Relatório Final da Oficina de Revitalização da Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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REVITALIZAÇÃO

OFICINA

PRACINHA DO MUSEU Elaboração:

Brasília, março de 2016.


Documento do processo e resultados da Oficina de revitalização da Pracinha do Museu em Planaltina, Distrito Federal. versão 02 Realização da oficina: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios - MPDFT Fundação Aron Birmann Associação Amigos do Centro Histórico de Planaltina - AACHP Coletivo MOB Apoio: Governo de Brasília Subseção Planaltina da OAB-DF Urbanizadora Paranoazinho - UPSA Rádio Utopia 98,1FM Comunicação Comunitária UnB Elaboração de documento: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios - MPDFT Fundação Aron Birmann Coletivo MOB Diagramação e ilustração: Coletivo MOB

Brasília, março de 2016.


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

6

2. METODOLOGIA

9

2.1 A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO PARTICIPATIVO

9

2.2 ATIVIDADE PRÉ-OFICINA

11

2.3 ATIVIDADES INAUGURAIS

11

2.4 ATIVIDADE EM GRUPO

13

3. RESULTADOS

14

3.1 LOUSAS

14

3.2 12 CRITÉRIOS DE QUALIDADE

17

3.3 QUADRO DE REFERÊNCIAS

29

3.4 GRUPOS DE TRABALHO

43

4. RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

49

5. DIRETRIZES DE PROJETO

50

ANEXOS

58

ANEXO 01a: MANUAL DO FACILITADOR

58

ANEXO 01b: LEVANTAMENTO HISTÓRICO DE PLANALTINA

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ANEXO 02: REGISTRO DAS LOUSAS A CADA DIA

62

ANEXO 03: FICHAS DE INSCRIÇÃO DOS PARTICIPANTES

66

ANEXO 04: RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO DOS 12 CRITÉRIOS

70

ANEXO 05a: QUADRO DE REFERÊNCIAS

116

ANEXO 05b: ANOTAÇÕES NO QUADRO DE REFERÊNCIAS

118

ANEXO 06: ANOTAÇÕES DA DISCUSSÃO DOS GRUPOS

119

ANEXO 07: ANOTAÇÕES DOS CONSENSOS FINAI

127

ANEXO 08: REPORTAGEM DO CORREIO BRAZILIENSE

128

ANEXO 09: REPORTAGEM NO DFTV, REDE GLOBO

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ANEXO 10: GRAVAÇÃO DA OFICINA - UPSA

132

ANEXO 11: GRAVAÇÃO DA OFICINA - COLETIVO MOB

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APRESENTAÇÃO Esse documento é produto de oficina realizada em janeiro de 2016 com a comunidade de Planaltina-DF para criação de diretrizes projetuais para a Praça Salviano Monteiro Guimarães, a Pracinha do Museu. Aqui estão detalhadas as metodologias utilizadas para um eficiente processo participativo, os resultados obtidos, recomendações técnicas e diretrizes de projeto para a melhoria do espaço público em questão.

Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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1. INTRODUÇÃO Cercada de casarões da era colonial, a praça Cel. Salviano Monteiro Guimarães, em Planaltina/DF, conserva uma atmosfera bucólica que remete a um significativo papel na história da cidade, ao mesmo tempo em que transparece, pelas transformações sofridas ao longo do tempo, um sentimento de desgaste e distanciamento daquela posição de destaque. O visitante da praça, especialmente ao conversar com a comunidade de usuários mais frequentes, tem a impressão de que o espaço não vive sua melhor época. De certa forma, a “pracinha do museu” – como é carinhosamente chamada por parte da população – caracteriza e ilustra a relação que a comunidade de Planaltina tem com a cidade como um todo. Recheada de sítios e edificações históricos, Planaltina tem visto sua economia migrar do antigo centro (hoje chamado de “centro histórico”) para bairros mais recentes, de traçado urbano mais orientado ao carro do que ao pedestre – mais geométricos que tradicionais. Não seria exagero dizer que, nesse sentido, Planaltina é representativa de um processo de transformação urbana pelo qual passaram praticamente todas as cidades do Brasil (senão do mundo) ao longo do século XX, de forma que a iniciativa da comunidade local de resgatar e recuperar a pequena praça Cel Salviano Monteiro Guimarães se insere num revolucionário processo global, de recuperação do espaço público como palco central da vida humana nas cidades. Planaltina está a 40 km do centro da capital do país.

A oportunidade de transformar sentimento em ação foi desencadeada por uma iniciativa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios de direcionar à revitalização desta praça histórica – onde, diz a memória popular, Juscelino Kubitschek tropeçou e quebrou o pé – recursos oriundos de processos judiciais de compensação por danos ambientais ou similares. A Promotoria de Meio Ambiente do MPDFT, porém, foi além da simples alocação dos recursos e trouxe embutida em si uma exigência de que o dinheiro fosse gasto de acordo com os sonhos e visões da população para o local. Foi nesse contexto e com esse escopo que a Fundação Aron Birmann e o Coletivo MOB – Movimente e ocupe seu bairro – foram convidados a realizar uma oficina participativa com a comunidade de Planaltina, visando à produção de um conjunto objetivo de propostas e diretrizes a serem observadas no processo de requalificação da praça. Após o emprego de algumas metodologias especificamente desenvolvidas para esse tipo de atividade, foi possível mapear a visão comum e coletiva da comunidade planaltinense para este espaço. Com isso, foram identificadas algumas propostas consensuais específicas 6

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e bem definidas (como postes de aspecto histórico, por exemplo), além de sentimentos e necessidades menos tangíveis (como a sensação de insegurança para pedestres), dependentes da tradução de um especialista para que se transformassem em diretrizes específicas (alargamento de calçadas, por exemplo). O presente documento reúne, portanto, dois tipos de recomendações. De um lado, aquelas oriundas diretamente da manifestação popular e, de outro, diretrizes elaboradas por arquitetos e urbanistas a partir dos relatos e anseios da comunidade. Nos capítulos a seguir, são detalhadas as metodologias adotadas e apresentados os resultados obtidos, sempre acompanhados da análise técnica das equipes da Fundação Aron Birmann e do Coletivo MOB. O papel destes facilitadores, porém, não modifica as vontades ou manifestações da comunidade, mas apenas as traduz na forma de diretrizes que possam ser aproveitadas no desenvolvimento de um projeto urbanístico. A revitalização da Praça Cel Salviano Monteiro Guimarães é uma oportunidade de demonstrar que basta uma pequena mudança de atitudes para se transformar completamente o paradigma da nossa relação com o espaço público, para que se desenvolvam soluções antes inimagináveis, para que se encontrem convergências onde antes existia apenas distância e apatia e, principalmente, para demonstrar que uma pequena praça pode ser um grande exemplo para o resto do Brasil.

Pracinha do Museu em 1929. Imagem disponível em http://usinaarteliteraria.blogspot.com.br/2013/07/ historia-de-planaltina-atraves-de_19.html. Acesso em 28/2/2016.

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PROGRAMAÇÃO

REVITALIZAÇÃO DA PRACINHA DO MUSEU Local? Praça Celq Salviano Monteiro Guimarães Dia? k(ú()úA()B Horário previsto? Qh í )kh

Q horas

Café da manhã e apresentação do Grupo de Carimbó 9Sensação Paraense9

Qh)O

Doze princípios de qualidade do espaço público bapenas se tiver soló

)( horas

Apresentação do Conselho de Lideranças em Placemaking

)(hA(

Apresentação do MOB

)(hkO

Atividade? Painel de Referências

)(hO(

Atividade em grupo? Qual sua relação com a Pracinha do Museu?

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Atividade em grupo? Quais as ideias principais para a Pracinha do Museu

))hO(

Apresentação do resultado dos trabalhos em grupo e conclusão final

)Ahk(

Encerramento

Realização

Conselho Brasileiro de Lideranças em Placemaking

Apoio

DISTRITO FEDERAL

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Subseção Planaltina


2. METODOLOGIA 2.1 A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO PARTICIPATIVO Por processo participativo, entende-se o envolvimento das comunidades nas tomadas de decisão que lhes dizem respeito ou que afetam o seu desenvolvimento futuro, conferindo a estes a oportunidade de ter voz ativa. A participação comunitária possibilita maior cooperação entre as partes envolvidas, além de favorecer o afloramento do sentimento de pertencimento e estreitamento com a cidade e seus espaços públicos. Ao mesmo tempo, o processo pode melhorar as capacidades profissionais dos técnicos, especialistas e líderes, conferindo-lhes uma melhor compreensão da dinâmica cotidiana da comunidade a ser estudada e das problemáticas envolvidas.

“Profissionais tem conhecimentos diferentes dos usuários. Usuários são experts em identificar problemas, não necessariamente em resolvê-los. A colaboração é efciente quando todos os participantes no processo compartilham suas áreas de conhecimento uns com os outros.” (SANOFF, 1999)1.

Dentre as tantas vantagens, relevamos algumas delas em seus diferentes âmbitos: Individual: a) Aumentar as capacidades e aptidões, únicas e individuais, de cada um dos cidadãos envolvidos no processo. Aumentar a sua autoestima, a disponibilidade para cooperar e o sentimento de pertença à comunidade em geral; b) Aumentar as capacidades profissionais e estreitar a realidade local dos técnicos, especialistas, líderes e decisores-chave envolvidos, conferindo-lhes uma melhor compreensão da comunidade sobre a qual se estuda. Comunitário: a) Fortalecer o sentimento de comunidade e de pertença, eliminando ou reduzindo os conflitos internos e promovendo a cooperação; b) Obter resultados mais adequados às especificidades da comunidade; c) Garantir o apoio, generalizado e a longo prazo, aos processos de transformação e consequentemente promover a sustentabilidade e independência dos resultados para além do período de funcionamento das intervenções. Organizacional: a) Aumentar a capacidade de atrair indivíduos e recursos necessários para implementar os processos; b) Reduzir os conflitos que consomem tempo e recursos, prejudicando por vezes de forma irreversível o desenvolvimento dos processos. c) Aumentar a informação disponível para a tomada de decisão e, assim, conferir maior capacidade de resposta em ambientes dinâmicos e mutáveis onde as organizações atuam.

1 SANOFF, Henry. Community Pariticipation Methods in Design and Planning. Ebook. Nova York: John Wiley & Sons, Inc. 1999. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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A participação não pode ocorrer se as pessoas não quiserem participar e para isso, é essencial a mobilização social. Para que as pessoas se disponham a participar é preciso que: tenham informações claras sobre os objetivos, as metas, a situação atual e as prioridades da mobilização a cada momento; sintam-se seguras quanto ao reconhecimento, valorização e respeito à sua forma de ser e pensar; sintam a confiança dos outros participantes quanto a sua capacidade e possibilidade de contribuir para o alcance dos objetivos. É importante ter em mente que não existe a “melhor solução” para um problema projetual, que geralmente estará de acordo com os valores de quem a toma. É justamente por isso que decisões exclusivamente profissionais não são necessariamente melhores do que as dos leigos. Por isso, dentro dos processos participativos, o profissional deve ser considerado como mais um participante, identificando as possíveis alternativas e expressando (não impondo) sua opinião. O resultado tem mais chances de sucesso porque responde melhor às necessidades das pessoas que vão usá-lo. Foi pensando nisso que o Coletivo MOB desenvolveu o Manual do Facilitador (Ver Anexo 01). Como nem todos aqueles que estariam comandando o processo participativo em Planaltina haviam passado pelas mesmas experiências de participação comunitária anteriormente, resolveu-se alinhar o conhecimento e detalhar melhor a postura de cada facilitador. Ainda que se nivele o posicionamento de todos os facilitadores e se programe técnicas diversas de participação, deve-se ter em mente que o nível de envolvimento da comunidade pode variar, assim como a complexidade técnica na aplicação do método a ser utilizado. Por isso, foram utilizadas técnicas de abordagens diferentes para que se pudesse extrair o máximo de informações dentro dos diferentes perfis da comunidade. É importante ressaltar que a metodologia utilizada foi fruto de uma adaptação dentro do tempo e recursos disponíveis para que se realizasse o processo participativo. Geralmente, tais atividades são amplas e se desenvolvem em um longo período para que se chegue realmente a um resultado satisfatório para ambas as partes. O mais importante de tais processos é justamente o legado que se deixa de empoderamento, interação e autoestima comunitária que se torna o propulsor do desenvolvimento de novos projetos e sonhos futuros que a comunidade venha a ter, além de ser também o que garante a manutenção, o cuidado, e o estreitamento das relações com o que é bem comum e público. Na ocasião adotamos as seguintes técnicas de participação comunitária, detalhadas posteriormente: • Lousas de rua “O que você deseja...?”: atividade para despertar a curiosidade e instigar o debate; • Questionário com os 12 princípios de qualidade da paisagem do pedestre: facilita o traçado do perfil de como as pessoas percebem a praça intuitivamente; • Painel de referências: traz exemplos reais e visuais que indicam o caráter preferido de praças, materiais e mobiliário urbano adotados pelos moradores. • Grupos de debate: promove o diálogo e o debate entre moradores acerca de quais são os sonhos coletivos para a praça.

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2.2 ATIVIDADE PRÉ-OFICINA 2.2.1 Lousas de rua (O que você deseja para...?) O mural foi inspirado nas lousas do projeto Ocupe Goiânia, criado pelo grupo Sobreurbana, que por sua vez se inspirou no mural mais famoso de Candy Chang “Before I die...” (Antes de morrer...), uma lousa pintada sobre o muro, onde as pessoas são convidadas a escrever o que elas gostariam de fazer antes de morrer. A adaptação foi feita para o contexto de Planaltina, mais especificamente da praça, de forma a engajar e despertar a curiosidade nos moradores. Painéis de giz com os dizeres “O QUE VOCÊ DESEJA...” foram posicionados de forma estratégica tais como locais de afluência de público e no próprio local sob o qual se pretende intervir. A atividade é de grande relevância pois permite a interação por parte de qualquer pessoa, e se mostra atraente justamente pela ludicidade e simplicidade. Participa quem quer, da forma que quer, sem que haja a necessidade de orientações prévias de terceiros. Pretende-se informar o público, proporcionar um meio para a expressão popular, motivar o debate público, e acima de tudo, instigar e envolver a comunidade sobre o que ainda está por vir, deixando-os curiosos e atraídos pelas próximas instruções ou acontecimentos.

2.3 ATIVIDADES INAUGURAIS Parece besteira, mas uma mesa farta faz toda a diferença nos processos participativos. Ela atrai pessoas, acima de tudo aquelas que estão na dúvida ou inseguras se participam ou não das dinâmicas, permite uma conversa informal entre a comunidade em si e entre eles e os facilitadores, além de caracterizar o momento como uma celebração, uma comemoração por estarmos juntos reunidos em prol de um sonho comum. Assim como o café, outra atividade ajudou a criar ambiência mais confortável e descontraída, um grupo local de carimbó animou o início da oficina, isso permite aos facilitadores da oficina conhecer um pouco mais sobre a cultura e os hábitos dos moradores.

Grupo de carimbó ‘Sensação Paraense’ se apresentou antes da oficina.

Café da manhã oferecido à comunidade.

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2.3.1 Questionário: 12 princípios de qualidade da paisagem do pedestre O questionário foi elaborado com base nos 12 princípios de qualidade da paisagem do pedestre, desenvolvidos pelo escritório dinamarquês Gehl Architects (GEHL, 2010)2. Referência mundial no quesito qualidade urbana, o escritório desenvolveu ao longo dos anos metodologias próprias já consolidadas no campo profissional de arquitetos e urbanistas. Dentre elas, estão os 12 princípios que, resumidamente, exemplificam os tipos e categorias de análises que devem ser tomadas para que se determine o nível de qualidade de um determinado espaço público. Segundo Gehl, os princípios são divididos basicamente em três grandes categorias: Proteção, conforto e prazer. Primeiramente é fundamental garantir uma razoável proteção contra riscos, ferimentos físicos, insegurança e influências sensoriais desagradáveis. O próximo passo é garantir que os espaços ofereçam conforto e sejam atrativos, o que envolve sobretudo a garantia de uma boa escala humana e experiências interessantes. Boa arquitetura e design são parte do último critério que deve ser visto como um conceito guarda-chuva, que inclui todas as outras áreas. Espaços qualitativos não deixam nenhum dos aspectos mencionados a desejar. Tomando tais conceitos como base, foi elaborado um questionário (Ver Anexo 04) no qual dentro de cada um dos 12 princípios mencionados os moradores podiam ir marcando como BOM, NEUTRO ou RUIM, de acordo com a sensação intuitiva que tinham da praça. A atividade é interessante em um primeiro momento pois incentiva uma análise mais detalhada do espaço a ser debatido futuramente, levando à reflexão acerca de aspectos que muitas vezes são imperceptíveis no dia-a-dia. Ao serem copilados, os resultados revelam sumariamente o perfil de como o local é avaliado e percebido por seus usuários. 2.3.2 Painel de referências Depois de serem instigados a exercitar um olhar mais específico acerca dos problemas da praça, os participantes foram convidados a votarem nas imagens do Painel de referências. Cada pessoa tinha direito a cinco votos representados em cinco adesivos verdes. Um mural de imagens de exemplos de urbanidade foi levado ao local com o intuito de criar e/ ou aumentar o repertório arquitetônico, urbanístico e paisagístico dos presentes. Além disso, é uma tentativa de propor soluções para as deficiências específicas da praça em questão. Cada um poderia votar nas cinco imagens que mais lhe agradassem, a contabilização da pontuação revelaria a cara que os moradores querem dar àquela praça. A escolha das imagens baseou-se na dúvida de qual o conceito era esperado para o processo de revitalização do local: uma intervenção mais radical e de caráter contemporâneo ou a preservação da identidade local presente nos elementos históricos de estética colonial. Assim, dois grandes grupos puderam ser vistos nas imagens correspondendo à dúvida citada. Dentro das imagens que revelam uma ideia mais moderna e de intervenção por contraste apareciam pisos pavimentados com materiais mais modernos, a mescla de materiais distintos criando paginações diferentes e ainda pinturas de cores chamativas dando destaque a algum elemento escolhido. Já no time de referências para o sentido de manutenção e preservação patrimonial estavam fotos de praças em centros históricos brasileiros, como Piranhas em Alagoas e Paraty no 2 GEHL, Jan. Cidade para pessoas. Perspectiva: São Paulo, 2010.

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Rio de Janeiro; imagens de fachadas coloniais preservadas e pintadas e ainda postes de iluminação com design antigo. Além desses dois grandes grupos a urbanidade foi outro eixo de pesquisa para eleição de repertório. Pirenópolis em Goiás com sua rua destinada a pedestres, quiosques estimulando atividades comerciais, mobiliário favorecendo a permanência, cinema ao ar livre e etc. Importante ressaltar que alinhado aos temas do repertório, as imagens também foram eleitas como propostas para sanar ou amenizar problemas que entendíamos que poderiam ser levantadas pelos participantes da oficina.

2.4 ATIVIDADE EM GRUPO 2.4.1 Grupos de debate Geralmente os processos participativos envolvem grupos grandes de pessoas, o que dificulta uma discussão mais frutífera acerca do espaço sob o qual se pretende intervir. Inspirados pela metodologia intitulada Vivência Oásis do Instituto Elos (Santos, SP), optamos pela divisão em grupos menores de debate (5-10 pessoas) guiados por 2 facilitadores cada um, que entre si chegariam à conclusão de seus desejos coletivos para a praça. Posteriormente apresentam ao restante da comunidade de modo que enfim se possa chegar a uma conclusão geral acerca das intenções para o projeto urbano. Uma vez divididos em grupos, a primeira dinâmica visa conhecer melhor os integrantes e entrosá-los de modo a quebrar o gelo das formalidades. Pedimos para que se apresentem e contem sobre algo que gostam na praça ou alguma história que já tenha envolvido aquele ambiente. Posteriormente o debate segue guiado por cada facilitador. Baseando-nos no Placegame elaborado pela organização americana Project for Public Spaces, a discussão é conduzida por temas-chave como: pontos positivos e pontos negativos da praça; proposições de mudanças a curto prazo e a longo prazo; parcerias e talentos que podem ajudar a implementar as transformações sugeridas. Tudo que é dito é copilado desde que de acordo comum entre os integrantes do grupo, e então transpomos para uma planta baixa da praça alguns dos aspectos relevantes debatidos. Desenhamos juntos por cima da planta as atividades e espaços novos que queremos implementar, bem como a localização onde é desejável que estejam. Isso é o material final do grupo que será apresentado para a comunidade por um líder do grupo eleito por voto aberto. Cada grupo tem então a oportunidade de expor suas ideias para o grupo maior de participantes e então todos ficam cientes dos aspectos comuns e divergentes entre as partes. Os aspectos comuns são levantados e reservados como informação valiosa para o desenvolvimento posterior do projeto e os aspectos divergentes são melhor debatidos para que se tente chegar a uma conclusão comum e então finalizar as propostas sugeridas pela comunidade.

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3. RESULTADOS 3.1 LOUSAS Cinco lousas estiveram posicionadas por duas semanas em pontos de referência na cidade de Planaltina: Pracinha do museu, Igreja Matriz, Forum e Administração Regional. Sempre que os quadros se encontravam completamente preenchidos, as respostas eram apagadas depois de serem fotografadas (Ver Anexo 02). Além de coletar dados, era estratégia de divulgação e promoção de reflexão e debate pelos moradores.

Moradora escrevendo em uma das lousas.

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LOUSAS: CONTRIBUIÇÕES ESCRITAS NO PERÍODO DE 22 A 30/01 Contribuições Data / Nº Fotos 1

2068

22.01

2

2069

22.01

3

2070

22.01

4

2074

22.01

5

2075

6

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2096

16 17

2501 7345

18

7346

19

7347

Localização / Status lousas Praça /em branco Praça /em branco Praça /em branco Praça / Simone escrevendo

Textos das sugestões

Praça / Simone escrevendo 22.01 Praça / Simone escrevendo 22.01 Praça / Simone escrevendo 22.01 Praça / Simone escrevendo 22.01 Praça / Simone escrevendo 22.01 Pisos nivelados, bancos dignos Igreja Matriz/ em branco 22.01 Igreja Matriz/ em branco 22.01 Igreja Matriz/ em branco 22.01 Forum / em 22.01 branco Forum / em 22.01 branco Forum / em 22.01 branco se preocupem com os hospitais, amor, zelo, mais eventos culturais, segurança, cuidado, shows, dança, teatro, poesias, + diversão, + Forum segurança, aceitamento à diversidade, mais dinheiro, pista de skate, policiamento, menos bandidos, encontro com amigos, show gospel, 25.01 dupla sertaneja da Lary e Ryan. 03.02 Igreja Matriz skate, escrito mais de 20 vezes. Praça / lousa apagada 03.02 Administração lazer, iluminação adequada, limpeza, Regional 03.02 urbanização florítica, movimento. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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Forum 20

7348

03.02 Praça

21 22 23 24

7349 7350

03.02 03.02

7351 7352

Administração Regional 03.02 alimentação. 03.02 Igreja Matriz boas novas Brasília.

Igreja Matriz

Forum 25

7353

03.02 Praça

26

7354

03.02 Praça

27 28

7355 7356

03.02 03.02

Igreja Matriz

equipar o espaço com aparelhos de ginástica para proporcionar maior bem-estar para população, volta da feirinha: artesanatos e produtos agrícolas que eram vendidos alí. está bem assim, banheiro público, paz, amor, bebedouro, nada de assalto, mais polícia, bancos melhores, academia ao ar livre, parquinho infantil, coreto, + iluminação, + utilizada, rapadura. forró todo domingo, banheiros, uma área coberta, mais jardins, acessibilidade, divulgação dos eventos,sapatão, maconha retirada desse trailer de lona muito feio, diversões culturais, bancos melhores.

29

7357

30

7358

31

7359

32

114002

33

114011

Administração está bom do jeito tá, banheiros, quiosque, Regional 03.02 segurança, limpeza. que preservam as árvores, vamos cuidar mais Forum 03.02 do verde. academia de ginástica ao ar livre, mais atenção e menos perseguições, segurança, shows, Forum eventos culturais, wi fi, banheiro, filtro, 03.02 principalmente saúde. Administração Regional /em branco 25.01 Administração Regional /em branco 25.01

114200

Administração Regional /em branco 25.01

34

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playground, banheiros, atividade física para diferentes grupos / idades (yoga, alongamento), policiamento ostensivo. projetos culturais, atração cultural, teatro ou musicais, painel de divulgação, festas e eventos, mesinhas, confraternizar, + negões, + sapatão, + amor, hetero, na praça maconha, preta. wi fi grátis, sombra, bancos, substituir o trailer.

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3.2 12 CRITÉRIOS DE QUALIDADE A atividade “12 critérios de qualidade”, originalmente desenvolvida pelo escritório Gehl Architects, com sede em Copenhagen, foi adaptada pela Fundação Aron Birmann, e figurou a primeira atividade apresentada aos moradores de Planaltina na oficina. Conforme chegavam à praça, após realizarem um cadastro básico, os participantes da oficina recebiam uma prancheta com o formulário abaixo reproduzido e foram instruídos a caminhar pela praça e avaliá-la de acordo com os critérios pré-estabelecidos em uma escala simples de apenas três opções: “BOM”, “NEUTRO” e “RUIM”. Os doze critérios foram apresentados em três grandes grupos – Proteção, Oportunidades e Conforto – além de estarem individualmente acompanhados de exemplos de aspectos do espaço a serem observados. Por exemplo, o critério “oportunidades para caminhar” faz parte do grupo “Oportunidades” e é acompanhado do seguinte detalhamento “locais para caminhar / fachadas interessantes / ausência de obstáculos / bons pisos / acessível para todos”.

Morador respondendo ao questionário 12 critérios de qualidade.

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Os 46 participantes da atividade avaliaram de forma bastante negativa a sensação de “proteção” do local. De todas as avaliações nos três aspectos desta categoria, mais de 60% das respostas foram negativas e apenas 15% foram positivas. Nos grupos “Oportunidades” e “Conforto”, por outro lado, as avaliações se distribuem de forma mais homogênea (“Bom”, “Neutro” e “Ruim” aparecem distribuídas em praticamente 1/3 das respostas) não sendo possível tirar qualquer conclusão preliminar.

Os conjuntos de respostas específicas para cada um dos 12 critérios, por outro lado, são bastante informativos e nos permitem tirar conclusões importantes.

Na listagem a seguir, os 12 critérios estão ordenados de acordo com a diferença entre o número de respostas “Bom” e “Ruim”, de forma que o primeiro item da lista é no qual a área foi melhor avaliada enquanto que o último é aquele para o qual houve o maior número de avaliações “Ruim” em relação ao número de avaliações “Bom”.

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Critérios avaliados como positivos:

Oportunidades Oportunidades para sentar

O critério no qual a praça foi mais bem avaliada foi “Oportunidades para sentar”. Este resultado é facilmente atribuído a uma grande quantidade de bancos existentes na praça. Os bancos, porém, em concreto, fixos, planos e sem encosto, foram muito criticados durante a oficina, por serem desconfortáveis e desconectados dos aspectos históricos e patrimoniais da praça. Como diretriz, pode-se estabelecer que a revitalização do espaço não reduza a quantidade de assentos disponíveis, devendo substituir os bancos atuais por outros mais confortáveis e de desenho mais tradicional. Além disso, há oportunidades de melhoria no posicionamento dos assentos ao longo da praça, levando em consideração o entorno, as vistas e os pontos de atividades. Nessa reformulação, deve haver bancos voltados tanto para dentro quanto para fora da praça, permitindo que seus usuários observem o movimento dentro e no entorno da praça. Outro ponto que merece destaque nesse quesito é a ausência de assentos privados. Deve-se estimular que os estabelecimentos instalados no entorno da praça ocupem o espaço público com mesas e cadeiras, contribuindo para a vitalidade geral do ambiente.

Pracinha do Museu, Praça Salviano Monteiro Guimarães. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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conforto Dimensionado em escala humana

Pelo critério adotado (diferença entre avaliações positivas e negativas), o segundo aspecto mais bem avaliado da Praça Cel. Salviano Monteiro Guimarães foi a sua escala humana. Deve-se notar, porém, que quase metade dos participantes da atividade avaliou o desempenho da praça nesse quesito como “Neutro” (48%). De fato, a ambientação da praça respeita a escala humana e suas distâncias são confortáveis aos transeuntes e usuários da praça e seu entorno. As árvores abundantes também contribuem neste quesito, mas é muito possível tornar o espaço bem mais acolhedor com algumas pequenas mudanças. Um ponto de destaque são os postes de iluminação existentes. Uma rede de postes menores, além de poder incorporar desenho tradicional e enaltecer os aspectos históricos da praça, poderia contribuir para a configuração de um espaço mais agradável a todos. Os postes de iluminação existentes são gigantescos e quebram a escala humana. Medidas de configuração de segurança aos pedestres (mais detalhados no quesito “Proteção contra acidentes de trânsito” mais adiante) também contribuirão para um ambiente percebido como mais humano.

Pracinha do Museu, Praça Salviano Monteiro Guimarães.

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Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF


Oportunidades Oportunidades para ver

O terceiro e último critério pelo qual se pode considerar que a praça foi bem avaliada foi “Oportunidades para ver”, mas deve-se perceber que esta é uma análise generosa. De fato, apenas um terço dos participantes avaliou positivamente o espaço neste critério. A abundância de árvores de grande porte certamente contribui para a qualidade das vistas, mas ela não é capaz de contrapor totalmente o prejuízo ocasionado por alguns elementos negativos, tais como: a degradação das fachadas no entorno, a presença de fachadas cegas (muros e cercas) na faculdade e na casa do idoso, a presença de algumas placas que poluem visualmente o entorno e, finalmente, alguns edifícios que perderam sua característica arquitetura colonial. O processo de revitalização pode (e deve) enfrentar estas questões, mesmo que em alguns casos seja preciso negociar contribuições com os proprietários de edifícios no entorno da praça.

Pracinha do Museu, Praça Salviano Monteiro Guimarães. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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Critérios avaliados como neutros ou inconclusivos:

oportunidades Oportunidades para falar e ouvir

Com 41% das respostas considerando a praça como “neutra” no quesito “Oportunidades para falar e ouvir” e com praticamente o mesmo número de avaliações positivas e negativas (30% e 28%, respectivamente), pode-se dizer que a praça Cel. Salviano está longe de oferecer aos seus usuários oportunidades de conversação interessantes. Ainda que a poluição sonora não seja constante, muitos participantes comentaram a respeito da passagem de carros de som com propagandas extremamente inconvenientes e desagradáveis. Um melhor arranjo de bancos (já comentado acima) pode criar oportunidades de interação, especialmente à população idosa, fomentando diálogos. A respeito dos carros de som e outros tipos de poluição sonora, qualquer solução passará por uma organização da comunidade em torno da gestão do espaço. Campanhas de conscientização e equipamentos de sinalização podem contribuir para reduzir esse tipo de situação desagradável.

Pracinha do Museu, Praça Salviano Monteiro Guimarães.

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conforto Oportunidades para se curtir ao ar livre

Os participantes dessa atividade de diagnóstico, se mostraram divididos na avaliação da praça como um espaço para se “curtir o ar livre”, com avaliações positivas (41%) e negativas (39%) praticamente empatadas e é provável que diferentes participantes tenham se atentado a diferentes aspectos desse critério na hora da sua avaliação. De qualquer maneira, de fato a praça se mostra como um espaço aberto relativamente agradável. Apesar do verde abundante, o espaço não convida os pedestres a permanecer no local (ver “Oportunidades para ficar”). Um melhor desenho dos caminhos da praça, com acessibilidade e espaço para atividades físicas relaxantes e eventos culturais podem tornar o local ainda mais interessante nesse quesito.

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Critérios avaliados como negativos:

oportunidades Oportunidades para ficar

Pela lógica, sem diversão ou atrativos que favoreçam a prática de exercícios, o local não oferece também oportunidades para ficar. A avaliação quase neutra neste quesito (38%), mas pendendo para o negativo (32%) se relaciona às oportunidades para sentar, que foram avaliadas positivamente e às oportunidades para se divertir e se exercitar, avaliadas negativamente. As pessoas provavelmente gostariam de ficar mais na praça, mas não veem muitos atrativos para isso.

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Oportunidades Oportunidades para se divertir e se exercitar

Cerca de 38% avaliou negativamente as oportunidades que a praça oferece para diversão e exercícios. A descaracterização do coreto, que não possui cobertura nem energia elétrica, bem como os caminhos desnivelados que dificultam o acesso e as caminhadas devem ter contribuído para a avaliação. Criar oportunidades de diversão passa pela vontade popular mas também pela criação de espaços que propiciem a manifestação cultural. Não há parquinho para as crianças, nem espaços adequados para a prática de esportes.

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conforto Qualidades estéticas e sensoriais

Com 36,7% das respostas negativas, os participantes demonstraram insatisfação com as qualidades estéticas e sensoriais da praça. O coreto sem cobertura, os bancos de concreto e as fachadas que prejudicam a identidade cultural do centro histórico devem ter contribuído para esta percepção. Pichações, piso quebrado e a instalação de diversos equipamentos para a prática do skate, espalhados sem nenhum critério estético e em locais inapropriados ajudam a deixar a praça com aspecto ainda mais descuidado. Um projeto que contemple os diversos usos da praça e que favoreça a integração dos equipamentos de lazer com a natureza presente pode resolver esta questão.

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Oportunidades Oportunidades para caminhar

proteção Proteção contra acidentes de trânsito

Novamente, a falta de caminhos bem demarcados e acessíveis levou os participantes da oficina a avaliarem negativamente as oportunidades que a praça oferece para caminhar. Quase 47% das pessoas marcou de forma negativa este critério. De fato, os bancos em concreto que circulam o desqualificado coreto, a área para pedestres pouco delimitada, a falta de segurança relatada por grande parte dos participantes (ver critérios “Proteção contra acidentes de trânsito” e “Proteção contra crimes e violência”) fazem com que caminhar na praça não seja uma experiência agradável, tampouco segura. O ideal é integrar ações para minimizar o tráfego de veículos em alta velocidade, com o planejamento dos espaços para lazer e prática de esportes.

A praça Cel Salviano é percebida pela maioria (54%) da população entrevistada como insegura para pedestres. As calçadas ao redor da praça não oportunizam ao pedestre (e menos ainda ao portador de necessidades especiais) um trajeto de caminhada desobstruída, forçando a grande maioria das pessoas a caminhar diretamente pela rua. No entorno da praça não há locais de travessia definidos. Tal priorização dos carros incentiva seus motoristas a transitar em alta velocidade, contribuindo para a sensação de insegurança. Diversos participantes da oficina relataram acidentes envolvendo veículos que invadiram o perímetro da praça e criticaram o tráfego de veículos pesados ao seu redor. O processo de revitalização da praça deve tomar como uma de suas prioridades a criação de um ambiente mais seguro para os pedestres. A implantação de elementos redutores de velocidade nas ruas do entorno, de proteção do perímetro da praça nos pontos de possível “invasão” por veículos desgovernados e a demarcação de pontos de travessia são medidas simples, porém, urgentes. Recomenda-se enfaticamente a ampliação das calçadas em todas as ruas do entorno (inclusive nas ligações com outros espaços públicos da região, como a praça da matriz e a praça da igreja histórica). A alocação de mais espaço ao pedestre (simultaneamente acompanhada da redução do espaço disponível aos carros) contribuirá para o estabelecimento de uma hierarquia mais adequada de preferencias e prioridades. Por fim, pode-se considerar a elevação das travessias de pedestre – para o nível da calçada – tanto nos acessos à praça quanto nos cruzamentos das ruas. Este tipo de travessia, além de servir de elemento físico de redução de velocidades dos veículos, indica claramente a prioridade do pedestre e, por isso, é muito bemsucedido em vários lugares do mundo. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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proteção Proteção contra crimes e violência

Como a maioria dos participantes da atividade de diagnóstico eram moradores de Planaltina, é provável que a avaliação do espaço no quesito de proteção contra crimes e violência não tenha levado em consideração apenas os aspectos visíveis da praça, mas também a sensação de segurança que estes indivíduos possuem pelo que conhecem daquele local. Este fato apenas enriquece os dados obtidos, que demonstram claramente uma preocupação grande dos participantes em relação a isso. Tanto é que este foi o segundo critério mais negativo em todo o diagnóstico. A criação de um ambiente seguro para todos, inclusive crianças e idosos e pessoas de todas as classes sociais, passa pela criação de um lugar vivo e ativo em todos os horários do dia e da noite. Um lugar com gente é um lugar seguro. Incentivar a recuperação das fachadas do entorno, aprimorar a iluminação durante a noite, incentivar que bares e restaurantes ocupem o espaço de calçada e da praça, promover a ocupação de edifícios abandonados ou fechados, sugerir a eliminação de muros e fachadas cegas e desenvolver uma programação intensa de atividades na praça durante todo o ano e em todos os horários do dia são elementos fundamentais na criação de um ambiente mais seguro. De certa forma, a solução para o problema da segurança está relacionada aos aprimoramentos que se espera em todos os outros critérios de qualidade do espaço público avaliados aqui.

proteção Proteção contra experiências desagradáveis

De todos os doze critérios, nenhum gerou avaliações piores que o de “Proteção contra experiências desagradáveis”, associado a aspectos climáticos (chuva, vento, calor e frio), poluição, poeira, ruídos, etc. De todos os questionários preenchidos, 72% avaliaram negativamente a praça de acordo com este critério e menos de 7% o avaliaram positivamente. Por mais que seja natural que espaços abertos sejam mais suscetíveis aos efeitos negativos do clima, seria possível amenizar tais efeitos por meio de pequenas intervenções. A exposição ao clima, afinal de contas, poderia ser um aspecto positivo do espaço público. Para tanto, é importante criar um entorno mais acolhedor e mais conectado com a praça. Oportunidades de se abrigar nos restaurantes e cafés ou de se sentar sob uma cobertura num momento de chuva podem minimizar o risco de se aproveitar o dia na praça. Além disso, a recuperação das placas de sinalização (atualmente pichadas) e a instalação de lixeiras podem reduzir a poluição tanto visual como do piso e do espaço da praça em geral.

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3.3 QUADRO DE REFERÊNCIAS A terceira atividade buscava levar repertório arquitetônico e urbanístico aos participantes e perceber as ideias e conceitos que os moradores gostariam de ver na praça. Cada pessoa tinha direito a cinco votos representados por cinco adesivos que deveria ser colados nas fotos de seu agrado. Essa atividade foi bem recebida, o apelo visual funciona para instigar os participantes a pensar em ideias que poderiam ser implementadas. Enquanto votavam as imagens geraram discussões acerca do que poderia ser melhor para a praça. Por processo participativo, entende-se o envolvimento das comunidades nas tomadas de decisão que lhes dizem respeito ou que afetam o seu desenvolvimento futuro, conferindo a estes a oportunidade de ter voz ativa. A participação comunitária possibilita maior cooperação entre as partes envolvidas, além de favorecer o afloramento do sentimento de pertencimento e estreitamento com a cidade e seus espaços públicos. Ao mesmo tempo, o processo pode melhorar as capacidades profissionais dos técnicos, especialistas e líderes, conferindo-lhes uma melhor compreensão da dinâmica cotidiana da comunidade a ser estudada e das problemáticas envolvidas. A seguir as imagens usadas como referência, em ordem decrescente de votos, acompanhadas da legenda utilizada e de seu número de identificação.

Moradores votando no quadro de referências e debatendo imagens.

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Morador votando no quadro de referências.

A seguir as imagens usadas como referência para a oficina acompanhadas de seu número de identificação e quantidade de votos recebidos. 22

Coreto

Coreto em centro histórico, Penedo, Alagoas. Nas praças antigas brasileiras era muito frequente a existência de um Coreto, elemento construído que funcionava como espaço de convívio. Hoje, muitos ainda são preservados como elemento físico que conte a história daquele local e sirva como palco para eventos. Obteve 24 votos. 37 Cinema

ao ar livre Cadeiras e telão improvisando um cinema ao ar livre. Os encontros no espaço público podem ser estudados como programados ou aleatórios. Um cinema ao ar livre pode ser atividade marcada para acontecer em um momento específico e, portanto, funcionar como encontro programado. Essa é uma atividade que não necessita, obrigatoriamente, de suporte físico construído no local, cadeiras soltas e telas provisórias podem ser utilizadas. Obteve 18 votos.

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3 Quiosques

e bancas

26 Mesas

e cadeiras na rua

Rua tomada por mesas de estabelecimentos comerciais em Pirenópolis, Goiás. Na imagem vemos a famosa Rua do Lazer em Pirenópolis, que assim funciona pelo uso do solo ser destinado a comércio, o que levou atividade e pessoas para o local, e também pelo fechamento do trecho para uso Quiosques para uso comercial exclusivo de pedestres. Obteve 15 votos. em centro histórico na República Checa. Estruturas contemporâneas fornecem 27 Bancos para deitar abrigo para funcionamento de lojas e lanchonetes favorecendo a dinamização no local. A instalação de comércio em espaços públicos favorece a movimentação levando a maior segurança pela simples presença de pessoas. Obteve 16 votos.

56 Bicicletário

Mobiliário urbano que favorece o uso para descanso na posição deitado. O uso de mobiliário se torna imprescindível para o bem estar dos usuários e qualidade dos espaços públicos. Assim, estruturas que convidem as pessoas a interagir com o local e ali permanecer são sempre bemvindas. Obteve 13 votos.

Bicicletário que também pode ser assento. A instalação de bicicletários incentiva o uso da bicicleta como transporte, além de seu uso para recreação. Outra vantagem aqui é a dupla utilidade do elemento da imagem. Obteve 12 votos. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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Iluminação antiga

6 Pavimento

colorido

Postes com desenho que remetem à estética colonial em Quito, Equador. Postes com referência ao momento histórico de surgimento e consolidação de Planaltina. Apresenta escala mais humana e requer estudo luminotécnico 52 Caminhos de madeira específico. Obteve 11 votos. Caminho peatonal 54 Jardins utilizando materiais marcado. Diferentes recicláveis materiais no piso podem delimitar zonas e percursos específicos, aqui os pedestres ganham importância por estarem em nível elevado ao solo e ganham, também, acessibilidade. Obteve 9 votos. 23 Muretas

Banco e jardineiras feitos de material reciclável. O uso de objetos que iriam para o lixo e sua conversão em novos elementos é justificável dentro do discurso de sustentabilidade. Além disso, é fácil que a comunidade se junte para criar e produzir artigos nesse sentido. Obteve 10 votos. 32

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Pintura de bloquetes. Muitas intervenções podem ser feitas com poucos materiais, sem necessidade de mão-de-obra específica e em pouco tempo. Uma delas é a pintura de elementos já existentes como nessa imagem. Obteve 10 votos.

altas com bancos

Jardins elevados com bancos em seus limites. Aproveitamento do perímetro dos canteiros para instalação de bancos. Favorece o uso para sentar em mais locais e não nos pontos específicos de presença de mobiliários. Obteve 8 votos.


17 Iluminação

típica, Paraty-RJ

Arandelas nas fachadas das casas com desenho típico colonial brasileiro em Paraty, Rio de Janeiro. O desenho e escala dos elementos componentes dos espaços públicos têm poder de remeter a um específico momento histórico. A iluminação é forte aliada na busca pelo ‘ar de cidade do interior’. Obteve 7 votos. 41 Bancos

50 Grama

com encosto

Bancos com encosto sobre estrutura de concreto que serve como banco sem encosto. Variedades entre a presença ou não de encosto e uso de materiais com aspecto moderno. Obteve 6 votos.

misturada com pavimentação Pavimentação e grama de maneira fluida. Mistura de materiais com grama demonstra sensibilidade com o espaço além de provocar experiência sensorial rica e oferecer área para permeabilidade da chuva. Obteve 6 votos.

19 Trepadeiras

e hortas urbanas

Praça verdejada com paisagismo produtivo. A variedade de vegetação se torna importante para a criação de perspectivas e não bloqueio de elementos interessantes. O projeto paisagístico traz aqui, ainda, a produção de alimentos em espaços públicos, as hortas urbanas. Além da definição de um perímetro para tal atividade, a mobilização comunitária é imprescindível para seu bom funcionamento. Obteve 6 votos. 50 Bancos

coloridos de formato orgânico

Bancos com formato e cores que despertam o lado lúdico. Oferecer oportunidades de brincar na rua estimula a interação social e o uso do espaço público. Não são apenas as crianças que podem brincar e exercitar a mente de maneira lúdica. Elementos que usam formas e cores estimulantes podem ser pontos positivos na cidade. Aqui os bancos acompanham o desenho dos canteiros dos jardins. Obteve 5 votos. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

33


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Bares e restaurantes na rua

14 Bancos

curvos e coloridos

Rua do Lazer em Pirenópolis, Goiás. Ruas com trânsito exclusivo para pedestres garantem e incentivam o uso do transporte coletivo. A presença de bares e restaurantes garante a oferta de atividades Jardins elevados com assento acompanhando e contribui para a ambiência de convívio seus limites em Tiajin, China. Jardins social. Obteve 5 votos. elevados com bancos acoplados favorecem a permanência dos usuários por oferecem mais 25 Fachadas históricas coloridas opções de locais para interação entre pessoas. O aspecto estético é valorizado no uso da cor contrastante ao verde da vegetação. Obteve 3 votos. 38 Bancos

diversos

Fachadas bem conservadas no centro histórico de Piranhas, Alagoas. Além de olhar para o interior da praça, é importante tratar das adjacências, das fachadas. Uma boa conservação dos casarões e demais edifícios históricos mantem parte da identidade da cidade viva além de contribuir para o turismo. Obteve 3 votos. 8 Banco

com jardim Banco nos canteiros de jardim. Às bordas dos canteiros podem ser adicionados assentos fazendo com que todos os limites do canteiro sejam Bancos pequenos, sem encosto e com passíveis de sentar. materiais diversos. A importância de bancos nos espaços públicos é incentivar a Obteve 3 votos. permanência e sociabilidade no local. Na foto, diferentes materiais em bancos sem encosto. Obteve 3 votos.

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20 Piso

colorido com jardim

55 Árvore

com banco em volta

Pavimentação colorida criando ambiente lúdico e demarcando área. O uso de diversas pavimentações traz experiência sensorial distinta e pode também servir como elemento de comunicação visual para delimitar áreas ou marcar Bancos que abraçam as caminhos. Obteve 2 votos. árvores. Bancos rodeando o caule de árvores são 45 Pavimentação pintada garantia de sombra além de oferecer vista panorâmica. Podem também ser feitos com encosto. Obteve 2 votos. 34 Redes

Pintura no chão como passagem de pedestres. O uso de cores e texturas diferenciadas na pavimentação de áreas urbanas são ferramentas que podem ser usadas para chamar a atenção para algum elemento. Percursos, zonas de atividades específicas, ciclovias, edifícios e etc podem ser demarcados. Obteve 2 votos.

Poste de iluminação pública com desenho antigo. O uso de elementos com escala mais humana dota o espaço público de mais aconchego e segurança. Para Planaltina, conversa com a memória do lugar. Obteve 2 votos. 33 Bancos

Estrutura em corda que pode ser usada como elemento de permanência. O uso de mobiliários e elementos que convidem o usuário a interagir com o espaço das mais variadas formas é estratégia para garantir gente nos espaços públicos e, portanto, atividades e segurança. Obteve 2 votos.

48 Posteamento

curvos

Mobiliário de estética moderna com formato linear e curvo. Bancos grandes favorecem a permanência de grandes grupos. Bancos compridos favorecem a permanência em mais locais. Obteve 2 votos.

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31 Banco

adaptado à mureta

Aplicação de assento com encosto sobre a estrutura delimitadora dos canteiros. Muitos elementos que não foram desenhados para tal função podem ser revertidos em bancos, isso acontece frequentemente com as bordas dos canteiros, que podem ser aproveitados para a aplicação de bancos. Obteve 2 votos. 1 Contato

com a água

43 Araxá

2 Praça

Praça no centro histórico de Araxá, Minas Gerais. A reforma sofrida por essa praça demonstra o emprego de materiais ligados à modernidade, como vidro e concreto. O desenho da praça não chama atenção para outros elementos que não seja a igreja central. Obteve 2 votos. 7 Pavimentação

e jardins

Praça com caráter histórico em Sucre, Bolívia. Edifícios de caráter arquitetônico que nos remetem a um centro histórico, bem arborizado, bem pavimentado e com boa presença de mobiliário urbano. A praça revela adaptação do local para novas demandas de permanência. Obteve 2 votos. 13 Rua

Fonte memorial de Diana, princesa de Gales, Londres. Elemento para suportar curso de água que também funciona como espaço de estar, sentar. Oferece contato direto com a água, favorece aproximação à natureza e experiência sensorial além de auxiliar no conforto em dias mais quentes. Obteve 1 voto. 36

Pavimentação misturada à vegetação. Produzir espaços onde a água da chuva pode se infiltrar melhor contribui para os processos naturais do ciclo da água. Obteve 1 voto.

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central em Sucre

para pedestres

Rua para pedestres, Lima, Peru. Uma rua de tráfego de pedestres desfavorece o carro e incentiva o transporte público. A presença de pessoas dinamiza a área e possibilita a implantação de lojas com suas vitrines. Obteve 1 voto.


15 Bancos

e mesas

Mobiliário de aspecto moderno. Para promover a permanência dos usuários em um espaço público é importante a existência de estrutura que suporte as pessoas de maneira cômoda. Aqui, o exemplo sugere o uso de cadeiras com estética mais moderna. Obteve 1 voto.

15 Pavimentação

Pavimentação de pedras, típica de cidades antigas brasileiras. Antes do uso do asfalto, as pedras eram o material empregado para pavimentação de vias e calçadas. Obteve 1 voto. 49 Diferentes

30 Mesas

e mobiliário para deitar

51 Grama,

Mobiliário urbano que incentiva diversos usos como deitar. Mais uma vez os elementos físicos dispostos em um espaço público se mostram incentivadores de permanência e, portanto, de mais vida, mais pessoas e mais segurança nas ruas. A diversidade de posições oferecidas por esse mobiliário é ponto positivo. Obteve 1 voto.

de pedras

desenhos de piso Diferentes desenhos de piso. O mesmo bloco pode ser instalado em direções e criando linhas e desenhos diferentes no chão. Esse pode ser um instrumento para demarcar áreas específicas, chamar a atenção para algum elemento ou revelar os trajetos principais no local. Obteve 1 voto.

pedra e concreto Mescla de materiais na pavimentação. Aplicar vários tipos de materiais e texturas em um projeto urbano contribui para riqueza visual, proporciona maior experimentação sensorial além de transmitir sensibilidade e cuidado com o público. Obteve 1 voto.

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Imagens que não receberam votos:

Bancos em volta da árvore. 5 Escadas e bancos. Suportes 6 Piso de pedra. Praça com Mobiliário de proteção a que funcionam como mesas pavimentação em pedra na árvores e funciona como alocadas em escadaria, Praça da República em Paris, banco. Madri, Espanha. França. 4

Espelho d’água. Retomada 10 Anfiteatro com mesinhas. 11 Canteiros geométricos. de canteiros de curso de água dentro da Suportes que funcionam Desenho geométricos em Chengdu, cidade em Bayoles, Espanha. como mesas alocadas em China. escadaria. 9

Bloquetes de concreto e 18 Contorno de árvores. 28 Paralelepípedos coloridos. grama. Uso de pavimentos Proteção para raízes das Substituição de asfalto por com maior permeabilidade árvores feita em concreto. bloquetes coloridos. do solo e texturas. 12

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29 Iluminação de centro histórico. Praça brasileira com estética colonial nas fachadas e elementos de iluminação.

32 Praça em centro histórico. 36 Rua para pedestres. Rua Praça com fachadas de trânsito exclusivo para históricas e piso pavimentado pedestres no centro histórico no centro histórico de Paraty, de Salvador, Bahia. Rio de Janeiro.

39 Bancos de ripas e cobogós.

Caminho pintado de concreto. Pintura em cor diferente do entorno para demarcar área. Melbourne, Austrália.

42 Rua demarcando áreas. Banco feito com materiais Chão pintado em cor simples e de aspecto contrastante ao meio dando moderno, sem encosto. caráter moderno ao local, Lisboa

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Faixa de pedestres 53 Bloquetes de concreto e colorida. Faixa de pedestres grama. Proteção para raízes em cores sinalizando a das árvores feita em concreto. importância de tal elemento.

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Em um panorama geral, as imagens que mais receberam votos foram as que demonstravam espaços e elementos esteticamente desenhados com conceito no antigo, no estilo colonial. As duas imagens de coreto foram o item mais votado com 24 pontos, elemento amplamente defendido pelos moradores devido ao caráter histórico e uso atual para eventos. O cinema ao ar livre, segunda imagem mais votada com 18 pontos, foi uma surpresa para a equipe. O alto número de bolinhas verdes demonstra o desejo por mais atividades culturais ali no espaço. O interessante é perceber que a estrutura básica já está presente, um anfiteatro com palco nivelado acima, o que falta são ações que proporcionem tal atividade. Estruturas provisórias podem ser adequadas para suprir essa vontade da comunidade, um telão e cada um leva sua cadeira. Durante a análise das imagens, percebeu-se que muitas delas indicavam as mesmas ideias e, portanto, podem ser encaradas como um único elemento na tabela de preferências, são elas: a. Postes com iluminação antiga (17, 24, 28 e 48); b. Bancos para deitar (27 e 30); c. Mesas na rua (26 e 35); d. Piso colorido (20, 28, 42, 44, 45, 46 e 47) e e. Grama mesclada ao pavimento (7, 50, 51 e 53). Assim, o novo ranking de referências para a praça fica assim:

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Imagens agrupadas por ideias, os votos foram somados e novo ranking foi feito.

Outras tantas imagens não foram votadas, 17 delas. A maioria expressa aspectos de modernidade inseridos no espaço público como cores fortes no piso, ainda que outras fotografias semelhantes tenham sido bem votadas, e uso de diferentes materiais combinados. As imagens que relembravam elementos capazes de induzir o contato com a água não foram votados.

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3.4 GRUPOS DE TRABALHO Os participantes foram separados em quatro grupos nos quais tiveram acesso às plantas da praça e apoio de material de desenho e escrita. Com ajuda dos facilitadores (equipe técnica), os integrantes colocaram suas observações e os pontos mais pertinentes de bem feitoria à praça. A seguir, serão listadas as respectivas observações de cada grupo: GRUPO 1

Apresentação do grupo 01 no dia da oficina.

Otimizar a acessibilidade;

Centro de Atendimento ao Turista com infraestrutura completa (WC, etc);

Informações com mapa do contexto histórico;

Políticas públicas permanentes e compartilhadas;

Restauração das fachadas e do entorno;

Coreto com cobertura e estrutura para iluminação e pontos de energia;

Proibir o tráfego de carros aos finais de semana e feriados;

Museu aberto aos finais de semana se tornando um elo integrador na cidade;

Integração entre as praças;

Iluminação em escala humana e colonial.

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GRUPO 2

Apresentação do grupo 02 no dia da oficina.

Palco com boa iluminação;

Bancos com encosto;

Bancos com design;

Coreto com cobertura;

Proibir o tráfego;

Otimizar a acessibilidade;

Colocar mais cor na praça;

Paisagismo do jardim;

Esconder a fiação;

Otimizar a acessibilidade;

Iluminação em escala humana e colonial.

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GRUPO 3

Apresentação do grupo 03 no dia da oficina.

Bancos com encosto;

Preservar as árvores;

Otimizar a acessibilidade;

Palco com pontos de energia e iluminação;

Banheiros;

Melhorar atividades com a comunidade (todas as idades);

Integração das atividades com a praça, ex.: skate;

Segurança pública;

Restaurar e preservar as fachadas do entorno;

Proibir tráfego de veículos pesados;

Retirar poluição sonora e visual;

Faixas de pedestres;

Proteção da Av. Goiás;

Iluminação em escala humana e colonial.

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GRUPO 4

Apresentação do grupo 04 no dia da oficina.

Preservar as árvores;

Viabilizar o roteiro turístico;

Contextualizar história;

Restaurar e preservar fachadas;

Promover mais eventos;

Iluminação em escala humana e colonial;

Proibir tráfego de carros;

Otimizar a acessibilidade;

Banheiros;

Bebedouros;

Viabilizar o acesso ao museu;

Promover o contexto cultural em escolas;

Retirar poluição visual e sonora;

Disponibilizar equipamentos e apoio para atividades.

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Ao final das atividades, os grupos fizeram a apresentação de suas propostas para todos que se encontravam na praça, mostraram suas ideias e justificativas para tornar a praça um ambiente mais receptivo. Priorizaram não somente a revitalização da infraestrutura da praça, mas também, o envolvimento da comunidade em todas as etapas. Os grupos mostraram-se bastante preocupados com a valorização histórica e cultural da praça, sugerindo a recuperação dos edifícios que a circundam, a disponibilização de informações e mapas sobre a praça e a cidade (educação patrimonial), a “limpeza” visual (por meio da eliminação de anúncios publicitários no perímetro da praça) e a iluminação no estilo colonial. Somado a isso, indicaram o museu como elo integrador do centro histórico (que deve ser aberto aos finais de semana), propondo a conexão desta praça com as demais, por meio de sinalização e pavimentação adequadas, que viabilizaria um roteiro turístico para a cidade. Entre os grupos, a melhoria da acessibilidade da praça também foi indicada como ponto importante, uma vez que existem muitos desníveis que dificultam a locomoção de idosos e portadores de necessidades especiais. A cobertura para o coreto, além de pontos de energia também foram citados como necessários para a realização e promoção de mais eventos culturais. Por fim, o ponto que merece um pouco de atenção por ter sido conflitante é a questão da segurança para pedestres e da poluição sonora, ocasionada pelo fluxo intenso de veículos ao redor da praça. De um lado, alguns grupos defenderam a limitação de veículos ao redor da praça aos finais de semana, que permitiria uma maior apropriação da rua pelos habitantes e turistas, a extensão do comércio por meio da acomodação de mesas de bares e de restaurantes e até mesmo, o surgimento de outras atividades, como mercado e feirinha. De outro, defendem apenas a proibição do tráfego pesado, como a circulação de ônibus e caminhões que atualmente já são vetados, mas que continuam passando irregularmente. Sugere-se, neste caso, soluções arquitetônicas de traffic calming, como a mudança da pavimentação que naturalmente forçaria os veículos a diminuírem a velocidade, e a transformação da via em via compartilhada para veículos e pedestres, incentivando o uso comum. Em um último momento, os facilitadores ajudaram na compilação das reivindicações que poderiam ser consideradas consensos entre todos. Dentre elas estão o pedido de cobertura flexível para o palco já existente, melhoria de acessibilidade, iluminação em estilo colonial e sinalização de educação patrimonial.

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4. RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS A partir das observações feitas em visitas técnicas, da análise dos dados e das informações obtidas durante a Oficina de Revitalização da Praça Cel. Salviano Guimarães, o corpo técnico responsável pela elaboração deste documento enumerou algumas recomendações técnicas e de gestão, para obtenção dos melhores resultados para a Praça.

a. Verificação da rede de drenagem, em todo o entorno da Praça, pois pode estar suja e, por isso, apresentar alagamentos em dias de chuvas fortes; b. Caso a rede não esteja em boas condições de manutenção, acionar a NOVACAP, responsável pelos projetos e obras, para que seja corrigido o problema; c. Execução de novas calçadas, com pisos adequados (concreto, por exemplo) e largura suficiente para proporcionar caminhadas confortáveis (mínimo de 2,50m); d. Nivelamento do piso da praça, em toda sua extensão, de forma a eliminar os desníveis e degraus existentes, permitindo perfeita acessibilidade; e. Manter as características autênticas dos imóveis tombados e de todo o entorno da praça, eliminando, por exemplo, os fechamentos em muros e gradis presentes em várias edificações; f. Utilizar para isso as fotos de arquivo, ou de outras fontes de pesquisa, visando reconstruir a volumetria e as fachadas dos imóveis do entorno da praça; g. As despesas referentes à manutenção dos imóveis tombados poderiam ser bancadas através de redução ou isenção de IPTU, como forma de manter a história arquitetônica de Planaltina; h. É de extrema importância que seja feita uma gestão profissional da praça, para que ela seja viva, mantida em boas condições, apresente calendário de eventos e permita a real apropriação do espaço pelos moradores de Planaltina; i. Para isso, as entidades associativas deverão se mobilizar e promover, num conselho único, a habilitação junto à Administração Regional, para promover a gestão da praça;

j. Criar calendário dinâmico, com atividades que integrem lazer e cultura;

k. Revisar processos burocráticos de uso da praça por parte da comunidade, principalmente no que tange à cobrança por parte de diversos órgãos responsáveis pela área para oferecimento de seus serviços e à dificuldade por parte dos moradores de seguir com o pedido.

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5. dIRETRIZES DE PROJETO PRIORIZAÇÃO DE PEDESTRES 1. Alargamento das calçadas, garantindo passeio desobstruído e nivelado de pelo menos 1 metro de largura nas ruas que contornam as praças do museu, da matriz e da igreja histórica, bem como nas vias de ligação entre elas. Especialmente na via entre as praças do museu e da matriz, redução da caixa da via de rolamento. 2. Criação de passeio desobstruído e nivelado de largura mínima de 1 metro no contorno das praças do museu, da matriz e da igreja histórica, em percurso retilíneo acompanhando o formato das praças. 3. Pintura de marcações de distância, criando circuito de caminhada no contorno de cada praça, bem como na calçada geral, ao redor das três praças. 4. Restrição de tráfego de veículos pesados ao redor da praça do museu. Instalação de pórtico nas vias de acesso, impondo limitação de altura. 5. Implementação de novos pontos de travessia para pedestre ao longo das vias de contorno das três praças, bem como das ruas de ligação entre elas. Nos contornos das praças, implementar travessias no nível da calçada (“traffic calming”), com pintura de destaque, indicando sujeição dos veículos motorizados à prioridade dos pedestres. 6. Instalação de lombadas nas proximidades das três praças, especialmente Av. Goiás, impondo redução de velocidade dos veículos. 7. Eliminação de degraus, guias elevadas e outros obstáculos no piso da praça do museu, bem como dos circuitos tortuosos existentes, viabilizando acesso integral a toda a superfície da praça a pessoas com mobilidade reduzida. 8 .Sinalização horizontal e vertical conscientizando motoristas a respeito do centro histórico e da preferência a modais não motorizados.

CONFORTO E ESCALA HUMANA 9. Instalação de iluminação pública em postes baixos, em escala humana e estilo colonial, começando pela praça do museu e possivelmente se estendendo às outras duas (matriz e igreja histórica).

10. Convênio com restaurantes e lojas para utilização dos banheiros pela população.

11. Incentivo aos comerciantes adjacentes à praça do museu que ocupem as calçadas, especialmente com mesas e bancos levando sua clientela ao espaço aberto. Nos finais de semana, possibilidade de instalação de mesas e cadeiras diretamente no espaço da praça. 12. Eliminação de bancos de concreto. Eliminação de bancos sem encosto. Instalação de bancos de madeira, em estilo tradicional, com encosto e apoio para o braço. 13. Instalação de lixeiras em diversos pontos das três praças, bem como das vias de contorno e ligação. 50

14. Proibição de carros de som ao redor das três praças, acompanhada de sinalização. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF


CARACTERIZAÇÃO 15. Incentivo à recuperação de edifícios históricos (especialmente ao redor da praça do museu e na via de ligação desta com a praça da igreja histórica).

16. Pintura dos edifícios ao redor da praça do museu, revitalizando as fachadas.

17. Abordagem aos proprietários de lotes adjacentes à praça do museu em que haja muro ou fachada cega. Proposta de ativação das fachadas e integração com a praça por meio da remoção dos muros. 18. Abordagem à paróquia local propondo remoção da grade ao redor da igreja da matriz e sua integração à praça. 19. Abordagem dos proprietários de lotes privados adjacentes à praça do museu, visando à remoção dos outdoors.

20. Integração do Forró à praça.

21. Instalação de rede de iluminação pública e mobiliário urbano em estilo colonial nas três praças. 22. Instalação de sinalização educativa nas três praças, focada nos aspectos patrimoniais (ex. História de Planaltina), ecológicos (ex. plaqueamento de todas árvores nas três praças) e comunitários (ex. mapa dos circuitos de caminhada com distâncias / mural comunitário). 23. Avançar com proposta de fazer do Museu Artístico e Cultural de Planaltina um centro de documentos e imagens da história de Planaltina, com fotos, réplicas de documentos e áudio visuais tanto sobre a história da cidade, como sobre as pessoas e famílias. Isso podia ser grande aglutinador do processo.

INFRAESTRUTURA URBANA 24. Vistoria na rede de drenagem de águas pluviais existentes nas três praças e nas vias do entorno, especialmente na via que liga a praça da matriz à praça do museu, visando à sua desobstrução, recuperação, etc. 25. Instalação de coreto de aspecto tradicional na praça do museu, resgatando elemento histórico do local.

26. Instalação de tomada elétrica no palco e coreto.

27. Instalação de skate park na praça da igreja histórica. Remoção dos elementos de skate na praça do museu. 28. Recuperação do ambiente para prática de capoeira (e atividades similares) na praça do museu, com nivelamento do piso nos pontos de acesso e eliminação de obstáculos (degraus, desníveis, etc.). 29. Remoção de placas e outros elementos degradados que contribuem atualmente para a poluição visual do ambiente das três praças.

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GESTÃO 30. Criação de entidade associativa da comunidade, na qual todos os grupos de Planaltina atualmente mobilizados e engajados tenham representação. 31. Estruturação de convênio ou parceria com Poder Público visando à realização de atividades recreativas, esportivas, culturais, gastronômicas e pedagógicas nas três praças, respeitando a vocação de cada espaço. 32. Estabelecimento de programação anual, com eventos em datas fixas e planejamento no longo prazo (ex. Festa do Divino), bem como eventos pontuais realizados esporadicamente. 33. Possibilidade de fechamento de certas vias aos domingos para tráfego de pedestre, incentivando à ocupação das ruas por pedestres (inclusive crianças).

A seguir imagens ilustrativas da praça com representação de algumas diretrizes:

Planta esquemática do entorno da Praça da Matriz, Praça do Museu e Praça da Igrejinha com indicação de algumas diretrizes de intervenção. Fonte: Autoria Coletivo MOB.

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Planta esquemática da Pracinha do Museu com indicação de algumas diretrizes de intervenção. Fonte: Autoria Coletivo MOB.

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HOJE Imagem atual da praça. Fonte: Google Street View.

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DIRETRIZES Imagem ilustrativa de como ficaria a praça do acordo com as diretrizes propostas. Fonte: Autoria Coletivo MOB.

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HOJE Imagem atual da praça. Fonte: Google Street View.

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DIRETRIZES Imagem ilustrativa de como ficaria a praça do acordo com as diretrizes propostas. Fonte: Autoria Coletivo MOB.

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anexos ANEXO 01a: MANUAL DO FACILITADOR Em busca de uma proposta para intervenção e requalificação da Praça Cel. Salviano Monteiro Guimarães, de Planaltina, por meio do processo participativo, propõem-se dinâmicas para serem realizadas junto à comunidade a fim de extrairmos diretrizes para o projeto. Compreendido isso, desenvolveu-se este pequeno Manual do Facilitador que vem a pontuar algumas de nossas principais atividades frente à comunidade. É importante frisar nosso papel enquanto FACILITADORES: 1. No caso específico de Planaltina, é importante conhecer a história do lugar, e compreender um pouco da dinâmica social, cultural e econômica da região. (Leia o texto do arquivo LEVANTAMENTO HISTÓRICO DE PLANALTINA - Anexo 01b); 2. Por mais óbvio que possa parecer, o Facilitador tem a tarefa de facilitar negociações e discussões, e, portanto, deve se abster de gerenciar, coordenar ou tomar frente em discussões; 3. O Facilitador tem o papel de mostrar possíveis soluções e caminhos, pautados em conhecimento teórico e prático de Arquitetura e Urbanismo; 4. O Facilitador identifica pessoas com espírito de liderança em potencial e lhes direcionam atividades e ações. Por exemplo: Em uma dinâmica que é preciso que alguém do grupo escreva na lousa, o Facilitador sugere que uma pessoa com o potencial de liderança eminente, se voluntarie na ação de escrever.

