Revista Interatividade - Ano 9 - Edição nº 17

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www.santacecilia.com.br – Ano 9 – Nº 17 – outubro de 2015


Expediente Colégio Santa Cecília Direção

Ir. Eulalia Maria Wanderley de Lima

Coordenação de Comunicação Ivan Guimarães

Coordenação Editorial e Redação Janaina de Paula

Projeto Gráfico e Diagramação Francisco Dantas Damião (Tchêsco)

Revisão

Aristene de Castro

Colaboração

Adriano Maximiano Ivan Guimarães

Fotografia

Audiovisual do Colégio

Jornalista Responsável

Janaina de Paula – Mtb: CE01218JP

Tiragem

2.500 exemplares

Impressão

Expressão Gráfica

www.santacecilia.com.br

FACEBOOK colegiosantaceciliaoficial TWITTER colegioscecilia YOUTUBE/INSTAGRAM colegiosantacecilia Av. Senador Virgílio Távora, 2000 – Aldeota Cx. Postal 52728 – CEP 60170-078 Fortaleza/CE – Fone: (85) 3064.2377 www.santacecilia.com.br contato@santacecilia.com.br

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ín

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indice

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Evangelizando Ensino Médio

SICE 2015 Estamos no jogo Entrevista Tempo Integral

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Institucional

Mundo da Arte

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Editorial

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Programe-se Olimpíadas Formação ENEM 2014 Educação Infantil

Ensino Fundamental Viagens Pedagógicas

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...editorial

Interatividade – Colégio Santa Cecília

Aqui a vida acontece O lugar da Escola é ser espaço de convivência, de aprendizados, de trocas, de experiências, de descobertas, de desenvolvimento de valores... de permitir que a pessoa possa crescer, ser feliz e realizar o seu projeto de vida, mesmo que para isso tenha que enfrentar e transpor os obstáculos que porventura possam aparecer na sua trajetória. Assim acontece na SICE, no Interarte, no Brincarte, nas viagens pedagógicas, nas olimpíadas, nas atividades dos Núcleos de Arte e Esporte, nos debates, nas palestras, nas atividades do SOR, nos resultados conquistados, na sala de aula e em um número quase inesgotável de possibilidades. Esta edição da Revista Interatividade reflete esse caldeirão de fazeres que deixa o Santa Cecília mais rico, numa sociedade que é essencialmente complexa e diversa, mas que aqui, como criança, jovem e adulto, possamos desenvolver as competências, as habilidades e os valores para nela viver de forma harmônica e com uma estrutura que nos permita ser luz e referência de acolhimento e diálogo. Acreditamos na vida, mais sublime dom de Deus, que se abre como uma flor para sermos sinais de amor, de esperança e de solidariedade para com todos. Confiamos que a Escola é este lugar de encontro, de conhecimento e de celebração, por isso, recomendamos a leitura de todos esses fazeres que tecem o Santa Cecília e permitem uma educação que olha para o horizonte, para o mar, o alto-mar, onde a pesca é mais abundante: Duc In Altum.

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Ir. Eulalia Maria W. de Lima Diretora do Colégio Santa Cecília


...institucional Campanha Santa Cecília 2015

Campanha

Santa Cecília 2015 A campanha institucional do Colégio Santa Cecília em 2015 aposta na potência dos depoimentos. São professores, alunos e ex-alunos, famílias, funcionários e diretoras da Escola dividindo experiências, palavras de afeto, memória. A cada semana, um novo vídeo é lançado no site da Escola. Dê uma olhadinha e mande a sua opinião. É comovente ver o Santa Cecília se desenhando a partir da experiência pessoal de tantas gerações. São 17 depoimentos que resultarão ainda em um livro a ser lançado em novembro. Marcelo Caio, Coordenador Adjunto de Disciplina, é o primeiro da série de depoimentos a nos afirmar: “a vida acontece aqui”. Tem muito mais! Acompanhe. A nossa Escola está também toda ambientada e há outdoors por toda a cidade. Rostos conhecidos, palavras de afeto, memória estampada pela cidade.

Paisagem sonora nos

pequenos gestos O convite para que 17 pessoas que compõem a Comunidade Santa Cecília compartilhassem conosco suas principais vivências na Escola tinha uma intenção: entender como “aqui a vida acontece” para alunos, ex-alunos, professores, pais, funcionários e diretoras. Apesar da grande força contida nas falas, era essencial que o ambiente sonoro e a música que acompanhassem os relatos fossem pensados de forma a potencializar o que estava sendo dito. Essa atenção especial à camada sonora dos vídeos surgiu ainda no ano passado, quando a primeira produção institucional da campanha “Aqui a vida acontece!” foi pensada: imagens cotidianas de afeto embaladas por uma sonoridade que destacasse os pequenos gestos. Para tanto, o Santa Cecília convidou o músico João Victor Barroso para pensar e compor uma trilha sonora que valorizasse as imagens vistas. O compositor visitou o Colégio algumas vezes para se

familiarizar com seus sons e, dessa forma, pôde propor uma melodia que tentasse traduzir a experiência de se estar aqui. “Apesar de o Santa Cecília ser uma escola de grandes proporções, eu senti um clima aconchegante de escola pequena. O trabalho resultou em uma música dinâmica, mas também muito melódica. Procurei fazer algo minimamente profundo”, ele explica. Se na peça institucional do ano passado a música atuava como uma das protagonistas do vídeo, que era desprovido de falas, este ano ela tem o importante papel de pontuar as falas dos personagens, construindo uma experiência de identificação dos expectadores do vídeo com o Colégio. João Victor, então, propôs uma nova música que, mantendo a melodia anterior, se integrasse de forma mais sutil às falas. Até porque, como nos lembra o músico, há coisas que as palavras não conseguem dizer. “Não só a música, mas a arte como um todo precisam ser reintegradas intimamente em nossas vidas, como já foram um dia. Há necessidades e sentimentos que só elas podem suprir e transmitir”, ele diz.

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...evangelizando Serviço de Orientação Religiosa

Tempo para os

Mestres

Dias dedicados à reflexão e ao cuidado de si. O projeto O Mestre, organizado pelo Serviço de Orientação Religiosa, desloca o educador da condição de cuidador para ser cuidado. “Tudo é pensado com tanto carinho pelo SOR, de uma maneira tão particular, que deixa na gente este sentimento de ser cuidado”, observa Ana Maria Oliveira, secretária da Diretoria. Ela que, envolvida nas obrigações familiares, quase não foi este ano. Mas a filha Juliana a inscreveu sem que soubesse. “Não há arrependimentos quando você se permite parar as obrigações sociais. Só gratidão. A gente se permite e Deus responde”, diz. Opinião plenamente compartilhada pela professora do 1º ano do Ensino Fundamental Márcia Macedo: “Fomos acolhidas, queridas, cuidadas, amadas, respeitadas. Na verdade, superou as expectativas porque foi leve, trouxe boas reflexões e nos integramos com outros setores”.

A “cura” serviu de mote para que os mais de 40 educadores que participaram do evento, nos dias 15 e 16 de agosto, no Centro de Evangelização Nova Betânia, pudessem refletir sobre suas próprias condições. Danielle Gonçalves, professora do 1º ano, que participava pela primeira vez, destaca a importância do encontro. “Saímos renovados. A formação dos grupos possibilitou uma convivência maior com pessoas que não tínhamos tanta proximidade e os momentos de emoção nos tocaram o coração”.

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AGENDA DO SOR

OUTUBRO 3 - MANÁ - Primeira Comunhão (1º Grupo) - Nova Betânia 3 e 4 - ACAMPAMENTO - 9º ano do Ensino Fundamental - Capuan 4 - MANÁ - Primeira Comunhão (2º Grupo) - Nova Betânia 16 e 17 - FERMENTINHO - 2º ano do Ensino Fundamental (2º Grupo) - Nova Betânia 20 a 22 - Renovação das Promessas do Batismo Capela, às 19h30min 30 e 31 - MOCHILINHA - 1º ano do Ensino Fundamental - Nova Betânia 30 - CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA - 9º ano do Ensino Fundamental - Ginásio, às 18h NOVEMBRO 3 e 4 - CENÁCULO - Crismandos, Pais e Padrinhos Capela, às 19h30min 3 e 6 - CONFISSÕES PRIMEIRA COMUNHÃO E CRISMA 5 - Ensaio Primeira Comunhão - Auditório - Manhã e Tarde 6 - Ensaio Geral Primeira Comunhão - Ginásio Manhã e Tarde - Ensaio Geral Crisma - Ginásio, às 11h30min 7 - Celebração Eucarística CRISMA - Ginásio, às 17h 8 - Celebração Eucarística PRIMEIRA COMUNHÃO - Ginásio, às 8h30min e às 17h 12 - Celebração Eucarística - 3º ano do Ensino Médio - Ginásio, às 19h30min DEZEMBRO 4 - Natal Solidário - Projeto Geração e EJD Dependências do Colégio 4 - Confraternização dos Sempre Alunos Dependências do Colégio 5 e 6 - Retiro EJD - Nova Betânia 16 - Confraternização Natalina do SOR


...ensino médio Simulados para o ENEM

Simulado Damas:

Eu participei! Lia nos conta sobre a experiência de participar do Simulado envolvendo Escolas Damas. Lia Guabiraba vibrou com o tema da redação: regulamentação dos partos no Brasil. Afiadíssima para o próximo ENEM, ela reconhece que não é uma discussão fácil, que é preciso estar atualizado, embora, mais do que saber que o Brasil é recordista em cesarianas, é preciso estabelecer conexões entre muitas outras coisas. Lia participou do II Simulado Rede Damas, que aconteceu no último final de semana, no Santa Cecília. Esta é a segunda edição do projeto que acontece, simultaneamente, em todas as escolas da rede no Nordeste. O conteúdo, aliás, é elaborado por educadores das escolas em estados diferentes, o que garante um intercâmbio também de conteúdos. “Achei o nível muito bom e parecido com o que encontraremos no ENEM. Essas simulações de realidade próximas ao que iremos enfrentar em termos de concorrência são muito importantes porque nos ensinam a desenvolver habilidades para conseguir lidar com o exame nacional, ganhar experiência, jogo de cintura”, diz ela, uma médica em potencial.

XXIII Vestibular

Simulado Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º e 2º ano do Ensino Médio participam, neste mês de outubro, do XXIII Vestibular Simulado (VS) do Colégio Santa Cecília. O objetivo é possibilitar que os alunos se familiarizem com modelos de avaliações externas e se preparem para os exames que os levarão a diversas universidades brasileiras. No Vestibular Simulado, eles poderão vivenciar a experiência de uma avaliação no modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O conteúdo envolve todas as matérias vistas ao longo do ano letivo até a semana da realização da prova, bem como o que já foi abordado em anos anteriores.

PROGRAME-SE DIA 12 CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA 3º ANO DO ENSINO MÉDIO Ginásio, às 19h30min DIA13 BAILE DE ENCERRAMENTO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO La Maison Buffet

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...mundo da arte Núcleo de Arte Semana de

Artes A Semana de Artes do Santa Cecília é fruição do que há de bom e belo. Em 2015, o evento acontecerá de 30 de novembro a 4 de dezembro, no Teatro Celina Queiroz, na UNIFOR. “A exibição artística é uma prática indispensável aos alunos de Arte e é valorizada nesse projeto que vislumbra também o entretenimento, a vivência e a formação artístico-pedagógica de nossos alunos artistas e de toda a nossa comunidade escolar, a quem convocamos como plateia”, justifica Andréa Piol, coordenadora do Núcleo de Arte. É na Mostra de Teatro Infantil que nascem os primeiros artistas da Escola. Este ano, as crianças das turmas de Teatro Infantil vêm se aperfeiçoando em brincadeiras de “faz de conta” e, dessa forma, apresentarão “Peter Pan”, “Deu a louca na Chapeuzinho” e “Reinações de Narizinho”. O Recital da Boa Música, com artistas do CORAL e do VIOLÃO, vem selar a missão de disseminar o nome da padroeira da música, Santa Cecília. A noite vai intercalar apresentações individuais e coletivas, de instrumentistas e cantores. O repertório apresentado é composto por indicação dos professores e sugestões dos alunos, em uma prática que reforça ainda mais a metodologia inclusiva da formação em artes. A Educação Infantil domina o Festival de Dança, que será conduzido por alunas adolescentes do Corpo de Baile. O enredo vai divertir e emocionar a plateia repleta de pais e familiares. As músicas e o filme Yellow Submarine, dos Beatles, são inspiração para o espetáculo apresentado em cores e sons surpreendentes, numa perspectiva poética da dança. A turma de Teatro Juvenil e o Grupo Principal de Teatro mergulharão no universo dos musicais.

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MATILDA será encenada por um grande número de atores do elenco do Teatro Juvenil. Ao Grupo Principal caberá o desafio divertido de reviver “Nos Tempos da Brilhantina”, com o empolgante musical GREASE – uma viagem no tempo. O grupo tem uma formação heterogênea e o desafio de interpretar, dançar e cantar ao vivo! “Acreditamos que atuar em parceria com as famílias é fundamental para tornar esse momento ainda mais especial e repleto de afetividade. Desejamos que a arte possa agir na formação de nossos alunos artistas através da confiança adquirida nos ensaios para superar os desafios do palco e também pela vivência do encantamento proporcionado pelo exercício de uma exibição artística”, conclui Andréa.


PROGRAME-SE Segunda-feira (30 de novembro) Teatro Infantil: Peter Pan, 19h Terça-feira (1º de dezembro) Recital de Música – coral e violão, 19h Quarta-feira (2 de dezembro) Grease – uma viagem no tempo Duas sessões: 18h e 20h Quinta-feira (3 de dezembro) Teatro Infantil Duas sessões: Deu a louca na Chapeuzinho, 17h, e Sítio do Picapau Amarelo, 19h30min Sexta-feira (4 de dezembro) Festival de Dança: Yellow Submarine Duas sessões, 15h e 17h, e Teatro Juvenil – Matilda, 20h

A dança em

todo lugar Religare é o novo espetáculo da Edisca – Escola de Arte. São 40 bailarinos evocando espiritualidade, transitoriedade e mudança social. Religare é sobre a dor humana. Dividido em oito atos/números, o espetáculo de dança se inicia rememorando momentos de pesar, ilustrados pelo ritmo doído dos corpos dos bailarinos e por imagens projetadas no fundo de cena. Aos poucos, a cada novo ato, a obra adiciona diferentes vieses, passando por noções de pós-vida, renascimento e reconexão com a terra.

O balé da Edisca transita entre nós. Onze bailarinos da companhia estudam no Santa Cecília desde o ano passado, em um convênio entre as duas instituições. Eles ainda não compõem o corpo de baile da Edisca, não estão no Religare, mas caminham nessa direção. A dança já está na centralidade das suas vidas. “Para mim, tudo é dança. A pessoa se revela na dança. Por onde passo, vejo dança”, observa Tárcilla Falcão (9º ano), que fazia parte de uma pequena escola de balé para crianças no seu bairro, cuja professora havia se formado pela Edisca, e assim chegou à ONG. Tárcilla e os demais enfrentam uma carga horária vigorosa. No turno da manhã, há aulas de reforço escolar, informática, grupos de convivência e trabalho corporal na Edisca. À tarde, estudam no Santa Cecília. Foi o acaso que trouxe Pedro Ícaro (9º ano) até aqui. A mãe o inscreveu sem que soubesse em uma seleção da Edisca. Ele encarou o exame na maior desenvoltura e conseguiu uma vaga na disputada escola de arte. “Não sabia o porquê naquele momento. Hoje vejo a dança até na álgebra, minha matéria predileta. A dança me deu tudo. Se hoje estou no Santa Cecília, é através do movimento, da música, dos passos”.

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...sice 2015

Semana de Integração, Cultura e Esporte

Abertura da SICE

A Escola fica, sim, bem diferente durante a Semana de Integração, Cultura e Esporte – SICE. O som é de torcida em euforia, a cor é do arco-íris, o professor vira jogador, os pais viram crianças... No sábado, 22 de agosto, foi aberta oficialmente a XXVII SICE. Emoção e humor deram o tom. Lara Lima soltou a voz e levantou a todos na execução do Hino Nacional. A turma do Núcleo de Arte trouxe humor e inventividade ao evento. Os artistas criaram um elemento a mais na natureza, além da terra, do fogo, da água e do ar. Criaram o “aluno Santa Cecília” – o que faz esporte, que dança, que pesquisa, que torce, que é único. Irmã Eulalia, diretora da Escola, declarou solenemente a abertura oficial da SICE, um projeto que tem lugar cativo no seu coração. Veio a primeira etapa da gincana. O professor Gilvandro assumiu o papel de mestre de cerimônias e conduziu como ninguém o circuito de provas que, este ano, foi marcado pelo dinamismo e graus variados de dificuldades, a exemplo do tobogã de plástico no qual era preciso escorregar equilibrando uma bandeja carregada de copos plásticos. Compondo as equipes: alunos, professores e pais. Estes pareciam voltar no tempo, tomados pelo espírito olímpico, pela vontade de superar obstáculos, entregues à diversão. Começaram, ainda, as arrecadações de suprimentos da gincana. E a manhã se encerra com partidas esportivas em cada canto e com o já tradicional jogo de futsal dos professores.

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Exposição Científico-Cultural A exposição da SICE é antes de tudo um programa familiar. Não há estande que seja montado sem a presença marcante das famílias. O trabalho dedicado ao Rio de Janeiro, de alunos do 7º ano, projeta-nos naquele ambiente tipicamente carioca: os botecos, os morros populosos, o Pão de Açúcar, o Corcovado, o calçadão de Copacabana, o samba... Por trás das maquetes que embelezavam o espaço – o bondinho do Pão de Açúcar subia e descia –, o auxílio luxuoso das mães. Elas, aliás, estavam ali para o que desse e viesse. Ao final da exposição, era servida uma deliciosa feijoada! Feita por quem? Uma mãe tipicamente carioca. “As meninas juntam caixas desde o período da Páscoa. O envolvimento delas foi muito grande. Tudo foi construído com material reciclável, como papel, caixa e tinta à base de água”, explica Eugenie Neri, mãe da Isadora, que auxiliou na produção das maquetes, destacando a preocupação ecológica. Do Rio de Janeiro para o cenário de guerra. Alunos do 7º ano reconstituíram a 2ª Guerra Mundial. No meio do estande, uma forca pendurada para representar simbolicamente o extermínio dos Judeus. Eles simularam ainda os campos de batalhas, o inverno russo, as táticas nazistas e abordaram os riscos das bombas nucleares. “É bom relembrar para que não volte a acontecer”, afirmava um dos integrantes do grupo. No espaço intitulado “Ciência: posso explicar?”, do 8º ano, foram desenvolvidas experiências das

mais inusitadas. Pirulitos de açúcar cristalizado, bolinhas de sorvete à base de hidrogênio líquido, meleca de cola, a quebra de moléculas da maisena. Dava, sim, para se sentir em um laboratório. O azul predominou no espaço do 6º ano dedicado aos bebês. Isabela discorria, na entrada, sobre o desenvolvimento gestacional enquanto, no ambiente ao lado, era apresentado um quarto de bebê perfeitamente ornamentado que

trazia inclusive os aromas. Ali, a equipe reproduzia movimentos, a fala, as percepções de visão e audição. E havia muito mais na exposição da SICE: viagens ao Japão, à Itália, os avanços tecnológicos, percepções ópticas... O 9º ano do Ensino Fundamental discutiu, entre outros temas, a crise hídrica, atualizando a perspectiva que se tem da seca

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...sice 2015

Semana de Integração, Cultura e Esporte no Nordeste. “O nosso trabalho se chama ‘A lágrima do sertão’, uma gota que vale a própria vida, que quando escorre deságua em um rio. A maior seca que vivemos, a ‘Seca do XV’, pode voltar a acontecer se não nos preocuparmos com a questão da água imediatamente”, explica Ariana Ximenes, integrante da equipe e aluna do 9º ano.

como intervenções no solo e reutilização da água, entrevistas com representantes do Dnocs, experiências inovadoras e fatos históricos.

A equipe apresentou a questão sob olhares diversos: causas como o desmatamento, soluções

Temas muito controversos e atuais foram enfrentados com bravura por alunos do Ensino

O grupo resgatou a história dos “currais humanos”, que impediam que as vítimas da seca migrassem para a capital.

Médio. “A vida em pauta” é tema do trabalho que abordou três questões muito polêmicas: aborto, eutanásia e pena de morte. “Nós procuramos não nos posicionar, apresentar argumentos tanto de quem é a favor como de quem é contra. Para falar de coisas tão difíceis, optamos pela encenação, criando situações hipotéticas para que o público tomasse suas próprias conclusões”, detalhou Giovana Almeida, que faz parte do grupo e é aluna do 1º ano do Ensino Médio.

Oficinas Interativas

Água, fogo, ar, terra, transcendência e homem foram temas das Oficinas Interativas realizadas como parte das atividades da Gincana da SICE. O laboratório de Química foi o cenário das explanações do professor Aluísio sobre água e fogo. Alunos do 6º e do 7º ano puderam experimentar no laboratório reações químicas a partir desses elementos. Questões da filosofia, envolvendo a transcendência e o homem, foram levantadas pelo professor Carlos Tursi. Um debate reflexivo envolvendo alunos do Ensino Médio. As turmas de 8º e 9º ano viram os elementos ar e terra serem abordados na perspectiva da atividade física. O educador físico Rossman foi tecendo habilmente um percurso sobre a necessidade, quase vital, de manter o corpo em movimento. Rossman apresentou dados de pesquisas recentes que são um assombro! Quase 40% da população

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infantil no mundo sofre de sobrepeso ou obesidade. Os brasileiros, de um modo geral, atingem 46% de sobrepeso ou obesidade. Isso interfere diretamente na expectativa de vida da população que, surpreendentemente, vem diminundo, ou seja, as futuras gerações podem viver menos. O outro lado da moeda é o transtorno de imagem que impõe padrões de beleza irreais e capazes de provocar doenças letais, como a anorexia. “Cada um tem o seu modo de desenvolver qualidade de vida. Precisamos trabalhar com parâmetros reais para que a atividade física seja também prazerosa”, explica Rossman. Os números vieram associados ao estímulo. O educador físico submeteu os meninos a testes de resistência e provou por A mais B que uma vida longe do sedentarismo, da má alimentação, é muito mais saudável e feliz.


Arte

que se monta O mosaico de tampinhas é uma das atividades da Gincana da SICE. É de encher os olhos! Por todos os lados, caixas, sacos e centenas de tampinhas espalhadas. Um desenha, outro separa as cores e todos sugerem. Aos poucos, o que parecia impossível de combinar começa a surgir ganhando formas, revelando a ideia criativa. – Não, não ficou bem resolvido. Que tal tentarmos outra coisa? Indaga um que estava acompanhando atentamente a montagem. – Você sabe o trabalho de desfazer tudo? Reclama quem vinha com a mão na massa. Nesse vai e vem, da mesma forma que na montagem, tudo vai se encaixando. Volta e meia uma olhadinha para o vizinho, digamos, conferindo o andamento das coisas. É no conjunto que tudo vai ficando belo, revelando a criatividade, o árduo trabalho em grupo e o prazer de fazer arte.

Gincana

Solidária

São toneladas de leite, uma infinidade de notas fiscais e tampinhas de garrafas em nome da solidariedade. A Gincana da SICE é também exercício de cidadania e preocupação social. Este ano, as arrecadações foram para as seguintes instituições: IPREDE, Colégio Piamarta, Instituição São Miguel Arcanjo, Lar Amigos de Jesus, crianças indígenas da Tribo Tapeba, Instituto Pestalozzi, Lar das Crianças Dom Bosco, Lar Nossa Senhora da Paz, Creche Amadeu Barros Leal e Instituto Sol Nacente.

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...sice 2015

Semana de Integração, Cultura e Esporte

Encerramento

da SICE Vestir a camisa, no jargão popular, quer dizer colocar seu coração e todo seu esforço em algo. No encerramento da SICE, parece que se tem um coração coletivo a saltar pela boca. O momento em que os alunos do 3º ano do Ensino Médio, na sua tradicional coreografia de despedida, vestem a camisa da Escola e a exibem como um troféu, como um guardado dos mais preciosos, é que se tem a dimensão do quanto para eles dançar naquela arena é uma catarse, um momento-síntese de toda uma vida, das descobertas, dos tropeços, dos encontros, dos amores, do viver. Coube a cada série fazer a entrega dos quatro elementos da natureza e também da temática do homem e da fé. Com graça, beleza, criatividade e profundidade, as coreografias foram se materializando com a energia do fogo, a sinuosidade da água, a força da terra, a fluidez do ar, a vitalidade do homem e a liga da fé. A noite foi grande, envolvente e mágica. Encantou também a comunicação entre o público e os participantes, sinergia que se sentia como uma corrente elétrica nos aplausos, na vibração, no ferver das emoções. A arte ia acontecendo nas suas mais variadas expressões e, assim, encerrava-se uma semana que envolveu alunos, educadores e famílias. Alunos momentaneamente atores, dançarinos, pesquisadores, atletas… realizaram a XXVII SICE, um belo capítulo das suas vidas. Aprenderam, mais uma vez, a importância de ganhar, perder, celebrar, realizar e se solidarizar. Irmã Eulalia representava ali a grande maestra que ligava todos os pontos, unindo o carisma da Instituição, a essência dos professores, a enorme dedicação da equipe administrativa, a explosão dos alunos, o envolvimento dos pais, a

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presteza dos fornecedores e todos que estavam integrados para fazer acontecer a inesquecível festa da vida. As suas palavras silenciaram o ginásio e percorreram o espaço, chegando ao ápice com o conceito que integra todos os fazeres da Escola: Aqui a vida acontece! Duc In Altum! Mas foi a frase de um garoto de 12 anos que podia ter se perdido no meio de tanta luz que sintetizou a maestria dessa líder: “Eu amo essa mulher”. Ficou subentendido todo esse conjunto: “Eu amo essa Escola”.

Resultado Geral da

SICE

O 7º ano é o grande campeão da XXVII SICE! Alunos do 7º ano comemoram o primeiro lugar geral na XXVII SICE. Com mais de 1.600 pontos, eles se destacaram em competições que envolvem atividades esportivas, exposições de pesquisas, tarefas de gincana e apresentações de dança. É muito esforço reunido em cada uma das etapas do evento que se sobressai pelo protagonismo dos alunos. O segundo lugar ficou com o 2º ano do Ensino Médio e o terceiro, com o 8º ano. Confira em anexo os resultados por grupos e os números de arrecadação da gincana.

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...estamos no jogo Copa de Futsal 2015

VIII Copa SC de Futsal O campeonato acontece de 18 a 26 de setembro. São 22 seleções mundiais, 230 jogadores e um álbum de figurinhas no qual os craques são os próprios alunos. A VIII Copa do Mundo Santa Cecília de Futsal acontece de 18 a 26 de setembro. São oito edições do evento que se organiza tal qual o campeonato mundial, dividido em seleções por países, reunindo craques do 2º ao 8º ano do Ensino Fundamental. O critério de participação é amplo e irrestrito. Todo mundo entra em campo: os “goleadores”, os “pernas de pau”, os que se destacam na defesa, os que nem tanto. A Copa do Santa Cecília é inclusiva. “Nestes oito anos, o campeonato cada vez mais incorpora a vivência da inclusão, da participação, da alegria através da grande paixão nacional, o futebol”, comemora George Marques, coordenador do Serviço de Educação Física e Desportos – SED. Na VIII Copa do Mundo Santa Cecília de Futsal são 22 seleções “mundiais”, 230 jogadores e uma história marcante de um tempo que se eternizará na memória desses jovens atletas. A copa já é história: jogo no estádio Presidente Vargas com a equipe profissional do Ceará; Copa de Futebol de Botão para os pais; álbum de figurinhas... Os atletas se eternizam no álbum de figurinhas, que chega à quinta edição. Completar o álbum é contar a própria história. Este ano, ele vem repaginado, as figurinhas aumentaram de tamanho e há fatos que resgatam edições anteriores do campeonato.

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José Carlos

Professor de Futsal do SC


Crônica

Pequeno dicionário de futebolês O homem de preto chama os capitas para tirar o toss. Do lado direito, Severino, o capita do “Pra Frente Futebol Clube” e do lado esquerdo, Poti, capita do “Sporting Club Vaivai…” E a pelota vai rolar pela primeira vez no tapete verde do gigante. Começa o derby. Beto se livra da marcação homem a homem, pega a redonda pela ponta direita, passa pelo adversário com um belo drible da vaca, faz uma firula e enfim cruza. Deco mata na caixa, dá um banho de cuia no primeiro, um chuveirinho no segundo, põe a pelota no chão e chama de você, dá um rolinho, mete uma caneta linda no terceiro marcador e o homem de preto aponta para a marca da cal… Dudu deu um carrinho violento, que mais parecia uma voadora dentro da área. Que beque de fazenda, jogador açougueiro esse Dudu! Beto fica no chão fazendo uma certa catimba, uma certa cera, e Dudu reclama com o juiz dizendo que Beto cavou a falta. Mas claramente Dudu quis matar a jogada e cometeu a penalidade máxima…

Poti, o capita do time, pega a pelota e prepara a bomba: ele tem um torpedo no pé esquerdo, corre, manda o foguete e Zeca, o guarda meta adversário, pega o bicudo. É incrível a ponte que esse arqueiro fez: espalmou a pelota que ainda resvalou no poste direito perto de onde a coruja faz o ninho e saiu em corner. Que goleiro leiteria, logo ele que no último combate saiu de campo vaiado e chamado de frangueiro pela massa… E o homem de preto apita pela última vez. Assim, o derby termina com o placar 0x0. A torcida não perdoa o capita Poti, que desperdiçou o pênalti, e os gritos vêm da arquibancada: “Bonde, borboleta, perna de pau, pereba, pé murcho, pipoqueiro...” Se você é apaixonado por futebol, acompanha os jogos e não dispensa uma boa conversa sobre o assunto, talvez conheça algumas dessas expressões, ainda muito presentes no dia a dia desse esporte, outras se perderam ao longo do tempo. Mas, aí vai um pequeno dicionário de futebolês, para que possamos colocá-lo em prática quando a redonda rolar. Acesse o glossário no site: www.santacecilia.com.br

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...entrevista Ivana Pontes

Ivana é dessas pessoas que não conseguem passar sem serem percebidas. Dona de um sorriso acolhedor, palavra fácil, gestos abertos e clareza de ideias. Educadora que sempre primou pela competência e pela leveza. Aberta às mudanças, sempre deu passos corajosos na busca do melhor como profissional, mãe e esposa. Amiga sempre atenta, com um fino humor que deixa todos muito leves ao seu lado. De tão presente, parece que nunca nos deixou. É bem possível que nunca o tenha feito de fato. Uma mescla de objetividade e afeto que se traduz numa postura de gratidão transparente e oportuna. Assim como ela mesma traduz: “Quero agradecer a todas as pessoas dessa Escola que favoreceram meu crescimento profissional, humano e, sobretudo, o desenvolvimento da minha fé. Minha vida passou por essa Escola e sempre digo brincando que meu sobrenome profissional é Damas”. Ela é a nossa entrevistada nesta edição da Revista Interatividade. Interatividade: Você é uma profissional que transitou por muitas funções no Colégio Santa Cecília. Como foi a sua trajetória na Escola?

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Ivana Pontes: Visitei o Santa Cecília para deixar o meu currículo quando eu tinha dezenove anos e nenhuma experiência profissional. Fui entrevistada pela Ir. Maria do Carmo e fui indicada por uma colega de faculdade a quem sou muito grata, Francis Mary Timbó, então professora da Escola. A última pergunta da entrevista dizia respeito à minha experiência e fui muito honesta em dizer que precisava ter uma primeira experiência para daí em diante poder afirmar que tinha experiência. O sorriso meigo da Ir. Maria do Carmo me pareceu acolhedor, mas senti poucas chances. Saí da sala de entrevista e fui à capela rezar. Ao entrar, fui impactada pela


frase “Permanecei no meu amor!”, a qual adoto como lema de vida até hoje! A surpresa: fui selecionada para ser professora da 1ª série C no ano de 1985. Um ano depois, além de professora de sala, fui convidada para ser auxiliar de supervisão de Luzia Filgueiras (supervisora da Escola), com quem aprendi muito. Nesse mesmo ano, exerci a função desafiadora de professora de Ensino Religioso e, no ano de 1988, entrei para o SOP, pelas mãos da Diretora Ir. Maria Chantal. Trabalhei com 1ª e 2ª séries. Essa foi a fase nº 1 de minha carreira. Saí para morar no Rio e Janeiro e fazer especialização em Psicopedagogia Institucional em 1989. Depois de um ano fora, retornei à cidade e fui novamente chamada ao Santa Cecília. Então, vivi anos como SOT de 5ª série. Período de muita alegria e um grande prazer em conhecer cada criança e cada família pelo nome, um envolvimento de amor com muito profissionalismo e dedicação. Isto aprendi nessa casa. Em 1995, fui para a Educação Infantil, fascinada pelos estudos relacionados à Pedagogia Sócio-Interacionista, vislumbrava um excelente campo de ação para a teoria que me encantava. Trabalhei como Coordenadora Geral da Educação Infantil e, posteriormente, encerrei minha vida profissional Ceciliana em 2004, como Coordenadora Geral do Ensino Fundamental, primeiro seguimento. Em todos esses anos, ser profissional de educação no Santa Cecília representou desafios inúmeros, mas sempre com o apoio sem igual de uma equipe unida e competente. I: O que vem à sua memória depois de tantos anos? Uma história curiosa, um lugar que você gostava de ficar, os cheiros, amizades que fez nos anos de Santa Cecília... IP: As lembranças são inúmeras e passam pelo coração com um misto de ternura e euforia. Fiz grandes amigos e os chamo de “minha família, meu povo, minha gente!” Um fato importante: é forte para mim recordar que Ir. Eulalia anunciou o nascimento do meu filho no auditório do Colégio e que, no instante seguinte, eu fui abraçada por todos dessa casa, que me deram tanto amor que talvez nem sejam capaz de recordar a força e a intensidade daquele momento. Todas as pessoas da recepção, da limpeza, de cada lugar dessa Escola, das salas de aulas, de cada canto e recanto, apoiaram e se emocionaram com a chegada do Davi. Vivemos tudo como um acontecimento sublime. Foi a maior experiência de amor e de fé que já vivi! I: Você assumiu novos desafios na educação depois de deixar o Santa Cecília. Como foi essa trajetória e qual a sua atuação profissional hoje? IP: Ao sair do Santa Cecília, acompanhei meu esposo,

que é militar, para outra cidade. Trabalhei dois anos em Natal e foi uma experiência muito difícil, pois entrei no Santa Cecília como uma jovem de 19 anos cheia de sonhos, certezas, com uma formação acadêmica muito boa e tendo um respaldo de uma prática realmente encantadora, então, fiquei acostumada a fazer as coisas do jeito que o Santa Cecília faz. Em outro lugar, isso não funcionava com a mesma fluidez e alegria. Não era o cotidiano escolar da “minha escola” e não tinha uma liderança tão capaz como a Direção do CSC, nem tinha o apoio da minha querida equipe. Dá para concluir que sofri uma adaptação muito complicada. Mudamos para o Rio de Janeiro e a primeira escola onde trabalhei era de elite. Os alunos tinham um padrão socioeconômico muito alto e não era uma escola religiosa. Grande aprendizado para mim! Eu sentia falta de rezar até para começar as reuniões e passei a sentir um estranhamento em tudo. Parece que faltavam sempre os três parceiros (Pai, Filho e Espírito Santo) que invocamos para acompanhar nosso dia de trabalho. O resultado não poderia ser outro: não me sentia feliz em trabalhar em uma escola de excelência acadêmica onde não se viviam valores humanos e cristãos na rotina diária. Logo fui chamada para o Colégio Santa Marcelina, onde estou desde 2008 coordenando a Educação Infantil muito feliz, por estar onde estou e por viver o amadurecimento profissional de forma muito plena. Paralelamente a isso, trabalho como psicopedagoga clínica em consultório particular e em uma clínica popular (voluntariado), numa comunidade extremamente carente. Nesses três espaços de ensino e aprendizagem, continuo inquieta e buscando: Como o sujeito aprende? Essa é minha pergunta cotidiana, e as respostas variam de criança para criança. Isso é o mais lindo da busca do educador.

I: Ivana, você sempre valorizou muito as amizades e o cuidado com as pessoas. Como você percebe hoje a formação de valores para crianças e adolescentes? IP: Percebo que as famílias nunca estiveram tão sem “Norte” como hoje em dia. Ao mesmo tempo, há muitas famílias que estão buscando dar certo, ou tentando fazer com que os filhos não deem “defeito”, como se diz aqui no Rio. Essa expressão é jocosa. Sim, as pessoas costumam falar assim: “Meu filho está dando defeito”. E isso me faz pensar que as crianças estão sendo tratadas como coisas e, se dão defeitos, precisam de “conserto”. Uma das coisas que surge neste ponto é a banalização da medicamentalização. Medicar o quê? E para quê? Talvez os pais pensem assim: medicar para “funcionar melhor”. Talvez seja bom para que a criança “com defeito” passe a agir de acordo com a maioria. Imagino que a lógica dessa criança seja: “Não sou amado como indivíduo”. Outra consequência imediata dessa busca por uma família que “não erre na educação dos filhos” é o fato de terceirizar os filhos. A busca por

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...entrevista Ivana Pontes

especialistas que lhes digam o melhor enxoval, a melhor decoração do quarto, a professora particular, o professor de skate... Mas, especialmente, alguém que saiba dizer o que fazer, como agir, retirando da maternidade e da paternidade o segredo e a magia do lado instintivo de ser pai e mãe. Famílias agem assim, buscando acertar, sem dúvida, elas anseiam freneticamente por algo que lhes garanta ser “uma família feliz!”, aliás, não só feliz, mas ser feliz já! Para pais e mães atuais, engabelados por uma felicidade ilusória, se o filho está triste, preocupado, inseguro, rodeado por emoções comuns à natureza humana, há aí um incômodo, um receio de que o filho esteja fora dos padrões da felicidade instantânea vendida em parcelas por uma mídia que promete felicidade com cheiro de carro novo e fotos simultâneas no Instagram e Face, revelando ao mundo o seu perfil mais alinhado. O desespero de não se ver enquadrado nesses padrões da felicidade aparente leva a família ao consumo insano. Consome-se até receitas de como viver feliz e ser bem-sucedido, consome-se livros de autoajuda, consome-se palestras e vive-se no discurso do tipo “Sou feliz. Minha família é feliz!” A complexidade dessa busca eufórica faz muitas vezes com que esses mesmos pais não percebam que estão terceirizando não só a educação de nossas crianças, mas também o contato humano. Os pais não são íntimos dos próprios filhos, não constroem relações de intimidade e estão muito centrados no imediatismo de viver. A velocidade e a intensidade de se viver fazem dos adultos seres vorazes que “precisam” de informação, precisam de bens e já não sabem mais a diferença entre o “eu desejo” e “eu preciso”. Dizem que “a gente educa aquilo que a gente é”. Como tantos adultos perdidos poderão guiar estas novas gerações? Aos poucos, o distanciamento entre as famílias vai acontecendo e, contratar pessoas para tomar conta dos problemas íntimos de uma família, tornou-se quase que obrigação (psicólogos para cada membro da família, personal stylist, personal financeiro, isso e aquilo outro...). O conceito da terceirização ronda de novo, mas a intenção é até legítima: ajudar os filhos a estarem inseridos no mundo. Porém, perguntas mais básicas deixaram de ser feitas. Que mundo? Que sujeito? I: Como profissional de educação, que tem a objetividade e a franqueza como marcas, quais são os maiores desafios de educadores na contemporaneidade? IP: Os maiores desafios para mim permanecem os mesmos de anos passados:

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a) Ter bem sedimentada uma relação de confiança entre família e escola e que, nessa relação,

estabeleça-se: adultos educam crianças e jamais o que se vê por aí, adultos submetidos a crianças caprichosas. b) Investimento na capacitação do educador para além de uma boa graduação, uma formação continuada de qualidade que lhe dê suporte para acompanhar as mudanças em curso. I: Você navega também pelo universo literário e pelo prazer de escrever. Que lugares deveriam ocupar a criatividade e a invenção na vida dos jovens? IP: Quem não se deixa tragar pelo desgaste da rotina e pode fazer a opção de vez ou outra andar descalço, vez ou outra entrar no mar, vez ou outra fazer loucuras de amor, por paixão, por filhos, por amigos, sabe que está investindo na própria sanidade. Dentro da Psicopedagogia eu trabalho com os contos de fadas e o resgate da aprendizagem saudável. É muito interessante e mágico ver a criança incorporar personagens que estão numa trama de sofrimento, emaranhados na subjetividade das emoções e, de repente, a criança poder falar, por exemplo, do abandono do João e Maria sem saber que está falando do seu próprio abandono; conseguir, por fim, elementos internos para vencer suas bruxas e obstáculos e caminhar para um final feliz. Isso é constatar que somos seres simbólicos, uma constatação bem saudável. Não é bom ver na clínica crianças adoecidas por uma prática escolar que lhes tapa os ouvidos e a boca. As escolas sérias investem hoje não apenas na qualidade das respostas prontas que o aluno deve dar, mas, sobretudo, na sua inventividade e relação criativa com os conteúdos vividos em sala de aula. I: O que significa para você Duc In Atum? IP: Como ser humano, como profissional, como mãe, como filha, como esposa e como filha de Deus especialmente, já atravessei momentos iluminados e obviamente o oposto também. Já vivi, como qualquer pessoa, a aflição e a dor da solidão. Duc In Atum me faz não apenas olhar acima da situação momentânea, mas me faz lembrar especialmente que tenho uma conexão e essa conexão é com o Alto, sempre. Como sinto isso? Porque medito sempre nesta máxima: “Permanecei no meu amor!”


...tempo integral

A Escola entra em ritmo de maratona no finalCecília do ano Tempo Integral Santa

Literatura e Artes Plásticas no TISC O Tempo Integral Santa Cecília é também um laboratório de atividades artísticas e de incentivo à leitura. Em paralelo à rotina de tarefas de casa e estudos, os projetos especiais andam a mil por hora.

A turma da Educação Infantil, da professora Ana Maria, está construindo coletivamente um livro de literatura infantil. A produção coletiva também será tema da apresentação que encerrará o Projeto “Histórias que encantam”, junto com o lançamento da publicação. Os alunos das professoras Narla Cristina e Maria Helena estão utilizando as brincadeiras tradicionais no desenvolvimento de atividades que estimulem o senso de cooperação e a aprendizagem de uma forma bem significativa e divertida. O Ensino Fundamental tem tido a oportunidade de conhecer grandes artistas plásticos brasileiros. A professora de Artes Natália de Carvalho vem incorporando obras de vários artistas, como Chico da Silva e Aldemir Martins, às suas aulas, e as tarefas envolvem releituras do acervo, com esculturas e pinturas feitas pelos próprios alunos. Toda essa produção irá compor a Mostra de Artes do TISC, que será realizada no final do semestre!

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...programe-se Agenda

A Escola entra em ritmo de maratona no final do ano. É tanta coisa acontecendo que, se você se descuidar, perde o que há de bom. São anos preciosos na vida dos nossos alunos: a primeira dança, o primeiro gol, a primeira medalha, a catequese, a prova “fechada”, os primeiros amigos... Fique atento à programação de outubro a dezembro.

