Famílias em Ação

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Recurso Escolhas – “Famílias em Ação”

Recurso Escolhas

“Famílias em Ação”

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Índice Introdução .......................................................................................................................... 3 1. Desenvolvimento das competências Parentais ..................................................... 5 1.1. Competências Pessoais.......................................................................................... 6 1.2. Competências Sociais ......................................................................................... 10 1.3. Estratégias a Implementar no Treino de Competências ......................... 15 2.Apresentação das Sessões ....................................................................................... 19 2.1. Actividade Quebra Gelo - Abrigo Anti aéreo (sessão N.º 1) ................. 19 2.2. Competência Auto-estima (sessão N.º2) ..................................................... 21 2.3 Competência Auto-estima (sessão N.º3) ..................................................... 23 2.4 Competência Auto – realização (sessão N.º 4) ........................................... 25 2.5 Competência Auto – realização (sessão N.º 5) ........................................... 26 2.6 Competência criatividade (sessão N.º6) ...................................................... 28 2.7 Competência criatividade (sessão N.º7) ...................................................... 30 2.8 Competência Assertividade (sessão N.º 8) .................................................. 31 2.9 Competência Assertividade (sessão N.º 9) ................................................. 33 2.10 Competência Cooperação – (sessão N.º10) ................................................ 35 2.11 Competência Cooperação – (sessão N.º 11)................................................. 38 2.12 Competência Liderança – (sessão N.º12) .................................................... 42 2.13 Competência Liderança – (sessão N.º13) .................................................... 44 3. Avaliação ...................................................................................................................... 45 Bibliografia....................................................................................................................... 49 2

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Introdução

O Programa “Famílias em ação”, será implementado pelos técnicos afetos a Projetos (ou centros comunitários) inseridos em contextos sociais vulneráveis. Surgiu da necessidade demonstrada pela população alvo de 3 bairros sociais na Ilha da Madeira, nomeadamente o Bairro da Nazaré onde se está inserido o Projecto Reinvent@.com, Bairro da Nogueira, onde está inserido o Projecto Despert@rNogueira e no Bairro da Ribeira Grande onde está inserido o Projecto Capacit@r, todos estes financiados pelo Programa Escolhas, sendo que atualmente apenas foi validado por dois projetos: C@pacitar e Reinvent@.com. Estes projetos recorrem a várias metodologias de intervenção nomeadamente no desenvolvimento de atividades lúdico – pedagógicas, socioculturais, formativas, destinadas a crianças, Jovens e as suas famílias, sendo esta metodologia é utilizada no sentido de manter os níveis de motivação e participação nas atividades. Surgiu a necessidade de construir um manual de desenvolvimento de competências destinadas às famílias carenciadas. Este Manual deverá ser disponibilizado a todos os técnicos que desenvolvam o seu trabalho com famílias desfavorecidas. As equipas técnicas afetas aos projectos acima mencionados, elaboraram um conjunto de instrumentos de diagnóstico que consistiram na caracterização das problemáticas das famílias assim, este manual irá abordar as seguintes temáticas formativas: Competências pessoais: - Autoestima - Auto-Realização - Criatividade Competências Sociais: - Assertividade - Cooperação - Liderança Torna-se importante definir um programa adaptado às características específicas destas famílias onde seja aplicável e avaliável no período temporal de 3 meses. O presente manual constituído por 13 sessões foi elaborado com objetivo de funcionar como um auxiliar do trabalho desenvolvido nas comunidades, um

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manual de desenvolvimento de competências destinadas às famílias dos Jovens. Este Manual pretende assumir-se como uma compilação de jogos tendo como metodologia a dinâmica de grupo e educação de pares baseado no desenvolvimento de competências pessoais e sociais. Os participantes para as sessões são encaminhados por elementos do consórcio como Comissão de proteção de crianças e Jovens, segurança Social e Direção Geral de Reinserção Social, são famílias com processos de acompanhamento que têm acordos com as referidas instituições, sendo que muitas vezes faz parte desses mesmos acordos a participação em Sessões de Educação Parental no sentido de desenvolver algumas competências pessoais, sociais e parentais.

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1. Desenvolvimento das competências Parentais - Manifestação das Competências Segundo Liliana Sousa (2005), o postulado da competência recusa a tradicional imagem das pessoas como incompetentes e culpadas e acolhe a valorização das competências. Neste sentido a competência e a incompetência não são conceitos absolutos, cada pessoa tem diferentes aptidões consoante as tarefas que desempenha. Não obstante, a pessoa pode ter uma competência que não lhe é reconhecida ou atribuída, neste sentido, a incompetência pode existir ou ser fruto da não atribuição e descoberta de competência. Neste caso, as pessoas sentir-se-ão mesmo incapazes e injustiçadas, o que fará com que negligenciem as suas capacidades. Segundo a autora, as competências só existem nos indivíduos se forem reconhecidas e atribuídas. As competências manifestam-se através da capacidade que cada indivíduo possui para enfrentar situações diversas (como por exemplo: saber apreciar e valorizar as próprias capacidades e admitir os seus defeitos, saber resolver as tarefas com segurança e responsabilidade sem medo de fracassar); através da capacidade para se sentir motivado para a realização de projetos futuros e dos objetivos pessoais, sociais e profissionais; através da capacidade de se afirmar socialmente (saber expressar sentimentos, necessidades e insatisfações); através da capacidade de operacionalizar conhecimentos, no sentido de produzir novas ideias; através da capacidade de saber agir em conjunto, com vista a um fim comum; através da capacidade de influenciar, guiar e orientar grupos na realização de um determinado objetivo; através da capacidade para ultrapassar as dificuldades do passado, de modo a que estas não interfiram negativamente no presente e no futuro de cada pessoa; através da capacidade para definir objetivos gerais e específicos a curto e longo prazo, e saber identificar estratégias para lidar com o tempo, prioridades e com os problemas (Jardim 2006). - Competências Parentais Segundo Luísa da Silva (2001), na convivência com os pais, as crianças aprendem como se devem comportar, o que lhes é permitido e o que é proibido, partilha dos valores da sua época no que respeita ao estudo, ao 5

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trabalho, à competição, ao sucesso, etc. Ainda segundo a autora, a família de hoje deve de ser encarada no plural, na medida em que é constituída por variadas formas que têm em comum, pois é um grupo de pessoas ligadas por laços de parentesco, onde os membros adultos assumem a responsabilidade de cuidar das crianças. As competências parentais subentendem as capacidades que os pais possuem para proporcionar um bom ambiente familiar e social aos filhos, para que futuramente sejam dotados de autoconfiança e de auto-realização, e que estas capacidades contribuam para a criação e continuação da família, como também para a compreensão e abolição dos fatores geradores da exclusão social. Segundo Park e Ladd (1992), as cognições, emoções, outras formas de funcionar ou as competências que a criança adquire na família servem-lhe na sua relação com os pares. Os sucessos ou insucessos que os indivíduos têm nas suas relações sociais, e que se reveste de importância na idade da adolescência e adulta, brota da relação familiar. Sendo assim, todo o ambiente endógeno familiar bem como o exógeno influenciam toda a trajetória das relações sociais dos seres humanos. São vários os indícios da ausência de competências parentais: ausência de cuidados de higiene com as crianças (vestuário inadequado e sujo, unhas sujas etc.); ausência de diálogo entre pais e filhos; ausência de higiene doméstica, (este tipo de crianças apresenta geralmente, um pobre relacionamento com as outras crianças, as suas condutas (menos favoráveis) têm como propósito chamar a atenção dos adultos); falta persistente dos pais ou cuidadores na procura ou acompanhamento dos menores na escola e nos cuidados de saúde (ex. incumprimento no calendário de vacinas, no tratamento de lesões, etc.). A ausência de competências parentais provoca ainda nas crianças atraso nas aquisições sociais e em todas as áreas da maturidade (linguagem, motricidade, socialização) e tendência à fantasia e comportamentos anti-sociais Teresa Magalhães (2005).

1.1. Competências Pessoais Atualmente, no dia-a-dia, o ser humano é confrontado com situações inesperadas que surgem na sua vida repentinamente. Mas enquanto ser vivo, o Homem é o único ser dotado de inteligência. Um atributo que lhe proporciona capacidade de resolver os problemas da vida quotidiana de 6

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forma eficaz. Nesta diligência, se os indivíduos forem portadores das competências pessoais devidas, são capazes de fazer frente a qualquer tipo de situação adversa, o que deixa de comprometer a sua condição enquanto ser humano. Entende-se então, por competências pessoais a capacidade que as pessoas possuem em operacionalizar conhecimentos sobre elas próprias, potencializando e promovendo o seu interior e pondo em relevância pensamentos positivos e habilidades que permitam gerir os dinamismos intrapsíquicos, que será então a condição para que o indivíduo seja bemsucedido na vida pessoal, (Jardim&Pereira 2006). As competências pessoais são transponíveis ao carácter individual, uma vez que se fazem refletir no meio social, ou seja, na capacidade que cada indivíduo possui em se relacionar com os outros, independentemente do seu estatuto social e profissional; na capacidade de pôr em evidência delicadeza e educação, quando comunica com as pessoas; na habilidade de conhecer os serviços públicos e fazer deles uso, mediante as necessidades e na capacidade de obter informações e esclarecer dúvidas pertinentes sobre um determinado assunto; na capacidade de saber demonstrar o seu descontentamento em relação a situações inconvenientes; na capacidade de não se deixar ferir pelas críticas destrutivas geradas por colegas de trabalho, amigos e familiares e saber ultrapassar os conflitos provocados pelos outros (familiares, amigos etc.); na capacidade de saber aceitar e compartilhar ideias na realização de tarefas em grupo; na capacidade de saber interagir com a comunidade local e não local, entre outras. Segundo Jardim&Pereira (2006), as competências pessoais são a base das relações sociais, do desempenho e sucesso profissional, e são acima de tudo a fonte do bem-estar e da saúde mental. Ainda segundo os mesmos autores, são várias as competências que revolucionam o bem-estar, a saúde mental e as relações intrapessoais, entre as quais destacamos a competência da autorealização, da autoestima, da criatividade e da resiliência.

- Competência da Autoestima Segundo Jardim&Pereira (2006), a competência da autoestima consiste em ser capaz de conseguir fazer uma avaliação positiva, valorativa e afetiva sobre si mesmo, possuir capacidade para valorizar os períodos da própria infância, adolescência, juventude, a origem familiar, os acontecimentos mais marcantes e as pessoas mais significativas. Capacidade para recordar os momentos em que teve êxito, em que desempenhou papéis importantes e recebeu elogios. 7

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Capacidade para perspetivar o futuro, elaborar projetos pessoais e profissionais. Consiste ainda em saber apreciar as próprias capacidades e aceitar os defeitos, ter aptidão para resolver da forma mais conveniente as dificuldades com que se depara. As pessoas dotadas de autoestima realizam as suas tarefas com responsabilidade e segurança (sem se deixar invadir pelo medo e pelo fracasso). Gostam de si tal como são e desfrutam de uma visão valorativa de si mesmas e de autoconfiança. Segundo Bednar&Peterson (1995), a autoestima poderá ser explicada como um processo de auto-aprovação subjetiva (avaliação interna do próprio indivíduo) e realista. Mediante este facto, o indivíduo aprova-se e sente-se bem consigo mesmo e com os valores que adotou para si, deixando assim de existir conflitos graves, mas sim consonância entre o comportamento, os sentimentos e os padrões sociais. Segundo os autores, os altos e baixos níveis de autoestima poderão ser o resultado e o reflexo de um determinado tipo de avaliação interna que o indivíduo experimenta ou experimentou. Perante a ausência da autoestima, passamos a apresentar alguns exemplos inerentes às pessoas escassas desta competência: falta de autoconfiança (sentimento de inferioridade no confronto com os outros, ao ponto de achar que o que faz nunca está bem feito); ansiedade exagerada (ansiedade na realização das atividades quotidianas e desconfiança contínua das capacidades individuais); autocrítica severa (destaque permanente dos defeitos pessoais, sejam estes reais ou imaginários, ocultação e não reconhecimento das capacidades e feitos pessoais); Hipersensibilidade à crítica (dificuldades em resistir às pressões sociais, sente com frequência que os outros o atacam e criticam negativamente, resguardando ressentimentos contra aqueles que censuram); silêncio (propensão em se manter no mutismo, em situações de resolução dos problemas e dificuldades em manifestar o seu ponto de vista mediante as circunstâncias); desvalorização dos elogios pessoais (atribui pouca relevância às apreciações positivas expressas pelos outros, desvaloriza os elogios procurando justificá-los com outros motivos aquém da sua competência e valor próprio); pessimismo perante a vida (visão pessimista da história pessoal, referindo com frequência acontecimentos presentes como passados ou futuros, percecionados como frustrantes ou como fracassos). - Competência da Auto-realização A competência da auto-realização é a capacidade de operacionalizar a tendência humana para expandir, desenvolver e realizar de modo autónomo as potencialidades pessoais, sociais e profissionais. Quando uma pessoa 8

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realiza positivamente as suas necessidades encontra um sentido para as suas ações e vivencia um sentimento de bem-estar que se reflete no ambiente familiar, social e profissional. Segundo Maslow (1991), a auto-realização compreende a satisfação das necessidades básicas ou de sobrevivência física, de amor e de pertença, de estima ou de atenção. Só depois de estarem satisfeitas essas necessidades, é possível passar às necessidades de crescimento ou meta necessidades (totalidade, perfeição, cumprimento, justiça, vida, simplicidade, beleza, bondade, singularidade, facilidade, jogo, verdade, modéstia), que são as necessidades que conduzem à auto-realização. Na pessoa realizada podemos identificar os seguintes quatro elementos: “sente-se integrada no seu ambiente; é estimada e valorizada pelos outros; atribui um significado às tarefas que realiza; empenha-se e desenvolve progressivamente as suas competências”, (Jardim&Pereira: 2006). São vários os exemplos que contribuem para a ausência da auto-realização: perceção desadequada da realidade (os indivíduos não conseguem diferenciar o que é falso ou fictício do que é real e genuíno); resistência em não se aceitar a si mesmos e os outros (os indivíduos recusam-se a aceitarse a si e aos outros, persistindo numa mudança); ausência de concentração sobre os problemas e consequente ineficácia na sua resolução (não conseguem encontrar soluções que permitam fazer face aos problemas, admitindo assim que os problemas não têm solução); sentem necessidade de estarem sempre acompanhados (não se sentem bem sozinhos nem tão pouco sentem necessidade de privacidade); ausência de autonomia e independência em relação à cultura e nas relações pessoais (veem sempre nas experiências e julgamentos dos outros um ponto de referência, desvalorizando as suas próprias experiências e julgamentos); ausência de capacidade de apreciação (não possuem habilidade para apreciar as coisas, mesmo as mais vulgares, vendo-as como negativas e inconvenientes); ausência mística ou de “limite” (não vivem com intensidade as próprias experiências, nem tiram partido delas para poderem progredir); ausência de sentido de comunidade (não se interessam em se envolver com a comunidade, nem em tirar partido dos seus benefícios); ausência de relações interpessoais (as suas relações sociais são muito superficiais, raramente desfrutam de relações íntimas com amigos próximos e familiares); ausência de estilos democráticos (são injustos, autoritários e defendem a cima de tudo a dependência); ausência de diferenciação entre os meios e os fins (são pessoas individualistas, para eles os meios são sempre mais importantes do que os fins).

- Competência da Criatividade 9

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A competência da criatividade consiste na capacidade de operacionalizar conhecimentos, atitudes e habilidades, no sentido de produzir novas ideias e de concluir esse processo com um produto original, útil e valioso. As pessoas que possuem aptidão de criatividade conseguem resolver os seus problemas com maior facilidade, possuem maior capacidade de comunicação, são mais flexíveis, vivenciam momentos de relaxamento e tornam-se empreendedoras e alegres, Jardim&Pereira (2006). Segundo Wechsler (1998), existe uma relação significativa entre criatividade e saúde mental, pois ambas são o resultado da integração harmoniosa entre o cognitivo, o afetivo e o social. Por tal, todos os esforços são justificados no sentido de se procurar desenvolver ambientes que facilitem a expressão criativa, tanto no espaço familiar como no social. Tomamos como exemplos a ausência desta competência: ausência de flexibilidade mental (as pessoas não conseguem se adaptar a novas situações, tornando-se incapazes de captar e assimilar novos contributos, possuindo assim uma pobre fluidez categorial, não possuem capacidade em associar e criar ideias de livre e espontânea vontade que sejam socialmente aceites); ausência de conhecimentos amplos e ausência de motivação para criar (não conseguem desenvolver os seus conhecimentos e ideias, no âmbito da resolução dos seus problemas, experimentando bloqueios constantes. Não possuem força interna e motivadora capaz de impulsionar a ação e a produção, não possuem uma identidade definida que permita traçar objetivos precisos, não são criativos e persistentes, o que significa que não conseguem ultrapassar os obstáculos, desistindo com facilidade perante os mesmos). 1.2. Competências Sociais Atualmente, o saber relacionar-se com as pessoas é primordial no processo de integração social, independentemente da cultura, condição social e familiar de cada um. A integração social compreende um conjunto de valores que passam: pela ausência da xenofobia, do racismo e do fundamentalismo; o respeito pelos outros; a justiça social e económica; a igualdade; responsabilidade e liberdade; a capacidade de valorizar os outros, ajudando a promover atitudes funcionais que permitam a integração social e profissional, etc. (Del Prette e Del Prette, 2005). Segundo Sue Spence (1979) as competências sociais são comportamentos sociais apropriados em situações específicas, dependentes das características dos indivíduos implicados e do próprio contexto. As 10

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competências sociais consistem, ainda, na idoneidade para operacionalizar conhecimentos sobre os outros, atitudes positivas para com eles e habilidade para gerir as interações, de modo a que se seja bem-sucedido na vida social. Subentendem as competências sociais: a faculdade para estabelecer relações, entre as quais, a otimização dos recursos sociais e a perceção dos outros. São várias as competências que fazem parte do contexto das competências sociais, que são pertinentes e imprescindíveis para o confronto face à complexidade das interações na sociedade atual, bem como num contexto de competitividade e de avaliação do desempenho social e profissional, entre as quais destacamos: a competência da assertividade, da cooperação, da liderança e as competências parentais.

- Competência da Assertividade Segundo Jardim&Pereira (2006), a competência de assertividade consiste na capacidade que cada pessoa possui em saber se autoafirmar na interação social, expressar adequadamente opiniões, sentimentos e insatisfações, defender os próprios interesses sem desrespeitar os dos outros e solicitar mudanças de comportamentos indesejados. Os indivíduos assertivos, estabelecem diálogos adequados, expressam emoções positivas e negativas (consoante as circunstâncias), solicitam ajuda no âmbito da resolução dos seus problemas, prestam ajuda aos demais quando alguém precisa da sua colaboração, conseguem dizer não a pedidos ou sugestões inconvenientes, aceitam com facilidade um “não” ou críticas construtivas, manifestam interesse pelas exposições feitas pelos outros e sabem quando devem pedir desculpa, de maneira adequada, pelos erros cometidos. Segundo Caballo (1998), a assertividade tornou-se sinónimo de aptidões sociais, que se resume num conjunto de comportamentos, tidos por um indivíduo num contexto interpessoal, onde expressa os seus sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos de uma forma adequada à situação, sabendo respeitar esses comportamentos nos outros, e que sabe resolver os problemas imediatos de determinada situação e é capaz de minimizar a probabilidade de problemas futuros. A ausência desta competência pode ser descoberta através dos comportamentos das pessoas, por exemplo: medo de perder o emprego, de perder o amor do outro, de ser humilhado ou de ser excluído (estando estes pavores relacionados com o grau de autoestima, refletindo-se na dificuldade em enfrentar as situações adversas); ausência de autonomia pessoal (as pessoas não conseguem mostrar que têm um pensamento próprio e são 11

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incapazes de colaborar criativamente); ausência de sentimentos que promovam a satisfação individual e social (as pessoas manifestam dificuldades em agir e intervir socialmente, fazendo refletir a escassez do respeito individual e social); ausência de afirmação da interdependência (as pessoas não admitem que as suas opiniões, ações e escolhas influenciam e dependem também dos outros, ficando deste modo confirmada a inexistência da concomitante independência e dependência em relação aos demais); relações sociais negativas (as pessoas agem com medo, usando como meio de proteção individual defesas e fugas desajustadas ao que impera toda a interação social, experimentando neste sentido um grau de ansiedade fora do normal); incompetência profissional (as pessoas não assumem responsabilidade sobre as tarefas que lhes são destinadas, tornando-as mal conseguidas e mal sucedidas); indisposição a melhorar a sua performance (as pessoas não se conseguem adaptar a novas circunstâncias profissionais exigidas, uma vez que não aceitam as criticas suscetíveis de mudança e os novos desafios como oportunidades de crescimento). - Competência da Cooperação Segundo James Watson, vencedor do Nobel da Medicina/Filosofia (1962), nada de novo que seja realmente interessante surge sem colaboração mútua. A competência da cooperação é, assim, a capacidade de operacionalizar conhecimentos, atitudes e habilidades no sentido de agir em conjunto, com vista à realização de um fim comum, maximizando as potencialidades de cada indivíduo de forma durável e equilibrada. Partindo deste desígnio, a competência da cooperação exige, em primeiro lugar, um sentido de equipa, que consiste no facto dos indivíduos, ao nível cognitivo, se reconhecerem como interdependentes, mostrando disponibilidade para manterem essa interdependência colaborando naquilo que o grupo espera deles. Em segundo lugar, a competência da cooperação subentende o sentido de pertença, que se resume no sentimento ao nível afectivo, de fazer parte do grupo. Esta compreensão pode ser verificada através dos seguintes indicadores: a definição de quem faz ou não parte de um grupo; a partilha de um sistema simbólico que possibilite uma comunicação eficaz dentro do grupo; a segurança emotiva, que permite a criação de laços significativos entre os elementos do grupo; o investimento pessoal, ou seja, o contributo dado por todos ao grupo, em termos de “bens” materiais ou imateriais, Jardim&Pereira (2006). Segundo os mesmos autores, a cooperação está altamente relacionada com uma larga variedade de índices de saúde psicológica. As atitudes individualistas relacionam-se com um amplo espectro de patologias 12

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psicológicas e a competitividade relaciona-se com uma mistura complexa de índices de saúde e de patologia, a cooperação promove a autoestima, que é uma fonte de bem-estar e de saúde. As características de atividades cooperativas são várias soluções interessantes e motivadoras: não obstar a contribuição dos elementos do grupo, tornar possível a mobilização de diferentes meios para a elaboração das tarefas, capacidade de usar diversas competências, comportamentos funcionais e capacidade de desafio. São vários os exemplos no âmbito da ausência desta competência: ausência do reconhecimento da interdependência (as pessoas menosprezam a importância de se ligarem aos outros na realização das suas tarefas, agindo cada um por si, esquecendo que o sucesso exige interdependência, sentem dificuldade em partilhar os recursos existentes, são individualistas, uma vez que lutam pelo sucesso individual e não pelo sucesso do grupo); ausência de responsabilização individual (as pessoas não possuem sentido de responsabilidade pessoal para contribuir com os próprios esforços na realização dos objetivos do grupo, originando desta forma a ausência da exigência de comprometimento na concretização das componentes individuais do trabalho, bem como a facilitação do trabalho dos outros, prejudicando não só o progresso do grupo, bem como o seu próprio progresso); ausência de interação promotora (as pessoas recusam prestar ajuda e colaboração no trabalho, não exprimem atitudes de estima, de respeito e de aceitação recíproca, originando através destes comportamentos, um circulo fechado que condiciona a carência de um conhecimento mútuo e de experiências significativas, ocasionais ou não, que permitem o sucesso no trabalho cooperativo); ausência de habilidades sociais (as pessoas são incapazes de liderar, de tomar decisões, de demonstrar confiança, de estabelecer comunicação e aptidão para administrar conflitos); ausência de processamento de grupo (as pessoas manifestam dificuldades em identificar ações mais ou menos úteis e definir comportamentos a manter ou a evitar para o sucesso eficaz do grupo), Jardim&Pereira (2006). - Competência da Liderança A competência da liderança consiste na capacidade de influenciar, guiar e orientar um grupo na realização de um determinado objetivo. Os comportamentos de quem possui a arte de liderar brotam de um modo geral das competências pessoais e sociais, o sucesso de um grupo depende, a maior parte das vezes, de um bom líder que é aquele que possui a “ciência e arte” de liderança. Um bom líder pode ser caracterizado pela sua 13

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capacidade de incentivo, pela sua capacidade de exigência, pela capacidade de democracia e pela capacidade de saber transmitir com clareza e sem preconceitos os objetivos que pretende, (Jardim&Pereira, 2006). Segundo os mesmos autores, um líder, no ato de liderança, tem que possuir a capacidade de empatia, que é a capacidade em aceitar e compreender os sentimentos, as ideias e as opiniões dos seus colaboradores, apoiando e motivando comportamentos proactivos em direção aos objetivos a atingir pela sua equipa; capacidade de coesão: que é a capacidade de promover o estabelecimento de relações estáveis entre os seus colaboradores de modo a que todos se sintam suficientemente unidos para trabalhar em tarefas comuns, o que permitirá superar mais facilmente os receios e os antagonismos próprios de qualquer grupo; capacidade de encorajamento: que é a capacidade de promover um estado emocional favorável na concretização dos objetivos individuais e de toda a equipa, ajudando na superação das inseguranças e receios dos seus colaboradores; expressão das emoções: que é a capacidade de promover a comunicação construtiva de opiniões, de emoções, de sentimentos e de ressentimentos; satisfação com o trabalho, que é a capacidade de facilitar a satisfação em relação ao trabalho, o que torna a sua equipa mais empreendedora, mais ativa e bem-sucedida naquilo que faz. São vários os exemplos no âmbito da ausência desta competência, entre eles passamos a destacar: ausência do conhecimento dos pontos fortes (o líder não consegue identificar os seus pontos fortes e fracos, nem tão pouco consegue planificar o trabalho a desenvolver e detetar os pontos da situação que urgem mudança); desprezo pelos novos conhecimentos (o líder não consegue distinguir os conhecimentos e habilidades a possuir para liderar melhor, nem tão pouco como incrementá-los); ausência de autoconfiança na tomada das decisões (o líder não se sente seguro naquilo que decide, duvidando permanentemente se tomou a decisão certa, transmitindo assim insegurança aos seus colaboradores); ausência de auto-eficácia (o líder não se sente confiante nas suas capacidades, para a realização daquilo que pretende e não consegue superar o medo de fracassar); insatisfação (o líder nunca se sente satisfeito com o seu trabalho, nem consegue detetar mecanismos suscetíveis de superar o medo de fracassar); ausência de relações positivas com os seus colaboradores (o líder não é capaz de se questionar sobre as relações que estabelece com os seus colaboradores, nem tão pouco se interessa em criar e implementar ações concretas que tenham como objetivo benfeitorizar o relacionamento no interior da equipa que lidera); ausência de reconhecimento das qualidades dos seus colaboradores (o líder perpetua um desconhecimento ao nível das qualidades dos seus colaboradores, e nem se preocupa em reconhecê-las, mesmo que 14

