3 minute read

rua da aurora

Rua da Aurora vista a partir da Rua do Sol. 2021.

Uma das primeiras associações quando falamos na Rua da Aurora (*), é a de cartão postal, muito ligada ao casario que se situa entre a Ponte Duarte Coelho e a Ponte Princesa Isabel, às margens do Rio Capibaribe. Esta rua começou a ser construída tal como é conhecida hoje em 1806, a partir do aterramento dessa região à margem do rio, em meados de 1740. O aterro da Boa Vista era terreno alagadiço e cheio de mangues, com ocupação irregular. Posteriormente, a “Aurora” foi até mesmo o endereço de residência do Conde da Boa Vista, governador do Recife entre 1837-1842. O seu nome faz referência ao fato de todas as fachadas de seus prédios serem voltadas para a direção em que o sol nasce. A Rua da Aurora se estende até a Ponte do Limoeiro, nela

Advertisement

(*) visualização no mapa: item 48.

(*) visualização no mapa: item 56. estão distribuídos diferentes padrões de ocupação, como os edifícios modernos, seguidos pelo casario oitocentista e, depois, pelas construções monumentais. Mais adiante, há as construções recentes que são edifícios com vários andares. Nesta rua monumental e iluminada, se situam importantes bens culturais, como o Cinema São Luiz, o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, o teatro Arraial Ariano Suassuna (*), o Ginásio Pernambucano e a Assembléia Legislativa de Pernambuco. Essa rua sintetiza as várias características do bairro: É possível ver a Boa Vista moderna, na altura da Ponte Duarte Coelho; É possível contemplar a Boa Vista do comércio tradicional, na altura da rua da imperatriz, bem como nos galpões que vem desde o Cais José Mariano; É possível observar em suas características construtivas a Boa Vista tradicional, e ver que na Rua da Aurora também é ambiente de encontro; E também é possível ver a Boa Vista planejada, das instituições de ensino, pois nessa rua se situam prédios muito ligados à educação e à cultura. Além de tudo, ainda há uma relação de muita proximidade ao Capibaribe, parte essencial da paisagem. Esse conjunto resume um pouco de cada experiência que se pode encontrar no bairro, criando também uma atmosfera especial. De fato, a Rua da Aurora é mesmo uma vitrine da Boa Vista, e para alguns dos entrevistados, suas construções são “o que diferencia o bairro dos outros do Recife”.

Nos mapas das oficinas do Guia, a Rua da Aurora foi marcada como ponto de leveza, segurança, carnaval, música,

arte, e lugar de contemplação do Recife, evocando sentimentos de nostalgia, celebração e diversão. Além dos usos de lazer que são conhecidos hoje, tais como festas e eventos esporádicos, como as várias edições do Som na Rural, a Estação Aurora Saúde, encontros de bike polo nas quadras do Cais da Aurora, foi possível descobrir que no passado havia ainda mais atrativos, conversando com moradores do bairro. Havia por exemplo, um encontro de música e chorinho na rua, e também o encontro de carnaval que vem desde os tempos antigos.

Antigamente eu ia […] para a pracinha na Rua da Aurora. Tinha o [...] Tobogã da Rua da Aurora, uma área de lazer. [...] Tinha a Sorveteria Gemba - “ói, tinha um pudim que eles faziam, que eles botavam um sorvete, era um negócio que eu não sei não [...]

Mulher idosa, moradora do bairro da Boa Vista

Também na Aurora, está o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (*), que foi reconhecido como tal em 1997. Antes, ele era uma galeria antiga, cujo nome homenageia o artista e ativista cultural Aloísio Magalhães. O casarão onde está instalado o museu é do século XIX, e este conta com um acervo de mais de mil obras de artistas brasileiros renomados. No Guia, o MAMAM foi identificado como uma das atividades culturais importantes do bairro, e também como símbolo, tendo valores de memória, histórico e cultural.

(*) visualização no mapa: item 53.

This article is from: