exposição INNER ANIMALS catálogo virtual

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INNER ANIMALS Antípodas da criação divina habitam um mesmo hospedeiro terreno. Inconclusos habitantes de selvas distantes, florestas vizinhas ou de mares mitológicos que nos pertencem e a quem pertencemos, numa eterna permuta de manifestações catárticas. Os nossos animais interiores somos nós, momentos antes da evolução que nos trouxe esta existência paradoxal. Antes do êxodo rumo ao betão o nosso interior deambulava entre as árvores e dançava junto ao fogo. Serpenteávamos sob a duna ao alvorecer do sol celeste e dávamos calor às novas vidas nos marsúpios que a biologia gentilmente nos deu. Esse instinto não se perdeu. Caminha connosco a cada passo deste suspiro entre o nascimento e o eterno. E nesta edificação a que chamámos sociedade, tantas vezes de alma aprisiona, revela-se para nos libertar, para nos transformar no que somos atrás das regras, dos medos e das concepções que o tempo, sorrateiro e enganador, tornou normal. Ouvirmos o nosso animal interior é compreendermos que no âmago da nossa genética há um segundo eu e que esse eu pode ser uma Garuda ancestral, um Leão dominante ou uma Raposa cautelosa. Libertar o nosso animal interior e deixar que o seu dialeto se ouça prova que a pluralidade da nossa existência faz de cada um de nós seres tão singulares. “INNER ANIMALS” mergulha no que há de mais profundo no ser humano. Inúmeras vezes esquecido, mas eternamente presente: o nosso lado animal. Evoluído e racional, construtor de matérias e criador de imaginários, mas, ainda assim, sempre, animal. João Candeias, Lisboa, junho de 2021



Binau (n. 1991) Iniciou o seu percurso na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e ingressou no curso de Design de Comunicação, antes de perceber que não era esse o seu propósito e decidiu dedicar-se exclusivamente à Ilustração e às artes visuais. O universo de Binau pode ser categorizado como Trash-Pop, onde a imperfeição é considerada um estado de espírito e as cores gritam estridentemente. O seu trabalho é baseado na criação de personagens deformados, mutantes que coabitam em suas paisagens distópicas. O humor negro e o dadaísmo são a norma na sua obra que pode ser vista não apenas em um contexto urbano, mas também em galerias.

Double Headed Ptero-Quacky Foi num belo dia de Verão que acordei, ressaltado, e reparei que a minha aldeia estava a ser brutalmente atacada por pterodáctilos. No meio dos gritos de desespero corri em busca de salvação. Enquanto corria reparei nas atrocidades que eram cometidas pelos pterodáctilos que esventravam desenfreadamente idosos, adultos e crianças. Entrei, tropeçando, para uma igreja quase totalmente destruída, vi uma garrafa de tequila cheia à porta do confessionário e foi aí que me escondi de imediato quando, para meu espanto, reparo que já estava ocupado por um ser bizarro indecifrável. A criatura, ao ver-me, solta um grunhido, envolve-me nas suas asas e eu apago. Acordo mais uma vez ressaltado com as calças encharcadas em urina e reparo que tenho duas caras a olhar para mim que me são familiares, eram as expressões do Quacky mas não era o Quacky. O bicharoco ao ver que eu já estava em mim contou-me a sua história durante três / quatro horas e meia e fiquei a perceber tudo. Ele é o Ptero-Quacky, filho híbrido do Quacky, um amigo meu de infância que gosta de não fazer nada a não ser passar os dias a beber tequila, e de uma Pterodáctila chamada BAAAHAGGRFFDD que vive a sua vida a caçar humanos e outras bestas. Percebi então que o Ptero-Quacky não me queria mal, que era também agarrado à tequila e gostava de matar ocasionalmente. Eu sugeri ao Ptero-Quacky: Binau - Acabamos essa garrafa e bazamos daqui antes que os teus amigos me matem? Double Headed Ptero-Quacky - WHHAAAAARRRRRGGGGHHHHHGAGAGAGA... B- Boa! DHPQ- GRHHHHEEE!!! O Ptero-Quaky abriu as asas, rebentando o confessionário, e eu subi para as suas costas e levantámos voo, destruímos o que sobrava da igreja e voamos para longe da minha aldeia coberta de escombros e entranhas. Foi assim que conheci o Ptero- Quacky, o meu animal espiritual.


Binau Double Headed Ptero-Quacky | Mista - acrílico com spray sobre tela | 84x 119cm | 2020 800€


Burry Buermans, (n. 1982) é um artista belga a viver em Portugal. Quando criança, tinha um olhar curioso para a arte e o sonho inocente de se tornar um dia ele próprio artista. Buermans não estudou arte, estudou educação, mas sempre experimentou diferentes formas artísticas. Percorreu um longo caminho à procura do seu próprio meio de expressão e estilo artísticos, até que acidentalmente encontrou as colagens. O seu lema de vida é 'perseguir seus sonhos, onde quer que eles o levem', e assim recuperou velhos carros Trabant, começou uma companhia de teatro, produziu e decorou as suas próprias festas e... Andou pelo mundo à boleia. Durante uma das suas viagens pela América Latina, no Panamá, foi alvejado por assaltantes. Este evento marcante reforçou ainda mais a sua paixão pela vida. De volta à Bélgica, trabalhou como professor e coordenou um serviço de apoio à juventude. No verão de 2012, mudou-se para Portugal para se concentrar no seu trabalho como artista, fazer colagens, e cumprir o seu sonho.

Carneiro Escaravelho Nasci como parte de um irmão gémeo. No entanto, o meu irmão gémeo "Bjorn" morreu um mês antes de nós nascermos. Esta é uma das principais razões pelas quais muitas de minhas obras se focam em dualidades e contrastes. Também acredito que esta é a mesma razão pela qual me sinto confortável com o tema "morte", que literalmente abracei antes mesmo de nascer. Por isso escolho o escaravelho como meu animal espiritual, pois simboliza a morte e o renascimento, que optei por construir com imagens microscópicas de sementes, símbolos de vida. O escaravelho lembra que o destino é feito de todas as escolhas na vida, bem como das ações e reações às coisas que nos acontecem. Enquanto desenvolvia o trabalho, vi um carneiro a olhar para mim através do reflexo da peça. Pesquisei o seu significado e fiquei surpreso ao ler que um Carneiro como um animal espiritual vem muitas vezes inesperadamente para nos ajudar a ver através de situações difíceis e ajuda a analisar as intenções de outras pessoas para nos protegermos. Por este motivo escolhi incluir o carneiro, para me proteger e guiar para que o amor sempre prevaleça.


Burry Buermans ScaRam | colagem analógica/digital em dibond | 150 x 100cm 1.800€


Fiumani (n. 1987) é um designer e artista italiano. Trabalha como designer e artista desde 2002. As suas influências cruzam os universos do punk, arte de rua, motos customizadas, tatuagens, skate e surf, que o ajudaram a criar um cenário imaginário próprio de estética única. A sua abordagem D.I.Y tem as suas raízes no skate / punk, o que lhe dá a necessidade de falar sobre causas sociais com senso de humor e uma abordagem emotiva. Os seus traços crus refletem a sua impulsividade e necessidade de comunicar pensamentos e mensagens urgentes. Devido à sua natureza experimental, está constantemente em busca de novas técnicas e, desde 2017, concentra-se na reciclagem e reutilização de materiais para criar arte.

Tigre de Sumatra O Tigre de Sumatra foi classificado como espécie criticamente ameaçada e foi categorizado como animal com alto risco de extinção na natureza. Este Tigre é vítima do frenético consumo capitalista e seu habitat foi destruído para o cultivo do óleo de palma, bem como para a exploração imobiliária. A obra de arte criada chama-se EYE OF THE TIGER. O tigre é para mim um símbolo de força interior, motivação e audácia, características que deixam o tigre ainda presente neste mundo apesar de todas as dificuldades criadas pelo sistema em que vivemos. Tal como o tigre, o artista também precisa de força interior para sobreviver nesta selva humana chamada sociedade.


Fiumani THE EYE OF THE TIGER Mista Neon led Reciclado, ecrã plasma lcd, madeira, tinta acrílica, spray, caneta de óleo, paint stick | 100 x 100 cm | 2020 5.000€


MAR (n. 1974) Trabalhando principalmente com elementos figurativos, MAR é reconhecido por ter criado um singular panteão de figuras expressivas e espirituosas inspiradas numa combinação de interesses que se estendem da cultura pop contemporânea à mitologia clássica e oriental.

Peixe Quis representar o meu animal de inspiração com o meu turista urbano, um projeto pessoal baseado no conceito inicial do Graffiti, que assume a forma de um peixe mão, que vagueia por este mundo nos sítios mais insólitos. Define a minha postura na vida como aventureiro e sempre na procura. Coloquei-o nas nuvens porque de certa maneira quando o pinto, viajo para um sítio só meu, quase como se me sentisse nas nuvens.


Gonçalo MAR Turista nas nuvens | acrílico em canvas | comissioned work | 100 x 80cm 1.600€


Jacqueline de Montaigne (n. 1980) é uma pintora e muralista cujas obras de arte são figurativas e inspiradas no movimento da androginia, provocando e estimulando os espectadores a apreciar a beleza sem gênero. Recorrendo à utilização de técnicas clássicas, a artista pinta sobre diversos formatos e materiais, transformando as tradicionais formas com recurso a uma paleta predominantemente monocromática, metais preciosos e a integração contrastante da delicada natureza e elementos ornitológicos num registo de tatuagem. Jacqueline reside em Cascais e tem as suas bases de formação em ética médica.

Pássaro Com mais de 10.000 espécies, temos mais de 50 bilhões de pássaros a viver na Terra, 6 vezes mais que os humanos. Os pássaros são uma das espécies mais resistentes do reino animal, voando dias sem comida, água ou sono. Os pássaros, que também se adaptaram a alguns dos ambientes mais hostis do nosso planeta, exemplificam a diversidade, sendo que podem variar de 2g (colibri abelha) a 104 kg (avestruz, com penas que lembram uma palete de cores impressionista). Os pássaros, principalmente as andorinhas, sempre foram algo que associo à minha infância. Numa vinda a Portugal, quando vi andorinhas a voar sobre a piscina da família, tive uma sensação avassaladora de santuário e nostalgia, uma sensação de estar verdadeiramente em casa. Cresci a ouvir o David Attenborough, e com os meus livros de sketchs (não com desenhos animados, bonecos ou brinquedos), sonhava um dia tornar-me ilustradora científica. Desenhar pássaros e a natureza geral, sempre teve um efeito incrivelmente calmante em mim quando era jovem. Desenhar e pintar, pássaros em particular, trazme uma sensação de serenidade na idade adulta, onde eles passaram a simbolizar resiliência e santuário no contexto da minha prática artística atual.


Jacqueline de Montaigne Alma II | mista Acrílico, óleo e folha de ouro 24ct | 100 x 100 cm | 2021 2.600€


Mafalda Felizardo (n.1988 Joanesburgo) Amante do movimento e dos sentidos, a maioria da sua obra é criada num ritmo pulsante onde a dança entre o corpo e a criação resultam numa mescla electrizante entre traço e cor. O traço rápido surge da constância dos esquiços feitos aquando do estudo de Arquitetura. No campo da inspiração, a música é a sua maior musa, a sua absorção resulta num impulso direto - a “frequência pintada”. A temática da sua obra é maioritariamente a figura humana. “Onde o olhar do outro se encontra dentro de si, é nessa procura do ser humano e de si próprio, que encontra a sua forma de expressão”.

Cobra A escolha do espírito da cobra está no poder alquímico da transmutação, da renovação pessoal, do deixar para trás o velho eu, como uma mudança de pele, para evoluir. Símbolo da vida e da morte, tem em si o poder da dualidade e dos ciclos da vida - a luz e a sombra. Perspicaz e misteriosa, a cobra simboliza a sabedoria, o conhecimento, e a ascensão. Mestre dos saberes ocultos, interliga a energia da terra à energia cósmica. A adaptabilidade do seu movimento serpenteante incita à flexibilidade nas mais diversas situações, assim como o seu sangue frio ao uso devido das emoções. Associada à energia vital e sexual, a cobra simboliza a criação, energia criativa mais poderosa que a que cria a própria vida.


Mafalda Felizardo Alquimia | mista - acrílico, marcador e tinta UV sobre tela | 150 x 100cm | 2020 888€


Margarida Fleming (n. 1988) é uma artista autodidata, formada em arquitetura e design gráfico. Eleva-se por meio das variadas linguagens, através da constante experimentação de novas técnicas. A geografia humana das suas pinturas rondam o mistério, no mapa das emoções definidas por traços rápidos e olhos hiper-realistas. Desvenda a humanidade escondida por traços, porque define tudo o que distorcemos na nossa imagem, na nossa vida, na nossa alma. Os traços que constroem seus rostos profundamente expressionistas são densos. Eles conseguem evitar preconceitos de género, artísticos e de beleza.

Borboleta A borboleta simboliza transformação, fazendo referência à metamorfose. Representa a figura feminina. Surrealismo, personificação da alma. Simboliza uma nova vida pulsando, numa analogia às flores da primavera. Efemeridade da natureza e da renovação. As borboletas possuem vidas curtas, nós também passamos por aqui rapidamente. Quem tem medo de viver, jamais viverá.


Fleming Borboleta | mista sobre tela | 110 x 110cm | 2021 3.300€


RAM (n. 1976) Aclamado como um criador de mundos visionários que expressam o desejo primevo da humanidade em explorar o vasto desconhecido, tanto do cosmos como da mente, as energéticas, porém harmoniosas explosões de cor de RAM dão vida a realidades fantásticas regidas pelas forças dinâmicas e primordiais da natureza.

Formiga Socialmente as formigas são o ser mais organizado no nosso Planeta. Cada formiga tem uma função única para a qual foi destinada e todas juntas trabalham para um todo, como se cada colónia fosse um individuo só. Juntas dominam todas as condições atmosféricas e fisicas que o Planeta Terra oferece. São detentoras das maiores construções no planeta (á escala claro) e em todas estas apenas usam materiais orgânicos. Do ponto vista individual a formiga é focada, ultrapassa brilhantemente os desafios que a natureza apresenta e quebra barreiras no sentido de orientação. Escolho a formiga como Animal de inspiração pois existe toda uma energia e organização que me atrai neste ser e há o lado da energia colectiva que me faz sentido . Ser um dentro de um todo. ...Acredito que se existir vida extraterrestre inteligente, existe uma grande probabilidade que o contacto com vida terrestre seja feito com as formigas e não com os humanos .


RAM Formiga | acrílico sobre tela | 100 x 100cm 1.200€


MiMi Bastos (n. 1960) Nasceu em Portugal e graças á sua experiência de vida e inúmeras viagens pelo mundo, tem vindo a ser inspirada pelas cores, atmosferas, luz, brilhos e artes dos países que atravessou. Assim e desde sempre, traduziu na tela e no papel a expressão idílica da energia que a rodeia. Contemporânea, atenta, estudiosa e orientada por mestres de arte, ganhou expressão própria adoptando preferencialmente uma técnica mista, onde imperam os acrílicos, resinas, cristais, folhas, pó e pasta de ouro e prata, sobre tela. Amante das artes, da vida, das cores, dos brilhos, da fantasia e firme na luta pela conservação do planeta e espécies, reflete na sua expressão artística imagens que permitem aos seus seguidores, sonhar e viajar num universo de luz, brilho, cores e mistério. A sua pintura é positiva, natural, espontânea e expressionista, transportando o que visualiza para uma esfera abstrata e quase mística.

O Espírito da Raposa Escolho o espírito da Raposa, devido à sua capacidade de observação, compreensão e grande sensibilidade. Ágil, astuta e intuitiva, ela é persistente nos seus objetivos dos quais não desiste facilmente. A raposa encoraja-nos a pensar, a estimular nossos sentidos, usando-os de uma maneira diferente e engenhosa. Para quem admira apenas a sua beleza, saiba que ela é um símbolo de criatividade e positividade. Com inteligência e sabedoria, a raposa será sempre um símbolo místico que representa a integração entre o mundo terrestre e o espiritual, num universo infinito.


