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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA
KARIN HELENA DE BARROS
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA PERSONAGEM POLÍTICA DILMA ROUSSEFF COMO CANDIDATA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, NAS CAPAS DAS REVISTAS VEJA E ÉPOCA
SÃO JOSÉ, 2012.
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KARIN HELENA DE BARROS
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA PERSONAGEM POLÍTICA DILMA ROUSSEFF COMO CANDIDATA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, NAS CAPAS DAS REVISTAS VEJA E ÉPOCA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Projeto Experimental II, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo do Centro Universitário Estácio de Sá de Santa Catarina. Professoras Orientadoras: Conteúdo: Lúcia M. de Miranda Moreira, Doutora. Metodológica: Larissa C. L. Nunes, Especialista.
SÃO JOSÉ, 2012.
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Ficha Catalogrรกfica
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Ata
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Ă€ MĂĄrcia, Mauricio, Micheline e Luciano.
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AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitário Estácio de Sá, que apesar de todos os incômodos e decepções administrativas durante estes quatro anos, ajudou a engrandecer ainda mais minha paixão pela comunicação social. Aos meus pais, Mauricio e Marcia, e irmãos, Micheline e Luciano, por acreditarem no meu potencial, me ouvirem sempre que precisei, e abraçarem as causas com tanta força quanto eu. Às minhas queridas orientadoras, Lucia Miranda e Larissa Nunes, que sempre que tive dúvidas, das bobas às mais sérias, se esforçaram para saná-las. Aos meus amigos da Praia de Fora, em especial Tainã, Ana e Thamyres, aos da Faculdade, como Mariáh, Renata, Felipe, Viviana, Rodolfo e Rômulo, por aguentarem firme essa etapa de TCC comigo, me vendo estressada, brava, emotiva, feliz e agoniada no último semestre de 2012. Não deve ter sido fácil. Quero agradecer também aos grandes mestres que tive neste curso: Billy Culleton, Regina Zandomênico, Silvia Coneglian, Lucia Miranda e Vladmir Brandão. Finalizo agradecendo ao Diário Catarinense, jornal do Grupo RBS, empresa que integro desde dezembro de 2010, e, me orgulho muito disso. Não só pelo peso capaz de trazer ao meu currículo, mas pelas pessoas maravilhosas que tive a oportunidade de conhecer, como: Romi de Liz, Fabiano Moraes, Jacqueline Iensen, Marcos Espindola, Marcia Feijó, Regis Mallmann, Angela Muniz, Sarah Fenix de Liz e Henrique Clasen. Ali, eu aprendi o verdadeiro valor do Jornalismo. Foi nesse lugar que pude ter a certeza que o Jornalismo não poderia mais sair da minha vida, pois ele já era ela própria. Obrigada por cada pedacinho de vocês em mim.
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Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade. Elmer Lettermann
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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar o tratamento da imagem da candidata à Presidência da República do Brasil, Dilma Rousseff, por alguns veículos impressos, especificamente as revistas Veja e Época. Para tanto, usou-se como fundamentação teórica da análise, os conceitos e processos do Agenda Setting e editoração jornalística, elementos fundamentais das Teorias do Jornalismo, e que serviram de ponto de partida para as nossas reflexões a cerca da imagem midiática da candidata. Levar-se-ão em consideração também alguns aspectos que contribuíram para a construção da imagem de Dilma para seus eleitores. Como, por exemplo, as pessoas gabaritadas em imagem que a candidata contou para que fizessem com que a impressão que passasse aos eleitores fosse semelhante à simpatia conquistada pelo antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Celso Kamura foi o responsável pela mudança nos cabelos e na maquiagem da candidata a Presidência. O hairstylist embelezava Dilma para os comícios sempre que solicitado pelo “marketeiro” João Santana, da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). Para mudar o estilo de Dilma (algo que não vinha agradando a imprensa), foi contratado, também pela Secom, o reconhecido estilista Alexandre Herchcovitch. Ele chegou com a intenção de transformar o armário de Dilma Rousseff em algo coadjuvante durante suas aparições. Os tecidos soltos e bem trabalhados que ela tanto gostava em anos anteriores de política, agora foram transformados em peças simples e secas. Com cores voltadas aos tons pasteis e tendo, praticamente, como única cor forte o vermelho (característica de políticos do Partido dos Trabalhadores). A estilista gaúcha Luisa Stadtlander também é uma das responsáveis pelas vestes de Dilma (ela definiu no vestuário as mangas ¾). Esta foi escolhida pessoalmente pela candidata. Palavras-chave: Política. Imagem. Candidatura.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 10 2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 13 2.1 A PERSONAGEM DILMA ROUSSEFF .......................................................................... 13 2.2 AS REVISTAS ANALISADAS ........................................................................................ 16 2.2.1 Veja ................................................................................................................................. 16 2.2.2 Época .............................................................................................................................. 18 2.3 A EDIÇÃO JORNALÍSTICA ............................................................................................ 18 2.3.1 Agenda Setting ............................................................................................................... 21 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 23 4 ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................................... 25 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 28 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 29 ANEXO A – Cláudio Galeno Linhares, primeiro marido de Dilma .................................. 33 ANEXO B – Dilma Rousseff aos 22 anos de idade .............................................................. 34 ANEXO C – Carlos Franklin Paixão de Araújo, segundo marido de Dilma e pai de Paula ........................................................................................................................................ 35 ANEXO D – Paula Rousseff, filha única de Dilma .............................................................. 36 ANEXO E – Gabriel, o único neto ........................................................................................ 37 ANEXO F – Dilma em pronunciamento público ................................................................. 38 ANEXO G – Dilma visita Lula no hospital .......................................................................... 39 ANEXO H – Dilma antes de retirar os óculos ..................................................................... 40 ANEXO I – Declaração de responsabilidade ....................................................................... 41
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1 INTRODUÇÃO
Uma análise sobre a imagem da atual Presidente da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff, durante a candidatura, no período de julho a agosto de 2010, será abordada nesta monografia do curso de Jornalismo, do Centro Universitário Estácio de Sá de Santa Catarina. É intrigante a maneira como Dilma mudou a forma de se portar para, e, com o público, tanto verbalmente como esteticamente, em relação à época de Ministra da Casa Civil (2005). Pode se dizer que Dilma virou um personagem. De acordo com o Dicionário Michaelis (2012), “personagem” significa pessoa que figura narração, poema ou acontecimento; o homem definido por seu papel social e pessoa que encarna um tipo de comportamento padrão. A palavra “personagem”, de acordo com Luiz Machado (2012), vem do latim, “persona”, que era a máscara que os atores usavam para ampliar a voz para a platéia. Dilma se personificou de uma forma que agradasse ao seu público eleitoreiro. Se transformou em alguém que a população já estava acostumada a ver. Com atitudes e trejeitos já conhecidos do povo, e, por ser mulher e isso já causar grande repercussão, a maneira de se portar não poderia chocar tanto. Ela precisava aparentar a confiança e a firmeza para governar um país, e obteve êxito. A escolha por monografia deve-se ao fato de esta pesquisa pretender abordar o tema – a construção da imagem de Dilma Roussef pelo agendamento jornalístico e conseqüente tratamento midiático de imagem – pelo método de investigação científico. As investigações e embasamentos teóricos que orientam a abordagem do tema serão feitos em autores como Ali Kamel (Dicionário Lula, 2009), Luis Costa Pereira Junior (Guia para edição jornalística, 2006), Cristina Costa (Educação, imagem e mídias, 2005), Modesto Farina (Psicodinâmica das cores na comunicação, 1986), Felipe Pena (Teoria do Jornalismo) e Miguel Rodrigo Alsina (A construção da notícia). Esta monografia mostrará em detalhes também alguns prós e contras dos remakes1 de Dilma. A teoria mais enfatizada será a do Agendamento (ou agenda setting), que surgiu na década de 1970, nos EUA.
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Dilma passou por uma metamorfose. Passou a usar lentes de contato, começou a misturar frases mais coloquiais, fez pequenas intervenções plásticas e adotou roupas menos sérias, de acordo com o jornalista Rocha.
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A teoria do agendamento defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a considerar mais importantes os assuntos que são veiculados na imprensa, sugerindo que os meios de comunicação agendem nossas conversas (PENA, p. 142).
Neste texto, Pena (2005) também cita ser a mídia o principal elo entre os acontecimentos e as suas imagens em nossa mente, e isso é claramente visto no caso de Dilma Rousseff e sua mudança visual durante a candidatura. A análise será feita por intermédio de quatro capas selecionadas de duas revistas de grande circulação no âmbito nacional e que tem significativa representação na sociedade política: a Veja, da editora Abril2, e a Época, da editora Globo3. A prioridade é analisar o formato de diagramação da capa, conciliando a pose da candidata captada pelo fotógrafo, o tratamento
de
imagem
dado
na
redação
e
o
posicionamento
das
manchetes.
Será analisada também a posição que essas revistas tem perante a sociedade, e, até que ponto elas influenciam nas questões sociais. Será feita uma breve biografia sobre a personagem Dilma Rousseff, sua relação familiar e com a política, e com o governo anterior. Desta forma chegaremos a conclusão se a maneira do tratamento dado a imagem de um candidata Dilma Rousseff durante sua candidatura, registrado pelas mídias, no caso a revista, foi significativo para a sua eleição.
1.1 JUSTIFICATIVA
Um dos momentos cruciais para o funcionamento da democracia é a eleição do presidente da República, que visa projetar o país como Estado Democrático, assegurando os direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos. Neste Trabalho de Conclusão de Curso será tratada a evolução da imagem da candidata à presidência da república Dilma Rousseff, eleita no segundo turno de 2010, visto que Dilma veio de um cargo de Ministra da Casa Civil, e a forma que isso ficou explícito nas capas das revistas Veja e Época.
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Marca criada em 1950 por Vitor Civita. Atualmente é editora de 52 títulos, que chegam a aproximadamente 28 milhões de leitores (INSTITUCIONAL, 2012). 3 Em 1986 a editora Globo foi incorporada pela Organizações Globo, de Roberto Marinho (HISTÓRIA, 2010).
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Dilma Rousseff estava dentro de um conceito construído até então como antipático.
O lado negativo de personalidades cheio de arestas como a da presidente e a impaciência para lidar com argumentos contrários, um sinal de pouca flexibilidade intelectual. A impaciência associada a descomposturas públicas cria ressentimentos, em especial no ambiente caviloso da política. Por causa do estilo agressivo de Dilma, houve resistências quando seu nome foi aventado como candidata, e, mesmo com os genes da bajulação em atividade máxima depois da vitória, persiste a memória eterna de ofensas passadas. “Dilma ouvia muito pouco e saía logo dando pancadas”, queixa-se um ex-ministro. (PEREIRA, 2011, p. 83)
A candidata foi colocada em uma posição extremamente competitiva no intuito de atender a uma demanda do seu partido político (Partido dos Trabalhadores); queria chegar ao cargo de maior visibilidade no país, ocupado por um antecessor que esbanjava carisma e identificação4 com o povo.
Desde a campanha de 1994, e mesmo antes, sou testemunha disto. Lula tem sempre um sorriso nos lábios, faz referências a contatos anteriores, conta uma ou outra piada ou situação engraçada. Até no gestual Lula exercita sua simpatia: dá tapinha nas costas, segura o braço do interlocutor enquanto conta uma história, tem um aperto de mãos sempre enfáticos. Mesmo em situações delicadas. (KAMEL, 2009, p. 15).
Para essa evolução, houve uma drástica mudança em sua aparência com o intuito de ganhar a simpatia de pelo menos a maior parte eleitoreira do país, o nordeste brasileiro. Não por acaso, sua candidatura foi totalmente planejada no modo “Lula de ser”, e isso foi o suficiente para conquistar os votos dos mesmos que em 20025 e 20066 votaram no candidato do PT, permitindo assim que ela se transformasse em sua versão feminina.
Quando alguém vinha reclamar com Lula, ele se divertia, porque, no fundo via nela características suas. Quando está irritado, Lula não se contém e, vez ou outra, solta um palavrão, fecha a cara, fala alto. (GOIS, 2010).
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A sua origem foi a parte determinante de sua trajetória de sucesso. Em outras palavras, sua trajetória é rara em decorrência de sua origem, mas, ao mesmo tempo, ela seria impossível sem essa mesma origem. Não fosse ele o operário de infância humilde, sua história não atrairia em outros do mesmo interesse (KAMEL, 2009). 5 Eleição entre Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra, em que Lula ficou com 61,27% dos votos válidos, enquanto Serra obteve 38,72% (BRASIL..., 2002). 6 O petista registrou 60,83% dos votos, enquanto o adversário, Geraldo Alckmin obteve 39,17% (LULA..., 2006).
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O modo “Lula de ser”, muitas vezes até involuntário acabou conquistando o presidente em exercício e toda sua equipe. Mas o que mudou em nas roupas de Dilma, em seu corte de cabelo e em sua escolha de joias, por exemplo, para que o povo brasileiro se identificasse da mesma forma que se identificou com Lula? Co mo foi vista nas revistas Época, da editora O Globo, e Veja, da editora Abril, a mudança da aparência de Dilma do cargo de Ministra para Presidente? É essa transformação na imagem da atual Presidente do país durante sua candidatura no ano de 2010 que será um dos vieses deste trabalho.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
Neste segundo capítulo será apresentado todos os embasamentos teóricos para o desenvolvimento do trabalho opinativo e crítico. As seções secundárias tratarão da vida pessoal e profissional da candidata a Presidência da República Dilma Rousseff, abordará os históricos das revistas selecionadas, e as teorias que foram aprofundadas para o entendimento do caso.
2.1 A PERSONAGEM DILMA ROUSSEFF
Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de novembro de 1947, em Belo Horizonte (MG), filha de Dilma Jane da Silva e Pedro Rousseff (falecido), e irmã de Zana (falecida) e Igor.
Embora para o público em geral Dilma seja conhecida pelo estilo linha dura, até certo ponto emburrada e econômica nos sorrisos, na vida particular ela tem uma notável habilidade para preservar laços antigos. (SEGALLA; VILLAMÉA, 2012).
Aos 16 anos Dilma deu início à vida política, ingressando nas organizações de combate ao regime militar. De acordo com Segalla e Villaméa (2012), Dilma foi casada dois anos com Cláudio Galeno Linhares (anexo A), entre 1967 e 1969. Hoje, os dois são amigos. Com 22 anos (anexo B), Dilma começou a namorar Carlos Franklin Paixão de Araújo (anexo C), advogado, com quem sofreu perseguição da Justiça Militar por ser militante de esquema subversivo terrorista, pela organização clandestina nomeada Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Em 16 de janeiro de 1970, em São Paulo, Dilma foi presa, e sete meses depois foi a vez de seu marido Carlos, no presídio de Tiradentes, também na capital paulista (MELLO, 2010).
Dilma Rousseff foi um desses jovens marxistas que, influenciados pelo sucesso da revolução em Cuba liderada por Fidel Castro nos anos 50, se engajaram em organizações de luta armada com a convicção de que derrubariam a ditadura e instaurariam um regime socialista no Brasil. Dilma está entre os sobreviventes da guerra travada entre o regime militar e essas organizações. (LOYOLA, 2010).
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Ela foi condenada por subversão, por seis anos, mas foi libertada em 1972. (BIOGRAFIA..., 2011). Na descrição da documentação é caracterizada como: “uma das molas mestras e um dos cérebros dos esquemas revolucionários postos em prática pela esquerda radical. Pessoa de dotação intelectual apreciável”. (DITADURA MILITAR apud MELLO, 2010). Em 1973, a militante foi para Porto Alegre (RS) e lá começou os estudos na Universidade Federal, no curso de Ciências Econômicas. Em 1974, é a vez da liberdade de Carlos Araújo e no mesmo ano Dilma deu à luz a Paula Rousseff Araújo (anexo D), hoje procuradora da Justiça do Trabalho em Porto Alegre (MELLO, 2010). A filha, atualmente, procura não se envolver nas questões políticas dos pais (PEREIRA, 2011). É casada com Rafael Covolo, com quem tem um filho, Gabriel (anexo E), nascido em 9 de setembro de 2010 (SEGALLA; VILLAMÉA, 2012). Junto com o marido, Dilma ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT), primeiro partido que se filiou na carreira política, no ano de 1979. Ela ocupou o cargo de Secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre (19861989), a pedido de Alceu Collares, prefeito da capital gaúcha; foi Presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-1993) e Secretária de Estado de Energia, Minas e Comunicações em dois governos: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT) (BIOGRAFIA, 2011). Na década de 1990, Dilma e Carlos se separaram. Enquanto ela esteve presa, Carlos teve um caso com a atriz Beth Mendes, apesar disso, Dilma diz ter perdoado o companheiro e o casamento durou 30 anos (MELLO, 2010). Em 1998, dois anos após se separar de Carlos, Dilma Rousseff começou o curso de doutorado em Economia, pela Universidade do Estado de Campinas. Mas, por estar envolvida na campanha eleitoral da época, não chegou a defender a tese. Após se filiar no Partido dos Trabalhadores (PT), em 2001, participou da equipe que compôs o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). Durante esse processo, foi encarregada de cuidar da infra-estrutura, sendo ministra na área de energia7. Em 2005, depois de conquistar a confiança do então Presidente da República, Lula, sucedeu José Dirceu - afastado pela denúncia do mensalão8. Com tal mudança, Dilma passou
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Promove o aproveitamento racional dos recursos energéticos do país. Nome dado a umas das maiores crises políticas, que ocorreu no governo Lula.
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a ser Ministra-chefe da Casa Civil, no período de 2005 a março de 2010 (BIOGRAFIA, 2011). Durante esta época, passou por projetos como o “Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e 2)”9, “Minha Casa, Minha Vida”10 e o “Pré-sal”11.
Além de exibir Dilma, o governo considera fundamental aprovar algumas leis no Congresso para impulsionar sua candidatura. Entre elas, as regras de exploração e distribuição dos ganhos com o pré-sal, o projeto da consolidação das leis sociais, a definição da fase 2 do PAC e o plano nacional de banda larga. O objetivo é mostrar serviço e fazer Dilma ser vista como boa administradora. (ROCHA, 2010).
Após toda a já cogitada ideia de candidatura a República ter se espalhado, em abril de 2009, Dilma passou por momentos pessoais delicados. A futura candidata à Presidência da República Federativa do Brasil, anunciou a retirada de um tumor da axila esquerda. Em nota, o diagnóstico do médico era de linfoma não-Hodgkin do tipo “agressivo localizado”, com chance de mais de 90% de cura (MORETZ-SOHN, 2010). Passou quatro meses fazendo quimioterapia preventiva para evitar o surgimento de novos nódulos. O tratamento não impactou em suas atividades políticas, onde até então, não havia oficializado a candidatura (SAIBA..., 2009). Em setembro de 2009, o Hospital Sírio-Libanês anunciou em nota que Dilma estava livre de qualquer evidência de linfoma, e, em seguida, ela apareceu em público com novo visual: cabelos curtíssimos, ao natural, após passar meses usando peruca (MORETZ-SOHN, 2010). Em 3 de abril de 2010, deixou o posto de Ministra para se candidatar à Presidência do país. Em 13 de junho, o partido confirmou sua candidatura pelo PT em evento com a presença do então Presidente da República, Luíz Inácio Lula da Silva. No mesmo ano, nasceu o único neto da candidata, Gabriel (BIOGRAFIA, 2011).
“Promoveu a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infra-estrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável.” (PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRECIMENTO, 2012) 10 Programa que auxilia a população que recebe salário inferior a R$ 5.000,00 a comprar imóvel próprio por meio de facilidades (subsídio, descontos) concedidas pela Caixa (CAIXA, 2012). 11 O programa do Pré-sal elevou a Petrobrás a outro nível de produção de petróleo. Este, agora, é retirado de 7 mil metros de profundidade no mar, tem alta qualidade e maior valor no mercado. Santa Catarina e Espírito Santo são as principais bases (PETROBRÁS, 2012). 9
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Dilma disputou as eleições do ano de 2010 com o companheiro de chapa, Michel Temer. Seu adversário foi o candidato José Serra12, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que tinha como vice Índio da Costa. No dia 3 de outubro houve o primeiro turno das eleições, em que Dilma ficou na frente com 46,09% dos votos, e Serra com 32,61%. Em 31 de outubro de 2010, após segundo turno das eleições, e com 56 milhões de votos, Dilma Rousseff, com 63 anos, é eleita a primeira Presidente mulher do Brasil. Diversos meios midiáticos, por questões lógicas, de terem o dever de levar a informação à sociedade, trataram exaustivamente sobre a candidatura de Dilma Rousseff. Uma mulher que poderia ser a primeira a conquistar a cadeira mais cobiçada do Planalto brasileiro.
2.2 AS REVISTAS ANALISADAS
Esta seção é dividida em duas seções terciárias que explicam o modelo das revistas Época e Veja, em que quatro capas foram escolhidas para serem analisadas nas questões de diagramação, cores, fontes e fotografia.
2.2.1 VEJA
A Veja tem a maior circulação entre as revistas brasileiras e pertence ao grupo abril. criada em 1968, o semanário ilustrado foi baseado na revista americana time (DEL MANTO, 1999). A Veja trata de assuntos cotidianos, dando sempre ênfase às matérias referentes a política em suas capas. A tiragem atual é de quase 1.250.000 exemplares, além de ser distribuída em 76 países, sendo que 70% dos leitores recebem a revista impressa e os 30% restantes recebem via digital (MAIS..., 2012). [...] os efeitos de realidade podem ser mobilizados por imagens, que a cultura reconhece como “cópia do real”, ou ainda por matérias que citam situações que o leitor percebe como existentes. Apesar de ter à disposição diversas fotos, o editor
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José Serra foi governador do Estado de São Paulo nos anos de 2007 e 2010, quando no último, renunciou a candidatura para tentar se eleger a Presidência do país.
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pinça apenas uma para a capa da revista, muitas vezes dentro de montagens, sendo sempre a informação filtrada segundo visões de mundo específicas. não existe o fato puro, base do mito da objetividade. Um jornalista se reporta, dentro de uma escala de valores, às ideologias da empresa em que trabalha. Esse filtro ideológico não é mostrado, propondo, ao contrário, a tese de neutralidade. A mídia constrói uma realidade a partir dos acontecimentos que escolhe e reporta, mas quer fazer crer que o mundo filtrado por seus interesses, sua recriação, é o mundo real. (BARROS, 2004).
Não existe reportagem totalmente isenta de opinião, e o recorte anterior retirado de um artigo sobre a Veja esclarece isso por meio da pesquisa de Hernandes (2004). A revista Veja tem uma posição e deixa isso claro em todas as suas matérias sobre Dilma, e muito mais quando a estampa em uma capa, já que isso revela dentro de um panorama político uma escolha, e a tomar pelo tratamento dado à imagem que compõe a capa é possível até identificar as tendências do impresso. Apesar do semanário ser lido por pessoas de classe média, maioria com MBA, pós-graduação e pelo menos dois idioma fluentes (BARROS, 2004). A opinião que Veja impõe em fotos só é considerada explícita por conhecedores de imagem e de sua linguagem. Sua história como revista que impõe opinião e deixa claro este fato, vêm desde a edição número 15, de 1968, em que foi censurada. Nela, Roberto Civita, editor desde então, pôs uma foto em que aparecia o Presidente da República da época, Arthur Costa e Silva13, sentado em uma das cadeiras do Congresso vazio, apenas com um quepe militar ao lado (LIBERDADE..., 2008). Imediatamente o Exército mandou apreender todos os exemplares da revista Veja antes que chegassem as bancas (MAIS..., 2008). Este fato foi reflexo da censura política imposta no governo autoritário pós-64, que utilizou o controle dos meios de comunicação como parte da repressão (ALMEIDA, 2008, p. 11). Para criar um estilo Veja, que fosse aceito pela sociedade após toda época de censura, foi feita uma lista de recomendações de como se apurar uma matéria, como: quando registrar acusações, é indispensável procurar o acusado e ouvir suas explicações; as matérias devem ter narrativas que apareçam “gente”, que as pessoas tenham participado dela; descrever pessoas e situações; esclarecer as coisas por mais óbvias que elas pareçam; cuidar para não tratar
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Gaúcho, natural de Taquari, teve mandato de 1967 a 1969, como 19º Presidente do Governo Republicano (BIBLIOTECA..., 2012).
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bandido como mocinho e polícia como bandido, e outras, segundo Maria Fernanda Lopes Almeida (2008). Com o projeto original, datado de 1960, a Veja continua a exibir um semanário em que é valorizado a imagem. Uma revista ilustrada, semelhante à norte-americanas Look e Life, por exemplo, com destaque para as grandes reportagens políticas e para as páginas amarelas, que trazem entrevistas com personalidades.
2.2.2 Época
A revista Época foi criada em maio de 1998, com parceria editorial e tecnológica do grupo alemão Burda, que publica a revista Focus. Com viés vindo da Alemanha, a revista da editora O Globo tem como característica valorizar o padrão de imagem e gráfico da apresentação das reportagens, voltada para as necessidades brasileiras, como segurança, alimentação e saúde. Com cerca de 420 mil exemplares semanais, a Época é destinada a classes A e B, e procura destacar em suas capas, reportagens de cunho político (HISTÓRIA, 2011). A edição é um ponto crucial de um material de cunho jornalístico, desde a edição do editor responsável pela editoria, à disposição dos fatos, feito pelo diagramador da empresa.
2.3 A EDIÇÃO JORNALÍSTICA
A imagem vem a cada dia sendo mais valorizada na mídia. Tanto a imagem de uma pessoa quanto a imagem de um produto são seus rótulos. É por meio dela que se alcança popularidade e venda, respectivamente. Atualmente há poucos estudos sobre o design gráfico e suas funções dentro de uma redação, porém, sabe-se da tamanha importância dessa função juntamente a de um jornalista. Diagramar é tomar posição. Todo design gráfico, cada planejamento visual da página impressa, emite informação sobre o material diagramado e a identidade de quem distribuiu os elementos no espaço daquela maneira, não de outra. A disposição dos elementos nunca é aleatória (PEREIRA JUNIOR, 2006, p. 98).
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Em duas capas da revista Veja, a número 41, edição 2186, de 13 de outubro de 2010, e na número 52, edição 2197, do dia 29 de dezembro de 2010; e em duas capas da revista Época, a edição do dia 1º de novembro de 2010, e a edição do dia 1º de outubro de 2010, será feita uma análise sobre a disposição das manchetes em relação a imagem, e, sobre a fotografia escolhida para compor a capa.
Ilustração 1: Capas da revista Veja Fonte: Dados primários (2012).
Chamada para a próxima ilustração.
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Ilustração 2: Capas da revista Época Fonte: Dados primários (2012)
De acordo com Oliveira (2006, p. 13) Embora seja necessário o aprimoramento do texto, não se deve desprezar o valor do discurso gráfico como instrumento de persuasão na leitura. Os comunicadores não podem mais ver de forma isolada o texto do aspecto visual. Ambos devem levar ao leitor, de maneira esteticamente agradável, informações com qualidade através de um bom planejamento no design gráfico. (
A capa de uma revista vai além do conteúdo jornalístico. Ela precisa vender-se por conta própria. Ela precisa conquistar leitores que passam em frente a ela e as vezes não podem folheá-la. Elas competem umas com as outras num espaço de 210x297mm e precisam ali divulgar todo o trabalho de uma equipe de profissionais, sempre com o dever maior de repassar as informações necessárias e relevantes à sociedade14.
Ela é montada para parecer que não há interesse maior na disposição espacial além da adequação à melhor forma de captação da notícia pelo olho. É um processo enunciado que os lingüistas chamam de debreagem – os recursos usados para parecer que não há dedo de alguém numa dada enunciação e não existiria uma linha deliberada de leitura sobre o mundo, pois os fatos se apresentariam ao leitor tais como ocorreram (PEREIRA JUNIOR, 2006, p 98 - 99).
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Direito e dever inserido no Código de Ética do Jornalista.
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A teoria do Agenda Setting pode ser considerado um dos pontos decisivos nas escolhas das capas das revistas citadas acima, e é nesta teoria que irá seguir a revisão bibliografia. Por meio dela pode se revelar muito do “caráter” da organização do trabalho e a cultura da comunidade jornalística, segundo Pereira Junior (2006). FAZER UMA CHAMADA PARA O PRÓXIMO TÍTULO.
2.3.1 Agenda Setting
A Agenda Setting é umas das teorias jornalísticas que analisa o poder que a mídia tem sobre a sociedade. Nela, de acordo com Ramos, é interessante refletir em como a mídia pode influenciar no social, e principalmente, sobre o seu potencial comunicativo, que, as vezes, pode afetar o indivíduo a ponto de criar movimentos15.
Nos fundamentos do Agenda Setting, acredita-se que essa seleção de notícias exista por ser a imprensa seletiva ao noticiar os fatos. Jornalistas ou profissionais de notícias atuam como gatekeepers (porteiros) da informação, deixando passar algumas e barrando outras, assim escolhem quais os assuntos irão noticiar e quais os assuntos irão ignorar (RAMOS, ano, p. ?).
O editor, ao fazer escolhas, determina o valor de um fato. De acordo com Pereira Junior (2006), basta olha os relatórios sobre indicadores sociais, e ver que a maioria dos jornais de maior circulação “manchetam” a mesma coisa, apenas com outras palavras. “Há relativamente poucos assuntos de fato visados pela lupa dos grupos controladores de um veículo, por tocarem em seus interesses políticos, econômicos ou morais”. (PEREIRA JUNIOR, 2006, p. 24). Neste conceito, se encaixa também a função do gatekeeper. O termo, familiar às mecânicas de redações, veio em 1942, com a Segunda Guerra Mundial. Mas em 1950 foi que David Manning White aplicou o conceito ao jornalismo.
O movimento “Caras Pintadas” foi criado por uma emissora de TV e derrubou o Fernando Collor de Melo, em 1992. 15
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É gatekeeper, por exemplo, a falta de interesse jornalístico na matéria. Dizer que falta boa escrita a um texto é álibi da edição, assim como afirmar que a pauta é de área demasiado afastada da cobertura habitual do veículo. O resultado é que muito vai pro lixo, sem se configurar censura ou veto pessoal de quem edita. (PEREIRA JUNIOR, 2006, p. 32).