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elas existam); ausência de autocontrolo quando trabalha sob pressão (perante os trabalhos que exigem maior pressão, o líder não consegue controlar os seus impulsos e enerva-se por motivos de menor importância, não exteriorizando preocupação em transmitir tranquilidade e segurança aos seus colaboradores e em se tornar estável nos momentos de nervosismo); ausência de motivação e gosto pelo trabalho em equipa (o líder não consegue definir em que medida gosta de trabalhar em equipa, nem manifesta preocupação em estudar hipóteses, que permitam respeitar e partilhar ideias e uma colaboração mais ativa); ausência de reconhecimento dos próprios erros (o líder quando falha não assume as suas falhas com responsabilidade, procurando ocultá-las e culpabiliza os outros pelos erros cometidos, deixando de parte a reflexão em como agir adequadamente perante os erros dos outros e os seus próprios erros); ausência de envolvimento total na elaboração do trabalho (o líder limita-se apenas a cumprir o seu horário de trabalho consoante as funções acordadas, e não procura dar o seu melhor para o desenvolvimento do trabalho, evitando um envolvimento mais sadio e adequado na sua organização); ausência de avaliação (o líder não se preocupa em avaliar os objetivos e as atividades realizadas, que ele e a sua equipa atingem e realizam); ausência de planificação (o líder não se interessa em planificar os objetivos e atividades diárias a serem realizadas por ele e pela sua equipa); ausência de supervisão (o líder não acompanha os seus colaboradores, nem lhes permite apoio técnico e encorajamento quando necessitam de desempenhar tarefas novas); ausência de resiliência (o líder sente-se incapaz de liderar a sua equipa em momentos difíceis e recusa-se a desenvolver competências para possuir tal habilidade). 1.3. Estratégias a Implementar no Treino de Competências O treino de competências não é tarefa fácil, implica muito trabalho e dedicação numa fase à priori da implementação do mesmo. Todo este trabalho passa por um processo de preparação e planeamento, pois trata-se de um serviço que tem como objetivo encontrar soluções para a mudança de atitudes dos comportamentos humanos. O desenvolvimento de competências implica dar atenção a três níveis de aprendizagem: “saber-saber, que se refere à aquisição de conhecimentos (domínio cognitivo) ”, “saber-ser, que é relativo à forma de estar de cada um (domínio afetivo) ”, “saber-fazer, que concerne aos comportamentos (domínio da vontade) ”, Jardim&Pereira (2006). Para promover o desenvolvimento de competências, o interventor (ou o facilitador) do grupo 15

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deve assegurar que as mesmas sejam incrementadas conforme foi planificado. O facilitador do grupo deve, antes de mais, ser capaz de garantir um relacionamento construtivo entre os participantes, ou seja, um método de trabalho e a eficácia do grupo na consecução dos objetivos previstos. O facilitador do grupo deve recorrer à abordagem cognitivo – comportamental, a fim de obter melhores resultados na promoção do desenvolvimento de competências, uma vez que esta se tem mostrado eficaz no trabalho com grupos, Jardim&Pereira (2006). Segundo os mesmos autores, uma estratégia pode ser definida como um instrumento pedagógico a que o interventor recorre para atingir mais facilmente um determinado objetivo. São várias as estratégias que fazem parte do desenvolvimento das competências, entre as quais destacamos: -A estratégia do ensino em grupo, onde deve ser fornecida informação sobre a competência em estudo, nomeadamente a apresentação da sua definição e de algumas situações problemáticas relativas à mesma e a explicação dos seus benefícios. A estratégia do ensino em grupo reúne as seguintes características: a simplicidade (capacidade de traduzir a competência de uma maneira simples, clara, implica as frases breves, palavras conhecidas e a explicação das frases técnicas); a ordem (capacidade de organizar os conteúdos numa sequência lógica, com princípio meio e fim); a brevidade (capacidade de ser breve e profundo, evitando a exposição de muitas ideias, que se resume à comunicação breve e à comunicação limitada ao essencial); e o estímulo (capacidade de manter viva a exposição, usando alguns exemplos tais como, testemunhos e histórias reais, usando recursos audiovisuais, de modo a que todos se sintam interessados até ao fim). A explicação da competência a desenvolver deve ser empregue ao longo de todo o programa, mas sobretudo no início de cada sessão e antes dos exercícios de treino de competências; - A observação de modelos que consiste em apresentar aos participantes um modelo de comportamento, de modo a que a visão das cenas reforcem a explicação e a instrução verbal. Neste caso, pode-se utilizar como recurso o testemunho de pessoas que vivenciaram a experiência do treino de competências e como este treino contribuiu para o seu desenvolvimento pessoal, social e profissional; - A estratégia de role-playing, onde os participantes põem em prática uma determinada competência, sob a forma de ensaio e mediante a supervisão do facilitador do grupo. Esta estratégia consiste em substituir modos de responder não adequados por outros mais funcionais e apropriados, bem 16

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como pode servir tanto para adquirir novos comportamentos como para melhorar os desempenhos de cada pessoa; - A estratégia de feedback construtivo, que consiste em proporcionar informação específica ao participante para que seja possível o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da competência treinada. Neste caso, os participantes devem ser motivados para porem em prática a sua competência, sendo necessário a explicação sobre o que deve ser modificado, dando-lhes novas oportunidades de ensaiar o comportamento em questão. É de notar que oferecer um feedback é fazer um investimento arriscado, porque aquilo que se comunica tem muito a ver com quem o recebe e com a pessoa que o oferece. É a partir deste investimento que depende a qualidade e a continuidade da relação. As pessoas que se habituam a oferecer e a receber feedback, crescem na confiança, no respeito mútuo e na capacidade de colaboração e de trabalho de equipa, caso contrário, a relação torna-se impessoal e criam-se distâncias cada vez maiores entre as pessoas. Distingue-se ainda o feedback de repreensão do feedback de encorajamento: o feedback de repreensão, serve para corrigir uma situação pouco favorável à pessoa e ao grupo e o feedback de encorajamento, serve para estimular a vontade da pessoa em se desenvolver sempre mais; - A estratégia de autorrevistos, onde são registados por parte dos participantes os progressos verificados no desenvolvimento da competência trabalhada, o que facilita medir e analisar os comportamentos promovidos e as circunstâncias que os envolvem. O uso desta estratégia permite observar E registar tanto o comportamento exterior (público) como o interior (pensamentos e sentimentos); - A estratégia de atividades para favorecer a generalização, que permite ajudar os participantes de um programa de desenvolvimento de competências a transferirem o que foi aprendido no contexto do training para outros contextos, sendo este o objetivo principal de qualquer programa. A estratégia de generalização refere-se à exibição do comportamento treinado em situações diferentes daquelas em que se realiza a aprendizagem. Esta estratégia visa sobretudo extrapolar o comportamento aprendido para momentos posteriores, em contextos diferentes. Os trabalhos de casa são uma das principais estratégias da generalização, que dizem respeito a tarefas específicas e semelhantes àquelas que foram treinadas, mas que agora são executadas em contextos da vida real. Consistem em atividades propostas pelo facilitador do grupo e visam ser realizadas em diferentes contextos após a realização do treino, e tem a pretensão de aumentar a afetividade e a generalização dos efeitos do 17

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programa. Os requisitos a ter em conta na elaboração dos trabalhos de casa são os comportamentos a desenvolver em casa que devem ser treinados no programa, devem ser especificadas as atividades a realizar e os contextos onde se devem verificar. O participante deve ser motivado, de modo a que registe o seu desempenho. Os trabalhos de casa devem ser usados para a avaliação da evolução no desempenho da competência em estudo. Passamos a identificar possíveis trabalhos de casa. Tomamos como exemplo, uma pessoa que sente dificuldade em se relacionar com a rede vizinhança, mas sabemos que os vizinhos desta pessoa, são pessoas muito acessíveis e estão sempre dispostas a ajudar. Durante o programa, deve o facilitador promover uma estratégia que consista no pedido de ajuda por parte de um elemento a outro elemento do grupo. Após o treino e a implementação desta estratégia, o facilitador do grupo deve motivar o participante de modo que este não sinta receio a pedir ajuda quando necessária, nem a relacionar-se com os seus vizinhos. Outro exemplo: uma pessoa que sente vergonha ao dirigir-se aos serviços públicos, por exemplo ao correio para enviar uma carta, pois tem receio das represálias por parte dos funcionários porque não colocou o código postal do destinatário, não por esquecimento, mas porque não sabe e desconhece ainda a importância do mesmo. O funcionário desconhece esta ausência de conhecimento e chama o utente à atenção que não está ali para preencher códigos postais e diz-lhe ainda que vá colocar na carta o código postal. O utente, perante esta situação, sente-se inferiorizado e com receio de assumir que não sabe, vai embora. Perante isto, deve o facilitador do grupo, incentivar o utente a conhecer o significado do código postal e a saber utilizá-lo devidamente. Este incentivo passa por um treino durante o programa, e após o qual o utente deve conhecer o significado do código postal e saber usá-lo devidamente e, acima de tudo, deve sentir-se motivado a pedir apoio em situações deste tipo, não sentir receio em assumir que não sabe. Estes são apenas dois exemplos do treino de competências, pois há muitos: como reforçar os laços familiares e sociais; motivar para os cuidados de higiene, ao nível corporal e habitacional; cuidados ao nível da saúde; importância das habilitações literárias, entre outros (Jardim 2006); - A estratégia do brainstorming. Segundo Hermano do Carmo (2000), esta estratégia permite “fazer jorrar ideias novas para a resolução do problema (ex.: criar regras novas, criar objetos novos). Testar a criatividade dos elementos de um grupo, elevar a autoestima de um grupo nas suas capacidades de funcionamento e de solucionar problemas de forma cooperativa.”.

