com cada um dos olhares curiosos que o cercam em uma sala de aula. O Santa Cecília faz parte de uma Congregação Religiosa, Damas, que reúne, só no Brasil, 12 escolas e uma faculdade. Essa estrutura educacional respeitosa se dá, entre outras razões, pela busca incessante do aprimoramento, da pesquisa e da formação continuada dos educadores Damas. Investe-se na troca. Em sua V edição, o Seminário Damas reuniu este ano, em Maceió, educadores de todo o Brasil. Eles se encontraram para trocar experiências e saberes que fazem das nossas escolas espaços de constante aprendizado e construção de seres humanos mais sensíveis e abertos às transformações. A Revista Tecer Conhecimentos, que está no segundo volume, é outro instrumento onde essas reflexões cotidianas ganham ressonância. A edição que homenageia Paulo Freire reúne 29 artigos que refletem o pensamento desses educadores acerca de temas diversos como o papel das novas tecnologias na prática pedagógica, a importância do conhecimento científico, o papel da reflexão e da inclusão na educação contemporânea. Aqui, nós reproduzimos uma pequena amostra do que são esses trabalhos publicados com a maior acuidade pelo Setor de Educação da Província Damas.

espaço damas

Tecendo novos conhecimentos

Z

oogeografia

M

Atentos à realidade local e preocupados com o aumento significativo dos ataques de escorpiões, principalmente no Agreste Pernambucano, os professores de Biologia e Geografia do Colégio Nossa Senhora da Graça, Leandro Alberto de Oliveira e Rafael Máximo da Silva, elaboraram um projeto interdisciplinar propondo a criação de um kit de apoio à identificação do animal, usado em aulas práticas.

otivação

O

A psicóloga do Colégio Santa Sofia, em Garanhuns, Alba Regina Duarte, trata de um conceito que é da maior relevância no universo da escola: a motivação no agir humano. No trabalho “Motivação: que força é esta?” ela traça relações entre motivação, escola e emoções. A pesquisa entre alunos, educadores e comunidade em geral é um elemento importante da metodologia. homem, quem é ele?

O professor de Filosofia do Colégio Santa Cecília, José Ferreira da Silva, direciona suas reflexões para uma questão aparentemente simples e concretamente profunda: quem somos. Ferreira defende como fundamental que o autoconhecimento seja uma prática constante dos responsáveis pela educação de crianças e jovens. Há um rico manancial deixado por diversos filósofos que possibilita essa abordagem antropológica.

F

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Os pesquisadores Genilson Marinho (professor do Colégio Damas, em Recife) e Vera Capucho trazem uma questão essencial nos dias de hoje que é a necessidade de uma formação continuada com educadores visando a diminuir ou prevenir as manifestações anti-sociais presentes no contexto escolar. A tolerância é um dos fatores fundamentais de uma Educação para a Paz.


Foto: Fábio Lima

nos corredores

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Uma opção de lazer Brincar de amarelinha, jogar bila, pular corda, tô no poço, queimada, garrafão, andar de patinete feito de rolimã, puxar carro de lata de sardinha, construir castelos de areia. Essas eram brincadeiras de infância da maioria dos cinqüentões de hoje. Era uma forma de lazer bem construtiva. Nessas atividades exercitava-se o raciocínio, a criatividade, fazia-se novos amigos. Como tudo na vida, as brincadeiras também evoluíram, surgiram novas opções de jogos e uma infinidade de brinquedos. Entre esses jogos, ganham destaque os games, que surgiram nos Estados Unidos na década de 40 com objetivo militar e se tornaram populares nos anos 70. Hoje eles invadem nossas casas, shopping, lan house e escolas. Muitos adolescentes encontram nos games uma maneira saudável de sair da rotina e, em alguns casos, uma opção de aprendizado, pois através dos jogos é possível vivenciar de forma virtual uma guerra medieval, por exemplo. Para Lucas Ferreira, da 8ª série A, no video game ele encontrou uma opção para sair da rotina. Além disso, o jogo ajuda na construção de novas amizades, no entanto, é preciso ter cuidado para não ficar alienado. Lucas acha que os jogos têm que ter um enredo original, uma história única. Não é qualquer jogo que lhe interessa. Segundo ele, a participação dos pais é importante na orientação na hora de escolher um jogo, pois as opções são muitas e, em alguns casos, são apropriadas para qualquer idade. Ele não curte jogos com cenas muito violentas, pois acredita que em algumas situações isso pode influenciar no comportamento violento de algumas pessoas: “Se a pessoa tem algum distúrbio, os jogos contribuem para um comportamento violento”. Ele sugere os jogos medievais como uma boa opção para conhecer culturas antigas. Claudio Henrique, aluno da 8ª série A, inicia sua definição afirmando o seguinte: “Não se preocupa, video game faz bem para a saúde”, mas, como todo excesso, é prejudicial, ele acha que devemos controlar o tempo de jogos. Como exemplo, lembra um fato de uma garoto que passou quarenta horas jogando e quando parou saiu destruindo a casa, imitando o jogo na vida real. Segundo ele, o controle do conteúdo pelos pais é importante, pois jogos como Playboy - The Mansion, Grand Theft Auto são jogos que trazem violência desnecessária e conteúdo inadequado. Outro ponto abordado por Lucas e Claudio Henrique é que o jogos estão ficando cada vez mais violentos, com efeitos que ficam bem próximos da realidade, e é isso que os jogadores buscam, jogos mais reais, que possibilitem ao jogador ter o controle sobre o jogo como se fosse na vida real. É possível dinamizar as aulas com jogos, promovendo uma maior interação entre o conteúdo e o aluno, de forma que ele participe do enredo e possa em algumas situações ser personagem e também pensar alternativas de como os fatos poderiam ter ocorrido.

Dicas de jogos: Hitman Soul calibur Age of empires Fifa 2007


Que tal desenvolvermos um pouco o nosso sistema nervoso central? Com este exercício iremos trabalhar pelo menos 5 centros nervosos do nosso cérebro, como a memorização, interpretação, reconhecimento, visão, intuição etc. Durante muito tempo os códigos foram utilizados como uma ferramenta comunicativa restrita a poucos!

A lógica é a ciência do pensamento correto. Tente achar lógica nos códigos abaixo!

hora de pensar

Hora de Pensar é um espaço dedicado a desafios propostos pelos educadores do Santa Cecília. Desta vez, quem propõe algo novo é o professor Rodrigo Forti, biólogo, com especialização em Biotecnologia.

QBSB B JNBHJOBDBP IVNBOB OBP IB MJNJUFT!

+ 2, 10, 12, 16, 18, 19, X

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