Entre essas teorias ainda existe o fato de a ética ser um hábito adquirido, a conduta que adotamos, mesmo quando não somos forçados por lei (KIDDER apud PEREIRA JUNIOR, 2006, p. 42). No jornalismo, há uma questão pedagógica sobre a ética, segundo Pereira Junior (2006). É uma autogestão de princípios que se baseiam em exemplos que testemunhamos, e com os quais nos posicionamos diante da sociedade. E é esse tipo de ética que se espera de um repórter e muito mais de um editor, ao ler e visualizar uma matéria. Após analisar todos os fatos já comprovados e estudados bibliograficamente, é chegado o momento em que podemos ver as quatro capas selecionadas, e, consequentemente, o trabalho feito com a imagem da candidata a República, de forma diferente e mais criteriosa.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente trabalho apresentado tem como base o primeiro passo da atividade científica de um pesquisador, a monografia. Nela, se teve a pretensão de fazer uma análise científica sobre o caso de Dilma Rousseff perante a mídias, neste caso, as revistas Veja e Época. De acordo com Marconi e Lakatos (2001), parafraseando o conceito de monografia de Asti Vera, ela é a resultante de uma interpretação científica de um fato, com escopo de apresentar uma contribuição relevante ou original e pessoal à ciência. Os autores do livro Metodologia do Trabalho Científica também citam Farina e Salomon, que afirmam que a monografia é importante, pois limita um tema para ser tratado, aprofundado e exaustivo. A metodologia científica tem um conjunto de regras básicas para se tornar de fato um documento com credibilidade. Nela, a ciência busca coletar e desenvolver evidências observáveis e empíricas para organizar o conhecimento de uma forma compreensível e até lógica. Os procedimentos acabam variando de uma área da ciência para outra, mas o método científico se diferencia em: hipótese para explicar fenômenos; gerar teorias; ser objetivo; imparcialidade; documentar procedimentos, e seguir padrões normativos, de acordo com Carvalho (2000). Dos conceitos de pesquisa, os três foram usados. São eles: exploratória, que faz o pesquisador se familiarizar com o assunto, indo a prática para poder construir hipóteses. Se for específica, com apenas um tema, tomar forma de estudo de caso, utilizando recurso bibliográfico quando possível. Neste caso, a autora deste trabalho utilizou de recursos bibliográficos que envolvem os temas da comunicação, como teorias do jornalismo; estudos sobre revistas, e estudos sobre ex-presidentes. Da descritiva, sabe-se que é necessário descrever uma experiência, situação, fenômeno ou processo nos mínimos detalhes, assumindo forma de levantamento. Na ocasião desta monografia, a pesquisa descritiva foi usada ao citar antigos casos em que a revista Veja, por exemplo, abordou temas políticos, mas colocou uma pitada de duplo sentido por meio da imagem. Foi levantado também o caso da censura militar ocorrida em 1964, e a forma de comunicação que Lula, antecessor de Dilma, tinha com os eleitores e os próprios membros de equipe.
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A pesquisa explicativa foi essencial para a Análise de Dados, do próximo capítulo. Ela tem por objetivo identificar fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência de certos fenômenos. Está sujeita a erros, porém é de grande utilidade, pois coloca o aprendizado em prática, de acordo com Santos.
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4 ANÁLISE DOS DADOS
Este capítulo é o responsável por dar o rigor científico necessário ao trabalho. Em Análise de Dados será possível compreender o que fez a autora deste Trabalho de Conclusão de Curso escolher o tema, e, a partir de quê estudos as conclusões foram atingidas. Grande parte dos jornalistas não dá o devido valor aos aspectos visuais da notícia. A educação dada na grande parte das academias de Jornalismo é apenas a importância da palavra, de seus significados, e de técnicas que melhoram o processamento da informação ao leitor, de acordo com Farina (1982). No Egito, Índia e China, se tem registro de que o homem começou a entender o sentido das cores desde o começo de sua História. Que sentiam na cor um profundo sentido psicológico. Cada cor era um símbolo.
As cores faziam parte, assim, mais das necessidades psicológicas do que das estéticas, e as que mais surpreendiam aos olhos humanos seriam para enriquecer a presença de príncipes e reis, sacerdotes e imperadores, através dos deslumbrantes vestuários e ornamentos que lhes eram atribuídos. (FARINA, 1982, p. 22)
Na história do mundo das artes plásticas também existe a marca de artistas renomados que usavam do artifício das cores para dar expressão de valores sensuais e espirituais às obras. É o caso de Giotto (1266 – 1337), Veronese (1528 - 1588), El Greco (1540 – 1614), Vincent van Gogh (1853 - 1890) e Georges Seurat (1859 - 1891) (FARINA, 1982). “Essas representações, junto a outras técnicas de persuasão que ainda serão apresentadas neste capítulo, também podem se fazer capaz de formar um conjunto organizado de opiniões sobre determinado assunto”. (ABRIC apud RENAULT, 2001, p. 156). “Nenhum discurso é neutro, seja ele escrito ou oral, porque produzem estratégias e práticas, que tendem a impor algo a sociedade que é dirigido”. (RENAULT, 2008, p. 111). No caso do personagem “Dilma Rousseff”, é possível compreender a utilização das cores em algumas situações comuns. Quando há aparições públicas (anexo F) em outros Estados, em que precisa discursar em defesa de algum valor do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, Dilma procura vestir roupa vermelha. Esta é a cor símbolo do partido, e faz a pessoa que está assistindo seu
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pronunciamento sempre remeter a lembrança de que aquilo são ideais do PT, o partido em que a Presidente é filiada atualmente. Outro caso que remete a escolha da cor não por coincidência, e com tom de significado, foi a visita de Dilma a Luiz Inácio Lula da Silva, quando estava em recuperação16 de um câncer, em dezembro de 2011. Dilma foi até a casa do ex-Presidente para cumprimentá-lo, e, desejar boa sorte no tratamento. Ela compareceu ao local com um terninho discreto, bege (anexo G), e blusa preta. Seu vestuário, tanto quanto sua expressão fácil e a pouca maquiagem, demonstram que seu humor era de alguém abalado com a situação. Dilma foi escolhida para suceder Lula não por acaso. Ela tinha muito em comum com o petista, e começou sua construção involuntária em 2005. Em meio a crise o mensalão, Dilma assumiu a vaga que era de José Dirceu, ministro da Casa Civil. Ela passou a ocupar a segunda sala mais poderosa do Palácio do Planalto, segundo Rocha (2010), e seu caminho começou a ser aberto.