OUTUBRO DIA 1º PALESTRA PARA PAIS DE ALUNOS DO HIGH SCHOOL 2016 - Auditório, às 19h30min XXXV JEC/ANEC - Jogos

DIA 2 CAMPEONATO CEARENSE DE GINÁSTICA RÍTMICA

FECEDE - Jogos JEC/SESPORTE - Jogos

DIA 3 MANÁ - Primeira Comunhão (1º Grupo) - Nova Betânia

CEARÁ COLEGIAL - Jogos

DE 9 A 20 PROJETO INTERARTE 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental - Ginásio, Salas de aula e Auditório

DIA 14 NOITE DE PREMIAÇÃO OLIMPÍADAS INTERNAS Ginásio, às 19h30min DE 14 A 16 PROJETO ARTE E MOVIMENTO – TISC Dependências do Colégio, às 13h30min DIAS 16 E 17 FERMENTINHO 2º ano do Ensino Fundamental (2º Grupo) - Nova Betânia

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DIAS 17 E 18 OLIMPÍADA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA Colégio Nossa Senhora das Graças, às 8h - ANEC

DE 1º A 8 PROJETO BRINCARTE Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental Auditório e salas de aula

DIAS 3 E 4 ACAMPAMENTO 9º ano do Ensino Fundamental - Capuan

DIA 4 MANÁ Primeira Comunhão (2º Grupo) - Nova Betânia

DE 19 A 24 COMPETIÇÃO EXTERNA - SED DIAS 19 E 20 VESTIBULAR SIMULADO 9º ano do Ensino Fundamental e 1º ao 2° ano do Ensino Médio Salas de aula. DE 20 A 22 RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO Capela, às 19h30min DIA 21 REUNIÃO COM PAIS DE ALUNOS DO TISC 3ª Etapa - Salas de aula, às 18h30min

DIA 24 FESTA DO EDUCADOR Nova Betânia DIA 26 COPA DO MUNDO ENCANTADO DE GINÁSTICA RÍTMICA DE 26 A 30 CULMINÂNCIA DO PROJETO FORTALEZA 3º ano do Ensino Fundamental Auditório - Manhã e Tarde DIAS 30 E 31 MOCHILINHA 1º ano do Ensino Fundamental - Nova Betânia 30 - CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA 9º ano do Ensino Fundamental - Ginásio, às 18h


NOVEMBRO DIA 3 COPA CIDADE DE FORTALEZA (JUDÔ) SED e ACDMAV

DIA 5 ENSAIO PRIMEIRA COMUNHÃO Auditório - Manhã e Tarde

DIAS 3 E 4 CENÁCULO Crismandos, Pais e Padrinhos Capela, às 19h30min

XXXV JEC/ANEC SED FECEDE SED CEARÁ COLEGIAL SED

DIA 6 ENSAIO GERAL PRIMEIRA COMUNHÃO Ginásio - Manhã e Tarde Ensaio Geral Crisma Ginásio, às 11h30min

DIAS 3 E 4 REUNIÃO COM PAIS DE ALUNOS DO HIGH SCHOOL Salas de aula, das 18h às 20h30min

DIAS 3 E 6 CONFISSÕES PRIMEIRA COMUNHÃO E CRISMA

DIAS 4 E 5 CULMINÂNCIA DO PROJETO FLAUTA DOCE do 1º ano do Ensino Fundamental Auditório - Manhã e Tarde DIA 11 CRIAÇÕES LITERÁRIAS Ginásio – Noite DIA 12 CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA 3º ANO DO ENSINO MÉDIO Ginásio, às 19h30min DIA13 BAILE DE ENCERRAMENTO 3º ano do Ensino Médio La Maison Buffet DIA 14 - I COPA DE GINÁSTICA RÍTMICA Ginásio, 8h às 18h DIA 17 - VI NOITE DE GINÁSTICA Ginásio, às 19h SED e ACDMAV

DIA 8 CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA PRIMEIRA COMUNHÃO Ginásio, às 8h30min e 17h

DIA 7 CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA – CRISMA Ginásio, às 17h

DIA 21 - CELEBRAÇÃO NATALINA DO 2º AO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Ginásio, às 17h30min e 19h30min

DIA 26 FESTA DE ENCERRAMENTO DO INFANTIL 5 Ginásio, às 19h - Serviços e Professores

DIA 23 ENCONTRO DOS CORAIS Capela, às 19h30min

DIA 27 - FESTA DE ENCERRAMENTO DA WIZARD Auditório, às 18h

DE 23 A 27 Projeto VIVA NORDESTE 5º ano do Ensino Fundamental Recife/PE

DIA 27 - PASSEIO DE INTEGRAÇÃO DO TISC E ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES

DIA 25 CONFRATERNIZAÇÃO DOS ALUNOS DO HIGH SCHOOL Nova Betânia

DIA 28 FORMATURA DOS ALUNOS HIGH SCHOOL 2012 Auditório, às 20h

DIA 26 PREMIAÇÃO DA XV OLIMPÍADA A combinar - ANEC

DE 30/11 A 04/12 SEMANA DAS ARTES Teatro Celina Queiroz, às 20h

DEZEMBRO DIA 4 - NATAL SOLIDÁRIO Projeto Geração e EJD Dependências do Colégio 4 Confraternização dos Sempre Alunos Dependências do Colégio

DIAS 5 E 6 RETIRO EJD Nova Betânia

DIA 16 - CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA DO SOR DIA 18 - CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA - COMUNIDADE EDUCATIVA Dependências do Colégio

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DE 23/12 A 3/01 - RECESSO


...olimpíadas História

Preconceito é tema da

ONHB

Alunas falam da experiência de chegar à final de uma olimpíada nacional. Lara Aguiar, Camille Nogueira, Ana Silvia, Catarina Ester. Quatro alunas do Santa Cecília, de um grupo de 12, transformaram em texto o modo crítico e combativo de ver o mundo. Elas e os demais chegaram à final da 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil – ONHB, que aconteceu em Campinas (Unicamp), de 13 a 16 de agosto de 2015. Elas experimentaram pela primeira vez o clima dos encontros de estudantes: pessoas de todo o Brasil, instalações universitárias de grandes dimensões, debates críticos... “A olimpíada de História é muito diferente das outras pelo fato de ser muito coletiva e trabalhar com temas atuais. Ali todo mundo queria compartilhar conhecimento, interagir com os outros participantes”, observou Ana Silvia. Ceará e Rio Grande do Norte na dianteira em termos de representação e animação. Foram 68 equipes do nosso estado, 55 do Rio Grande do Norte e o mesmo número de São Paulo, estado que sediou o evento. Lara explica como a última etapa se organizou: “O preconceito era o tema gerador da Olimpíada. Tínhamos três horas para fazer a prova, discutindo especificamente racismo e machismo. Ficamos felizes com os temas, até já esperávamos”. O racismo veio representado por um anúncio de carros dos anos 70, comparando os automóveis aos escravos. A equipe tinha que interpretar a propaganda, relacionar com o contexto histórico e depois com a conjuntura atual. Para discorrer sobre machismo, o mote foi a propaganda de uma cerveja que expõe o corpo feminino.

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“Fiquei muito feliz com a escolha do machismo como tema. Essa questão sutil, é disseminada inclusive pelas mulheres”, comemora Camille. Todas as equipes do Santa Cecília receberam Menção Honrosa. Chegar lá não tem preço. “Era muita gente circulando. Alunos mais concentrados, outros mais competitivos, a maioria muito sociável. Chegar lá já é maravilhoso”, diz Catarina.


Santa Cecília nas Olimpíadas

Nossos alunos conquistam novas fases nas Olimpíadas Nacionais As Olimpíadas Brasileiras chegam à 2ª fase com uma grande representação do Santa Cecília. Há alunos classificados para: OLIMPÍADA BRASILEIRA DE INFORMÁTICA – OBI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA – OBM 2015 OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA 2015 Em História e Ciências, estamos na final! OLIMPÍADA NACIONAL DE HISTÓRIA DO BRASIL – ONHB OLIMPÍADA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS – OBC Parabéns aos nossos alunos e a toda a equipe envolvida!

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...formação

Encontro dos Funcionários Damas

Viagem ao Paraná O Encontro dos Funcionários Damas propiciou uma viagem ao Sul do País. “O que achei da viagem? Bata uma foto do meu sorriso e você vai saber”, brinca Zulima Silvério, uma das integrantes da comitiva de funcionários do Santa Cecília que partiu rumo a Maringá, no Paraná, para mais um momento de integração e formação. É um orgulho para o Santa Cecília possibilitar que a cada ano seus funcionários dos serviços de apoio possam também se deslocar, conhecer novos lugares, aprimorar-se e interagir com os demais funcionários de outras escolas da Congregação. Nem mesmo os contratempos, a viagem de ida teve seu tempo dobrado de duração em razão de atrasos das empresas aéreas, tiraram o bom humor do grupo que, em sua maioria, visitava pela primeira vez a região Sul do Brasil. Para muitos, o primeiro voo, o primeiro frio de inverno, o primeiro quentão...

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“Foi uma experiência maravilhosa! Fomos bem acolhidos, a palestra sobre amor e educação foi emocionante. Algumas vezes nos sentíamos no paraíso”, lembra Roza Nunes da Silva, empolgada com os dias de aprendizado e lazer. Entre outras atrações, o grupo conheceu as Cataratas do Iguaçu, aquela monumentalidade de uma beleza natural inigualável. Roza e Zulima destacaram a participação dos pais e dos educadores. “Sem o apoio financeiro deles, adquirindo nossas rifas, torcendo por nós, nada disso teria acontecido. Somos muito gratas!”


