Ir Mais Além

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“IR MAIS ALÉM” Programa de Formação Competências Pessoais e Sociais

Elaborado por: Projecto Pro Infinito e Mais além

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ÍNDICE Pág. 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Enquadramento e Pertinência ......................................................................................... 4 Eixos Orientadores ..............................................................................................................6 Objectivos Gerais .............................................................................................................. 7 Programa de Formação .................................................................................................... 9 Metodologias ................................................................................................................. 12 Planificação das Sessões ................................................................................................ 14 6.1 Acolhimento ...............................................................................................................14 6.2 Módulo I – Educação para a Cidadania - Direitos e Deveres ....................................15 6.2.1 - Actividade: A Teia das Relações .......................................................................15 6.2.2 - Actividade: A consequência dos nossos actos .................................................16 6.2.3 - Actividade: Entreajuda .....................................................................................16 6.2.4 - Actividade: Auto - Reflexão (Pessoal e/ou Social) ...........................................17 6.3 - Módulo I – Educação para a Cidadania - Promoção de competências Relacionais........................................................................................................................17 6.3.1 - Actividade: Outras formas de comunicar, de reconhecer e nomear sentimentos .....................................................................................................................17 6.3.2 - Actividade: Cadeia de Emoções .......................................................................18 6.3.3 - Actividade: O Guia e o Cego .............................................................................18 6.3.4 - Actividade: O que os outros pensam de mim e o que eu penso dos outros .19 6.4 - Módulo II - Educação para os Afectos - A expressão dos afectos ............................19 6.4.1 - Actividade: Os Sentimentos e as Emoções ..................................................20 6.4.2 - Actividade: Pode não ser o que parece .......................................................20 6.4.3 - Actividade: Os Sentimentos e as Emoções .................................................20 6.4.4 - Actividade: Colocar-me no papel do outro ................................................ 21 6.5 - Módulo II - Educação para os Afectos - Exercitar a afectividade a partir da experiência de alguns papéis sociais.................................................................................22 6.5.1 - Actividade: Quem faz o quê? .........................................................................22 6.5.2 - Actividade: Diferentes papéis ......................................................................22 6.5.3 - Actividade: Eu e o grupo .................................................................................23 6.6 - Módulo III – Educação para a gestão e mediação de conflitos interpessoais Compreender o que é o conflito ......................................................................................23 6.6.1 - Actividade: Pedidos difíceis ..........................................................................23 2


6.6.2 - Actividade: Conflitos Morais ............................................................................24 6.6.3 - Actividade: Távola redonda ..............................................................................25 6.7 - Módulo IV: Educação para a Saúde - Noção de Cuidado (Pessoal e com os Outros) ............................................................................................ 25 6.7.1 - Actividade: Corpo masculino e corpo feminino .........................................26 6.7.2 - Actividade: Que outro nome tem? ................................................................26 6.7.3 - Actividade: Onde nos podemos dirigir….......................................................27 6.7.4 - Actividade: Vamos lá aprender mais um pouco .........................................27 6.7.5 - Actividade: Alimentação Saudável .................................................................27 6.7.6 - Actividade: Cuidar de mim ..............................................................................28 6.8 - Módulo V – Educação para questões ambientais - Efeitos “causa – consequência” no ecossistema ......................................................................................................................29 6.8.1 - Actividade: Vamos ver e reflectir…...................................................................29 6.8.2 - Actividade: O que é uma Eco - casa? Vamos aprender….................................29 6.8.3 - Actividade: E Eco – Famílias, quem sabe o que é? Como podem explorar recursos naturais sustentáveis? ................................................................................ 30 6.8.4 - Actividade: A política dos três R’ .....................................................................31 7. Instrumentos Avaliativos ................................................................................................... 32 8. Reflexão da Aplicação do programa...................................................................................33 9. Anexos ............................................................................................................................... 35 10. Bibliografia.............................................................................. .........................................62

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1 - Enquadramento e Pertinência

Sendo a ênfase deste programa dada à prevenção secundária e terciária de Comportamentos de Risco, com o objectivo de minimizar situações de exclusão escolar e social, devemos encontrar conjuntamente (formadores/facilitadores e alunos) vias alternativas de comunicação, de observação, e de contacto com as realidades pessoais e interpessoais dadas no encontro formadores-alunos. Estas vias alternativas devem ser consideradas de forma a potenciar em cada jovem, individualmente e enquanto elemento integrado num todo comunitário (turma, escola, família, comunidade …), para que a inclusão seja evidente desde a raiz do encontro e que assim os alunos possam usar como modelo comportamental e reflexivo um estilo relacional integrado e baseado em normas que potenciem a autonomia, o respeito, e a liberdade em circunstância. Sob esta perspectiva, e para que sejam minimizados sentimentos de confusão, de angústia “destruturante”, e de rejeição imediata e insuficientemente reflectida por parte dos alunos, devemos primar pela coerência entre os objectivos do programa e os conteúdos programáticos construídos, partindo de uma atitude de co-construção de significados, em relação. Assim, o formador/facilitador deve ser, tanto quanto cada aluno, desafiado a pensar os processos relacionais que se vão desenvolvendo no seio de cada acção, facilitando a compreensão dos formandos acerca dos seus estados psicossociais/culturais actuais, acerca da reflexão crítica das possibilidades reais de mudança, e na ajuda à construção de projectos e sentidos para a vida adaptados às circunstâncias reais e aos limites e possibilidades de escolha e de decisão. A faixa etária dos 10 aos 18 anos é considerada uma fase de vivência intensa de ambiguidades, crises de identidade, e de valores, e mudanças corporais constantes e importantes que se reflectem nas interacções quotidianas com Outros e com o meio circundante. A impermanência é apanágio desta fase extensa do desenvolvimento humano. Por isso, pode ser também uma fase propícia a uma grande abertura ao desconhecido, ao risco, e ao confronto com a diferença e a diversidade, sob uma atitude de exploração e de busca por maior conforto e bem-estar. Deste modo, a abertura à experiencia característica deste período de descobertas assim como os desconfortos, as angústias e as frustrações próprias aos momentos de crise de muitos adolescentes, podem ser utilizados como momento óptimo para a introdução de novas reflexões, novos investimentos, e até de novos rumos ou direcções que sejam mais gratificantes, mais saudáveis, e mais diversificados. Estes momentos formativos poderão ajudar estes jovens a sair de padrões comportamentais viciados e pouco criativos, no sentido de um esforço comum para os seus papeis activos na (re)construção de si mesmos e no alerta para as potencialidades em aberto que (ainda) dispõem. 4


Assim, utilizando as características próprias a esta faixa etária: do risco, da aventura e descoberta, da angústia, do medo, do desejo, etc., podemos ajudar estes jovens a utilizá-las consciente e informadamente, a favor dos seus desenvolvimentos pessoais, das suas integridades e dignidade humana, numa perspectiva mais envolvente, mais harmoniosa com um todo pessoal, relacional, e contextual.

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2- Eixos Orientadores

Pretende-se que a abordagem a cada temática contemple sempre como objectivo geral a procura por uma maior eficácia de qualquer tipo de relacionamento interpessoal em qualquer área de envolvimento social e comunitário, com especial ênfase nas relações com colegas e amigos pares, professores e comunidade escolar, e articulação de intenções e acções escola-família.

Para isso, propomos seis focos directrizes das acções a realizar: 1) Incluir os alunos na construção do seu projecto de vida e na responsabilização pelas suas acções, desde logo a partir da apresentação dos objectivos do projecto “Pro Infinito e Mais Além”, do seu enquadramento, e dos motivos para que “aqueles” alunos em particular estejam incluídos neste programa; 2) Atitude de abertura ao conhecimento das realidades e vivências individuais de cada aluno, para iniciação e estimulação ao pensamento crítico, consciente e reflectido, a par de uma sensibilidade para a diversidade de modos de ser e de estar e abertura para a mudança e dinamismo das estruturas e personalidade de cada pessoa (alunos e formadores incluídos); 3) Análise co-construída dos processos relacionais alunos-alunos, alunos-formador, e alunos-outros, articulando com exemplos da vida quotidiana e exercícios experienciais em situação; 4) Constante auto-reflexão crítica dos formadores/facilitadores, antes, durante, e depois de cada sessão formativa acerca dos processos relacionais que vão sendo estabelecidos com os alunos e na avaliação crítica das perspectivas pessoais, treinando e exemplificando a cada momento uma postura co-activa e inspiradora de movimentos existenciais com vista à transcendência das dificuldades e à superação pessoal; 5) Partir dos dados conhecidos pela literatura educativa, psicológica, filosófica, e social, para introduzir conteúdos relacionados com a educação para a saúde, para o conhecimento das questões ambientais, para os afectos, para a cidadania, e para as técnicas de gestão e mediação de conflitos; 6) Facultar informação sobre vias alternativas de procura de conhecimento e de experiencias fora do contexto formativo e como forma alternativa de conhecimento pessoal e interpessoal (p.e. pelo ensino de formas de investigação/pesquisa de dados/eventos/actividades).

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3 - Objectivos Gerais

Com vista ao cumprimento dos objectivos gerais, devemos apresentar aos formandos um plano de formação dividido em diferentes módulos: I) Educação para a cidadania; II) Educação para os afectos; III) Educação para a saúde, IV) Educação para questões ambientai; V) Educação para a gestão e mediação de conflitos interpessoais, pela ordem descrita.

I. No primeiro módulo, “Educação para a cidadania”, pretende-se capacitar os formandos para o exercício dos seus direitos e deveres enquanto cidadãos, e promover competências relacionais. II. No segundo módulo,”Educação para os afectos”, pretende-se dotar os formandos de conhecimentos compreensivos acerca da noção de afecto como condição essencial a qualquer modo de estar consigo e com os outros (Serafectado); pretende-se também Exercitar a afectividade a partir da experiencia de alguns papeis sociais, e ainda que os formandos compreendam a importância do reconhecimento de diferentes tipos de corpos, diferentes relações, e diferentes afectos. III. No terceiro módulo, “Edução para a saúde”, pretende-se que os formandos entendam conceitos e circuitos relacionados entre Saúde pública e saúde privada; compreendam diferenças e semelhanças entre Saúde física, saúde mental, e saúde relacional, e entendam a Noção de Cuidado (pessoal e com os Outros). IV. No quarto módulo, “Educação para questões ambientais”, temos como objectivo abordar a importância de um pensamento articulado e abrangente, capaz de motivar os formandos para agir face à diversidade, à diferença, e ás necessidades interrelacionais, a partir da reflexão acerca dos Efeitos “causaconsequência” no ecossistema, e da Exploração de modos de reflexão, de acção, e de intervenção ambiental alternativos e auto-sustentáveis. V. No quinto módulo, “Educação para a gestão e mediação de conflitos interpessoais”, pretende-se promover nos formados a compreensão acerca do que é afinal o conflito, mas também levá-los a Compreender a importância deste na construção saudável de relações humanas (efeitos de uma abordagem do conflito na saúde mental e no desenvolvimento pessoal); e facilitar diferentes formas de Usar o conflito a favor de si-mesmo e do Outro (em movimentos de Ganho-Ganho Vs Ganho-Perda).

Cada módulo descrito anteriormente deve ser guiado pelo facilitador segundo quatro eixos mobilizadores: (1) Fornecimento de informação; (2) Promoção de atitudes de 7


investigação sobre si mesmo e sobre os outros, e de pesquisa de novos conhecimentos (formais e informais) e modos de agir; (3) Estimulação da curiosidade face à diferença e ao desconhecido como formas de abertura a processos de inclusão; e (4) Treino da observação dos processos relacionais e interactivos.

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4 - Programa de Formação

Conteúdos

Acolhimento: Apresentação da formadora e do grupo/turma. Breve abordagem aos objectivos do Projecto “Pro Infinito e Mais Além”. Breve apresentação e discussão do Programa de Formação; Introdução ao tema Competências Pessoais e Sociais. Definição de regras normas e valores, a ter presentes no decorrer da Formação.

Modulo I: Educação para a cidadania A. Direitos e deveres a) Reconhecimento da auto e hetero –imagem e auto-conceito actuais; b) Consciencialização do conceito de Valores e devida importância na tomada de decisões; c) Perceber o papel individual e enquanto parte integrante de um grupo e de uma sociedade; d) Reconhecer os seus direitos e deveres enquanto indivíduo e enquanto membro de um grupo e de uma sociedade; e) Compreender as diferenças culturais existentes numa mesma sociedade; f) Reconhecimento dos conceitos de dependência e independência face aos Outros (pares, família, professores; sociedade) como instrumento impulsionador da capacidade de acção, de escolha responsável, e de autonomia. B. Promoção de competências relacionais a) Compreender o conceito de “discussão” Vs agressão Vs passividade e omissão de opinião; b) Entender a comunicação verbal e não-verbal na relação com outros (postura, voz, aparência, contacto visual, adequação da linguagem, etc.; corporalidade, regulação distancia/proximidade, traduções e interpretações Vs compreensão, etc.); c) Saber expressar e compreender necessidades, vontades, intenções, e afectos (p.e. “falar por falar” Vs “dizer como elo de estabelecimento de relação confiança”), entender a linguagem das queixas; d) Reconhecimento da importância da adequação dos comportamentos e linguagem aos contextos (Assertividade através do treino do pensamento crítico construtivo, capacidade para ouvir o outro, identificação de juízos e julgamentos/preconceitos/estereótipos); e) Perceber situações difíceis (que podem provocar irritabilidade, falta de paciência/calma, impulsividade, frustração, desmotivação, incompreensão, raiva, tristeza, repugnância, etc.), e adopção de comportamentos ajustados; 9


f) Compreender a noção de Acção e de Processo (Intenção, percepção, projecção/planeamento, sequência, consequência/ causa-efeito, e correlação); Módulo II: Educação para os afectos A. A Expressão dos Afectos a) Compreender o conceito de afecto (sentimentos, emoções, pensamentos, estados de humor, etc.); b) Desenvolver atitudes de compreensão e respeito pelos afectos de cada um (treino da auto e hetero aceitação); c) Identificar vários tipos de relações afectivas (diferentes tipos de afectos); B. Exercitar a afectividade a partir da experiencia de alguns papeis sociais a) Compreender a diferenciação do papel masculino e feminino na família e na sociedade; b) Identificar o Eu e o Outro: dimensões diferentes, iguais, e semelhantes (conhecer a importância da igualdade, da diferença, e das discriminações positivas e negativas); c) Entender a importância da pertença a diferentes grupos e da ligação entre eles; d) Perceber as motivações para a constituição de um casal, as continuidades, e as rupturas; Módulo III: Educação para a gestão e mediação de conflitos interpessoais A. Compreender o que é o conflito a) Perceber a natureza do conflito; b) Identificar diferentes formas de viver o conflito pessoal e interpessoal (preocupação, impasse e indecisão, sentimento de perda e desvantagem, incompreensão, juízos precipitados, tristeza, desespero, medo, ansiedade, não-resolução, confronto agressivo, imposição da vontade própria, etc.); c) Diferenças entre conflito, agressão e violência (assertividade, passividade e agressividade); d) Treino da frustração, da espera e da auto – observação activa; e) Compreender a importância do conhecimento e da experiência ética (Vs moral/cultura/religiosa). __________________________________________________________________________________ _ Módulo IV: Educação para a saúde A. Noção de Cuidado (pessoal e com os Outros) a) Anatomia geral e funcionalismo como conhecimento de partida (conhecimento de si através das perspectivas das ciências naturais); b) Recursos comunitários disponíveis na Saúde: (hospitais, centros de saúde, consultas privadas, Ministério da Saúde, Inspecção Geral de Saúde, Organização Mundial de Saúde); c) Reconhecer a importância do sono adequado e sua relação com o bem – estar 10


e desempenho geral (qualidade e quantidade adequadas); d) Alimentação Saudável; e) Entender as semelhanças e diferenças entre a medicação, auto – medicação e o consumo de álcool, e suas consequências; f) Compreender a influência da higiene pessoal na relação consigo mesmos com os Outros. Módulo V: Educação para questões ambientais A. Efeitos “causa-consequência” no ecossistema a) Reflectir acerca da consequência directa dos nossos actos no Ecossistema; b) Reflectir acerca das alterações climáticas, hábitos de consumismo irreflectido, produção e consumo alimentar; transportes colectivos e transportes particulares; explorações de recursos fósseis, fauna e flora, direitos dos animais, exploração dos nichos ecológicos/ecossistemas; B. Explorar modos de reflexão, de acção, e de intervenção ambiental alternativos (autosustentáveis). a) Compreender conceitos de Eco-casas e eco-famílias; b) Perceber a importância da exploração de recursos naturais sustentáveis; c) Conhecer a política dos três R’s (Reciclar, Reutilizar, Reduzir).

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5 - Metodologias

Método expositivo: Transmissão oral de informação e conhecimentos ou conteúdos em que a participação do formando é mais observadora. Este método é por vezes utilizado quando se pretende que os conceitos sejam explicados de maneira indutiva. Pretende-se um reforço de algumas informações já abordadas formalmente no contexto escolar no sentido da clarificação dos conhecimentos de base já adquiridos e lembrados, e para que possam ser corrigidos erros de compreensão, colmatar lacunas e discutir construtivamente novos conhecimentos de forma a que os alunos os possam aplicar como rede facilitadora da comunicação verbal e da relação com o formador e com os colegas em contexto de sala de aula. Neste método podem ainda ser incluídas técnicas de questionamento/interrogação de forma fechada ou aberta, técnicas de exploração da capacidade de argumentação face a determinados conhecimentos ou conceitos, e o diálogo onde formandos e formadores poderão partilhar perspectivas pessoais de forma crítica acerca das aquisições formais adquiridas. Método Demonstrativo: Baseia-se na exemplificação de uma determinada operação técnica ou prática que se deseja repetida por imitação e/ou replicação e depois apreendida. Neste método é preciso simultaneamente explicar e mostrar, associar explicações, demonstrações, e ilustrações. Pretende-se que este método possa ser usado como uma das formas de motivar interesse e envolvimento no trabalho por parte do formando, e que seja fomentada a autonomia na realização da tarefa embora sempre num ambiente de disponibilidade por parte do formador. Métodos “Activos”/de Dinamização do grupo: Centram-se na construção do saber através da observação e discussão ou debate em grupo, face a uma situação real, contextualizada e pertinente a um determinado momento presente, ou então face a uma situação simulada. Entre outros, os objectivos destes métodos são da ordem do desenvolvimento da capacidade de análise crítica, aquisição de novos conhecimentos interrelacionados, enriquecimento do vocabulário, da capacidade para trabalhar em equipa, desenvolver capacidades de decisão autónoma, estimular mudanças de perspectivas sobre formas padronizadas de pensar e agir, facilitando o pensamento criativo essencial em qualquer processo de desenvolvimento pessoal. Destes métodos pode-se recorrer a Estudos de Caso como exemplos de situações reais ou fictícias, e Brainstormings que possam provocar e captar ideias em estado nascente sobre os temas emergentes, antes que estes sejam submetidos às regras do pensamento lógico. Métodos Experienciais/ vivenciais: Têm como principal horizonte a maturidade emocional e relacional dos formandos, assim como a capacidade para o diálogo pensamento-acção-emoção. Pretende-se atingir um conhecimento próprio integrado e 12


estruturado de forma saudável e sólida, e o treino da partilha, da intimidade, e da auto e hetero aceitação. Para isso, estes métodos devem passar pela construção permanente de relações de confiança e de desafio entre formandos-formador, e pela abertura para o diálogo e para a honestidade individual. Para funcionarem, estes métodos requerem da parte do formador um treino específico e constante na sua própria capacidade de autoobservação e por isso são exigentes. Estes, requerem ainda uma capacidade do formador para lidar com tarefas não planeadas e espontâneas que ocorrem em situação, de forma a que a direcção de cada acção seja a co-construção dos trajectos formativos/temas a seguir (entre formador e formandos), consoante as necessidades individuais que vão sendo conhecidas, exigindo do formador a capacidade para lidar com o desconhecido, o imprevisível, e a possibilidade de angústia que isso pode provocar (nos formandos e no formador). Estes métodos são baseados em modelos da psicologia humanista/fenomenológico-existenciais, e exigem também que o formador assuma uma postura menos directiva, e mais observadora e participativa em situação. Aqui o formador deve assumir a sua falta de poder para dirigir os caminhos pessoais de cada formando e aceitar a sua capacidade para ser antes um agente facilitador de processos de desenvolvimento de cada formando. Destes métodos podem fazer parte diversos tipos de Role-play, treino da exposição pessoal em díades, pequenos grupos, e no grande grupo (turma), treino da auto-observação e auto-crítica em situação, treino da observação dos processos relacionais em situação real contextualizada, entre outros.

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6 – Planificação das Sessões

6.1 Acolhimento Tema: Apresentação formador/formando Objectivos da Sessão: apresentação do grupo de formandos e do formador; apresentação do projecto Pro Infinito e Mais Além; apresentação do plano de formação, enquadramento das necessidades dos formandos. Actividade: Apresentação interactiva (power point) do projecto e programa de formação; Nota: apresentação do outro Materiais Utilizados: vídeo projector.

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6.2 - Módulo I – Educação para a Cidadania - Direitos e Deveres Objectivos das Sessões: Reconhecimento da auto e hetero – imagem e auto-conceito actuais; Consciencialização do conceito de Valores e devida importância na tomada de decisões; Percepção do papel individual enquanto parte integrante de um grupo e de uma sociedade; Reconhecimento dos seus direitos e deveres enquanto indivíduo e enquanto membro de um grupo e de uma sociedade; Compreensão das diferenças culturais existentes numa mesma sociedade; Reconhecimento dos conceitos de dependência e independência face aos Outros (pares, família, professores e sociedade) como instrumento impulsionador da capacidade de acção, de escolha responsável e de autonomia. 6.2.1 - Actividade: A Teia das Relações Objectivo: Consciencialização do conceito Valor; influencia do mesmo na Auto e HeteroImagem. Noção básica de Relações Sociais. Material: Novelo de lã Descrição da actividade: Organiza-se o grupo/turma para que todos fiquem sentados em “roda” e com visibilidade directa, uns para os outros. Em seguida, a formadora (que também faz parte do grupo) passa a explicar a actividade; o novelo de lã encontra-se na sua mão. O novelo tem de passar por todos, cada um, ao receber o novelo terá de dizer um valor, com o qual se identifique e passar o novelo a outro colega. O jogo terminará quando todos tiverem recebido e passado o novelo. Reflexão: Durante o debate deverão ser abordados os seguintes aspectos: perguntar ao grupo/turma que nome dariam a este jogo e porquê. Consciencializar o grupo para o facto de estarmos todos “ligados”, logo todos partilhamos algo, independentemente de muitos partilharem valores diferentes. Para terminar, perguntar como se sentiram. Esta dinâmica permite ao formador observar comportamentos e atitudes de relevância para o desenvolvimento de eventuais temas a trabalhar/debater. Bem como, conhecer, um pouco mais, cada um dos formandos.

6.2.2 - Actividade: A consequência dos nossos actos Objectivo: Auto e hetero reflexão acerca de uma situação/problema e experiências diárias, com as quais cada um se pode deparar no seu dia-a-dia. Material: situação/problema (anexo 1) Descrição da actividade: Apresentação de uma situação/problema ao grupo/turma. Cada aluno terá de apresentar, três possibilidades de actuação diferentes para a resolução do problema; e relativamente a cada uma escrever as suas consequências positivas e negativas. 15


Após concretização da tarefa escrita, proceder-se-á à partilha das soluções registadas por cada um e finalmente à reflexão conjunta. Reflexão: A importância da auto-reflexão acerca de uma situação/problema e resolução de problemas, criando estratégias e/ou soluções; como é importante ouvir os outros e as suas diferentes decisões perante o mesmo caso, a necessidade de ajustar e mudar comportamentos negativos para positivos. A importância da hetero-reflexão; porquê que aquele agiu assim? De forma tão diferente da minha? Reflectir acerca das diferentes experiências e vivências de cada um dos membros do grupo.

6.2.3 - Actividade: Entreajuda Objectivo: Valorização da importância de “Entreajuda”, consciencialização da importância de regras impostas, relações intra e interpessoais. Material: cadeiras. Descrição da actividade: Os participantes têm de saber o seu número e terem noção do número dos colegas, é pedido a cada elemento do grupo que suba para cima de uma cadeira, os elementos têm de trocar de lugar uns com os outros, utilizando a “Entreajuda”como estratégia, para que ninguém caia e como meio facilitador para o sucesso da actividade. Somente quando todo o grupo se encontrar em cima das cadeiras o orientador define as regras da actividade. A tarefa proposta ao grupo é a de em silêncio, sem porem os pés no chão, se colocarem por ordem numérica. Como não podem falar, têm de recorrer a gestos; são impostas penalidades a cada falta cometida, (ex: tocar com o pé no chão, falar; serão expulsos da actividade). Reflexão: A forma como cada um geriu o contacto corporal; a importância dos diferentes papéis de cada elemento para a concretização da tarefa, o risco e o medo, a comunicação não verbal, a cooperação entre o grupo. 6.2.4 - Actividade: Auto - Reflexão (Pessoal e/ou Social) Objectivo: Percepcionar o exercício de auto – reflexão como indispensável para um melhor conhecimento de nós mesmos. Material: Folhas brancas, lápis de carvão. Descrição da actividade: Escrever no quadro algumas frases, que servirão de instrumento de reflexão para cada um, terão de desenvolver essas linhas orientadoras na sua folha de papel. No caso de cada indivíduo querer desenvolver a sua reflexão sem ajuda das frases expostas, também o pode fazer, seguindo as suas próprias linhas orientadoras; expondo-as no papel. 123456-

Três adjectivos que me caracterizem bem, O que sinto ter de melhor e de pior, Sinto que deveria mudar certas coisas em mim, porque…, Eu sinto-me especial para os outros, porque… Os direitos e deveres que julgo ter enquanto membro de uma sociedade, são… Respeito os outros porque…mesmo tendo crenças diferentes das minhas… 16


Reflexão: Perguntar ao grupo como se sentiu; solicitar a intervenção/reflexão individual de partilha com o grupo, o que sentiram e como se sentiram, a dificuldade de falar de si, e de se exporem ao grupo, a importância da auto – reflexão na construção identitária de cada um.

6.3 - Módulo I – Educação para a Cidadania - Promoção de competências Relacionais Objectivos das Sessões: Compreensão do conceito de “discussão” VS agressão VS passividade e omissão de opinião; Entendimento da comunicação verbal e não verbal na relação com os outros (postura, voz, aparência, contacto visual, adequação da linguagem, corporalidade, regulação distância/proximidade, traduções e interpretações vs compreensão, etc:.); O saber expressar e compreender as necessidades, vontades, intenções e afectos, entender a linguagem das queixas; Reconhecimento da importância da adequação dos comportamentos e linguagem aos contextos (assertividade através do treino do pensamento crítico construtivo, capacidade para ouvir o outro, identificação de juízos e julgamentos/preconceitos/estereótipos); Percepção de situações difíceis (que podem provocar irritabilidade, falta de paciência/calma, impulsividade, frustração, desmotivação, incompreensão, raiva, tristeza, repugnância, etc) e a adopção de comportamentos ajustados; Compreensão da noção de acção e de Processo (Intenção, percepção, projecção/planeamento, sequência/causa – efeito e correlação); 6.3.1 - Actividade: Outras formas de comunicar, de reconhecer e nomear sentimentos Objectivo: Reflectir acerca da postura e forma de estar, nossa e dos outros. Aprender a interpretar o que se sente e transmite sem que tenhamos de comunicar verbalmente. Aprender a identificar e nomear os sentimentos através da observação e associação de factores e experiências vividas no dia-a-dia. Material: Imagens que ilustram sentimentos/emoções (anexo 2) Descrição da actividade: Dividir o grupo/turma, eleger um porta-voz, este será responsável pelo bom funcionamento do grupo e irá reportar o trabalho final. Cada sub - grupo terá como tarefa elaborar uma lista com sentimentos/emoções, referentes às imagens apresentadas, que contêm rostos com expressões faciais. A cada sentimento/emoção associar uma cor, cores que possam descrever e/ou estar associadas aos sentimentos e expressões. Reflexão: Reforçar a ideia e importância da comunicação não – verbal. A forma que temos de identificar Sentimentos/Emoções sem fazer qualquer pergunta ao outro ou a nós mesmos, utilizando apenas a observação, percepção do corpo e associação de ideias.

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6.3.2 - Actividade: Cadeia de Emoções Objectivo: percepção e distinção dos diferentes tipos de comunicação e como cada um os utiliza. Exercitar a capacidade de cumprir regras estipuladas na dinâmica, sob a pena de serem excluídos do grupo, por incumprimento de regras. Capacidade de gerir este tipo de conflito consigo e com o grupo, a adopção de comportamentos adequados (assertivos) perante o erro. A mudança passa pela aceitação do seu erro e tolerância para com os outros. Material: não necessita Descrição da actividade: O grupo/turma deve colocar-se em fila, de pé. O orientador passará a explicar quais as regras da dinâmica: apenas poder-se-á utilizar a linguagem não verbal, especificamente a linguagem facial. Quem não respeitar as regras terá de abandonar o grupo. Quem dá inicio à dinâmica é o orientador, que vai escolher uma emoção/sentimento e vai dizer ao ouvido do primeiro elemento da fila, por exemplo: medo, amor, espanto, etc.; A tarefa de cada um, consiste em transmitir a emoção recebida ao participante imediatamente atrás de si, utilizando apenas a expressão facial. Uma vez captada a expressão facial, pelo receptor, o procedimento repete-se com o outro elemento e assim sucessivamente até a mensagem chegar ao último participante, que deve dizer em voz alta o que pensa ser a emoção/sentimento transmitida em cadeia. Reflexão: A diferença entre a ideia que possamos ter mentalmente de uma emoção/sentimento e a sua expressão facial, a dificuldade de se transmitir as emoções/sentimentos sem podermos recorrer à linguagem verbal, a expressão facial de cada um, perante a mesma emoção, a confusão que pode gerar uma má interpretação na “cadeia das emoções”. Como se sentiram? Qual a sua maior dificuldade nesta dinâmica?

6.3.3 - Actividade: O Guia e o Cego Objectivo: Promover a estimulação da linguagem não verbal e respectiva importância. Sensibilizar e estimular o grupo a percepcionar a importância e utilização dos 5 sentidos. Promover a auto e hetero – reflexão. Material: Vendas, para os olhos Descrição da actividade: Fazem-se pares de entre todos os participantes, de forma aleatória. Sendo que um vai assumir o papel de guia e o outro o papel de cego (se possível trocar de papéis para que o outro se possa colocar na posição do colega). Ao cego é-lhe colocada uma venda, terá de ser conduzido pelo guia para a roda/grupo turma e através do tacto explorar o rosto dos colegas e tentar adivinhar de quem se trata, tem apenas 5 minutos para o fazer, para que todos possam experienciar o momento. Ao guia ser-lhe-á dito que tem uma responsabilidade muito grande, o cego está sob sua protecção, não se pode magoar, o guia tem de lhe transmitir segurança e conforto. Entre os 2 tem de existir confiança. Quando os pares trocam de papel (cego – guia, e guia - cego) a turma troca de lugares para não serem identificados pelos lugares que ocupavam. 18


Muito importante perceberem que, o papel do guia é só de orientação do cego, para não cair e se orientar na posição que ocupa no espaço, não pode dar dicas acerca do sujeito que o cego tenta identificar. Reflexão: Reflectir e promover o debate acerca da existência de outras formas de comunicar para além da comunicação verbal.O corpo não é só o que se vê, mas também o que se sente, gostar ou não de ser tocado e de tocar, o que se gostou mais de sentir, o medo de não se identificar o outro, o passar do tempo, o sentir-se só e o imaginar o que se está a passar e que não se está a ver por estar vendado. Abordar as sensações de dependência e a capacidade de sentir confiança no outro.

6.3.4 - Actividade: O que os outros pensam de mim e o que eu penso dos outros Objectivo: observar a dinâmica dos jovens enquanto grupo/turma e relações intra e interpessoais. Material: lápis/caneta e folhas brancas Descrição da actividade: Todos os intervenientes terão de escrever uma frase a dizer o que pensam do outro; comentário/descrição, sabendo que alguém também vai escrever sobre si. Tendo em conta a importância do respeito pelo outro. Passarão a circular folhas pela sala, no cabeçalho estará escrito o nome do indivíduo, quem escreve não se pode identificar. Quando a folha passar pelo próprio, este optará por deixar um comentário/descrição ou passar a folha. No final do exercício, o formador recolhe as folhas e nas sessões seguintes, ou na própria se houver tempo, proceder-se-á á análise individual, discussão e reflexão. Reflexão: gestão de conflitos, capacidade de gerir conflitos/emoções, sentimentos em relação ao que os outros percepcionam e sentem de si, tomada de decisão no momento de “decidir” se escreve sobre si ou não.

6.4 - Módulo II - Educação para os Afectos - A expressão dos afectos

Ojectivos das sessões: Compreensão do conceito de afecto (sentimentos, emoções, pensamentos, estados de humor, etc); Desenvolvimento de atitudes de compreensão e respeito pelos afectos de cada um (treino da auto e hetero aceitação); Identificação dos vários tipos de relações afectivas (diferentes tipos de afectos).

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6.4.1 - Actividade: Os Sentimentos e as Emoções I Objectivo: Explorar e Identificar os Sentimentos e Emoções. Material: história (anexo 3) Descrição da actividade: O formador lê uma história ao grupo/turma. As crianças/jovens devem ouvir com atenção para posteriormente identificar os sentimentos/emoções retratadas explícita e implicitamente no conteúdo da história. Após a leitura da história o formador abre o “debate”, onde todos os intervenientes terão oportunidade de falar dos sentimentos/emoções que perceberam existir na história que acabaram de ouvir. Reflexão: Existem diferentes formas de sentir, todas são igualmente importantes pois todas afectam a nossa forma de pensar e agir. Como se sentiram ao ouvir a história? Sentiram as mesmas emoções da Joana? Acham que a Joana poderá/deverá mudar algum comportamento, numa próxima visita de estudo, para que não experiencie emoções menos positivas?

6.4.2 - Actividade: Pode não ser o que parece Objectivo: sensibilizar os jovens para o facto de muitas vezes alguns adultos tentarem aproximações que se podem revelar perigosas, muni –los de algum conhecimento/estratégias que possam ser úteis no caso de serem vítimas de tal situação, a fim de pedirem ajuda a adultos de confiança e com quem mantenham relações securizantes. Material: Sugestão de Filme (anexo 4) Descrição da actividade: Comunicar ao grupo/turma que a sessão será audio – visual. Passar um filme, ou uma pequena peça onde sejam explicitos os diferentes tipos de sentimentos/emoções, e o tipo de diferentes aproximações físicas por parte dos adultos. O filme deverá conter conteúdo indicativo do que poderá ser considerada uma situação de perigo, risco e abuso. Durante o visionamento do filme o formador deve assumir o papel de observador, para que assim medie o debate no grupo e introduza conceitos e pormenores que perceptivelmente causaram impacto nos jovens, revelado por expressões corporais ou mesmo verbais. Reflexão: Reflectir acerca de uma realidade muito complicada que por vezes parece não existir. Perceber se já alguma vez tinham pensado na possibilidade de serem vítimas de abuso, como reagiriam, quais os principais procedimentos a tomar. Para assim ,não se colocarem numa posição de perigo e risco evitando também que se possa propagar a outros jovens.

6.4.3 - Actividade: Os Sentimentos e as Emoções II Objectivo: Capacidade de estruturar uma história com os diferentes sentimentos apresentados anteriormente, bem como reflexão acerca do tema. Material: cartões com os sentimentos/emoções ilustrados (anexo 5), cartolina, cola, 20


tesouras. Descrição da actividade: Após a identificação dos sentimentos/emoções, na actividade 6.4.1, o grupo/turma vai ser dividido em subgrupos de 5 elementos. Cada subgrupo terá de eleger um porta-voz, este será responsável pelo bom funcionamento do grupo, e apresentação do trabalho final. A tarefa de cada grupo consiste em observar atentamente os cartões entregues pelo formador, que contêm sentimentos/emoções ilustrados. Estes cartões contêm os mesmos sentimentos/emoções referidos e identificados na história da sessão anterior. Perante os sentimentos/emoções ilustrados o grupo tem de escrever uma história onde constem os mesmos. Posteriormente, as histórias vão ser lidas ao grande grupo e numa cartolina, cada grupo, vai organizar os cartões e a história, colando-os, para afixarem na sala de aula. Reflexão: Os cartões ilustram os sentimentos/emoções de modo a que percebamos como pode o nosso corpo reagir perante a vivencia de determinados sentimentos/emoções. Quem é que já se sentiu assim? (mostrar cartão). Já tinham pensado alguma vez sobre isto? Porque reagimos assim? Agora ficamos todos a conhecermo-nos um pouco melhor, e também ficamos a saber que é normal o nosso corpo reagir perante diferentes sentimentos/emoções.

6.4.4 - Actividade: Colocar-me no papel do outro Objectivo: Identificar e diferenciar os vários tipos de relações afectivas Material: não necessita Descrição da actividade: O formador deve iniciar a sessão por apresentar alguns casos referentes a afectos e emoções que todos nós vivemos e experienciamos ao longo do dia e ao longo da vida. Dando exemplos concretos de sentimentos entre pais e filhos, marido e esposa, amigos, namorados, professores e alunos. Formam-se grupos para dramatizar cada caso, “Relações afectivas entre pais e filhos, marido e esposa, amigos, namorados, professores e alunos”. É dado tempo para que o grupo-turma se organize, é-lhes dado liberdade para escolher o caso a dramatizar. Depois de se terem organizado, os restantes membros da turma terão um papel muito importante, de observadores. Posteriormente os actores passam a observadores e os observadores a actores. Reflexão: A importância dos afectos e emoções em todos os tipos de relações, bem como a percepção de como são diferentes. A afectividade e o respeito mútuo entre as pessoas, as diferentes formas de exprimirmos as emoções tendo em consideração as relações que mantemos com os outros. A importância de aprendermos a respeitar as emoções e afectos dos outros. Compreender e aceitar, também os nossos próprios afectos e emoções. Como se sentiram no papel do outro, na representação? E como se sentiram enquanto observadores? 21


6.5 - Módulo II - Educação para os Afectos - Exercitar a afectividade a partir da experiência de alguns papéis sociais. Objectivos das sessões: Compreender a diferenciação do papel masculino e feminino na família e na sociedade; Entender a importância da pertença a diferentes grupos e da ligação entre eles; Perceber as motivações para a constituição de um casal, as continuidades e as rupturas.

6.5.1 - Actividade: Quem faz o quê? Objectivo: Compreender as diferenças nos papéis desempenhados pelo homem e pela mulher no dia a dia. Material: ficha de trabalho (anexo 6), lápis ou caneta. Descrição da Actividade: Breve exposição, por parte do formador, acerca do papel desempenhado pela mulher ao longo dos tempos, e sua emancipação. Brainstorming para recolher elementos acerca de “quem faz o quê em minha casa”, depois de alguns factos apresentados, fornecer a cada jovens uma ficha de registo das tarefas diárias, para cada elemento da família. Quando todos procederem ao seu preenchimento, trabalhar/discutir os dados com o grupo – turma. No caso de se chegar à conclusão que, na maioria das famílias é a mãe ou outra figura feminina, quem faz grande parte das tarefas caseiras, analisar as razões dessa ocorrência à luz dos valores sócio – culturais da nossa sociedade. Reflexão: o papel da mulher na nossa sociedade está muito vincado, ainda, a todas as tarefas e cuidados domésticos, o que pensam desta realidade? Acham importante que algo mude, no sentido da divisão das tarefas lá em casa

6.5.2 - Actividade: Diferentes papéis Objectivo: Percepcionar a diferença do papel do Homem e da Mulher na relação amorosa Material: materiais de desperdício, roupas e acessórios, papel e marcadores. Descrição da actividade: Explorar situações em que é feita a corte, a partir da dramatização de histórias, tais como a Branca de Neve, a Bela Adormecida, a Cinderela ou outras. Após terem seleccionado uma história amorosa, organizar o grupo – turma, em sub – grupos para a elaboração do guião, escolha e produção de alguns adereços e apresentação da dramatização ao grupo. Reflexão: Quais os papéis das personagens femininas, quais os papéis das personagens masculinas, quem toma decisões na história, a importância do respeito mútuo, tarefas desempenhadas por cada personagem, retrato físico e psicológico de cada personagem.

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6.5.3 - Actividade: Eu e o grupo Objectivo: Percepção de pertença ao grupo e lugar que ocupa no mesmo Material: marcadores, canetas, papel, ficha de trabalho (anexo 7) Descrição da actividade: Brainstorming com base na seguinte questão: “As coisas que prefiro fazer com a minha família e as coisas que prefiro fazer em grupo ou sozinho”. O formador divide o quadro em três partes e passa a colocar as propostas encontradas. Exemplo: Coisas que prefiro fazer em família, Coisas que prefiro fazer em grupo e Coisas que prefiro fazer sozinho. Posteriormente entrega uma ficha de trabalho onde constam perguntas de reflexão e respostas individuais; recolher as fichas e fazer o tratamento da informação e apresentar o perfil da turma em relação a: o que fazem sozinhos e porquê; o que fazem em grupo e porquê. Reflexão: Salientar e reflectir o facto da existência de actividades na nossa vida em que a família tem um papel muito importante, outras em que o grupo tem o papel mais importante e ainda outras em que o agente principal somos nós próprios.

6.6 - Módulo III – Educação para a gestão e mediação de conflitos interpessoais Compreender o que é o conflito Objectivos das sessões: Perceber a natureza do conflito; Identificar diferentes formas de viver o conflito pessoal e interpessoal (preocupação, impasse e indecisão, sentimento de perda e desvantagem, incompreensão, juízos precipitados, tristeza, desespero, medo, ansiedade não – resolução, confronto agressivo, imposição da vontade própria, etc. ); Compreender as diferenças entre conflito, agressão e violência (assertividade, passividade e agressividade); Treino da frustração, da espera e da auto – observação activa; Compreender a importância moral/cultural/religiosa).

do

conhecimento

e

da

experiência

ética

(VS

6.6.1 - Actividade: Pedidos difíceis Objectivo: Desenvolver a capacidade de expressar opiniões, pensamentos e sentimentos, de forma clara e apropriada. Percepcionando a dimensão dos conceitos: Assertividade, Passividade e Agressividade. Material: Histórias (anexo 8) Descrição da Actividade: São apresentadas histórias/casos ao grupo, promotoras da tomada 23


de consciência e reflexão por parte dos jovens, bem como estratégias que poderão utilizarse perante situações que envolvam pedidos difíceis com os pais, professores, pares, entre outros. Apresentam-se duas histórias que envolvem situações em que os jovens se vão confrontar com a necessidade de escolher uma estratégia (Passiva, Agressiva, Assertiva),a dramatizar, para conseguirem ver aceite o seu pedido. O orientador apresenta a história com diversas situações, tais como: pedido de passar o fim-de-semana fora de casa; o argumentar com o professor perante uma possível nota final. Perante a possibilidade de ver recusado o seu pedido, o que se pede ao grupo é que argumente, de modo a conseguir alcançar os seus objectivos. Reflexão: O que podemos modificar perante a recusa? Terei feito bem o pedido? Mediar situações de conflito recorrendo ao argumento positivo, capacidade de analisar o meu ponto de vista e o do outro. O respeito pela figura de autoridade.

6.6.2 - Actividade: Conflitos Morais Objectivo: Reconhecer situações de conflitos e aprender formas alternativas de as solucionar, prevendo as consequências de cada uma dessas alternativas. Material: História da Rita e da amiga (anexo 9), quadro branco. Descrição da actividade: Esta actividade consiste na leitura de uma história (pelo orientador), cujo conteúdo se refere a uma situação de conflito moral. Depois da leitura da história, pede-se aos participantes que apresentem algumas sugestões para resolver da melhor forma a situação anteriormente narrada. Enunciadas algumas respostas, procederse-á ao registo no quadro das sugestões consideradas pela maioria como as mais adequadas, sendo fundamental, caso os participantes não refiram algumas propostas positivas, que o orientador se encarregue de as propor. Todos os elementos do grupo deverão ter oportunidade de exprimir a sua opinião, bem como as razões que os levaram a optar por uma determinada solução. Questões a colocar: 1. Como acham que se sente a Rita? 2. Na vossa opinião, o que deverá a Rita fazer? Depois de colocadas as questões, deverá proceder-se, no quadro branco, ao registo de todas as alternativas diferentes sugeridas pelos participantes. Caso não tenham sido propostas pelos alunos, deverão apresentar-se as seguintes sugestões: - Pedir à amiga que volte a entrar na loja e devolva as calças (o que até poderá fazer sem ser “apanhada”); - Dizer-lhe que se não devolver as calças deixará de ser sua amiga; - Repreendê-la e perguntar-lhe porque o fez; 24


- Dizer que se quiser roubar alguma coisa, não o faça quando estiver com ela. O debate e análise da actividade deverão ter por base as seguintes questões: - Como se sente a Rita? - Como se sente a amiga? - Qual a melhor solução? Porquê? Reflexão: de que forma os conflitos morais podem ser solucionados? Porque tomarão as pessoas este tipo de atitudes e comportamentos?A dificuldade sentida ao observarmos tal situação (auto e hetero-observação), treino da frustração.

6.6.3 - Actividade: Távola redonda Objectivo: percepcionar a existência de diferenças culturais, normas, valores, religião e formas de estar Material: mesas em círculo ou mesa redonda e cadeiras Descrição da actividade: o grupo turma senta-se em circulo e o formador passa a apresentar o objectivo da sessão. Utilizando o método expositivo, quando inicia os conceitos de: cultura, normas, valores, religião e formas de estar. Se todos os elementos percepcionaram e adquiriram a perspectiva da dinâmica, passa a explicar que cada um vai dizer uma palavra para classificar cada conceito, poder-se-à utilizar o quadro como meio facilitador para uma melhor organização e visualização dos conteúdos trabalhados. De seguida, cada elemento vai partilhar uma experiência vivênciada por si ou de que tenha conhecimento, relacionada com os conceitos em discussão. O grupo funcionará como grupo de partilha e reflexão, o formador vai mediando o conflito no grupo e apelando a uma discussão positiva, incutindo sempre o sentimento de partilha. Reflexão: o modo como cada um percepciona o mesmo conceito, experiências e vivências diferenciadas, repeito pelo outro mesmo que pense de forma diferente, a importância da aceitação. A importância de termos conhecimento das diferentes culturas, normas, valores, religião e formas de estar e seu devido contributo para a construção de uma identidade saudável e assertiva.

6.7 - Módulo IV: Educação para a Saúde - Noção de Cuidado (Pessoal e com os Outros) Objectivos das sessões: Compreender a anatomia geral e o funcionalismo como conhecimento de partida (conhecimento de si através das perspectivas das ciências naturais); Identificar recursos comunitários disponíveis na saúde; hospitais, centros de saúde, consultas privadas, Ministério da Saúde, Inspecção Geral da Saúde, Organização Mundial de Saúde, etc. ; Reconhecer a importância do sono adequado e sua relação com o bem – estar e 25


desempenho geral (qualidade e quantidade adequadas); Compreender o conceito de alimentação saudável; Entender as semelhanças e diferenças entre medicação, auto – medicação, consumo de drogas, álcool e suas consequências; Compreender a influência da higiene pessoal na relação consigo mesmo e com os Outros. 6.7.1 - Actividade: Corpo masculino e corpo feminino Objectivo: Adquirir noções básicas das diferenças entre os corpos, masculino e feminino, bem como a identificação das partes utilizando nomes e conceitos técnicos. Material: Ficha de trabalho (corpo masculino/corpo feminino; anexo 10), diapositivos e livros do corpo humano, tesouras e cola. Descrição da Actividade: Iniciar as apresentações utilizando vocabulário técnico na nomeação das diferentes partes do corpo e em especial dos órgãos genitais externos. Descrever o corpo humano salientando as principais diferenças corporais entre o homem e a mulher, utilizando, sempre, vocabulário técnico. No final, distribuir duas fichas a cada aluno (corpo masculino/corpo feminino) para que possam recortar e completar cada um dos modelos. Reflexão: Reflectir em grupo, se todos tinham conhecimento das diferenças entre o corpo masculino e feminino, bem como a importância de adquirirmos conhecimentos acerca da temática, conceitos e vocabulário técnico/adequado. 6.7.2 - Actividade: Que outro nome tem? Objectivo: Aprender e/ou adequar termos e conceitos relacionados com a temática sexualidade Material: folhas de papel, marcadores. Descrição da actividade: Iniciar a actividade, explicando aos jovens que para além dos termos comuns, existe uma linguagem técnica mais adequada. Dizer-lhes ainda que, é normal e aceitável que se utilizem termos comuns, embora algumas expressões, consideradas menos adequadas, possam causar embaraço ou mesmo tornar-se desagradáveis. Dividir o grupo – turma em subgrupos de 4 elementos cada e pedir que encontrem mais termos para nomear palavras como: testículos, pénis, vagina, relação sexual, gravidez, namoro etc., cada grupo deverá trabalhar 3 palavras. Depois de o grupo considerar esgotadas todas as designações, passar a folha ao grupo seguinte que tentará acrescentar mais alguns termos. No final, explorar os termos que normalmente são usados por, adultos, uns com os outros; adultos com crianças; crianças, umas com as outras; profissionais de Saúde e de Educação. Reflexão: Reflectir acerca das expressões e conceitos encontrados pelos jovens. Debater as razões por que se utilizam os diferentes termos em diferentes situações e as vantagens de o fazer em termos técnicos. 26


6.7.3 - Actividade: Onde nos podemos dirigir… Objectivo: Dar a conhecer os recursos disponíveis na saúde Material: Quadro branco, folhas brancas, lápis ou caneta. Descrição da Actividade: Apresentar o tema da sessão aos jovens e pedir que enumerem os recursos que conhecem como disponíveis na comunidade. O formador vai escrevendo no quadro todas as opiniões e/ou sugestões. Depois de todos terem dado a sua opinião, é sugerido que cada um faça uma reflexão pessoal e escreva numa folha branca o que entendem por “Recursos de Saúde disponíveis na sociedade”. Quando todos tiverem terminado é sugerido que cada um leia o seu texto. A posteriori o formador faz uma breve apresentação dos Recursos de Saúde disponíveis na comunidade. Reflexão: Reflectir acerca do tipo de informação que nós temos, se é fidedigna ou não. A importância de um melhor conhecimento acerca desta temática, pois a qualquer momento podemos necessitar de um dos serviços disponíveis, tais como: hospitais, centros de saúde, consultas privadas, Ministério da Saúde, Inspecção Geral de Saúde, Organização Mundial de Saúde, etc.

6.7.4 - Actividade: Vamos lá aprender mais um pouco Objectivo: Percepção da importância do sono e respectiva influência no dia-a-dia; avaliar os conhecimentos que têm acerca da medicação, auto – medicação e consumo de drogas, álcool e suas consequências. Material: História (anexo 11) Descrição da actividade: Ler a história ao grupo turma e pedir-lhes que reflictam acerca da temática. Pedir que digam tudo aquilo que lhes pareceu mais importante e que mais os marcou na história. Abrir um debate, sendo o formador o mediador, acerca da importância do sono, relação com o bem-estar e desempenho geral e acima de tudo na escola. O que sabem acerca das semelhanças e diferenças entre a medicação, auto – medicação e o consumo de drogas, álcool e as suas consequências. Reflexão: Reflectir acerca do que sabiam e do que aprenderam no debate que lhes foi proporcionado. 6.7.5 - Actividade: Alimentação Saudável Objectivo: Promover bons hábitos alimentares junto dos jovens. Material: Folhas brancas, lápis ou canetas. Descrição da actividade: Dividir o grupo turma em 2 subgrupos. Abordar de uma forma 27


geral o conceito de alimentação saudável, e pedir que procedam à elaboração de uma ementa para um dia saudável. Ao longo da actividade se surgirem muitas dúvidas por falta de conhecimentos acerca de alimentação saudável, o formador deve apenas dar algumas indicações e dicas acerca da temática, mas não ajudar propriamente na concretização da actividade, para que assim se possa recolher informação acerca dos conhecimentos adquiridos pelos jovens e também para promover o debate e eleger a ementa mais indicada para um dia saudável. Quando os grupos terminarem a tarefa, pedir para cada um apresentar a sua ementa para um dia saudável. No fim das apresentações promover o debate e eleger a ementa mais indicada. Reflexão: Os benefícios e os malefícios de determinados alimentos ingeridos em doses não controladas, a alimentação saudável e sua influência na saúde física e mental dos indivíduos.

6.7.6 - Actividade: Cuidar de mim Objectivo: Capacitar os jovens da importância dos hábitos de higiene diária. Material: quadro branco, folhas brancas e lápis. Descrição da actividade: Apresentar ao grupo/turma a temática da sessão, abordar o conceito e fornecer alguns dados de referência quanto ao conceito de higiene diária cuidada. Dividir o grupo em 2 ou mais subgrupos (cada subgrupo poderá ter uma constituição de 5 elementos no máximo), passar a explicar a actividade, utilizar o quadro branco para escrever e pedir que escrevam em folhas brancas o seguinte: 1) Um rapaz com bons hábitos de higiene; 2) Uma rapariga com bons hábitos de higiene; 1) Um rapaz com maus hábitos de higiene; 2) Uma rapariga com maus hábitos de higiene. Posteriormente, pedir para descreverem a rotina diária pessoal em relação à higiene; e uma lista de objectos pessoais de higiene, necessários e indispensáveis. No final, cada grupo passa a apresentar o seu trabalho ao grupo/turma, e o formador proporciona e medeia o debate. Reflexão: A importância de ter e/ou adquirir bons hábitos de higiene diária. Os malefícios para quem pratica maus hábitos higiénicos e os problemas de saúde graves que daí podem advir.

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6.8 - Módulo V – Educação para questões ambientais - Efeitos “causa – consequência” no ecossistema Objectivos das sessões: Reflectir acerca das alterações climáticas, hábitos de consumismo irreflectido, produção e consumo alimentar, transportes colectivos e transportes particulares, explorações de recursos fósseis, fauna e flora, direitos dos animais, exploração dos nichos ecológicos/ecossistemas. 6.8.1 - Actividade: Vamos ver e reflectir… Objectivo: Levar os jovens a reflectirem acerca de uma temática do ambiente. Transmissão de uma mensagem clara de como um simples gesto pode ser tão grave, como atirar lixo para o chão, andar tantas vezes de carro, mesmo em percursos curtos, etc. Consciencializar para os malefícios e muni-los de estratégias adequadas para o combate de comportamentos negativos. Material: Quadro branco; sugestão de Filme (anexo 12). Descrição da actividade: Apresentação da temática e explicação do conceito ecossistema. No quadro apontar o que os jovens sabem acerca da temática e ir introduzindo conceitos chave, de modo a definir, tecnicamente, ecossistema. Posteriormente, transmite-se ao grupo/turma que iremos visualizar um filme, para que assim possamos ter uma noção mais abrangente e clara de como está o ambiente e de que modo todos contribuímos para essa degradação constante. Após a visualização do filme, o formador passará a mediar o debate. Onde todos darão a sua opinião acerca do que viram e também propostas de intervenção para uma melhoria das condições ambientais. Reflexão: Reflectir acerca da importância e contribuição de pequenos gestos para o bemestar de todos nós e para um ambiente saudável. Perceber se todos compreenderam a importância de ajustar comportamentos, como devemos passar a agir e chamar a atenção de todos aqueles que não respeitam o meio ambiente, fazendo-os entender que o ecossistema é a casa de todos nós, se não lhe prestarmos cuidados ele deixará de ser saudável e nós deixaremos de o puder habitar. Tema: B)Explorar modos de reflexão, de acção e de intervenção ambiental alternativos (auto sustentáveis). Objectivos das sessões: Compreender conceitos de Eco – casas e Eco – famílias; Perceber a importância da exploração de recursos naturais sustentáveis; Conhecer a política dos três R’s (Reciclar, Reutilizar, Reduzir). 6.8.2 - Actividade: O que é uma Eco - casa? Vamos aprender… Objectivo: Compreender o conceito de Eco – casas, vantagens do equilíbrio sustentável 29


existente entre o Homem e a Natureza. Descrição da actividade: Apresentar a temática ao grupo/turma, e fazer um levantamento de ideias e conceitos que possam ter acerca da temática, escrever no quadro. Posteriormente, dividir o grupo/turma em subgrupos, fornecer a cada grupo a informação relativa ao conceito e pedir que elaborem um texto colectivo com a sua opinião, o que consideram enquanto vantagem e se consideram viável e como alternativa ao equilíbrio e respeito entre o Homem e a Natureza, este tipo de sistema. Quando terminarem a actividade, procederem à apresentação ao grupo/turma. Material: Material informativo acerca do conceito, e imagens ilustradas (anexo 13), quadro branco e folhas brancas. Reflexão: Reflectir acerca das vantagens e equilíbrio entre a Natureza e o ser humano, facilidade e/ou dificuldade em incutir o conceito de construções ecológicas na nossa sociedade. A mais valia de uma casa ideal ser aquela que permite ao ser humano viver em harmonia com o meio ambiente.

6.8.3 - Actividade: E Eco – Famílias, quem sabe o que é? Como podem explorar recursos naturais sustentáveis? Objectivo: Dar a conhecer o conceito de Eco – Famílias ao grupo/turma e recentes projectos desenvolvidos no sentido de motivar e incentivar as famílias a envolverem-se nesta dinâmica e apostarem na mudança de comportamentos. Descrição da actividade: Apresentar ao grupo/turma a temática e exemplos de Eco – famílias. No quadro apontar todas as ideias e sugestões de como imaginam que seja uma Eco – família. Fornecer dados, quanto possíveis, acerca do conceito em questão. Posteriormente formar sub – grupo no grupo/turma e propor a seguinte actividade: 1. Imagina uma Eco – família a viver no teu bairro; 2. Que comportamentos passaria a desenvolver; 3. Como seria vista pelos outros. Terminada a actividade, cada grupo passará a apresentar ao grupo/turma a família que imaginaram dentro do conceito de Eco – família. Posteriormente passaremos a um debate reflexivo, mediado pelo formador. Material: Quadro branco, folhas brancas. Reflexão: Reflectir acerca da alteração de comportamentos por parte destas famílias, como poderão passar a melhor utilizar os equipamentos caseiros e/ou a troca por equipamentos mais eficientes, aspectos construtivos e soluções que possam melhorar o desempenho térmico da habitação. Reflectir ainda acerca da importância da exploração de recursos naturais sustentáveis.

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6.8.4 - Actividade: A política dos três R’S Objectivo: Reconhecer a importância da reciclagem e impacto ambiental. Descrição da actividade: Apresentar a temática da sessão ao grupo/turma. Dividir o grupo/turma em subgrupos e distribuir material destinado à reciclagem. A cada grupo será entregue material a ser reciclado/distribuído pelos respectivos contentores, amarelo: plástico e metais; azul: papel/papelão; verde: vidro. No final da actividade entregar a ficha, em anexo…., onde contém informação relativa à devida separação; solicitar que procedam a uma revisão minuciosa da separação que efectuaram. Para assim, perceberem a importância de uma devida separação dos diferentes materiais. Após verificação, cada grupo passará a explicar o seu trabalho aos restantes colegas, tendo de passar uma mensagem de carácter positivo referente à importância da política dos três R’S Material: Contentores amarelos, azuis e verdes; material a ser reciclado; ficha informativa (anexo 14). Reflexão: Reflectirem acerca do que já sabiam e do que aprenderam acerca da reciclagem, impacto ambiental; porque as pessoas não separam o material/lixo mesmo sabendo que prejudicam o meio ambiente, depois de tantas campanhas de sensibilização continuam a negligenciar esta temática e o seu impacto ambiental.

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7 - Instrumentos Avaliativos

A avaliação deve ser coerente com os valores que guiam o Projecto no geral, e este Plano de Formação em particular. Para isso, deve ser uma avaliação multidimensional e com enfoque nos processos de desenvolvimento de cada formando ao longo do tempo, com referência a todos os elementos envolvidos na formação (formandos e formador, conteúdos/temas, métodos e recursos didácticos utilizados). Deve ainda contemplar uma visão o mais aproximada possível da realidade perceptiva de cada interveniente, e contemplar o melhoramento constante e a coconstrução das mudanças consoante as necessidades dos formandos, pois estes são o centro de todas as acções. Visa também o melhoramento de eventuais futuras formações a outros jovens. As metodologias de avaliação a aplicar deverão permitir o envolvimento dos formandos como parceiros essenciais para o bom desenvolvimento do programa de formação. Para uma melhor identificação dos modelos avaliativos, segue-se a sua explanação segundo instrumentos qualitativos e quantitativos.

Instrumentos qualitativos: a) No início da Formação, após a apresentação do Programa, seu enquadramento, metodologias, e objectivos aos formandos, estes deverão contextualizar as suas expectativas face ao mesmo (recorrendo a dinâmicas activas).

b) No final de cada Módulo os formandos deverão preencher a Folha de Avaliação do Módulo e do Formador (Anexo 15), e a Grelha de Avaliação das Atitudes e Comportamentos Formativos (Anexo 16). O formador também deverá preencher o respectivo campo desta última grelha.

c) No final de cada semestre, os formandos deverão elaborar uma Exposição escrita ou gráfica do processo formativo na sua totalidade até à data. O formador deverá também registar o seu parecer.

Instrumentos quantitativos: De forma a tornar os resultados das avaliações qualitativas mais perceptíveis visualmente, devem ser elaborados gráficos de percentagens com os resultados dessas avaliações. Estes devem ser apresentados e discutidos semestralmente na reunião de formandos e formador. 32


Reflexão da Aplicação do programa

Este programa de formação em competências pessoais e sociais, pretende-se orientador do trabalho interventivo das diferentes equipas que poderão interagir com crianças e jovens integrados em percursos curriculares alternativos e/ou em contextos socioeconómico desfavorecidos. Sendo um programa orientador é por si só flexível e adaptável ás características do grupo alvo, sendo este factor essencial para o atingir dos objectivos propostos. Há que ter em conta não apenas as necessidades mas igualmente as competências intrínsecas e extrínsecas. O programa “Ir mais Além” teve origem num levantamento de necessidades diagnosticadas pela equipa do projecto Pro Infinito e Mais Além e pelos professores. Os temas a serem abordados/trabalhados foram surgindo em função das necessidades identificadas pelos professores, através da intervenção técnica em contexto familiar e também através de propostas apresentadas pelos alunos. A escolha de algumas temáticas abordadas vieram complementar o programa educativo, reforçando a aquisição de competências, através da utilização de dinâmicas interactivas/lúdicas, facilitando assim os momentos de reflexão. No decorrer das sessões, os jovens reflectem acerca da sua participação activa, contribuindo não apenas com propostas, mas colaborando na execução de materiais. Em diversas temáticas introduzimos a colaboração de entidades externas de modo a enriquecer as aprendizagens. Como exemplo, podemos identificar que no âmbito do módulo II – Educação para os afectos, foi realizada uma visita ao IPJ, onde uma enfermeira dinamizou uma sessão sobre este tema. Consideramos que a parceria estabelecida entre o técnico que aplica o programa e o professor é facilitadora de resultados positivos. A colaboração do professor deve ser contemplada desde o levantamento de necessidades à construção do programa formativo, sendo que são um elemento conhecedor das características individuais de cada aluno e dos seus contextos familiares. Aquando da aplicação do programa, o professor deve ser visto como um elemento activo em cada sessão pois consideramos que transmite segurança na interacção, no decorrer da dinâmica, sendo uma figura de referencia. A analise dos resultados da aplicação do programa é efectuada em parceria com os professores envolvidos, realizando-se uma avaliação qualitativa, registada em formato de relatório por período escolar. Também os jovens são parte activa nesta avaliação efectuando-se uma auto e hetero avaliação a cada um. Temos vindo a constatar que os grupos intervencionados apresentam maior assiduidade escolar e comportamentos assertivos em contexto de grupo (sala de aula e recreio). Também se pode constatar que ao longo das sessões os jovens apresentam maior capacidade reflexiva, evidenciando-se um minimizar das diferenças culturais e uma maior partilha das suas especificidades. Os

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comportamentos apresentam-se mais ajustados, o que irá contribuir para minimizar situação de exclusão social.

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8 -Anexos

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Anexo:1 Situação/Problema Imagina a seguinte situação: Ontem passaste a tarde a carregar nos comandos de um vídeo do último modelo, que os teus pais compraram há pouco tempo. Tu estavas sozinho em casa, os teus pais encontravam-se a trabalhar. Tinham-te avisado para carregares apenas nas teclas imprescindíveis para o seu normal funcionamento, já que era um modelo com muitas funções, caro e complicado de manusear, e ainda não te tinhas familiarizado com as instruções do manual de utilização. Tu não valorizaste as recomendações dos teus pais, porque te julgas um “habilidoso” e, de repente, o vídeo deixou de funcionar. De imediato, na tentativa de resolveres o problema, começaste a carregar em todos os botões e chegaste à conclusão que o vídeo se tinha mesmo estragado, ou pior, que tu mesmo o tinhas estragado. O que farias para evitar um castigo? Os teus pais estavam a chegar a casa, dentro de duas horas. Soluções: 1) 2) 3)

Anexo:2 Imagens que ilustram Sentimentos e Emoções “expressões faciais”

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Anexo:3 História: Esta história passou-se com uma menina da vossa idade, chama-se Joana. Ela mesma escreveu a história que vos vou ler. “Ontem fui com a minha turma a uma visita de estudo. Fomos ao Museu da Ciência Natural. Eu estava excitadíssima!! Mas nem tudo correu muito bem. Fiquei muito zangada no percurso para o Museu, porque a minha professora fez a marcação dos lugares no auto-carro e eu não consegui ficar perto da João, a minha melhor amiga. A viagem perdeu algum interesse, para mim, fui pouco animada. Quando chegamos ao Museu, iniciamos a visita, fiquei deslumbrada por uma flor amarela que estava numa vitrina e parei para a admirar mais de perto. Era um espanto… Quando olhei à minha volta percebi que estava sozinha… senti-me perdida, e estava mesmo perdida!? Eu senti muito medo… Mas fiquei ali, e passado um bocadinho vi a minha professora, que já tinha dado pela minha falta e andava à minha procura. Imediatamente senti um grande alívio… Só que assim que ela me viu começou a ralhar-me, em voz alta, em frente a toda a gente. Imaginam como me senti? Mesmo muito envergonhada…

Entretanto o grupo já tinha começado a lanchar e quando me aproximei deles, reparei que só tinha sobrado metade de umas sandes e um bolo que eu não gosto nada… fiquei verdadeiramente desiludida…!!

Anexo:4 Série de videos de curta duração “então é assim...”, parte I,II,III. Filme animado de produção dinamarquesa/canadiana “como se fazem os bebés” – Educação Sexual para Crianças”

Anexo:5 Imagens que ilustram sentimentos e emoções “monstrinhos emotivos”

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Anexo:6 Ficha de trabalho Elementos da Família

O que faz em casa durante o dia

Anexo:7 Ficha de trabalho 1. As duas actividades que eu gosto mais de fazer sozinho são: 1- ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2- ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 1.1.

A primeira é porque_______________________________________________

1.2.

A segunda é porque _______________________________________________

2. As duas coisas que eu mais gosto de fazer em grupo são: 1- ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2- ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

2.1.

A primeira é porque _______________________________________________

2.2.

A segunda é porque_______________________________________________

Anexo:8 Pedidos difíceis Pedido 1: Imagina que tens um(a) amiga(a) que faz anos e que te convidou para ires à festa. A festa vai ser numa discoteca (à tarde) e tu tens de convencer os teus pais de que não há 45


qualquer problema por ser numa discoteca: não há bebidas alcoólicas; só lá vão estar as pessoas que foram convidadas para a festa; é o pai do(a) teu(a) amigo(a) que vos vai levar e buscar à discoteca. Para além disso, queres ainda ficar a dormir em casa do(a) teu(a) amigo(a).

Actividade: dramatizar 3 estratégias: Agressiva, Passiva e Assertiva. Pedido 2: Imagina que hoje é o dia da “auto avaliação” e, chegada a tua vez de propor a nota final, o professor considera que, em vez de 4 (a nota proposta por ti), deves ter 3, como não estás de acordo, tens de argumentar com o professor sobre a tua nota. Diálogos sobre as histórias Pedido 1: Imagina que tens um(a) amiga(a) que faz anos e que te convidou para ires à festa. A festa vai ser numa discoteca (à tarde) e tu tens de convencer os teus pais de que não há qualquer problema por ser numa discoteca: não há bebidas alcoólicas; só lá vão estar as pessoas que foram convidadas para a festa; é o pai do(a) teu(a) amigo(a) que vos vai levar e buscar à discoteca. Para além disso, queres ainda ficar a dormir em casa do(a) teu(a) amigo(a).

Estratégia Agressiva: Filho/Filha: O/A Filipe(a) faz anos no fim-de-semana e convidou-me para ir à festa. Posso ir? Pais: Ah, sim!? E onde vai ser a festa? E tens ideia a que hora vai acabar? Filho/Filha: Eu já sou crescidinho(a) e sei muito bem tomar conta de mim. Pais: Tens razão. Sabes tomar conta de ti, às vezes, e ainda que já sejas crescidinho(a), não és ainda suficientemente “grande” para decidires tudo sozinho(a). Qual é o problema? Só fiz as perguntas que todos os pais fazem. Filho/Filha: Não há problema nenhum, é só porque como vai ser numa discoteca, podiam pensar que eu não devia ir. Pais: Numa discoteca? Tu tens 14 anos. Não será muito cedo? Filho/Filha: É sempre assim, nunca posso ir a lado nenhum, vocês são da idade da pedra, nunca percebem o que eu gosto. Quem me dera já ter 18 anos…quando eu tiver 18 anos essa perseguição acaba!!! Pais: Mas…eu ainda nem disse… Filho/Filha: Não! Não! Agora não vale a pena. Eu já não quero ir. Fico aqui na prisão e nunca mais vou ter amigos. Vou ser infeliz a vida toda. Tenho a certeza que se fosse a Marta – a tua filha queridinha – nem perguntavas nada. Dizias logo Sim Martinha, não há problema...

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Estratégia Passiva: Filho/Filha: O Filipe faz anos no fim-de-semana. Vai ser numa discoteca, mas durante a tarde. Pais: Haum, O Filipe faz 16 anos. Sabes se na festa vão servir bebidas alcoólicas? Ou será que o Filipe só tem amigos mais novos que ele, que ainda não podem beber álcool e por isso só há coca-cola e sumos? Filho/Filha: Não, não haverá bebidas alcoólicas. Aliás, os pais dele de vez em quando vão passar por lá, para ver se tudo está bem. Pais: Bom, podes ir, mas vamos buscar-te à meia-noite, senão, não vais! Filho/Filha: Mas eu tinha pensado ficar a dormir na casa do Filipe e mais uns amigos… Pais: Nem pensar. Não conheço bem esse Filipe e não sei quais são as companhias dele. É melhor que não vás. Olha, podemos ir visitar os avós que já não os vemos há muito tempo. Filho/Filha: É sempre assim, nunca aceitam os meus pedidos.

Estratégia Assertiva: Filho/Filha: Queria fazer-vos um pedido. Como sabem, nos tempos que correm, é perfeitamente normal fazer uma festa de aniversário numa discoteca. E se nessa festa – que neste caso é para jovens – não existirem bebidas alcoólicas para além do champanhe para o brinde, então não há motivos para acharem que é melhor eu não ir. Com certeza que já ouviram falar daquelas histórias em que os filhos são proibidos de fazer tudo, e depois, quando se apanham fora de casa…caem em desgraças e olha…mais valia que tivessem experimentado tudo aos poucos. Pais: Bom, com esse discurso todo, se te dissermos que não podes ir, ficamos a vida toda com medo que essa decisão possa levar-te a nunca seres um adulto responsável. Filho/Filha: Calma! Não quero uma resposta agora. Quero que pensem primeiro e que decidam se sou ou não capaz de me comportar nesta situação nova. Claro que se não puder ir, fico triste. Mas talvez até pudesse fazer um acordo… sei lá… podia… arrumar o meu quarto todos os fins-de-semana durante 2 meses. Isto claro, se tudo correr bem. Se depois se arrependerem – o que não deve acontecer – o castigo seria arrumar o quarto até ao fim da vida, ou até aos 18 anos…porque ainda falta muito!

Pedido 2: Imagina que hoje é o dia da “auto avaliação” e, chegada a tua vez de propor a nota final, o professor considera que, em vez de 4 (a nota proposta por ti), deves ter 3. como não estás de acordo, tens de argumentar com o professor sobre a tua nota.

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Estratégia Agressiva: Professor(a): Então diga lá a nota que acha que deve ter neste período? Aluno(a): Que eu acho não, que eu mereço pelo trabalho que tenho feito. Porque se fosse só porque “eu acho”, então achava que devia ter 5. Professor(a): Tendo em conta o que tem feito até agora, acho que deve ter um 3+. Aluno(a): 3+!!!, esse mais, por acaso, nunca aparece na pauta e, além disso, a minha nota devia ser 4. Mas, como sempre, o(a) professor(a) acha que se me der um 4 eu me vou “encostar” e depois, no 3º período, não faço nada. Professor(a): Até podia ser o motivo, mas a verdade é que os teus resultados são muito inconstantes. Ora tens muito boa nota, ora não trabalhas e baixas as notas. Vais ter um 3+, e no próximo período, se conseguires ser mais constante, talvez até tenhas 4. Aluno(a): Isto da auto – avaliação não passa de uma mentira. Eu nem sei porque é que se perde uma aula, se depois os professores já sabem perfeitamente a nota que vão dar. E depois ainda dizem que é importante que os alunos participem mais. Para quê… no fim de contas o que conta mesmo são as notas dos testes. Depois admiram-se.

Estratégia Passiva: Professor(a): Então, diga lá a nota que acha que deve ter neste período? Aluno(a): Não sei… talvez um 4… Professor(a): Um 4? Tem a certeza que trabalhou o suficiente para ter um 4? Aluno(a): Eu… acho que sim… mas o(a) professor(a) é que sabe… Professor(a): Eu acho que, para o próximo período, se continuar a dar provas do seu trabalho, a nota já será de 4. Mas, por agora, acho que é mais justo ter 3 ou 3+. Aluno: Gostava de ter 4…mas se calhar o(a) professor(a) tem razão.

Estratégia Assertiva: Professor(a): Então, diga lá a nota que acha que deve ter neste período? Aluno(a): Bom, se olharmos para os meus resultados, desde o início do ano, parece-me que a nota mais justa será o 4. Professor(a): Muito bem, explique lá melhor o que quer dizer com isso. Aluno(a): Então… No primeiro teste do 1º período tive Suficiente+; no 2º teste, voltei a ter a mesma nota, mas desta vez, foi um teste melhor. Neste período que acabou, fizemos 3 testes e, no 1º tive Bom; no 2º, porque a matéria era um pouco difícil, baixei um pouco e tive Suficiente+, mas no último teste, esforcei-me mais um pouco e consegui um Bom+. Assim, para que eu veja que o esforço vale mesmo a pena, neste período deveria ter um 4. 48


Para além disso, fiz todos os trabalhos de casa e nunca esqueci o material em casa. Professor(a): Pois eu também já tinha aqui na caderneta um 3+, ou um 4. Ainda tinha algumas dúvidas, mas agora que percebo que analisou os seus resultados e que está consciente da sua melhoria, acho que posso dar-lhe 4. Mas no 3º período quero ver esse 4 mais sólido.