5. O Facilitador deve unir as pessoas, promover a interação;

6. É importante discutir quais soluções podem ser tomadas a curto e longo prazo. Por exemplo: Pintar uma faixa de pedestres – curto prazo. Construir uma cobertura – longo prazo. 7. Além da simpatia, busque proporcionar a EMPATIA. Escute, compreenda, se faça presente. Cada pessoa carrega consigo diferentes conhecimentos que podem agregar ao projeto;

8. Durante as discussões, procure inserir pontos* a serem debatidos, tais como:

a. Proteção contra o tráfego de veículos;

b. Segurança e sensação de segurança;

c. Experiências sensoriais na praça;

d. “Caminhabilidade” – ou espaços adequados para passeio;

e. Espaços de convívio, permanência, contemplação;

f. Locais para sentar-se;

g. Vistas agradáveis da praça;

h. Locais ideais para conversar, “jogar conversa fora”;

i. Locais para praticar exercício físico;

j. Pensar no espaço nas diferentes estações do ano.

*pontos baseados nos 12 critérios para um bom espaço público, estipulados por Jan Gehl em “New City Life”. Produzido por MOB: facebook.com/manualdeocupacaodebrasilia

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ANEXO 01:b LEVANTAMENTO HISTÓRICO DE PLANALTINA No início não era o ermo. Após a perda da Guerra dos Emboabas – conflito pelo domínio das jazidas de ouro encontradas em Minas Gerais – os bandeirantes paulistas decidem adentrar território nas zonas dos atuais estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. É a partir daqui que se dá o processo de povoamento da região do que hoje chamamos de Planaltina. A Estrada da Bahia, um dos caminhos utilizados à época para o escoamento tanto da produção aurífera como de escravos e gados para o litoral foi o elemento causador dos assentamentos. A ideia de decadência sempre associada a Goiás é resultado dos estudos que comparam seu desenvolvimento ao de cidades mineiras no auge do período de produção aurífera. Essas cidades goianas nunca tiveram um apogeu relacionado à extração do ouro, elas construíram seu sistema econômico e social baseado em atividades de subsistência, agricultura e pecuária. Atividades essas relacionadas ao atraso econômico frente ao desenvolvimento atingido pelos núcleos urbanos mineiros1. Em 1748 foi oficializada a Capitania de Goiás à qual já pertencia Luziânia (Santa Luzia), mas o início do povoamento de Planaltina deu-se aproximadamente em 1790 com a fixação de um ferreiro à beira do ribeirão Mestre D’Armas, nome esse que acompanhou a região por muito tempo. Com a ocorrência de uma epidemia em 1811 e a promessa de construção de uma igreja em troca da saúde da população, o crescimento das ruas se dá com referência à Igreja de São Sebastião. Em 1859 o povoado é declarado distrito de Formosa (Couros) e desvinculado de Luziânia. O ano de 1859 é considerado o ano oficial de fundação da cidade. A princípios da década de 1890 duas visitas foram feitas ao Planalto Central já com a intenção de estabelecer o quadrilátero onde seria construída a nova capital do Brasil. Era a Missão Cruls, grupo de profissionais para estudar a zona chefiado por Luiz Cruls, astrônomo belga. Na área estabelecida nesse documento constava Formosa, Planaltina, Pirenópolis (Meia Ponte) e Luziânia e tinha um território de 14.400km². Aqui, a relação de Planaltina com Brasília já estava fortemente traçada. Em 1891 emancipa-se como vila e o antes distrito passa a chamar-se Vila Mestre D’Armas. Seu nome sofre uma nova ‘modernização’ assim como outras cidades vizinhas e torna-se Altamir em 1911, só em 1917 é batizada como Planaltina. Alça-se assim ao posto de cidade em 1938. Um importante marco histórico na narrativa planaltinense é a edificação do monumento conhecido como Pedra Fundamental no Morro do Centenário, comemorando os 100 anos da independência brasileira. O presidente à época, Epitácio Pessoa, foi o responsável pela decisão, juntamente com Ernesto Balduíno, engenheiro responsável pela construção. O monumento tem formato de pirâmide e está construído em pedra, possui uma placa de bronze a qual foi encomendada ao colégio Liceu das Artes em São Paulo. A construção do obelisco em 1922 também representava a futura mudança da capital para o sítio. A partir desse momento, então, a cidade passa a receber migrantes interessados na prosperidade do local, começando assim, um primeiro processo de urbanização2 de Planaltina. Chega aqui a modernização com mais variação de comércio e maior infraestrutura, o que deu origem ao Setor Tradicional. 1 Ruas de Planaltina: inventário do Patrimônio Cultural de Planaltina, pág. 6. 2 Divisão em períodos de urbanização proposto por Fabrícia Figueiredo em seu Ensaio Teórico. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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Com a demarcação definitiva do quadrilátero da capital com 5.814 km², parte de Planaltina passou a ser posse do Distrito Federal enquanto o restante integra hoje Planaltina de Goiás. Era o segundo momento de urbanização com o início da construção de Brasília. Os imigrantes esperançosos em prosperar na capital necessitavam estabelecer-se em alguma parte, criar raízes e dormitórios, muitos deles, assim, fixaram-se em zonas mais próximas ao perímetro de construção do Plano Piloto. Tal situação foi vista como um problema à medida que alterava a paisagem contemplativa do vazio e a ideia de progresso expressa pelas ideias do urbanismo modernista. Muitos desses trabalhadores foram removidos de suas casas e forçados a morar em áreas mais distantes do centro, a velha lógica de segregação socioespacial. Planaltina teve nesse momento que realojar moradores vindos de algumas dessas ocupações, do IAPI e da Vila Tenório para a Vila Buritis. A falta de investimentos do DF na zona de Planaltina em detrimento à construção da Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante) por exemplo, representa e reforça o urbanismo por tábula rasa, deixando de lado o preexistente e adotando a ideia de progresso em negação ao passado. O Setor Tradicional se expande criando o Setor Sul, seguindo a malha e a formação de quarteirões do núcleo antigo. Até a década de 1980 a Praça do Museu era cortada pela Avenida Goiás, estabeleceu-se um espaço público único como medida de segurança e proteção das construções, a pracinha recebeu mobiliário urbano e ainda um coreto, o qual já não existe mais. O córrego do Atoleiro e o Ribeirão Mestre D’Armas atuam como barreira física para manter o centro histórico isolado3. Além do setor urbano, a Região Administrativa de Planaltina (RA-VI) consta com imensa área rural composta por nove parques ecológicos: Parque dos Pequizeiros, Parque Vale do Amanhecer, Parque do DER, Parque da Lagoa Joaquim de Freitas, Parque do Retirinho e Parque da Escola Agrícola. É evidente o valor de patrimônio histórico e cultural de Planaltina por sua importância desde o processo de interiorização do território brasileiro com os bandeirantes. Fica clara a perda que sofreu o sítio com a construção do mito modernista de construção da nova capital do país, tentou-se sempre suprimir os vestígios de existência anterior a Brasília na região. Os moradores contribuíram também para o esquecimento, tomaram para si a ideia do progresso e não reconheceram o centro histórico como parte de sua identidade, deixando os exemplares arquitetônicos e o núcleo tradicional sem políticas de preservação. É uma pena ver, ainda hoje, casarões sendo destruídos e, ainda pior, saber que mais destes poderão ter o mesmo destino. ASPECTOS CULTURAIS FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO A festividade não tem data precisa de início, mas associa-se o seu início com a chegada dos Bandeirantes. A celebração recebeu o título de Patrimônio Culltural Imaterial, concedido devido aos costumes, cerimônias e tradições transmitidas como herança. A Festa do Divino, celebrada pela Igreja Católica, conta sobre a vinda do Espírito Santo sob os apóstolos e a Virgem Maria. A comemoração é dividida em duas partes: a folia de roça, anunciação da festa na área rural, e a folia da cidade, procissões e novenas. 3 Inventário do Setor Tradicional de Planaltina, pág. 35.

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VIA SACRA A festa realizada durante a Semana Santa encena desde de 1973,a Paixão e Morte de Cristo para milhares de fieis. A intensa participação da população e a grandiosidade que o espetáculo tomou, fez em 1987 o Governo do Distrito Federal colocasse a celebração no Calendário Geral de Eventos da capital. FOLIA DE REIS A festividade veio de Portugal e está presente no Brasil desde o período Colonial. A chegada ao Centro-Oeste foi em 1950, mas a celebração em Planaltina ocorreu em 2011, como processo de descentralização das festas populares do Distrito Federal, ocorrendo na Praça São Sebastião. A Folia de Reis simboliza a visita dos Reis Magos no nascimento de Jesus, promovendo transferência da tradição às gerações mais novas. CARNAVAL O carnaval nunca teve destaque na cidade de Planaltina, mas em 2008 foi criado um bloco, Sem Eira Nem Beira, afim de repassar para as crianças músicas originadas na cidade. O bloco passa pelo centro histórico da cidade, atraindo muitos moradores e visitantes a seguirem a o festejo. CATIRA A dança tradicional composta por palmas e sapateados está presente em Planaltina há séculos. Hoje em dia, para que o costume não se perca, existem três grupos de catira que resgatam a tradição, o ensinamento nascido na região rural, é transmitido de geração em geração. Roupas e acessórios, músicas típicas complementam a dança. ARTESANATO Em 1981, a Associação dos Artesãos de Planaltina (AAP) foi criada afim de auxiliar os trabalhadores na venda de seus produtos, hoje em dia há cerca de 180 associados, a maioria moradores da cidade. A Casa do Artesão, local que sedia o grupo, está abrigada na Antiga Casa de Câmara e Cadeia de Planaltina. Entre os produtos desenvolvidos por eles destacam-se o artesanato em marcenaria e arranjos de “flores do cerrado”, feito a partir de matéria-prima nativa da região. O ofício é transmitido de geração em geração, e diferenciase pelo pioneirismo no Distrito Federal. FORRÓ DOS “VÉI” A festa nasceu em 1995 por iniciativa do Instituto de Ação Comunitária para o lazer dos freqüentadores da Casa dos idosos de Planaltina. Forró, bolero e músicas sertanejas embalam a dança de aproximadamente 200 idosos, para assegurar a diversão dessa faixa etária, a idade mínima para ingressar no forró é de 40 anos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DO DISTRITO FEDERAL. Ruas de Planaltina: inventário do Patrimônio Cultural de Planaltina. Brasília: Secretaria Estado de Cultura do Distrito Federa/GDF, 1998. • Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Inventário do Setor Tradicional de Planaltina, 2013. • FIGUEIREDO, Fabrícia de Souza. Planaltina da Estrada Real ao Semáforo. Ensaio teórico na FAU/UnB. Não publicado, 2014. • MAGALHÃES, Luiz Ricardo; ELEUTÉRIO, Robson Eleutério. Estrada Geral do Sertão – na rota das nascentes. Brasília: Editora Terra Mater Brasilis, 2008.

