2 minute read

igreja matriz da boa vista

(*) visualização no mapa: item 24.

Quando uma igreja recebe o título de matriz, significa que ela ocupa um posto alto na hierarquia dos templos católicos de uma região. Esse é o caso da Igreja Matriz da Boa Vista (*), a igreja que tem prevalência sobre o movimento religioso da Boa Vista. Antes da sua construção, a Igreja de Santa Cruz era o principal local de realização das celebrações católicas do bairro. Era lá onde a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Boa Vista já realizava as suas atividades desde 1771. Apenas em 1785 foi dado início à edificação do seu próprio templo graças à doação de um grande terreno localizado ao fim das atuais ruas da Imperatriz e do Hospício. Devido a uma escassez de recursos financeiros, a obra se deu de forma muito lenta. Os serviços de pintura, douração e ornamentação só puderam ser realizados em 1822, enquanto a composição da fachada teve início apenas em 1858. Décadas mais tarde, a expectativa enfim deu lugar à celebração: ao presenciarem a chegada do painel da Glória, uma grande pedra esculpida a ser instalada no centro do frontão da igreja, os recifenses entraram em festa. Era esse o indicativo de que as obras finalmente seriam concluídas, o que ocorreu de fato em 1889, 105 anos após o seu início. O desenlace desse longo processo de construção é um templo cujos traços são marcantes: uma fachada inteiramente esculpida em pedra lioz portuguesa, onde se encontram um conjunto de colunas imponentes que enfatizam a verticalidade da edificação, uma série de estátuas dedicadas aos quatro evangelistas e representações de anjos,

Advertisement

guirlandas, marcadores de relógio e outros símbolos que merecem uma observação mais atenta. A partir da Rua do Hospício, tem-se um belo enquadramento dessa igreja, que, junto ao casario histórico e às árvores e palmeiras presentes nos arredores, formam uma imagem representativa dessa porção do bairro.

Ao longo da sua história, a Igreja Matriz da Boa Vista viveu episódios bem distintos, que vão desde a sua condição de palco de pregações político-revolucionárias durante a revolta pernambucana em 1817, seu antigo papel como cemitério local, até a ocupação da sua calçada por mulheres pretas quitandeiras, que armavam seus tabuleiros naquele espaço e comercializavam os mais diversos produtos.

Atualmente, embora o costume de frequentar cerimônias católicas tenha perdido força ao longo dos anos, a igreja continua realizando missas diariamente. Esses ritos são acompanhados por moradores, trabalhadores e transeuntes que vão ao bairro esporadicamente.

This article is from: