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Cobertura de Pessoas
by CNseg
Um Compromisso com o País
Edson Franco Presidente da FenaPrevi
O País tem um longo e urgente caminho até se recuperar da grave crise dos últimos anos, marcada pela pandemia global da Covid-19.
Os desafios são multiformes e vão desde a velocidade da recuperação econômica, do emprego e reposição da renda, até as tragédias pessoais trazidas pelos distúrbios relacionados à saúde mental e daqueles que ainda sofrem o luto pela perda de familiares e amigos. Todos nós, sem exceção, fomos impactados de alguma forma e tivemos que nos reinventar.
A superação desses desafios exige o envolvimento de todos os agentes econômicos. Os segmentos de seguros de pessoas e de previdência privada aberta, voltados à proteção da renda das famílias seja em eventos como morte, doença ou desemprego, seja por meio da acumulação de poupança doméstica, podem contribuir para a remoção de muitos dos obstáculos, pois a função social e abrangência dessas atividades as tornam parte relevante da solução de que o País precisa.
A pandemia da Covid-19 já evidenciou a importância e a resiliência de nosso mercado. Os segmentos de seguros de pessoas e de previdência privada aberta vivenciaram um momento extremamente desafiador, em meio a um panorama de mudanças sociais e comportamentais.
Já no início, a crise sanitária nos trouxe um teste para a nossa capacidade de mostrar a coerência das nossas ações com o aspecto mais nobre do nosso propósito que é o de garantir proteção financeira em situações sensíveis da vida, atendendo à sociedade, com a confiança que nos foi depositada quando as pessoas contrataram nossos produtos.
Ninguém sabia o que estava por vir no início da pandemia, mas o segmento de seguros de pessoas, ciente da sua importância, se sensibilizou e tomou uma decisão ética, socialmente responsável e corajosa de abdicar, livremente, das cláusulas de restrição à cobertura securitária, assegurando a proteção financeira, o que fez diferença para milhares de famílias. No período de abril/2020 a janeiro/2022 foram pagos R$ 6,1 bilhões por sinistros decorrentes de Covid-19. No total, foram registrados 166.361 sinistros pagos por casos confirmados.
As reservas acumuladas nos planos de previdência aberta também foram essenciais para as famílias superarem esse momento, evidenciando a utilidade desses planos para a proteção não só do futuro, mas de toda a jornada da vida. No período de janeiro a dezembro de 2021, foram registrados R$ 103 bilhões em resgates, um aumento significativo em relação à média dos anos anteriores à crise sanitária.
Além das estatísticas, o mercado acompanhou histórias de superação daqueles que entenderam, a tempo, a necessidade de se planejar, o que evidencia a importância de continuarmos trabalhando para aumentar na população o nível de educação financeira especificamente no que se refere aos instrumentos de proteção à renda das famílias.
Também no aspecto econômico é inegável a atuação desses setores, principalmente em relação à capacidade de mobilização de poupanças. Embora os planos de previdência privada aberta mais conhecidos (PGBL e VGBL) sejam relativamente novos, houve um crescimento
vertiginoso do saldo de recursos acumulados nas reservas técnicas constituídas que, em dezembro de 2021, chegaram ao saldo de mais de R$ 1 trilhão, diretamente correlacionado ao aumento do número de brasileiros que não pensam mais somente no dia de hoje e se preocupam com seu próprio futuro.
Esse segmento já é um dos maiores detentores de títulos da dívida pública, além de representar considerável fonte de financiamento para investimentos de longa maturação, tão necessários para o desenvolvimento sustentável do País. Entretanto, ainda, estão muito longe de alcançar o seu potencial. As reservas técnicas previdenciárias equivalem a 29% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 do País, quando consideramos também as reservas dos fundos de pensão. No Chile, correspondem a mais de 80%, na Holanda está acima de 194% e na Dinamarca é mais de 219% do PIB, para citar alguns exemplos.
A contribuição dos seguros de pessoas também é bastante expressiva para o desenvolvimento do País. Em seu conjunto, as várias modalidades de seguros de pessoas tiveram sua importância ampliada nestes dois anos de pandemia. Em 2021, registramos um aumento no volume de prêmios, o equivalente a 13% em relação ao ano anterior, o que retrata aumento da procura por proteção, em especial nos seguros de Doenças Graves, Funeral e de Vida. Todavia, o montante pago anualmente para custeio desses seguros, equivale a apenas 0,6% do PIB brasileiro. Para efeito de comparação, no Reino Unido, esses tipos de seguros alcançam o patamar de 9% do PIB.
O segmento de seguros de pessoas observou em 2021 aumento do valor pago de sinistros em quase 50% quando comparado ao ano anterior. Com já dito, no período de abril/2020 a janeiro/2022, foram pagos R$ 6,1 bilhões por sinistros decorrentes de Covid-19. Esse montante demonstra o volume expressivo que o mercado injetou diretamente na sociedade, quando as famílias mais precisaram, sendo crucial para mitigar os impactos financeiros enfrentados pelas famílias.
No próximo triênio (2022-2024), a prioridade da FenaPrevi será manter uma agenda permanente de diálogo com a sociedade de modo geral, com os reguladores e com os Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, além de outras entidades associativas, sempre no intuito de aperfeiçoar e desenvolver os produtos ofertados aos clientes, inclusive com base nas melhores experiências internacionais.
A digitalização e o uso intenso da tecnologia vão contribuir, ainda mais, para aprimorar as interações com consumidores, possibilitando que a jornada seja mais rápida e fluida. Produtos personalizados, coberturas flexíveis e operação estruturada para melhorar a experiência do cliente são outros exemplos do que veremos cada vez mais.
Os corretores e parceiros de negócios serão ainda mais importantes para assegurar uma consultoria capaz de sugerir as proteções mais adequadas ao perfil de cada cliente. O relacionamento humano permanecerá crucial para o processo de venda consultiva, fazendo com que as soluções híbridas prevaleçam e o consumidor possa escolher a forma de interação que melhor lhe convier.
Tudo o que foi dito até aqui é para ratificar ocompromisso da FenaPrevi de prosseguir trabalhando de forma ativa para a conscientização da sociedade sobre a necessidade de proteção à renda e para a ampliação do acesso aos produtos ofertados pelo mercado, mantendo sempre um olhar cada vez mais atento às necessidades e expectativas dos consumidores. Como resultado seremos cada vez mais reconhecidos como importantes instrumentos de desenvolvimento econômico e social do País.
Essa é nossa vocação, missão e razão de existir.