ANO 2 | Nยบ 4 | FEVEREIRO/2019
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ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Sumário Apresentação ……………………..……………………….. 3 Editorial …..…………………………………………………… 4 Economia Brasileira.………………….………………….. 6 Mercado Segurador…………………………………….…. 13 Projeção da Arrecadação……………………….………. 2 2 Boxe Estatístico ……………………………………………… 29 Boxe Regulatório ………………………….………………… 33 Boxe Jurídico ……………………………….………………… 35 Produção Acadêmica em Seguros………………….. 3 8 Resumo Estatístico……………….………………………… 41 Glossário………………………………………………………… 46
APRESENTAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Apresentação A CNseg
autoridades públicas e a entidades nacionais e internacionais do mercado de seguros.
A Confederação das Seguradoras – CNseg – é uma associação civil, com atuação em todo o território
A Conjuntura CNseg é uma análise mensal do estado dos
nacional, que reúne as Federações que representam as
segmentos de Seguros de Danos e Responsabilidades,
empresas integrantes dos segmentos de Seguros,
Coberturas de Pessoas, Saúde Suplementar e
Previdência Privada Complementar Aberta e Vida, Saúde
Capitalização, com o objetivo de examinar aspectos
Suplementar e Capitalização.
econômicos, políticos e sociais que podem exercer influência sobre o mercado segurador brasileiro. Em
A CNseg tem a missão de congregar as lideranças das
meses de referência de fechamento de trimestre, esta
associadas, elaborar o planejamento estratégico do setor,
publicação reúne também os Destaques dos Segmentos,
colaborar para o aperfeiçoamento da regulação
a atualização das Projeções de Arrecadação, os Boxes
governamental, coordenar ações institucionais de
Informativos Estatístico , Jurídico e Regulatório e o
debates, divulgação e educação
acompanhamento da Produção Acadêmica em Seguros.
securitária e representar as associadas perante a
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APRESENTAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Editorial Divulgadas as estatísticas do setor em 2018,
O desempenho médio do mercado - visão
com arrecadação que alcançou R$ 245,6
pouco a pouco afastada - foi prejudicado pela
bilhões, consolidou-se a visão de um mercado
contribuição dos Planos de
de seguros em franca diferenciação entre os
Acumulação Previdenciária, que caiu 8,1%,
seus segmentos.
resultado de um cenário de grande volatilidade de ativos no ano que passou. A despeito disso,
A evolução média da arrecadação, sem
esse segmento participa com R$ 108,2 bilhões
DPVAT, caindo 0,2% - uma estabilidade virtual
do total das receitas do mercado de seguros.
- não reflete mais a dinâmica da demanda por Marcio Serôa de Araujo Coriolano, presidente da CNseg.
Fechado o ano de 2018, há o que se comemorar no desempenho de um Setor Segurador maduro. Em bases anuais, o crescimento foi superlativo nas Coberturas de Pessoas - Planos de Risco (9,4%) - traduzidas em proteções por morte e invalidez permanente. Os seguros de Danos e Responsabilidades, sem DPVAT, cresceram expressivos 8,1%. As provisões Técnicas quase chegaram a R$ 1 trilhão.
proteção, nem os movimentos estratégicos de
O segmento de Capitalização - os títulos que
reposicionamento das seguradoras.
combinam acumulação com sorteio - veio recuperando posição ao longo do ano,
Vejamos a seguir.
fechando com crescimento de 1,2%.
No segmento de seguros de Danos e
O setor segurador permanece demonstrando a
Responsabilidades, com receitas de
sua solvência, atributo particular e importante
R$ 70,1 bilhões, destacaram-se, com
que retribui a confiança dos consumidores. As
progresso acima de dois dígitos, os ramos de
reservas, ou provisões técnicas, que garantem
Transportes (16,1%), Rural (11,4%), Crédito e
os contratos de seguros, chegaram a um
Garantias (10,6%), Responsabilidade Civil
incremento anual de 9,9%, uma cifra histórica
(10,3%) e Patrimonial (10%). São os novos
de R$ 995,3 bilhões. Ela corresponde a cerca
protagonistas da procura, pela sociedade, por
de 19% da dívida pública brasileira.
proteção. Com a esperada recuperação da economia O histórico carro-chefe do setor, o ramo de
brasileira, caudatária das reformas anunciadas
Automóveis, recuperou desempenho
pelo governo recentemente empossado, há
observado em 2017, evoluindo 6%.
perspectiva de desempenho ainda melhor em
2019. Seja em resposta à desoneração do Com receitas de R$ 41,5 bilhões, os Planos de
Estado, seja à preferência de pessoas e
Risco do Segmento de Pessoas alcançaram
empresas pela proteção contra riscos de todas
crescimento de 9,4%, com forte contribuição
as naturezas. A diferenciação intrassegmentos
do Seguro Prestamista, na esteira da alavanca
do mercado deverá prosseguir, em ambiente
do crédito pessoal e de empresas.
maduro e competitivo.
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APRESENTAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
O gráfico a seguir mostra que o
Mostra também a recuperação do segmento
comportamento dos segmentos-líderes em
de capitalização, com posterior estabilização.
crescimento do mercado de seguros (danos e
Os dados referem-se a uma série de 12 meses
responsabilidades e cobertura de pessoas –
móveis posicionada ao final dos quatro
planos de risco) foi consistente ao longo do
trimestres do exercício passado.
ano de 2018.
VARIAÇÃO NOMINAL DA ARRECADAÇÃO - 12 MESES MÓVEIS 11,1%
10,1% 8,0%
7,7%
7,0%
8,8%
8,1%
3,4%
2,8%
1,9%
0,9% -0,2% -2,1%
9,4%
1,2% -0,2%
-0,8%
-4,9% -8,8%
até mar-18 / até mar-17
até jun-18 / até jun-17
até set-18 / até set-17
-8,1%
até dez-18 / até dez-17
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ECONOMIA BRASILEIRA
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Economia Brasileira Análise Conjuntural
ainda lento, insuficiente para aquecer o mercado de trabalho, o que tem pesado sobre a percepção das
Uma análise dos indicadores mais recentes do nível de
condições presentes.
atividade e dos índices de confiança da economia brasileira retrata o momento particular da conjuntura
Isto é, a confiança pode ter chegado a um patamar que
econômica e política do País. Após meses de intensa
somente será superado se a economia voltar a se
instabilidade e volatilidade provocadas pela incerteza
recuperar de modo mais consistente, o que, por sua vez,
associada às eleições presidenciais de 2018, prevaleceu
parece estar diretamente ligado ao bom andamento da
um período em que empresários e consumidores
agenda de reformas econômicas. As sinalizações mais
recuperaram rapidamente a confiança na economia
recentes, com destaque para a eleição dos presidentes
brasileira.
das Casas do Congresso Nacional, são predominantemente positivas, indicando que são
Como mostra o gráfico abaixo, os índices de confiança
grandes as chances de que o governo consiga aprovar
têm permanecido em patamares altos, mas, nos últimos
uma reforma robusta em um prazo razoável, que inspire
meses, têm apresentado alguns sinais de estabilidade
confiança na sustentabilidade das contas públicas e na
que refletem, da parte de empresários e do mercado
retomada do crescimento da economia.
financeiro, o compasso de espera pelo evento determinante da economia brasileira em 2019: a reforma da Previdência. Da parte dos consumidores, tal estabilidade reflete uma economia que cresce em ritmo
ÍNDICES DE CONFIANÇA ECONÔMICA
Consumidor
jan/19
dez/18
nov/18
out/18
set/18
ago/18
jul/18
jun/18
mai/18
abr/18
mar/18
fev/18
jan/18
dez/17
40 nov/17
80 out/17
45
set/17
90
ago/17
50
jul/17
100
jun/17
55
mai/17
110
abr/17
60
mar/17
120
fev/17
65 Empresário Industrial
70
130
jan/17
Consumidor
140
Empresário Industrial
Fontes: Fecomercio-SP e CNI
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ECONOMIA BRASILEIRA
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Por enquanto, os indicadores de atividade do final do
indicador apresentou queda de 3,1%.
ano passado, que vêm sendo divulgados nas últimas semanas, mostram uma economia que permanece
As vendas do varejo, por sua vez, apesentaram
crescendo em ritmo apenas moderado, mesmo no
desempenho um pouco melhor, mas, como foi
período em que a incerteza eleitoral já havia sido
salientado na análise de conjuntura do último mês, esses
superada.
dados têm sido muito influenciados pelos efeitos da disseminação da Black Friday sobre os indicadores do
A produção industrial, medida pela PIM-PF, do IBGE,
comércio, o que suscita cautela na análise desse setor
apresentou crescimento de 0,2% na passagem de
nos últimos meses do ano, pois pode estar ocorrendo
novembro para dezembro de 2018, na série livre de
transferência de consumo que tipicamente ocorreria em
efeitos sazonais. Entretanto, a variação contra o mesmo
outros meses para novembro. De acordo com os dados
mês do ano anterior foi de -3,6% e, no acumulado do
da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), do IBGE, as
último trimestre, houve contração de 1,3%. Em 2018, a
vendas do comércio varejista cresceram 2,9% em
produção das indústrias de transformação e extrativas
novembro de 2018, após dois meses consecutivos de
brasileiras apresentou expansão de 1,1%, segundo ano
contração. O resultado é o maior para o mês desde
consecutivo de crescimento, mas que representa uma
2012, indicando que a data promocional teve forte
desaceleração em relação aos 2,5% registrados em 2017.
aceitação pelo consumidor brasileiro. Contra o mesmo
Dados da expedição de papel ondulado, um consistente
mês do ano anterior, o crescimento nas vendas foi de
indicador
antecedente1
do desempenho da indústria,
4,4%. Já a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), também
confirmam o arrefecimento nos últimos meses e lançam
do IBGE, no mesmo período, apresentou desempenho
dúvidas sobre o desempenho do setor nos próximos
mais modesto: estabilidade na margem e crescimento de
meses: desde agosto, a variação acumulada em 12
0,9% sobre novembro do ano anterior.
meses apresenta desaceleração. Em dezembro, na variação contra o mesmo mês do ano anterior, o
INDICADORES DO NÍVEL DE ATIVIDADE
105
(Com ajuste sazonal; Índice: jan/2015 = 100) 100
95
90
85
jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18
80
Produção Industrial
Vendas do Comércio
Volume de Serviços
Fonte: IBGE
¹ Indicador antecedente é aquele que, devido à maior rapidez de divulgação ou por suas características inerentes, antecipa estatisticamente, no tempo, o comportamento de outro indicador.
7
ECONOMIA BRASILEIRA
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Enquanto isso, a inflação permanece em patamares
esperada se consolide, por conta do efeito alento –
baixos. O IPCA fechou 2018 em 3,75%,
pessoas que estavam fora da força de trabalho retornam
consideravelmente abaixo da meta estabelecida para o
ao perceberem as melhores condições de
ano, de 4,50%. Não fosse a variação dos preços
empregabilidade – , que amplia o número de pessoas
monitorados – aqueles cujas variações não são livres, mas
procurando emprego em um primeiro momento e, assim,
determinadas por contratos, como combustíveis, energia
pressiona a taxa de desocupação.
elétrica e transporte público – que encerraram 2018 com variação de 6,18%, a inflação oficial teria sido ainda mais
Pairam ainda dúvidas em relação aos indicadores do
baixa, já que os preços livres – aqueles determinados, em
emprego formal e, portanto, em relação às análises que
grande parte, pelas condições de oferta e demanda –
podem ser feitas a respeito da qualidade do emprego. A
fecharam o ano com variação de apenas 2,91%.
clara divergência entre os dados de ocupação com
carteira assinada da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional Vale destacar que a inflação excepcionalmente baixa ao
por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE e do
longo de todo o ano passado se concretizou mesmo na
CAGED (Cadastro Geral de Empregados e
presença de dois choques significativos sobre os preços: a
Desempregados), do antigo Ministério do Trabalho, agora
greve dos caminhoneiros e a desvalorização do câmbio
sob gestão do Ministério da Economia, permanece sem
(houve depreciação de 15% da cotação R$/US$ em 2018
uma explicação conclusiva. Apesar das divergências
em relação à média do ano anterior). Já o IGP-M, que
metodológicas entre o registro administrativo e a
acelerou em 2018 e fechou o ano em 7,55% por conta da
pesquisa amostral, suas indicações a respeito do mercado
forte influência que a cotação do dólar tem sobre esse
de trabalho com carteira costumam convergir, o que não
índice, já apresenta sinais de desaceleração, registrando
vem ocorrendo pelo menos desde o início de 2017.
variação de apenas 0,01% em janeiro, com 6,75% no
Enquanto a PNAD Contínua aponta para uma redução de
acumulado em 12 meses. Tal comportamento da inflação,
aproximadamente 350 mil no estoque de pessoas
na ausência de choques exógenos significativos de oferta,
empregadas com carteira em 2018, o CAGED sinaliza
sinaliza demanda ainda fraca.
criação líquida de quase 530 mil vagas formais no mesmo período.
As condições do mercado de trabalho – fundamentais para consolidar o aumento da confiança dos
Apesar do ritmo lento de recuperação da economia,
consumidores – continuam desafiadoras, com a taxa de
restam poucas dúvidas de que há sinalizações positivas
desocupação se reduzindo em ritmo lento,
para os próximos meses. Recentemente, houve alguma
fundamentada, principalmente, no aumento do emprego
melhora nas expectativas quanto à economia mundial,
informal, que tem menos impacto no aumento da renda
após a forte deterioração dos últimos meses, ainda que
das famílias e da contribuição fiscal, o que seria
os riscos persistam e estejam claros, como sinalizou a
importante, dadas as dificuldades das contas públicas. No
atualização mais recente do World Economic Outlook
trimestre móvel encerrado em dezembro de 2018, a taxa
(Panorama Econômico Mundial), divulgada pelo FMI
de desocupação registrada pela PNAD Contínua foi de
(Fundo Monetário Internacional) no final de janeiro. Em
11,6%, recuo de apenas 0,2 p.p. na comparação com o
primeiro lugar, o discurso do Federal Reserve (Fed, o
mesmo período do ano anterior. O número de
Banco Central norte-americano) se tornou mais dovish –
desalentados – pessoas que gostariam de trabalhar, mas
isto é, com maior tendência à diminuição das taxas de
desistiram de procurar ocupação – alcançou o maior nível
juros e retirada de estímulos monetários – , o que é uma
da série histórica, atingindo 4,8 milhões de indivíduos.
boa notícia para países emergentes, como o Brasil, pois sinaliza melhores condições de liquidez global.
Ao longo deste ano, a taxa de desocupação pode continuar a cair lentamente, mesmo que a recuperação 8
ECONOMIA BRASILEIRA
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
2500
VARIAÇÃO DO EMPREGO FORMAL
2000
(Em 12 meses)
1500 1000 (Em mil)
500 0 -500 -1000 -1500 -2000
PNADc
nov/18
jul/18
set/18
mai/18
mar/18
jan/18
nov/17
jul/17
set/17
mai/17
mar/17
jan/17
nov/16
jul/16
set/16
mai/16
mar/16
jan/16
nov/15
jul/15
set/15
mai/15
mar/15
jan/15
nov/14
jul/14
set/14
mai/14
mar/14
jan/14
nov/13
jul/13
set/13
mai/13
mar/13
-2500
CAGED
Fontes: Ministério da Economia e IBGE
A economia chinesa continua a apresentar sinais de
Dados das contas públicas para o ano passado mostram a
desaceleração, entretanto, as autoridades do país
dimensão do desafio fiscal brasileiro. Estudo do Tesouro
também vêm se mostrando mais dispostas a adotar
Nacional mostra que quando se divide o resultado
medidas de estimulo à atividade econômica, se assim
primário do Governo Central entre o Resultado do
julgarem necessário. Um contraponto a esse cenário um
Tesouro Nacional e do Banco Central e o Resultado da
pouco menos adverso da economia mundial pode vir da
Previdência Social (RGPS), a preços de dezembro de
Argentina, importante parceira comercial do Brasil, que
2018, o primeiro apresentava, em 2011, superávit de R$
permanece em situação econômica bastante delicada.
196,5 bilhões, enquanto a Previdência apresentava déficit de R$ 54,8 bilhões, resultando em superávit de R$ 141,7
Sinais positivos também têm surgido do
bilhões. No ano passado, porém, o superávit de R$ 77,0
encaminhamento da reforma da Previdência. Parece cada
bilhões do Tesouro e do Banco Central se contrapôs a um
vez mais claro que a reforma será ampla e contemplará
déficit de R$ 198,0 bilhões da Previdência, resultando em
diversos segmentos da sociedade, como políticos,
déficit de R$ 121,1 bilhões para o Governo Central. 200,0
Dessa maneira, será mais fácil encontrar respaldo para a
150,0
reforma na população e, consequentemente, no presidentes de ambas as Casas do Congresso já deixaram
50,0 -54,8
-50,0
-59,8
-68,8
-73,1
-36,6
-101,3
-150,0
-162,6
-200,0
-191,9
-121,1
-100,0
77,0
61,4
-11,1
43,8
0,0
-130,5
reduzido.
da economia brasileira, que têm se
167,4
-173,7
juros
longos2
183,6
-137,9
claro apoio à reforma. Isso já se reflete, inclusive, nos
100,0
-29,3
Congresso, ampliando as chances de aprovação. Os
196,5
98,6
muitos debates e tem grande presença no governo.
123,8
250,0
141,7
funcionários públicos e militares, grupo que levanta
-198,0
-250,0 2011
2012
2013
Tesouro Nacional e BC
2014
2015
2016
Previdência Social (RGPS)
2017
2018
Governo Central
Fonte: Tesouro Nacional
2
Juros de vértices que representam prazos mais longos da estrutura a termo da taxa de juros (ETTJ) estimada para a economia brasileira e que, portanto, impactam mais diretamente as decisões de investimento.
9
ECONOMIA BRASILEIRA
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Acompanhamento das Expectativas Econômicas (data de corte: 04/02/2019)
Valores projetados para 2019 Notas
Variável
Realizado 2018
Realizado 12 meses
Atual
Anterior
4 semanas
13 semanas
Início do ano
01/02/19
25/01/19
04/01/19
01/11/18
04/01/19
3
PIB
1,13%
1,39%
2,50%
2,50%
2,53%
2,50%
2,53%
2
Produção Industrial (quantum)
1,15%
1,15%
3,04%
3,04%
3,04%
3,24%
3,04%
3
PIB Indústria
0,93%
1,32%
2,89%
2,89%
2,80%
2,64%
2,80%
3
PIB de Serviços
1,35%
1,52%
2,30%
2,20%
2,20%
2,09%
2,20%
3
PIB Agropecuário
-0,34%
0,42%
2,59%
2,59%
2,57%
2,63%
2,57%
2
IPCA
3,75%
3,75%
3,94%
4,00%
4,01%
4,22%
4,01%
1
IGP-M*
0,01%
6,75%
3,92%
4,18%
4,30%
4,51%
4,30%
1
SELIC*
6,40%
6,40%
6,50%
7,00%
7,00%
8,00%
7,00%
1
Câmbio*
3,65
3,65
3,70
3,75
3,80
3,80
3,80
53,76%
53,76%
56,35%
56,00%
56,70%
56,40%
56,70%
-12,93
-12,93
-25,00
-26,80
-26,00
-30,00
-26,00
53,59
53,59
51,00
52,00
52,00
49,00
52,00
86,73
86,73
79,50
80,00
79,50
70,00
79,50
6,18%
6,18%
4,89%
4,80%
4,79%
4,80%
4,79%
2 2 2 2 2
Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) Conta-Corrente (em US$ bi) Balança Comercial (em US$ bi) Investimento Direto no País (em US$ bi) Preços Administrados
Fontes: SGS (BCB) e SIDRA (IBGE) Notas: 1- dados até janeiro; 2- dados até dezembro; 3- dados até setembro; *Realizado em 2019
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ECONOMIA BRASILEIRA
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Valores projetados para 2020 Notas
Variável
Realizado 2018
Realizado 12 meses
Atual
Anterior
4 semanas
13 semanas
Início do ano
01/02/19
25/01/19
04/01/19
01/11/18
04/01/19
3
PIB
1,13%
1,39%
2,50%
2,50%
2,50%
2,50%
2,50%
2
Produção Industrial (quantum)
1,15%
1,15%
3,00%
3,00%
3,00%
3,00%
3,00%
3
PIB Indústria
0,93%
1,32%
3,00%
3,10%
3,08%
2,60%
3,08%
3
PIB de Serviços
1,35%
1,52%
2,50%
2,50%
2,55%
2,50%
2,55%
3
PIB Agropecuário
-0,34%
0,42%
3,00%
3,00%
3,00%
2,85%
3,00%
2
IPCA
3,75%
3,75%
4,00%
4,00%
4,00%
4,00%
4,00%
1
IGP-M*
0,01%
6,75%
4,00%
4,00%
4,00%
4,00%
4,00%
1
SELIC*
6,40%
6,40%
8,00%
8,00%
8,00%
8,00%
8,00%
1
Câmbio*
3,65
3,65
3,75
3,78
3,80
3,78
3,80
53,76%
53,76%
58,30%
58,16%
58,65%
58,55%
58,65%
-12,93
-12,93
-37,00
-37,35
-38,00
-39,25
-38,00
53,59
53,59
47,65
49,00
47,25
46,50
47,25
86,73
86,73
80,00
82,44
84,44
76,00
84,44
6,18%
6,18%
4,30%
4,20%
4,00%
4,20%
4,00%
2 2 2 2 2
Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) Conta-Corrente (em US$ bi) Balança Comercial (em US$ bi) Investimento Direto no País (em US$ bi) Preços Administrados
Fontes: SGS (BCB) e SIDRA (IBGE) Notas: 1- dados até janeiro; 2- dados até dezembro; 3- dados até setembro; *Realizado em 2019
A conjuntura descrita na seção anterior também se
A projeção mediana para o crescimento do PIB em 2019
reflete nas expectativas de especialistas do mercado
vem apresentando quedas sutis há algumas semanas e se
financeiro, resumidas nas projeções para a economia
encontra em 2,50%, assim como a projeção para 2020,
brasileira compiladas pelo relatório Focus, do Banco
também em 2,50%. Já a projeção mediana para o IPCA ao
Central do Brasil. O otimismo com o novo governo, de um
final deste ano tem sido sistematicamente reduzida e
lado, alimenta expectativas de crescimento mais robusto
está agora (3,94%) abaixo dos 4,25% do centro da meta
em 2019. Por outro lado, os claros sinais de que a
estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional)
economia permanece desaquecida vêm limitando os
para 2019. As expectativas para a inflação oficial mais à
ânimos, ao menos até que o bom andamento da agenda
frente mostram ainda que os analistas seguem
de reformas, especialmente a da Previdência, esteja
acreditando em inflação na meta em 2020 (4,00%) e em
garantido.
2021 (3,75%).
11
ECONOMIA BRASILEIRA
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
A projeção para a taxa de câmbio ao final deste ano, na
Selic, principalmente em um cenário de aprovação da
esteira do maior otimismo com a economia, também tem
reforma da Previdência. Tal percepção ganha força
sido reduzida e chegou a R$/US$ 3,70. Para 2020, a
quando se observam a ainda grande capacidade ociosa da
projeção mediana também vem caindo e estava, na data
economia (a utilização da capacidade instalada da
de referência desta análise, em R$/US$ 3,75.
indústria, em 72,7%, encontra-se consideravelmente abaixo da média histórica, de 80,7%) e a tendência de
Com projeções de inflação cada vez mais baixas para o
desaceleração dos núcleos de inflação3, variáveis
ano corrente e ancoradas nas metas em todo horizonte
fundamentais nas análises do Copom, como mostra o
projetado, ocorreu algo que havíamos antecipado neste
gráfico abaixo.
espaço na última publicação: a projeção mediana para a taxa básica de juros, a Selic, estável em 7,00% há várias
A inflação baixa é resultado tanto de um cenário de
semanas, foi reduzida para 6,50%, indicando que o
demanda corrente ainda fraca quanto de boa condução
mercado, hoje, acredita que o Banco Central não
da política monetária sob a atual gestão do Banco
aumentará os juros básicos este ano, já que em sua
Central, que deve – apesar da mudança na presidência da
reunião mais recente, que deve ter sido a última antes da
instituição – ter continuidade, dado o perfil do novo
mudança de presidência no Banco Central, o Copom
titular e a permanência de importantes diretores.
(Comitê de Política Monetária) manteve, pela sétima vez consecutiva, a taxa básica de juros em 6,50%. No entanto, muitas casas importantes do mercado financeiro já trabalham com cenário de reduções adicionais na taxa
IPCA: MÉDIA DE SETE NÚCLEOS (Acumulado em 12 meses) 9% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% dez/18
abr/18
ago/18
dez/17
abr/17
ago/17
dez/16
ago/16
abr/16
dez/15
ago/15
abr/15
dez/14
abr/14
ago/14
dez/13
ago/13
abr/13
dez/12
ago/12
abr/12
dez/11
abr/11
ago/11
dez/10
abr/10
ago/10
dez/09
ago/09
abr/09
dez/08
abr/08
ago/08
dez/07
0%
Fonte: BCB e IBGE
3
Uma definição de núcleos de inflação citados ser encontrada no Glossário desta publicação.
12
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Mercado Segurador Análise de Desempenho
No segmento de Cobertura de Pessoas, que fechou o ano com arrecadação de R$ 149,7 bilhões, os Planos de Risco
O setor de seguros (sem saúde) arrecadou, em
(excetuando-se os Planos Tradicionais) apresentaram
dezembro, segundo dados da Susep, R$ 24,1 bilhões em
mais um mês de crescimento da arrecadação (8,0%
prêmios diretos de seguros, contribuições de previdência
contra dezembro do ano anterior) e, com isso, o
e faturamento de capitalização, o que representa uma
crescimento acumulado no ano foi de 10,0%, bastante
queda de 1,1% em relação ao mesmo mês do ano
influenciado pela variação do seguro prestamista (19,3%
passado. Com esse resultado para o último mês do ano, a
no ano), que cresceu na esteira da retomada do crédito
arrecadação do setor em 2018 foi de R$ 245,6 bilhões,
pessoal e de empresas – segundo dados do Banco
registrando assim uma queda de 0,7% em relação ao ano
Central, após dois anos seguidos de queda, o crédito
anterior, em termos nominais. Entretanto, para uma
bancário cresceu 5,5% em 2018.
comparação mais adequada, convém excluir do cálculo os números do seguro DPVAT¹. Feito tal ajuste, a queda na
Por outro lado, a arrecadação dos Planos de Acumulação
arrecadação no ano passado é de 0,2%, indicando
nesse segmento continua a apresentar queda nas
estabilidade nas condições gerais do setor.
comparações interanuais (-2,7%), influenciando os resultados agregados do setor, dada sua expressiva
Os dados
fechados2
de 2018 confirmam as tendências
representatividade. Os produtos da família VGBL tiveram
verificadas nas análises que foram feitas ao longo do ano,
queda de 3,8% em relação a dezembro de 2017,
de que o setor vem respondendo de maneira
acumulando queda de 8,5% no ano. Os produtos da
heterogênea ao ciclo econômico. Parte dele, influenciado
família PGBL, por outro lado, recuperaram-se
pela recuperação gradual do nível de atividade, apresenta
parcialmente do tombo registrado em novembro e
resiliência, com taxas robustas de crescimento, enquanto
cresceram 3,4% em dezembro sobre o mesmo mês do
outra parte foi afetada pela maior volatilidade de ativos,
ano anterior. Tal resultado, porém, foi insuficiente para
pela exacerbada incerteza que prevaleceu no período
reverter os resultados acumulados ao longo do ano e,
pré-eleitoral, pelo ainda elevado desemprego – que
assim, o produto fechou 2018 com queda de 4,1%.
reduz a capacidade de poupança da população – e pelas
Espera-se, entretanto, que a maior estabilidade das
taxas de juros em mínimas históricas, o que canaliza
condições econômicas e os debates em torno da reforma
recursos para alocações mais arriscadas, em busca de
da Previdência – que, historicamente, funcionam como
retornos maiores.
um impulso exógeno – estimulem a demanda por produtos de previdência privada ao longo deste ano.
¹ Segundo a Resolução CNSP nº351/2017, o seguro DPVAT teve redução de 35% para o exercício de 2018 em todas as categorias (com exceção à categoria “motocicletas, motonetas, ciclomotores e similares”). 2
Os dados de dezembro estão sujeitos a alterações posteriores, já que as empresas supervisionadas pela Susep têm prazo estendido até o envio dos dados de janeiro do ano seguinte para eventuais recargas.
13
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
A arrecadação do segmento de Danos e
O seguro Automóvel, carteira de maior peso no
Responsabilidades (Ramos Elementares), sem o DPVAT,
segmento, manteve os bons resultados apresentados ao
encerrou 2018 em R$ 70,1 bilhões, crescendo 8,1% em
longo do ano, fechando 2018 com crescimento de 6,0%
relação ao ano anterior. Na comparação com dezembro
no ano, influenciado pelo bom desempenho das vendas
de 2017, o crescimento foi mais modesto, de 2,6%.
de automóveis no mercado interno.
Destacam-se os grupos de Transportes (16,1%), Rural (11,4%), Patrimonial (10,0%), Crédito e Garantia (10,6%)
No segmento de Capitalização, o faturamento no mês de
e Responsabilidade Civil (10,3%), todos com taxas de
dezembro foi de R$ 1,8 bilhão, o que representa uma
crescimento de dois dígitos no ano. O desempenho do
forte queda de 15,2% em relação ao mesmo mês do ano
grupo Transportes foi influenciado pela implantação do
anterior. Com esse resultado, a arrecadação em 2018 foi
Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), que prevê
1,2% maior que em 2017, desempenho que ainda assim
a indicação da Averbação do Embarque, garantindo a
pode ser considerado positivo, principalmente quando
cobertura de seguro, além da própria retomada do
comparado ao de produtos que também podem ser
crescimento da economia que, mesmo moderada,
utilizados para constituição de reservas.
estimula serviços que contratam esse tipo de proteção. No caso do Rural, há sinais de que a safra deste ano pode
No último mês, a ANS (Agência Nacional de Saúde
vir a superar a “supersafra” de 2017, o que, aliado a uma
Suplementar) divulgou as informações financeiras das
disseminação da cultura do seguro no meio rural, pode
operadoras desse segmento relativas ao 3º trimestre de
estar por trás do aumento da demanda por proteção na
2018. As contraprestações líquidas apresentaram
atividade agrícola ainda no ano passado, dados os ciclos
crescimento de 10,5% em relação ao mesmo período do
de produção de cada cultura e suas defasagens. As
ano anterior, resultado em linha com os do primeiro
perspectivas para esse produto continuam animadoras, a
semestre do ano passado, o que fez com que os
despeito do aumento dos sinistros, que cresceram 47,1%
resultados acumulados no ano se alterassem pouco: de
no ano passado como consequência de eventos
10,3% no acumulado até o 2º trimestre para 10,4% até o
climáticos extremos, como secas, geadas e alagamentos.
3º trimestre, pela mesma métrica. No mesmo período, as
Outro aumento expressivo dos sinistros foi verificado no
despesas com eventos indenizáveis apresentaram
seguro D&O (Directors and officers), de 56,9%, o que
expansão de 8,6%. Espera-se que uma recuperação mais
pode estar associado ao aumento no número de casos de
robusta do emprego formal este ano – que já começa a
empresários responsabilizados por atos praticados no
ser registrada nos dados do CAGED, como analisamos na
exercício de suas profissões.
seção Economia Brasileira desta publicação – impulsione o número de beneficiários de planos de saúde,
Destoaram, nesse segmento, o desempenho do grupo
especialmente da modalidade médico-hospitalar.
Grandes Riscos Patrimoniais, com queda acumulada de arrecadação de 2,7% no ano e o seguro Habitacional, que
O número de beneficiários de planos de saúde, segundo
sofreu forte queda no mês de dezembro, o que derrubou
dados mais recentes da Sala de Situação da ANS, era de
o resultado acumulado no ano de 6,2% para -1,7%.
71,6 milhões em dezembro de 2018, 2,3% maior que no
Quanto ao primeiro, trata-se de um tipo de seguro de
mesmo mês do ano anterior, resultado de variações de
arrecadação volátil, ligado ao investimento em
0,4% no número de beneficiários de planos de assistência
infraestrutura, que deve se beneficiar, no médio prazo,
médica e de 6,2% dos planos exclusivamente
de uma retomada mais consistente do crescimento
odontológicos.
econômico e da execução de projetos de investimento.
14
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
ARRECADAÇÃO DO SETOR SEGURADOR (S/ SAÚDE) EM 2018, POR SEGMENTO (Variação contra o mesmo período do ano anterior) 25% 20% 15% 10% 5% 0% -5% -10% -15%
Danos e Responsabilidades
Coberturas de Pessoas
dez/18
nov/18
out/18
set/18
ago/18
jul/18
jun/18
mai/18
abr/18
mar/18
fev/18
jan/18
-20%
Capitalização
Fonte: SES (Susep)
15
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Destaques dos Segmentos Danos e Responsabilidades Após a averbação do seguro da carga, nos casos em que
A roda que movimenta o Seguro de Transportes
for obrigatória a emissão do MDF-e para viagens
interestaduais, o segurado deverá entregar o arquivo completo desse documento, também em sequência
Os indicadores são expressivos e apontam para um
numérica e antes do início da viagem. Some-se a isso a
Transportes1
efetiva fiscalização realizada pela ANTT, que veio
de mercadorias registrou crescimento de 16,1% em 2018
contribuir na medida em que os transportadores
e fechou o ano com um total de R$ 3,2 bilhões em
procuraram se adequar à nova norma, viabilizando a
prêmio direto, de acordo com a Susep. Diversos fatores
contratação do seguro obrigatório de RCTR-C
influenciaram esse desempenho positivo.
(Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário –
segmento em franca expansão. O Seguro de
Cargas). Em primeiro lugar, é preciso destacar a recuperação da economia brasileira, principalmente a partir do segundo semestre de 2018. Conforme prévia divulgada pelo Banco
Central, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,15% no ano passado. Se confirmado o resultado, será a segunda alta consecutiva do nível de atividade econômica. O Seguro de Transportes também passou a ser procurado por empresas que habitualmente não o faziam. Esse aquecimento da demanda está amparado, em boa parte, na retomada da estabilidade econômica, que impulsiona as vendas do comércio e da indústria. Para este ano, pode-se esperar um resultado ainda melhor que o de 2018. Afinal, o crescimento das vendas de bens e mercadorias, que abrange desde o fabricante até o consumidor final, movimenta a roda que faz girar o seguro de transportes. Em terceiro lugar, a carteira de Transportes deve se beneficiar de novas regulações aprovadas pela Susep e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A nova versão do MDF-e (Manifesto de Documentos Fiscais – Eletrônico) estabeleceu a obrigatoriedade do número da apólice e da averbação na liberação da viagem. Esses documentos devem ser emitidos em sequência numérica, mediante a transmissão do arquivo do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CTe). ¹ O grupo Transporte, no conceito da CNseg, inclui os ramos 0523 e 0544 e não inclui os ramos 0623, 0628 e 0644.
16
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Destaques dos Segmentos Capitalização
para adequação dos produtos às novas regras, como proposto pelo mercado.
Na trilha das novas oportunidades de negócios
Desempenho
No último trimestre de 2018, o mercado de Capitalização
Tendência verificada desde o início do ano, a redução no
permaneceu mobilizado em torno das discussões sobre o
volume de resgates de títulos de capitalização foi um dos
novo Marco Regulatório, editado pela Susep, em maio.
destaques do setor em 2018. Ao fim do último trimestre,
Uma das iniciativas de destaque no período foi a criação
a queda registrada foi de 3,3%, o que representou uma
do programa Trilhas FenaCap, lançado com um encontro
captação líquida (arrecadação menos resgates) de R$ 3,6
que discutiu oportunidades de negócios geradas a partir
bilhões. Em linha com os principais indicadores da
da regulamentação da modalidade Filantropia Premiável.
economia, esse resultado espelhou sinais de melhoria no
Com a participação expressiva de profissionais do
cenário, com o fim do período recessivo. A receita do
mercado e de representantes de instituições
período avançou 1,2% e as reservas de capitalização
filantrópicas, o evento, realizado em 31 de outubro, no
cresceram 0,9% em comparação a 2017, trazendo
Rio, contou também com presença de integrantes da
otimismo ao mercado.
equipe técnica da Susep, inaugurando uma nova etapa no relacionamento do mercado com o órgão regulador e
Mais diálogo com a sociedade
demais parceiros. Ao encerrar a sua primeira campanha institucional No dia 26 de novembro, foi a vez da modalidade
promovida nas redes sociais, em dezembro, a FenaCap
Instrumento de Garantia mobilizar as atenções, em
colheu resultados extremamente positivos: 5 milhões de
debate realizado nos mesmos moldes do encontro
pessoas foram impactadas no Facebook e em portais de
anterior. Ambos foram transmitidos ao vivo pela
grande audiência pela campanha, cujo objetivo foi
internet, estendendo o alcance do programa Trilhas
ampliar o conhecimento sobre os títulos de capitalização
FenaCap e ampliando o conhecimento sobre as duas
e o diálogo com os consumidores e demais públicos de
novas modalidades.
interesse do mercado. Iniciada em julho, após a Copa do Mundo no Brasil, a campanha se concentrou nas praças
Em paralelo, o trabalho das Comissões Técnicas da
do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Distrito
Federação se intensificou no período. Sob a coordenação
Federal. Ao se comunicar com mais frequência, de
da Diretoria-Executiva, representantes das associadas se
maneira clara e transparente, a FenaCap tem contribuído
debruçaram sobre aspectos da regulamentação
para aumentar a percepção de valor dos produtos
considerados pouco claros – capazes de gerar diferentes
ofertados pelo mercado, razão pela qual intensificará a
interpretações – e houve uma permanente troca de
comunicação nas mídias sociais em 2019.
informações com a Susep. Como resultado dessas gestões, o órgão regulador divulgou, em dezembro, circular retificadora de pontos importantes contidos no normativo, esclareceu outros pontos com orientações e aceitou estender, para o fim de abril de 2019, o prazo 17
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Destaques dos Segmentos Saúde Suplementar
O tema mais relevante dentro do processo de controle da qualidade regulatória é a Análise de Impacto Regulatório
ANS abre consulta pública sobre AIR
(AIR). A AIR pode ser definida como um check-list de
procedimentos que devem ser observados durante o Está em andamento na página da Agência Nacional de
processo regulatório a fim de aperfeiçoar a qualidade da
Saúde Suplementar (ANS) a Consulta Pública nº 72, que
regulação. A Organização para Cooperação e
busca colher sugestões da sociedade sobre a minuta de
Desenvolvimento Econômico (OCDE) é a principal
norma que irá estabelecer o novo modelo de processo
referência metodológica para a realização de AIR. Em
regulatório da Agência. O processo regulatório abrange
2018 a Casa Civil publicou um Guia de Elaboração de AIR,
todos os passos necessários à regulação de um mercado,
integralmente baseado na metodologia da OCDE, e que
desde a identificação do problema que se busca sanar por
servirá como parâmetro para a consolidação e a
meio da regulação até a avaliação dos resultados de uma
expansão da AIR no ambiente regulatório brasileiro.
norma. De acordo com o Guia, a AIR deve conter: O Brasil está atrasado no debate sobre o processo
• Identificação do problema regulatório;
regulatório. A preocupação com a qualidade desse
• Identificação dos grupos ou atores afetados
processo está na agenda das principais economias do
pelo problema (stakeholders);
mundo desde o final dos anos 1970. Com as privatizações
• Identificação da base legal de atuação do
e concessões, e a consequente chegada do modelo de
órgão regulador;
regulação por meio de agências reguladoras em meados
• Definição dos objetivos que se pretende
dos anos 1990, o tema passou a preocupar também a
alcançar;
sociedade brasileira. Mas foi apenas nos anos 2000 que o
• Descrição das possíveis alternativas de ação,
Brasil iniciou uma estratégia de controle da qualidade
inclusive nenhuma (o resultado da AIR pode ser
regulatória, com o advento do Programa de
não fazer nenhuma ação);
Fortalecimento da Capacidade Institucional para Gestão
• Possíveis impactos e comparação das
em Regulação – PRO-REG, conduzido pela Casa Civil da
alternativas de ação;
Presidência da República.
• Estratégia de implementação, monitoramento e fiscalização;
O governo brasileiro busca ampliar o uso dessa
• Participação social (consulta ou audiência
ferramenta no Brasil. Além do Decreto nº 9.203/2017,
pública);
que dispõe sobre a governança na administração pública,
• Levantamento, se houver, de experiência
tramita no Congresso Nacional o PL nº 6616/2016 –
internacional sobre o tema.
chamado de Lei das Agências, que busca padronizar a governança regulatória. As próprias agências reguladoras
A ANS realiza estudos de AIR há alguns anos, mas com
se movimentam para aperfeiçoar a troca de informações
pouco resultado prático. A falta de padronização dos
e experiências sobre governança e mantém uma rede de
estudos e a ausência de critérios para mensurar os
articulação (Radar), com o objetivo de institucionalizar
impactos sobre os stakeholders são problemas
essa troca de experiências sobre o processo regulatório.
recorrentes nas análises realizadas pela Agência. No entanto, a ANS vem discutindo desde 2016 a 18
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
padronização dessas regras. Esse processo culmina com a
aperfeiçoamento regulatório depende não apenas da
Consulta Pública em andamento e traz a previsão de
observação da metodologia, mas de que haja um efetivo
diversas práticas que seriam um avanço na metodologia
empenho do regulador para garantir que a AIR não se
atual. Entre eles, a criação de dois níveis de AIR, uma
torne apenas mais um rito burocrático. A experiência
mais simples e uma mais avançada, e a instituição da
internacional mostra que houve dificuldade de obtenção
chamada Análise de Resultado Regulatório (ARR) que,
de dados e de capacitação para realização de análises de
como o próprio nome diz, faz uma análise ex-post da
custo-benefício precisas na implantação de AIR. A
eficácia das medidas regulatórias adotadas, bem como do
Consulta Pública permanecerá aberta para contribuições
custo-benefício dessas medidas.
até o dia 19 de março.
A minuta de Resolução Normativa (RN) que está em Consulta Pública, na visão da FenaSaúde, é um passo
importante na direção das melhores práticas recomendadas pela OCDE. Não obstante, há ajustes que podem aperfeiçoar a proposta, tal como a inclusão da previsão do levantamento da experiência internacional em todas as análises , desde que haja experiências similares a serem consideradas. A efetividade da adoção da AIR como um mecanismo de
2
Correção de desequilíbrios nos planos de assistência a saúde, mediante reposicionamento dos valores das contraprestações pecuniárias, mantidas as condições gerais do contrato, conforme consta na RN 19/ANS de 2002.
19
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Destaques dos Segmentos Cobertura de Pessoas
O Novo Regime de Previdência Social deverá adotar, de acordo com a proposta apresentada pelo Governo, as
Um novo regime de previdência social
seguintes diretrizes (dentre outras):
• garantia de piso básico, não inferior ao Merece destaque a PEC 06 encaminhada pelo Governo,
salário-mínimo para benefícios que substituam o
em 20/02/19, ao Congresso Nacional, pois enfrenta o
salário de contribuição ou o rendimento do
desafio previdenciário, que compromete as finanças
trabalho, por meio de fundo solidário,
públicas, e drena, para o pagamento de aposentadorias e
organizado e financiado nos termos
pensões, recursos que poderiam estar sendo
estabelecidos na lei complementar que
direcionados para a saúde, educação, segurança,
regulamentará o novo regime;
programas sociais, infraestrutura, etc.
• capitalização em regime de contribuição definida, admitido o sistema de contas
Entre as propostas apresentadas, é digna de especial
nocionais;
menção a do art. 201-A, pois determina que lei
• gestão das reservas por entidades de
complementar de iniciativa do Poder Executivo federal
previdência públicas e privadas, habilitadas por
instituirá Novo Regime de Previdência Social, de caráter
órgão regulador, assegurada a ampla
obrigatório, organizado, inclusive, com base em sistema
transparência dos fundos, o acompanhamento
de capitalização, na modalidade de contribuição definida,
pelos segurados, beneficiários e assistidos dos
com a previsão de conta vinculada para cada trabalhador
valores depositados e das reservas, e as
e de constituição de reserva individual para pagamento
informações das rentabilidades e dos encargos
de benefício.
administrativos; • livre escolha, pelo trabalhador, da entidade ou
Ficará a cargo da referida Lei definir aqueles que estarão
da modalidade de gestão das reservas,
obrigados a aderir ao Novo Regime de Previdência Social
assegurada a portabilidade;
(os não vinculados aos sistemas atuais), em substituição
• impenhorabilidade, exceto para pagamento de
ao Regime Geral de Previdência Social e aos Regimes
obrigações alimentares;
Próprios de Previdência Social.