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2.Apresentação das Sessões

2.1. Atividade Quebra Gelo - Abrigo Anti aéreo (sessão N.º 1) Sessão dia __-__-20__ Objetivo da sessão: Expressão dramática, tomada de decisão pelo grupo e interação de grupo. Material utilizado: Jogo previamente construído pelo técnico responsável. (Este jogo pode também ser construído em conjunto com os participantes, numa sessão) Duração: 1h30m Local: Sala e 10 cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Desenvolvimento: - O técnico responsável pela ação compõe dois grupos de 5 elementos cada (no caso de serem 10 participantes, no entanto pode variar e pode-se compor mais grupos). - O jogo é composto por vários cartões que dizem o seguinte: “Cozinheiro”, “Pescadora”, “ carpinteira”, “Músico”, “Médico”, “Bombeiro”, “Rapariga”, “Rapaz”, “Colecionador de pedras ”, “Cientista” e “Padre”. E por uma cartolina que representa um abrigo antiaéreo. - O técnico responsável começa por explicar como decorrerá a sessão dizendo que cada participante deve pensar que está num abrigo antiaéreo após um bombardeamento atómico e que esse mesmo abrigo só tem capacidade para acolher mais seis pessoas, dispõe de alimentos e oxigénio unicamente para essas seis. Portanto, há que escolher quem serão os seis a entrar para o abrigo antiaéreo. - Cada grupo começa a jogar e escolhe os seis que pretende deixar entrar para o seu abrigo antiaéreo. 19

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- O grupo tem de falar entre si e decidir em conjunto quais os escolhidos, sendo que para tal devem argumentar entre si o porquê de levar um e não levar outro. - O técnico responsável deve marcar tempo limite para a tomada de decisão do grupo. - Após a escolha de cada grupo, colocam sobre os quadrados do abrigo os escolhidos. - O técnico responsável pela sessão deve começar o debate sobre o modo como o grupo interagiu na tomada de decisão: se cada pessoa tomou parte ativa ou passiva e se ficou ou não satisfeita com o seu papel. - Por fim o técnico responsável deve dar espaço para que o grupo possa argumentar sobre as suas escolhas com o outro grupo.

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2.2. Competência Autoestima (sessão N.º2) Sessão dia __-__-20__ Introdução: No início desta sessão, os Formadores começam por fazer referência ao tema da mesma – a autoestima. Promover a autoestima pode contribuir para o sucesso ao nível pessoal, social e profissional. Consideramos que é possível modificar a autoestima mesmo em idade adulta, muitas vezes, novas situações de vida representam ocasiões de mudança e de melhoria de autoestima Objetivo da sessão: Promover o conhecimento de mim mesmo. Material Utilizado: Ficha dos valores; Cartões Coloridos, Gravador e Música Suave; Ficha “O valor que…” Cola, Ficha de Avaliação Global de Autoestima e caneta ou lápis e tesoura. Duração: 1h30m Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Desenvolvimento: - O técnico responsável pela sessão distribui a ficha com a definição de vários valores para que os participantes consultem. - O técnico responsável distribui 5 cartões de cores diferentes para que os participantes escrevam um valor em cada um. - Quando todos tiverem terminado, levantam-se, circulam livremente ao som da música e vão deitando fora os seus valores até não terem mais nenhum. - Os participantes vão circulando e vão apanhando 5 sem escolher e sem ler o que lá está escrito. - Sentam-se e aí podem ler.

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- O técnico responsável pela sessão distribui a ficha “o Valor que…”e os participantes colam de acordo com as suas ideia e explicam o porquê dessas preferências. - Cada um Apresenta os resultados aos restantes participantes. - Espaço aberto a debate.

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2.3 Competência Autoestima (sessão N.º3) Sessão dia __-__-20__

Introdução: No início desta sessão, os Formadores começam por fazer referência ao tema da mesma – a autoestima. É possível modificar a autoestima mesmo em idade adulta, existem áreas fundamentais para trabalhar a promoção desta competência: Viver em coerência os valores pessoais e sociais e superar os problemas com habilidade, desenvolver relações interpessoais, adquirir competências comportamentais, saber lidar com fracassos na vida. Objetivo da Sessão: Facilitar o auto-conhecimento, reconhecendo as nossas qualidades pessoais, e transmitir aos outros os aspetos positivos que nos fazem sentir orgulhosos de nós próprios Material das atividades: 10 cartolinas – 1 por participante, Ficha “O meu retrato”, Ficha “ O que melhor sei fazer é…”, Ficha “Gosto de ser como sou porque…”, Ficha” A minha Família e os meus amigos dizem que o melhor de mim é…”, caneta ou lápis, Fita-cola, tesoura, cola e ficha de Avaliação Global de Autoestima. Duração: 2h00m Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Desenvolvimento: - O técnico responsável pela sessão pede na sessão anterior que cada participante traga de casa uma fotografia sua, o mais recente possível, ou então o técnico tira a foto e depois imprime. - Quando todos tiverem a foto, é apresentada e explicada a atividade. - Entrega-se a cada participante uma cartolina dividida em 4 partes e alguns cartões da ficha “o meu retrato”, Ficha “ O que melhor sei fazer é…”, Ficha “Gosto de ser como sou porque…”, Ficha” A minha Família e os meus amigos 23

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dizem que o melhor de mim é…”que o representam, mediante desenhos simples, diferentes qualidades, quer em relação ao aspeto físico, quer em relação a alguns aspetos psicológicos, e algumas atividades. Cada um terá de colocar a sua fotografia na Cartolina. Em cada uma das partes, pede-se aos participantes que pensem no aspeto ou qualidade positiva que consideram mais importante em si e o que fazem de melhor. Terão de colar o cartão correspondente em cada quadrado de cartolina e/ou escrever o que quiserem. Regra: Enquanto estão a realizar esta atividade não devem falar entre si, nem olhar para o que os outros estão a fazer. Só se devem escrever aspetos positivos. - Quando todos terminarem, recolhem-se as cartolinas e coloca-se na parede, presa com fita-cola. - Pede-se aos participantes que se levantem e que, enquanto passeiam pela sala, olhem para as cartolinas dos outros. - Inicia-se o Debate com o grupo sobre: Como se sentiram? Somos diferentes uns dos outros? É agradável reparar nos aspetos positivos dos outros. - O técnico termina a atividade explicando que o facto de conhecermos as nossas qualidades e aspetos positivos, faz com que nos sintamos melhor, ajuda-nos a perceber que temos mais valor e que somos diferentes dos outros. Cada um de nos é uma única pessoa e todas as pessoas têm qualidades positivas, das quais é importante que se orgulhem. Quando estamos desanimados porque as coisas não correm bem, porque alguém nos crítica ou sentimos que não nos dão valor ou não nos aceitam, é importante reconhecer e dar valor às nossas próprias qualidades. Isto vai ajudar-nos a confiar em nós próprios e a sentirmo-nos melhor - Distribuição e Recolha da Escala de Avaliação Global de Autoestima. Depois de finalizada a sessão o técnico deve interpreta-las.

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2.4 Competência Auto – realização (sessão N.º 4) Sessão dia __-__-20__ Introdução: No início desta sessão, os Formadores começam por fazer referência ao tema da mesma – a auto-realização. Promover a auto-realização Significa essencialmente focalizar-se no interior das pessoas e definir caminhos de realização. Objetivo da Sessão: Autovalidação, desenvolvimento social, clarificação de valores Material de escritório: Fichas das “dores de barriga”, 10 fichas (pensando que a atividade é para 10) de 10 pontos cada, uma folha e um lápis por participante. Duração: 2h00m Número de participantes: 10 Indivíduos Desenvolvimento: - O técnico responsável pela sessão pega nos cartões que contêm as “dores de barriga” e lê a mesma em voz alta. - O técnico responsável distribui 10 de 10 pontos cada a cada participante. (cada participante deve ter um total de 100 pontos = 10 fichas) - Quando todos tiverem as fichas dos pontos começa o leilão das “dores de barriga”. - A folha de papel é reservada a escrever o número de pontos que é leiloada cada “dor de barriga”, sendo que esta anotação serve para verificar os pontos que cada um gastou. - O técnico responsável começa a leiloar cada “dor de barriga” - Cada participante pode começar a gastar os pontos sem exceder os 100. - Acabando o leilão, os participantes que tiverem cartões explicam porque é que eles são importantes e em que medida afetam ou afetaram as suas vidas.

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2.5 Competência Auto – realização (sessão N.º 5) Sessão dia __-__-20__

Introdução: No início desta sessão, os Formadores começam por fazer referência ao tema da mesma – a auto-realização. Com a promoção da auto-realização pretende-se que os participantes sejam capazes de desenvolver potencialidades individuais quer a nível pessoal quer a nível profissional. Objetivo da sessão: Consciencializar os participantes para o facto de que o desenvolvimento

pessoal

se

promove

através

de

integração

social;

Identificar o conflito como elemento inerente à integração Social; Eliminar o autoritarismo como forma de relacionamento com os outros, evitando as atitudes de domínio e de submissão; Consciencializar os participantes de que existem várias alternativas para resolver um conflito e Promover a utilização do diálogo na resolução dos conflitos interpessoais Material de atividades: Cartões com as situações intitulados por jogos de Papéis, Situação 1, Situação 2 e Situação 3, Ficha de Escala de avaliação global de auto-realização. Duração: 1h30m Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Desenvolvimento: - Existem 3 situações, ou seja 3 Jogos de Papéis. Nesses mesmos cartões estão indicados o número de elementos necessários para dinamizar a situação.

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- O responsável pela sessão divide o grupo em subgrupos e solicita voluntários para proceder à representação dos papéis descritos nas situações. - Distribui-se as situações pelos grupos, uma a cada, sendo que no caso de haver mais de 3 grupos podemos dar a mesma situação a grupos diferentes. Atenção, no caso de haver mais do que um grupo com a mesma situação, os grupos não devem assistir às representações dos que têm a mesma situação. - Começa-se as representações. - No final, o responsável pela sessão expressão a sua opinião sobre o valor do exercício, procurando atingir os objetivos descritos. - O técnico responsável pela sessão proceder à distribuição e Recolha da Escala de Avaliação Global de Auto-Realização. Depois de finalizada a sessão o técnico deve interpreta-las.

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2.6 Competência criatividade (sessão N.º6) Sessão dia __-__-20__

Introdução: No início desta sessão, os Formadores começam por fazer referência ao tema da mesma – a criatividade. A refeição em família é um dos momentos privilegiados para o diálogo, sendo que é importante incentivar a criação deste espaço quando não existe. Se houver criatividade e imaginação este momento torna-se mais aprazível e poderá ser partilhado por todos de um modo mais agradável e produtivo ao bem-estar familiar. Objetivos: 1. Promover a criatividade na confeção de refeições; 2. Consciencializar para a importância da alteração das rotinas, de modo a Beneficiar a convivência familiar; 3. Fomentar a criatividade na gestão dos recursos financeiros do agregado No que diz respeito à alimentação; 4. Incentivar à mudança nas estruturas onde se dá o convívio familiar (refeições) de modo a tornar o espaço agradável a todos; Recursos Materiais: 1. Receitas (VER OS INGREDIENTES) 2. MATERIAL PARA MESA (velas, jarras, flores,….) Duração: 3h Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Catividades: 1. “Nós na cozinha” 2. Refeição Convívio

Atividade 1 “Nós na cozinha” 28

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Os formadores deverão dividir os participantes em 3 grupos. A cada grupo será entregue uma receita e os respectivos ingredientes. Pretende-se que convencionem o que está a ser pedido de modo a perceberem que é possível realizar uma refeição de uma forma rápida, económica e criativa. Cada grupo será o responsável por uma das receitas da refeição que depois vai ser compartilhada por todos. Receitas a entregar: ver em Anexo IV Atividade 2 “Almoço Convívio” No final todos se sentarão à mesa compartilhando a refeição elaborada por todo o grupo. Os formadores deverão fomentar o diálogo, refletindo sobre a atividade e sobre a importância de que cada participante a repita no seio familiar. Poderão sugerir ainda, que em casa desempenhem esta atividade com todos os elementos da família, não sendo necessário convencionarem os três pratos escolhendo apenas um. No final da sessão a cada participante será entregue um pequeno livro de receitas.

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2.7 Competência criatividade (sessão N.º7) Sessão dia __-__-20__

Introdução: No início desta sessão, os Formadores começam por fazer referência ao tema da mesma – a criatividade. A refeição em família é um dos momentos privilegiados para o diálogo, sendo que é importante incentivar a criação deste espaço quando não existe. Se houver criatividade e imaginação este momento torna-se mais aprazível e poderá ser partilhado por todos de um modo mais agradável e produtivo ao bem-estar familiar. Objetivos: 1. Promover a criatividade na confeção de refeições; 2. Consciencializar para a importância da alteração das rotinas, de modo a beneficiar a convivência familiar; 3. Fomentar a criatividade na gestão dos recursos financeiros do agregado no que diz respeito à alimentação; 4. Incentivar à mudança nas estruturas onde se dá o convívio familiar (refeições) de modo a tornar o espaço agradável a todos; Recursos Materiais: 1. Folhas Brancas, Cartolinas, Cola, Tesoura 2. Material para decoração da capa Duração: 1h30m Número de participantes: 10 Indivíduos Material necessário: sala com mesas e cadeiras Atividades: 1. Construção de um livro de receitas

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2.8 Competência Assertividade (sessão N.º 8) Sessão dia __-__-20__

Introdução: Os formadores deverão lembrar aos participantes que para que uma interação seja satisfatória para nós é necessário que nos sintamos valorizados e respeitados, e isto, por sua vez, não depende tanto da outra pessoa. É importante possuirmos aptidões para responder corretamente aos desafios e termos um conjunto de crenças ou esquemas mentais que façam com que nos sintamos bem connosco próprios. Objetivos: 1. Promover nos participantes competências que permitam melhorar a assertividade; 2. Promover o ensinamento do uso de técnicas para ser mais assertivo;

Recursos Materiais: 1. Caixa de cartão para colocar os cartões; 2. Cartões com frases inacabadas que permitam a expressão das emoções e a abertura ao grupo; Atividades: 1. “Jogo de Cartas” (30’) 2. “Repara bem…” (20’) Duração: 3h Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Atividade 1 “Jogo de Cartas” Esta atividade tem como objetivo que os participantes terminem as frases inacabadas permitindo a cada um afirmar as suas opiniões, vontades e sentimentos próprios e simultaneamente, respeitar e promover as

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opiniões, vontades e sentimentos dos outros. Esta estratégia permite a auto-descoberta e o melhor conhecimento dos outros elementos do grupo. Os formadores solicitam a todos os participantes que se coloquem dispostos em círculo para a realização desta atividade. Depois colocam os cartões com as frases inacabadas numa caixa e instrui-se o grupo de que cada um deverá tirar um cartão e completar a frase. A discussão acerca das frases deve ser promovida (por exemplo, o formador deverá perguntar se mais alguém no grupo sente o mesmo). Quando a discussão terminar, o elemento que completou a frase deve passar a caixa ao membro do lado, para que este possa tirar um cartão e assim continuar sucessivamente. A atividade continua até acabarem os cartões, que deverão ser em maior número que os participantes. Ver em Anexo V Atividade 2 “Repara bem…” Os formadores pedem aos participantes que se coloquem em pares e frente a frente. É-lhes dito que um deles, alternadamente deve observar o parceiro atentamente de modo a poder depois perceber as diferenças. Ao sinal do formador o observador terá que se colocar de costas para o parceiro, que por sua vez, deverá mudar algo em si (tirar ou mudar de lugar um acessório, mudar a expressão facial, mudar o penteado, mudar a posição em que se encontra, etc.). Posteriormente ao segundo sinal o observador deverá virar-se e dizer o que está diferente. Este exercício deverá repetir-se o número de vezes que os formadores assim o entenderem.

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2.9 Competência Assertividade (sessão N.º 9) Sessão dia __-__-20__

Introdução: Os formadores deverão lembrar aos participantes que para que uma interação seja satisfatória para nós é necessário que nos sintamos valorizados e respeitados, e isto, por sua vez, não depende tanto da outra pessoa. É importante possuirmos aptidões para responder corretamente aos desafios e termos um conjunto de crenças ou esquemas mentais que façam com que nos sintamos bem connosco próprios.

Objetivos: 1. Promover nos participantes competências que permitam melhorar a assertividade; 2. Promover o ensinamento do uso de técnicas para ser mais assertivo; Recursos Materiais: História: “ O Homem que não se irritava” Atividades: História: “O Homem que não se irritava” Duração: 1h.30m Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Atividade 3 “O Homem que não se irritava” O formador deve ler e explorar esta história com os participantes. No entanto, não deverá ler o último parágrafo da história, questionando cada um dos participantes sobre o modo como agiriam nesta situação. Só depois de todos expressarem a sua opinião revelará o final da história. No final, em conjunto com todos, deverá refletir-se sobre a importância de sermos assertivos e do modo como reagimos às diferentes situações. 33

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È importante que seja realçado o facto de que, mesmo em situações que nos afetam negativamente podemos ter a capacidade de agir de forma calma e serena. O formador deverá reforçar que quando nos pronunciamos desta forma conseguimos estabelecer com os outros uma relação fundada na confiança e não na dominância nem no calculismo. Deste modo é possível dizer o que pensamos sem elevar o tom de voz, gesticular, ser intenso e indicar claramente raiva, ameaçar o outro, insultálo, ser punitivo ou sarcástico. História ver em anexo V

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2.10 Competência Cooperação – (sessão N.º10) Sessão dia __-__-20__

Introdução: No início da sessão o monitor da atividade deve certificar-se que não ficaram dúvidas por esclarecer na última sessão e seguidamente introduzir um novo tema, que por sua vez diz respeito à importância da Cooperação. Objetivos: 1. Contribuir para a descoberta da cooperação como opção de vida; 2. Fomentar o espírito de grupo e entreajuda; Material: 1. Duas mesas e cadeiras para os participantes; 2. Duas caixas de palhinhas; 3. Duas caixas de alfinetes; 4. 12 Canetas; 5. 12 Folhas brancas: 6. Folhas de Jornal; 7. Música; Duração: 3h Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Atividades: 1. “Construção em equipa” (30’) 2. “As mãos” (35’) 3. “Jogo musical cooperativo” (25’)