Mimi Bastos Red Fox Spirit (flying energy) | mista - abstrato Acrilico sobre tela de algodão 360gr, texturado, aplicação de peças em cristal vermelho 3 D, e em metalico bronze, folha de ouro e prata | 150 x 100cm | 2021 1.600€


Patrícia Mariano (n. 1988) Patrícia é artista visual, pintora, ilustradora e também publicitária. Ao longo do seu percurso académico, passou por várias áreas diferentes como Medicina Veterinária, Arquitetura, Cinema e a área em que concluiu a sua formação: Comunicação Social. Apesar de nunca ter tido formação académica em Artes Plásticas, começou a desenhar e a pintar logo em criança, com a ajuda e paciência da avó, que também pintava. Desde então, nunca deixou de o fazer. Hoje a sua vida divide-se um pouco entre a arte e a publicidade, e tem vindo a expor o seu trabalho, a solo e colectivamente. Conta com várias intervenções em espaços públicos e privados, pela cidade de Lisboa.

Corvo Reza a lenda que os corvos voam entre dois mundos: o da vida e o da morte. É por isso que, acima de tudo, representam transformação interior. Mas também significam um olhar diferente sobre o mundo. Com os seus ninhos altos, e pelo simples facto de voarem, os corvos conseguem sempre uma perspectiva diferente daquilo que os rodeia. Embora a aparição de corvos possa ser considerada um mau presságio, esse é apenas um dos seus muitos significados. Em muitas culturas são vistos como os animais espirituais que usam magia. E em outras, são sinal de sabedoria e intuição. São definitivamente animais especiais, porque apesar da sua irracionalidade, têm a rara capacidade de resolver problemas lógicos e até de falar. Nem que seja apenas para dizer: “Nevermore”.


Patrícia Mariano Nevermore | Mista - óleo, acrílico e tinta da China sobre tela | 150 x 100cm | 2020 2.200€


Joana Rodrigues ( aka PITANGA, 1980 ) desenha desde que se lembra. Em 2013 decide abandonar as agências de Design e começa um caminho individual que acredita que Vai Dar PITANGA! Dedica-se à ilustração, pintura, design, customização e mais recentemente descobriu que adora dar vida às paredes da cidade e por isso junta também a Street Art aos seus projectos em pinturas de murais alegres e coloridos. Participa em vários eventos de Street Art e PaintJams. Está sempre disposta a novas colaborações e parcerias, porque acredita que é na partilha que está o crescimento pessoal e profissional. O seu trabalho é marcado pelas cores vibrantes em composições simples e orgânicas em diversos formatos e suportes.

HANUMAN O Deus Macaco na tradição Hindu é a encarnação do grande Deus Shivah. É conhecido como o Deus das causas impossíveis, aquele que traz coragem, sabedoria, força e poder, sempre associados à humildade e devoção ao Divino. É visto como o ser ideal para auxiliar nas lutas diárias, sem se deixar ser enganado pelas ilusões do ego. Ele viveu para lutar por Rama, abdicando de interesses pessoais. Ou seja, focado apenas na sua devoção e serviço. O meu animal de inspiração para esta obra recai sobre o macaco que assume a forma de um Deus e foi criado durante o primeiro confinamento onde a incerteza e a inquietude eram presença diária em toda a humanidade. Esta obra projeta esperança e quietude para tudo o que nos parece impossível!


Pitanga Hanuman | Mista - acrílico, spray e marcadores sobre tela | 120 x 70cm | 2020 750€


Rita Ravasco, 1989, natural de Mourão, artista visual, vive e trabalha em Lisboa. Licenciada em Artes Plásticas- Pintura Intermédia no Instituto Politécnico de Tomar. Em 2015 ganhou o concurso de Ilustração Contemporânea Portuguesa, com o tema “Passagens”. O seu percurso conta com exposições individuais e colectivas, intervenções de arte urbana e soma vários projetos de desenvolvimento de linguagens visuais em vários suportes e técnicas, explora pintura, vídeo, ilustração e stop motion. Atualmente está focada na exploração de técnicas que criem mutações entre a pintura digital e a pintura tradicional. As suas peças são invadidas por diversos elementos que compõem diferentes composições visuais, cada elemento disposto funciona como uma peça de puzzle que completa a mensagem. Os resultados destas composições são criados com base em ideias que por vezes estão debaixo dos nossos narizes na qual caminhamos ignorando, os temas variam entra problemas ambientais e sociais. Estas peças são o resultado da busca de equilíbrio, optando por uma linguagem figurativa com a intenção de comunicar com diferentes sensibilidades.