Estudo desenvolvido por Isabela Gomes Pereira, Júlio de Paiva Vieira Junior, Manuella de Carvalho Coelho e Stela Regina Marques Lopes na disciplina de Técnicas Retrospectivas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB) em 2º/2014. Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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ANEXO 02: REGISTRO DAS LOUSAS A CADA DIA

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ANEXO 03: FICHAS DE INSCRIÇÃO DOS PARTICIPANTES

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ANEXO 04: RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO DOS 12 CRITÉRIOS DE QUALIDADE

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ANEXO 05a: QUADRO DE REFERÊNCIAS

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ANEXO 05b: ANOTAÇÕES NO QUADRO DE REFERÊNCIAS

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ANEXO 06: ANOTAÇÕES DA DISCUSSÃO DOS GRUPOS GRUPO 01

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ANEXO 07: ANOTAÇÕES DOS CONSENSOS FINAIS

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ANEXO 08: REPORTAGEM DO CORREIO BRAZILIENSE 01/02/2016

Uma praça feita de sonhos ­ Caderno Cidades do Correio Braziliense

PATRIMÔNIO »

Uma praça feita de sonhos Moradores registram em lousas seus pedidos para restaurar o centro histórico de Planaltina. Captar as vontades deles é o primeiro passo de um projeto que vai usar recursos oriundos de condenações judiciais para reformar o local » LAURA TIZZO Especial para o Correio Publicação: 30/01/2016 04:00

Quadros negros foram colocados em três pontos da cidade para registrar os pedidos dos moradores: banheiro e academia são algumas das reivindicações da comunidade

Planaltina vive o dilema de se modernizar preservando o patrimônio: a Pracinha do Museu será revitalizada

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01/02/2016

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U ma praça feita de s onhos - C aderno C idades do C orreio Braziliens e

U ma praça feita de s onhos - C aderno C idades do C orreio Braziliens e

"Me reporto ao tempo da minha infância. Lembro dessas casas cheias, isso aqui era restaurante, era gente conhecida. Tinha circo, aqui na praça. A gente via o encontro de pessoas, tinha liberdade. Hoj e, não existe mais isso" Alterides Viana, 63 anos, morador de Planaltina há "Mecinco reporto ao tempo da minha infância. Lembro dessas casas cheias, décadas isso aqui era restaurante, era gente conhecida. Tinha circo, aqui na praça. A gente via o encontro de pessoas, tinha liberdade. Hoj e, não Um servidor da limpeza urbana tira um cochilo à sombra de uma árvore. Era meio-dia, horário de almoço mais—isso" Alterides Viana, 63 anos, morador de um Planaltina há para os funcionários da cidade. A poucos metros dali, homem fotografa o grafite — eexiste de descanso cinco feito sobredécadas uma placa de concreto. Sentado em um banco, um casal brinca com o filho, uma criança de

colo. O barulho de um skate interrompe o silêncio ao cortar caminho pela Praça Coronel Salviano Monteiro Guimarães, conhecida pelos moradores de Planaltina como Pracinha do Museu. Escorado em uma pilastra, É um emde que se árvore. lê: “ O que desej ahorário para essa praça?” . A obj eto Um um servidor da chama limpezaa atenção. urbana tira um quadro-negro, cochilo à sombra uma Era você meio-dia, de almoço faz — parte proj eto que recursos de um condenações j udiciaisodo Ministério — e pergunta de descanso parade os um funcionários da pretende cidade. A destinar poucos metros dali, homem fotografa grafite do Distrito Federal e T erritórios ( MPDFT ) para um a restauração espaços públicos de Planaltina, a feitoPúblico sobre uma placa de concreto. Sentado em um banco, casal brincadecom o filho, uma criança de peladepraça. colo.começar O barulho um skate interrompe o silêncio ao cortar caminho pela Praça Coronel Salviano Monteiro Guimarães, conhecida pelos moradores de Planaltina como Pracinha do Museu. Escorado em uma pilastra, atenção. É um em que se lê: “três O que vocêforam desej ainstaladas para essa em praça?” . Ade um obj eto chama amelhor locais Para entender quais os quadro-negro, anseios da população, outras lousas pergunta parte um projoeto que pretende destinar recursos de Arantes, condenações j udiciais do Ministério grandefazfluxo dede pessoas: Fórum Desembargador Lúcio Batista a Administração Regional e a Público do Distrito Federal e Taerritórios ( MPDFT ) para a restauração espaços públicosdurante de Planaltina, a parada de ônibus da Igrej Matriz. Elas ficam expostas até hoj e de e serão recolhidas uma oficina. A começar praça. partirpela disso, serão definidos o plano de ação e o destino do dinheiro arrecadado pelo MPDFT . Fazem parte da iniciativa a Associação Amigos do Centro Histórico de Planaltina, a Urbanizadora Paranoazinho S. A em, locais de Para( UPSA) entender melhor quais os anseios da população, da outras três lousas instaladas , o proj eto de Comunicação Comunitária Universidade deforam Brasília ( ComCom) a Administração da grande fluxo pessoas: Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, a Administração Regional e a cidade e adeOrdem dosoAdvogados do Brasil, Subseção Planaltina. parada de ônibus da Igrej a Matriz. Elas ficam expostas até hoj e e serão recolhidas durante uma oficina. A partir disso, serão definidos o plano de ação e o destino do dinheiro arrecadado pelo MPDFT . Fazem parte Sugestões da iniciativa a Associação Amigos do Centro Histórico de Planaltina, a Urbanizadora Paranoazinho S. A ( UPSA) o proj eto de Comunicação Comunitária de Brasíliase( ComCom) , a Administração da No ,Fórum, a quantidade de sugestões é tão da altaUniversidade que uma funcionária dispôs a fotografar os dizeres cidade e a Ordem para dos Advogados do Brasil, SubseçãonoPlanaltina. diariamente, dar lugar aos novos palpites dia seguinte. “ Equipar o espaço com aparelhos de ginástica para proporcionar maior bem-estar” , “ banheiro” , “ atividade física voltada aos grupos de Sugestões diferentes idades, como ioga e alongamento” , “ eventos culturais com dança, poesia, teatro” , “ policiamento ostensivo” e “ fraldário” são alguns exemplos do que querem os moradores de Planaltina No Fórum, a quantidade de sugestões é tão alta que uma funcionária se dispôs a fotografar os dizeres para a Pracinha do Museu. diariamente, para dar lugar aos novos palpites no dia seguinte. “ Equipar o espaço com aparelhos de para Alterides proporcionar maior “ banheiro” , “ atividade físicaEle voltada aos grupos de nos ginástica O mineiro Viana, 63 bem-estar” anos, mora, há cinco décadas na cidade. diz que não vê beleza diferentes idades, como e alongamento” , “ ainda eventos culturais com dança, poesia, casarões antigos, cujioga as datas de construção são imprecisas, porém não negateatro” que a , região reúne “ policiamento “ fraldário” são que querem os moradores de cheias, Planaltina certo ar deostensivo” saudade. “eEu me reporto aoalguns tempoexemplos da minhadoinfância. Lembro dessas casas isso aqui paraera a Pracinha do Museu. restaurante, era gente conhecida. T inha circo aqui na praça. A gente via o encontro de pessoas, tinha liberdade. Hoj e, não existe mais isso” , recorda. O mineiro Alterides Viana, 63 anos, mora há cinco décadas na cidade. Ele diz que não vê beleza nos casarões antigos, as datas de construção ainda imprecisas, porém nega a região reúne à atitude dos não j ovens daque cidade com nostalgia e um O discurso de cuj Alterides costura pessimismo emsão relação certo ar de saudade. me reporto ao de tempo da minha Lembro sej dessas cheias, isso aqui discreto desej o de“ Eu melhora. Apesar acreditar que infância. a parte histórica a umcasas atrativo apenas à parcela da era população restaurante,e que, era gente conhecida. T inha circo aqui na praça. A gente via o encontro de pessoas, tinha ao invés de museus, deveriam ser feitos filmes para narrar o passado daquelas liberdade. Hoj e, ele nãotambém existe mais isso” , recorda. construções, pensa que não precisa de muito para revitalizar o centro tradicional de Planaltina. “ As pessoas aqui não exigem muita coisa. Se arrumarem esses bancos, pelo menos na pintura, à atitude dos j ovens dasimples. cidade com nostalgia e um O discurso Alterides costura pessimismo relação fizeremdeum j ardinzinho mais bonitinho.em . . As pessoas que vêm pra cá são T endo segurança e um discreto desej o de todo melhora. Apesar de acreditar que a parte histórica sej a um atrativo apenas à parcela da pouco de paz, mundo fica feliz” , sugere. população e que, ao invés de museus, deveriam ser feitos filmes para narrar o passado daquelas construções, elepresidente também pensa que não precisa para revitalizar o centro tradicional de Na visão da da associação Amigosdedomuito Centro Histórico de Planaltina, Simone Macedo, é possível Planaltina. “ As pessoas aqui não exigem muita coisa. Se arrumarem esses bancos, pelo menos na pintura, reformar o local sem comprometer o patrimônio. “ A gente não pode penalizar os usuários e deixar de fizerem um j ardinzinho mais bonitinho. . . As pessoas que vêm pra cá são simples. T endo segurança e um fazer o que eles querem por ser uma praça tombada” , adverte. Dentre as modificações, estão a pouco de paz, todo mundo fica feliz” , sugere. necessidade de bancos, nivelamento do piso, arborização, acessibilidade e banheiros. “ Basicamente, um espaço onde crianças e idosos se sintam acolhidos, se sintam bem. Onde a sociedade ocupa, o mal não Na visão da presidente da associação Amigos do Centro Histórico de Planaltina, Simone Macedo, é possível acontece” , analisa. reformar o local sem comprometer o patrimônio. “ A gente não pode penalizar os usuários e deixar de fazer o que eles querem por ser uma praça tombada” , adverte. Dentre as modificações, estão a Simone vive há 20 anos em Planaltina. Durante esse tempo, testemunhou modificações estruturais na necessidade de bancos, nivelamento do piso, arborização, acessibilidade e banheiros. “ Basicamente, um cidade. Ela notou, por exemplo, o aumento de estabelecimentos comerciais e do número de carros nas espaço onde crianças e idosos se sintam acolhidos, se sintam bem. Onde a sociedade ocupa, o mal não ruas. Mas, quando se trata do uso dos espaços públicos, a percepção da moradora é de que há um acontece” , analisa. movimento de ocupação benéfico em todo o Distrito Federal. Na Pracinha do Museu, por exemplo, são realizadas aulas de forróDurante para pessoas idosas etestemunhou atividades culturais. Simone vive háfeirinhas, 20 anos em Planaltina. esse tempo, modificações estruturais na cidade. Ela notou, por exemplo, o aumento de estabelecimentos comerciais e do número de carros nas ruas.Histór Mas, ia quando se trata do uso dos espaços públicos, a percepção da moradora é de que há um de Planaltina teroocorrido, oficialmente, em 19do deMuseu, agosto por de 1859, alguns Apesar de fundaçãobenéfico movimento de aocupação em todo Distrito Federal. Na Pracinha exemplo, são historiadores acreditam elapara tenha mais de doiseséculos. realizadas feirinhas, aulas deque forró pessoas idosas atividades culturais.

Histór ia de a fundação de Planaltina ter ocorrido, oficialmente, em 19 de agosto de 1859, alguns Apesar historiadores acreditam que ela tenha mais de dois séculos.

http://impres s o.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos /cidades /2016/01/30/interna_cidades ,195954/uma-praca-feita-de-s onhos .s html

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Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

http://impres s o.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos /cidades /2016/01/30/interna_cidades ,195954/uma-praca-feita-de-s onhos .s html

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ANEXO 09: REPORTAGEM DO DFTV, REDE GLOBO

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Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF


Moradores se mobilizam para revitalizar Praça do Museu, no DF. Disponível em http://g1.globo.com/distrito-federal/videos/t/dftv-1-edicao/v/moradores-se-mobilizam-para -revitalizar-praca-do-museu-no-df/4772685/

Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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ANEXO 10: GRAVAÇÃO DA OFICINA - UPSA

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Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF


Oficina de Revitalização da Pracinha do Museu de Planaltina. Disponível em https://www.youtube.com/user/paranoazinho.

Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF

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ANEXO 11: GRAVAÇÃO DA OFICINA - COLETIVO MOB

MOB na Oficina de Revitalização da Pracinha do Museu de Planaltina. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=LmltSemn7hk

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Oficina de revitalização Praça Salviano Monteiro Guimarães Pracinha do Museu em Planaltina-DF


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