Conexão completo

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EDITORIAL

EDITORIAL

O

Conexão compreende a revista trimestral da Farmácia Jr. Voltada para um público interno,

divertir

e

tem

motivar

por

seus

objetivo

membros,

informar, sendo

de

responsabilidade do Departamento de Comunicação. Essa

edição

surgiu

da

ideia

de

trabalhar

a

ANO 4 – Nº 1 – MAIO DE 2015 Colaboradores - Anna Luiza Morais - Amanda Ferreira - Tayná Castro

criatividade dentro da empresa e é fruto de esforços

- Laryssa Policarpo

coletivos que começaram na imersão realizada em

- Taísa Roberta

março, onde todos os membros juntos puderam

- Igor Chagas

expor o seu pensamento de como inserir a nossa

- Juliana Gomes

empresa

na

Medicamentos.

Semana A

revista

do

Uso

Racional

de

- Frederico Borba

através

de

- Mariana Martins

pretende

linguagem clara e agradável, discutir, promover e

- Ana Luísa Andrade

possibilitar o desenvolvimento desse tema que é tão

- Mariana Cavaliere

importante para a população, e claro, para a classe

- Thaís Soares

de farmacêuticos. Como a mídia influencia a venda de medicamentos? Quais são os medicamentos mais vendidos no Brasil? Posso utilizar sem medo todos os medicamentos naturais? Como ter bons hábitos de vida contribuem

FICHA TÉCNICA Colunistas - Amanda Ferreira - Ana Gabriela - Ana Luíza Lima

para a minha saúde? Essas e outras perguntas serão

- Beatriz Campos

respondidas aqui, então, boa leitura e aproveite o

- Célio Lara

primeiro Conexão da gestão 2015/1.

- Talita Wisla - Túlio Rocha

Capa e Contracapa Dener Sabino

Célio Rezende Lara Júnior Diretor do Departamento de Comunicação


Influência da mídia na venda de medicamentos Ana Luíza Lima


Influência da Mídia nas vendas de medicamentos Ana Luíza Lima

H

á remédio para tudo? Com rapidez de atuação, 100% eficaz, sem reações adversas e que resolva seu problema de forma imediata? Se ligarmos a TV e prestarmos atenção nas propagandas publicitárias de produtos farmacêuticos, veremos que muitos desses supostos “medicamentos milagrosos” são oferecidos a todo o momento. Essas propagandas inadequadas envolvem um processo de indução ao consumo que causa um impacto diferente em cada pessoa, proporcionando um entendimento distorcido ou falsamente direcionado acerca das consequências do uso de um medicamento. O que se observa no mercado farmacêutico atual é, infelizmente, uma preocupação maior em vender do que em informar. O efetivo exercício do comércio recebe maior atenção do que a real preocupação com os efeitos na saúde e no bem estar dos consumidores. As estratégias utilizadas pelo mercado são propagandas apelativas vinculadas por todo tipo de mídia que induzam o consumo e convençam as pessoas de que aquele produto é tudo o que ela precisa para resolver seu problema de forma rápida, simples, absoluta e sem precisar consultar um especialista. Além disso, oferecem medicamentos já existentes, como inovadores, de ultima geração, como se fossem bens de consumo, e afirmam que esses tem mecanismos de atuação mais eficientes que o anterior, quando na maior parte das vezes, se trata da mesma molécula, com alterações irrelevantes, uma nova roupagem e, é claro, um novo e maior preço.


Assim como as pessoas desejam ter o automóvel do ano, também procuram por fármacos introduzidos há pouco no mercado, esse é o, bastante utilizado pelo mercado farmacêutico, Principio do Uso Fashion. As principais consequências dessa publicidade farmacêutica são a automedicação e o uso não racional de medicamentos. Esses fatos podem levar à danos graves na saúde, intoxicação e em casos extremos até mesmo a óbitos. Uma pesquisa feita pela Sinitox/Fiocruz apontou que nos casos de intoxicação registrados no Brasil em 2012, 27% foram causados por usos de medicamentos. Entre os casos de óbito por intoxicação, os medicamentos eram responsáveis por 16%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a população brasileira é uma das que apresenta maior tendência a comprar medicamentos sem consultar um médico. As propagandas publicitárias são grandes responsáveis por esses dados. É necessário, portanto, atrelar a elas programas de conscientização contra a automedicação, além de sujeitá-las à restrições legais sempre necessário. "A toxicidade dos medicamentos e a vulnerabilidade das pessoas quando estão doentes diferenciam a propaganda de medicamentos da propaganda de outros produtos" Bárbara Minttzes, 2012, Boletin de Medicantos Esenciales da OMS


Propagandas Absurdas Beatriz Campos

"O conteúdo de propagandas de medicamentos antigas pode parecer, no mínimo, peculiar aos nossos olhos. Separamos algumas delas... Será que você consegue ordená-las em ordem cronológica?" Mande suas respostas para comunicacao.farmaciajr@gmail.com

1- Urodonal

3- Salkinol

2- ENO

4- Urotropina


5- Drops de CocaĂ­na

7- Xarope para Tosse

6- Schering

8- Sois Calvo?


Consumo de medicamentos no Brasil: Uma questão de saúde Túlio Rocha

O

Brasil é hoje o dono de um dos seis maiores mercados farmacêuticos do mundo, com um faturamento superior a 37 bilhões e enorme potencial de crescimento nos próximos dois anos. Foram vendidas cerca de 114 bilhões de doses no período entre 2013-2014, registrando um crescimento de 13% em relação ao período de 2011-2012. Apesar de serem números expressivos e aparentemente satisfatórios economicamente, a enorme venda de medicamentos no Brasil é na verdade um motivo de preocupação das autoridades. Tanto que entre os dias 05 e 11 de maio ocorre a semana nacional do uso racional de medicamentos. Visando um estudo que busque entender as razões de tal consumismo, institutos de pesquisa, laboratórios farmacêuticos e órgãos de saúde pública fazem o levantamento dos remédios mais vendidos no país. Dentre os fármacos mais vendidos no país, destacamos aqui os 10 mais comercializados. Apenas estes, se somados, movimentam cerca de 1,7 bilhão de reais por ano. Confira a lista do Top 10 com algumas informações sobre os produtos.


O uso racional de plantas medicinais Talita Wisla

H

á quem acredite que o que é natural se bem não faz, mal também não faz, mas a verdade é bem mais complicada que isso. O uso indiscriminado de plantas medicinais e fitoterápicos podem trazer consequências graves para a saúde. A lista de exemplos é longa. Plantas como aroeira brava (Lithraea brasiliensis March), avelós (Euphorbia tirucalli L.) e buchinha (Luffa operculata Cogn) possuem substâncias que se ingeridas podem causar intoxicação. A fim de distinção vamos elucidar a diferença entre planta medicinal e fitoterápicos. Entende-se por plantas medicinais aquelas c apazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usálas, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la e como prepará-la. Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico. No Brasil, a legislação sanitária que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos foi publicada na forma de Resolução RDC nº 26/2014, importante no acompanhamento e desenvolvimento científico e tecnológico. O consumidor deve ficar atento no ato da compra do fitoterápico, observando a existência do número de inscrição do medicamento no Ministério da Saúde na embalagem. Há a possibilidade de buscar o registro do produto no site da ANVISA, consultando o link: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_medicamento.a sp O comércio de plantas medicinais é regulamentado no país através da Lei n° 5.991/73, determinando que “a dispensação de plantas medicinais é privativa das farmácias e ervanarias, observados o acondicionamento adequado e a classificação botânica”. Esse artigo não foi ainda regulamentado, deixando em aberto os requisitos de qualidade para plantas medicinais, como também sua segurança e eficácia. Plantas medicinais não podem ser comercializadas como medicamentos, assim não podem conter indicações terapêuticas em suas embalagens.


Devemos ressaltar o cuidado ao associar medicamentos com plantas medicinais, pela possibilidade de promover a diminuição dos efeitos ou provocar reações indesejadas. Um exemplo é o uso de Hipérico (Hypericum perforatum) junto a anticoncepcionais podendo levar à gravidez, outro é o uso de Ginco Biloba (Ginkgo biloba) junto a anticoagulantes, como varfarina ou ácido acetilsalisílico, podendo promover hemorragias. Temos uma demanda enorme destas plantas, mas devido a desinformações, facilidade de acesso da população, grande biodiversidade de plantas no nosso país e uma cultura de automedicação torna-se imprescindível estudos científicos que vão desde o reconhecimento correto das plantas, manipulação adequada, farmacovigilância até o consumo final. E como futuros farmacêuticos nosso papel é orientar, conscientizar e incentivar quanto ao uso racional dessas plantas.


Vida Saudável é o melhor remédio Célio Lara

Q

ualidade de vida é algo a ser alcançado, porém representa um desafio para muitas pessoas, especialmente para estudante do curso de Farmácia. Utilizado para se referir às condições da vida de um indivíduo, engloba a saúde física, mental e espiritual, educação, poder de compra, além de equilíbrio entre o lado pessoal e profissional. E isso pressupõe muitos aspectos, entre os quais adotar hábitos saudáveis, reservar tempo para cultura e lazer, obter satisfação profissional e cultivar relações sociais e familiares positivas e consistentes. Alguns fatores são essenciais para se prestar atenção quando se almeja a qualidade de vida. A alimentação correta, com dieta variada, saudável e balanceada, é um dos fatores que tem maior influência na saúde e no bem-estar. Para ser adepto de bons hábitos alimentares, nutricionistas fazem recomendações simples, como ingerir de seis a oito copos de água por dia, mesmo que, habitualmente, esteja acostumado a consumir chás e sucos; Beber muitos líquidos, especialmente quando o tempo estiver quente. Alimentar-se a cada três horas, alternando, entre uma refeição e outra, frutas e chás; Fazer, por dia, 3 a 5 refeições em horas certas. Outro fator é a prática de atividades físicas, sem exageros e com orientação, traz benefícios para a saúde das pessoas e melhora a qualidade de vida em qualquer idade. Ter a mente saudável é essencial para o bem-estar e reflete positivamente em diversos outros aspectos do dia-a-dia e da vida, como família, trabalho e relações sociais. É importante também manter uma atitude positiva constante, equilibrando com sabedoria os vícios com as alegrias que temos ou podemos ter, ao considerar os nossos bens, o que possuímos de bom, o que conquistamos e quanto é bom viver diante de escolhas diárias. Praticar o altruísmo e aperfeiçoar as qualidades como a generosidade, o perdão, a tolerância entre outras; compreender a sociedade como um todo e se afastar definitivamente de pessoas destrutivas, negativas, impertinentes e que não conseguem ser agradáveis no convívio diário. Enfim, seguir esses preceitos para se obter uma vida saudável são fundamentais para evitar o uso de medicamentos.


Dicas para viver melhor e evitar o uso de medicamentos

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Mantenha hábitos saudáveis: não fume, não beba em excesso, evite ambientes com ruídos intensos e exposição solar sem proteção. Tenha uma alimentação rica em fibras (frutas e verduras) e pobre em gorduras saturadas. Pratique uma atividade física. Isso ajuda a melhorar a sua condição física, dá mais disposição, ajuda a controlar doenças como hipertensão, diabetes e colesterol alto, diminuindo o estresse, a depressão e o isolamento. Pratique atividades de lazer, como passear, ir ao cinema, ao teatro, viajar, fazer amigos e dançar. Enfim, tenha como lazer aquilo que lhe dá prazer.

Tenha um sono adequado: dormir bem ajuda a manter o corpo em bom funcionamento. Mantenha a sexualidade: não valorize apenas o ato sexual. Lembre-se de que o contato e o afeto são muito importantes. Tenha metas e objetivos. Planeje o seu futuro. Participe de decisões pessoais, familiares e sociais. Não deixe de ter atividades intelectuais. Leia muito, faça cursos, esteja por dentro dos assuntos que acontecem no mundo. Tenha fé, acredite em algo, cultive a espiritualidade. Estudos mostram que são úteis para manter o equilíbrio mental.

FAÇA PARTE DA FARMÁCIA JR., aqui você coloca em prática todas essas dicas.



Sapere aude Ana Gabriela

Q

uem nunca fez uso de antigripal sem recomendações médicas? Ou mais simples ainda, apenas por ter visto a imagem daquele produto vinculada a de um ator famoso, o qual foi pago para vender o medicamento em propagandas midiáticas? É certo que as empresas responsáveis pela promoção de um dado produto no mercado visam principalmente ao convencimento de seu público alvo, e para isso usam de inúmeros artifícios como a vinculação de uma pessoa famosa à marca, embalagens atrativas, e publicidades as quais visam persuadir o espectador de que após tomar aquele medicamento sua vida nunca mais será a mesma.

Não é preciso pensar muito longe para ver que tal situação de fato ocorre. Quando se trata de emagrecedores, inibidores de apetite, diuréticos, a população feminina e, porque não a masculina, logo se atenta para a compra desses produtos como sendo a salvação para a perda de peso. O maior dos problemas reside no fato de que esses remédios no geral trazem efeitos colaterais, já que a maioria desses compostos agem no sistema nervoso central impedindo que o usuário sinta fome, e isso pode causar insônia, agitação, irritabilidade e até mesmo desencadear quadros psicóticos e depressivos.

Com tudo isso logo vem uma pergunta que nos confronta: mesmo sabendo de todos esses riscos, por que ainda nos aventuramos a utilizar aquilo que não conhecemos quais serão as implicações no nosso organismo? A resposta não é tão simples quanto imaginamos, já que há toda uma indústria farmacêutica a qual vive de jogadas de marketing e busca nos convencer a todo o momento de que para alcançarmos o bem estar precisamos ingerir aquele medicamento! Perceba que ela cria uma necessidade, mas, mais ainda, nós como consumidores nos aderimos a essa necessidade. Nós, seres humanos temos a péssima mania de achar que o novo é melhor, e, além disso, de achar que o novo realmente é novo.


Pesquisas publicadas pela ANVISA mostram que de 508 novos produtos da área da farmácia criados de 1975 a 1984 na França, 70% não oferecia NENHUMA vantagem farmacêutica. No Canadá também foi apresentado um dado alarmante: dos 1147 produtos patenteados apenas 5,9% realmente possuíam composto ativo inovador. Essa sem dúvidas é uma situação de calamidade, já que somos levados a pensar que se mudou a embalagem é melhor. Somos seres pensantes, racionais e consumimos medicamentos de maneira puramente IRRACIONAL, extremamente influenciados por propagandas, por seriados com embasamentos científicos como “House”, ou ainda por outras pessoas com vivências parecidas com as nossas que tomou algum remédio e para elas funcionou, mas o que não quer dizer que para VOCÊ também irá!

Portanto nessa semana destinada ao Uso Racional de Medicamentos, convido vocês a refletir sobre como tem sido a sua postura diante da influência midiática sobre esse assunto, e a começar a pensar antes de se automedicar sobre as implicações daquela droga no seu organismo. Como já dizia Immanuel Kant “Sapere aude” – Ouse saber.


Ser FARMACÊUTICO... Amanda Ferreira

Sua tia liga perguntando o que tomar para aliviar a dor de garganta. Aquele amigo do colégio já não sabe mais o que fazer para passar a coceira no braço. A todo momento somos bombardeados por propagandas de medicamentos. Qualquer pessoa tem aquele preferido para indicar quando está gripado, com dor de cabeça ou com alguma inflamação. Porém, o que eles não sabem é do perigo que o uso irracional traz. O que podemos fazer para conscientizar o próximo? Como profissionais da saúde, somos responsáveis por nós mesmos e pelas pessoas ao nosso redor. Por isso, devemos sempre orientar as pessoas para que o uso racional seja feito, para que elas não saiam experimentando esse e aquele medicamento só porque a propaganda é legal ou tem o jingle que não sai da cabeça. A melhor indicação é sempre procurar os especialistas, já que são capacitados para trata-los. Quando um determinado sintoma não desaparece ou aparece regularmente em determinadas situações, algo está sendo “escondido”, já que o medicamento mascara o verdadeiro problema. A dor de garganta da sua tia pode não ser simplesmente uma inflamação. Seu amigo pode ter uma alergia ainda desconhecida por ele. E ficar trocando de medicamento sem consultar um profissional só piora os problemas. Os deles e os seus também.

FIM DESSA EDIÇÃO



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