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...educação infantil Conhecimento e brincadeiras

Brincarte:

Encontro de Ritmos Abram alas para o bloco passar. A música, como tão bem conceitua Maria de Lourdes Sekeff, “é uma atividade, uma fruição, um prazer, um movimento que se completa em nós, na escuta, e que nos mobiliza de forma única, singular, integrando sentidos, razão, sentimentos e imaginação”. É à mistura de muitos ritmos que o Projeto Brincarte dedica a sua edição 2015, que aconteceu no mês de setembro. O maior objetivo do projeto é justamente despertar a sensibilidade e o senso crítico através da arte. “Neste ano, escolhemos a música como ampliação de conhecimento de mundo na Educação Infantil, propondo uma diversidade de ritmos que encantam o nosso país e o mundo, favorecendo o contato com excelentes ingredientes estéticos através de atividades significativas, contribuindo, assim, para a formação das nossas crianças”, justifica Mara Godinho, do Serviço de Orientação Pedagógica da Educação Infantil. As crianças vivenciaram muitas experiências musicais através dos ritmos: ciranda, samba, afro, ritmos do mundo e rock. As vivências resultaram em uma apresentação de um coro formado por todas as turmas da Educação Infantil, acompanhadas pela Banda Surperfantástico.

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Conheça cada um dos ritmos trabalhados em sala de aula.

Infantil 2 Ciranda. No Brasil, a ciranda é apresentada como brincadeira de crianças, mas há muitas outras manifestações em roda vivenciadas por adultos. As crianças conheceram a musicalidade de Lia de Itamaracá, que ainda menina começou a participar de rodas de ciranda e é considerada a mais famosa cirandeira do Brasil.

Infantil 3 Samba. As crianças conheceram de maneira lúdica um pouco da história, das cadências e dos sambistas. Os sambas que marcaram a memória e a vida das pessoas foram compartilhados com as famílias.

Infantil 4 Afro-Brasileiro. As crianças mergulharam no axé, axé eletrônico, lambada e carimbó. Através da banda Olodum, além dos ritmos, exploraram as cores da banda: verde, vermelho, amarelo, preto e branco. São as cores do PanAfricanismo, conhecidas internacionalmente como tons da diáspora africana, que constituem uma identidade contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África.


Infantil 5 Ritmos do mundo. Através de uma viagem por diferentes cantos do mundo, as crianças conheceram a música e seus elementos constitutivos: sons, ritmos, instrumentos e melodias. A experiência proporcionou novas descobertas culturais, atividades lúdicas e significativas sobre o Japão, a Itália, a China, a Inglaterra, os Estados Unidos, o Egito, a França e a Índia.

1º ano Rock. O estilo musical mais popular do mundo ocidental, o rock ou rock and roll, surgiu e se firmou no Sul dos Estados Unidos, durante a década de 1950, tendo rapidamente se espalhado por todo o mundo. O trabalho com o rock despertou a curiosidade e envolveu as crianças em uma dinâmica de muita alegria, possibilitando novas descobertas e agregando conhecimentos.

Nova Sala de Leitura “O país é feito por homens e livros”. A frase de Monteiro Lobato abre passagem para a nova Sala de Leitura que homenageia o escritor, autor de um dos mais importantes clássicos da literatura infantil: o Sítio do Picapau Amarelo. O espaço foi entregue aos alunos da Educação Infantil e 1º ano do EF no último mês de agosto. As novas instalações foram planejadas para tornar o ambiente mais acolhedor, confortável e acessível às crianças. “O espaço foi pensado para aproximar os livros dos alunos. Iluminação, móveis, climatização e estrutura de projeção permitem que o lugar fique ainda mais atrativo”, observa Leonilia Sousa, a Leó, coordenadora da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (1º ao 5º).

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E vem muita coisa nova para o acervo, sem falar na programação para lá de animada.


...ensino fundamental Interarte

Imaginação contra o

trabalho infantil Jogos, brincadeiras, oficinas de arte, pintura, cultura, show de talentos... Quem disse que as discussões sobre questões sociais não cabem no Interarte, a semana de integração do Ensino Fundamental (2º ao 5º ano) que acontece de 9 a 20 de outubro? Nesse período, o Projeto “Trabalho Infantil: isso não é brincadeira” chega a sua culminância. Ele foi desenvolvido ao longo da segunda etapa, mas permeia todo o ano letivo ao ganhar relevância nas disciplinas de História e Geografia do 5º ano. Sob a coordenação do professor Márcio de Melo, os alunos preparam esquetes sobre o assunto. “Além de aprofundar o conteúdo, o modo como as esquetes foram pensadas pode favorecer algumas crianças pedagogicamente. Aquelas

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mais tímidas, que têm receio de enfrentar o palco, são favorecidas pelas nossas escolhas estéticas: o uso da luz negra, de máscaras e meias, a ausência de falas... Só quem fala é o narrador e o monstro do trabalho infantil. A história é contada a partir dos gestos, efeito de luzes e linguagem corporal”, explica o professor/ diretor. Nas encenações, as crianças são os símbolos da infância: a escola, a alegria, a inocência, o esporte... Eles vão lutar contra o monstro do trabalho infantil. As histórias são ainda inspiradas no livro “Você viu a rosinha?”, que conta a vida de uma menina que vem do interior, “apadrinhada”, para estudar na capital e termina sendo explorada pelo trabalho infantil doméstico.


Projeto

Beatles

A mais célebre banda de rock de todos os tempos invade as aulas de Inglês do 3º ano. As crianças estão conhecendo a história do The Beatles, os quatro garotos de Liverpool que lideraram a invasão do rock inglês nos Estados Unidos e em todo o mundo nos anos 60. A coordenação é da professora de Inglês Luzia Fujita. É dela o texto que segue, suas primeiras impressões.

Meu primeiro Projeto Beatles Fui apresentada ao Projeto Beatles ainda no início do ano, quando recebi as turmas do 3º ano. Confesso que a responsabilidade de semear o gosto pela boa música e imaginar a abrangência do projeto fez o coração pulsar mais forte. Ainda na primeira semana de aula fui questionada por alguns alunos se este seria o “ano” do Projeto Beatles. Respondia que sim e eles já vinham com um turbilhão de perguntas e um mar de informações que eles já tinham pesquisado, ansiosos por mais. Iniciado o segundo semestre, o projeto foi deixando de ser só desejo e curiosidade e passou a ser algo real. Uma imensa alegria para eles e uma enorme emoção para mim. A escolha da música que cada turma iria interpretar, o bloco de atividades, a confecção dos cartazes, a parceria e presença do radialista Nelson Augusto, a criação das danças, cada ensaio, tudo isso foi despertando neles o interesse pela banda e por suas letras eternizadas por projetos como esse. O apoio incondicional e a experiência dividida da Christine, Rosane e Lourena foram de extrema importância para que o projeto se realizasse de forma tão bela e de maneira tão natural e divertida. Estamos nos preparando para a culminância, certos de que os alunos conheceram boas músicas e aprenderam mais do que as letras, aprenderam a admirar e curtir esse fenômeno da música, que transpassa gerações e está até hoje encantando pessoas no mundo inteiro. Saudações beatlemaníacas!

Coração

de Estudante “Onde está a minha mãe?” Era o que mais se ouvia das crianças diante do mural de fotos que passou a enfeitar os corredores do Santa Cecília no mês de agosto em comemoração ao Dia do Estudante. O projeto “Coração de Estudante” mexe com a memória, a identidade, os afetos.

Os alunos do Ensino Fundamental (2º ao 5º) reuniram fotografias de seus familiares no tempo de escola, afinal, todo mundo foi estudante. E o desafio era encontrar seus pais, mostrálos aos amigos, descobrir os pais dos outros. Um passeio diante das imagens chama a atenção por um detalhe: a quantidade de registros de ex-alunos do Santa Cecília. Mais parece um álbum mais antigo da própria Escola. Imagens no parquinho, festa de aniversário na sala de aula, fardinha quadriculada, “doutores do ABC”, eram assim chamados os que se alfabetizavam. No geral, as imagens são divertidas e curiosas. O clássico 3 x 4 das carteiras de estudantes, as marchas na rua em comemoração ao “7 de Setembro” e registros já dos tempos de universidade. “Achei muito legal! É uma surpresa para todo mundo”, empolgase Júlia Dantas (3º ano do Ensino Fundamental). O tempo é um sábio que está sempre nos dando voltas.

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...ensino fundamental Sustentabilidade

VIII Mostra de Ciências Cuidar do meio ambiente é tarefa inesgotável e intermitente. Nesse sentido, a Sustentabilidade e o Consumo Consciente é tema da VIII Mostra de Ciências Santa Cecília 2015. Todas as questões abordadas na Mostra foram trabalhadas em atividades diversas, aulas expositivas com discussões, trabalhos escritos, seminários, dinâmicas em grupo e confecção de banners, estes em parceria com o Núcleo de Informática Santa Cecília. Para muitas crianças do 2º ano do Ensino Fundamental é a primeira experiência de pesquisa na qual apresentarão seus conhecimentos para uma plateia externa, formada essencialmente pelas famílias. Heitor de Castro, do 2º ano C, revela de

chegada o nervosismo: “Tenho medo de esquecer o que tenho que dizer”, confessa, torcendo para que a apresentação demore a chegar. Os peixes estão no foco do trabalho desenvolvido pelo menino, interessado na “aerodinâmica” dos nadadores, que usam a cauda para se movimentar e as barbatanas para direcionar os movimentos, segundo explica. “Você sabia que eles dormem de olhos abertos porque não têm pálpebras?”, indaga Heitor, tomando como referência seu peixinho de estimação que já morreu, o “Azulzinho de Castro”. Para preservar as espécies, ele argumenta que é

PROIBIDO jogar lixo no mar e nos rios.

