Com o nome inspirado no livro de Angélica Freitas, a Oficina de Produção literária e artes visuais “Um útero é do tamanho de um punho” foi criada em 2015 com o propósito de difundir a leitura de literatura feita por mulheres e promover a produção de escrita para novas escritoras e artistas curitibanas.
A ilha do futuro
Chegamos à Ilha. Isolada, limpa, luminosa. Morta. Era como vimos nos registros. Há 3 mil anos, um novo mundo - Voltamos. A geometria viva. Só a geometria – viva. A cidade do futuro - agora, o futuro do futuro. A Ilha do Futuro No passado, eles não entenderam. Ocuparam a Ilha. O centro do poder. As hordas de rapinagem. Ganância e miséria. Pujança e escravidão. Os combates vieram. Matança. Prisões. Resistência. Eles foram caçados. Pelos subterrâneos, eles fugiram. Voltaram. Eles caíram. Todos caíram. A Torre ficou. Os Dois Domos. A Esplanada. O Templo. Os Palácios. O Memorial – o coração da Nave Central (o centro do nosso universo, agora). A Ilha ficou. O Lago secou. Dizimaram a vegetação. Os que sobreviveram aos combates, morreram de sede. Eles se perderam do caminho. Tentamos contato. A Torre se calou (eles tomaram a Torre e impuseram seu regime). As instruções nunca chegaram. Os sinais ainda pulsam, agora que o deles foi cortado. Mas eles não captaram. As instruções nunca chegaram – eles não puderam vir. Esperamos... Chegamos à Ilha. Brasília. Brasília ficou. Branca, limpa, luminosa. O futuro do futuro. É agora.
“[...] Tínhamos ido para baixo junto, passando porta por porta as salvaguardas automáticas da fábrica, que supostamente deveria proteger as pessoas do lado de fora do perigo radioativo de dentro, mas o perigo de uma falha política era muito mais real do que o perigo de uma falha na ciência da usina de energia, e que não tinha sido calculada pelos construtores. Estávamos longe no subsolo quando a primeira radioatividade no ar lá fora tinha fechado todas as pesadas portas automáticas de blindagem de chumbo entre nós e o exterior.
Estávamos seguros. E famintos lá. “Por que vocês não vieram antes?" Eu me pergunto se eles sabem ou adivinham como me sinto. Minhas perguntas não são perguntas, mas tenho de perguntar-lhes. Ele está morto. Não quero dizer que os acuso – eles olham bem intencionados e gentilmente - mas eu me sinto como se, de alguma forma, sabendo que isso iria acontecer eles poderiam fazer parar, poderiam me deixar voltar o relógio e fazer acontecer de forma diferente. Se eu pudesse ter avisado eles, então eles poderiam ter chego um pouco mais cedo. Eles olham um para o outro, virando suas caras engraçadas inquietos, indo e voltando, mas ninguém responderá. O mundo está morto...George está morto, aquela fina, patética criatura com os ossos a mostra através da pele que ele era quando ainda estávamos sentados a última vez com as nossas mãos se tocando, pensando que as pessoas de fora haviam nos esquecido, esperando que elas iriam se lembrar. Nós não pensávamos que o mundo estava morto, coberto de poeira radioativa lá fora. Políticas tinham matado ele. [...]”
Carnívora – Katherine MacLean Tradução: Ísis Lemes Correção: Poli Graf e Gabriele Varão
Eles pensam que caçam. Humanos e seus dentes acostumados com garfo e faca Falam bobagens Riem Comem lixo Gostam de sangue: carne, violência Conectados dia e noite Correm Pensam em caçar quando na verdade... Do espaço, o espectro sentado na poltrona confortável observa-os zanzando de um lado para o outro Capturados por sua isca fofinha, Cada vez que cada vez que caçam ele ri e marca um x no quadro digital onde registra as vítimas das suas armadilhas, Outro humano na sua coleção de pokemons.
Victória Valiente
este z in e ĂŠ p ro duto coletivo da se g un da o ficina do#utero 13/0 8/ 20 .016
A L I N E
K O S L O K I
A N A P A U L A
C L E M E N T E
A M A N D A E L S A
B U C K
I Z
J U L I A N A
S I L V E I R A
M A R I N A M A R I T S A P O L I
R A M O S K A N T I K A S G R A F
V A L I E N T E
V I C T O R I A R A Ă? Z A
T.
V E R G E S
I Z
S O F I A
M I R A N D A
V A L I E N T E B I A N C H I