RECURSO ESCOLHAS Manual de Técnicas de Procura Ativa de Emprego
ARRANJA(TE) UM EMPREGO
Elaborado por:
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Projecto Raiz Ramal(de) Intervenção
Índice
Introdução..................................................................................................................... 3 Enquadramento teórico/conceptual................................................................................ 5 Narrativa da Prática....................................................................................................... 7 Perfis Técnicos ............................................................................................................. 8 Parte I- Guia Informativo na Procura de Emprego ......................................................... 9 Anúncios de emprego ................................................................................................ 9 O Currículo Vitae .................................................................................................... 10 Cartas de Apresentação/Candidatura ........................................................................ 14 Candidaturas Espontâneas ....................................................................................... 16 Parte II - Sessões de Técnicas de Procura Activa de Emprego ..................................... 17 Conclusão ................................................................................................................... 19 Bibliografia ................................................................................................................. 20 Anexo1 ....................................................................................................................... 21
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Introdução
A atual conjuntura económico-social do país desencadeou problemas de diversas ordens, nomeadamente, o desemprego, que presentemente afecta de forma geral o país. O desemprego, a dificuldade da população no acesso ao primeiro emprego, o elevado índice de trabalho pouco qualificado, o trabalho precário e défice de formação profissional são alguns dos problemas que constam no diagnóstico social de muitas freguesias. Associados a eles encontram-se causas prováveis como rendimentos provenientes da economia paralela, baixa escolaridade que dificulta/impede o acesso a formação profissional, ausência de qualificação profissional que tem como consequência a integração no mercado de emprego através de trabalhos não qualificados e precários. Deste modo, os Projetos Ramal (de) Intervenção e Raiz na sua intervenção trabalham com uma população que detém as problemáticas acima descritas e que por esse motivo apresentam um défice elevado na inserção no mercado de trabalho/formação profissional. Resultante
da
intervenção
prática
de
ambos
os
projetos
na
área
da
empregabilidade/formação, verifica-se que existe um leque vasto de informação que mais do que auxiliar os técnicos na resolução dos problemas desta área leva a uma saturação de informação que não contribui para sistematizar e planificar um trabalho coerente e estruturado neste âmbito. Deste modo, os Projetos decidiram criar o presente recurso, que constitui um instrumento de trabalho que transforma toda a informação existente em conhecimento útil. Este recurso apresenta-se sobre a forma de um manual de Técnicas de Procura Ativa de Emprego tendo sido construído numa perspectiva teórica e prática. Numa primeira parte apresenta-se um conteúdo informativo sobre as várias etapas para uma procura ativa de emprego – Guia Informativo na Procura de Emprego - e, numa segunda parte apresenta-se uma componente prática e formativa para a construção de ações de formação que visam o desenvolvimento de competências pessoais na área da empregabilidade – Sessões de Técnicas de Procura Ativa de Emprego.
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Este recurso foi fruto da reflexão conjunta destes dois projetos, o que significa que este manual se apresenta como um instrumento que resultou de um processo participado e multidisciplinar. Os projetos mostram através do recurso elaborado que é possível adaptar a informação existente e disponível facilitando a disseminação e apropriação pelos técnicos ou profissionais de instituições/organismos de cariz social cujo trabalho é desenvolvido com jovens e pessoas na procura ativa de emprego.
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Enquadramento teórico/conceptual
Para que qualquer projecto possa ter sucesso e necessário que este oriente a sua ação para atenuar, dar reposta aos problemas atuais. Assim, acompanhando a realidade atual do país, identifica-se o problema das baixas qualificações, que afecta grande parte da população, empregada e desempregada, que representam um acumular de desvantagens face às mutações tecnológicas, às novas formas de organização das empresas e da própria economia, no processo crescente da globalização. Desenvolver mecanismos de integração social e profissional constitui um objetivo estatuário que se pretende alcançar pela via da formação – “Formar para incluir”. Há muito que se privilegia a formação, em termos de estratégia, para minorar a desigualdade social, estando na base de toda a intervenção um leque de objetivos que passam por educar e reabilitar, criar condições de igualdade de oportunidades, facilitar o acesso à formação e ao emprego, melhorar as condições de vida e elevar o nível de formação em geral. Ao longo da vida a formação revela-se cada vez mais imprescindível, face à necessidade de responder aos desafios que a sociedade de conhecimento coloca, pelo que também a população adulta ativa deve ser alvo de processos de aquisição, atualização e renovação de saberes, bem como potenciação de capacidades e atitudes para a aprendizagem constante e adaptação ao mundo do trabalho. No que concerne a esta problemática, os Projetos Ramal (de) Intervenção e Raiz, financiados pelo Programa Escolhas têm desenvolvido um trabalho no âmbito da formação e apoio à empregabilidade através do Gabinete de Acompanhamento de Inserção na Vida Ativa. O Recurso “Manual de Técnicas de Procura Ativa de Emprego” desenvolvido pelos Projetos “Raiz” e “Ramal (de) Intervenção” surge do diagnóstico social elaborado por ambos os projetos aquando da candidatura ao Programa Escolhas para o triénio 20102012. Neste diagnóstico eram já identificados os principais problemas ao nível da área da empregabilidade com que os projetos teriam que lidar ao longo da sua execução junto da sua população destinatária: um grave problema de desemprego na população adulta, uma forte componente de trabalho precário, desqualificado e informal, um 5
grande défice ao nível das competências pessoais e sociais no âmbito da empregabilidade, e uma falta de informação generalizada sobre os processos conducentes a uma procura ativa na área da empregabilidade. Além disso, este diagnóstico da realidade social da população destinatária de ambos os projetos foi sendo validado e reforçado pelo conhecimento intrínseco desta população ao longo do tempo, derivado da própria execução, proximidade e desenvolvimento no terreno de ambos os projetos, nomeadamente, através das atividades dos projetos mais diretamente relacionadas com a área da empregabilidade, como o desenvolvimento dos Gabinetes de Inserção na Vida Ativa. Por outro lado, o contacto próximo e regular dos projetos com esta realidade social suscitou novos desafios e reflexões aos técnicos de ambos os projetos ao nível da procura de soluções adequadas para a sua população adulta no âmbito da área da empregabilidade, nomeadamente, na pesquisa e procura de informação útil e prática que pudesse ser um guia para uma intervenção mais estruturada nesta área. Deste modo, o Recurso “Manual de Técnicas de Procura Ativa de Emprego” surge da necessidade de recolher a informação dispersa existente sobre esta área, de a tratar, organizar e compilar num manual teórico/prático que possa ser um orientador e facilitador do desenvolvimento de ações no âmbito da procura ativa de emprego. Assim, este Recurso pretende ser um instrumento orientador da ação dos técnicos que trabalham com a população nesta área da empregabilidade, facilitando e organizando os processos de encaminhamento e de inserção profissional dos seus destinatários, através de uma ação simples, estruturada, de cariz prático mas assente numa base teórica e, por outro lado, facilitando a criação de ações promotoras do desenvolvimento de competências pessoais e sociais na área da empregabilidade junto desses mesmos destinatários. Por outro lado, este Recurso pode ser abordado autonomamente pelos próprios destinatários, tornando-se, assim, um instrumento organizador e estruturador de todos os passos que os destinatários deverão realizar no âmbito de um processo de procura ativa de emprego. Deste modo, este Recurso torna-se, igualmente, um promotor do desenvolvimento de competências pessoais e sociais no âmbito da empregabilidade junto dos destinatários, de forma autónoma e independente dos projetos/instituições.
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Narrativa da Prática O Recurso “Manual de Técnicas de Procura Ativa de Emprego” foi sujeito a uma prática de experimentação junto de duas equipas de técnicos que puderam operacionalizar este Recurso através do desenvolvimento de uma ação de formação de “Técnicas de Procura Ativa de Emprego”, implementando todos os conceitos teóricos inerentes aos processos de procura ativa de emprego que constituem a base teórico/prática deste manual de técnicas de procura ativa de emprego e que se pretende constituir como Recurso “Escolhas”. A operacionalização da experimentação do Recurso foi desenvolvida pelas equipas de técnicos que constituem o Projecto “Ramal (de) Intervenção” e do Gabinete de Inserção Profissional – GIP da Junta de Freguesia de Ramalde, no Concelho do Porto. A experimentação do Recurso consistiu, assim, na construção e implementação de uma ação de formação de “Técnicas de Procura Ativa de Emprego” num grupo de destinatários do Projecto “Ramal (de) Intervenção”, com um tipo de perfil e problemática associado ao diagnóstico social elaborado em candidatura pelos projetos “Raiz” e “Ramal (de) Intervenção”, e a que este Recurso pretende dar resposta – jovens e adultos em situação de desocupação profissional e escolar e que pretendam integrar um processo de procura ativa de emprego. No âmbito desta ação de formação foram abordadas, junto dos destinatários, as técnicas, os instrumentos, as diferentes fases de evolução e a divulgação de informação inerentes aos processos de procura ativa de emprego. Esta operacionalização da experimentação do Recurso através desta ação de formação pretendeu, também, dar resposta a outra problemática igualmente associada ao diagnóstico social elaborado em candidatura por ambos os projetos, nomeadamente, o défice de competências pessoais e sociais no âmbito da área da empregabilidade dos destinatários jovens e adultos destes projetos. Assim, a experimentação do Recurso também operacionalizou a verificação da existência do desenvolvimento de competências pessoais e sociais no âmbito da procura ativa de emprego nos destinatários participantes, pois, estes destinatários são, também, encarados como sendo potenciais utilizadores do Manual de técnicas de procura ativa de emprego de forma autónoma e independente das equipas de técnicos dos projetos/instituições. 7
Deste modo, para uma boa implementação e utilização deste Recurso recomenda-se o seguinte: os recursos materiais necessários para a implementação do Recurso não são de todo exigentes, bastando para o efeito os requisitos normais para a implementação de Workshop’s, atividades ou outras ações com destinatários, nomeadamente, salas, cadeiras, computador, projetor, tela de projeção, papel, canetas, entre outros. Ao nível dos recursos humanos torna-se necessário o acompanhamento dos destinatários por parte de técnicos e outros profissionais que sejam, preferencialmente, da área das ciências sociais e humanas. Por outro lado, o carácter prático deste Recurso, a sua simples compreensão e aplicação, a sua polivalência na estruturação de diferentes ações, a utilidade prática da sua informação, o seu cariz organizador e orientador de processos, e o seu fácil e autónomo manuseamento por parte de diferentes equipas de técnicos e por parte de destinatários diversificados, levam a que a sua transferibilidade e replicação em outros projetos, instituições, e outros agentes de cariz social, seja um fator que potencia e enriquece a própria natureza e a ação do Recurso no âmbito da área da empregabilidade.
Perfis Técnicos A aplicação prática no terreno deste Manual de Técnicas de Procura Ativa de Emprego exige um perfil técnico muito específico e adequado para que possam ser atingidos os seus objetivos. Assim recomendamos que os técnicos que apliquem esta ferramenta sejam oriundos das áreas das ciências sociais e humanas, pois, poderão ter a vantagem de estar melhor preparados tecnicamente para lidar com as problemáticas associadas ao desemprego e para realizar um acompanhamento e uma supervisão da implementação efetiva por parte dos utentes das técnicas apresentadas no Manual. Por outro lado, para além das competências técnicas, recomendamos que os técnicos tenham, igualmente, um determinado perfil humano que melhor os capacite para a sua intervenção com as populações beneficiárias deste recurso. Assim, recomendamos técnicos com um perfil humano sustentado por uma matriz axiológica baseada na ética profissional, no sentido de proximidade para com os utentes, na capacitação de criar relação e laços positivos com as pessoas da intervenção e numa lógica de intervenção promotora dos direitos e dos valores humanos junto das populações beneficiárias deste recurso.
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Parte I- Guia Informativo na Procura de Emprego Organizar o processo de procura ativa de emprego.
Anúncios de emprego Recursos disponíveis: GIP (gabinete de integração profissional) de Freguesia de Ramalde, Escolas de Formação profissional e Centro de novas oportunidades e EFA. Necessidades identificadas: Ações de encaminhamentos para centros de formação profissional; Ações de integração no meio laboral e/ou em agentes empregadores. No contexto da integração profissional, há que evidenciar que o desenvolvimento do marketing pessoal pode ser hoje um trunfo importante para quem procura emprego. Saber vender as suas potencialidades e conhecimentos, escrever uma carta de apresentação ou um curriculum vitae e enfrentar uma entrevista podem constituir vantagens adicionais. Resposta a Anúncios de Emprego: Esta é a forma mais tradicional de procurar emprego. Os anúncios são publicados sob as mais diversas formas e recorrendo a vários meios. Os jornais e revistas devem ser corretamente utilizados. Normalmente as ofertas de posições para quadros são publicadas, sobretudo, no suplemento do Jornal Expresso (caderno Emprego). O Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e o Correio da Manhã têm uma secção diária das mais diversas profissões. Jornais mais especializados, como o Jornal de negócios, possuem ofertas de emprego na área económica. O conteúdo dos anúncios é muito diversificado, indicando, normalmente a forma de resposta que pretendem: o envio de Curriculum Vitae
ou
de
Carta
de
Candidatura.
Assim, e relativamente ao conteúdo, os anúncios podem conter informação sobre: -Empresa - nome,
localização, sector de atividade,
volume de
negócios;
-Posto de Trabalho - título, funções a exercer, local, regalias sociais, remuneração; -Exigências de candidatura - nível de formação, experiência profissional, estágios, domínio de línguas e informática Colocação de Anúncios de Emprego:
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Muitas pessoas não encontram nas ofertas de emprego exatamente aquilo que gostariam de fazer, ou porque as suas características são muito especiais, ou porque a atividade que querem desenvolver tem um apelo diferente ou ainda, porque se podem estabelecer com uma atividade independente. A grande maioria dos jornais e outros suportes do género, possuem uma secção dedicada ao mercado de emprego de procura. Será aqui que deverá ser afixada a procura de emprego. Também nos Centros de Emprego, Clubes de Emprego e UNIVA?s poderá dispor deste serviço. Quando se redige um anúncio há que ter em atenção os seguintes aspetos:
Ler anúncios já existentes, tentar descobrir se são eficazes e melhorar as condições criticáveis;
Ter em atenção o aspeto gráfico, torná-lo distintivo;
Verificar os dias e periodicidade de distribuição do meio de suporte escolhido;
Avaliar o conteúdo do anúncio e verificar se é compreensível, conciso, objetivo e apelativo.
Avaliar quais são os locais onde deve ser colocado, em termos do tipo de trabalho pretendido e das condições oferecidas por esse suporte.
O Currículo Vitae 1) A procura ativa de emprego deve ser realizada ao longo do tempo de forma persistente, organizada e estimulada. Deste modo, o Técnico que acompanha o utente nesta pesquisa deve manter sempre uma postura de permanente motivação do utente para que este não desista desta procura ativa. Uma das ferramentas mais utilizadas na procura de emprego é o Currículo Vitae. Assim, o Técnico que acompanha o utente deve explicar de forma clara o que é e para que serve esta ferramenta e, juntamente com o utente, construir um Currículo Vitae que melhor se adapte ao seu perfil. Este documento é pois, o primeiro passo para iniciar a carreira profissional, sendo, por isso, de uma extrema importância. O Currículo Vitae é um cartão de apresentação, ou seja, transmite a imagem pessoal, as qualidades, as aptidões e as competências que o utente possui. Assim, o CV é um resumo detalhado de dados pessoais, formação recebida, experiência profissional e outras atividades desenvolvidas ao longo da história profissional, académica e social do 10
utente. É, no fundo, um auto-retrato que tem como objetivo convencer um empregador da capacidade do utente de realizar uma qualquer tarefa para a qual se candidata, levando o empregador a querer conhecer o utente e até marcar uma entrevista profissional com ele. Um bom Currículo pode ser decisivo na escolha de um candidato, por isso importa estar bem construído. Este é um dos papéis fundamentais do Técnico: apoiar o utente na construção eficaz do seu Currículo Vitae. Assim, existem funções específicas que um Currículo deve desempenhar, pelo que devem ser tidas em conta na fase da sua elaboração pelo utente. Eis alguns dos objetivos que um Currículo deve contemplar:
Motivar o empregador para conhecer o utente. O Currículo deve incluir pormenores que aparentemente poderiam ser considerados insignificantes, como a liderança ou a participação do utente em qualquer atividade extra-profissional – por exemplo a sua participação em ações de voluntariado. São estes pequenos detalhes da vida do utente que podem distinguir o seu Currículo em relação a outros.
Transmitir uma imagem positiva do utente. Cada emprego necessita de uma pessoa com características específicas, uma motivação, conhecimentos adequados e únicos. O Currículo deve indicar esses aspetos e adequá-los às exigências de cada empregador, pelo que o utente deve conhecer a filosofia e objetivos da organização e do lugar a que se candidata. Novamente neste ponto, o Técnico tem um papel muito importante, na explicação detalhada da organização à qual o utente se candidata.
Transmitir uma visão do potencial do utente e da evolução das suas competências no futuro. O empregador ao analisar o Currículo, deve captar imediatamente as características mais importantes do utente, como por exemplo quem é e como é a pessoa, o que fez, que formação teve, que competência desenvolveu, que capacidade tem, etc.
Passar a primeira fase de seleção. Numa primeira fase, os Currículos contêm a informação teórica do utente. Contudo, numa segunda fase que geralmente culmina numa entrevista pessoal, é necessário que o utente comprove a informação contida no seu Currículo para permitir a continuação do processo. O apoio do Técnico para esta fase é igualmente importante para preparar o utente para essa entrevista. 11
Apoio na fase de entrevista. Passando a primeira fase de seleção, geralmente segue-se uma ou várias entrevistas onde o Currículo do utente é o ponto de partida para a conversa, servindo tanto de base para as questões do entrevistador como para as respostas do utente – por esta razão a honestidade é indispensável para que não surjam questões embaraçosas que ponham em causa a veracidade das afirmações. Neste ponto, o Técnico deve treinar diversas vezes as perguntas e respostas com o utente, através de uma simulação de entrevista.
Na elaboração do Currículo o utente deve obedecer a um conjunto de regras que podem ser fundamentais para o sucesso e que se podem sistematizar. Neste ponto, o Técnico deve verificar com o utente se o seu Currículo cumpre estas normas de construção. Assim, o Currículo: - Deve ser curto e direto, nunca ultrapassando as 2 ou 3 páginas, dependendo da experiência profissional/social do utente; - Deve incluir todos os aspetos que se considerem relevantes para a avaliação do perfil individual e das capacidades profissionais do utente; - A informação deve ser honesta e verdadeira; - A informação deve ser relevante para o propósito do envio do Currículo; - Deve ser perfeito em termos de ortografia e gramática, pois isso pode invalidar a própria candidatura ou fornecer uma imagem extremamente negativa do utente; - Nunca deve ignorar algumas informações que considera menos importante, é preferível pormenorizar menos alguns aspetos para que todos possam ser incluídos; - Deve ser o mais pessoal possível. Os formulários-padrão devem ser encarados apenas como guias pois podem revelar pouca imaginação e pouca iniciativa por parte do utente; - O grau de elaboração do Currículo deve ser diretamente proporcional ao nível de satisfação do emprego a que se candidata, devendo demonstrar um bom conhecimento da empresa, das suas necessidades e do tipo de papel que o utente poderá desempenhar nela; 12
- Deve conter a identificação do utente – nome, data de nascimento, morada, telefone e e-mail; as suas habilitações escolares – nível de escolaridade, data de conclusão, estabelecimento de ensino, média final; a sua formação profissional – certificados profissionais adquiridos em centros de formação profissional e/ou empresas; a sua experiência profissional – experiência de trabalho, estágios efetuados,
funções desempenhadas,
responsabilidades assumidas,
horizonte
temporal em que assumiu tais funções; as suas atividades extra-profissionais – atividades de tempos livres, culturais, desportivas, associativas, sindicais, de voluntariado, entre outras. Os Currículos também podem ser utilizados conforme situações muito específicas, devendo ser adaptados perante as situações e objetivos que determinam a sua apresentação. E estas situações podem ser muito diferentes. Desta forma, podemos apresentar um Currículo para: - Resposta a um anúncio - esta é a mais comum em que o candidato se dirige a uma empresa que nenhum contacto teve até então com ele, propondo-se para um cargo que julga poder desempenhar, necessitando pois, de um currículo que destaque as suas potencialidades e capacidades; - Candidatura espontânea - este tipo de currículo necessitará de ser mais abrangente e menos especificado pois não corresponde a um cargo cujas responsabilidades e exigências tenham sido explicitamente anunciadas pela empresa, daí que seja mais complicado determinar aquilo que se deve destacar; - Candidatura interna - muitas empresas requerem um processo de seleção para um posto mais elevado na hierarquia ou para um sector diferente dentro da mesma organização que exige a apresentação de um currículo, no qual se deve dar maior enfoque às atividades quer profissionais, quer extra-profissionais que se desenvolveram ao longo do tempo de permanência nessa instituição e que darão uma imagem positiva do empenho e motivação em relação à empresa; - Entregue durante uma entrevista - alguns anúncios de emprego indicam apenas um número de telefone, pelo qual se marca imediatamente uma entrevista, para a qual o currículo é levado e entregue em mão; dada a análise imediata e que pode suscitar questões durante essa entrevista, o currículo deve ser bastante claro e simples pois todos 13
os pormenores podem ser clarificados na altura, ficando muito mais na mente do entrevistador do que se forem simplesmente lidos; - Numa candidatura a uma pós-graduação - a nível académico também a seleção para a frequência de cursos de pós-graduação exige a apresentação de currículos em que se analisa a experiência relevante para o nível de estudos pretendido; nestes casos, muitas vezes é pouco importante a experiência profissional ou atividades extracurriculares, mas é mais relevante a realização de estudos ou a atribuição de prémios; - Para concursos - muitas vezes, a atribuição de bolsas ou de subsídios públicos ou privados pode também requerer a apresentação de um currículo que comprove que o candidato possui todos os requisitos e como se destaca dos outros candidatos pelas realizações que conseguiu ou pelo seu elevado potencial - o tipo de currículo utilizado neste caso será necessariamente diferente dos anteriores.
A reter: - O Currículo é a sua “cara”, revela a sua pessoa a quem não o conhece; - Um Currículo bem elaborado pode ser uma janela de oportunidade para um emprego; - O Currículo deve ser verdadeiro.
Cartas de Apresentação/Candidatura Uma outra ferramenta bastante utilizada para a procura ativa de emprego são as Cartas de Apresentação. Esta ferramenta é muito útil, mas, requer por parte do Técnico que acompanha o utente um grande cuidado e responsabilidade na redação ou verificação do texto. A Carta de Apresentação deve acompanhar o Currículo e deve ser escrita de forma simples e breve. Assim, a Carta deve conter: - A identificação do utente – nome, morada, telefone e-mail; 14
- Deve realizar uma referência à fonte do anúncio – nome da publicação (revista, jornal, classificados, etc.), data da publicação/número de referência do anúncio; - Deve referir o título do posto de trabalho/cargo a que se candidata; - Deve fazer referência ao envio do Currículo; - Deve manifestar a sua disponibilidade para participar numa entrevista; - Deve terminar a Carta apresentando os seus cumprimentos, datar e assinar. Nestas cartas, o Técnico deve ter um especial cuidado junto do utente no apoio à verificação da gramática ao nível da construção do texto e dos erros ortográficos. É de referir que nas Cartas de Apresentação erros ortográficos são inadmissíveis, pois, colocam em causa a candidatura do utente, pelo que o Técnico deve fazer uma correção geral antes do envio destas Cartas. Um outro formato possível para estas Cartas são as Cartas de Candidatura. Estas Cartas valem por si próprias e são uma mistura de carta de Apresentação e um Currículo resumido. Estas Cartas devem ser utilizadas quando o anúncio ao qual o utente concorre pedir como resposta este tipo de Carta. Novamente, a construção destas Cartas devem ser supervisionadas pelo técnico que acompanha o utente. Assim, estas cartas devem conter: a referência à fonte do anúncio – nome da publicação (jornal, revista, classificados, etc.), o número de referência do anúncio, e os dados solicitados no anúncio, que por norma são os seguintes: - Identificação do utente – nome, data de nascimento, morada, telefone, e-mail; - Nome do posto/cargo/função a que se candidata; - Habilitações escolares e profissionais; - Experiência profissional e descrição das competências técnicas e profissionais. - Deve concluir a Carta manifestando a sua disponibilidade para participar numa entrevista de modo a esclarecer de forma mais detalhada as suas competências profissionais e pessoais. Apresente cumprimentos, date e assine a Carta.
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Esta ferramenta ao ser utilizada pelo utente exige a supervisão do Técnico de modo a que fique assegurado que são cumpridas as normas descritas e que não existem erros de gramática/ortografia. A reter: - A Carta de Apresentação não pode conter nenhum erro ortográfico/gramatical; - A Carta de Apresentação deve ser clara, simples e destacar apenas o essencial da sua pessoa/experiência.
Candidaturas Espontâneas A procura ativa de emprego não pressupõe apenas a candidatura a concursos para cargos ou funções. Uma outra ferramenta possível de ser utilizada na procura ativa de emprego é a Candidatura Espontânea. Esta é uma ferramenta que o Técnico deve propor ao utente, pois, muitas vezes é desconhecida dos utentes. E, tal como as ferramentas anteriores, esta pressupõe igualmente uma forte supervisão e apoio do Técnico ao utente na construção desta Candidatura. Assim, a Candidatura Espontânea pressupõe que muitos postos de trabalho não são anunciados ou colocados a concurso. Deste modo, esta Candidatura é uma forma de a pessoa se dar a conhecer, de fazer a sua promoção pessoal e de dar a conhecer as suas competências profissionais e pessoais junto de possíveis empregadores. Além disso, ao tomar esta iniciativa, a pessoa mostra-se proactiva e empreendedora, faceta muito apreciada atualmente no mercado de trabalho. Assim, uma Carta de Candidatura espontânea pressupõe: - Um grande conhecimento das empresas/instituições para as quais se candidata – atividade principal; produtos comercializados; serviços que presta, entre outros dados; - Definir tudo o que pode e quer fazer no âmbito da empresa/instituição a que se candidata, e quais as razoes que o levam a enviar uma Carta de Candidatura para essa empresa/instituição em concreto. A Carta de Candidatura espontânea deve conter: 16
- Os motivos que o levam a querer candidatar-se a essa empresa/instituição específica, mostrando o seu interesse pessoal por essa entidade; - Apresentar de forma muito clara a sua mais-valia profissional, destacando a sua experiência profissional, a sua formação e aptidão pessoal, e demonstrando o valor que poderia transmitir à empresa/instituição; - Sugerir a possibilidade de realizar uma entrevista de emprego, para que a empresa/instituição possa conhecer melhor a sua pessoa, num encontro onde poderá expor as suas ideias e mais-valias profissionais e pessoais; - Anexar sempre o seu Currículo Vitae; - Deve ser redigida sem erros ortográficos/gramaticais; - Deve conter os seus elementos pessoais; - Deve ser dirigida aos Recursos Humanos e/ou Diretores, Coordenadores, Presidentes das empresas/instituições que se contacta. A reter: - A Carta de Candidatura espontânea não deve conter erros ortográficos/gramaticais; - A Carta de Candidatura espontânea deve criar uma imagem positiva e pró-ativa do utente; - Muitos recrutamentos de pessoal por parte de empresas/instituições são realizados através de Cartas de Candidatura espontânea, pelo que não deve desvalorizar esta ferramenta.