• impossibilidade de qualquer forma de uso compulsório dos recursos por parte de ente
O Novo Regime de Previdência Social atenderá, na forma
federativo; e
estabelecida na referida lei complementar e conforme
• possibilidade de contribuições patronais e do
disposto no art. 115 do Ato das Disposições
trabalhador, dos entes federativos e do servidor,
Constitucionais Transitórias, a:
vedada a transferência de recursos públicos.
• benefícios não programados, garantidas as coberturas mínimas para maternidade,
A implantação do regime de capitalização no Novo
incapacidade temporária ou permanente e
Regime de Previdência Social é um importante avanço,
morte do segurado;
pois o de repartição simples, tal como adotado nos atuais
• benefício programado de idade avançada; e
regimes previdenciários, não se sustenta sob o aspecto
• risco de longevidade do beneficiário.
demográfico: uma população cada vez mais envelhecida, vivendo por mais tempo. 20
MERCADO SEGURADOR
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
De acordo com a justificativa da PEC 06, “atualmente, a relação estimada é de dois contribuintes para cada beneficiário de aposentadoria e pensão por morte. Projeções dessa relação para o futuro apontam para uma redução dessa relação para 1, por volta da década de 2040, e, a partir da década de 2050, para abaixo de 1, ou seja, deverão existir mais beneficiários do que contribuintes para a previdência.” Não há dúvida de que o regime de repartição simples, tal como atualmente praticado, será um peso insustentável para as futuras gerações, comprometendo o pagamento
de benefícios. O Novo Regime de Previdência Social – contemplando, inclusive, regime de capitalização – além de enfrentar tal problema, possibilitará, em conjunto com as alterações nos atuais regimes, uma trajetória de equilíbrio das contas públicas, fortalecendo a poupança interna e permitindo o redirecionamento de recursos para investimentos em vetores essenciais ao bem-estar da população e ao crescimento econômico.
21
PROJEÇÃO DA ARRECADAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Projeção da Arrecadação Cenários Macroeconômicos
base dos modelos de projeção de arrecadação dos mais diversos ramos e agrupamentos de ramos da atividade
Com base nas projeções de mercado compiladas pelo
seguradora.
Relatório Focus do Banco Central do Brasil e de modelos estatísticos univariados estimados com dados disponíveis
O resultado da análise dessas variáveis, de suas
até a data de corte¹, a Superintendência de Estudos e
inter-relações e da coerência interna de cada cenário
Projetos da CNseg, com auxílio dos economistas Lauro
pode ser visto na tabela² abaixo, que contém os cenários
Faria, da Escola Nacional de Seguros, e Luiz Roberto
elaborados para as principais variáveis macroeconômicas
Cunha, da PUC-Rio, elabora trimestralmente os cenários
utilizadas no exercício das projeções.
macroeconômicos para as variáveis exógenas que são Valores propostos - Cenários 2019
2020
Cenário Pessimista
Cenário Otimista
Cenário Pessimista
Cenário Otimista
PIB real (variação)
2,19%
2,91%
2,45%
3,50%
PIB indústria real (variação)
2,19%
2,91%
2,45%
3,50%
SELIC
8,25%
5,75%
9,25%
5,50%
IGP-M (variação)
4,86%
2,00%
6,38%
2,00%
IPCA (variação)
4,18%
3,10%
5,94%
3,10%
Produção industrial (variação)
0,58%
4,92%
1,61%
4,26%
4,00
3,30
4,20
3,40
Câmbio (R$/US$)
Fonte: Intervalos elaborados com base no Relatório Focus do Banco Central do Brasil de 08/02/2019.
Nesta rodada de projeções, com o fechamento dos dados
sustentabilidade das contas públicas e na retomada do
do ano de 2018, foi elaborada a primeira projeção de
crescimento da economia. O cenário pessimista, por
arrecadação para o ano de 2020. Os cenários pessimista e
outro lado, representa o outro extremo, em que o
otimista foram moldados ao redor do acontecimento
governo não consegue aprovar a reforma, ou consegue
político e econômico determinante do ano, a reforma da
apenas uma versão fraca, que teria pouco efeito sobre a
Previdência. No cenário otimista, uma reforma robusta é
solvência das contas públicas.
aprovada em prazo razoável, inspirando confiança na 1
08/02/2019 O conjunto de variáveis exógenas utilizadas nos diversos modelos de projeção de arrecadação é muito mais amplo do que o reproduzido aqui, contando atualmente com cerca de 50 séries temporais, todas oriundas de bases de dados públicas. 2
22
PROJEÇÃO DA ARRECADAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Apesar do crescimento dos índices de confiança nos
É bastante improvável que algum estímulo ao
últimos meses, o cenário com que trabalhamos para o
crescimento do PIB venha do componente gastos do
crescimento da economia, ao menos neste ano,
governo, dada a crise fiscal por que passa o País e a
praticamente não se alterou: o intervalo do cenário
clara orientação do atual governo em combatê-la,
para crescimento do PIB, que na rodada anterior era
sendo, portanto, incompatível com um cenário de
de 2,14% a 2,89%, passou de 2,19% para 2,91%,
crescimento significativo dos gastos públicos.
praticamente estável. É válido, portanto, tentar entender as causas de tal estabilidade mesmo com o
Exportações e importações também não devem dar
maior otimismo com a economia por parte tanto de
impulso ao PIB este ano. O câmbio mais apreciado
empresários quanto de consumidores.
representa um desincentivo às exportações (que são contabilizadas positivamente no PIB) e um incentivo
Apesar do crescimento da confiança nos últimos meses, o cenário com que trabalhamos para o crescimento da economia em 2019 praticamente não se alterou
às importações (que, por sua vez, são descontadas do PIB). Além disso, enquanto a economia nacional em recuperação tende a estimular as importações, a perspectiva de uma economia global em desaceleração – como já ocorre desde meados do ano passado – impõe limites ao crescimento esperado das exportações. A maior dúvida, portanto, reside no comportamento dos investimentos. A retomada da confiança dos empresários na economia – que deve aumentar ainda mais se o andamento da reforma da Previdência se mostrar satisfatório, sem dúvidas, é um estímulo ao
Uma melhor compreensão pode ser percebida
investimento em ampliação da produção. Entretanto,
quando analisamos, uma a uma, as fontes de
a alta capacidade ociosa da economia, refletida na
crescimento do PIB em cada um de seus
utilização da capacidade instalada ainda abaixo da
componentes. Pela ótica do dispêndio, o PIB se divide
média, impõe um limite – ao menos em prazo mais
em consumo das famílias, gastos da administração
curto – à necessidade de se constituir capacidade
pública, investimentos e saldo entre exportações e
adicional.
importações. A supracitada capacidade ociosa, o crescimento da Quanto ao consumo das famílias, que representa
economia ainda lento e inflação corrente
mais de 60% do PIB, espera-se que tenha crescimento
consideravelmente mais baixa do que o esperado
ainda moderado este ano, tendo em vista que o
suportam cenários de inflação, no geral, mais baixas
mercado de trabalho – o emprego e renda –
que na rodada anterior de projeções. Tal cenário
recupera-se ainda em ritmo lento e, em grande parte,
somente se alteraria significativamente na hipótese
via ocupação informal, que não apenas gera
pessimista, em que haveria a perspectiva de
rendimentos menores, em média, como também
substancial desvalorização do câmbio, com impactos
tende a ser mais instável, prejudicando o
na inflação via repasse cambial, principalmente no
planejamento dos gastos familiares e
caso da inflação medida pelo IGP-M.
desestimulando, assim, o consumo.
23
PROJEÇÃO DA ARRECADAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Os cenários para a taxa básica de juros refletem as
projetado é aquela do PIB agregado, o que, de fato,
perspectivas para a inflação e o nível de atividade
vem ocorrendo nos últimos trimestres. Já a produção
descritas anteriormente. Em relação à última rodada
industrial, medida pelo indicador mensal PIM-PF, do
de projeções, de maneira geral, espera-se um nível
IBGE, como se espera, tem comportamento aderente
mais baixo para a Selic. Se na última rodada de
ao PIB da Indústria no longo prazo. Porém, é mais
projeções, o cenário otimista contemplava a
volátil que seu agregado correspondente no PIB. Por
possibilidade de que os juros subissem menos do que
isso, em nossos cenários, espera-se crescimento um
o indicado pela mediana do mercado, ou até mesmo
pouco mais alto para o indicador mensal do que para
permanecessem no patamar atual, na atual rodada
o agregado das Contas Nacionais no cenário otimista
esse cenário contempla reduções na taxa Selic ao
e um pouco mais baixo no cenário pessimista.
longo deste e do próximo ano. Entretanto, no cenário pessimista, a ausência de uma reforma adequada
Dada a alta probabilidade de que uma reforma da
generalizaria a desconfiança na economia, afetaria os
Previdência robusta seja aprovada, atribui-se também
prêmios de risco e desvalorizaria o câmbio,
maior probabilidade à concretização de um cenário
deteriorando as perspectivas para a inflação e
mais próximo ao otimista que ao pessimista. Sob essa
fazendo com que o Banco Central, dada sua função
hipótese, os formuladores da política econômica
de resposta, voltasse a subir os juros básicos.
devem ainda ter que lidar com o influxo de capitais estrangeiros que pode ocorrer, procurando canalizar
Há algumas considerações interessantes a serem
tais recursos para expansão da capacidade produtiva
feitas sobre os cenários para o PIB da Indústria,
do país.
variável importante na projeção de alguns grupos de produtos. Há forças positivas e negativas que devem
Mesmo no cenário pessimista, projeta-se crescimento
afetar a atividade industrial neste e nos próximos
moderado do PIB por conta da alta capacidade ociosa
anos: por um lado, o maior crescimento da economia
da economia, que teria ainda espaço razoável para
deve impulsionar a produção, principalmente
uma recuperação apenas cíclica. Conclui-se que os
daqueles setores que atendem ao mercado interno.
riscos para o crescimento do PIB, especialmente para
Por outro lado, a valorização do câmbio ( que
2020, são positivos, o que deve influenciar
incentiva importações) e a possível retirada de
favoravelmente a arrecadação daqueles produtos do
subsídios devem limitar o crescimento desse setor.
Setor Segurador que apresentam alta correlação com
Assim, acreditamos que a melhor hipótese para o
o nível de atividade da economia.
crescimento do PIB da Indústria no horizonte
24
PROJEÇÃO DA ARRECADAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Resultados da Projeção A tabela abaixo exibe os resultados da projeção com dados até o 3º trimestre de 2018 para a ANS e dezembro de 2018 para a Susep. É possível ainda comparar esses resultados com os da última rodada de projeções na tabela seguinte.
Projeção da Arrecadação do Setor Segurador - variação nominal DANOS E RESPONSABILIDADES Automóveis Patrimonial Massificados Grandes Riscos Riscos de Engenharia Habitacional Transportes Embarcador Nacional Embarcador Internacional Transportador Crédito e Garantia Garantia Estendida Responsabilidade Civil Rural Marítimos e Aeronáuticos Outros COBERTURAS DE PESSOAS Planos de Risco Seguro Coletivo Seguro Individual Planos Tradicionais Planos de Acumulação Família VGBL Família PGBL Planos Tradicionais CAPITALIZAÇÃO SAÚDE* SETOR (s/ DPVAT) DPVAT SETOR
Projeção Atual (2019/2018)
(2020/2019)
Arrecadação 2018 (em bilhões R$) 70,13 35,89 11,97 9,02 2,65 0,30 3,71 3,15 0,92 0,54 1,69 4,22 2,97 1,77 4,59 0,72 1,13 149,73 41,49 29,04 8,94 3,51 108,24 97,63 9,78 0,83 21,01 199,99 440,85
Cenário Pessimista 4,5% 5,4% 4,8% 3,9% 9,5% -8,5% 4,9% 3,4% 5,9% 6,7% 1,0% -1,5% 0,7% 3,5% 7,7% -3,9% -1,2% 5,9% 6,9% 8,6% 3,1% 2,0% 5,5% 5,2% 8,9% 0,3% 0,1% 5,6% 5,2%
Cenário Otimista 8,3% 7,0% 9,0% 8,3% 12,2% 2,0% 10,4% 7,2% 10,8% 12,6% 3,5% 6,0% 14,2% 6,1% 14,7% 4,9% 8,0% 7,0% 9,4% 9,3% 10,7% 7,6% 6,0% 5,7% 9,8% 0,3% 2,8% 8,9% 7,8%
Cenário Pessimista 6,4% 7,1% 7,7% 8,9% 5,0% -7,5% 4,1% 1,6% 0,6% 8,1% -0,1% 7,0% 0,3% 8,0% 8,3% -2,8% 0,2% 2,5% 7,4% 7,4% 8,5% 4,8% 0,6% 0,3% 4,3% -7,5% 2,1% 8,0% 5,6%
Cenário Otimista 11,1% 9,6% 11,8% 13,6% 6,2% 6,2% 11,9% 6,9% 8,2% 21,9% 1,1% 18,6% 15,0% 10,7% 13,9% 7,0% 15,1% 8,4% 12,2% 11,2% 16,6% 9,5% 6,9% 6,2% 14,1% 1,3% 5,3% 11,4% 10,1%
4,69 445,55
-62,8% 4,5%
-61,3% 7,1%
0,5% 5,6%
4,5% 10,0%
Nota: DIOPS (ANS) - Dados até: 3º trimestre de 2018 SES (SUSEP) - Dados até: dezembro de 2018 Utiliza-se como arrecadação de saúde a conta 311 - Contraprestações Líquidas / Prêmios Retidos. Por questões metodológicas de tratamentos à base de dados bruta, os dados oriundos da ANS podem estar aqui apresentados de forma diferente e sem considerar ajustes pontuais praticados pela FenaSaúde. Atualizado em fevereiro de 2019. * Valor projetado para 2018.
25
PROJEÇÃO DA ARRECADAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Projeção da Arrecadação do Setor Segurador - variação nominal DANOS E RESPONSABILIDADES Automóveis Patrimonial Massificados Grandes Riscos Riscos de Engenharia Habitacional Transportes Embarcador Nacional Embarcador Internacional Transportador Crédito e Garantia Garantia Estendida Responsabilidade Civil Rural Marítimos e Aeronáuticos Outros COBERTURAS DE PESSOAS Planos de Risco Seguro Coletivo Seguro Individual Planos Tradicionais Planos de Acumulação Família VGBL Família PGBL Planos Tradicionais CAPITALIZAÇÃO SAÚDE* SETOR (s/ DPVAT) DPVAT SETOR
Projeção Anterior (2019/2018)
(2020/2019)
Arrecadação 2018 (em bilhões R$) 70,13 35,89 11,97 9,02 2,65 0,30 3,71 3,15 0,92 0,54 1,69 4,22 2,97 1,77 4,59 0,72 1,13 149,73 41,49 29,04 8,94 3,51 108,24 97,63 9,78 0,83 21,01 199,99 440,85
Cenário Pessimista 6,6% 8,3% 4,7% 4,7% 6,3% -11,4% 8,7% 5,1% 4,2% 5,0% 5,6% 1,0% 7,4% 7,7% 5,4% -2,1% -7,1% 4,2% 6,1% 7,5% 1,2% 6,6% 3,4% 3,8% 0,1% -2,7% -0,5% 8,6% 6,3%
Cenário Otimista 8,1% 8,9% 5,8% 5,8% 7,2% -7,1% 10,1% 8,6% 9,0% 7,8% 8,6% 2,1% 15,7% 8,3% 9,1% 2,6% -2,6% 5,5% 8,4% 9,2% 5,7% 8,8% 4,4% 4,6% 2,6% 0,6% 8,6% 10,6% 8,4%
Cenário Pessimista -----------------------------------------------------------
Cenário Otimista -----------------------------------------------------------
5,94 428,95
-----
-----
-----
-----
Nota: DIOPS (ANS) - Dados até: 3º trimestre de 2018 SES (SUSEP) - Dados até: dezembro de 2018 Utiliza-se como arrecadação de saúde a conta 311 - Contraprestações Líquidas / Prêmios Retidos. Por questões metodológicas de tratamentos à base de dados bruta, os dados oriundos da ANS podem estar aqui apresentados de forma diferente e sem considerar ajustes pontuais praticados pela FenaSaúde. Atualizado em fevereiro de 2019. * Valor projetado para 2018.
26
PROJEÇÃO DA ARRECADAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Os resultados obtidos mostram que os intervalos de
distribuído entre os produtos, com expectativa de queda
projeção para o crescimento da arrecadação em 2020
este ano apenas no cenário pessimista para os Riscos de
são, em geral, mais amplos que aqueles projetados para
Engenharia do grupo Patrimoniais, o DPVAT, Crédito e
2019, como se esperaria, refletindo uma maior incerteza
Garantia e para o grupo de Marítimos e Aeronáuticos. A
associada ao horizonte mais longo de projeção. Para este
expectativa do grupo Transportes , apesar de mais
ano, projeta-se para o setor segurador, sem DPVAT,
modesta do que na última rodada de projeções, continua
crescimento de 5,2% (cenário pessimista) a 7,8% (cenário
a ser positivamente influenciada pela implantação do
otimista). Para o ano que vem, a projeção é de 5,6% a
Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), que prevê
10,1%. Particularmente para 2019, excluir o DPVAT altera
a indicação da averbação do embarque, garantindo que o
significativamente os resultados, já que, por mais um
mesmo conte com a cobertura de seguro. Vale também
ano, o CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados)
destacar a ampliação da projeção de arrecadação do
aprovou reduções entre 56% e 79% no prêmio tarifário
Seguro Rural, que tem tido desempenho favorável nos
desse seguro, dependendo da categoria do veículo.
últimos meses. Espera-se que esse produto ganhe ainda mais espaço devido à ocorrência de eventos climáticos
Os últimos meses foram marcados por uma divergência
adversos que favorecerão a procura por proteção e ao
entre a melhora das expectativas e da confiança na
aumento no valor da subvenção. Por outro lado, o
economia, causada pelo fim da incerteza associada às
desempenho do seguro Automóvel, ainda que positivo,
eleições presidenciais, e a divulgação de diversos
deve ser inferior ao que se esperava na última rodada de
indicadores revelando que a situação corrente da
projeções, devido a um cenário menos otimista em
economia ainda é frágil e que sua recuperação tem sido
relação às vendas de veículos novos.
bastante lenta, como enfatizamos na descrição dos cenários utilizados para esta rodada de projeções. Assim,
No geral, projeta-se que as tendências identificadas para
apesar do maior otimismo, acredita-se, hoje, que a
este ano se mantenham ou até mesmo se ampliem em
economia esteja entrando em 2019 menos aquecida do
2020.
que se esperava, o que deve ter efeitos sobre o desempenho do ano como um todo. Com isso, em
Em Cobertura de Pessoas, a projeção para o desempenho
relação à projeção anterior (na qual não havia projeção
dos Planos de Risco este ano se manteve bastante
para o ano de 2020), as projeções de crescimento de
favorável, com aumento do crescimento projetado, na
arrecadação este ano estão, em geral, mais baixas e com
esteira do bom resultado registrado no ano passado. A
intervalos maiores na atual rodada. Outro fator que
projeção para 2020 indica que as tendências observadas
influenciou os resultados foi a perspectiva de inflação
nos dois anos anteriores devem ser amplificadas pela
mais baixa, uma vez que as projeções se referem a taxas
expectativa de maior dinamismo da economia. Para os
nominais de crescimento.
Planos de Acumulação, após um ano de contração e resultados adversos, espera-se uma retomada do
A projeção de arrecadação para o segmento de Danos e
crescimento da arrecadação, motivada pelo intenso
Responsabilidades (Ramos Elementares) foi uma das que
debate sobre a reforma da Previdência – que deve
mais sentiu os efeitos da dinâmica descrita no parágrafo
funcionar como um impulso exógeno – e pela
anterior. Para 2019, houve aumento da projeção no
recuperação, ainda que lenta, da renda e do emprego.
cenário otimista e redução no cenário pessimista, ampliando o intervalo de projeção em relação à última rodada para 4,5% a 8,3%. Assim, permanece a projeção de crescimento acima da expectativa da inflação para esse segmento. Tal crescimento deve estar bem 27
PROJEÇÃO DA ARRECADAÇÃO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Resultados abaixo do esperado para o segmento de
crescimento da arrecadação desse segmento foi
Capitalização ao longo do ano passado, principalmente
reduzida, influenciada tanto pelo nível esperado mais
no último mês, reduziram significativamente as projeções
baixo de inflação – que pressionaria menos os custos –
de crescimento da arrecadação em 2019 no cenário
quanto por um cenário menos otimista para o mercado
otimista, dada a inércia que as séries de arrecadação
de trabalho, já que o desempenho da Saúde Suplementar
tipicamente apresentam. Por outro lado, a projeção no
– particularmente o número de beneficiários nos planos
cenário pessimista apresentou melhora, já que se espera
de assistência médica – está associado à dinâmica da
que a regulamentação das modalidades Filantropia
renda e do emprego, que vêm apresentando resultados
Premiável e Instrumento de Garantia gere novas
abaixo do esperado, especialmente no que se refere à
oportunidades de negócios no segmento, como tratado
geração de empregos formais, como analisamos na seção
na seção “Destaque dos Segmentos - Capitalização”. A
de Economia Brasileira desta publicação. Para 2020, a
essas novas oportunidades se soma a expectativa de
projeção de crescimento mais robusto se justifica
economia mais aquecida, fundamentando projeções mais
principalmente pela esperada recuperação mais forte do
otimistas para o ano que vem.
mercado de trabalho formal.
Houve mudanças na projeção de arrecadação da Saúde Suplementar em relação à última rodada. Resultado da aplicação de uma expectativa de sinistralidade sobre uma projeção de despesas assistenciais, a projeção de
28
BOXE ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Boxe Estatístico Efeitos da utilização do calendário nacional no ajuste sazonal de séries de arrecadação de produtos de seguros1 Motivação
A grande maioria dos pacotes estatísticos utilizados para
realizar a dessazonalização de séries temporais tem como A presença de fatores sazonais em séries
temporais2
referência, para realização do ajuste, o calendário norte-
torna sua análise mais complexa. A sazonalidade é
americano, que difere significativamente do brasileiro.
resultado de movimentos oscilatórios de mesma
Por exemplo: no Brasil, o Carnaval é um feriado
periodicidade que ocorrem no mesmo período de todos
importante e móvel (isto é, pode ocorrer em meses
os anos, como, por exemplo, variações climáticas
diferentes – fevereiro ou março). Por outro lado, nos
regulares ou os períodos de férias. A não observância da
EUA, um feriado que não existe no Brasil, o Dia de Ação
condição sazonal de uma variável em uma análise pode
de Graças (Thanksgiving) tem grande influência sobre a
levar a conclusões imprecisas ou até mesmo inadequadas
economia local. Assim, realizar o ajuste de séries
e incorretas.
temporais brasileiras automaticamente por meio desses pacotes pode resultar em ajustes deficientes, já que os
É bastante comum a presença de sazonalidade em séries
calendários podem exercer efeitos de dois tipos no
temporais macroeconômicas ou de diversos setores da
momento em que se procura estimar o efeito da
economia. O setor segurador – ao menos grande parte de
sazonalidade sobre uma série temporal: 1) o número de
seus ramos e grupos – não é exceção. Sabe-se que a
dias úteis em cada mês e 2) o efeito associado ao próprio
arrecadação de muitos produtos apresenta sazonalidade,
impacto que aquele feriado tem sobre a série – isto é,
isto é, tende a ser maior ou menor em determinados
não o efeito causado pela diminuição nos dias úteis, mas
meses ou trimestres, com dependência fraca das
os efeitos específicos daquele feriado como, por
condições gerais da economia e de todos outros fatores
exemplo, a Páscoa tem sobre as vendas de chocolate ou
que podem afetar a arrecadação de um produto ao longo
o Carnaval, no Brasil, tem sobre o comércio de plumas,
do tempo.
paetês e serpentinas.
1
Agradecemos as contribuições de Lauro Faria (Escola Nacional de Seguros) e de Tabi Santos (FenaSaúde) na elaboração deste Boxe. Uma série temporal é um conjunto de dados que possui uma ordenação no tempo. Formalmente, uma sequência de variáveis aleatórias indexadas no tempo é chamada de processo estocástico. Um série temporal, assim, é uma realização de um processo estocástico (WOOLDRIDGE, 2006). 2
29
BOXE ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Objetivo
detectar e corrigir inadequações no ajuste.
No presente exercício, reconhecendo a existência de
Foi feita uma seleção de dez produtos nas séries de
sazonalidade na arrecadação do setor, procuramos
arrecadação geradas pela CNseg com base em dados da
estimar, para um grupo selecionado de produtos, se
Susep. Portanto, o estudo abrange parte do setor
variações do número de dias úteis em um mês têm
segurador sem saúde. A amostra é mensal e tem início
impactos significativos sobre a arrecadação por meio da
em janeiro de 2008, terminando em dezembro de 2018.
inclusão do calendário brasileiro em um programa
Conta, portanto, com 132 observações para cada série de
estatístico de ajuste sazonal desenvolvido, originalmente,
arrecadação. Optou-se por não incluir neste exercício a
com um calendário estrangeiro. Além disso, procuramos
Saúde Suplementar, por conta de sua periodicidade
estimar se também há presença de efeito de feriados
distinta (trimestral) e menor amostra.
móveis importantes do calendário nacional, de modo a isolar e estimar corretamente a influência de cada uma
Os produtos e agrupamentos de produtos escolhidos
dessas componentes, além da própria sazonalidade,
foram os seguintes:
sobre a arrecadação de produtos do setor segurador. •
Automóvel
•
Residencial
•
Empresarial
Existem inúmeras metodologias para realização de ajuste
•
Transportes
sazonal, todas com vantagens e limitações específicas.
•
Crédito e Garantia
Como exemplo de metodologias disponíveis que podem
•
Garantia Estendida
ser aplicadas podemos citar Dummies sazonais,
•
Prestamista
Holt-Winters, Modelos Estruturais, Dainties,
•
Viagem
TRAMO/SEATS e os métodos da família X-ARIMA que, em
•
VGBL
sua versão X12-ARIMA, é uma das mais utilizadas por
•
Capitalização
Metodologia
diversas instituições e órgãos oficiais de estatísticas, como IBGE (Brasil), U.S. Census Bureau (EUA), Eurostat (União Europeia), The Office for National Statistics (Reino
Resultados
Unido) e Statistics Canada (Canadá) (FERREIRA, GONDIN e MATTOS, 2015).
Os resultados obtidos mostram a importância de levar em consideração o calendário nacional quando da
Neste trabalho, utilizaremos a metodologia
realização de ajuste sazonal por meio de pacotes
X13-ARIMA-SEATS, desenvolvida pelo U.S. Census Bureau
estatísticos. A tabela na próxima página resume os
em parceira com o Banco de España e disponibilizada ao
resultados obtidos, comparando as respostas de testes
público por meio de um pacote do software estatístico R.
de qualidade de ajuste quando este é feito
Trata-se de uma combinação do método X12-ARIMA com
automaticamente com os resultados de um ajuste que
o TRAMO/SEATS, acrescido de melhorias tais como uma
leva em consideração o calendário brasileiro.
variedade de novos diagnósticos que auxiliam o usuário a
30
BOXE ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Sazonalidade na série original
Sazonalidade na série ajustada
Influência de dias de úteis
Influência de feriado móvel (páscoa)
Influência de pelo menos um outlier
VGBL
*** *** *** *** ** ** *** --***
-------------------
*** *** *** --------*** ***
** * ---------------
--*** ----*** *** *** *** ---
Capitalização
***
---
***
---
***
Sazonalidade na série original
Sazonalidade na série ajustada
Influência de dias úteis
Automóvel
***
---
***
***
---
Residencial
*** *** *** *** *** *** --*** ***
-------------------
*** *** ----* --** *** ***
* * * ------* --*
------*** *** *** *** --***
Produtos
Automóvel
Ajuste automático
Residencial Empresarial Transportes Crédito e Garantia Garantia Estendida Prestamista Viagem
Ajuste com calendário brasileiro
Produtos
Empresarial Transportes Crédito e Garantia Garantia Estendida Prestamista Viagem VGBL Capitalização
Influência de feriado móvel Influência de pelo (carnaval, páscoa menos um outlier ou corpus christi )
Fonte: Susep – Elaboração: SUESP Nota 1: “***” significativo a 0,1%; “**” significativo a 1%; “*” significativo a 5%; “---” não significativo. Nota 2: A hipótese nula para o teste das duas primeiras colunas é que não existe sazonalidade. Nas demais, a hipótese nula é que não existe influência.
31
BOXE ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Os resultados mostram que tanto o ajuste automático, realizado em grande parte dos exercícios de dessazonalização com os mais diversos fins, quanto o ajuste realizado considerando o calendário brasileiro
Referências
permitem obter séries estatisticamente livres de efeitos sazonais. Entretanto, quando se analisam os demais
FERREIRA, P. C., GONDIN, J. L., MATTOS, D. M. Métodos
testes, vê-se que considerar o calendário e os feriados
de ajuste sazonal para séries de Business Tendency: um
móveis brasileiros, de maneira geral, melhora a
estudo de caso para a Sondagem da Indústria utilizando o
qualidade do ajuste.
método X13-ARIMA-SEATS. Nota Técnica NMEC/SUEP|IBRE - FGV. Fev/2015. disponível em:
Para alguns produtos (como ocorreu no caso do seguro
http://portalibre.fgv.br/lumis/portal/file/fileDownload.js
Residencial), o ajuste com calendário nacional parece ser
p?fileId=8A7C82C54ADE6252014B4A888AC846D9
capaz de captar corretamente o que, no ajuste automático, é classificado como outlier, isto é, um valor
WOOLDRIDGE, J. M. Introdução à Econometria: uma
discrepante. No caso da Garantia Estendida, não apenas o
abordagem moderna. Editora Thompson, 2006.
ajuste corrigido capturou sazonalidade de maior significância como também identificou influência dos dias
R Core Team. The R Project for Statistical Computing.
úteis, o que não ocorria no ajuste anterior. No seguro
Fonte: https://www.r-project.org/
Viagem, único para o qual não se encontrou evidência de padrão sazonal – uma hipótese para isso é que tanto
Sax, C. (2015). Github: https://github.com/christophsax
viagens de negócio quanto de turismo estimulam a aquisição desse tipo de proteção –, assim como no
United States Census Bureau. (2015). Historical Papers
Empresarial, Transporte, Prestamista e Capitalização,
Concerning X-11 and Seasonal Adjustment. Fonte: X-
foram encontradas evidências da influência de pelo
13ARIMA-SEATS Seasonal Adjustment Program:
menos um feriado móvel sobre a arrecadação, fato que
https://www.census.gov/srd/www/sapaper/historicpape
teria sido desconsiderado no ajuste automático.
rs.html
Além da identificação de produtos que sofrem influência
United States Census Bureau. (2015). X-13ARIMA-SEATS
de sazonalidade, do número de dias úteis e de feriados
Reference Manual Acessible HTML Output. United States
móveis, conclui-se que a observância do calendário
Census Bureau. Fonte:
nacional nos exercícios de dessazonalização de séries
https://www.census.gov/ts/x13as/docX13AS.pdf
temporais brasileiras é importante e pode alterar significativamente seus resultados e as análises feitas com base neles.
32
BOXE REGULATÓRIO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Boxe Regulatório O papel do setor de seguros na prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo No Brasil, as medidas de prevenção à lavagem de dinheiro tomaram forma a partir da publicação da Lei
Por outro lado, merecido destacar que, geralmente, o
9.613 de 1998, alterada pela Lei 12.683 de 2012, cujo
risco de o produto oferecido pelo setor de seguros ser
objetivo explícito foi “tornar mais eficiente a persecução
alvo de operações que visem à “lavagem” de dinheiro é
penal dos crimes de lavagem de dinheiro”. A lei tipifica o
mais baixo que o risco associado a produtos
crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou
comercializados por outras instituições financeiras, já
valores, dispõe sobre a prevenção da utilização do
que, em boa parte das situações, é necessária a
sistema financeiro nacional para lavagem de dinheiro;
ocorrência de um sinistro para que o cliente ou o
determina as pessoas e atividades sujeitas aos
beneficiário receba os recursos. Ainda que possa ocorrer
mecanismos de controle estabelecidos na lei, a
em qualquer tipo de seguro, há produtos mais suscetíveis
identificação dos clientes e o registro das operações, a
a serem contratados com tal finalidade por terem caráter
responsabilidade administrativa das pessoas sujeitas, as
de acumulação de recursos como, por exemplo, o seguro
sanções e multas pelo não cumprimento; bem como, cria
de vida resgatável, ou aqueles que formam reservas de
o Conselho de Atividades Financeiras (COAF), que, desde
mais longo prazo, destinados a benefícios
2 de janeiro de 2019, passou a integrar a estrutura do
previdenciários, como o PGBL.
Ministério da Justiça e Segurança Pública e tem como missão produzir inteligência financeira e promover a
Os mercados regulados, por força da lei, precisaram
proteção dos setores econômicos contra a lavagem de
promover ajustes em suas políticas e principalmente em
dinheiro e o financiamento do terrorismo.
seus procedimentos. As seguradoras, as entidades abertas de previdência complementar, os resseguradores
O setor de seguros tem importante papel a desempenhar
locais e admitidos e corretores devem seguir o
no alcance dos objetivos da lei. Um segmento que
estabelecido na Circular Susep 445 de 2012, que obriga
arrecada, em prêmios e contribuições, valor equivalente
o desenvolvimento de controles internos com a
a 6,5% do PIB brasileiro, precisa estar atento à origem
finalidade de monitorar os riscos de a entidade estar
dos recursos que transitam pelas suas empresas. E mais
envolvida em situações de lavagem de dinheiro ou
que um atendimento às exigências regulatórias, há
financiamento ao terrorismo. No caso dos corretores,
programas de prevenção à lavagem de dinheiro e
somente aqueles com faturamento anual superior a R$
combate ao financiamento do terrorismo que visam à
12 milhões estão sujeitos ao desenvolvimento desses
mitigação do risco de que criminosos utilizem o mercado
controles. A Circular Susep 445 também estabelece: a
de seguros como elo de sua corrente ilícita, tendo em
obrigatoriedade de as supervisionadas identificarem se
mente a ética e a boa fé que são a base desse mercado e
um cliente, beneficiário, terceiros ou outras partes
a solidez do sistema financeiro como um todo, que dele
relacionadas são pessoas politicamente expostas; regras
também depende.
para cadastro; 33
BOXE REGULATÓRIO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
monitoramento das operações (que devem ser
Em paralelo à consulta pública da Susep, está em
reforçadas e contínuas no caso de uma pessoa
apreciação pelo Senado Federal, o Projeto de Lei (PL
politicamente exposta estar envolvida ou se, por suas
10431/2018) que dispõe sobre o cumprimento de
características, forem consideradas de risco); e a própria
sanções impostas por resoluções do Conselho de
comunicação das operações ao COAF.
Segurança das Nações Unidas, incluída a indisponibilidade de ativos de pessoas naturais e jurídicas e de entidades, e
Contudo, visando aumentar a eficiência e a efetividade
a designação nacional de pessoas investigadas ou
dos procedimentos e dos controles internos de suas
acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos
supervisionadas, a Susep publicou em 26/12/2018, o
a ele correlacionados; e revoga a Lei nº 13.170, de 16 de
Edital de Consulta Pública Susep 08 de 2018 que sugere
outubro de 2015.
alterações à Circular Susep 445. A Autarquia apresentou minuta em que se propõem: ajustes aos critérios de
A criação de instrumentos para que os países “bloqueiem
cadastro e retenção de documentação; novo relatório
sem demora os recursos ou outros bens” de propriedade
anual que ficará à disposição da Susep; reforço na
ou em benefício de qualquer pessoa ou entidade que seja
exigência de monitoramento de pessoa politicamente
designada pelo Conselho de Segurança das Nações
exposta; limitação das comunicações automáticas;
Unidas, respectivamente para a prevenção e supressão
melhoria na qualidade das comunicações feitas
do terrorismo e seu financiamento é uma recomendação
diretamente ao COAF; incorporação da regulamentação
do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de
da Lei 13.170/2015 (até então, presente apenas em
Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi/FATF),
Carta-Circular). Cabe destacar que o Banco Central do
organização intergovernamental cujo propósito é
Brasil publicou o edital de Consulta Pública nº 70, com
desenvolver e promover políticas de combate à lavagem
prazo limite de manifestação de 18 de março de 2019, de
de dinheiro e de financiamento do terrorismo. O Brasil é
proposta de circular que trata do mesmo tema. A minuta
membro, juntamente com outros 38 países.
também traz aprimoramentos mais abrangentes em relação à regulamentação em vigor.
Por fim, torna-se inegável que, vis-à-vis a suscetibilidade à ocorrência de tais práticas criminosas no setor de
Já as regras que devem ser observadas pelas operadoras
seguros, a implantação de políticas e ações de prevenção
de plano de assistência à saúde (inclusive as seguradoras
à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do
especializadas em saúde) são estabelecidas pela
terrorismo, regulatórias ou não, mitiga riscos reais e
Resolução Normativa 117 de 2005, da ANS, que dispõe
afasta impactos reputacionais decorrentes da utilização
sobre a identificação de clientes, manutenção de
do setor como meio para a lavagem de dinheiro e
registros e prevê relação de operações e situações que
financiamento do terrorismo.
podem configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613/98. As reguladas pela Agência deverão comunicar a operação diretamente à ANS, por meio de formulário padronizado. Porém é importante mencionar que tal exigência não as impede de comunicar diretamente ao COAF, se assim julgarem necessário.
34
BOXE JURÍDICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Boxe Jurídico Exercício Irregular da Atividade Seguradora Nos últimos 05 (cinco) anos, paralelamente ao
busca de consumidores em geral para seus produtos,
crescimento do setor de seguros privados, observa-se o
desconfiguram sua natureza de entidade associativa ou
incremento vertiginoso de associações e cooperativas
cooperativa, fazendo o consumidor crer que está
que atuam no mercado como se seguradoras fossem,
contratando com sociedades seguradoras.
oferecendo ao consumidor produtos semelhantes a seguros, geralmente para proteção veicular.
Além de ludibriarem o consumidor, não há qualquer garantia aos associados e cooperados de que receberão
As operações do setor de seguros privados são reguladas
futuramente o valor equivalente à indenização em caso
pelo Decreto-Lei nº 73/1966, que determina que a
de alguma avaria em seu bem, tendo em vista a ausência
atividade de seguros só pode ser exercida por sociedades
de constituição de garantias mínimas quanto às reservas
empresariais anônimas, cujo funcionamento tenha sido
técnicas e à solvabilidade, que são exigidas, repita-se, das
autorizado pela Susep, sendo necessário às seguradoras
sociedades seguradoras.
constituírem reservas técnicas em valor suficiente para cobrir todos os riscos contratados e realizar
Esclarece-se ainda que o associado ou cooperado, ao
investimentos em ativos financeiros que atendam a
fazer parte de um grupo restrito de ajuda mútua,
padrões de segurança e liquidez. O referido Decreto-Lei
assume, em caso de sinistro de veículo de qualquer
também atribui à Superintendência de Seguros Privados
associado ou cooperado, a responsabilidade solidária
- Susep, na qualidade de executora da política traçada
pelo pagamento da indenização no chamado plano de
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP, a
rateio.
fiscalização da constituição, organização, funcionamento e operações das sociedades seguradoras.
Assim, a principal diferença entre o contrato de seguro e
a proteção veicular reside no fato de que no primeiro, a De modo distinto do contrato de seguro, a denominada
proteção e as coberturas são prestadas ao consumidor,
proteção veicular é constituída sob o viés de associações
que não tem qualquer participação em eventuais perdas
e cooperativas, sob a forma de autogestão, sem contar
operacionais e tem seus direitos definidos pelo Código de
com qualquer fiscalização, especificidade técnica ou
Defesa do Consumidor – CDC. Já na proteção veicular, o
reponsabilidade em relação à solvência e liquidez da
indivíduo não é consumidor, mas apenas associado ou
atividade. Além disso, ao contrário das seguradoras, as
cooperado, o que implica responsabilidade pelas perdas
associações e cooperativas não recolhem qualquer
operacionais e ausência dos benefícios previstos no CDC,
tributo ao erário.
como a inversão do ônus da prova e o tratamento garantido ao hipossuficiente ou vulnerável.
Em que pese se tratar de entidades associativas e cooperativas, tais entidades, ao fazerem a oferta pública de propostas de adesão a pessoas indiscriminadas, em
35
BOXE JURÍDICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Diante desse cenário, a Susep, na qualidade de órgão
ainda determinado o envio de comunicação dos termos
responsável pelo controle e fiscalização do mercado de
do acórdão, por correspondência, a todos os
seguros, já ingressou com diversas ações em Tribunais
consumidores com contrato vigente.
Regionais Federais e no Superior Tribunal de Justiça – STJ, sob o argumento de que associações e cooperativas de
Além disso, na seara legislativa, discute-se a
proteção veicular exercem irregularmente a atividade
regulamentação da atividade das entidades de proteção
seguradora. Em 2018, ocorreu o 1º pronunciamento do
veicular, em especial no âmbito do Projeto de Lei
STJ sobre o assunto no âmbito do
Acórdão1
proferido
Complementar (PLP) nº 519/2018, que altera a redação
pela sua Segunda Turma no Recurso Especial nº 1616359
do caput do art. 24, acrescido dos §§ 1º, 2º, 3º, 4º e 5º, e
publicado em 27/06/2018, que entendeu, por
modifica o art. 36, mediante a inserção da alínea “m”,
unanimidade, ser ilícita a atuação da Associação Mineira
ambos do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de
de Proteção e Assistência Automotiva - AMPLA no
1966. Ao referido projeto foi apresentado um
mercado de seguros, determinando a suspensão de suas
substitutivo, que prevê que: (i) as cooperativas e
atividades ligadas ao setor securitário.
entidades de autogestão estarão sujeitas à regulamentação e fiscalização pelo CNSP e pela Susep,
De acordo com os fundamentos apresentados pelo
respectivamente; (ii) a comercialização deverá ser
relator do caso, Ministro Og Fernandes, o produto
restrita àqueles previamente habilitados como
oferecido pela associação em questão se apresenta
associados; (iii) as cooperativas e entidades de
como um típico contrato de seguro, com cobrança de
autogestão estarão sujeitas à taxa de fiscalização, bem
franquia e cobertura de danos provocados por terceiros e
como à tributação na forma da legislação aplicável ao
por eventos da natureza, por isso a associação não pode
IPRJ e à CSLL; (iv) o corretor de seguros será o
ser caracterizada como um grupo restrito de ajuda
intermediário dos contratos de seguro, bem como dos
mútua, pois comercializa seu serviço intitulado de
arranjos a ele equiparados; (v) as cooperativas de seguros
“proteção automotiva” de forma aberta a um grupo
e as entidades de autogestão estarão sujeitas ao Código
indiscriminado e indistinto de interessados, o que
de Defesa do Consumidor; (vi) será vedada a venda de
caracteriza uma típica sociedade de seguros.
seguro de vida por entidades de autogestão e cooperativas; (vii) será permitida a contratação de
Ainda no âmbito do Judiciário, em janeiro de 2019 a
resseguro pelas cooperativas de seguros e as entidades
Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
de autogestão e (viii) será necessária a apresentação de
– TRF4 proferiu Acórdão no processo nº
nota técnica atuarial, assinada por atuário.
5009030-62.2014.4.04.7104/RS2,
reconhecendo, por
unanimidade, que a Associação Astra B, ao garantir
O referido substitutivo aguarda apreciação pelo Plenário
interesse aos seus associados relativo a risco de acidentes
da Câmara dos Deputados. Caso o projeto venha a ser
envolvendo seus veículos de transportes de cargas,
transformado em Lei, será um novo paradigma para
oferece seguro de forma ilegal. A decisão proibiu a
tratamento da matéria, e caberá ao regulador a
referida associação de ofertar e/ou comercializar
competente harmonização regulatória.
qualquer espécie de cobertura securitária ou qualquer modalidade de seguro, em todo território nacional, tendo
¹ O acórdão não transitou em julgado, aguarda-se julgamento dos embargos de declaração opostos pela Associação – AMPLA. 2 O acórdão não transitou em julgado, aguarda-se julgamento dos embargos de declaração opostos pela Associação – ASTRA B.
36
BOXE JURÍDICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Lei Geral de Proteção de Dados – Parte II Em 28/12/2018, foi publicada a Medida Provisória (MPV)
de comunicação entre o controlador, os titulares dos
nº 869/2018, que altera a Lei nº 13.709, de 14 de agosto
dados e a ANPD; (iii) na adaptação dos bancos de dados já
de 2018, para dispor sobre a proteção de dados pessoais
existentes, (iv) na aprovação dos códigos de conduta e (v)
e para criar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados,
na aplicação das sanções da lei.
e dá outras providências.
A MPV nº 869/2018 também apresenta outros pontos importantes além da criação da ANPD, tais como (i) a
Conforme consta de sua ementa, a referida MPV, além de
alteração da redação do inciso II, do § 4º, do art. 11 da
outras novidades, criou a Autoridade Nacional de
LGPD, que passou a permitir a comunicação ou o uso
Proteção de Dados – ANPD. Por sua vez, a MPV nº
compartilhado entre controladores de dados pessoais
870/2019 estabelece a organização básica dos órgãos da
sensíveis referentes à saúde para a necessidade de
Presidência da República e dos Ministérios, uma vez que
comunicação para a adequada prestação de serviços de
a Autoridade Nacional foi prevista na nova estrutura de
saúde suplementar; (ii) a alteração da redação do caput
governo.
do art. 20 da lei, que suprimiu a obrigatoriedade de
revisão de tratamento automatizado por pessoa física; A referida Autoridade Nacional pertence à administração
(iii) a alteração do § 1º do art. 26 da Lei nº 13.709/2018,
pública direta e integra a Presidência da República, não
permitindo o compartilhamento de dados entre os
sendo, portanto, uma autarquia independente. A MPV nº
setores público e privado, quando a transferência for
869/2018 atribui à ANPD apenas autonomia técnica, não
respaldada em contratos, convênios ou instrumentos
havendo referência à autonomia administrativa, nem à
congêneres e (iv) a alteração do prazo de vigência da
financeira. Contudo, a proposição define o período de
LGPD, de modo que os dispositivos que tratam da ANPD
mandato dos dirigentes e traz as condições de perda de
entraram em vigor na data da publicação da MPV
cargo, de forma semelhante aos órgãos reguladores de
(28/12/2018) e os demais dispositivos vigorarão 24 (vinte
diversos setores da economia.
e quatro) meses após a data de sua publicação.
Destaque-se ainda que Autoridade Nacional de Proteção
Quanto à tramitação da MPV nº 869/2018, já foram
de Dados contará com um Conselho Nacional de Proteção
apresentadas 176 (cento e setenta e seis) emendas à sua
de Dados e da Privacidade, com competência consultiva,
redação original, que serão apreciadas, até o dia
que será constituído por 23 (vinte e três) pessoas, entre
04/04/2019, por uma Comissão Mista a ser instalada no
as quais representantes do governo, da sociedade civil,
Congresso Nacional, podendo o referido prazo ser
de instituições científicas e do setor empresarial.
prorrogado por mais 60 (sessenta) dias. Logo, o texto da
A ANPD é de vital importância para a aplicação da Lei
MPV nº 869/2018 poderá ser alterado e,
Geral de Proteção de Dados - LGPD, visto que terá papel
consequentemente, o da Lei nº 13.709/2018.
relevante, entre outros aspectos, (i) na interpretação da lei; (ii) na definição das atribuições do encarregado, pessoa indicada pelo controlador para atuar como canal
37
PRODUÇÃO ACADÊMICA EM SEGUROS
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Produção Acadêmica em Seguros As publicações selecionadas para compor o boxe de acompanhamento da produção acadêmica em seguros desta edição do Conjuntura CNseg abordam diversas temáticas relacionadas à atividade seguradora, na forma de trabalhos para discussão, livros e artigos acadêmicos, além de teses e dissertações de mestrado e doutorado nas mais diversas áreas do conhecimento. Envie sua sugestão de Produção Acadêmica em Seguros para estudos@cnseg.org.br.
No artigo Aposentadoria e Mercado de Trabalho: Uma Análise Usando Regressão Descontínua, do Centro de Políticas Públicas do Insper, é analisada a situação atual do Regime de Previdência Social (RGPS e RPPS) e seus efeitos sobre o mercado de trabalho brasileiro. A questão central abordada é o impacto que o recebimento de benefícios de aposentadoria tem sobre as decisões dos indivíduos no mercado de trabalho. Utiliza-se, para tanto, a descontinuidade gerada pelas regras em vigor sobre aposentadoria por idade.
2
1
Na publicação, FinTech in Sub-Saharan African Countries: A Game Changer?, do Fundo Monetário Internacional, os autores promovem uma discussão sobre as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas e implementadas na África Subsaariana, com potencial de mudar o cenário competitivo do setor financeiro. As FinTechs estão emergindo como um facilitador tecnológico na região, melhorando a inclusão financeira e servindo como um catalisador para a inovação em outros setores, como seguros, agricultura e infraestrutura.
No artigo Substituição de Pessoas por Máquinas e o Uso de Inteligência Artificial pelo Mercado Segurador, da Revista Brasileira de Risco e Seguros, os autores introduzem a questão da expansão dos recursos de tecnologia na sociedade e relacionam tal fato com o mercado segurador, apresentando alguns dos avanços tecnológicos utilizados nesse setor e apresentando estudos que defendem a ideia de que o grande desenvolvimento tecnológico pode vir a permitir a robotização ou informatização de diversas profissões. Entretanto, essa expansão da tecnologia não deve ser vista como ameaça, mas sim como aliada no incremento da produtividade.
3
38
PRODUÇÃO ACADÊMICA EM SEGUROS
4
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Algo que tem sido tópico central de muitas discussões é a distribuição etária da população, como ocorre no artigo The Future of Saving: The Role of Pension System Design in an Aging World, em que pesquisadores do Fundo Monetário Internacional investigam como as mudanças demográficas iminentes e o desenho dos sistemas previdenciários poderiam influenciar a poupança nacional no futuro. O trabalho foca a interação entre a poupança pública e privada e o papel dos atributos do sistema previdenciário na formação dos perfis de poupança em diversos países nas próximas décadas.
Os sistemas previdenciários enfrentam diversas dificuldades devido a um conjunto de fatores demográficos e econômicos. No intuito de resolver esses problemas, várias reformas são propostas, porém, em muitos casos, deixam de considerar a forma como a previdência se relaciona com outras variáveis econômicas. Nesse sentido, o trabalho A Previdência Social Brasileira em um modelo de consistência entre estoques e fluxos tem como objetivo analisar de que forma a redução da informalidade e o aumento da produtividade podem afetar o resultado fiscal da previdência no Brasil e o crescimento econômico. Algumas conclusões apontam que a ampliação da formalização e o incremento da produtividade induzem a uma taxa de crescimento econômico levemente maior e também podem reduzir o déficit previdenciário, mas não tornam o sistema superavitário.
5
Confira abaixo as publicações selecionadas:
1
2
Nome: Aposentadoria e Mercado de Trabalho: Uma Análise Usando Regressão Descontínua Tipo de Publicação: Policy Paper Instituição/Publicação: Insper Período: jan/2019 Autor(es): Gustavo Marcos Szniter Mentlik, Naercio Menezes-Filho e Bruno Kawaoka Komatsu Link: https://www.insper.edu.br/wp-content/uploads/2019/01/Aposentadoria-Mercado-Trab alho-Regressao-Descontinua.pdf Nome: FinTech in Sub-Saharan African Countries: A Game Changer? Tipo de Publicação: Publicação Instituição/Publicação: International Monetary Fund Período: fev/2019 Autor(es): Amadou N. R. Sy, Rodolfo Maino, Alexander Massara, Hector Perez-Saiz e Preya Sharma Link: https://www.imf.org/en/Publications/Departmental-Papers-Policy-Papers/Issues/2019/0 2/13/FinTech-in-Sub-Saharan-African-Countries-A-Game-Changer-46376 39
PRODUÇÃO ACADÊMICA EM SEGUROS
3
4
5
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Nome: Substituição de Pessoas por Máquinas e o Uso de Inteligência Artificial pelo Mercado Segurador Tipo de Publicação: Artigo Instituição/Publicação: Revista Brasileira de Risco e Seguro Período: jan/2019 Autor(es): Valdemiro Cequinel Belli, Lucas de Medeiros e Tarcis do Prado Junior Link: http://www.rbrs.com.br/arquivos/rbrs_24_3.pdf
Nome: The Future of Saving: The Role of Pension System Design in an Aging World Tipo de Publicação: Discussion Note Instituição/Publicação: International Monetary Fund Período: jan/2019 Autor(es): David Amaglobeli, Hua Chai, Era Dabla-Norris, Kamil Dybczak, Mauricio Soto e Alexander F. Tieman Link: https://www.imf.org/en/Publications/Staff-Discussion-Notes/Issues/2019/01/09/The-Future-of-Sa ving-The-Role-of-Pension-System-Design-in-an-Aging-World-45138 Nome: A Previdência Social Brasileira em um modelo de consistência entre estoques e fluxos Tipo de Publicação: Conference Paper Instituição/Publicação: ResearchGate Período: ago/2018 Autor(es): Sylvio Kappes Link: https://www.researchgate.net/publication/327059897_A_Previdencia_Social_Brasileira_em _um_modelo_de_consistencia_entre_estoques_e_fluxos
40
RESUMO ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Resumo Estatístico Setor Segurador (data de corte: 05/02/19) 52 50
25
48 46 44 42
20 15 10
5
40 38
Setor Segurador (s Saúde)
dez-18
nov-18
out-18
set-18
ago-18
jul-18
jun-18
mai-18
abr-18
mar-18
fev-18
jan-18
dez-17
nov-17
out-17
set-17
ago-17
jul-17
jun-17
mai-17
abr-17
mar-17
fev-17
-
Saúde Suplementar
(R$ b ilh ões )
30
jan-17
Setor Segurador (s Saúde)
ARRECADAÇÃO
Saúde Suplementar
45 40 35 30 25 20 15 10 5 -
12 10 8 6
4 2
Setor Segurador (s Saúde)
dez-18
nov-18
out-18
set-18
ago-18
jul-18
jun-18
mai-18
abr-18
mar-18
fev-18
jan-18
dez-17
nov-17
out-17
set-17
ago-17
jul-17
jun-17
mai-17
abr-17
mar-17
fev-17
-
Saúde Suplementar
(R$ b ilh ões )
14
jan-17
Setor Segurador (s Saúde)
SINISTROS, INDENIZAÇÕES, SORTEIOS, RESGATES E BENEFÍCIOS
Saúde Suplementar
VARIAÇÃO NOMINAL DA ARRECADAÇÃO 1%
0,2%
1 2 m eses m óveis – S etor S eg urador (sem DP V A T e S aúde S uplem entar)
0%
-1% -0,7%
-1% -2%
-1,4%
-2%
-2,2%
-3% -2,6%
-3% até ago-18 / até ago-17 até set-18 / até set-17
até out-18 / até out-17 até nov-18 / até nov-17 até dez-18 / até dez-17
Notas: 1) Os dados da ANS foram alocados no último mês de cada trimestre, pois sua publicação é feita a cada três meses. Os dados provenientes da SUSEP são de periodicidade mensal. 2) Em Saúde Suplementar, por questões metodológicas, os valores apresentados podem diferir dos informados pela ANS e FenaSaúde. 41 Fonte: DIOPS (ANS); Sala de Situação (ANS); SES (SUSEP); SGS (BCB)
RESUMO ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Arrecadação (em milhões R$) Setor Segurador ( sem Saúd e Sup lement ar )
Até dezembro 2017
2018
Variação %
dezembro
dezembro
2017
2018
Variação %
Danos e Responsabilidades (s DPVAT)
64.889,95
70.126,67
8,07%
5.997,60
6.150,38
2,55%
1.1
Automóvel
33.864,78
35.889,63
5,98%
3.196,24
3.232,51
1,13%
1.1.1
Acidentes Pessoais de Passageiros
1
1.1.2
Casco
1.1.3
606,52
603,70
-0,46%
57,82
57,16
-1,15%
23.734,13
24.809,43
4,53%
2.226,67
2.227,26
0,03%
Responsabilidade Civil Facultativa
7.236,23
7.847,14
8,44%
689,90
699,13
1,34%
1.1.4
Outros
2.287,91
2.629,36
14,92%
221,84
248,96
12,23%
1.3
Patrimonial
10.882,75
11.969,01
9,98%
970,00
1.148,37
18,39%
9.015,24
13,97%
749,82
822,34
9,67%
1.3.1
Massificados
7.910,42
1.3.1.1
Compreensivo Residencial
2.657,59
2.997,02
12,77%
253,94
253,09
-0,33%
448,81
10,15%
37,47
36,00
-3,92%
1.3.1.2
Compreensivo Condominial
407,45
1.3.1.3
Compreensivo Empresarial
2.116,13
2.435,29
15,08%
204,23
223,51
9,44%
1.3.1.4
Outros
2.729,25
3.134,12
14,83%
254,18
309,73
21,86%
1.3.2
Grandes Riscos
2.725,30
2.651,70
-2,70%
254,43
303,99
19,48%
247,03
302,06
22,28%
-34,25
22,05
-164,37%
1.3.3
Risco de Engenharia
1.4
Habitacional
3.776,92
3.713,65
-1,68%
319,86
41,52
-87,02%
1.5
Transportes
2.714,54
3.150,63
16,07%
284,89
334,00
17,24%
1.5.1
Embarcador Nacional
842,16
921,20
9,38%
86,82
100,37
15,60%
1.5.2
Embarcador Internacional
423,05
541,04
27,89%
44,22
63,16
42,85%
1.5.3
Transportador
1.449,32
1.688,40
16,50%
153,85
170,47
10,80%
1.6
Crédito e Garantia
3.810,63
4.216,27
10,65%
354,46
418,07
17,94%
1.7
Garantia Estendida
2.731,59
2.973,54
8,86%
268,15
310,64
15,85%
1.8
Responsabilidade Civil
1.606,66
1.772,60
10,33%
198,80
197,01
-0,90%
1.8.1
Responsabilidade Civil D&O
1.8.2 1.9
405,15
442,54
9,23%
90,75
85,02
-6,31%
Outros
1.201,51
1.330,07
10,70%
108,05
111,99
3,65%
Rural
4.124,00
4.594,29
11,40%
295,33
309,86
4,92%
718,19
1,82%
59,22
62,68
5,85%
1.10
Marítimos e Aeronáuticos
705,38
1.10.1
Marítimos
374,76
356,40
-4,90%
33,08
32,44
-1,92%
1.10.2
Aeronáuticos
330,62
361,79
9,43%
26,14
30,24
15,68%
1.11
Outros
2
Coberturas de Pessoas
2 .1
672,70
1.128,85
67,81%
50,65
95,73
88,99%
155.643,03
149.729,78
-3,80%
15.993,79
15.948,54
-0,28%
Planos de Risco
34.524,48
37.978,67
10,01%
3.251,38
3.510,49
7,97%
2.1.1
Vida
13.691,50
14.995,97
9,53%
1.416,11
1.501,06
6,00%
2.1.2
Prestamista
9.504,60
11.343,39
19,35%
895,74
1.004,33
12,12%
514,24
512,60
-0,32%
46,40
51,38
10,73%
2.1.3
Viagem
2.1.4
Outros
2 .2 2.2.1
10.814,14
11.126,71
2,89%
893,13
953,72
6,78%
Planos de Acumulação
116.848,78
107.411,41
-8,08%
12.354,65
12.026,98
-2,65%
Família VGBL
106.653,55
97.631,31
-8,46%
10.426,38
10.033,30
-3,77%
2.2.2
Família PGBL
10.195,23
9.780,10
-4,07%
1.928,27
1.993,68
3,39%
2 .3
Planos Tradicionais
3
Capitalização
=1+2 +3
Setor Segurador (s DPVAT)
4
DPVAT
=1+2 +3 +4
Setor Segurador
4.269,77
4.339,70
1,64%
387,76
411,07
20.754,78
21.008,72
1,22%
2.120,34
1.797,65
241.287,75
240.865,17
-0,18%
24.111,72
23.896,57
-0,89%
5.935,40
4.691,18
-20,96%
256,24
206,12
-19,56%
247.223,16
245.556,35
-0,67%
24.367,96
24.102,70
-1,09%
6,01% -15,22%
Nota: Valores referentes ao ramo dotal misto foram incluídos na parte de planos de risco, embora apresente características mistas de risco e acumulação. Fonte: SES (SUSEP)
42
RESUMO ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
PENETRAÇÃO DA ARRECADAÇÃO NO PIB 7% 6%
5% 4%
6,1%
6,4%
6,5%
2,6%
2,8%
5,5%
5,7%
2,1%
2,2%
3,4%
3,4%
3,7%
3,8%
3,8%
2013
2014
2015
2016
2017
2,4%
3% 2% 1% 0%
Penetração da Arrecadação no PIB - Setor Segurador (s Saúde)
Penetração da Arrecadação no PIB - Saúde Suplementar
DANOS E RESPONSABILIDADES (SEM DPVAT) + DPVAT + PLANOS DE RISCO + PLANOS DE ACUMULAÇÃO + CAPITALIZAÇÃO (D is trib u iç ã o d a d ife re n ç a n a a rre c a d a ç ã o e n tre p e río d o s , p o r s e g m e n to)
300,00 247,22
5,24
250,00
3,57
245,56
0,25
- 1,24
- 9,48
R$ bilhões
200,00 150,00 100,00 117,72 108,24
64,89 70,13
50,00
5,94
4,69
37,92 41,49
20,75 21,01
2017-12
Danos e Respons. (s DPVAT)
DPVAT
Planos de Risco
Planos de Acumulação
Capitalização
2018-12
BENEFICIÁRIOS EM PLANOS DE SAÚDE
47,1
22,8
22,8
22,9
jan/18
fev/18
mar/18
22,5
23,0
47,2
23,8
23,9
24,1 47,2
47,3
47,4
24,3
24,2
24,2
47,2
Exclusivamente Odontológica
out/18
set/18
ago/18
mai/18
abr/18
22,0
47,5 47,4 47,4 47,3 47,3 47,2 47,2 47,1 47,1 47,0 47,0 46,9
Assitência Médica
47,1
23,0
47,3
47,3
dez/18
47,1
23,1
23,3
jul/18
23,5
47,2
jun/18
47,3
24,0
47,3 24,3
nov/18
24,5
dez/17
Exlcusivamente Odontológicos
(em m ilh ões d e u s u á rios )
Assistência médica
Nota: Em Saúde Suplementar, por questões metodológicas, os valores apresentados podem diferir dos informados pela ANS e FenaSaúde. Fontes: DIOPS (ANS); Sala de Situação (ANS); SES (SUSEP); SGS (BCB)
43
RESUMO ESTATÍSTICO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
VARIAÇÃO NOMINAL DA ARRECADAÇÃO 12 MESES MÓVEIS D a n o s e R e s p ons a bilid a des (s em D P V A T )
8,2% 8,0% 7,8%
8,1%
8,0%
Co b e r tu ra d e P e s s oa s
0%
-1% 7,8%
7,7%
-2% -3%
7,6%
7,3%
7,4%
-4%
7,2%
-5%
7,0%
-6%
6,8%
-7%
9,4%
-6,3%
0% -2%
9,0% 8,8%
-4%
8,3%
-6% -8%
-5,6%
-10,8%
-12%
-10,9%
até ago-18 / até set-18 / até out-18 / até nov-18 / até dez-18 / até ago-17 até set-17 até out-17 até nov-17 até dez-17
S a ú d e S u p le menta r
Ca p it a liz a ç ã o
2,8%
3%
-8,1%
-8,8%
-10%
até ago-18 / até set-18 / até out-18 / até nov-18 / até dez-18 / até ago-17 até set-17 até out-17 até nov-17 até dez-17
12%
2,2% 2%
-6,2%
Co b e r tu ra d e P e s s oa s – P la n o s d e A c u m ula ç ã o
Co b e r tu ra d e P e s s oa s – P la n o s d e R is c o
9,0%
-3,8% -4,7%
até ago-18 / até set-18 / até out-18 / até nov-18 / até dez-18 / até ago-17 até set-17 até out-17 até nov-17 até dez-17
até ago-18 / até set-18 / até out-18 / até nov-18 / até dez-18 / até ago-17 até set-17 até out-17 até nov-17 até dez-17
10% 9% 9% 9% 9% 9% 8% 8% 8% 8% 8%
-2,2%
10% 1,9%
10,7%
10,8%
9,6%
10,4%
10,6%
8%
1,5% 1,2%
6% 4%
1%
2% 0%
0%
até ago-18 / até set-18 / até out-18 / até nov-18 / até dez-18 / até ago-17 até set-17 até out-17 até nov-17 até dez-17
até 3tri-17 / até 4tri-17 / até 1tri-18 / até 2tri-18 / até 3tri-18 / até 3tri-16 até 4tri-16 até 1tri-17 até 2tri-17 até 3tri-17
Nota: Em Saúde Suplementar, por questões metodológicas, os valores apresentados podem diferir dos informados pela ANS e FenaSaúde. Fontes: DIOPS (ANS); SES (SUSEP)
44
-15
-20
-25
-30
IPCA
Fonte: SGS (BCB) e SIDRA (IBGE)
-5
-2 -10
-2,3
TAXA DE JUROS – SELIC EFETIVA
(em % a. a. )
16 14 12 10 8 6 4 2 0
12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% 60
50
0
-5
70
60
50
Serviços Indústria
INFLAÇÃO – IPCA E IGP-M DÍVIDA LÍQUIDA DO SETOR PÚBLICO
(va ria çã o % a c. em 1 2 m es es ) (com o % d o P I B a c. em 1 2 m es es )
SALDO EM TRANSAÇÕES CORRENTES
SALDO DA BALANÇA COMERCIAL
(em U S $ b ilh ões , a c. em 1 2 m es es )
(em U S $ b ilh ões , a c. em 1 2 m es es )
201809
201806
201803
-3,0
1,2 0,8 2,5
1,1 0,8 0,3
1,8 1,2
2,0 2,5 4,5
8,8
10
201712
-0,3
1,2
14,2
15
201709
-2,2
201706
20 18,7
PIB TOTAL
-1,3 -1,8
(T / T - 4, em % )
201703
5 0,1
-1 -2,0 -3,5 -2,5
0
201612
0
-1,7 -3,5 -4,5
1,3
201609
0,9
201809
0,6
201806
201803
201712
201709
0,1
201706
201703
1 1,2
out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 dez-17 jan-18 fev-18 mar-18 abr-18 mai-18 jun-18 jul-18 ago-18 set-18 out-18 nov-18 dez-18 jan-19
-2,5
201612
1,4
44,0 44,1 46,2 46,4 47,2 47,6 47,5 48,0 48,5 49,8 50,2 50,9 50,7 51,0 51,6 51,8 52,0 52,4 51,8 51,4 51,5 52,3 51,4 52,5 53,6 53,3 53,8
201609
2,2
out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 dez-17 jan-18 fev-18 mar-18 abr-18 mai-18 jun-18 jul-18 ago-18 set-18 out-18 nov-18 dez-18
out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 dez-17 jan-18 fev-18 mar-18 abr-18 mai-18 jun-18 jul-18 ago-18 set-18 out-18 nov-18 dez-18 jan-19
2
42,9 43,3 46,9 45,0 46,9 48,4 51,1 53,2 54,4 57,6 59,3 60,7 62,1 64,9 63,6 64,0 63,9 62,2 61,2 59,9 58,0 56,6 54,4 51,5 51,2 51,7 52,1 53,6
out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 dez-17 jan-18 fev-18 mar-18 abr-18 mai-18 jun-18 jul-18 ago-18 set-18 out-18 nov-18 dez-18 jan-19
3
set-16 out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 dez-17 jan-18 fev-18 mar-18 abr-18 mai-18 jun-18 jul-18 ago-18 set-18 out-18 nov-18 dez-18
-10
-22,8 -21,6 -18,8 -24,0 -24,0 -22,4 -19,7 -18,7 -17,0 -13,4 -12,3 -11,0 -9,8 -7,6 -9,6 -7,2 -7,5 -9,8 -11,9 -12,4 -14,6 -15,5 -16,8 -18,5 -18,3 -17,3 -15,8 -14,5
-3
set-16 out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 dez-17 jan-18 fev-18 mar-18 abr-18 mai-18 jun-18 jul-18 ago-18 set-18 out-18 nov-18 dez-18 RESUMO ESTATÍSTICO ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Indicadores Econômicos (data de corte: 05/02/19) PIB PELA ÓTICA DA PRODUÇÃO (T / T - 4, em % )
Agropecuária
TAXA DE CÂMBIO – R$/US$
4,30 4,10 3,90 3,70 3,50 3,30 3,10 2,90 2,70 2,50 (ta x a d e fim d e p eríod o)
40
30
20
10
0
IGP-M
40
30
20
10
0
45
GLOSSÁRIO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Glossário Arrecadação do Setor Segurador: Contempla o prêmio
Resgate e benefício de Previdência: Valor correspondente a
direto de seguros, prêmio emitido em regime de
cada um dos resgates e benefícios destinados à cobertura
capitalização, contribuição em previdência, faturamento
do plano de previdência.
de capitalização e contraprestação de saúde
Sorteio e resgate de Capitalização: Valor correspondente
suplementar.
aos prêmios de sorteios e resgates pagos com títulos de
Prêmio Direto de Seguros: Emissão de prêmio líquida de
capitalização.
cancelamento e restituição.
Indenização de Saúde Suplementar: Eventos indenizáveis
Prêmio Emitido em Regime de Capitalização: Valor
líquidos/sinistros retidos de cobertura assistencial Médico-
correspondente a cada um dos aportes destinados ao
Hospitalar e/ou Odontológica.
custeio de seguros estruturados no regime financeiro de capitalização.
Sinistralidade: Contempla sinistralidade de seguros e
Contribuição de Previdência: Valor correspondente a cada
saúde suplementar
um dos aportes destinados ao custeio do plano de
Sinistralidade de Seguros: proporção do sinistro ocorrido
previdência.
sobre o prêmio ganho.
Faturamento de Capitalização: Faturamento com títulos de
Sinistralidade de Saúde Suplementar: proporção de
capitalização líquida de devolução e cancelamento.
indenização de saúde suplementar sobre a contraprestação
Contraprestação de Saúde Suplementar: Contraprestação
de saúde suplementar.
líquida/prêmios retidos para coberturas assistenciais Médico-Hospitalar e/ou Odontológica.
Despesas de comercialização do Setor Segurador: Despesas de comercialização e custos de aquisição
Sinistro ocorrido/indenização/sorteio/resgate/benefício
agregados em seguros, previdência, capitalização e saúde
do Setor Segurador: Contempla o sinistro ocorrido de
suplementar.
seguros, resgate e benefício de previdência, sorteio e resgate de capitalização e indenização de saúde
Despesa administrativa do Setor Segurador: Despesas
suplementar.
administrativas em seguros, previdência, capitalização e
Sinistro ocorrido de Seguros: Indenizações avisadas,
saúde suplementar.
despesas relacionadas a seguros, retrocessões aceitas, variação das provisões de sinistro e serviços de assistência,
Ativo do Setor Segurador: Recursos econômicos na
líquido dos salvados e ressarcidos avisados e de sua
forma de bens e direitos em seguros, previdência,
variação do ajuste da PSL. Considera as parcelas
capitalização e saúde suplementar.
administrativas e judiciais, consórcios e fundos e despesas com benefícios em regime de capitalização e repartição de
Provisão do Setor Segurador: Passivo contabilizado pelo
capitais de cobertura para seguros.
Mercado Segurador para refletir as obrigações futuras advindas dos compromissos assumidos com os contratantes de suas operações.
46
GLOSSÁRIO
ANO 2 | Nº 4 | FEVEREIRO/2019
Captação líquida dos Planos de Acumulação: Diferença
Arrecadação per capita: proporção da arrecadação do
entre a soma das contribuições de previdência e do
Setor Segurador sobre a População Brasileira.
prêmio emitido em regime de capitalização de VGBL e a soma dos resgates de previdência e de VGBL. Aplicável
IPCA: Índice de Preços ao Consumidor-Amplo calculado
somente a esses planos.
pelo IBGE.
Captação líquida de Capitalização: Diferença entre o
IGP-M: Índice Geral de Preços, calculado pela Fundação
faturamento de Capitalização e o total dos seus resgates.
Getúlio Vargas (FGV).
Filantropia Premiável: destinada ao subscritor
Focus: Relatório semanal divulgado pelo Banco Central
interessado em contribuir com entidades beneficentes de
do Brasil com estatísticas-resumo de expectativas de
assistência sociais, certificadas nos termos da legislação
agentes de mercado para variáveis macroeconômicas.
vigente, e participar de sorteio(s). Selic: Taxa básica de juros da economia brasileira, Instrumento de Garantia: tem por objetivo propiciar que
definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do
a provisão matemática para capitalização do título de
Banco Central do Brasil.
capitalização seja utilizada para assegurar o cumprimento de obrigação assumida em contrato principal pelo titular
Núcleo de Inflação: Segundo o Banco Central do Brasil,
perante terceiro.
núcleo de inflação, também denominado de inflação subjacente, é uma medida que procura captar a
PIB: Produto Interno Bruto, a soma do valor de todos os
tendência dos preços, desconsiderando distúrbios
bens e serviços finais produzidos no país em determinado
resultantes de choques temporários.
período. Outlier: valor atípico. Observação que apresenta um
PIB mensal: Produto Interno Bruto Nominal mensal,
grande afastamento das demais de uma série,
calculado e publicado pelo Banco Central do Brasil (proxy
evidenciando inconsistência.
mensal para o PIB Nominal oficial, calculado pelo IBGE). Penetração do Setor Segurador no PIB: Proporção da Arrecadação do Setor Segurador sobre o Produto Interno Bruto. População Brasileira: Número de habitantes no território nacional publicado pelo IBGE com base em informações dos registros de nascimentos e óbitos, dos censos demográficos e das contagens de população intercensitárias.
47