Chimpanzé O nosso percurso conta desde cedo com inúmeras descobertas como sons, sabores, texturas, formas, cores, movimentos - tudo o que absorvemos. Neste labirinto infindo, os animais fazem parte das descobertas que mais contaminam o meu universo pessoal, acompanhando todas as minhas existências. O chimpanzé desde cedo que me desperta. O equilíbrio é uma procura constante e o chimpanzé apresenta na sua forma física características que representam este equilíbrio. Podemos apurar da sua observação, uma dualidade visual entre características que se aproximam do homem e em paralelo características animais, não só no seu aspecto físico mas também no desenvolvimento de habilidades, como criar ferramentas e comportamentos sensíveis. Estes primatas levantam várias questões sobre a forma como funciona o mundo, no posicionamento do homem sobre os restantes animais, numa supremacia egoísta que luta contra nós próprios. O chimpanzé é um complexo mensageiro da natureza que cria uma possibilidade de travessia de consciência entre as várias realidades.


Rita Ravasco Calcula o ruído da tua liberdade | acrílico sobre tela | 120 x 100cm | 2021 1.900€


Sofia Lobato (n. 1987) Nasceu em Lisboa e após concluir a licenciatura em Pintura e Ilustração na Camberwell School of Arts em Londres, as suas pinturas e ilustrações aparecem em diversas publicações, livros e projetos. Participou em exposições em Portugal, na China, no Reino Unido e nos Estados Unidos da América. Em 2020 recebeu um prémio de excelência pela Communication Arts, duas menções honrosas pela American Illustration e pela Creative Quarterly, e o seu trabalho foi seleccionado pela Society of Illustrators e pela revista 3x3.

Alforreca A alforreca ensina-nos como fluir com as forças naturais da mãe terra, pois elas movem-se sempre em harmonia com as correntes da vida. Há alguns curandeiros antigos que mantêm a crença de que a tapeçaria do verdadeiro conhecimento espiritual é realizada dentro da forma transparente da alforreca. Eu identifico-me com este animal espiritual, pois ele ensina-nos a sermos mais amáveis connosco e a questionarmo-nos se estamos a fluir pela vida de forma equilibrada ou se apenas vamos vagueando sem rumo e, assim, falhando em atravessar as correntes necessárias para atingir os nossos objectivos.


Sofia Lobato The Current of Life | Mista - Tinta e carvão em papel de aquarela sob tela de madeira 150 x 100cm | 2020 1.700€


Sónia Travassos Nasceu em Coimbra, Portugal, em 1984. Licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra (FDUC, 2008). Licenciada em Psicologia pela Universitat Abat Oliba Ceu, Barcelona (2013). Mestrado em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia Aplicada (ISPA) Lisboa (2015). Sónia Travassos sempre foi uma pessoa curiosa em relação à arte e às suas expressões. Quando iniciou os estudos em Direito, teve a necessidade de se exprimir de forma criativa, plasmando a sociedade, salvando-se da rigidez dos livros, optando por pintar durante o seu tempo livre. Mais tarde, como estudante de psicologia, viu-se a explorar a complexidade da dor nos relacionamentos, inspirando-se numa abordagem orgânica e colorida, traduzindo sentimentos para as telas de uma maneira muito intensa.Desde então, dedica-se a tempo integral à pintura, através de um estilo neoexpressionista. A sua arte está representada em coleções particulares, nacionais e internacionais, tendo mostrado o seu trabalho em exposições coletivas e individuais, como a Anthology Biennial of Art, Milano, Itália; Goy Art, Roma, Itália; Res non Verba, Lleida - Catalunha, Espanha; Galerie Espace D' Un Instant, Paris, França.