Conheça as temáticas por série: 2º ano 4º ano - Os benefícios do minhocário para o meio ambiente - Ações inovadoras de preservação da água - Produtos certificados com o “Selo Verde” - Definição de Consumo Consciente (necessidade x vontade) e atitudes de um consumidor consciente - Características de plantas e animais terrestres e aquáticos

3º ano

- Preservação do meio ambiente - 3 Rs: reciclar, reutilizar e reduzir - Preservação da água - Alimentação saudável – corantes e conservantes - Dinossauros - Vulcão - Sistema solar

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- Água - Quantidade no planeta, tratamento, poluição, preservação - Solo - Características, degradação (queimadas, agrotóxicos, desmatamento, alternativas para evitar degradação do solo) - Biomas - Caatinga e mangue: Características, degradação, o que vem causando a destruição dessas espécies, o que se tem feito para a preservação desses biomas

5º ano

- Alimentação e saúde - Alimentação saudável e consequência da má alimentação - Sistemas, digestório e circulatório - A qualidade de vida e consequência da má alimentação - Circuitos - Energia - Hidráulica, eólica e solar: uso consciente de energia, fontes verdes e limpas


...viagens pedagógicas Imersão nas culturas

Para que servem os

museus?

Novas leituras sobre o uso atual dos museus foram sendo trazidas nas últimas décadas. Com esses novos pensamentos, os museus ganham ainda mais importância como equipamentos culturais para a construção de valores e saberes individuais e coletivos. É fato que existem museus com os mais distintos objetivos, mas é verdade também, que independente da sua finalidade, formato e destino, outros elementos passam a ser considerados na hora de construir, manter ou redirecionar o uso dos museus. O Santa Cecília, em diversos projetos desenvolvidos durante todo o ano e ao longo da vida escolar do aluno, propicia experiências de conhecer e interagir com a história, o presente e o futuro de um povo, de uma comunidade, de uma cultura, nas suas diversas abordagens, e os museus são bastante considerados como canais para se atingir essa proposta. As Viagens Pedagógicas da Escola acabam sendo um momento privilegiado de contatos dos alunos com esses inúmeros formatos de museus na cidade, no estado, no país e em outros países. O Santa Cecília acredita que as viagens são momentos únicos de imersão nas culturas, sentindo suas diferenças, características e valores, permitindo uma troca, afinal, levamos os nossos saberes e absorvemos a trajetória do outro, assim acabamos nos transformando em pessoas mais inteiras, tolerantes e abertas à multiplicidade de possibilidades.

A ida a um museu pode remeter a uma experiência inesquecível para alguns; para outros pode lembrar coisas velhas que foram reunidas ao longo de um tempo. Aquela expressão “coisa de museu”, para falar de algo que ficou no passado, já não representa a importância dos museus para a sociedade contemporânea. Historicamente, os museus tinham um claro objetivo de preservar certos conhecimentos que foram sendo acumulados pela sociedade e, sabemos, muitas vezes foram até utilizados como uma forma de poder e de destaque para aquelas cidades ou países que os tinham em suas estruturas governamentais, não importando inclusive a forma como esses acervos foram conquistados.

Para cada série, uma viagem foi projetada para permitir que os horizontes dos alunos se ampliem. Educadores e educandos dividem todo esse patrimônio numa convivência intensa.

Os destinos Tudo começa conhecendo a própria cidade de Fortaleza, sua história, seus personagens e lugares tradicionais. Passa pelo conhecimento do nosso Litoral Leste, incluindo Aquiraz e Aracati. Recife também abre as portas da sua cultura e da sua gente para receber os nossos alunos. Claro que a região do Cariri, no Ceará, merece toda uma expedição, assim como São Luís, Alcântara e os Lençóis Maranhenses. Fernando de Noronha, com a sua incrível riqueza natural, é também um dos destinos mais celebrados, da mesma forma que a Chapada Diamantina, com toda a sua exuberância e os seus segredos. Um

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...viagens pedagógicas passo mais adiante é desbravar as regiões Sul e Sudeste, indispensáveis para compreender o tamanho e a diversidade do nosso País. Como coroação de toda essa trajetória, a viagem para a Europa abre as janelas dos estudantes para o “Velho Continente” e por que não dizer, para o mundo.

Nesse percurso, muitos e diversos museus permitem esse olhar para trás e para o futuro. Escolhemos aqui três museus que podem exemplificar toda essa estrada percorrida anualmente por nossos alunos e educadores.

Museu

de Paleontologia de Santana do Cariri Não há quem não se impressione com a riqueza encontrada no solo dessa pequena cidade cearense. Esse patrimônio mundial fica ao alcance das mãos, a poucos centímetros da terra, e infelizmente já foi muito explorado de forma predatória. Mas o trabalho incansável de professores, de homens e mulheres que têm a consciência do valor desse acervo e da importância para entender a região conseguiu manter preservada parte importante desse sítio. Ele foi criado tendo a liderança do professor Plácido Nuvens, no ano de 1885. Acervo que conta com mais de 3.000 peças, 110 milhões de anos de história e uma riqueza indescritível nas áreas da paleontologia, sedimentologia e estratigrafia. É difícil de acreditar que ali existem fósseis de dinossauros, peixes, tartarugas, insetos, plantas e a mágica libélula, mascote do museu. Como sabemos, essa fossilização se deu pelas mudanças climáticas e geológicas. Os estudantes, ali estando, transformam-se em pequenos paleontólogos e, depois de uma visita guiada com direito a muitas perguntas curiosas e atentas, os nossos cientistas se dirigem a um dos sítios para recolher também fósseis, que são entregues ao museu numa área carinhosamente chamada de Espaço do Jovem Paleontólogo. Esse lugar que a coordenadora Silvinha acredita ter tido como precursores e incentivadores para a sua realização os estudantes do Santa Cecília. E como uma das maiores entusiastas dessa viagem e desse museu, a coordenadora Silvinha nos chama atenção: “Uma forma única de fazer com que as novas gerações preservem é tocando e recolhendo com as próprias mãos os fósseis, sabendo que não é seu, que não há preço para aquele achado, mas é da comunidade, para todos poderem compreender essa tão rica história”. Uma experiência única e marcante para esses garotos e garotas, que ficará para sempre. Certamente, um dia voltarão com os seus filhos dando continuidade a essa corrente de cuidado.

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Museu

da Língua Portuguesa Um templo dedicado à palavra. Podemos dizer com o peito cheio que não é qualquer palavra, não é qualquer língua, é a nossa bela, difícil mas expressiva língua pátria: Português. Sabe, a nossa língua tem sabor de baião de dois, de feijoada, de café quentinho. Nossa língua tem a cor das matas, a valentia dos bichos e a audácia dos rios. Nossa língua vai se amoldando em torno de uma fogueira, do trânsito urbano, da conversa na calçada e do cantar do galo. Nossa língua pode ser matuta, erudita, sonora, poética, mas soa íntima, amigável e verdadeira.


Museu D’Orsay

Localizado em Paris, recebe o nome da família que era dona dessas terras no passado. Foi estação de trem e agora é um museu que guarda, entre outras preciosidades, um rico acervo de obras dos anos de 1848 a 1914. Esse museu mais parece uma grande festa onde os convidados podem vestir sua melhor roupa. Primeiramente, ele é belo, aberto e convidativo. Todos, logo de cara, sentem-se bem naquele espaço. Uma grande festa em que estão presentes Monet, Degas, Rodin, Camille Claudel, Van Gogh, Renoir, Gauguin, Toulouse – Lautrec e tantos outros. Quando os nossos alunos visitam esse museu, a viagem já está no final e eles estão verdadeiramente muito cansados de uma jornada de quase trinta dias. O esforço das línguas, das culinárias, das culturas, da convivência intensa e muitas descobertas poderiam deixar os estudantes já sem o desejo de conhecer mais esse museu. Na verdade, eles buscam as últimas energias para mergulhar naquela experiência de arte que se torna marcante e inesquecível. Como dizer não a essa festa?

Nada mais justo do que um espaço dedicado a nossa língua. Na cidade de São Paulo, na Estação da Luz, desde 2006, funciona esse mágico espaço. O museu integra arte, novas tecnologias e muita interatividade. Uma viagem pelas influências, possibilidades e variações da língua aqui e pelo mundo. Um dos mais impactantes espaços é, sem dúvida, a Praça da Língua. Com jeitão de anfiteatro, vamos saboreando nossa prosa, nossa poesia de grandes e inesquecíveis autores. Para os estudantes, uma forma diferente de perceber a língua tão estudada ao longo de tantos anos de escola, base para a comunicação e a evolução como pessoa e cidadão.

Viajar é uma das formas de nos estimular a construir pontes entre as pessoas, as culturas e as diferenças contidas em cada recanto deste mundo. Foram dezenas de museus visitados este ano. Museus de arte, de cultura popular, de religiosidade popular, científicos, de preservação do meio ambiente.

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Aprendizado para aqueles que se lançam sem medo na experiência do diferente de si mesmo.


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