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Actividade 1 “Construção em Equipa” Os Gestores de Grupo dividem os participantes por dois grupos, podendo ficar dois elementos de fora, que serão os observadores. Os grupos são sentados à volta de cada mesa, onde se encontram as palhinhas e os alfinetes. Os observadores situam-se à volta das mesas e não poderão falar. Primeiro, os Gestores de Grupo pedem aos dois grupos que construam algo bonito, utilizando as palhinhas e os alfinetes. Dá-se apenas 5 minutos. Depois, pede-se a cada elemento do grupo que coloque uma mão atrás das costas e que os grupos construam novamente algo interessante. Dão-se também apenas 5 minutos para esta nova construção. Os Gestores de Grupo poderão fazer algumas questões para análise, como por exemplo: Como é que os elementos do grupo se sentiram? Quais as dificuldades? E o que têm a dizer do grupo os observadores? Houve cooperação entre os elementos ou não? Houve mais cooperação na primeira ou na segunda fase? Atividade 2 “As mãos” Com este jogo pretende-se perceber as expectativas de cada um em relação à família e delinear um conjunto de objetivos em função da mesma. É importante que os participantes consigam reforçar os laços entre cada membro das suas famílias e consciencializá-los de que cada um é um contributo importante no crescimento de todos. Os Gestores de Grupo explicam que cada um dos participantes deverá desenhar numa folha de papel a silhueta da sua mão esquerda e escrever no seu interior aquilo que está disposto a dar à sua família. Em seguida faz o mesmo com a sua mão direita e escreve nela o que espera receber da sua família. Recortam-se as mãos e depois cada um fixará com um alfinete a mão esquerda atrás das costas e a mão direita à frente, nas suas camisolas. Seguidamente são convidados a circular pela sala, a fim de mostrarem aos outros o que cada um escreveu e também para lerem o que os outros escreveram. No final os Gestores de Grupo devem impulsionar um diálogo entre todos os participantes, questionando cada um porque é que consideram importantes para a sua família, as questões que está disposto(a) a partilhar com a sua família; se o que espera receber da sua família, constitui moeda de troca 36

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pelo que se propõe dar; se no espírito da família há quem dê mais do que recebe; se deve esperar algo dos familiares quando se está disponível para eles? Atividade 3 “Jogo Musical Cooperativo” Os Gestores de Grupo espalham folhas de jornal pelo chão, em número igual ao de participantes. Enquanto a música está a tocar, os jogadores andam de um lado para o outro ao som da música, em qualquer direção. Quando a música pára, todos têm de se pôr em pé, em cima de uma folha de jornal: a “ilha”. Os que ficarem no mar afogam-se. Cada vez que a música recomeça, retirar uma ou mais folhas de jornal. À medida que for havendo cada vez menos “ilhas”, haverá um maior número de jogadores a tentar ficar na mesma ilha. Diz-se para se ajudarem uns aos outros, agarrando-se para se equilibrarem. Os Gestores de Grupo deverão continuar até as “ilhas” ficarem superlotadas! Termina-se a sessão questionando os participantes se sentiram que houve cooperação entre eles durante as atividades desenvolvidas e se acham que estas questões da cooperação são importantes na vida diária das pessoas. Combina-se encontro na semana seguinte, relembrando a data e o local.

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2.11 Competência Cooperação – (sessão N.º 11) Sessão dia __-__-20__

Introdução: Os Monitores da atividade devem verificar se ficou alguma dúvida relativamente à sessão anterior, sendo que este será a continuidade da última Objetivos: 1. Adquirir competências que permitam a resolução de problemas de uma forma saudável; 2. Interiorizar o facto de que a resolução de problemas depende da definição de prioridades e da cooperação de outros; 3. Fomentar a auto-monitorização dos problemas

Recursos Materiais: 1. 12 Balões; 2. 12 Tiras de papel escritos com questões relacionais; 3. 12 Folhas com uma flor impressa frente e verso; 4. 12 Livros diversos; Duração: 3H Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Atividades: 1. “Dinâmica dos Problemas” (25’) 2. “A Flor” (25’) 3. “Não deixes cair o livro” (15’)

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Atividade 1 “Dinâmica dos Problemas” Os Gestores de Grupo pedem a todos os participantes que se coloquem em pé e em círculo atribuindo um balão vazio a cada um com uma tira de papel dentro (esta terá uma palavra que será usada no final da dinâmica). Depois referem ao grupo que os balões representam os problemas que enfrentamos no nosso dia-a-dia (de acordo com a vivência de cada um), como por exemplo: intrigas, bilhardices, competições, inimizades, falta de dinheiro, stress, violência doméstica, discussões, doença, desemprego, birras dos filhos, faltas à escola, etc. Os Gestores de Grupo atribuem verbalmente um problema a cada participante. Cada um deverá encher o seu balão e brincar com ele, jogando-o para cima com as diversas partes do corpo e tendo o cuidado de não o deixar cair em nenhuma ocasião. Aos poucos os Gestores de Grupo pedirão para alguns dos participantes deixarem o seu balão no ar e se sentarem, enquanto os restantes continuam no jogo (estes terão a tarefa acrescida de zelar pelos balões dos companheiros de grupo). Este processo repete-se até ficar apenas um participante com todos os balões. Quando os Gestores de Grupo notam que o último elemento do grupo está a ter dificuldades pede para que todos voltem ao círculo dando por encerrada a atividade. Nesta altura pergunta: 1- Os participantes que ficaram com os balões sentiram que estavam a ficar sobrecarregados? 2- As pessoas que foram saindo o que sentiram? 3- O que sentiam os elementos que se iam sentando quando observavam a carga adicional que deixavam aos companheiros? 4- Como se sentiu o participante que ficou com os balões todos? Depois de colocadas estas questões os Gestores de Grupo pedem aos participantes que reflitam se é mais difícil resolvermos problemas quando estamos sozinhos, ou quando temos com quem partilhar as dificuldades. Os Gestores de Grupo pedem então aos participantes que rebentem os balões e leiam para si o conteúdo do papel. Posteriormente deverão ler e fazer um comentário para o grupo sobre o que aquela palavra significa para si. Nos vários papéis estarão escritos alguns dos ingredientes essenciais para a resolução de problemas: amizade, solidariedade, confiança, cooperação, 39

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apoio, aprendizagem, humildade, tolerância, paciência, diálogo, alegria, prazer, tranquilidade, troca, crítica, motivação, aceitação, etc. Atividade 2 “A Flor” Os Gestores de Grupo entregam a cada participante uma folha A4 com uma flor desenhada frente e verso e pedem aos participantes que no meio da flor nº1 coloque um problema desagradável que vivência e que, em cada pétala escreva onde e em que aspetos é que este problema o afeta. Depois na flor nº 2 é pedido que escreva o mesmo problema no centro, e em cada pétala as soluções e os recursos que poderá usar para a resolução do mesmo. Estas relações estabelecidas são discutidas e exploradas no grande grupo, contribuindo cada participante com a sua flor para o jardim. Os Gestores de Grupo pedem que cada participante dê a sua opinião em relação aos problemas expostos e que contribua com estratégias de resolução diferentes daquelas que foram ditas, de modo a realçar a importância do companheirismo e da amizade na resolução de problemas. Atividade 3 “ Não deixes cair o livro!” Esta atividade tem como objetivo principal incentivar a interajuda e a cooperação entre os elementos do grupo. Os participantes movimentam-se pela sala, com um livro na cabeça, sem o deixar cair. Quando estiverem habituados a andar desta maneira os Gestores de Grupo deverão dar outras instruções, como por exemplo: sentar-se, andar para trás, andar em bicos de pés, etc. Se o livro cair o jogador fica imobilizado, no entanto, pode reintegrar o jogo se outro jogador colocar de novo o livro na sua cabeça. Se um jogador estiver a ajudar alguém e deixar cair o seu livro é também obrigado a imobilizar-se e ficar à espera que outro participante o liberte. Este jogo pode também ser feito da seguinte forma: Todos os participantes têm um livro na cabeça incluindo o que persegue. Se um jogador é agarrado deve pôr o livro no chão, a seus pés, e ficar parado. Pode ser libertado por um participante que lhe coloque de novo o livro na cabeça. Se o livro cair durante o jogo, o jogador também se deve imobilizar. O perseguidor pode deixar cair o livro cinco vezes, na sexta pára-se o jogo e conta-se quantos jogadores estão imobilizados.

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Pode-se repetir o processo mais algumas vezes e depois comparar resultados. Para terminar a sessão os Gestores de Grupo poderão explorar a dificuldade em pensar no outro quando somos nós que estamos em causa e apelar para a importância da entreajuda. A sessão termina relembrando a data e hora da próxima sessão

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2.12 Competência Liderança – (sessão N.º12) Sessão dia __-__-20__

Atividade N.º 1 – Um Mundo Novo Objetivos: - Desenvolver competências para trabalhar em grupo. - Ajudar a refletir acerca de coisas que mais contam na vida. Duração: 3h Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Ambientação: - Cada componente do grupo é colocado ante uma situação particular: foi escolhido como responsável da pequena expedição que da Terra transplantará uma nova civilização (o nosso mundo está a ser vítima da autodestruição nuclear) num novo planeta, acabado de descobrir. Neste pequeno planeta existe uma modesta população, pacífica, mas sem qualquer espécie de cultura civil ou religiosa. Como se processa: Cada formando deverá pensar e anotar o que levaria consigo na expedição: - Quatro coisas ou objetos necessários para implantar a nova civilização - Cinco pessoas (amigos, familiares ou personagens vivos famosos) que o ajudarão na tarefa. - Três valores a partilhar com a população existente. - Um desenho ou imagem que faça entender as próprias intenções gerais no caso de não se poder comunicar através da voz.