Parte II - Sessões de Técnicas de Procura Ativa de Emprego O processo de Procura Ativa de Emprego está dividido em duas etapas: A primeira etapa consiste na organização do processo de procura de emprego que é extremamente profícuo para cada participante na medida em que vai permitir realizar uma autoanálise de uma série de aspetos essenciais:
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- Perfil de competências; - Áreas, funções, tarefas para as quais possui potencial; - Competências a desenvolver; - Tipo de atividade profissional procura; - Responsabilidades, funções, tarefas que essa atividade exige. O cronograma está estruturado em 5 sessões. A distribuição dos temas e componentes ao longo das 5 sessões decorre conforme ilustrado na tabela 1.
Sessões
Conteúdos
Recursos
Duração
1
Acolhimento Apresentação do plano de Procura Ativa de Emprego (objetivos e cronograma das ações) Preenchimento do pré-teste
Sala equipada Computadores Data show Impressora Folhas Capas
1:30h
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Elaboração do Dossier Pessoal Workshop “Como elaborar um C.V?”
1:30h
3
Workshop “Como elaborar uma carta de apresentação?”; “Como responder a uma candidatura espontânea?”
1:30h
4
Workshop Simulação de Entrevistas (Técnicas Role-playing)
1:30h
5
Resposta a anúncios; Entrega do Dossier Pessoal Colocação do plano de procura ativa de emprego em prática.
1:30h
Tabela 1
Uma vez organizado o dossier pessoal, é chegada a altura de iniciar a segunda etapa, a colocação do plano de procura ativa de emprego em prática. Nesta fase é importante: - Conhecer o mercado de trabalho; - Obter informações sobre as ofertas que estão disponíveis (Candidatura a anúncio); - Antecipar-se à publicação de anúncio de vaga (Candidatura Espontânea).
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Em anexo encontra-se a proposta de formação (slides).
Considerações Finais
O presente recurso foi pensado, elaborado e concretizado numa perspetival de melhorar a intervenção dos profissionais que se deparam com as problemáticas do desemprego, trabalho precário, desqualificado e informal, défice das competências pessoais e sociais no âmbito da empregabilidade da população com quem trabalham diariamente. Constitui um instrumento de trabalho útil com uma componente teórica e prática facilitando e orientando o desenvolvimento de ações no âmbito da procura ativa de emprego.
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Bibliografia
Instituto de emprego e formação Profissional, “Como procurar emprego”, 2002.
HOWARD, SIMON, “Como elaborar um currículo”, Editora Civilização, 1999.
MARUANI, M. e REYNAUD, E. – Sociologie de l'emploi, 1993
Definição do objeto de estudo da Sociologia do Emprego
Candidatura do Projecto “Raiz” ao Programa Escolhas, 4ª Geração.
Candidatura do Projecto “Ramal(de) Intervenção” ao Programa escolhas, 4ª Geração.
Sites consultados: The talent city http://vizualize.me http://www.linkedin.com http://www.sparkagency.pt http://www.soyouthinkyoucanpitch.org http://www.clip-cv.com
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Anexo1 Pré-teste
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