Revista Interatividade - Ano 10 - Edição nº 18

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Longe de Casa

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ndar pela pequena cidade de Arlington, Massachusetts, por volta das 15 horas, é correr o risco de encontrar a Manuela Sobral passeando com o seu cachorrinho. Ela está passando um ano nos EUA, em intercâmbio, e depois de um dia de aulas, passear com o seu animal de estimação é participar da vida cotidiana de sua família americana. Manu fala com a propriedade de quem já teve que superar muitos desafios: o início da adaptação, as diferenças culturais com a sua host family, a saudade de casa... Ela não hesita em afirmar: “Hoje levo tudo como aprendizado e tenho orgulho de mim por ter ficado aqui firme e forte e vencido os obstáculos”. Manu é aluna da Escola em intercâmbio. Aluno Santa Cecília é cidadão do mundo. Não tem medo de enfrentar a vida em outros países, de abrir mão do conforto do lar, de conhecer novas culturas e rever seus próprios hábitos. Paula Menezes, que está morando em Parker, subúrbio de Denver, Colorado, foi verificando que sua rotina ia mudando de acordo com a estação, o que interfere no seu cotidiano escolar, que começa por volta das 8 e se estende até às 15 horas. No outono, ela se integrou à Marching Band, um tipo de banda que faz show e performance ao mesmo tempo, o que a fez participar de muitos ensaios e competições nas cidades vizinhas. Jade Frota foi passar um semestre em Morgan Hill, Califórnia, e conta que sua maior dificuldade de adaptação foi a saudade de casa. “Estava lá com a cabeça no Brasil.” Ela destaca que participar do teatro foi fundamental para ampliar as suas amizades, embora reconheça que não teve muita dificuldade de fazer amigos desde o início. Ela foi ficando

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cada vez mais segura, uma conquista, e resolveu, com sua família, estender sua estadia por mais quatro meses. Alberto Baquit morou cinco meses e meio na cidade de Abbotsford, Colúmbia Britânica, Canadá. Com uma rotina de estudos semelhante a dos norte-americanos, ele destaca que gostava muito de se deslocar para as cidades vizinhas, exercendo certa autonomia. “Eu gostava muito de andar pelos parques, de passear, conhecer mais o lugar”. Luana Ximenes também morou em Morgan Hill, Califórnia, e reconhece a dificuldade inicial de adaptação, mas fez boas amizades, sobretudo, com outros intercambistas e colegas da escola. “Hoje sou uma pessoa mais forte, pois saí da zona de conforto.” No cair da tarde, após o dia na escola, Stella Valente ajuda o seu pai americano a alimentar animais que são criados por sua família em Medicine Lodge, Kansas. A vida dela é bem diversificada, com uma rotina que segue as atividades da escola, da cidade e da família. A pontualidade foi um dos desafios que teve que superar, mas agora se sente adaptada em todas as situações e ambientes. Todos tiveram a rica possibilidade de experimentar outras culturas, com os seus encantos, desafios e superações. As palavras de Alberto Baquit e Manu revelam uma síntese dessa aventura: “O que trago de volta, além de lembranças, é o desejo de viajar, conhecer novas culturas, ir além, não deixar que, só porque o intercâmbio terminou, eu deixe de aprender”. E finaliza Manu: “Desejei morar fora, mas tenho muito orgulho de dizer de onde vim”.


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Viagens Pedagógicas: Navegar é preciso!

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ara que viajar? Essa é uma pergunta que pode ser feita e é legítima. Podemos, inclusive, ampliá-la: Para que uma escola viajar? São 25 anos desde a primeira viagem do Colégio Santa Cecília, que, naquela época, propôs um projeto ousado, o Pronovo. A primeira viagem ocorreu para a Serra da Capivara. Fomos conhecer as inscrições rupestres daquela região. De 1991 para cá, foi muita estrada e tantos destinos maravilhosos. Por que fomos? Porque o aprendizado não está recluso aqui ou ali, nem mesmo é patrimônio exclusivo da sala de aula. O conhecimento é repertório do mundo e nada como visitar os lugares para poder entendê-los melhor. Aprender in loco é protagonizar descobertas, é perpetuar saberes com a marca indelével da emoção. O Santa Cecília é uma escola que se move. Ela expande seus muros e alcança os mais diversos logradouros do Brasil e do mundo. É uma escola de mochila nas costas e horizontes abertos. Em 2016, continuamos com as nossas peregrinações. Já são mais de oitenta alunos inscritos na Euro

2017 e diversos engajados nas viagens nacionais. Viagens que nos dão muito orgulho de realizar como, por exemplo, para cidades do Cariri, onde mergulhamos nas riquezas culturais, históricas e naturais do nosso Estado, ou para São Luís, Fernando de Noronha e Chapada Diamantina, onde realizamos expedições por lugares onde a natureza exagera na beleza e na exuberância. Nas viagens para Recife, no Viva Nordeste, e para diversas capitais do Sudeste e do Sul, não só conhecemos capitais que exercem forte influência em todo o País, mas compreendemos as heranças culturais e de costumes dos povos que colonizaram o Brasil. São expedições que proporcionam conhecimento, descobertas e, sem dúvidas, um sentimento de profundo amor ao nosso País. Um amor que sempre é bem-vindo, ainda mais agora. Então, para que viajar? Porque, como diz Pessoa: Navegar é preciso! Max Franco Coordenador de Viagens do Santa Cecília

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