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Depois cada Participante deverá apresentar ao seu grupo as suas escolhas de modo a que em grupo cheguem a um consenso, pois o trabalho resultante será em grupo e não individual. Planetário - Justificar em voz alta as opções do grupo. - Refletir acerca da nossa responsabilidade pela construção de um mundo melhor. - Partilhar com os outros grupos como chegaram a um consenso.

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2.13 Competência Liderança – (sessão N.º13) Sessão dia __-__-20__ Ficha de Atividade N.º 2- Exercício dos alfinetes e Palhas ESTILOS DE LIDERANÇA Objetivos: - Desenvolver competências para trabalhar em grupo. - Ajudar a refletir acerca dos estilos de liderança. Materiais: - Alfinetes; - Palhinhas. Duração: 1h:30m Local: Sala com mesas e cadeiras Número de participantes: 10 Indivíduos Metodologia: - Os formandos dividem-se em grupos. - A tarefa de cada grupo é construir uma planta/flor/árvore com as palhinhas e os alfinetes. - Cada grupo terá um líder e um observador. - O trabalho durará 20 minutos. - Após a construção as plantas/flores/árvores serão avaliadas quanto a: Altura, Robustez e Beleza. Instruções: Ver em anexo VI

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3. Avaliação As questões relacionadas com a avaliação de programas de Educação Parental assumem uma importância extrema, na medida em que ao identificarmos os elementos críticos do sucesso neste tipo de intervenção, poderemos aumentar a nossa compreensão sobre o desenvolvimento humano, maximizar os efeitos parentais nas trajetórias de desenvolvimento das crianças e reforçar a construção de programas e políticas que promovam o funcionamento saudável da família e o desenvolvimento da criança (Wolfe & Haddy, 2001). A avaliação deve ser ponderada como uma componente da construção e implementação de qualquer programa, e não como um momento cuja ocorrência se efetiva separadamente da intervenção (Matthews & Hudson, 2001). Podemos considerar que o processo avaliativo envolve as seguintes componentes: objetivos, conteúdos, métodos, implementação e resultados da intervenção. Optou-se pelo tipo de avaliação “on going” pois este tipo de avaliação de acompanhamento, fará com que, aquando da intervenção, se tenha a possibilidade de modificar aspetos relativos às estratégias que devam ser melhoradas e que possam contribuir para o sucesso da implementação. (Cembranos, 1997) É um tipo de avaliação que é feito durante a implementação. Esta avaliação consiste no preenchimento de um questionário capaz de medir a Escala de avaliação das competências em questão, esses questionários são distribuídos e recolhidos no final de cada tema. As variáveis em análise são, pois, as seguintes: auto-estima, Auto-realização, Criatividade, Assertividade, cooperação e liderança. O grupo experimental foi de 30 pessoas, sendo que estas 30 dividem-se em grupos de 10, assim, estas sessões foram testadas em 10 elementos de cada projecto do programa Escolhas existentes na Ilha da Madeira, assim, com 3 grupos de 10 este Curso de Competências Parentais foi testado em 30 pessoas/famílias, assim os grupos de intervenção pertencem aos projetos: Reinvent@.com, Despertar@Nogueira e c@pacitar. Os grupos

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caracterizam-se de formas muito semelhantes, sendo que os participantes são pais de jovens e crianças que frequentam as atividades dos projetos. São famílias que apresentam vários deficits de comportamento e atitude no que diz respeito às suas funções enquanto pais, ou seja, são pessoas com carência de formação na área, têm em comum o facto de serem beneficiárias de RSI (Rendimento Social de Inserção) e de terem sido encaminhados para os projetos através da Segurança Social da Madeira, Direção Geral de Reinserção Social e Comissão e Proteção de Crianças e Jovens, através de parcerias formais e informais. De salientar que são pessoas com ausência de competências não só pessoais como também sociais, sendo que a falta de trabalho e de ocupação diária vem agravar esta situação, daí se termos optado por dedicar esta formação ao desenvolvimento de competências sociais e pessoais.

Avaliação – Projecto C@pacitar

Numa fase inicial o grupo, de uma forma geral, demonstrou alguma resistência à participação, verificando-se mesmo uma fraca participação, sendo que depois há uma evolução o que se deveu ao facto das atividades serem dinâmicas. Com o decorrer das sessões verificou-se uma maior participação e uma maior assiduidade. Após a implementação/experimentação dos temas desta formação, podemos apurar, através da leitura dos instrumentos de avaliação que no que diz respeito à autoestima podemos considerar que a média esta entre valores médios e altos pelo que cinco pessoas apresentam nível alto de autoestima, quatro médio e apenas uma com baixa. No que concerne à auto-realização os participantes apresentam um nível médio de auto-realização, assim cinco pessoas apresentam nível alto de autoestima, quatro médio e apenas uma com baixa. Na assertividade verifica-se que a maioria tem uma habilidade média na assertividade, sendo que sete apontam ter uma habilidade média e três, uma habilidade bastante forte, sendo que neste aspeto nenhuma pessoa indica ter pouca habilidade para a assertividade. Na competência da criatividade verifica-se novamente uma habilidade criativa média, sendo que sete dos participantes indicam ter uma habilidade criativa média e apenas três indicam ter uma habilidade criativa reduzida. Já no que diz respeito à

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Liderança verificou-se que a maioria, cinco dos participantes indica ter uma capacidade de liderança elevada, três média e dois baixa. Na parte da Cooperação verificou-se que cinco dos participantes indicam existir um nível de cooperação médio entre o grupo, três dizem que é fraco e apenas dois dizem que é boa. Em suma verificasse que na maioria o grupo apresenta níveis médios respectivamente à sua autoavaliação face a cada competência.

Avaliação – Projecto Reinvent@.com Numa fase inicial o grupo, de uma forma geral, demonstrou alguma resistência à participação, verificando-se mesmo uma fraca participação e até alguma resistência, sendo que depois há uma evolução o que se deveu ao facto das atividades serem dinâmicas. Com o decorrer das sessões verificou-se uma maior participação e uma maior assiduidade, devido à metodologia informal das sessões. Após a implementação/experimentação dos temas desta formação, podemos apurar, através da leitura dos instrumentos de avaliação que no que diz respeito à autoestima podemos considerar que a nível geral o grupo apresenta valores baixos pelo que 6 pessoas apresentam nível baixo de auto estima e quatro boa estima. No que concerne à auto-realização os participantes apresentam um nível médio de auto-realização, assim 5 pessoas apresentam baixo e 5 nível bom. Na assertividade verifica-se que a maioria tem uma habilidade média na assertividade, sendo que 6 apresenta bom e 4 fraco. Na competência da criatividade verifica-se novamente uma fraca habilidade criativa sendo que sete dos participantes indicam ter fraco nível e apenas três apresentam boa capacidade criativa. Na competência da Liderança verificou-se que a maioria, 6 dos participantes indica ter uma boa capacidade. Capacidade de Cooperação verificou-se que 8 dos participantes indicam possuir uma boa capacidade, enquanto 2 apresentam níveis fracos. Verificamos que na maioria o grupo apresenta níveis positivos respectivamente à sua auto-avaliação face a cada competência, alguns deles revelam dificuldade na sua auto-avaliação apresentando valores mais altos ou mais baixos do que na realidade apresentam. De uma forma geral esta

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auto-avaliação contribuiu para uma reflexão posterior em grupo. Constatamos uma avaliação positiva no geral da aplicação deste manual. Relativamente às dificuldades encontradas quanto á participação dos utentes, foi essencialmente na primeira abordagem, nos primeiros contactos assistimos a grandes resistências, insegurança, em participar em qualquer tipo de atividades relacionadas com o projecto. Mas devido ao envolvimento dos filhos nas atividades, estes foram gradualmente aceitando os desafios propostos. Após iniciarem estas atividades mantiveram uma assiduidade regular, necessitando pontualmente de reforço motivacional para a participação.

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Bibliografia

Cembranos, Hermano e Manuela Malheiro Ferreira (1998), Metodologias da investigação. Guia de Auto aprendizagem, 6.ª Edição, Editorial Popular, Madrid

Cohn, Patterson & Christopoulous (1991) Social Skills

Jardim, Jacinto e Anabela Pereira (2006), Competências Pessoais e Sociais – Guia Prático para a mudança positiva. ASA Editores

Matthews, J.M., & Hundson, A.M. (2001), Guidelines for evaluating parent trainig programs. Family Relations

Wolfe, R.B., & Haddy, L. (2001), A qualitative examination of parents experiences in parent education groups. Early Child Development and Care.

Sousa,

Liliana

e

Cláudia

Ribeiro

(2005),

Perceção

das

famílias

multiproblemáticas pobres sobre as suas competências. Edições Colibri, Lisboa

Silva, Luísa Ferreira (2008) Modernidade e Desigualdades Sociais. Universidade Aberta

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