Há sete anos, uma Dilma muito diferente chegou ao governo Lula. Militante com um ano de PT, ex-guerrilheira de organizações de esquerda como Política Operária e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, torturada e presa durante três anos, Dilma era conhecida como a campeã de Powerpoint, o programa de computador amplamente usado para palestras. Dilma era técnica cm fama de profissional disciplinada, concentrada no trabalho e capaz de recitar de memória números sobre a infraestrutura do país. (ROCHA, 2010).
Além de toda sua personalidade já comprovada e comparada a de Lula, Dilma contou com a ajuda de três grandes profissionais brasileiros para compor looks e melhorar sua imagem, no quesito estético, para agradar a imprensa e aos seus eleitores de Lula. Aos poucos, essa Dilma durona passou por uma metamorfose. Fez uma cirurgia e trocou os óculos (anexo H) por lentes de contato. Passou a sorrir mais. Começou a misturar frases mais colquiais e amigáveis em meio a estatísticas em assuntos como energia, petróleo e siderugia. Fez pequenas intervenções plásticas no rosto e adotou roupas menos sérias. A Dilma técnica foi substituída pela Dilma política, risonha e candidata à Presidência. (ROCHA, 2010).
Celso Kamura, hairstylist paranaense, até tentou inovar no estilo de Dilma, pedindo que ela pintasse o cabelo de branco, assim como o de Meryl Streep, no filme “O Diabo Veste
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Ex-presidente foi diagnosticado com um tumor na laringe.
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Prada”, mas ela não gostou da idéia, segundo entrevista dada a Paula Rocha, da revista Isto É, em 2011.
Dilma tem muito cabelo, o que é bom. Mas, quando está meio grande é um problema, tem que fazer escova. Pensei: ‘Essa mulher precisa de um cabelo prático, que levante a expressão, não dê problemas e ela consiga ajeitar em qualquer lugar. (AQUINO apud KAMURA, 2010).
De forma prática, Celso resolveu o problema de agilidade que Dilma poderia passar a ter caso tivesse um cabelo complexo de se mexer. O ousado cabeleireiro ainda denominou o penteado da candidata a Presidência como “new generation”, inspirado em Carolina Herrera17. Celso também colaborou com Dilma pois a ensinou a fazer maquiagens rápidas e práticas, o que facilita no seu dia a dia. No vestuário, Dilma contou com a ajuda de Alexandre Hercovitch, estilista brasileiro que costuma criar oito coleções por ano. Ele inclui no guarda-roupa da futura Presidente marcas brasileiras, cores em tons pasteis, o uso da cor vermelha, misturou terninhos antigos com roupas de sua marca e tirou os tecidos carregados de testuras. Outra pessoa que pouco é divulgado na mídia é a gaúcha Luisa Stadlander.
No entanto, cada vez mais se leva em consideração a importância da imagem na relação com o eleitor. Pesquisas apontam para uma relação direta entre o tempo de permanência de um candidato nos meios de comunicação e o número de votos que ele obtém (COSTA, 2005, p.36).
FAZER UMA CHAMADA PARA O PRÓXIMO TÍTULO.
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Fashion-designer venezuelana que se tornou uma celebridade internacional e vive em Nova York desde 1981.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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ANEXO A – Cláudio Galeno Linhares, primeiro marido de Dilma
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ANEXO B â&#x20AC;&#x201C; Dilma Rousseff aos 22 anos de idade
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ANEXO C – Carlos Franklin Paixão de Araújo, segundo marido de Dilma e pai de Paula
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ANEXO D – Paula Rousseff, filha única de Dilma
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ANEXO E – Gabriel, o único neto
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ANEXO F – Dilma em pronunciamento
público
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ANEXO G â&#x20AC;&#x201C; Dilma visita Lula no hospital
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ANEXO H – Dilma antes de retirar os óculos
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ANEXO I – Declaração de responsabilidade
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE Eu, Karin Helena de Barros, Acadêmico(a) regularmente matriculado(a) no Curso de Jornalismo do Centro Universitário Estácio de Sá de Santa Catarina, com matrícula n° 200901066764, declaro, para os devidos fins que: 1. O Trabalho/Relatório intitulado, _____________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________, é de minha exclusiva Autoria e que o conteúdo e a forma do referido Trabalho/Relatório, ainda que parcialmente, não é plágio ou cópia ilegal de outra obra literária, artística ou científica. 2. Declaro ainda que o referido Trabalho/Relatório foi elaborado respeitando todos os preceitos legais, especialmente a Lei de Direitos Autorais, e assumo, pessoalmente, as sanções a serem aplicadas em caso de violação de direitos autorais, conforme dispõe o artigo 101 e seguintes da Lei n. 9.610 de 19/02/98. 3. Declaro, ao final, que conheço na íntegra a Lei n. 9.610 de 19/02/98. Pela verdade do que afirmo, assino a presente Declaração de Responsabilidade. São José, ______ de _____________________ de ______.
______________________________________________ Assinatura do(a) Acadêmico(a)