Anexo:9 Conflitos Morais História da Rita e da amiga “A Rita e uma amiga foram passear ao Centro Comercial. Numa loja de roupa viram umas calças muito giras. Embora tivesse ficado “apaixonada” pelas calças, a Rita não trazia consigo dinheiro suficiente para comprá-las. De repente, a Rita dá conta que a sua amiga, dissimuladamente, coloca as calças na mochila e que vai levá-las sem pagar. Ao sair da loja, a Rita está muito confusa. Não lhe parece bem o que a amiga fez, mas não sabe como lho dizer.” Anexo:10 Ficha de trabalho, corpo masculino e feminino

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Anexo:11 História Vamos lá aprender mais um pouco Conversa do António com um grupo de amigos do seu bairro… O João ontem chegou à escola muito triste e a bocejar, parecia que estava com muito sono. Ao mesmo tempo parecia que não conseguia estar com atenção nas aulas, quase dormia. No recreio eu aproveitei para lhe perguntar o que se passava, até parecia um pouco estranho. O João disse-me que se tinha deitado muito tarde, que só tinha dormido 4 horas, o que é muito pouco para uma criança da nossa idade, devemos pelo menos dormir 8 horas. E eu disse ao meu amigo que devia passar a deitar - se mais cedo, porque senão era complicado levantar-se de manhã e aprender as matérias na sala de aula. Depois o João também me contou que a mãe não se importava muito com o facto de ele se deitar tarde. Eu achei muito estranho e perguntei porquê, o meu amigo disse-me que por vezes a mãe bebe um pouco de mais e nem sequer se preocupa com ele. O João é um menino triste e muito sozinho, costuma falar muito comigo porque não consegue fazer muitos amigos, está sempre sonolento na sala de aula e os outros meninos acabam por se afastar e nem sequer o chamam para brincar. No bairro do meu amigo João acontecem umas coisas muito estranhas, há pessoas que consomem drogas, mesmo nas ruas, que os destróiem fisica e psicológicamente. Drogas psicoactivas que deixam as pessoas em muito mau estado, vomitam, cambaleiam, sentem-se mal, ficam sem dentes…e mesmo assim continuam a consumir, porque o organismo deles já se habituou áquelas substâncias. Dizem que as pessoas não conseguem deixar de consumir porque a falta do consumo provoca dores e entram numa fase de ressaca…mas eu não sei muito bem como é isso, hei-de perguntar a alguém que me possa explicar mais. A minha mãe é que está sempre a dizer que não devemos tomar nada dessas coisas, nem mesmo medicamentos sem receita médica. Não nos devemos auto – medicar, porque não sabemos se vamos reagir bem ou mal. Os medicamentos que os outros tomam podem não ter os mesmos efeitos em nós. Isto pode parecer um pouco chato, mas é muito importante para nós, jovens reflectirmos um pouco acerca destes temas. Não acham amigos?

Anexo:12 Filme acerca do meio ambiente

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Anexo:13 O que são Eco – casas? Provavelmente já ouviu falar delas, mas afinal o que são, e a que propósito? Uma casa ecológica pode ser definida como sendo uma construção que é erguida tendo em conta o ambiente circundante e as necessidades do Homem, pois tem de haver um equilíbrio com a natureza. Para isso, uma casa ecológica tem necessariamente de ser autosuficiente, ou seja, recorrer às tecnologias mais recentes ligadas às energias renováveis para obter a energia que necessita, ou pelo menos grande parte dela, de modo a permitir o seu funcionamento interno. O objectivo principal de uma construção ecológica é simplesmente conceber um equilíbrio sustentável entre o Homem e a Natureza, não deixando de fornecer a quem a habita todo o conforto de uma casa normal, somente com o acréscimo de que não afecta de uma forma tão negativa e agressiva o meio ambiente circundante. As casas bioclimáticas são construções que reúnem óptimas condições de habitabilidade com o mínimo consumo energético. Uma habitação que é inteligentemente concebida e regulada de forma auto-suficiente, onde a energia é proveniente de fontes naturais, como as águas da chuva, que são armazenadas e filtradas para serem reutilizadas, tendo sempre como princípio não haver perdas nem desperdícios. A construção da casa propriamente dita deve ser também à base de materiais não tóxicos e naturais, sendo os mais importantes a madeira, a pedra e a argila.

Uma casa ideal é aquela que permite ao ser humano viver em harmonia com o meio ambiente.

É corrente chamar inteligentes às casas que possuam características capazes de tornar a vida mais simples a quem nelas habita, assim agrupadas em cinco categorias principais: o Segurança o Economia o Conforto o Ecologia o Integração Para cada indivíduo, em cada momento, terão naturalmente importâncias diferentes cada uma das categorias. No entanto, às cinco enunciadas centramo-nos na ecologia, tornando-as evolutivas com a tecnologia, e no entanto bastante ecológicas, essencialmente com as necessidades e as preferências de quem as habita. 52


A gestão dos espaços interiores e exteriores com a adequação do controlo de iluminação, estores, aquecimento, rega, etc., às condições atmosféricas ou às ordens remotas via Internet ou telemóvel, é hoje uma realidade de muitas habitações em Portugal e em muitos outros países do mundo. Ao analisarmos as funcionalidades tecnológicas num edifício comparando-as com as de qualquer veículo automóvel, equipamento de telecomunicações, ou com um simples electrodoméstico, rapidamente damos conta do défice tecnológico e de esforço para tornalas auto-suficientes, que ainda é usual encontrar em qualquer habitação tradicional – o maior, mais importante e mais duradouro investimento da vida de cada um.

Anexo:14

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PLÁSTICO Depositar: Garrafas, garrafões e frascos de água, sumos e refrigerantes, vinagre, detergentes e produtos de higiene e óleos alimentares; Sacos de plástico; Esferovite; Pacotes de leite e bebidas (ECAL)*; Iogurtes. * Embalagens de cartão para alimentos líquidos Não depositar: Embalagens de produtos tóxicos ou perigosos, por ex.: combustíveis e óleo de motor. METAL Depositar: Latas de bebidas; Latas de conserva; Tabuleiros de alumínio; Aerossóis vazios; Metalizados. Não depositar: Electrodomésticos; Pilhas e baterias; Objectos que não sejam embalagens (por ex.: tachos e panelas, talheres, ferramentas, etc.).

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Depositar: Embalagens de cartão, por ex.: caixas de cereais; bolachas, etc.; Sacos de papel; Papel de embrulho; Jornais e revistas; Papel de escrita. Não depositar: Embalagens de cartão com gordura, por ex.: pacotes de batatas fritas, caixas de pizza; Sacos de cimento; Embalagens de produtos químicos; Papel de alumínio; Papel autocolante; Papel de cozinha, guardanapos e lenços de papel sujos; Toalhetes e fraldas.

Depositar: Garrafas; Garrafões;

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Frascos; Boiões. Não depositar: Loiças e cerâmicas (pratos, copos, chávenas, jarras, etc.); Materiais de construção civil; Janelas, vidraças, espelhos, etc.; Lâmpadas.

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Anexo:15

Avaliação do Módulo/Unidade e do Formador Módulo/Unidade:______________________________________________________________________ Formador:____________________________________________________________________________ Formando:___________________________________________________________________________ Ano/Turma: _______/_______

Curso/Workshop: __________________________________________

Presença mínima de 80% (Nº máximo de faltas permitido: _______) Data: _______/_______/_______ Por favor, responda às seguintes questões. Para isso, deve cotá-las segundo uma escala de 1 a 5 ( 1 é a cotação mais baixa e 5 é a mais elevada). Questão a)

1

2

3

4

5

Relevância do Módulo/Unidade para os interesses pessoais

Neste Módulo/Unidade trabalhei assuntos interessantes para mim?

b)

Ordem dos conteúdos do Módulo/Unidade

Os assuntos deste Módulo/Unidade tiveram uma sequência lógica e interessante para mim?

c)

Clareza na comunicação dos conteúdos

Os assuntos tratados neste Módulo/Unidade foram claros para mim?

d)

Incentivo ao debate crítico

A formadora incentivou a turma a fazer debates críticos?

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e)

Incentivo à reflexão e expressão da perspectiva do formando

A formadora incentivou-me a reflectir e expressar a minha perspectiva sobre as coisas?

f)

Abertura e receptividade do formador às perspectivas dos formandos

A formadora manifestou interesse pelas perspectivas e necessidades que eu e os meus colegas lhe mostrámos?

g)

Aplicabilidade prática na relação com os colegas da turma

Considero que este Módulo/Unidade foi útil para eu lidar melhor com os meus colegas?

h)

Aplicabilidade prática na relação com o formador

Este Módulo/Unidade foi-me ajudando a lidar melhor com a formadora?

i)

Aplicabilidade prática na relação com os professores

Este Módulo/Unidade foi-me ajudando a lidar melhor com professores?

j)

Aplicabilidade prática na relação com a família

Este Módulo/Unidade foi-me ajudando a lidar melhor

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com a minha família?

l)

Aplicabilidade prática na relação com a comunidade próxima

Este Módulo/Unidade foi-me ajudando a lidar melhor com as pessoas e os assuntos da minha comunidade?

II. O que sugeres que seja feito para melhorar este Módulo/Unidade?

___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________

O formando,

_________________________________________

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Anexo:16

Avaliação das Atitudes e Comportamentos Formativos Ano/ Turma: _______ / _______ Módulo: _______________________________________________________________________________________ Formando: ____________________________________________________________________________________ Por favor, responda às seguintes questões. Para isso, deve cotá-las segundo uma escala de 1 a 5 ( 1 é a cotação mais baixa e 5 é a mais elevada).

Auto-Avaliação Avaliação por grau de intensidade Dimensão

1

2

3

4

5

Participação global nos debates e reflexões.

Participei na maioria dos debates e reflexões? Receptividade, abertura e capacidade de integração dos conteúdos e das perspectivas dos colegas e do formador.

Tive interesse e compreendi os assuntos abordados e as opiniões dos colegas e do formador? Atitude de respeito e aceitação perante as ideias dos colegas e formador.

Aceitei e respeitei as diferentes opiniões dos colegas e do formador? Criatividade e capacidade de reflexão pessoal/crítica face às temáticas propostas e face às perspectivas dos outros.

Pensei e melhorei as minhas atitudes e comportamentos ao longo das sessões? Assiduidade,

pontualidade,

e

adequação

de

comportamentos ao espaço formativo

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Foi assíduo, pontual, e respeitei as regras de funcionamento em sala?

Avaliação pelo Formador

Avaliação por níveis de intensidade Dimensão Participação

global

1

nos

debates

2

3

4

5

e

reflexões.

Receptividade, abertura e capacidade de integração

dos

conteúdos

e

das

perspectivas dos colegas e do formador.

Atitude de respeito e aceitação perante as ideias dos colegas e formador.

Criatividade e capacidade de reflexão pessoal/crítica

face

às

temáticas

propostas e face às perspectivas dos outros.

Adequação

de

comportamentos

ao

espaço formativo

Observações: ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ______________________ Data: ____/____/____ O Formador: _______________________________________________________________________________________

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9 - Bibliografia

Frade, Alice; Marques, António Manuel; Alverca, Célia; Vilar, Duarte (1999). Educação Sexual na Escola: Guia para Professores, Formadores e Educadores. Texto Editora, Lda. Marques, António Manuel; Vilar, Duarte; Forreta, Fátima (2002). Educação Sexual no 1º ciclo: um guia para Professores e Formadores. Texto Editora, Lda. Cruz, Maria Victoria de la; Mazaira, Maria del Carmen (2001). DAS: Programa de Desenvolvimento Sócio – Afectivo. Cegoc – Tea, Lda, Investigações e Publicações Psicológicas. Andueza, M. (1979). Dinámica de grupos en educación. México, Trillas. Ló, Alina Branca; coord. (1994). Prevenir a Brincar. Gabinete do Alto Comissariado para o Projecto Vida. Fonseca, José Paulo Casimiro (1994). Representações femininas nos manuais escolares: de aprendizagem da leitura do 1º ciclo do ensino básico. Lisboa, Comissão Para a Igualdade e Para os Direitos das Mulheres.

Rodrigues, J. Gabriel (1990). A Educação Sexual de pré – adolescentes. Planeamento Familiar.

Golse, B. (1964). El desarrollo afectivo e intelectual del niño. Barcelona, Masson, S.A.

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