Tigre O meu Inner Animal… Sem dúvida o tigre… Animal possante, por forma a confundir os medos. O medo é o único responsável pelas adversidades da vida, inviabilizando-a. Começa na mente. Num momento sentimonos confiantes, animados, até serenos... E é quando este se instala, o medo de perder, de sofrer, a dúvida, a culpa. A razão deixa de ser suficiente, e apesar das muitas batalhas travadas através dela, a ansiedade instala-se. É preciso lutar contra nós mesmos para podermos amansar este inimigo. Temos de lançar a seta da luz da nossa mente para o combater. Às vezes somos bem sucedidos. O tigre vence.


Sónia Travassos Native | acrílico sobre tela | 150 x 100cm | 2021 2.000€


Tamara Alves (n. 1983) é uma artista visual Portuguesa que reside actualmente em Lisboa. Licenciou-se em Artes Plásticas (ESAD-IPL) e fez um mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas, onde o assunto da dissertação foi “Activismo Público em Contexto Urbano”. Sempre se interessou por um tipo de arte que é “inserida” no mundo, fascinada pela estética da rua e contexto urbano, prefere apresentar o seu trabalho na rua ou em espaços públicos. Tamara Alves tem vindo a construir uma narrativa que celebra de forma crua e poética a vitalidade das sensações fortes, de um devir animal, da paixão bruta, por oposição à deliberação racional. Com base na ideia de que os nossos instintos são aquilo que nos define, a artista invoca um universo de figuras humanas e animais em interacção com a paisagem natural e objectos imbuídos de forte carga simbólica que nos convidam a abraçar os sentimentos como uma força motriz, bravia e indomada. Um universo onde o amor, sempre o amor (que é ferida, dor, lágrimas, mas não menos prazer, regozijo, êxtase), pode ser fruto de um impacto, um acidente, crescendo dentro de nós como uma flor silvestre.

Lobo “Um corpo voltou a mexer-se no interior do meu” Somos animais, somos lobos, seguimos os nossos instintos e corremos descalços pela noite no alcatrão quente. O lobo simboliza um apetite pela liberdade e um vínculo aos nossos instintos.


Tamara Alves A body moved again inside my own | acrílico sobre tela | 120 x 100cm | 2020 2.000€


Tinta Crua (1972) Autodidata nascido de uma das feridas de Lisboa, a sua arte reflete um pouco a cor do sangue dessas desigualdades sociais que perduram até hoje nesta cidade e neste país, seja no acesso aos meios de expressão artística ou em outros ainda mais vitais. 99% dos seus trabalhos já não existem, são originais pintados a mão em papel de dimensões e formas variadas, colados em paredes e vitrines de prédios devolutos no centro da cidade, à noite e o mais rapidamente possível. A vida dessas obras é curta e as mensagens quase sempre provocantes. A técnica de colagem surgiu como única opção, face à dificuldade de pintar murais legalmente em Lisboa e foi-se tornando na sua arma ou pele preferida. “Street Art is dead,long live Inkstremism”

O Lobo solitário Ele há muito que viu a sua alcateia praticamente extinta, por caçadores cegos viciados em açúcar. Refugiou-se na noite e abrigou-se junto das estrelas, suas irmãs, também elas livres, para evitar ser capturado e domesticado. Tem coração de condor e sangue de serpente emplumada, metamorfose que sofreu do tempo em que vagueou pelas Américas. Move-se entre mundos e dimensões, por vezes como um cometa, outras vezes como um espírito. Alimentase da poeira cósmica que as estrelas lhe oferecem. Tinta Crua usa nas suas pinturas pequenas partículas desses universos e mundos paralelos por onde o lobo viaja. As colagens que faz e espalha pelos quatro cantos da cidade são portas de esperança a outros lobos, outros seres que tenham escapado à caçada e andem por aí perdidos, as abram com as chaves da percepção e entrem onde nenhum caçador cego poderá entrar.


Tinta Crua The Lone Wolf | Mista - acrílico e colagem sobre tela | 100 x 100cm | 2020 750€


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